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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sócias e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

COMO DEVE ACTUAR UM PROFISSIONAL ÉTICO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Clemente Francisco Jussa

Código: 71210431
Quelimane, Setembro de 2023

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sócias e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

COMO DEVE ACTUAR UM PROFISSIONAL ÉTICO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de Português da UnISCED.
Tutor: Msc. António Alberto Filipe

Clemente Francisco Jussa

Código: 71210431

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Quelimane, Setembro de 2023

Sumário Pág.

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................3

1.1 Objectivos...............................................................................................................................3

1.1.1 Geral.................................................................................................................................3

1.1.2 Específicos.......................................................................................................................3

1.2 Metodologias..........................................................................................................................4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................5

2.1 Conceitos básicos....................................................................................................................5

2.1.1 Ética..................................................................................................................................5

2.1.2 Ética Profissional.............................................................................................................5

2.2 Como deve actuar um Profissional ético na administração pública.......................................6

2.2.1 Princípios fundamentais da Administração Pública.........................................................7

3 CONCLUSÃO...............................................................................................................................9

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................10

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1 INTRODUÇÃO

O problema da ética no serviço público é tão antigo quanto o próprio governo. O


problema pode ser antigo, mas não pode ser considerado resolvido, sendo necessário revisitá-lo
permanentemente tanto em busca de soluções mais adequadas à realidade actual quanto para
discutir o ´´deve ser``, o ideal, o utópico (mas não impossível) em Administração Pública. Em
primeiro lugar, pode-se compreender a Administração Pública como o braço executivo do
governo, a estrutura que permite formular, implantar e executar as políticas públicas por este
definido; em seguida, é possível analisá-la sob a perspectiva da prática profissional de indivíduos
que se envolvem quotidianamente nas actividades organizadas pela estrutura supracitada; por
fim, ela pode ser trabalhada como um campo de pesquisa e de produção de conhecimento sobre
os dois primeiros elementos.

É preciso perceber que um acto é corrupto se um membro de uma certa organização ou


instituição utiliza-se da sua posição, seus direitos de tomar decisões e seu acesso a informações
ou algum outro recurso restrito para obter uma vantagem para si ou para terceira pessoa
recebendo em troca uma vantagem económica ou pessoal.

Quando o acto corrupto envolve cargos de alto nível, maior será o seu impacto e por,
consequência, maiores os incentivos para a ocorrência de ´´transbordamento`` espalhando a
corrupção para níveis inferiores, ou possibilitando o surgimento de outras lideranças como
frequentemente se observa no jogo político

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

 Compreender como deve actuar um Profissional ético na administração pública

1.1.2 Específicos

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 Conceituar os conceitos básicos da Ética;
 Explicar como deve actuar um Profissional ético na administração pública.

1.2 Metodologias

O trabalho foi elaborado por meio da pesquisa bibliográfica e a Internet, contudo o


trabalho apresenta conteúdo descritivo e explicativo. Segundo Gil (2006, pág. 65), pesquisa
bibliográfica é aquela que é desenvolvida a partir do material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Esta é relevante para a realização dos trabalhos
porque facilita a recolha de dados, utilizando os métodos científicos. Estas são pesquisas usadas
para que o objectivo pretendido no presente trabalho fosse alcançado, e após estas pesquisas fez-
se a devida revisão das várias abordagens trazidas a tona pelos autores das obras consultadas. Por
outro lado, foi necessário o uso das tecnologias de informação e comunicação para a sua
digitação, usando concretamente o Microsoft Office.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceitos básicos

2.1.1 Ética

A ética é a parte da filosofia que trata da reflexão sobre os princípios que fundamentam a
moral. Pode ser entendida como uma teoria filosófica ou científica. De acordo com Bauman
(1997) ética é um código moral que pretende ser o único conjunto de regras de conduta
harmonicamente coerentes ao qual toda pessoa considerada moral deva obedecer.

De acordo com Holanda (2010) a ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à
conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativa à
determinada sociedade, ou seja, de modo absoluto.

Para Vázquez (2002) ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade. É um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objectivos a respeito do
comportamento humano moral.

Marie-Helène Parizeau (2003) expande a discussão ao tratar do conceito de ética aplicada,


na qual as interrogações e questionamentos morais são relacionados a esferas específicas da vida
humana. Uma ética da Administração Pública pertence, forçosamente, a esse reino das éticas
aplicadas, na medida em que é preciso definir princípios e normas de ação que norteiem o ser
humano nessa esfera da vida, embora não necessariamente o faça em outra. Para essa autora, as
éticas aplicadas se referem a contextos específicos nos quais se desenvolvem análises de
consequências e decisões são tomadas.

2.1.2 Ética Profissional

Entende-se que a ética ela se apresenta de formas diferentes, onde se relaciona no meio
social, familiar e no âmbito profissional.
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Seguindo este raciocínio Masiero (2007, p. 455) salienta que Ética profissional reúne um
conjunto de normas de conduta, exigido no exercício de qualquer actividade económica. No papel
de ´´reguladora`` da acção, a ética age no desempenho das profissões, levando a respeitar os
semelhantes, no exercício de suas carreiras.

O crescimento profissional assim como as profissões existentes, tem responsabilidade


considerável na sociedade, nos mais diferentes cargos e áreas onde se inserem. Todo profissional
possui sua peculiaridade, e tem consigo sua responsabilidade perante a aplicação de seu serviço,
visando ganhos tanto na parte pessoal como na parte profissional.

2.2 Como deve actuar um Profissional ético na administração pública

A história da humanidade demostra que a convivência dos seres humanos em


colectividade influenciou para se tornarem seres sociais e políticos (Alencastro, 1997). Desse
modo, o ser humano, vai à procura de segurança que possa garantir sua sobrevivência,
organizando-se em grupo, e que acabam cedendo parcelas do seu individualismo para se
beneficiar da União, da divisão do trabalho e da protecção que a vida comunitária proporciona.

A actuação profissional é um assunto discutido devido à importância que se tem quando a


questão é qualidades pessoais ou até mesmo virtudes. Para Aristóteles (1992, pág.75) essa ideia
não era nova, ele já analisa, dentre outras, a virtude da honestidade outras pessoas se excedem no
sentido de obter qualquer coisa e de qualquer fonte por exemplo os que fazem negócios sórdidos,
os proxenetas e demais pessoas desse tipo, bem como os usuários, que emprestam pequenas
importâncias a juros altos.

O que há de comum entre elas é obviamente uma ganância sórdida, e todas carregam um
aviltante por causa do ganho de um pequeno ganho, aliás. Com efeito, aquelas pessoas que
ganham muito em fontes erradas, e cujos ganhos não são justos por exemplo, os tiranos quando
saqueiam cidades e roubam templos, não são chamados de avarentos, mas de maus, ímpios e
injustos. (1992, pág. 75).

As virtudes profissionais, como: a honestidade, a competência, a lealdade, a


responsabilidade, o sigilo, a coragem, a perseverança, a prudência e a imparcialidade, são

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virtudes essências que devem constar na lista de profissionais que seguem uma conduta ética
eficaz e necessária para a administração pública.

A Administração Pública ao zelar pelos interesses de cada cidadão, zela pelos interesses
gerais da sociedade e seus valores e assume um compromisso social que lhe aporta
responsabilidades:

 De carácter organizacional perante o cidadão-contribuinte;


 De carácter institucional perante o cidadão-eleitor; e
 De carácter contratual perante o cidadão-societário.

2.2.1 Princípios fundamentais da Administração Pública

De acordo com o definido n° 2 do artigo 249, os órgãos da administração pública


obedecem o à Constituição da República, actuam com respeito pelos princípios da igualdade, da
imparcialidade, da ética e da justiça. Actuam de forma justa e imparcial, conforme prescreve o
artigo 6. A imparcialidade prevista impõe que os titulares e os membros dos órgãos da
Administração pública se abstenham de praticar ou participar na prática de actos ou contratos
administrativos, nomeadamente de tomar decisões que visem interesse próprio, do seu cônjuge,
parente ou enfim, bem como de outras entidades com as quais possa ter conflitos de interesses
nos termos da lei.

 Princípio da transparência da Administração Pública

De acordo com o preceituado no artigo 7 do Decreto n° 30/2001 o princípio da


transparência implica a publicidade da actividade administrativa, nomeadamente os
regulamentos, normas e regras processuais, devem ser publicados de tal modo que as pessoas
singulares e colectivas possam saber antecipadamente, as condições jurídicas em que poderão
realizar os seus interesses e exercer os seus direitos.

 Princípio da Colaboração da Administração com os particulares

De acordo com o estabelecido no artigo 8 do Decreto n° 30/2001, os órgãos e instituições


da administração pública colaboram com os particulares devendo designadamente: prestar as
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informações orais ou escritas, bem como os esclarecimentos que os particulares lhes solicitam, ou
apoiar e estimular as iniciativas dos particulares, receber as suas informações e considerar as suas
sugestões, o que também implica que administração pública é responsável pelas informações
prestadas por escrito aos particulares, ainda que não obrigatórias.

 Princípio da participação dos particulares

Os órgãos e instituições da Administração Pública promovem a participação das pessoas


singulares e colectivas que tenham por objecto a defesa dos seus interesses, na formação de
decisões que lhes disserem respeito, conforme resulta do artigo 9 do Decreto 30/2001.

 Princípio da decisão

Os órgãos da administração pública devem decidir sobre todos os assuntos que lhes sejam
apresentados pelos particulares, conforme impõe o artigo 10 do decreto que temos vindo a citar e
mesmo se o assunto for apresentado a um órgão, não compete em razão da matéria, este emitirá
um despacho a mandar remeter o expediente ao órgão competente, com conhecimento do
interessado, e se for impotente em razão da hierarquia, esta deverá oficiosamente remeter o
expediente ao órgãos competente e informar desse procedimento ao interessado.

 Princípio da Celeridade do procedimento Administrativo

O procedimento administrativo deve ser célere de modo a assegurar a economia e a


eficácia das decisões conforme impõe o artigo 11 de Decreto em alusão.

 Princípio da responsabilidade da Administração Pública

A Administração Pública deve fundamentar os seus actos administrativos que impliquem


designadamente o indeferimento do pedido ou a revogação, alteração ou suspensão de outros
actos administrativos anteriores, o que resulta do artigo 13 do Decreto n° 30/2001.

 Princípio da igualdade e da proporcionalidade

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O artigo 14 do Decreto n° 30/2001, estabelece que os órgãos da administração pública nas
suas relações com os particulares, regem-se pelo principio da igualdade dos cidadãos perante a lei
e da proporcionalidade dos meios, o que significa que é vedado aos órgãos e instituições da
Administração Pública privilegiar, prejudicar, privar de qualquer direito ou isentar de qualquer
dever jurídico um cidadão por motivo da sua cor, raça, sexo, origem étnica, lugar de nascimento,
estado civil dos pais, situação económica, posição social, filiação partidária ou religiosa.

3 Conclusão

Como qualquer área do conhecimento, a Administração Pública envolve questões éticas,


que dizem respeito não somente às suas acções e resultados, mas também aos princípios que a
governam. Essas questões são tangenciadas pelos modelos que foram produzidos ao longo do
tempo para lidar com o desafio de administrar as acções governamentais na busca do governo,
mas pode-se afirmar que o tratamento dado a elas por esses modelos é insatisfatório e exige
maior aprofundamento.

As diferentes teorias éticas construídas ao longo de mais de vinte séculos de reflexão


moral podem ajudar a superar este problema. Estudos mais aprofundados sobre os fundamentos
dos modelos de Administração Pública e sobre as consequências de sua adoçam, orientados por
uma perspectiva ética, devem ser empreendidos para que se possa efectivamente chegar a uma
conclusão a respeito de como se pode equacionar o problema de bem administrar as actividades
públicas, isto é, de agir de acordo com as necessidades e interesses de uma população que clama
por serviços públicos. É inegável que a Administração Pública lida com problemas de fundo
moral; como esses problemas são trabalhados é, por outro lado, uma questão ainda em aberto.

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4 Referências Bibliográficas

Alencastro, M. S. C. A importância da ética na formação de recursos humanos. 1997.66p.


Aristóteles. Ética à Nicômaco. Livro II, Trad. Mário da Gama Kury. 3. ed. Brasília: Editora
Universidade de Brasília,1992.
Bowman, J. B.; Williams, R. L. Ethics in government: from a winter of despair to a spring of
hope. Public Administration Review, v. 57, n. 6, p. 517 – 526, nov./dec. 1997.
Gil, A. C. Como elaborar projectos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Holanda, A. B. de. Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 5. ed. Positivo, 2010.
Lopes, P. R. M. A conduta ética na administração pública. 2018.
Masiero, G. Administração de Empresas. São Paulo: Saraiva, 2007.
Moraes, M. C. P. de; Benedito, G. C. de. Uma Abordagem da importância da ética nas
Organizações. Cadernos FACECA, Campinas, vol. 12, 2003. p.18.
Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração pública (NFSAP), aprovadas pelo
Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro.
Parizeau, M. H. Ética aplicada: as relações entre a filosofia moral e a ética aplicada. In: Canto-
Sperber, Monique (Org.). Dicionário de ética e filosofia moral. São Leopoldo: Unisinos,
2003. vol. 1, p. 595 – 600.
Souza, H. de; Rodrigues, C. Ética e Cidadania. São Paulo: Moderna, 2002.
Vázquez, A. S. Ética. Rio de Janeiro. Civilização Brasiliense. 2002.

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