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AS NACIONALIZAÇÕES
(Licenciatura em Direito)
UNIVERSIDADE ROVUMA
Nampula
2023
Neves Shida Saide Amisse
AS NACIONALIZAÇÕES
UNIVERSIDADE ROVUMA
Nampula
2023
2
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 4
Metodologia ...................................................................................................................... 5
1. Conceito de nacionalização ........................................................................................... 7
1.1. Elementos de nacionalização ...................................................................................... 8
1.2. Regime jurídico das nacionalizações no contexto Moçambicano .............................. 9
1.2.1. Ponto de vista constitucional ................................................................................... 9
1.2.2. Evolução jurídico-constitucional do regime das nacionalizações ......................... 10
1.2.3. Os limites constitucionais à nacionalização .......................................................... 10
2.1.Processos de nacionalizações ................................................................................... 12
2.1.2. Regime das nacionalizações .................................................................................. 13
2.1.3. Natureza jurídica do acto de nacionalização ......................................................... 13
2.1.4. Objecto da nacionalização ..................................................................................... 13
Conclusão ....................................................................................................................... 15
Referências bibliográficas .............................................................................................. 16
3
Introdução
O presente trabalho que tem como tema “ Nacionalização” é de extrema importância para
os estudantes do Direito, Economia e outras sociedades académicas, visto que abordagem
deste é muito difícil na sociedade. Portanto, no concernente deste, iremos debruçar acerca
da noção das nacionalizações, elementos da nacionalização bem como Evolução jurídico-
constitucional do regime das nacionalizações.
Em seguida, iremos debruçar acerca dos limites das nacionalizações, e finalmente, vamos
trazer uma análise sobre os traços específicos no concernente ao enquadramento histórico
das nacionalizações no âmbito Moçambicano, especificando os marcos que caracterizam
as nacionalizações à luz da constituição.
Objectivos
A realização deste estudo tem como objectivo geral, analisar as nacionalizações bem
como o Regime jurídico das nacionalizações no contexto Moçambicano, no âmbito da
obtenção do grau de Licenciatura em Direito.
Estrutura
Para melhor compreensão do conteúdo deste trabalho o mesmo está estruturado em:
Introdução;
Objectivos;
Metodologia;
Desenvolvimento;
4
Conclusão; e
Referência bibliográfica
Metodologia
Revisão Bibliográfica
Método comparativo
Pesquisa qualitativa
5
Nesse sentido, OLIVEIRA (2011, p.82) assenta:
6
1. Conceito de nacionalização
Distingue-se ainda da exploração, na medida em que esta prevê o pagamento de uma justa
indemnização, enquanto a nacionalização não obrigava a uma indemnização em tal
medida até 1982.
A criação dos sectores públicos empresariais com peso significativo nas economias
nacionais encontra-se historicamente ligado a experiencia de nacionalização. Também
em Portugal, embora como se viu, as figuras da empresa pública, tinham surgido mais
1
SANTOS, Antonio Carlos. Direito Economico. Coimbra, Almedina 5ªed, parte II. 2004
2
CORDEIRO, Antonio Meneses. Da nacionalização do BPN, Revista de sociedades Comerciais, Ano, I
numero I. coimbra, Almedine, 2009
7
cedo, ela ganhou relevância política e económica com as nacionalizações ocorridas no
seguimento do 11de Março de 19753.
Num sentido restrito, as nacionalizações constituem um acto político legislativo que tem
por efeito a transferência doa propriedade de bens económicos da propriedade privada
para a propriedade pública5.
3
K. KATZAROV, Théorie de la Nationalisation, Neuchatel, 1960. Entre nós, N. SÁ GOMES, “Nacionalizações
e Privatizações” Caderno de Ciência e Técnica Fiscal, n.°155, Lisboa: DGCI, 1988; A. SIMÕES Patrício,
4
DOS SANTOS, António Carlos, Direito Económico, 7ª Edição, ALMEDINA, 2014, p.149;
5
MIAMBO, Preciosa, Intervenção do Estado na Economia: A Intervenção Directa, 1ª Edição, ISM, Maputo,
2010, p.12;
8
Sobre este último elemento, parte da doutrina considera ainda que a nacionalização
pode ocorrer sem a transferência de posse dos bens nacionalizados da propriedade privada
para a propriedade pública ou sector publico. Por exemplo, os bens nacionalizados podem
ser afectados à uma cooperativa.
Assim não obstante o facto de a nacionalização ser um acto estatal, a posse e a gestão útil
dos bens económicos nacionalizados poderá ser assegurada por outras entidades distintas
do Estado. No exemplo que estamos a citar, a posse e gestão podem atribuídasà uma
cooperativa.
Análise de aspectos jurídico de qualquer que seja o instituto jurídico é mais proveitosa
partindo se da lei fundamental para passar se depois aos afloramentos que se tenha a nível
infla-constitucional.
Tanto somente o art. 8º da CPRM confere ao Estado a propriedade da terra, dos recursos
naturais situados no solo e no subsolo, nas águas territoriais e na plataforma continental,
o que não é irrelevante, a despeito as implicações directas e imediatas da proclamação da
independência, uma vez que transfere clara e distintamente a titularidade da terra para o
Estado Moçambicano.
Preceitos análogos constatam das constituições de 1990 (art. 35º, 46º e 47º) e de 2004
(art. 98º, 109º, 110º e 111º) mas, embora desenvolvidos na letra e até no espírito não tem
a mesma relevância que na constituição do Tofo dado os contextos históricos da vigência
de cada uma. Ao nosso ver, as duas últimas têm neste aspecto, um conteúdo meramente
reafirmativo e esclarecedor6.
Pese embora, já na CPRM, se fizesse referência a sector económico do Estado na 1ª, parte
do art. 10º, não resulta claro que a Assembleia Constituinte do Tofo o teria feito impelido
por uma estratégia oficial de nacionalizações com vista a objectivo. É certo,em todo o
caso, que não se poderia, e nem se pode, reputar as nacionalizações
6
WATY, Teodoro Andrade, Direito Económico, WW Editora, limitada, Maputo-Moçambique, 2009;
9
efectuadas de inconstitucionais, uma vez não se pode extrair das constituições preceito
proibitivo.
10
assumir uma preponderância tal que comprimam o sector privado da economia, à luz do
princípio constitucional da consistência de sectores de propriedade dos meios de
produção e dos direitos de iniciativa e propriedade privada.
De igual modo, está vedada a nacionalização daquelas empresas que sejam o suporte e
requisito essencial de liberdades fundamentais, como seja a liberdade de informação e
de imprensa, o que excluirá a nacionalização extensiva de empresas de comunicação
social.
Pode daqui concluir-se que a nacionalização não pode ser arbitrária, mas deve ser
justificada à luz do “interesse público”. Para além desta limitação legal, há os limites
constitucionais implícitos já aludidos que vão no sentido de que as nacionalizações não
podem infringir tal extensão que ponham em causa a subsistência do sector privado ada
economia à luz d princípio constitucional da coexistência de sector de propriedade nos
meios de produção e dos direitos de iniciativa e propriedade privada8.
8
Artigo 99, art. 107 e nº 1 do art. 82 da CRM.
11
De igual modo, esta vedada, por força do art. 48 da CRM e seus desenvolvimentos a nível
infraconstitucional, a nacionalização daquelas empresas que sejam o suporte e requisito
essencial de liberdades fundamentais, como sejam a liberdade de expressão e de imprensa
e o direito à informação, o que inclui a possibilidade legal de nacionalização de empresas
de comunicação social.
Moçambique não era uma economia liberal, já que apesar da sua matriz
predominantemente privada, tinha um modelo fortemente condicionado pelo Estado na
posição de cliente, regulador e protector das pressões da concorrência externa. Embora as
nacionalizações tenham envolvido um número alargado de empresas, não foram
nacionalizadas empresas estrangeiras e empresas com participações estrangeiras, por
questões diplomáticas.
12
2.1.2. Regime das nacionalizações
9
SANCHES, José Luís Saldanha. A Lei da Nacionalizações e a Nacionalização da Lei: uma divida e cinco
ideias, disponível em http://www.saldanhasanches.pt/2-Edicao%20Direito%Prof.JLSS.pdf
13
formalizar num acto legislativo; (b) o objecto da nacionalização é um bem económico
stricto sensu. O que motiva a nacionalização não é o valor real do património do bem ou
bens, mas antes, e como aliás já fizemos notar, o facto de se tratar de uma unidade
produtiva (explorações ou empresas agrícolas comerciais, industriais, etc.) porespecíficos
motivos de intervenção na estrutura do poder económico ou da condução económica.
Daqui decorre que o acto de nacionalização implique uma alteração da utilidade e
finalidade económicas dos bens objecto de nacionalização; eles continuarão como
unidades produtivas, agora na posse da colectividade (Nação).10 (c) a titularidade e posse
útil dos bens transferidos para a Nação.
O sector publico empresarial foi entre nós, embora impropriamente, caracterizado por
empresas estatais e intervencionadas. Não nos referimos as empresas nacionalizadas, na
medida em que estas foram sempre transformadas em empresas estatais.
Atente-se que nesta abordagem deve ter-se sempre presentes a distinção entre as figuras
de nacionalização e expropriação. Sobre isto já ficou dito, essencialmente, que a
expropriação, que é limitativa do direito de propriedade, dá lugar, nos termos de n° 2 do
artigo 82 da CRM, a justa indemnização; já a nacionalização, como um acto de limitação
o direito de empresa, dá direito também a indemnização. Não deixa de ser curioso saber
onde vamos buscar o comando neste sentido.
10
A nacionalização implica, num primeiro momento, a transferência de um bem para a propriedade
pública. O termo da referência da nacionalização é a Nação, e não o Estado. Quer isto significar que o
interesse da colectividade, de Nação, pode exigir formas de detenção e gestão dos bens nacionalizados
não necessariamente estatais, antes se reconhecendo que a prossecução do interesse colectivo pode
aconselhar formas mais amplas e diversificadas de gestão de bens nacionalizados.
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Conclusão
A nacionalização consiste num acto político, em regra, contido num diploma legislativo,
que incide sobre meios de produção, implicando a transferências desses meios para a
propriedade pública, em regra do Estado em sentido estrito;
No concernente ao confronto com figuras afins, notou-se que existem cincos conceitos
que podem ser confundidos com afiguras das nacionalizações. Pois, trata-se de conceitos
de Expropriação, confisco, reversão, resgate de concessão e intervenção do Estado na
gestão das empresas privadas;
Por outro lado, notamos que após a independência, foram introduzidas medidas
legislativas com o objectivo de nacionalizar os bens, unidades económicas e serviços
inseridos nos sectores essenciais da sociedade.
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Referências bibliográficas
Legislação
Doutrina
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