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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Letras Ciências Sociais e Humanidades

Pessoas coletivas
Licenciatura em Direito

III° GRUPO
Catarina Lucas
Célia Simone Chauque
Elisa Carlitos Paunde
Lúcia Elias Moreno
Kássia Rosa da Costa xavier
Momed Mamudo Elias
Sérgio Domingos Alberto
Sorte Manuel Jamal

Chimoio
Abril, 2024
Catarina Lucas

Célia Simione Chauque

Elisa Carlitos Paunde

Lúcia Elias Moreno

Kassia Rosa da Costa Xavier

Momed Mamudo Elias

Sérgio Domingos Alberto

Sorte José Jamal

Pessoas Coletivas

O presente Trabalho investigativo da cadeira Direito Civil I,


2° ano, I° semestre, será entregue na Faculdade de Letras
Ciências Sociais e Humanidades, no curso de Direito, de
caracter em grupo, para fins avaliativos sob a orientação da
Docente: Cecília Utiji

Chimoio
Abril, 2024
ÍNDICE
1.Objetivos ................................................................................................................................ 5
1.1.Geral .................................................................................................................................... 5
1.1.1.Específicos........................................................................................................................ 5
1.2.Metodologias ....................................................................................................................... 5
2.Introdução .......................................................................................................................... 6
3.Noções Gerais..................................................................................................................... 7
4.Conceito E Natureza Da Pessoa Coletiva ........................................................................ 8
5.Aquisição e constituição da personalidade jurídica das Pessoas Coletivas .............. 9
5.1.Substrato da pessoa coletiva ...................................................................................... 9
5.1.1.Elemento pessoal ...................................................................................................... 9
5.1.2.Elemento patrimonial ............................................................................................ 10
5.1.3.Elemento teleológico .............................................................................................. 10
5.1.4.Elemento organizatorio ......................................................................................... 11
5.1.4.1.Modalidade dos órgãos ....................................................................................... 11
5.1.5.Reconhecimento ..................................................................................................... 12
5.1.5.1.Reconhecimento Normativo............................................................................... 12
5.1.5.2.Reconhecimento Individual ............................................................................... 12
6.Pessoas coletivas de direito público e pessoas coletivas de direito privado..... 14
6.1.Pessoas coletivas de Direito público ................................................................. 14
6.2.Classificação das pessoas coletivas................................................................... 14
6.2.Classificação das pessoas coletivas de acordo com a lei ................................. 14
7.Associações........................................................................................................................... 15
7.1.Princípios fundamentais das associações ........................................................ 15
7.2.Formalidades para a constituição de uma associação.................................... 16
7.3.Características das associações ........................................................................ 16
7.4.Objetivos ou Finalidade das associações ......................................................... 16
7.5.Patrimônio das associações ............................................................................... 17
7.Fundações ............................................................................................................................ 17
7.1.Princípios fundamentais das fundações ............................................... 18
7.2.Procedimento do reconhecimento da fundação ................................... 18
7.3.Elementos do formulário do pedido do reconhecimento da fundação
........................................................................................................................ 18
7.4.Principais elementos do estatuto das fundações .................................. 19
7.5.Aquisição da personalidade da fundação ............................................. 19
8.Conclusão ............................................................................................................................. 20
9.Referências bibliográficas .................................................................................................. 21
1.Objetivos

1.1.Geral
 Compreender a cessão da relação de trabalho.

1.1.1.Específicos
 Conceituar as pessoas coletivas

 Ilustrar os meios da aquisição da personalidade coletiva

 Ilustrar os substratos da pessoa coletiva

 Ilustrar os elementos das pessoas coletivas

 Demostrar os tipos de pessoas coletivas

 Demostrar os órgãos da pessoa coletiva

 Demostrar os fins da pessoa coletiva

 Fazer uma abordagem comparativa da pessoa coletiva publica e da pessoa coletiva


privada

1.2.Metodologias
Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda Acão desenvolvida
na aplicação do método ou caminho do trabalho de pesquisa. (Laca-tos & Marconi, 2003).
Para a realização do presente trabalho, recorreu-se a revisão bibliográfica, alguns manuais
virtuais e algumas páginas da internet. Sendo assim, é importante realçar que a pesquisa
bibliográficas sucede a partir de materiais já elaborados e/ou publicados, ou seja, de fontes que
podem ser: livros, revistas, doutrinas, monografias, legislações, teses, dissertações, relatórios
de pesquisa, entre outros.
2.Introdução
O presente tema, deste trabalho em grupo, remeter-nos-á à matéria inerente às relações
jurídicas, relativamente às pessoas coletivas, tanto em latus senso como em strito senso, do
ponto de vista legal, mas sem descurar dos pareceres doutrinais, que decerto nos darão uma
ideia mais ampla da temática em abordagem.
É necessário antes realçar que o tema em questão ” pessoas coletivas”, é uma das categorias de
pessoas jurídicas, estas, são entidades entre os quais se pode estabelecer relações jurídicas, Elas
vulgarmente são entes que podem ser titular de personalidade jurídica e automaticamente estar
ou ser adstrita há vinculações e de acordo com a doutrina do direito civil, estão categoricamente
subdividida por pessoas singulares – refere-se geralmente há pessoas físicas ou humanas que
após o seu nascimento completo e com vida, habilitam-se à suscetibilidade de ser titular de
direitos e estarem adstritos há vinculações, - e pessoas coletivas – refere-se há entidades
formadas por pessoas (humanas) ou massas de bens que perseguem um objetivo comum ou
coletivo e o ordenamento jurídico os atribui personalidade jurídica, tendo, portanto, direitos e
obrigações.
3.Noções Gerais
De acordo com Ascensão (2000:23), uma vez que a existência do Direito é concretamente
inerente á existência da pessoa humana, seria suposto que só há esses coubesse o estatuto
pessoas jurídicas. Esta afirmação tornaria evidente a máxima, ubi homo ibisocieta, ubi societa
ibi jus, ergo, ubi homo ibi jus. Mas a história do Direito mostra-nos que existiram épocas na
evolução do Direito e na própria história em si qua tale, que alguns homens perderam o estatuto
de pessoas jurídicas e passaram a ser considerados como rés. Portanto, para o Direito, estes
tinham a qualidade de coisa. Era o caso dos escravos na antiga Roma e na época esclavagista,
as mulheres na idade média e até mesmo nalguns países como E.U.A no século XVIII e XIX.

Hodiernamente, estas exclusões foram eliminadas, com a abolição da escravatura e com a


declaração universal dos direitos humanos foram eliminadas os padrões que caracterizavam as
matéria inerentes a pessoas jurídicas antigamente, mas, verificou-se inovações e mudanças
nesta matéria pois, a personalidade jurídica também passou a ser atribuída há entes diversos à
natureza humana que são as pessoas coletivas, em contraposição há pessoas singulares sendo
regulada a aquisição de personalidade jurídica das mesmas pela lei (vide artigo 158º, nº 2,
Código Civil).
Como já foi supracitado, pessoas coletivas são organizações formadas por um conjunto de pessoas
ou massas de bens, destinadas e dirigidas a prosseguir um interesse comum ou coletivo, as quais o
ordenamento jurídico atribui personalidade jurídica. O ordenamento jurídico os atribui
personalidade jurídica, pelo facto de os mesmos estarem adjacentes há interesses dignos de serem
protegidos e que se desenvolvem de per si, no entanto, são considerados pessoas coletivas por não
estarem intrinsecamente ligadas às pessoas físicas isoladamente, e quando transcendem a duração
normal da vida humana, serão duradouros e no âmbito da relação jurídicas, quer as pessoas
coletivas, quer as pessoas singulares são consideradas paralelamente.
4.Conceito E Natureza Da Pessoa Coletiva
Na visão de Pinto (2005:55) a expressão pessoas coletivas intuitivamente nos ortiga a noção
de uma coletividade, pluralidade de pessoas, contudo na linguagem de Direito esta expressão
refere-se não só a organizações constituídas por pluralidade de pessoas mas também à uma
massa de bens dai que podemos definir, pessoas coletivas como sendo organizações
constituídas por uma coletividade de pessoas ou por uma massa de bens, dirigidos a realização
de interesses comuns, às quais a ordem jurídica atribui a personalidade jurídica. Trata-se de
organizações integradas essencialmente por pessoas ou essencialmente ou bens, que
constituem centros autónomos de relações jurídicas – autónomos mesmo em relação aos seus
membros ou às que atuam como seus órgãos.
Segundo PERREIRA (2007:68) dizem-se pessoas coletivas as organizações de base pessoal ou
patrimonial, votadas a satisfação de determinados interesses comuns, que o direito trata como
sujeitos do direito e, por tanto, como centros de imputação jurídica.
De acordo com ASCENSAO (2000:56) Pessoa coletiva é uma organização essencialmente de
pessoas ou de bens, mobilizada para fins ou interesses determináveis e dotada de personalidade
jurídica uma organização de pessoas que se da o nome de associação ou sociedade; ou uma
organização de bens que se da o nome de fundações.
A estas categorias pertencem, designadamente, o estado, o município, a freguesia, os institutos
públicos, as fundações, as sociedades civis sob forma comercial, as sociedades comerciais, as
associações constituídas por escritura pública ou por meio legalmente admitido, com as
especificações ou requisitos estabelecidos no art.º 167 do N1 do CC.
Nas definições dadas de pessoas coletivas referimos organizações constituídas por uma
coletividade de pessoas e organizações constituídas por uma massa de bens. Há com efeito
duas espécies fundamentais de pessoas coletivas: as corporações ou associações e as fundações
que aprofundaremos mais adiante a respeito das mesmas.
5.Aquisição e constituição da personalidade jurídica das Pessoas Coletivas
A personalidade jurídica das pessoas coletivas adquire-se pelo reconhecimento, salvo no caso
especial previstos na lei, de acordo com código civil (CC) no Artigo 158.º do seu N1.

A personalidade coletiva assenta numa realidade social que implica a reunião de pessoas
determinadas, pessoas essas que prosseguem um certo fim que lhes é comum e que também,
criam um património que é determinado à realização de certos objetivos coletivos, que essas
pessoas entendem como socialmente relevantes.
Daí que, a constituição das pessoas coletivas da-se por meio, do substrato e do reconhecimento.
Visto que, se analisa a pessoa coletiva, considerando-a depois de constituída ou no seu processo
genético, podemos legitimamente reconduzir a substrato aos seus elementos constitutivos: o
substrato e o reconhecimento.

5.1.Substrato da pessoa coletiva


O substrato é o elemento de facto, essência e base, ele trata-se da realidade, lógica e
cronologicamente anterior ao segundo elemento, este é também designado por elemento
material.
É o conjunto de elementos da realidade extrajurídica, elevado à qualidade de sujeito jurídico
pelo reconhecimento. O substrato é imprescindível para a existência da Pessoa Coletiva. No
substrato destacam-se quatro subelementos, sendo estes:
 Pessoal; 
 Patrimonial;
 Teleológico; 
 Organizatório.

5.1.1.Elemento pessoal
Traduz-se no conjunto de pessoas reunidas na pessoa coletiva coerentemente mobilizadas a um
fim comum. Não é elementos essencialmente constitutivos nas fundações, apenas se
verificando nas associações ou corporações, pelo que é em sentido próprio o conjunto dos
associados, ou seja Elemento Pessoal, é a coletividade de indivíduos que se agrupam para a
realização através de atividades pessoais e meios materiais de um escopo ou finalidade
comum.
5.1.2.Elemento patrimonial
Este intervém nas Fundações. É o complexo de bens que o fundador afetou à consecução do
fim fundacional. Tal massa de bens designa-se habitualmente por dotação.
Nas associações só o Elemento Pessoal é relevante, só ele sendo um componente necessário do
substrato da Pessoa Coletiva.
Pode existir a corporação, sem que lhe pertença património. Por sua vez nas Fundações só o
Elemento Patrimonial assume relevo no interior da Pessoa Coletiva, estando a catividade
pessoal necessária à prossecução do escopo fundacional ao serviço da afetação patrimonial
estando subordinada a esta, em segundo plano ou até, rigorosamente, fora do substrato da
Fundação.

5.1.3.Elemento teleológico
A Pessoa Coletiva deve prosseguir uma certa finalidade, justamente a fim ou causa
determinante da formação da coletividade social ou da dotação fundacional.
Toda pessoa coletiva age mobilizada para fins, que determinam a sua razão de existir. É
necessário a existência do fim e objeto determinado.
Torna-se necessário que o fim visado pela Pessoa Coletiva satisfaça a certos requisitos, assim:
Deve revestir os requisitos gerais do objetivo de qualquer negócio jurídico (art.º 280º CC).
Assim, deve o fim da Pessoa Coletiva ser determinável, física ou legalmente, não contrária à
lei ou à ordem pública, nem ofensivo aos bons costumes isso de acordo com o art.º 280º do
código civil (CC).

Quanto às Associações que não tenham por fim o lucro económico dos associados não há
preceito expresso, formulando a sua exigência, mas esta deriva da razão de ser do instituto da
personalidade coletiva.
Quanto às Fundações a exigência deste requisito não oferece dúvidas estando excluída a
admissibilidade duma Fundação dirigida a um fim privado do fundador ou da sua família, isto
de acordo com o art.º 157º do código civil (CC) e que por sua vez é conjugado com artigo 188º
do seu N1 do código civil (CC), resulta a necessidade de o escopo fundacional de ser de
interesse social, e que diz que Não será reconhecida a fundação cujo fim não for considerado
de interesse social pela entidade competente.
5.1.4.Elemento organizatorio
Conjunto de poderes organizados e ordenados com vista à prossecução de um certo fim que se
procede à formulação e manifestação da vontade da Pessoa Coletiva, sendo assim que a Pessoa
Coletiva consegue exteriorizar a sua vontade coletiva, é através dos órgãos que a Pessoa
Coletiva, conhece, pensa e quer.

De acordo com o artigo 33 do código civil (CC) A representação da pessoa coletiva por
intermédio dos seus órgãos é regulada pela respetiva lei pessoal.

E será ela responsável ou seja terá a competência de regular: a capacidade da pessoa coletiva;
a constituição, funcionamento e competência dos seus órgãos; os modos de aquisição e perda
da qualidade de associado e os correspondentes direitos e deveres; a responsabilidade da pessoa
coletiva, bem como a dos respetivos órgãos e membros, perante terceiros; a transformação,
dissolução e extinção da pessoa coletiva, isto de acordo com código civil (CC) no 33 do N2.

É o centro de imputação de poderes funcionais com vista à formação e manifestação da vontade


juridicamente imputável à Pessoa Coletiva, para o exercício de direitos e para o cumprimento
das obrigações que lhe cabem. Não tem todos os poderes e nem todos os direitos que cabem à
Pessoa Singular, só tem Capacidade de Exercício para aquilo que lhe é especificamente
imposto.
A cada órgão são atribuídos poderes específicos segundo uma certa organização interna, que
envolve a determinação das pessoas que os vão exercer. Os titulares são os suportes funcionais
atribuídos a cada órgão, o qual denomina-se competência do órgão.

 Órgão individual – decide; 


 Órgão deliberativo – delibera

5.1.4.1.Modalidade dos órgãos


Esta distinção resulta do suporte do órgão ser constituído por uma singular ou várias colegial
pessoas, ou seja os órgãos podem ser singular quando constituída apenas por uma e colegial
quando constituída por várias.

Para Pereira (2007), há duas classificações ou modalidades quanto á competência, que podem
ser: Órgãos Ativos e órgãos consultivos.
Órgãos ativos são os que exprimirem uma vontade juridicamente imputável à Pessoa Coletiva.
Que se subdivide em órgãos internos e órgãos externos. Cabe ao órgão formar a vontade da
Pessoa Coletiva ou projetar para o exterior a vontade da Pessoa Coletiva.

Órgãos Consultivos são os que se limita-se a preparar elementos informadores necessários à


formação da deliberação ou decisão final.

5.1.5.Reconhecimento
De acordo com Mário (1884), o reconhecimento é a atribuição pela ordem jurídica, ao
substrato, da personalidade jurídica. Assim, só com o reconhecimento a organização de facto
pode ascender a pessoa jurídica ser suscetível de direitos e deveres; ou seja, a pessoa jurídica
nasce, constitui-se de Direito, apenas com o reconhecimento.
De acordo com o código civil (CC) no artigo 158ᵒ As associações e fundações adquirem
personalidade jurídica através do reconhecimento, salvo disposição especial da lei.
O reconhecimento é feito de forma individual e da competência do Governo, ou do seu
representante no distrito quando a catividade da associação ou fundação deva confinar-se na
área dessa circunscrição territorial.

O reconhecimento pode assumir as seguintes formas fundamentais:


 Reconhecimento normativo; 
 Reconhecimento individual (por concessão).

5.1.5.1.Reconhecimento Normativo
A Personalidade Jurídica da Pessoa Coletiva é atribuída por uma norma jurídica a todas as
entidades que preenchem certos requisitos inseridos nessa norma jurídica. Este pode ainda ser:
 Incondicionado: quando a atribuição da Personalidade Jurídica só depende da
existência de um substrato completo. Não são necessárias mais exigências. 
 Condicionado: quando a ordem jurídica, já pressupõe certos requisitos de
personificação.

5.1.5.2.Reconhecimento Individual
Reconhecimento individual Para que o reconhecimento tenha lugar, é necessário que o
substrato esteja constituído. Resultando o substrato, nas fundações, da vontade do fundador, o
seu regime legal é orientado por esta. Como o prevê o artigo 185ᵒ do código civil (cc) que diz
que as fundações podem ser instituídas por acto entre vivos ou por testamento, valendo como
aceitação dos bens a elas destinados, num caso ou noutro, o reconhecimento respectivo, e
também o reconhecimento pode ser requerido pelo instituidor, seus herdeiros ou executores
testamentários, ou ser oficiosamente promovido pela autoridade competente. Ai determinando
desde logo, o fim que a fundação deverá exclusivamente prosseguir.

A instituição intervivos terá de revestir a forma de escritura pública.


Os elementos essenciais da instituição intervivos são apenas dois, nos termos do art. 186ᵒ do
código civil do N1, que são: a determinação dos seus fins e a especificações dos bens que
lhe são atribuído.

A determinação do fim: uma vez que não poderá ser reconhecida a fundação cujo fim não for
considerado de interesse social pele autoridade administrativa competente, de acordo com
código civil no artigo 188ᵒ do N1 que diz que Não será reconhecida a fundação cujo fim não
for considerado de interesse social pela entidade competente.

As especificações dos bens que lhe são atribuído: dado que também não poderá ser
reconhecida a fundação para a qual forem afetados bens que se mostrem insuficientes para a
prossecução daquele fim, nem se verifiquem justificadas expectativas de suprimento desta
insuficiência, isto de acordo com o código civil no artigo 188ᵒ do N2 que diz que Será
igualmente negado o reconhecimento, quando os bens afetados à fundação se mostrem
insuficientes para a prossecução do fim visado e não haja fundadas expectativas de suprimento
da insuficiência.
A determinação da sede, da organização e do funcionamento, podem apenas constar dos
estatutos.
Estatutos que caso não existam ainda, ou se apresentem incompletos no momento do
reconhecimento, devem ser providos pela autoridade competente para este reconhecimento. Se
a falta ou a insuficiência de estatutos acontecer em função instituída por testamento, os
executores desta poderão elabora-los até um ano após abertura da sucessão.

O reconhecimento duma fundação só pode ser negado com fundamento nas duas verificações
apontadas: fim de interesse não social e insuficiência de bens necessários a prossecução deste
fim.
6.Pessoas coletivas de direito público e pessoas coletivas de direito privado
Segundo Pinto (2005) há que distinguir entre pessoas coletivas públicas e pessoas coletivas
privadas. Serão pessoas coletivas públicas aquelas que disponham de competências de poder
publico, traduzidas numa posição de supremacia. Posição esta manifestada na suscetibilidade
de recurso imediato a formas de proteção coativa estadual para submeter os particulares das
suas normas ou decisões. Serão pessoas de Direito privado, por exclusão todas as que não
disponham de poder publico.

6.1.Pessoas coletivas de Direito público


Na visão de Telles (2001) são pessoas de Direito Público, aquelas que se encontram vinculadas
e cooperam com o Estado num conjunto de funções públicas específicas, isto é, são entidades
constituídas por iniciativa publica, para assegurar a prossecução de interesses públicos, e
detentoras, em regra, de puderes de autoridade exercidos em nome próprio. Estes ocupam uma
posição de supremacia em relação aos particulares, que tem de lhes obedecer. Agem sob a
égide do Direito público; mas podem atuar, e por vezes acuam nos termos próprios do Direito
privado.

6.2.Classificação das pessoas coletivas


De acordo com SOUSA (1994:63) no âmbito da classificação das pessoas coletivas recorremos
a duas fontes mais citadas, são nomeadamente a Doutrina e a Lei. São apenas classificações
doutrinais aquelas que a literatura jurídica elabora e constituindo classificações legais aquelas
que o texto legal consagra. Faremos aqui referência as classificações mais divulgadas:

6.2.Classificação das pessoas coletivas de acordo com a lei


De acordo com o código civil no artigo 158ᵒ as pessoas coletivas estão classificadas em
associações e fundações.

Associações e fundações Como dissemos, que a pessoa coletiva é uma organização de pessoas
ou de bens mobilizada à prossecução de um fim comum e dotada de personalidade jurídica; é
tomada aqui a definição entre os dois tipos de substrato que podem fundar a pessoa coletiva:
Organização de pessoas e Organização de bens.
7.Associações
Será o conjunto de pessoas que se organizem para fins não econômicos e ela é formada por
pessoas naturais ou físicas, que têm objetivos comuns, no entanto, unem-se nessa nomenclatura
por possuírem características semelhantes e básicas, de acordo com o código civil e a lei N
8/1991 de 18 de julho.
Associação, em um sentido amplo, é qualquer iniciativa formal ou informal que reúne pessoas
físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando superar dificuldades e gerar
benefícios para os seus associados.

6.2.Princípios fundamentais das associações


De acordo com a lei n: 8/1991 de 18 de Julho são princípios das associações: o Princípio da
adesão voluntária, o princípio da transparência, Princípio da gestão democrática e Princípio da
participação econômica dos sócios.

Princípio Da Transparência
As associações não podem ter carácter secreto ou seja elas devem ser transparente em todos os
sentido, na organização ate o seu funcionamento.

Princípio da adesão voluntária


As associações são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a usar seus
serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócio, sem discriminação social, racial,
política, religiosa e de gênero.

Princípio da gestão democrática


As associações são organizações democráticas, controladas por seus sócios, que participam
ativamente no estabelecimento de suas políticas e na tomada de decisões.
Homens e mulheres eleitos como representantes são responsáveis para com os sócios.
Princípio da participação econômica dos sócios
Os sócios contribuem de forma equitativa e controlam democraticamente as suas associações.
Os sócios destinam eventual superavit para os seus objetivos por meio de deliberação em
assembleia geral.

6.3.Formalidades para a constituição de uma associação


Para a formalização de uma associação deve conter escritura pública.
É necessário que nessa escritura pública se satisfaçam um conjunto de exigências mínimas de
conteúdo como esta previsto no artigo 167º do N1 Código Civil que diz que o ato de
constituição da associação especificará os bens ou serviços com que os associados concorrem
para o património social, a denominação, fim e sede da pessoa coletiva, a forma do seu
funcionamento, assim como a sua duração, quando a associação se não constitua por tempo
indeterminado.
No entanto, para o ato ter eficácia plena, é necessário que haja publicidade da associação e
dos seus estatutos isto de acordo com o artigo 168º do N2/3 Código civil que diz que O ato de
constituição da associação, os estatutos e suas alterações, para produzirem efeitos em relação
a terceiros, necessitam de ser publicados no jornal oficial.
A publicidade faz-se pela remessa do estrato de escritura de constituição ao Ministério Público;
à entidade administrativa (Governo Civil) e ao jornal oficial (Diário da República).
Para assegurar devidamente a publicidade, a lei impõe que o próprio notário promova essa
publicidade oficiosamente, a expensas da associação.

6.4.Características das associações


As associações não devem ter fins lucrativos, elas devem ser 100% democrática, as associações
devem ser constituídas por um número de fundadores não inferior a dez (10), e a sua atuação
deve ser transparente, isto de acordo com artigo 4 da lei N 8/1991 de 18 de Julho.

6.5.Objetivos ou Finalidade das associações


Defesa e promoção dos interesses das pessoas (físicas e/ou jurídicas) que a constituíram.
As associações, de acordo com a sua finalidade, podem ser classificadas em 3 grupos
principais:
1. Aquelas que têm por fim o interesse pessoal dos próprios associados, sem objetivo de lucro,
como as sociedades recreativas ou literárias;
2. As que têm objeto principal a realização de uma obra estranha ao interesse pessoal dos
associados, e que fique sob a dependência da associação ou se torne dela autônoma, por
exemplo, as associações beneficentes. Embora seus associados possam visar ao interesse
pessoal, sua finalidade primordial é a de prover uma obra de caridade em benefício de terceiros;
3. As associações que têm por finalidade principal ficarem subordinadas a uma obra dirigida
autonomamente por terceiras pessoas.

6.6.Patrimônio das associações


Formado por taxa paga pelos associados, doações, fundos e reservas. Não possui capital social.
Toda associação com personalidade jurídica é dotada de patrimônio e movimentação
financeira, porém não poderá repartir o retorno econômico entre os associados, uma vez que
será usada no fim da associação e nunca está sujeita à falência ou recuperação econômica.

7.Fundações
Clóvis Beviláqua, em comentário ao Código Civil, define Fundação como sendo uma
universidade de bens personalizada, em atenção ao fim que lhe dá unidade. Na Teoria Geral,
define a fundação como um patrimônio transfigurado pela ideia, que o põe ao serviço de u m
fim determinado.
De acordo com o Orlando Gomes A fundação é uma pessoa jurídica de tipo especial, que
constitui um acervo destinado ao cumprimento de determinado fim, em uma palavra, um
patrimônio destinado a um fim, ou seja é a atribuição de personalidade ao conjunto de bens que
alguém destina à realização de certo fim é u m recurso técnico necessário a que a obra possa
sobreviver a seu criador.

As fundações são pessoas coletivas do direito privado com especificidades muito claras. Desde
logo, não surgem realizando a vontade determinada e própria duma pluralidade de pessoas,
pelo contrário por impulso de apenas uma pessoa, de um fundador e num interesse social,
alheio. É o fundador que institui por ato unilateral, a fundação. Para tanto, afetara
definitivamente uma determinada massa de bens, à realização de um fim de interesse social. É
assim, a vontade do fundador que impõe no ato da instituição o fim da fundação e no mesmo
ato e estatuto que determinam a sua organização e funcionamento.
As fundações no ordenamento jurídico Moçambicano enquadram-se dentro do capítulo do
Código Civil dedicado às pessoas coletivas – artigos 157.º e seguintes. Para além deste
diploma, o seu regime encontra-se ainda regulado mais específica e exaustivamente pela
recente Lei n.º16/2018 de 28 de dezembro, vem definir as regras a observar no procedimento
administrativo de reconhecimento de fundações, bem como de modificação de estatutos e ainda
de transformação e extinção das mesmas.

7.1.Princípios fundamentais das fundações


De acordo com a Lei n.º16/2018 de 28 de dezembro, são princípio das fundações, o Princípio
da adesão voluntária, o princípio da transparência, Princípio da gestão democrática.

Princípio Da Transparência
De acordo com o artigo 13 da Lei n.º16/2018 de 28 de dezembro As fundações não podem ter
carácter secreto ou seja elas devem ser transparente em todos os sentidos, na organização ate o
seu funcionamento.

Princípio da adesão voluntária


As fundações são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a usar seus serviços
e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócio, sem discriminação social, racial, política,
religiosa e de gênero.

Princípio da gestão democrática


As fundações são organizações democráticas, controladas por seus sócios, que participam
ativamente no estabelecimento de suas políticas e na tomada de decisões.
Homens e mulheres eleitos como representantes são responsáveis para com os sócios.

7.2.Procedimento do reconhecimento da fundação


De acordo com o artigo 16 da lei Nº16/2018 de 28 de dezembro, o reconhecimento de uma
fundação inicia com a apresentação do respetivo pedido.

7.3.Elementos do formulário do pedido do reconhecimento da fundação


De acordo com o artigo 16 do seu N2 da lei Nº16/2018 de 28 de dezembro, o formulário devera
conter os seguintes requisitos:
a) Identificação do requerente e a justificação da sua respetiva legitimidade.
b) Documento que comprovem a instituição da fundação.
c) Comprovativo de uma dotação patrimonial inicial suficiente.
d) Memorando dos fins da fundação
e) Indicação de todos os bens de afetos a fundação e dos donativos dado a fundação
f) Compromisso de honra de que não existe dívidas ou litígios
g) Certidão de autorização
h) Textos de estatutos
i) Indicação das respetivas delegações da fundação
j) Indicação dos nomes dos integrantes da fundação

7.4.Principais elementos do estatuto das fundações


De acordo com a lei Nº16/2018 de 28 de dezembro, no artigo 7, diz que o instituidor devera
colocar no estatuto da fundação são a determinação dos seus fins e a especificações dos bens
que lhe são atribuído, como não só devera também conter entre outras menções, que são: a
denominação, a sede da fundação, modalidades do seu funcionamento, os termos de
transformação ou extinção e destino dos respetivos bens.

7.5.Aquisição da personalidade da fundação


De acordo com o código civil Artigo 158.º que diz que As associações e fundações adquirem
personalidade jurídica pelo reconhecimento, salvo disposição especial da lei, e que por sua vez
é conjugado pelo artigo 10 da lei n.º16/2018 de 28 de dezembro, que diz que a fundação esta
sujeita a um registo na conservatória de registo de entidades legais, e depois do registo e da sua
publicação no jornal oficial produzira os seus efeitos a terceiros.
8.Conclusão
Após todas pesquisas, pudemos concluir que “pessoas coletivas”, não é simplesmente uma
pluralidade de pessoas, conjunto de indivíduos voltados à satisfação de interesses comuns,
contudo, na linguagem de Direito esta expressão refere-se a uma organização essencialmente
de pessoas ou de bens, mobilizada para fins ou interesses determináveis e dotada de
personalidade jurídica uma organização de pessoas associação; ou uma organização de bens
fundações. Nas associações, é fundamental apenas o elemento pessoal, sendo possível, embora
seja uma hipótese rara, a inexistência de um património; este, quando existe, está subordinado
ao elemento pessoal. Nas fundações, é fundamental o elemento patrimonial, sendo a catividade
pessoal dos administradores subordinada à afetação patrimonial feita pelo fundador e estando
ao serviço dela; beneficiários e fundadores estão, respetivamente, além e aquém da fundação.
Para o Direito Moçambicano adquire-se Personalidade Jurídica quando há vida,
independentemente do tempo que se está vivo. A durabilidade não tem importância para a
Personalidade Jurídica, geralmente, o “ponto” de referência para o começo da Personalidade
Jurídica é a constatação da existência de respiração. Isto porque a respiração vem significar o
começo de vida.
9.Referências bibliográficas
Lei Nº 16/2018 de 28 de dezembro- associação
Lei Nᵒ 8/1991 de 18 de Julho- fundação
Código Civil 2ᵒ edição 2023/2024
https://octalberto.wixsite.com/octalberto/e-pessoas-colectiva
AMARAL, Diogo Freitas, Curso de Direito Administrativo, Vol. I, 2006, 3ª Edição.
ASCENSAO, José de Oliveira. Direito Civil Teoria Geral. Introdução as pessoas e
bens.Volume 2.
2ª Edição. Coimbra Editora. 2000. CAETANO, Marcelo. Manual de Direito Administrativo,
1984, 10ª Edição MÁRIO, Esteves De Oliveira, Direito Administrativo, 1984, 2ª Edição
PERREIRA, Manuel das Neves. Introdução ao Direito e às obrigações.

3ª Edição. Edições Amedina, SA. Outubro.2007 SOUSA, Marcelo Rebelo Lições de Direito
Administrativo, 1994/1995
TELLES, Inocêncio Galvão. Introdução ao estudo do Direito. Volume 2. 10ª Edição. Coimbra
Editora. Março, 2001.
PINTO, Carlo Alfredo da Mota. Teoria geral do Direito Civil. 4ª Edição. Coimbra Editora.
Março, 2005.

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