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Estratégica
Autor
André de Faria Thomáz
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Prof. André de Faria Thomáz
FUNDAMENTOS DA
ADMINISTRAÇÃO
ESTRATÉGICA E SUAS
INTERFACES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conceituar e denir as abordagens da administração estratégica;
• compreender a evolução histórica da administração estratégica;
• identicar as principais características das escolas estratégicas;
• abordar questões relativas à importância da cultura e da inovação para a
administração estratégica;
• discutir a questão da estratégia e da competitividade organizacional.
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo
de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
CONCEITO E
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
DA ADMINISTRAÇÃO
ESTRATÉGICA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, veremos que a estratégia é um conceito abrangen-
te, com dierentes denições e unções, o que possibilita abordagens que variam
conforme a organização.
Nesse sentido, é undamental conhecer as principais denições, como elas
são formuladas, de que forma atuam e quais são os resultados esperados a partir
da implementação da estratégia.
Neste tópico, você vai conhecer os principais conceitos de estratégia e al-
gumas discussões sobre o consenso entre tais conceitos.
Além disso, vai estudar as denições e características de valores, visão,
missão e objetivos estratégicos, elementos imprescindíveis para o desenvolvimen-
to e sucesso das organizações.
2 APLICABILIDADES
O planejamento estratégico de uma organização é formado principal-
mente por quatro elementos: valores, visão, missão e objetivos estratégicos. Tais
elementos auxiliam na formulação e no estabelecimento da estratégia na orga-
nização. O conhecimento sobre as denições, características e atuações de cada
um auxilia os prossionais da saúde a qualicar os processos e a melhorar os
resultados institucionais.
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Figura 1 – Controle da estratégia organizacional
Os valores de uma instituição são “[...] norteadores dos atos e dos proce-
dimentos e podem ser reconhecidos como direcionadores de atitudes, comporta-
mentos e caráter.” (ASSIS, 2017, p. 74). Eles incluem elementos comportamentais
reerentes a crenças, atitudes e losoas e são diretamente infuenciados pela
identidade da organização, ou seja, pela forma e atuação da instituição.
Campos (2016, p. 41) aborda os impactos dos valores nas dinâmicas e práti-
cas prossionais: “[...] ao interiorizar esses valores, a pessoa tenderá a agir de acordo
com eles e, posteriormente, irá institucionalizar-los por meio de normas e padrões
tomados como referência para julgar os comportamentos como aceitáveis ou ina-
ceitáveis.”. Assim, as empresas geralmente utilizam valores que fazem referência
à ética e à transparência. Ainda, outros exemplos são solidariedade, cooperação,
respeito e prossionalismo.
A visão de uma organização, segundo Oliveira (2008), é baseada nas direções
que orientam a criação de objetivos estratégicos, mostrando o futuro almejado pela
organização. O autor ainda argumenta que a visão é baseada em metas de médio a
longo prazo. Oliveira (2008, p. 41) destaca o conceito de visão da seguinte forma:
Ser, a longo prazo, uma empresa fexível e competitiva, através do au-
mento da capacidade produtiva e da redução do custo unitário dos pro-
dutos, atuando na produção de peças metálicas para os setores indus-
triais e na comercialização de produtos para o mercado nal varejo.
Em relação aos objetivos, Assis (2017, p. 76) argumenta que “[...] represen-
tam aquilo que se pretende atingir, os propósitos denidos a serem buscados.”.
Estão, portanto, relacionados aos resultados esperados. Já Porter (1986) aponta
que os objetivos fazem parte de organizações visionárias, uma vez que estimulam
progresso ao provocar refexões acerca da capacidade organizacional. Assim, os
objetivos organizacionais precisam ser passíveis de mensuração, possibilitando a
avaliação deles conforme o desempenho da instituição. Alguns exemplos de ob-
jetivos usados por instituições de saúde são: melhorar os níveis de satisfação do
paciente, garantir a segurança nas práticas assistenciais e aprimorar a eciência
nos procedimentos empresariais.
De acordo com Ferreira (2016, p. 45),
[...] o alinhamento dos valores, da missão e da visão do grupo aos do in-
divíduo gera a orça de um grupo comprometido com a losoa institu-
cional comum. Em determinado momento, quando os valores não estão
alinhados, as pessoas experimentam tensão e frustração.
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que tais elementos estejam em conformidade com a estratégia da organização, que
deve ser baseada em conceitos uniformes dentro de uma instituição.
A estratégia é um conceito rico, com uma diversidade de denições, abor-
dagens e atuações em diferentes tipos de organizações. De acordo com Costa
(2012), a estratégia não pode ser representada por meio de um único conceito,
mas, sim, por meio de dierentes denições e analogias, as quais complementam e
aproundam o signicado.
ATENÇÃO
Há um consenso de que toda estratégia precisa de um plano para ser es-
truturada e implementada de orma eciente. O planejamento estratégico
atua de forma a garantir as condições adequadas para que a estratégia
seja aplicada e gere os resultados esperados.
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Uma das suas diretrizes mais populares é identicada pela sigla SWOT,
que indica strenghts, weaknesses, opportunities and threats, ou, em
língua portuguesa, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Como
o próprio termo da diretriz sugere, são examinados os pontos fortes
e fracos, além das oportunidades e ameaças das empresas. Segundo
essa concepção, a formulação da estratégia é realizada pela alta cúpu-
la administrativa da organização, de orma que se congura como um
procedimento executado com pensamento consciente, que não é total-
mente intuitivo nem analítico, de maneira que seja possível que todos
implementem a estratégia.
b. Escola do Planejamento: segundo Certo (2010), os preceitos dessa es-
cola advêm de Kenneth R. Andrews e Igor Anso, tendo em vista que
a maioria das suas ideias se baseia na escola de design e, ademais,
adicionar à concepção o entendimento de que o processo estratégico
também é formal, não somente cerebral.
ATENÇÃO
A adição dessa formalidade expressa que o processo estratégico pode
ser desconstruído em partes diferenciadas, traçado por linhas de investi-
gação e suportado por procedimentos, como planos operacionais, progra-
mas, orçamento etc.
15
d. Escola Empreendedora: Certo (2010) explica que, embora a escola em-
preendedora apresente alguns detalhes de prescrição, como, por exem-
plo, centralizar o processo estratégico no líder da organização, ela é di-
ferente das demais, pois fundamenta as suas ações na intuição. Com
isso, a estratégia passa a ser entendida por intermédio de metáforas,
de modo a apresentar perspectivas amplas ou visões vagas, não sendo
mais vista como planos, projetos ou posições precisas. O líder apresenta
controle total sobre a implementação da visão que elaborou e possui
todo o processo estratégico, que é um processo visionário do líder.
e. Escola Cognitiva: essa escola procura o começo das estratégias ao in-
vestigar os processos mentais da formação delas. A escola cognitiva
investiga as estratégias que se desenvolvem na mente dos indivíduos,
com o intuito de classicar e organizar os processos mentais por meio
de mapas, esquemas, conceitos, modelos e estruturas. Assim, o seu es-
tudo é realizado mediante o pressuposto de que a mente do ser huma-
no processa a informação, esquematiza a estrutura do conhecimento e
conquista a criação de concepções, o que evidencia a cognição na for-
mulação da estratégia. Outra vertente desse processo de pensamento
estratégico direciona os seus estudos para a maneira como a cognição é
utilizada para desenvolver estratégias por meio de interpretações, e não
apenas por intermédio de visões objetivas ou distorcidas. A Escola Cog-
nitiva objetiva apurar o processo mental de criação das estratégias ao
investigar a sua constituição na mente do estrategista (COSTA, 2010).
f. Escola do Aprendizado: em suma, as estratégias se tornam o aprendi-
zado da empresa e surgem a partir do fuxo dos atos organizacionais.
g. Escola do Poder: Campos (2016) ensina que a escola do poder centraliza
a formação da estratégia no processo de negociação, que se decom-
põe em duas esferas. A primeira é conhecida como micropoder e com-
preende o desenvolvimento da estratégia dentro das empresas como
um acontecimento político, de maneira que o processo de formulação
abrange persuasão, barganha e confrontação entre os indivíduos que
possuem poder na instituição. A segunda esfera é chamada de macro
poder e concebe a organização como uma entidade que utiliza o seu
poder sobre as outras empresas ou parceiros, com vistas a criar redes
de relacionamento para negociar estratégias coletivas que gerem van-
tagens para a organização.
h. Escola Cultural: Oliveira (2008) comenta que a Escola Cultural é um
processo social baseado em cultura. Essa escola gira em torno dos
interesses comuns e da integração no âmbito da empresa. A cultura
organizacional está diretamente relacionada à cognição coletiva de-
nida pela mente da empresa, exteriorizada por meio das crenças dos
indivíduos, que se retratam em hábitos, tradições, símbolos e inclusive
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no local, no ambiente e nos produtos da organização. Dessa forma, a
cultura se torna responsável pela constituição da estratégia e não apoia
as mudanças estratégicas.
i. Escola Ambiental: a Escola Ambiental trata a estratégia como um pro-
cesso reativo, isto é, a empresa é considerada passiva, pois despende
tempo ao enfrentar um ambiente que determina a ordem a ser seguida.
Julga que o ambiente dene as estratégias por meio da estabilidade
ou instabilidade, além de determinar as ameaças políticas e ideológicas
com as quais a organização pode deparar-se.
j. Escola da Conguração: a Escola da Conguração compreende a estra-
tégia como um processo de transformação. Assim, as empresas pas-
sam a ser entendidas como congurações, ou seja, grupos coerentes de
comportamentos e particularidades. Para transformar uma instituição,
ela deve passar de uma conguração para outra, de modo que uma
mudança estratégica suceda. A partir da conguração realizada, essa
escola pressupõe uma estratégia a ser seguida, de modo que a com-
preensão da conguração organizacional é o ponto central para o de-
senvolvimento da estratégia da empresa (OLIVEIRA, 2008).
ATENÇÃO
Segundo Campos (2016), a maior parte do estudo e do ensino de adminis-
tração estratégica se concentra no lado racional e prescritivo do processo,
o que se dá com base nas três primeiras escolas do pensamento estraté-
gico: Design, Planejamento e Posicionamento. A Escola do Design procura
acomodar as capacidades internas da organização com as possibilidades
externas, colocando a empresa na sua esfera.
17
Figura 4 – Organização das informações
18
• o líder principal é responsável por todo processo, enquanto a execução
é de responsabilidade dos planejadores;
• as estratégias se encontram prontas e devem ser apresentadas para
que possam ser implementadas.
Assim, percebemos que essas três escolas são classicadas de acordo com
a natureza prescritiva, porque apresentam objetivos que se preocupam, sobretu-
do, com a descrição do processo de formulação das estratégias, ou seja, como as
estratégias devem ser formuladas frente à observação das características especí-
cas do processo.
19
INTERESSANTE
A Escola do Aprendizado considera que o processo de produzir e desem-
penhar as estratégias é um método estruturado no conhecimento, logo, é
um processo de aprendizagem.
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• a visão estratégica é fexível, de modo que detalhes podem ser acres-
centados no seu emprego;
• a organização também é fexível, sendo uma estrutura simples e recep-
tiva aos preceitos estabelecidos pelo líder;
• a Estratégia Empreendedora se inclina a se tornar um nicho, a m de
que a sua posição no mercado proteja a organização das forças dos
concorrentes diretos.
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Já a Escola do Poder prevê que:
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Figura 6 – Planejamento interno
Com base no exposto até aqui, notamos que essas escolas são classicadas
de acordo com a natureza descritiva, porque apresentam objetivos que se preocu-
pam com a forma como as estratégias são criadas, considerando todos os fenôme-
nos presentes nos ambientes interno e externo.
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RESUMO DO TÓPICO 1
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AUTOATIVIDADE
a. ( ) Planejamento organizacional.
b. ( ) Escola Design.
c. ( ) Escola Posicionamento.
d. ( ) Estratégia Organizacional.
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3. De qualquer modo, é certo que os ambientes se transformam ao longo
do tempo e, quando isso acontece, é preciso rever a implementação, os
programas, as próprias estratégias e os objetivos adotados. Assim, de-
senvolve-se dentro das escolas estratégicas. De acordo com o que foi
estudado sobre as Escolas Ambientais, classique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas.
a. V – F – F.
b. V – V – V.
c. F – V – F.
d. F – F – V.
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TÓPICO 2
CULTURA E
INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos assuntos pertinentes à cultura e à
inovação. Em termos históricos, a necessidade é a mãe das inovações. Apesar de
antiga, essa rase continua tendo signicado.
ATENÇÃO
No mercado dinâmico da atualidade, é necessário que as marcas enten-
dam a importância da inovação e da cultura. Ao estar preparada para a
mudança, descobrindo as necessidades e exigências exatas dos clientes,
uma empresa pode apresentar produtos e serviços inovadores com ca-
racterísticas únicas.
2 INOVAÇÃO
Costa 2012 dene inovação como o processo de traduzir ideias ou inven-
ções em bens ou serviços que criem valor pelas quais as pessoas estejam dispostas
27
a pagar. No ambiente empresarial, a inovação muitas vezes surge quando as ideias
são aplicadas por organizações visando satisfazer as necessidades e expectativas
dos seus clientes.
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b. Inovação de processo: consiste na implementação de um método novo
ou signicativamente melhorado de produção ou distribuição. Inclui
mudanças signicativas nas técnicas, nos equipamentos e/ou nos pro-
gramas. As inovações de processo podem ser destinadas a diminuir os
custos unitários de produção ou distribuição, aumentar a qualidade ou
produzir e entregar produtos novos ou signicativamente melhorados.
c. Inovação de marketing: pode ser denida pela apresentação de um novo
método de marketing que envolva alterações signicativas no design,
na embalagem ou no posicionamento do produto, além de como ele é
promovido e precicado. As inovações de marketing têm como objetivo
abordar melhor as necessidades dos clientes, abrir novos mercados ou
conferir um novo posicionamento ao produto de uma empresa diante
do mercado, tendo normalmente como objetivo o aumento das vendas
da empresa.
d. Inovação organizacional: é a implementação de um novo método orga-
nizacional nas práticas comerciais de uma empresa, na organização do
local de trabalho ou nas suas relações externas. As inovações organi-
zacionais podem ser destinadas à melhoria do desempenho, à redução
de custos administrativos ou de transação, ao incremento da satisfa-
ção no local de trabalho (e, portanto, da produtividade da mão de obra),
à obtenção de acesso a ativos não transacionáveis (tais como novos
conhecimentos) ou à diminuição de custos com fornecedores. Barney
(2007) apresenta outra tipologia difusa acerca da inovação, fornecida
pela Escola de Negócios de Harvard. É composta também por quatro
elementos, conforme listados a seguir.
29
volvimento e a popularização da Internet. A maioria dos países e das
grandes empresas tem, por trás do seu sucesso, uma equipe dedica-
da à pesquisa diária ou tem acordos com universidades e centros de
pesquisa que ajudam nessa tarefa.
ATENÇÃO
O processo de inovação inicia com uma inspiração de um indivíduo ou
grupo, que se transforma em uma visão sobre como alterar a realidade
posta. Contudo, para que seja bem sucedida, uma inovação precisa ser
lastreada por uma análise cuidadosa do contexto em que será inserida,
mas que não restrinja a criatividade dos envolvidos.
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2.1 FONTES DE INOVAÇÃO
Em uma tentativa de resolver essa questão, Certo (2010) sinaliza sete pos-
sibilidades, que estão descritas a seguir.
NOTA
As necessidades sempre nos põem para pensar, e a mente humana, por
sua vez, é dotada da capacidade de articular novos conhecimentos que
podem satisfazer melhor uma necessidade existente. Nesse processo, a
refexão tem o potencial de preencher tais necessidades de novas ormas
e com a concepção de novos produtos e processos.
31
f. Mudanças de percepção: em períodos anteriores, as pessoas com ex-
cesso de peso eram vistas como mais saudáveis do que as mais ma-
gras. No entanto, a percepção social de saúde passou por uma grande
mudança. O excesso de peso passou a ser visto como algo prejudicial
à saúde. Na contemporaneidade, por conseguinte, as pessoas sentem
a necessidade de se manterem mais magras e saudáveis. Com base
nessa mudança de percepção, emergiu, nos mercados, uma série de
alimentos saudáveis e com baixo teor calórico.
g. Novos conhecimentos: seja na nanotecnologia, seja na biotecnologia,
ou mesmo na inteligência articial, os novos conhecimentos em qual-
quer área são uma rica fonte de inovação. A cada ano, novas áreas são
descobertas, e muito se acrescenta à base existente de conhecimento
humano. Esses novos conhecimentos abrem caminho para inovações
que, por vezes, podem levar a mudanças radicais na vida social. A saúde
é uma área muito afetada por tais inovações, que podem vir tanto dos
campos da biotecnologia, quanto dos campos da nanotecnologia.
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Estratégias de inovação ativa envolvem a defesa de tecnologias e mercados
já existentes. As empresas que utilizam essa abordagem têm também amplas fon-
tes de conhecimento e uma exposição de risco média a baixa, como Microsoft, Dell
e British Airways. Essas empresas utilizam principalmente a inovação incremental
por meio de mecanismos internos de pesquisa e desenvolvimento (CAMPOS, 2016).
Estratégias de inovação reativa são utilizadas pelas empresas que são se-
guidoras de outras, por organizações que têm foco nas operações, por aquelas
que adotam uma abordagem de espera e observação ou por empresas que bus-
cam oportunidades de baixo risco. Tendem a copiar as inovações de efetividade
comprovada. Um exemplo é a Ryanair, uma companhia aérea que focaliza voos de
baixo orçamento, inspirada pelo sucesso do modelo de serviço de baixo custo da
Southwest Airlines.
Empresas com estratégias de inovação passiva esperam até que seus clien-
tes exijam uma mudança em seus produtos ou serviços, como as automotivas.
Campos (2016) salienta que uma outra estratégia para alcançar a inovação é o foco
em inovações adjacentes. Em uma recessão, os líderes empresariais devem des-
cobrir como fazer mais com menos, o que requer um pensamento diferente sobre
a gestão da inovação. Em vez de fazer grandes apostas em uma única inovação
radical, as empresas podem considerar a alocação de recursos para uma inovação
adjacente, que tende a ser menos arriscada. Exemplos desse tipo de estratégia
incluem levar um produto existente para um novo segmento de clientes ou servir
um cliente existente com um novo produto.
Certo (2010) sugere que, para construir uma estratégia de inovação, uma
empresa também precisa estar preparada para falhar sob uma perspectiva de
controle de prejuízos. Esse processo é imperativo, pois é público e notório que as
empresas verdadeiramente inovadoras terão eventuais falhas no decorrer dos seus
processos. Portanto, é necessário que as organizações estejam preparadas para
um certo nível de fracasso como parte dos seus processos de inovação, mas de-
vem se certicar de azê-los da orma mais barata possível.
Estabelecer parcerias também é uma estratégia essencial na busca por
inovações. Na Ásia, costuma-se dizer: “antes de poder multiplicar, é preciso pri-
meiro aprender a dividir”. A ideia é que, para fazer um negócio crescer, é necessário
aprender a fazer parcerias com outras instituições e com outros indivíduos.
Parcerias com universidades, fornecedores, laboratórios de pesquisa, go-
vernos e clientes oferecem boas oportunidades para compartilhar custos, diluir
riscos e combinar recursos. Além disso, Ziegler (2019) enfatiza que uma estratégia
possível é investir em tecnologias para impulsionar a reaplicação das inovações. O
processo de inovação deve ser sustentável, e não acidental, especialmente durante
um período de recessão. Usando a tecnologia certa, as empresas podem garan-
tir que sua inovação seja um processo repetível. Nesse modelo de estratégia, são
igualmente vitais pesquisar e desenvolver uma rede mais ampla de parceiros e de
ornecedores para identicar e avaliar oportunidades.
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Por m, é pertinente que uma inovação possa ser aplicada para reduzir os
custos dos processos.
ATENÇÃO
A inovação não está restrita a novos produtos ou modelos de negócio.
Os ciclos de recessão também podem ser um bom momento para focalizar
os esforços de inovação na redução de custos operacionais.
34
contrário, estarão ora da competição. A armação de Oliveira 2008, p. 18 conrma
essa realidade: “O problema é que a inovação envolve um alvo em constante movi-
mento — além da competição entre os parceiros do jogo, o contexto geral em que o
jogo acontece está em constante transformação.”.
As tecnologias de engenharia reversa facilitam os processos de desmonte
de um produto e de descoberta das suas peças, dos seus encaixes e, por m, do
seu funcionamento geral. Dessa maneira, outras empresas podem copiar o mesmo
produto de forma sutil, ou não, com vistas a conquistar uma fatia do mercado re-
cém-criado. É nesse momento que muitas organizações preferem aguardar pelos
resultados a serem divulgados pelos laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D) dos grandes players do mercado para somente depois tentar imitá-los.
Um dos dilemas das empresas que investem anos em P&D se refere, jus-
tamente, à questão das cópias, sobretudo das ilegais, já que dedicam um longo
período de investimento de recursos para descobrir melhorias ou funcionalidades
para os seus produtos ou serviços e, ao lançá-las, desfrutam dos benefícios por
serem as pioneiras no lançamento apenas por pouco tempo. Em seguida, o produto
inovador se torna alvo de outras empresas, que o copiam de modo injusto, caso a
legislação local não conte com regras de patenteamento explícitas e ecazes.
Há tempos a temática do conhecimento permeia as esferas acadêmicas,
resultando uma vasta gama de estudos e esforços na área. Barney (2007) apon-
ta que Schumpeter (1923) via, na combinação de conhecimento, o surgimento de
novos produtos, métodos e mercados, observando a economia como um todo. Já
Oliveira (2008) trata a organização como um repositório de conhecimentos, isto é,
um conjunto de recursos.
Costa (2012) aponta a existência de dois tipos de conhecimento, a saber:
Segundo Costa (2012), deriva desses dois tipos de conhecimento a sua con-
versão em quatro tipos de interação, a saber:
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Alguns autores atribuem as descobertas inovadoras à sorte, também cha-
mada de serendipidade, pois consideram que tais inovações ocorreriam de qualquer
forma, sendo, portanto, descobertas inesperadas. De acordo com Costa (2012, p.
41), o argumento fundamental dessa problemática é que “[...] o acaso acontece
raramente”, pois, para que certo avanço seja efetivamente considerado como tal,
exige-se algum conhecimento do que já existe muitas vezes buscado de maneira
incessante por pessoas obcecadas ou fascinadas por determinada área.
Para que a inovação se torne um processo contínuo nas empresas, é neces-
sário conhecer os elementos presentes. Perceber isso é considerar que as fontes
que promovem inovações se encontram não apenas no âmbito interno. Da mesma
maneira, não basta observar somente o ambiente externo para estabelecer pre-
missas em prol da inovação. É preciso se atentar ao olhar conjunto, segundo o qual
variáveis internas e externas convivem, de forma mútua, para gerar resultados que
agreguem valor às atividades organizacionais.
36
INTERESSANTE
Ao considerarmos o conhecimento como um ativo organizacional ou como
fonte interna, estabelecemos uma dinâmica na qual há cinco dimensões.
Ao analisarmos os recursos internos da organização, devemos ter em
mente que “[...] a capacidade de sobrevivência de qualquer organização
depende de sua adaptabilidade a um ambiente em mutação.” (COSTA,
2012, p. 85).
37
nologia, ganho de massa crítica e compartilhamento do risco de desenvolvimento
de tecnologia, o que possibilita maior aprendizado frente à manutenção apenas das
fontes internas.
Outro conceito alinhado às fontes externas que está em evidência é o de
inovação aberta. Havia a ideia preconcebida por empresários que acreditavam que,
para inovar, deveriam investir em laboratórios de P&D e recursos humanos, ou seja,
apenas no âmbito interno. Felizmente, esse conceito fechado foi substituído pela
noção de que outras possibilidades para alavancar a conexão entre variadas fontes
de inovação existem, inclusive pela junção das fontes internas e externas.
ATENÇÃO
Parcerias com universidades, incubadoras de empresas e interações com
clientes, fornecedores e comunidade são exemplos de conexões que se
estabelecem como canais de diálogo constante e que podem promover a
inovação de forma aberta.
38
3 CULTURA
Em termos gerais, é possível armar que a chave para uma organização de
sucesso é ter uma cultura baseada em um conjunto de crenças que são mantidas,
compartilhadas e apoiadas por um conjunto de estratégias e estruturas correlatas.
Além disso, é importante que existam programas de orientação, treinamen-
to e gerenciamento de desempenho que delineiam e reforcem os valores centrais
da organização, assegurando as recompensas e o reconhecimento adequados para
os funcionários que realmente incorporarem os valores da organização.
Embora existam denições dierentes para cultura organizacional, elas apre-
sentam algumas características em comum. Por exemplo, todas se referem a algum
conjunto de signicados e valores que os membros de uma organização comparti-
lham entre si. Esses signicados e valores são geralmente baseados em suposições
implícitas, reveladas em símbolos e práticas no cotidiano organizacional.
Neste momento, você vai conhecer as principais características organiza-
cionais das empresas brasileiras. Além disso, vai conferir os estilos de gestão no
contexto nacional e a relação que eles estabelecem com a cultura organizacional
local. Por m, você vai analisar o potencial competitivo das empresas nacionais a
partir da sua própria cultura.
39
Além disso, em uma organização, pessoas com valores diferentes podem
aprender práticas semelhantes; logo, a cultura organizacional passa a se encontrar
enraizada nas práticas aprendidas e compartilhadas dentro do local de trabalho.
Em alguns países, as empresas podem adotar, por exemplo, comportamentos de
gestão diferentes daqueles adotados em seu país de origem, uma vez que as prá-
ticas de gestão devem estar em conformidade com outras esferas da vida das
pessoas na sociedade, esferas estas que estão além do ambiente organizacional
(por exemplo, as políticas de gestão de recursos humanos).
No caso dos funcionários, também se pode dizer que os ideais e as crenças
éticas desses indivíduos em particular, assim como seus valores pessoais, desem-
penham um papel central em suas decisões e ações e no nível de comprometi-
mento que eles têm com o seu empregador. Os valores pessoais também podem
contribuir para a criação e a manutenção de uma cultura organizacional mais es-
pecíca, como, por exemplo, uma cultura embasada em valores associados à sus-
tentabilidade ambiental e social (CAMPOS, 2016).
A ambiguidade é uma característica fundamental da cultura organizacional.
As maniestações da cultura são vistas como multiacetadas, e seus signicados
abertos necessitam de múltiplas interpretações. Portanto, a realidade cultural é
ormada a partir da complexidade, da multiplicidade e dos fuxos contínuos e em
constante mudança, de modo que não é claramente denida a prioridade.
INTERESSANTE
Nesse sentido, o Brasil é um país complexo, de dimensões continentais,
em que as culturas regionais impõem a sua ambiguidade e diversidade
de tal orma, que a sociedade brasileira e sua cultura podem ser denidas
como únicas.
40
Figura 14 – Organização das rotinas empresariais
Dessa forma, ao fazer negócios com uma empresa brasileira, é vital conhe-
cer a estrutura corporativa, pois ela auxilia a tomar decisões comerciais ecazes e
ecientes CAMPOS, 2016.
Além disso, as relações pessoais e de conança são preponderantes nas or-
ganizações brasileiras; por exemplo, um bate-papo inicial mais informal pode levar
a uma reunião de negócios mais bem-sucedida, assim como a tentativa de conhe-
cer o outro tende a ser muito apreciada e ecaz. No entanto, é importante ter em
mente que a estrutura hierárquica não costuma se fexibilizar muito COSTA, 2012.
Por essas razões, o estilo brasileiro de gestão é também único e original.
A ação cultural brasileira corresponde a um sistema que é composto por quatro
subsistemas: institucional (ou formal), pessoal (ou informal), líderes e liderados. Nos
pontos de sobreposição desses subsistemas, os traços culturais comuns do estilo
brasileiro de gestão são (BARNEY, 2007):
• concentração de poder;
• postura de espectador;
• personalismo;
• prevenção de confitos.
Tais traços culturais especiais são responsáveis por manter esse sistema
integrado a alguma medida. Em suma, os pontos críticos da cultura brasileira são:
ormalismo, fexibilidade, lealdade às pessoas e paternalismo. Além disso, o sistema
social brasileiro é dividido e equilibrado por entidades e órgãos criados de acordo
com essas peculiaridades, que acabam possibilitando a convivência com alguns
paradoxos vistos na cultura organizacional brasileira.
41
Segundo Oliveira (2008) e Campos (2016), que discorrerem sobre a cultura
organizacional do país, o Brasil é um caleidoscópio cultural. Os autores ressaltam
que o Brasil oi ocialmente colonizado pelos portugueses e, ao mesmo tempo,
teve infuências aricanas e indígenas distintas. Isso para não mencionar os italia-
nos, franceses, holandeses, árabes, japoneses e outros grupos que, ao longo da
história, mudaram-se para o Brasil. Por exemplo, o estado brasileiro de São Paulo
tem as maiores comunidades italianas, libanesas e japonesas vivendo fora de seus
respectivos países. Em algumas cidades da região Sul do Brasil, as pessoas ainda
falam alemão, em vez de português, como sua língua cotidiana.
ATENÇÃO
Determinados estilos de gestão empregados nos ambientes de trabalho,
apesar das diferenças, têm ligação direta com a cultura organizacional na-
cional. Nesse sentido, cada país tem uma cultura de gestão diferente, o
que afeta os estilos gerenciais que se observam naquele determinado país
e os estilos de ações que podem se encaixar melhor em cada organização.
42
ocorrer em organizações com tareas bem-denidas. Nesse caso, os
problemas são resolvidos um de cada vez e o estilo é impulsionado pe-
los resultados obtidos.
• Estilo fexível: é similar ao estilo anterior, à medida que utiliza pouca
informação. No entanto, tenta analisar diferentes aspectos e trabalhar
com cenários adaptativos, fexíveis e criativos. Esse estilo de gestão
cabe melhor em organizações com estrutura e regras mais fuidas, nas
quais as decisões são geralmente baseadas em discussões em grupo.
• Estilo hierárquico: gestores com esse estilo fazem planos tendo em
mente a utilização das informações disponíveis para obter as melhores
soluções possíveis. Tais soluções costumam ser aquelas mais carrega-
das de detalhes, indicando os métodos que serão utilizados e os tipos
de resultados esperados.
• Estilo integrativo: é o tipo de estilo em que há o maior uso de informa-
ções. Os gestores locais que adotam esse estilo se preocupam em gerar
o maior número de alternativas possíveis para as decisões. Tais deci-
sões costumam ser abertas a modicações, de modo que esse estilo se
adequa melhor a organizações menos rígidas, nas quais os projetos são
longos e podem ser bem desenvolvidos.
• Estilo sistêmico: combina características dos estilos integrativo e hie-
rárquico. Gestores com esse estilo não costumam delegar tarefas, en-
fatizando, assim, prioridades e estratégias detalhadas para resolver os
problemas. Estas contam com um planejamento a curto prazo, especí-
co e mensurável para a consecução dos objetivos estabelecidos.
43
Figura 15 – Desempenho organizacional
44
passatempos. Como mencionado anteriormente, a cultura nacional brasileira é ge-
ralmente orientada para o grupo.
ATENÇÃO
Espera-se, portanto, que os membros individuais mantenham a harmonia
grupal e estejam de acordo com as normas sociais do grupo. Sendo assim,
os ortes relacionamentos interpessoais e a construção de conança são
de importância crítica, inclusive para futuras relações comerciais.
45
Figura 16 – Estratégias competitivas
Por m, Oliveira 2008 ressalta que, apesar de o Brasil ser um país altamen-
te miscigenado, os descendentes de negros e indígenas ainda enfrentam fortes
restrições no acesso à educação e, consequentemente, ao mercado de trabalho.
Os autores enfatizam, ainda, que a pluralidade e a diversidade do Brasil e das orga-
nizações brasileiras não podem ser explicadas por
meio de modelos de causa e eeito ou de simples descrições grácas. Isso
ocorre porque, com bastante frequência, as organizações brasileiras têm trabalha-
dores de diferentes regiões e classes sociais, com diversos antecedentes culturais,
religiosos e sociais. Nesse contexto, realizar análises organizacionais, levando em
consideração toda essa diversidade e, ao mesmo tempo, as manifestações de to-
dos os brasileiros dierentes, é muitas vezes desaador e complexo.
46
RESUMO DO TÓPICO 2
• Empresas modernas crescem e têm sucesso no clima corporativo atual, por uma
miríade de razões. Algumas são conhecidas por seus produtos, outras por seus
serviços e outras ainda por atores menos áceis de denir, como uma orte leal-
dade à marca ou campanhas publicitárias cativantes.
• Há estudos relacionados à inovação, com o intuito de entender a melhor for-
ma de encontrá-la: de forma linear, sequencial e contínua com conhecimentos,
conceitos, pesquisa básica, pesquisa aplicada, desenvolvimento, serviço técni-
co até a chegada do produto físico ao mercado; ou por meio da inovação aberta,
na qual, por exemplo, introduz-se um produto no mercado e os consumidores
ou usuários informam à empresa quais são as melhorias que satisfaziam as suas
necessidades ou os seus desejos.
• Em virtude dessas características, as empresas brasileiras tendem a ter uma
forma de organização hierárquica vertical, ou seja, as decisões são tomadas de
cima para baixo. Com exceção do patrão, todos são subordinados a alguém, e as
decisões-chave são tomadas nos níveis superiores.
• Assim como nas culturas mais fortemente hierárquicas, os subordinados exe-
cutarão as tarefas que lhes são dadas, mas provavelmente não farão mais do
que isso, pois fazer mais pode ser visto como sinal de desobediência. Nessa
perspectiva, os gestores têm muitas funções, responsabilidades e habilidades
inerentes e aprendidas, e seus comportamentos são afetados por questões pes-
soais, sociais e econômicas.
47
AUTOATIVIDADE
a. ( ) Inovação.
b. ( ) Novos conhecimentos.
c. ( ) Tecnologia da engenharia.
d. ( ) Tática organizacional.
48
( ) Atuar com emoção racional.
( ) Atuar com prevenção de confitos.
( ) Atuar com comprometimento nanceiro.
a. V – F – F.
b. F – V – F.
c. F – V – F.
d. F – F – V.
49
50
TÓPICO 3
ESTRATÉGIA E
COMPETITIVIDADE
ORGANIZACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Aluno, no Tópico 3, abordaremos aspectos referentes à estratégia e à
competitividade organizacional. Na visão de Campos (2016, p. 76), “[...] o cenário
atual exige da sociedade um constante movimento de adaptação às mudanças
sociais, políticas, econômicas e tecnológicas, que ocorrem em um ritmo cada vez
mais acelerado.”.
O autor salienta, ainda, que
Essas mudanças impactam não só as nossas vidas, como tam-
bém a vida das organizações, que buscam, a todo momento, en-
contrar meios de sobreviver em um mercado altamente dinâmico,
competitivo e imprevisível. Nesse sentido, gerir os negócios de
acordo com os novos padrões impostos pela globalização, com
a alta competitividade, a evolução tecnológica e as diversas in-
fuências dos ambientes interno e externo passa a ser um desao
diário para as organizações (CAMPOS, 2016, p. 76).
2 APLICABILIDADE DA COMPETITIVIDADE
Campos (2016) aponta que o entendimento dos fatores competitivos viabi-
liza a construção e a reavaliação das estratégias empresariais, o que proporciona
desenvolvimento local e regional. Para a obtenção do sucesso nas competições,
as organizações devem criar e renovar as suas vantagens, fazendo com que cada
produtor se esforce para se distinguir dos demais (CAMPOS, 2016).
51
Figura 17 – Competitividade empresarial
ATENÇÃO
Por exemplo, uma empresa que possui um produto mais barato que a sua
concorrente conta com vantagem competitiva. Contudo, se o preço for
mais alto, ela deve agregar algum beneício que justique essa dierença.
52
de mercadorias, e possibilitou o aumento do fuxo da inormação e o livre fuxo de
capital, aumentando a concorrência e infuenciando aspectos políticos, econômi-
cos, sociais e culturais. Soma-se a isso o avanço tecnológico, que possibilitou a
criação de novas formas de trabalho e novos meios de comunicação, alterando o
ritmo com que as mudanças ocorrem.
ATENÇÃO
O aumento da urbanização também contribuiu com as mudanças no mun-
do dos negócios, uma vez que desencadeou novas necessidades e opor-
tunidades de negócios, abrindo novas frentes de trabalho.
53
Nesse sentido, pode-se dizer que o principal objetivo do planejamento é criar
as condições para que a empresa possa crescer de forma estável, munida dos re-
cursos necessários para a consecução de seus objetivos e demais fatores internos,
alinhados aos fatores e às forças do ambiente externo, incluindo o mercado, a con-
corrência e os fornecedores. Assim, uma empresa que possui um bom planejamento
estratégico consegue se antecipar ao futuro com maior segurança e se preparar para
as mudanças e incertezas do mercado. Ou seja, consegue se antecipar aos concor-
rentes e às mudanças bruscas no mercado por meio de estratégias competitivas
adequadas às novas situações e no tempo certo para garantir o sucesso.
Você deve estar se perguntando por que estamos falando sobre planeja-
mento, se nosso assunto aqui é o ambiente interno e suas variáveis. Estamos falan-
do sobre planejamento, porque seu início se dá a partir de uma análise situacional
dos ambientes interno e externo, o que permite aos planejadores pesquisar, inter-
pretar e sintetizar todas as informações relevantes ao negócio.
Vamos entender isso melhor. As empresas são sistemas abertos, ou seja,
recebem infuências de seus meios externo e interno, assim como também os
infuenciam. O ambiente organizacional se reere ao conjunto de inormações,
orças e elementos, tanto internos, quanto externos, que infuenciam o desem-
penho da organização.
INTERESSANTE
Assim, o ambiente é uma força poderosa que exerce impacto em qualquer
tipo de organização, contribuindo tanto para o seu sucesso, como para o
seu insucesso. Dessa forma, fazem-se necessários monitorar e analisar
esse ambiente, de modo a identicar os atores internos e externos que
podem potencializar oportunidades e ameaças.
54
De acordo com Costa (2012, p. 56)
[...] a análise do ambiente é um processo de monitoramento que permite
à empresa refetir estrategicamente sobre os atores que impactam as
suas operações. Assim, analisar o ambiente interno é importante para
que as organizações tenham um conhecimento mais profundo sobre as
suas capacidades, que, muitas vezes, não são consideradas ou estão
ocultas. Ao mesmo tempo, a análise possibilita que a empresa identi-
que aspectos mais frágeis e que merecem maior atenção, uma vez que
podem reduzir essas capacidades.
• Recursos humanos:
55
• Finanças:
• Produção:
• Marketing:
• Comercial:
• Pesquisa e desenvolvimento:
56
ATENÇÃO
Portanto, o ambiente interno da organização é formado por todos os ele-
mentos mencinados e também por muitos outros, que infuenciam na ade-
quação da organização ao ambiente externo, afetando o seu desempenho.
• incentivos scais;
• aumento da demanda por produtos e serviços;
• surgimento de novas tecnologias;
• novas necessidades dos consumidores;
• parceria com outras empresas;
• queda no número de concorrentes;
• novos canais de vendas;
• queda no preço da matéria-prima.
• aumento da concorrência;
• produtos substitutos no mercado;
• queda na demanda;
• crise econômica;
• desemprego;
• mudança no comportamento de compra;
• alterações em leis.
57
Figura 20 – Recursos organizacionais
58
LEITURA COMPLEMENTAR
INOVAÇÃO EM TRANSFORMAÇÃO
EVOLUÇÃO
Não deixa de ser surpreendente a opinião francamente positiva acerca da
inovação nos diversos estamentos da sociedade e, de forma geral, a sua adoção
no imaginário popular. Numa nação crescentemente polarizada, é uma das raras
matérias em que as posições são convergentes. Assim, com o beneplácito de todos
os partidos, o Congresso Nacional tem aprovado legislações benécas a essa cau-
sa, tendo inclusive introduzido a Inovação na Constituição Federal em fevereiro de
2015.4 Por sua vez, a imprensa nacional é quase unânime no apelo a mais Inovação
para destravar o desenvolvimento e promover o crescimento da economia e do
bem-estar; manifestações similares ocorrem nos meios de comunicação em outros
países, independentemente do regime político em vigor.
A comunidade empresarial avista na Inovação uma versão contemporânea
do bordão “a salvação da lavoura”. Alguns dirigentes chegam considerá-la uma es-
pécie de panaceia, capaz de resolver problemas de diversas ordens de seus negó-
cios – mercadológicos, tecnológicos, motivacionais, organizacionais e outros. Por
sua vez, a opinião pública é atraída pelo apelo da inovação, mesmo sem muitas
vezes compreender bem do que se trata. Essa miticação talvez explique a atual
proliferação do atributo de inovador na propaganda de uma variedade de produtos.
Por exemplo, o que exatamente quer uma imobiliária dizer ao colocar o rótulo “pré-
dio inovador” numa edicação eita para moradia da classe média VivaReal, 2017?
Essa quase unanimidade sugere que a inovação adquiriu valor intrínseco,
mais além da sua natureza de processo instrumental cuja função é a criação de
novas realidades. Essa aura é percebida como sendo capaz de “contagiar” com
seus dons virtuosos os bens, serviços, pessoas, organizações e instituições que a
praticam ou, ao menos, buscam associar a inovação à sua identidade. E, por via de
consequência, a ausência ou mesmo a insuciência de inovação num determinado
ambiente é interpretada como sinal de que algo não vai bem.
Mas nem sempre foi assim.
Roger Bacon foi mestre da renomada Universidade de Oxford, onde os seus
predicados de estudioso em vários campos zeram-no ser conhecido como “dou-
tor prodigioso” (em latim, lingua franca acadêmica da época, Doctor Mirabilis). Esses
campos incluíam matemática, astronomia, óptica e alquimia. Foi um promotor vigo-
59
roso da ciência experimental e proponente de artefatos como máquinas voadoras,
navios e carruagens motorizadas (Crowley, 2017). Também frade franciscano, o dou-
tor Bacon foi preso pelos seus confrades, sob a acusação de inovações suspeitas.
Esse episódio é objeto de extensa discussão na literatura especializada,
com uma das correntes propondo ser a condenação devida à conexão que Bacon
fazia entre fenômenos celestiais deduzidos da doutrina astrológica e o advento do
cristianismo (Sidelko, 1996). Seja como for, tratava-se de heresia, caracterizada pela
expressão de pensamentos discrepantes dos preconizados pelas autoridades da
Igreja católica da época. Essa instituição exercia forte ingerência na universidade
inglesa durante as ases iniciais do seu desenvolvimento, infuência que manteve
até a Reforma protestante6 (Alexander; Alexander, 2011).
A desventura do doutor Bacon nos traz dois sinais importantes. O primeiro
é que, diferentemente das informações que são frequentemente propaladas, in-
clusive por entidades ociais, a inovação não é um ideia surgida no século XX, nem
Joseph Schumpeter é o seu autor.7 De fato, a acusação de inovações suspeitas im-
putada ao rade proessor da Universidade de Oxord data do século XIII. O segundo
alerta é que a percepção do valor da inovação se alterou extremadamente – de mo-
tivo de condenação à prisão, como relatado, a razão de premiação, como atestam
as dezenas, e quiçá centenas, de concursos de inovação anualmente organizados
por diversos agentes em nosso país.
Esses alertas suscitam numerosas perguntas, três das quais serão tratadas
no presente artigo:
60
No ambiente europeu dominado pela Igreja católica buscava-se assegurar a
manutenção estrita da ordem, entendida como divinamente estabelecida. Destarte,
qualquer desvio passava a ser combatido ferozmente, mesmo que se manifestasse
em especicidades do pensamento ou em pormenores da liturgia.9 Nesse clima, a
inovação adquiriu caráter marcadamente negativo por exalar heresia, o que explica
a citada atribulação do mestre de Oxford. Importa ressaltar que esse caso permite
iluminar uma realidade importante da época, a saber, que a inovação era praticada
mesmo naqueles tempos e costumes a ela refratários. Mas isso deveria ocorrer de
forma silente, pois seria imprudente dar publicidade a esse tipo de atuação, assim
como arriscado vangloriar-se por ser inovador.
A resistência dos guardiões da ordem estabelecida só fez aumentar pela
emergência do que entendiam ser inovações radicais de caráter subversivo. Des-
tacam-se, na religião, a Reforma protestante, que enfatizava a liberdade indivi-
dual; na política, as revoluções, que buscavam acabar com as monarquias ab-
solutistas ou, pelo menos, debilitar o seu poder; e na vida do povo, as reformas
sociais e econômicas, que passaram a ser propugnadas de forma estridente por
movimentos socialistas.
Ainda segundo Godin, a percepção do valor da inovação mudou no século
XIX quando, em paralelo à perspectiva tradicional, passou-se a produzir uma nar-
rativa histórica alternativa, em que certas inovações anteriormente vistas como
negativas passaram a ser descritas como tendo sido benécas. Essa nova leitura
estaria associada ao utilitarismo, uma corrente losóca liberal inglesa que vinha
então adquirindo importância. Cabe observar que, ao contrário do que o seu nome
sugere, a métrica referencial do utilitarismo para valoração da moralidade de ações
não era a utilidade em si, mas sim a sua contribuição para a felicidade coletiva.
Importante fator adicional para a mudança da percepção sobre o valor da
inovação foi a ideia iluminista de progresso, proposta no século XVIII, segundo a
qual a condição humana pode ser aprimorada mediante utilização da razão e por
avanços na ciência. Esse pensamento, que se consolidou a partir do século XIX,
gerou as condições intelectuais para que a inovação passasse a ser compreendida
como instrumento capaz de promover o progresso e, em decorrência, melhorar a
condição humana. Essa é exatamente a principal razão atribuída por Godin à sua
tese principal, que é a associação da mudança drástica do signicado da inova-
ção à emergência da modernidade. A valoração positiva da inovação passou a ser
dominante conorme crescia a consciência de que ela era um meio ecaz para a
sociedade viabilizar o atendimento de necessidades e objetivos humanos, que não
se restringiam ao campo material.
Contribuiu para a transformação da inovação de indesejável a atraente a
ideia-força da liberdade individual, anteriormente vista como heresia, a qual ideia
alimentou a percepção positiva da inovação pela noção da livre iniciativa. Essa ex-
pressão contém outro elemento relevante para a construção do moderno entendi-
61
mento de inovação – a iniciativa, ou seja, a valorização da ação prática por sobre a
mera atitude contemplativa. Entre as diversas enunciações sedutoras dessa atitu-
de está a conhecida recomendação para “passar da teoria à prática”.
É nesse contexto intelectualmente transformado que ciência e inovação
começaram gradualmente a se aproximar, mas ainda não mediadas pela tecno-
logia. Tal mediação apenas ocorreu a partir do século XX, quando se conormou a
compreensão de processo abrangente referida no início do presente artigo.
A literatura que trata da complexa busca de efetividade a esse processo, pela
maior fuidez das conexões entre a ciência, a tecnologia e a inovação é extremamen-
te vasta, incluindo o oerecimento de numerosos modelos inspiradores. Eles refetem
a ansiedade das diversas partes interessadas na aceleração do processo de inova-
ção, de forma a potencializar os benefícios auferíveis pela sociedade dos volumosos
investimentos de talento humano e recursos nanceiros na produção de conheci-
mentos cientícos. Uma ilustração no campo das ciências da vida é a interessante
formulação desse processo como translação “do laboratório ao leito” (no original in-
glês, from bench to bedside), lema da chamada Medicina Translacional.
62
RESUMO DO TÓPICO 1
63
AUTOATIVIDADE
a. ( ) Fatores de competitividade.
b. ( ) Ambiente interno.
c. ( ) Sistemas abertos.
d. ( ) Recursos humanos.
I. Incentivos scais
II. Aumento das vendas estrangeiras
III. Controle das nanças públicas
64
3. Nem sempre os valores que são estipulados acabam sendo aqueles que
realmente serão colocados em prática no dia a dia. Os pressupostos bá-
sicos representam as maneiras como os membros da organização perce-
bem, pensam, sentem e acreditam que suas ações poderão surtir efeito
satisfatório, ou não, dentro dos departamentos organizacionais. De acor-
do o que foi estudado sobre departamento de marketing, classique V
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.
a. V – F – F.
b. V – V – V.
c. F – V – F.
d. F – F – V.
5. Cada organização irá apresentar uma orma especíca de lidar com o am-
biente, que se apresenta na forma de distribuição de seus layouts físicos,
aproveitamento, ou não, do espaço, cuidados despendidos nas relações
com as pessoas etc. A questão da realidade e da verdade é percebida
quando as pessoas costumam dizer aquilo que acreditam ser o correto
para realizar, ou até mesmo isso possa estar estabelecido na norma ou no
padrão da organização, porém, na prática, outra ação é que se torna real.
Nesse contexto, disserte sobre o processo de urbanização.
65
REFERÊNCIAS
66
UNIDADE 2
ANÁLISE DAS
CONDIÇÕES INTERNAS
E AMBIENTAIS DA
ORGANIZAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conceituar o que é ambiente organizacional;
• denir os tipos de ambiente da organização;
• compreender os principais aspectos do planejamento estratégico;
• denir os atributos estratégicos: missão, visão, valores e objetivos da or-
ganização;
• desenvolver o mapa estratégico da organização.
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo
de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – AMBIENTE ORGANIZACIONAL
TÓPICO 2 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
TÓPICO 3 – DESENVOLVIMENTO DE MAPA ESTRATÉGICO
68
TÓPICO 1
AMBIENTE
ORGANIZACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Você sabia que o ambiente externo infuencia diretamente as atividades
de uma organização? Além disso, o ambiente interno está dentro das atividades
comportamentais de cada departamento. O ambiente pode proporcionar vanta-
gens para a instituição, como a alta das vendas, por exemplo, devido a um maior
índice de indivíduos empregados. Porém, também pode apresentar desvantagens,
como uma menor produção de mercadorias, em decorrência da falta de insumos
no mercado. São diversas situações que poderão agir de forma a alterar a gestão
de uma empresa.
Assim, faz-se essencial que os gestores estejam atentos às alterações
ocorridas no ambiente externo de suas organizações, sempre tentando prever
contextos futuros e se adaptar antes que seja tarde demais, evitando situa-
ções como a entropia. A sinergia, ou seja, os ganhos em desempenho por meio de
práticas combinadas de pessoas e de setores, apenas poderá ser estabelecida em
um sistema organizado.
Com a velocidade das transformações que ocorrem em virtude da globaliza-
ção, torna-se cada vez mais vital para as organizações a capacidade de adequação
às mudanças. Considerando-se que as “certezas” acerca do futuro são ilusórias, os
gestores necessitam buscar uma compreensão mais apurada da realidade e dos
riscos do mercado. Dessa forma, a construção de cenários é indispensável para o
gestor do século XXI.
2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL
As empresas são sistemas abertos que recebem infuências externas, as
quais podem afetar seu funcionamento e seu desempenho. Assim, a análise am-
biental ajuda a identicar tendências e serve como base para o diagnóstico de ce-
nários futuros. Previsões bem elaboradas auxiliam no planejamento e na tomada
69
de decisões e favorecem a descoberta e a avaliação de oportunidades e ameaças.
Nesse sentido, é importante vericar a signicância e a análise de cenários do am-
biente organizacional.
A incerteza sobre o futuro leva ao desenvolvimento de cenários. Essa téc-
nica se torna essencial para trabalhar com ambientes complexos, pois possibilita
criar possíveis cenários de mercado e avaliar sua probabilidade e seu impacto. Na
literatura, podem ser encontrados diversos conceitos para o termo cenário. Barney
2007 arma que cenário é uma visão internamente consistente do que o uturo
pode ser e tem como principais funções a avaliação do que foi planejado, o apoio
à elaboração de objetivos e de estratégias, a análise de alternativas, o estímulo à
criatividade e a preparação para enfrentar mudanças.
• enquadrar o desao;
• coletar informações;
• identicar as orças;
• denir as incertezas críticas de uturo;
• gerar os cenários;
• validar os cenários;
70
• avaliar as lacunas e denir respostas possíveis;
• identicar os sinais;
• monitorar e atualizar os cenários.
ATENÇÃO
A coleta de informações pode ser um processo complexo e moroso, mas
é de undamental importância. Quando a empresa tem por hábito a cons-
trução de cenários, os planejadores coletam dados detalhados sobre as
tendências de mercado de forma permanente, criando uma base de dados
relacionada às evoluções que consideram mais relevantes e que podem
impactar a empresa.
71
zar esse método para construir cenários. Ao entrevistar os stakeholders, o objetivo é
identicar como eles imaginam o uturo em termos gerais. Ao realizar a entrevista, o
responsável não deve induzir respostas e, muito menos, criticar o respondente.
2.1 CONCEITOS
O ambiente organizacional é formado por controles internos e forças que
permitem que as empresas e seus gestores possam desenvolver um planejamento
estratégico mais exato sobre suas atividades e rotinas.
A busca pelo diferencial competitivo se apresenta como atividade cons-
tante no contexto empresarial, pois empresas concorrentes e preferências dos
consumidores mudam continuamente. A atividade de inovar se torna cada vez
mais necessária para o alcance da vantagem competitiva frente aos concorrentes.
Nesse contexto, o empreendedorismo corporativo, ou seja, aquele desenvolvido
nos limites de empresas já estabelecidas, apresenta-se como uma ferramenta de
grande utilidade. O desenvolvimento da atividade empreendedora, internamente,
também conhecido como intraempreendedorismo, tem interesse na participação
dos membros da empresa, concebidos como colaboradores.
O planejamento interno ocorre quando um colaborador é estimulado a par-
ticipar da criação e implementação de ideias inovadoras. O desenvolvimento de
projetos, nesse sentido, pode ser compreendido como uma ferramenta de grande
utilidade para efetuar o empreendedorismo interno. Uma ferramenta importante
para auxiliar no processo de organização é o plano de negócios, no qual, por exem-
plo, por meio da análise de cenários e da identicação de oportunidades, pode re-
fetir positivamente na geração e na execução de inovações, que desenvolvem os
conceitos abaixo.
Marcondes e Peter (2005, p. 74-75) apresentam alguns desses indicadores.
Acompanhe a seguir.
a. Econômico:
72
Figura 3 – Efeitos sociais
b. Sociocultural:
c. Tecnológica:
73
Em um mundo em que a tecnologia está presente em praticamente todos
os setores, é ácil identicar as principais tecnologias de um determinado merca-
do; o difícil é conseguir prever quais tecnologias serão realmente impactantes. Um
exemplo dessa setorização aconteceu quando Ray Burke, especialista em rede de
varejo da Indiana University, identicou o monitoramento ambiental nas organiza-
ções e a construção de cenários, assim como as características das tecnologias de
alto impacto, e apontou o que deve ser feito para se atingir essa relevância (AAKER,
2007, p. 95. Assim, ca mais ácil criar um beneício imediato e tangível para o
consumidor, em que as operações bancárias na Internet geraram benefícios para
milhares de pessoas, que, agora, não precisam mais gastar seu tempo em uma la
de banco para pagar uma conta.
Facilite o uso da tecnologia. Lembre-se de que tempo é dinheiro e quali-
dade de vida. As pessoas não estão dispostas a “quebrar a cabeça” para aprender
a utilizar uma nova tecnologia. Portanto, a tecnologia deve ser capaz de poupar
tempo, e não de gerar mais tempo gasto pelo consumidor. Em 2015, o estado do
Rio de Janeiro implementou uma lei que estabelecia que idosos, para terem direito
à gratuidade no transporte público, eram obrigados a cadastrar a biometria. Contu-
do, com a inecácia da nova tecnologia, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro vetou a exigência de biometria para idosos da região metropolitana do Rio
(MARCONDES, 2005).
Desenvolva protótipos, aça testes e, por m, valide a tecnologia. A validação
consiste no processo pelo qual é avaliado o potencial de aceitação de uma tecno-
logia no mercado, antes mesmo do seu desenvolvimento. O propósito é identicar
as necessidades e os desejos dos consumidores em relação à nova tecnologia que
a empresa deseja lançar.
Identique os dierentes desejos dos clientes. Um banco identicou que
clientes de caixa automático rejeitam o contato por meio de videoconferência, por-
que não querem interagir com seres humanos. Em determinados tipos de negócios,
como o serviço bancário, é necessário que haja diversidade nos tipos de atendi-
mento, pois trabalham com um público-alvo com características bastante distintas.
74
Figura 4 – Negociação do planejamento
75
exemplo, são, em grande parte, determinadas por tendências de longo prazo. Nes-
se caso, o grau de incerteza é baixo.
Diferentemente das novas tecnologias, que podem surgir do nada e sur-
preender o mercado, de acordo com Porter 1986, para denir as incertezas, de-
ve-se analisar cada elemento relacionado ao modelo das cinco orças e classicar
tais elementos de acordo com três categorias, conforme o grau de incerteza (pes-
simista, otimista e provável). Após a elaboração dos cenários, estes devem ser cri-
teriosamente avaliados por pessoas externas ao processo. O recomendado é apre-
sentar os cenários a alguns dos stakeholders que não participaram do processo e
a especialistas da área de planejamento de cenários. Algumas das perguntas que
podem ser feitas são:
ATENÇÃO
Cada cenário criado dene um mundo de possibilidades que poderia existir
daqui a cinco, 10 anos, ou mais. Os cenários criados na etapa anterior são
todos diferentes, mas todos factíveis e baseados em dados estruturados. Do
ponto de vista do cenário atual, todos podem ocorrer, porém, não temos cer-
teza disso. Assim, uma ação importante é identicar os sinais do mercado.
76
O mundo dos negócios é cada vez mais dinâmico. Não basta construir ce-
nários, os gestores devem ser capazes de identicar os indicadores que sinalizem
determinado cenário emergente, desde mudanças no clima e nas congurações da
geopolítica, até efeitos de novas tecnologias.
A etapa nal do processo de planejamento consiste em monitorar e atualizar
os cenários. Periodicamente, os gestores devem se reunir para avaliar as mudan-
ças, observar os sinais e as tendências que tenham surgido e efetuar as mudanças
que forem necessárias nos cenários da organização. Para Costa (2012), o principal
objetivo de se fazer o exercício de monitoramento de cenários é sugerir formas
por meio das quais as empresas podem se adaptar e moldar os cenários nos quais
estão inseridas.
No contexto do desenvolvimento do intraempreendedorismo, a alta gestão
da empresa possui um papel muito importante, segundo Campos (2016). É a partir
da alta direção que devem partir exemplos e coerência entre discurso e ação, uma
vez que uma cultura intraempreendedora representa uma mudança profunda na
organização. Conforme o autor, a alta administração deve assegurar os recursos
necessários ao desenvolvimento do projeto, bem como apoio administrativo, supe-
ração de barreiras e possíveis resistências que possam surgir.
INTERESSANTE
Já a Teoria Comportamental veio para modicar tal conceito, mostrando
que, para atingir melhores resultados, faz-se necessário um controle além
dos aspectos internos, trazendo como ponto também primordial o rela-
cionamento da empresa com seu ambiente externo, pois este interfere
diretamente na capacidade da instituição de obter e de utilizar recursos.
• Ambiente interno
77
dentro das organizações empresariais, como, por exemplo, colaboradores, depar-
tamentos, acionistas e diretores. Esses recursos abrangem os insumos e os cola-
boradores que uma organização precisa para realizar a produção de seus produtos
ou serviços, bem como o suporte de equipes, envolvendo consumidores que ad-
quirem esses itens e que oerecem recursos nanceiros à instituição.
78
O eeito do interno atua diretamente dentro do externo. Para que que mais
claro para você entender: os stakeholders, ou seja, sindicatos, concorrência, forne-
cedores, clientes, órgãos governamentais, colaboradores, entre outros, fazem par-
te do denominado ambiente de ação direta. Já os de ação indireta são conhecidos
como os efeitos da formação de uma equipe que poderá se tornar stakeholders.
São: a evolução da tecnologia, a crise econômica, o crescimento da economia e as
mudanças nos comportamentos em relação ao trabalho. As instituições que não se
preocupam em se relacionar com o ambiente interno, seja realizando pesquisas ou
se adequando para melhor atendê-lo, podem acabar enfrentando a entropia.
Quando um sistema se torna echado, ou seja, voltado apenas a ele mesmo,
acaba não trocando energia com outros sistemas, ocasionando uma maior tendên-
cia de crescimento da entropia. Assim, quando a empresa opta por esse caminho,
está sujeita à desorganização e à morte. Certo 2010 dene a entropia como a
força que um sistema fechado tem de perder sua capacidade de se controlar e, por
consequência, de se dissolver e de se desintegrar.
Toda organização administrada sem compromisso poderá ir em direção a
um estado de máxima desordem, em que sua força espalhada é tão elevada, que
as energias aplicadas não causam qualquer mudança positiva em suas práticas e
seus resultados, atingindo sua entropia máxima.
E o que a organização poderá fazer para sair desse estado de entropia?
A única ferramenta que é capaz de contornar a entropia é a gestão. Por meio de
novas metas e objetivos, o processo entrópico pode ser minimizado, melhorando a
desordem. Assim, os gestores devem caminhar em busca de seus propósitos e de
seu mercado. Realizar controles também pode ser uma forma de auxiliar na saída
do estado entrópico, dedicando todas as forças no sentido e na direção orientadas
pelo plano estratégico, realizando ajustes, de forma rápida, a partir da investigação
e da implementação.
79
É imprescindível que as organizações percebam que operam em um mer-
cado, sendo impactadas pelos fatores do ambiente externo. Sendo assim, faz-se
necessário planejar e executar as mais relevantes práticas da Administração, a m
de impedir que as alterações internas sejam desorganizadas, a ponto de que não
seja possível se manter e acompanhar o mercado.
ATENÇÃO
O mercado está em constante evolução, com o ambiente externo se al-
terando a cada dia. Por isso, as empresas precisam estar atentas para
realizar modicações em suas ações, mesmo que estas ainda estejam
rendendo ótimos lucros. Olhar à frente poderá ser uma ótima tática para
que a instituição não se torne entrópica (ações realizadas pelo homem).
Empresas de grande porte, como Coca-Cola, IBM, Ford, já não são as mes-
mas de anos atrás. O ambiente externo fez com que essas instituições adaptassem
suas estruturas e práticas para assim enfrentar o novo ambiente externo. Caso
tivessem mantido suas ações, poderiam não existir mais. Apesar de permanecerem
com o mesmo nome, tornaram-se entidades diferentes.
• Ambiente externo
Precisamos deixar claro que o ambiente externo também pode ser afeta-
do pelas decisões da empresa. Por isso, a organização deve se certicar sobre as
estratégias a serem adotadas, pois a demissão de muitos funcionários, em decor-
rência de uma baixa lucratividade, por exemplo, irá impactar diretamente o seu
ambiente externo.
Além disso, existem os aspectos sociais, em que a localização, o modo de
vida e os princípios sociais podem infuenciar uma empresa a partir de seu ambien-
te externo. As circunstâncias econômicas podem provar as atividades econômicas.
Já as variáveis políticas podem agir de forma a criar novos impostos, entre outros.
As tecnologias podem alterar os processos de desenvolvimento dos itens, além dos
avanços da ciência.
Segundo Kotler e Keller (2012), para as organizações enfrentarem o merca-
do de maneira efetiva, a análise do ambiente é essencial. Para reagir às mudanças
do ambiente externo, as empresas contam com diversas práticas, que podem ser
agrupadas em três grupos. Acompanhe a seguir.
81
Por isso, as organizações necessitam de fexibilidade rente ao ambiente
externo, isto é, estruturar-se de maneira que estejam prontas para se adequarem
ou até mudarem suas práticas, conforme a circunstância encontrada à frente. As
instituições precisarão também do apoio de seus colaboradores, por meio do em-
penho deles na aprendizagem, seja sobre novas tendências, sobre circunstâncias
ou sobre mercado. Só assim poderão se autogerirem, sendo responsáveis pelo de-
senvolvimento da empresa dentro de sua área de atuação.
O acompanhamento da alteração no ambiente e o entendimento dessas
modicações pelas empresas consistem em ações que signicam um desao na
atualidade para todas as instituições. Para elaborar uma estratégia que possa ren-
der resultados positivos, a organização precisa coletar e interpretar dados ambien-
tais, realizando uma investigação a respeito dessas informações e desenvolvendo,
assim, previsões sobre as circunstâncias ambientais.
Um sistema aberto retira recursos de seu ambiente externo e os transforma
em produtos e serviços que são entregues novamente para aquele ambiente, e es-
tes são adquiridos pelos clientes. No estágio de insumo, a organização obterá ele-
mentos do ambiente, ou seja, precisará de matéria-prima, capital, recursos, cola-
boradores qualicados, visando à produção dos produtos e serviços da instituição.
Após unir os recursos indispensáveis, começa a conversão. Nessa etapa, a força de
trabalho da empresa utiliza ferramentas, procedimentos e máquinas apropriadas,
convertendo as matérias-primas em itens acabados e serviços, como automóveis,
hambúrgueres ou voos para certas localidades.
82
Percebe-se que o ambiente aberto retira recursos do ambiente externo e se
comunica com ele, a m de sobreviver. Já um sistema echado é autocontido, pois
não se abala por mudanças em seu ambiente externo. As empresas que utilizam o
sistema fechado acabam desprezando o ambiente externo e não comprando insu-
mos. Sendo assim, poderão enfrentar a entropia, podendo perder sua capacidade
de controle, dissolvendo-se e se desintegrando.
O emprego da visão de sistemas abertos oferece aos teóricos da adminis-
tração margem para moldar a maioria das práticas das empresas. É muito impor-
tante analisar como os inúmeros elementos de um sistema trabalham unidos para
propiciar a eciência e a eetividade. Uma instituição poderá ter um desempenho
de nível mais elevado a partir do momento em que seus setores ou departamentos
trabalharem unidos, visando a um mesmo objetivo, ou seja, o todo é maior que a
soma de duas partes.
A sinergia, isto é, os ganhos em desempenho que se convertem de práticas
combinadas de pessoas e setores, apenas será estabelecida em um sistema orga-
nizado. Muitos pesquisadores estão utilizando grupos combinados ou compostos
por indivíduos de dierentes setores, a m de produzir sinergia, tendo como conse-
quência a elevação da eetividade e da eciência.
Enm, a empresa poderá denir diversas estratégias para se relacionar de
forma positiva com o ambiente externo. Lembre-se:, assim como a organização é
infuenciada pelo ambiente externo, esse será infuenciado pela estrutura e pela
estratégia organizacional. Sendo assim, torna-se indispensável ponderar as ferra-
mentas estratégicas a serem denidas pela instituição, pois poderá infuenciar di-
retamente no ambiente externo, ao determinar o ramo e de que maneira a empresa
irá operacionalizar.
No decorrer dos anos, as empresas contornaram a entropia, tornando-se
gradativamente dierentes, por meio de fuxos de energia renovados. Para que as
instituições consigam evitar a entropia, algumas práticas poderão ser utilizadas,
como extinguir a memória do que um dia foi produtivo e construir novas ações no
espaço das memórias zeradas, isto é, produzir novas memórias produtivas. A lide-
rança é fundamental! A sinergia, em contrapartida, poderá ser uma ótima estratégia
para afastar o estado entrópico de uma organização. Ao adotar essa ação, todos do
quadro colaborativo da organização passarão a interagir e a trocar conhecimentos,
na busca de um mesmo propósito, ocasionando uma soma de forças, capaz de
gerar uma vantagem competitiva frente ao mercado.
Sinergia é pensar no bem-estar de todos, não somente no de um ou de ou-
tro. Por meio da colaboração e do compromisso dos integrantes da instituição, em
busca do mesmo rumo, a sinergia poderá ser alcançada.
Conforme Costa (2012), a sinergia nas organizações é representada por
meio de alguns pilares, quais sejam:
83
• Cooperação.
• Respeito.
• Lealdade.
• Comprometimento.
• União.
• Foco coletivo.
ATENÇÃO
O novo poderá assustar os indivíduos na organização, por isso, quando
uma ação for implementada, deve ser feita lentamente, para que os co-
laboradores consigam enrentar e lidar com os novos desaos, evitando
uma possível desmotivação, permitindo que os funcionários trabalhem
por um mesmo propósito.
84
RESUMO DO TÓPICO 1
• Em qualquer análise de cenários, algumas incertezas sobre o futuro são mais re-
levantes do que outras. Se estiver sendo planejado um casamento ao ar livre para
daqui a seis meses, por exemplo, será necessário analisar diversas incertezas.
• Todas as empresas podem prejudicar, de alguma forma, o evento, mas o clima
terá impacto muito maior sobre o sucesso do casamento do que a empresa que
fará o transporte dos convidados, por exemplo.
• Diante de tantas possibilidades de incertezas, o planejamento de cenários trará
resultados melhores se houver maior atenção para as incertezas críticas.
• As empresas devem estar em um aprendizado contínuo. Assim, será possível
expandir e criar novos padrões de pensamentos entre todos os funcionários.
• Por meio do aprendizado contínuo, as empresas adquirem capacidade de co-
municação entre si e o ambiente externo em que desenvolvem suas atividades.
• A análise do ambiente externo e do processo de relacionamento entre ele e a
empresa iniciou-se há muitos anos.
• Para que as empresas reduzam a possibilidade da entropia, faz-se essencial
uma administração dedicada a favorecer efeitos pela diminuição das desordens
estruturais, resultado de atritos, de desgastes e da inércia da falta de decisão.
• O empenho em busca da sinergia poderá ser o diferencial para que as organi-
zações estabeleçam estruturas vigorosas, a m de enrentar as mudanças ex-
ternas, além de ser capaz de se relacionar de forma positiva com o ambiente
externo.
85
AUTOATIVIDADE
a. ( ) Análise ambiental.
b. ( ) Ambiente organizacional.
c. ( ) Planejamento interno.
d. ( ) Planejamento econômico.
86
( ) Um dos terremotos mais violentos do mundo provocou um tsunami
desastroso na costa nordeste do Japão em 2011, com enormes pre-
juízos materiais e perda de vidas.
( ) Além da tragédia humana, o desastre também mexeu com a indús-
tria de energia nuclear do mundo inteiro: muitos países passaram a
questionar se deveriam dar continuidade a esse modelo de geração
de energia.
( ) Três meses após o desastre, a Alemanha, a Itália e a Suíça renun-
ciaram à energia atômica como fonte de energia. Casos como o de
Fukushima demonstram como a dimensão ambiental pode gerar im-
pactos para as nações e organizações.
a. ) V – F – F.
b. V – V – V.
c. F – V – F.
d. F – F – V.
87
88
TÓPICO 2
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
1 INTRODUÇÃO
Aluno, no Tópico 2, abordaremos que a estratégia é um “farol” para uma
organização empresarial, à medida que engloba um conjunto de políticas e práticas
relacionadas a recursos materiais e capital humano.
Além disso, se a gestão de pessoas se vincula aos objetivos do negócio
ou se torna também um objetivo organizacional, isso pode contribuir signicati-
vamente para o alcance dos resultados almejados pela empresa, que podem ser
desdobrados em vantagem competitiva em um contexto de mercado globalizado e
exigente em inovação e performance.
Assim, o planejamento estratégico, as políticas e as práticas organizacionais
infuenciam muito o desempenho organizacional, seja a sobrevivência da empresa
em um contexto competitivo, seja o alcance de uma posição de destaque em dado
segmento.
Nesse contexto, é importante que as empresas não apenas se atentem ao
planejamento, mas também somem esforços para implementar e acompanhar o
alcance das políticas em curso. Elas devem considerar a infuência do contexto,
do mercado, dos colaboradores e da tecnologia, que interagem no campo prático,
legitimando, ou não, a eciência de determinado planejamento organizacional.
2 APLICABILIDADES
O debate em torno do planejamento estratégico suscita refexões sobre
o conceito de planejamento. Planejar é uma das funções da administração, jun-
tamente com controlar, organizar e liderar. A ação de planejar, assim, envolve a
perspectiva de futuro e a orquestração de ações para administrar as variáveis
organizacionais e de pessoas que infuenciam a denição de onde a empresa
pretende chegar.
89
Figura 8 – Estratégias organizacionais
90
• Atuar como agente de mudanças: implica desenvolver a capacidade
de adaptação da empresa frente às diferentes condições de mercado.
Obter essa melhoria, necessariamente, passa pela avaliação dos pro-
cessos. Toda organização possui processos para desenvolver suas ati-
vidades, mesmo que ainda não estejam registrados. O primeiro passo,
no sentido de buscar melhorias, é identicá-los. Cada área de organiza-
ção pode azer esse mapeamento e criar os fuxos de trabalho, eetuar
a análise crítica, estabelecer os pontos de melhorias e planejar como
atingir esse novo patamar. Seguindo o plano para implementação, será
necessário treinar e capacitar os envolvidos e estabelecer os indicado-
res para avaliar se os resultados planejados estão sendo atingidos.
ATENÇÃO
A implantação de controles sobre o planejamento estratégico na organi-
zação necessita ser orientada pelo estabelecimento de medidas de acom-
panhamento. Tais medidas devem também garantir possibilidades de ava-
liação, uma vez que possuem como objetivo primordial ajudar os gestores
na execução dos objetivos propostos.
91
• Quanticação dos objetivos: estimar quanto será despendido em valo-
res referentes a salários, treinamento e desenvolvimento, benefícios e
outros elementos, avaliando a viabilidade de implementar os objetivos
propostos na etapa anterior.
• Finalização: elaborar um relatório do plano estratégico em conjunto com
a alta administração. Tal relatório deve ser discutido com as diversas
áreas da empresa.
• Divulgação:
92
Esse processo pode ser adaptado, mas deve sempre incluir a análise do
ambiente da empresa, os objetivos e as metas condizentes com estruturas e pla-
nos desenhados; e essas últimas ações propostas são congruentes com a imple-
mentação estratégica. A seguir, veja algumas das vantagens da implementação do
planejamento estratégico de gestão de pessoas.
• segmentar mercados;
• identicar a posição da empresa no mercado;
• prever a dimensão do mercado;
• planejar uma participação factível no mercado, considerando o seg-
mento de atuação.
93
• executar pesquisas internas e externas;
• conhecer os aspectos positivos e negativos da organização;
• realizar hipóteses;
• elaborar previsões;
• estipular objetivos e metas de marketing;
• criar estratégias de marketing
• realizar denições dos programas;
• organizar os orçamentos;
• realizar uma análise detalhada dos resultados da organização;
• reavaliar os objetivos, as estratégias ou os programas que foram criados.
ATENÇÃO
É imprescindível que a missão esteja em consonância com o mercado em
que a empresa está inserida, que ela seja passível de realização, que ela
estimule os funcionários e que oriente a empresa para o rumo certo, por
meio do qual encontrará as melhores oportunidades de mercado.
• Visão.
• Posicionamento no mercado.
• Delimitação do negócio.
• Valores.
95
Figura 11 – Equilíbrio organizacional
96
ças de cenário da empresa. A partir desse planejamento, é denido o que será ven-
dido pelas empresas, buscando-se formas de atingir os objetivos do planejamento
estratégico. Quando uma empresa concebe um planejamento mercadológico deta-
lhado e que converge em ações ecazes e actíveis, o processo de gestão se torna
mais fácil e os resultados são positivos para as organizações.
A partir dos aspectos elencados acima, são criadas estratégias que geram
baixo custo de produção, proatividade e cooperação de todo o seu quadro fun-
cional. É notável que as empresas precisam estar abertas a novas oportunidades.
A diferenciação do trabalho é um fator primordial perante os concorrentes; por-
tanto, se as unidades estratégicas de negócios trabalharem em conjunto, terão
maiores chances de obter resultados positivos do que se estivessem trabalhando
individualmente.
Quando as unidades estratégicas de negócios trabalham em conjunto, é
possível aumentar o volume de vendas, pois os clientes são mais valorizados e,
consequentemente, compram mais das organizações. Além disso, os custos ope-
racionais são reduzidos e, com isso, os investimentos acabam sendo reduzidos.
Podemos considerar esses resultados surpreendentes, porém não é nada fácil pro-
mover o trabalho em conjunto nas unidades. No momento da implementação dessa
estratégia, surgem as diferenças, pois a cultura varia entre as diferentes unidades
estratégicas. Entretanto, se todos compreenderem os processos, será mais fácil
implementar as mudanças.
97
Existem duas formas para que ocorra o desenvolvimento de estratégias
prósperas, que tragam vantagens competitivas e sustentáveis. A primeira é a visão
estratégica, que, essencialmente, preocupa-se com o futuro da empresa. Por meio
dela, são geradas estratégias que garantem o sucesso no futuro. A segunda forma
de desenvolvimento de estratégias de sucesso é o oportunismo estratégico, que
cria estratégias que fazem sentido no nosso dia a dia, conforme Campos (2016).
Se uma empresa tem uma excelente estratégia para o futuro, certamente,
terá uma assertividade maior no presente, não é mesmo? Quando é criada a visão
estratégica de uma empresa, esta precisa estar voltada ao futuro, pois a visão é tra-
çada a longo prazo, normalmente, entre três e 10 anos. Porém, existem riscos, como
em qualquer outro planejamento, pois a organização precisa olhar exageradamente
para o futuro. Desse modo, é necessário ter cautela e não esquecer de que é preciso,
também, prestar atenção no presente, pois os refexos do presente serão percebidos
mais à frente. É aí que entra em cena o oportunismo estratégico, que tem como foco
apenas o presente. Assim, um procedimento complementa o outro.
Mas, como diz a expressão popular: “nem tudo são fores”. Isso porque esses
procedimentos não são simples de serem executados. Hoje, o mercado é extre-
mamente dinâmico. Assim, em meio a tantas incertezas, acaba sendo complicado
encarar o futuro. As estratégias a longo prazo auxiliam e muito as organizações,
porém algumas delas podem ser mal concebidas. Com isso, as empresas correm o
risco de realizar ações errôneas e não ter tanto sucesso como projetaram.
Desse modo, é essencial que as empresas realizem análises estratégicas
periódicas e que, quando necessário, seja alterada a visão estratégica da orga-
nização. A transformação da visão estratégica proporciona adaptação frente às
mudanças externas e internas do contexto organizacional, tornando possível à em-
presa alcançar o sucesso.
98
Segundo Campos (2016), há três estratégias que auxiliam a empresa na ob-
tenção de vantagens competitivas e sustentáveis. São elas:
• Diferenciação.
• Foco.
• Liderança de custo.
99
RESUMO DO TÓPICO 2
100
AUTOATIVIDADE
e. ( ) Estratégia global.
f. ( ) Avaliação de ambiente.
g. Qualicação dos objetivos.
h. ( ) Finalização.
101
3. Os gestores devem alcançar os objetivos estimados por meio do atingi-
mento dos resultados econômicos idealizados, observando que a eleva-
ção dos resultados por áreas não direciona ao resultado total superior.
Vale ressaltar que, no âmbito em que há delegação de domínio, cada área
é responsável por seus negócios, considerando o planejamento, a aplica-
ção e o monitoramento, não deixando lugar para políticas punitivas pela
alta administração nem podendo existir causas por parte dos gestores no
momento de denir a missão de uma empresa. De acordo com as mis-
sões de uma empresa, classique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas.
( ) Possuir visão.
( ) Atuar em redução de custos.
( ) Agir com a delimitação do negócio.
a. V – F – F.
b. V – F – V.
c. F – V – F.
d. F – F – V.
102
TÓPICO 3
DESENVOLVIMENTO
DE MAPA
ESTRATÉGICO
1 INTRODUÇÃO
Aluno, no Tópico 3, abordaremos como o mapa estratégico atua dentro das
organizações empresariais, com eciência para atingir a padronização de proces-
sos que está diretamente ligada à forma como ela é planejada. Ao iniciar o plane-
jamento, faz-se necessário entender o motivo de a organização estar buscando a
padronização dos processos. Seja para reduzir custos, para melhoria da eciên-
cia na produção, para minimizar/eliminar alhas ou para seguir uma tendência do
mercado, esse objetivo precisa estar muito bem estabelecido e claro para os cola-
boradores. Padronizar processos não é uma tarefa simples, mas certamente trará
resultados que irão compensar o esforço e o investimento.
103
A padronização de processos é um avanço para a organização. As ativida-
des serão desenvolvidas por meio de um padrão e ainda permanecerão com fe-
xibilidade e irão minimizar a ocorrência de falhas. Assim, é prioritário que todas as
atividades críticas da organização passem por um processo de padronização. Para
evitar a ocorrência de uma grande quantidade de falhas, as operações básicas do
dia a dia que são realizadas em grande quantidade precisam ser padronizadas. Ati-
vidades que apresentem riscos à segurança e ao meio ambiente também precisam
de padronização. Uma vez determinado o objetivo para proceder à padronização,
o próximo passo é o mapeamento do processo, que é o detalhamento do fuxo das
atividades que são executadas. Basicamente, consiste em fazer um levantamento
de como as atividades são realizadas na organização.
É muito comum, nessa ase, identicar várias versões dierentes de como
uma atividade é executada. O ideal é conseguir que haja uma convergência para um
ponto em comum e que se atinja um consenso sobre o tema. O mapeamento de pro-
cessos deve ser uma prática colaborativa, em que a maior parte dos envolvidos no
processo esteja presente para o levantamento das atividades. É o momento para as
trocas de experiências e para a compreensão de como o trabalho de cada colabora-
dor afeta o trabalho do outro. O objetivo é criar empatia entre os membros da equipe.
2 APLICABILIDADES
Para que um projeto de qualquer natureza ou em qualquer setor ocorra, são
necessárias pessoas para realizá-lo. Campos (2016) argumenta que todo empreen-
dedor necessita de capital humano para colocar em prática suas ideias. Desse
modo, uma das principais tarefas constitui a escolha das pessoas que participarão
do projeto, seja na ase de planejamento e de denição do escopo, seja no desen-
volvimento das atividades.
104
De acordo com Certo (2010), as pessoas que integrarão a equipe do projeto
podem ser recrutadas no mercado, pronticarem-se voluntariamente, serem de
outros setores funcionais da empresa ou ainda serem de outras organizações. Po-
dem também ser recrutadas à medida que o projeto é desenvolvido e conforme se
necessite de mais pessoas e/ou especialidades/competências. Conorme o autor,
organizar implica denir claramente os papéis e as responsabilidades. Para tal, é
fundamental estimular o engajamento dos membros da equipe e desenvolver um
ritmo coordenado de organização.
A equipe montada e organizada segue a preparação e execução do projeto,
momento em que as pessoas devem ser acompanhadas, avaliadas e orientadas
com base nos planos traçados para o projeto. Ao nal, enatiza o autor, é necessário
realizar um compartilhamento da gestão do conhecimento por meio da avaliação
dos resultados do projeto, das lições aprendidas e das experiências que a equipe
adquiriu ao longo do trabalho e, assim, desenvolve-se o mapa estratégico.
ATENÇÃO
105
Figura 17 – Atividades internas
106
• Planejamento tático: as estratégias aqui tem enfoque em médio pra-
zo, abrange normalmente um período de três anos. Tem por nalidade
realizar a otimização de determinada área de resultado, e não da or-
ganização como um todo. “É desenvolvido pelos níveis organizacionais
intermediários, tendo como principal nalidade a utilização eciente dos
recursos disponíveis para consecução de objetivos previamente xados
no planejamento estratégico.” (OLIVEIRA, 2008, p. 55-56).
• Planejamento operacional: planos com maior enfoque em curto prazo
constituem esse planejamento, normalmente elaborados para períodos
de três a seis meses, correspondendo a planos com mais detalhes que
as etapas anteriores, abrangendo denições de métodos, processos
e sistemas a serem usados, a m de a organização poder alcançar os
objetivos globais. “Pode ser considerado como a formalização, princi-
palmente por meio de documentos escritos, das metodologias de de-
senvolvimento e da implantação estabelecida. É elaborado pelos níveis
organizacionais inferiores, com foco básico nas atividades rotineiras da
organização.” (OLIVEIRA, 2008, p. 55-56).
107
Figura 18 – Funcionalidade das equipes
ATENÇÃO
Um processo pode ser denido como uma sequência de atividades que
produzem um resultado. Quando esses resultados são aqueles que oram
delineados no planejamento e estão coerentes com a estimativa de cus-
tos, são chamados de processos robustos e capazes. Muitos processos
atingem os resultados desejados, porém acima do custo planejado.
108
bustez. O planejamento do processo precisa descrever, de forma muito clara e ob-
jetiva, a sequência lógica de todas as tarefas que serão executadas. Dessa forma,
a probabilidade de alcançar sucesso será potencializada. Outro aspecto importante
que precisa constar no planejamento de um processo é o resultado esperado de
cada fase. Fornecer evidências de que esses resultados irão ocorrer possibilitará
aos executantes das tarefas a oportunidade de perceber as consequências de seu
trabalho, raciocinar e analisar esses resultados em relação ao que foi inicialmente
planejado. Em caso armativo, deverá continuar com a sequência de ações; e, em
caso negativo, deverá efetuar os ajustes necessários.
109
Também é necessário que os colaboradores se sintam parte do processo e peças
fundamentais deste.
A tomada de decisão é o que move o ser humano. Deixamos, aos poucos,
conforme amadurecemos, de agir de forma involuntária para decidirmos o que de-
vemos, ou não, fazer. Até mesmo as necessidades mais básicas, como a alimen-
tação e a ingestão de líquidos, são decididas para ocorrerem em determinados
momentos. Cada escolha é uma renúncia. Quando tomamos uma decisão por um
determinado trajeto, estamos abandonando outro caminho, ou muitos outros.
Em uma organização, não é diferente. Assim como acontece na vida pes-
soal, algumas decisões são simples, aparentemente óbvias. Porém, em determi-
nadas situações, decidir não é tão simples e pode se tornar uma enorme “dor de
cabeça”, pois o processo decisório nem sempre está claramente disposto. Tomar
decisões, em uma organização, envolve pessoas, custos, prazos, outras organiza-
ções também compostas por pessoas. Assim, uma decisão irá gerar impacto em
toda uma cadeia de relacionamento. No chão de fábrica, onde ocorre o processo de
transformação, as decisões precisam ser tomadas de forma ágil. Existem meios ou
ferramentas que podem auxiliar no processo de decisão.
Tomar decisões exige muito do ser humano. Quando esse processo precisa
ocorrer na organização, isso se torna mais complexo, pois pessoas e custos estão
envolvidos. Estar com todas as informações disponíveis, para subsidiar o processo
de decidir, é extremamente importante. Obviamente, saber como utilizar essas in-
formações também é essencial, assim como administrar as consequências após a
tomada de decisão também exige muito do gestor e dos colaboradores. O processo
de tomada de decisão pode ser simples ou complexo. O grau de importância, do
objetivo a ser alcançado e dos refexos da escolha é que dene sua complexidade.
Tomar decisões envolve identicar o problema, denir os critérios que serão adota-
dos, analisar dados e informações, optar por uma dentre as alternativas disponíveis
e vericar se a decisão oi ecaz.
É muito comum as pessoas encontrarem diculdades para tomar decisões
no mundo organizacional. Isso se deve ao fato de que, uma vez que a decisão é
tomada e consumada, a reversão disso nem sempre é simples. Portanto, é impor-
tante ponderar e saber fazer as melhores escolhas nos melhores momentos, assim
como estar comprometido com a escolha feita e ter ciência de suas consequências.
A velocidade com que as situações ocorrem em uma organização obriga que
o gestor e os colaboradores precisam tomar uma grande quantidade de decisões,
umas mais simples, outras mais complexas. Não importa o grau de diculdade de
uma decisão, ela sempre irá gerar consequências, positivas ou negativas. Aqueles
envolvidos nos processos de tomada de decisão não podem se furtar dessa res-
ponsabilidade, uma vez que as decisões a serem feitas são de extrema importância
para a organização e irão impactar sua sobrevivência e seu crescimento.
110
ATENÇÃO
A velocidade na tomada de decisões é de extrema importância nas or-
ganizações. Ela está intimamente relacionada ao ser humano, que é um
componente imprescindível dentro do processo de transformação.
111
LEITURA COMPLEMENTAR
CONCEITO DE PLANEJAMENTO
É complicado encontrar uma denição única para o termo “planejamento”. A
maioria dos autores citados nesse trabalho arma que planejamento é um processo
contínuo, tendo como ação principal o ato de se pensar no futuro, que não depende
da vontade especíca dos decisores. Normalmente esse pensamento busca ações
no presente que irão implicar em consequências no futuro. Drucker (1962, p. 131)
explica que “o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implica-
ções futuras de decisões presentes”. Ele também comunga da ideia de que o plane-
jamento não é um ato solitário, que se desprende de tudo em sua volta. Mintzberg
1983, p. 1 arma que para se ter um planejamento deve-se traçar as ações com
antecedência. O planejamento tem sido um dos mais importantes assuntos das
ciências administrativas.
Assim, na denição de um dos patronos da área, Fayol apud Mintzberg, 1949,
p. 433 a própria expressão “administrar signica olhar para a rente”. O que conrma
que a previsão constitui uma parte essencial da administração. Entende-se por pre-
visão, o esorço para vericar quais serão os eventos que poderão ocorrer, com base
no registro de uma série de probabilidades (Oliveira, 2009, p.4). Então, prever não é
nem administrar e nem planejar, mas é parte integrante e importante de ambos. O
ato de agir e não apenas de pensar no futuro é outro fato importante mostrado por
Weick (1973, p. 25). Pelo fato de que as ações que geram consequências no futuro são
ações planejadas, pode-se considerar que planejamento é tudo. Oliveira (2009, p. 4)
explica que a falta de planejamento só irá existir para as pessoas que não tem objeti-
vos, que atuam com ações aleatórias, sem direção para metas. Quase todo trabalho,
sob qualquer condição, deve ser planejado anteriormente, nem que seja de maneira
informal e pouco tempo antes da tomada de decisão.
Mintzberg (1983) informa também que todas as decisões devem ser tomadas
com premeditação, sendo que toda pessoa que toma decisões deve ter uma razão
para isso, o que corresponde a um plano. Esse plano vai auxiliar e principalmente
deixar claro o que se está pretendendo atingir, fazendo com que todos os envolvidos
tenham acesso aos próximos passos. O planejamento foi considerado uma tarefa
essencial dentro da organização, construindo um núcleo viável para o próprio plane-
112
jamento através dos sucessos e dos fracassos que estavam sendo apresentados du-
rante o processo. Concluiu-se que o lugar do planejamento dentro das organizações
já estava claramente denido, e que era necessário o reconhecimento dele como er-
ramenta importante dentro da administração. Mintzberg (2004, p. 22) defende que
não precisamos de denições sobre planejamento que nos inormem que devemos
pensar no futuro, ou que tenhamos de obter o controle dele.
O importante e necessário são denições que nos mostrem como azer o
planejamento. Pensando com esse foco, podese considerar que planejamento é
o ato de decidir, é a tomada de decisão propriamente dita. Snyder e Glueck (apud
Mintzberg, 1980, p. 734 deniram o planejamento como “as atividades que estão
interessadas especicamente em determinar quais ações e/ou recursos humanos
e materiais são necessários para atingir uma meta”, ou seja, é necessário identicar
possíveis alternativas, analisar cada uma separadamente e selecionar as melhores.
Essa é uma denição que segue no sentido de se apontar como azer o plane-
jamento. Finalmente, “o processo de planejamento é muito mais importante que
seu resultado nal” Oliveira, 2009, p. 6. Ele é um procedimento ormal que produz
resultado articulado, na forma de um sistema integrado de decisões. É assim que
Oliveira (2009, p. 27) diz que: “[deve-se] caracterizar o planejamento pela natureza
de seu processo, não pelos resultados esperados”.
113
to deve formalizar a tomada de decisão, pois ele advém do conhecimento colocado
em prática pelos planejadores, resultando em propostas de políticas sistemáticas,
ecientes, coordenadoras e consistentes, e racionais Mintzberg, 2004, p. 30- 31.
Para se ter o controle as organizações devem planejar. Esse controle bus-
ca que a organização tenha uma situação de eciência, ecácia e eetividade. A
eciência é uma medida individual dos componentes da organização. É azer as
coisas de maneira adequada, resolvendo os problemas que vão surgindo. A ecácia
é explicada como uma medida do rendimento global das organizações.
É fazer as coisas certas, fazer o que precisa ser feito. Mostra a capacidade
da organização em identicar as oportunidades e as necessidades do ambiente,
e se a mesma é fexível e adaptável para atender esses pontos. A eetividade é
também uma medida do rendimento global das organizações e procura mantê-
-las ativas, com resultados globais positivos permanentemente. O ato de planejar
modica as pessoas, e para que ocorra um planejamento satisatório, têm-se a
necessidade de treinamentos, substituições, transferências, avaliações, entre ou-
tros atos organizacionais. Essas mudanças podem ser auxiliadas pela utilização de
tecnologias que permitam a evolução dos conhecimentos e pelas novas maneiras
de se realizar as tarefas. O sistema da organização em si também muda em relação
às responsabilidades, aos níveis de autoridade, à técnica de descentralização do
poder, à maneira de comunicação interna, etc.
114
RESUMO DO TÓPICO 3
115
AUTOATIVIDADE
a. ( ) Padronização de processos.
b. ( ) Planejamento operacional.
c. ( ) Planejamento estratégico.
d. ( ) Planejamento tático.
I. Planejamento operacional
II. Planejamento tributário
III. Planejamento tático
116
e ecácia das ações. De acordo com o que foi estudado sobre mapa es-
tratégico, classique V para as sentenças verdadeiras e F para as alsas.
a. V – F – F.
b. V – V – F.
c. F – V – F.
d. F – F – V.
117
RESUMO DO TÓPICO 1
REFERÊNCIAS
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. 14. ed. São Paulo: Pear-
son Education do Brasil, 2012.
118
UNIDADE 3
FERRAMENTAS
ESTRATÉGICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a aplicação da ferramenta estratégica da Análise Streng-
ths, Weaknesses, Opportunities and Threats (SWOT);
• desenvolver uma Matriz Boston Consulting Group (BCG);
• denir as cinco orças de Porter nas organizações;
• aplicar a ferramenta estratégica Objectives and Key Results (OKRs);
• realizar uma Análise Pestel;
• analisar o Balanced ScoreCard (BSC) da organização.
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo
de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS AMBIENTAIS
TÓPICO 2 – FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS ESTRUTURAIS
120
TÓPICO 1
FERRAMENTAS
ESTRATÉGICAS
AMBIENTAIS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos como as estratégias ambientais con-
tribuem para que as organizações possam aperfeiçoar e melhorar o planejamento
estratégico em suas atividades e rotinas.
O propósito fundamental é desenvolver melhorias dentro do negócio em-
presarial, com oco no social. Quando o negócio está em dúvida sobre a atuação ou
está ameaçando perder o propósito do porquê foi criado, é realizada a ancoragem
novamente e assim se destaca o verdadeiro motivo da criação da empresa.
Pode-se comparar essa situação ao desenvolvimento de uma residência ou
de um veículo, em que o projeto do alicerce, ou do chassi, deve estar bem claro e
ser sólido o suciente para sustentar o restante da construção das peças que vão
ormar o resultado nal.
Em caso de dúvida, a base indica o que deve ser feito e o porquê está sendo fei-
to dessa forma. Não se deve esquecer que os negócios sociais se pautam, geralmente,
em dois propósitos claros: o impacto social e a viabilidade econômico-nanceira.
2 ANÁLISE SWOT
Dentro das rotinas empresariais, a análise de informações é uma forma de
minimizar as chances de efeitos negativos decorrentes de um processo de toma-
da de decisão. Dessa forma, é possível um aprofundamento maior na detecção
dos problemas e na sua análise. Dispor de dados e informações é indispensável
para a tomada de decisão, pois isso criará a justicativa para que uma determinada
medida seja considerada ideal em um determinado cenário. Fazer isso, de forma
criteriosa, proporciona mais assertividade na decisão que será tomada.
121
Figura 1 – Análise ambiental
ATENÇÃO
O comportamento do mercado consumidor é avaliado em função de da-
dos e informações coletadas. A utilização da intuição não é mais a forma
preponderante para efetuar essa análise; e o benefício dessa mudança
é que a realidade das inormações ca mais evidente, podendo intererir
melhor nas atitudes que serão tomadas.
122
• A otimização de recursos: a análise de informações oferece a pos-
sibilidade de um emprego otimizado de recursos, pois foi realizada
de orma mais objetiva e apresenta conabilidade. Qualquer recurso
(mão de obra, dinheiro, tempo etc.) não será utilizado em uma de-
terminada tarefa de forma subjetiva, e sim por ser a melhor decisão.
Figura 2 – Recursos
123
Uma forma de análise de dados qualitativos é a matriz SWOT.
• Strengths – força.;
• Weaknesses – fraquezas.
• Opportunities – oportunidades.
• Threats – ameaças.
Essa é uma erramenta de análise de dados subjetivos, que tem por nali-
dade identicar pontos ortes e racos, assim como oportunidades e ameaças na
organização, considerando fatores internos e externos.
A avaliação de todos os fatores internos e externos relacionados ao negó-
cio serve como erramenta para auxiliar nas tomadas de decisão. Vericando uma
relação entre forças, fraquezas, ameaças e oportunidades, é possível estabelecer
planos para maximizar os pontos positivos e minimizar os pontos negativos.
Figura 3 – Avaliação
ATENÇÃO
As organizações enrentam o desao da tomada de decisão diariamente,
sejam elas operacionais ou estratégicas. Diante do obstáculo de optar
por uma boa decisão perante o alto número de alternativas que foram
dadas, analisadas e consideradas no processo decisório, a dúvida sem-
pre será se a solução escolhida foi a melhor, dentre todas as opções que
estavam disponíveis.
124
Muitas vezes, sequer boas alternativas são levantadas, representando que
a decisão tomada não exibe o melhor potencial de resultado. Muitos gestores en-
caram esse processo como uma aposta ou uma questão de sorte, mas isso não é
verdade. Na grande maioria dos casos, o processo de tomada de decisão esbarra
nas diculdades que o gestor encontra em gerenciar o processo.
Controle interno signica que a equipe precisa estar coesa, e esta é uma
grande diculdade do gestor. Superada a ase de entendimento sobre o problema
que está apresentado, a próxima etapa diz respeito à busca de alternativas para so-
lucionar tal problema (não é raro os gestores interromperem a análise logo no início
desse processo). A busca pela agilidade impede que se avaliem todas as alternati-
vas para a solução do problema, gerando a possibilidade de que eventuais soluções
mais audaciosas não sejam avaliadas. A opção por decisões rápidas nem sempre
rende os melhores resultados, fazendo com que ótimas oportunidades sejam des-
perdiçadas e o desenvolvimento de cenários não possa apresentar complexidade
maior do que a opção por um deles.
A seguir, você pode conferir exemplos de forças, fraquezas, oportunidades
e ameaças para o terceiro setor.
125
Figura 4 – Desenvolvimento
ATENÇÃO
O conronto das oportunidades com as ameaças possibilita identicar as
restrições da entidade, expondo seu potencial e as áreas em que ela po-
derá atuar. Assim, cam claras as oportunidades que a entidade poderia
usufruir, mas que não o faz em virtude das suas restrições. É necessário
entender a real situação da entidade, a m de vericar se ela poderá se
beneciar com tais oportunidades.
126
• Análise dos fatores sociais: a partir das informações apuradas, os ges-
tores terão uma visão sobre mudanças comportamentais de clientes,
por exemplo, e os efeitos que isso ocasionará na procura ou na estru-
tura do produto ou serviço. Também são observadas as modicações
referentes à renda que poderão trazer novos clientes.
• Análise de fatores políticos e legais: é preciso que a gestão analise cri-
teriosamente essas informações, pois podem apresentar mudanças na
legislação vigente que impactam nas ações da entidade, assim como
as mudanças na lei que refetem nos investimentos, nos produtos ou
serviços e na demanda (COSTA, 2012).
b. Ambiente interno
127
• Ambientação interna.
• Instalações físicas.
• Tecnologia adequada aos setores.
• Capacitações e treinamentos.
• A estrutura da entidade.
• Os processos administrativos.
• Os métodos utilizados para a comunicação interna.
• Os sistemas de informações gerenciais.
• Os métodos de planejamento.
• As práticas gerenciais.
3 MATRIZ BCG
De acordo com Campos (2016, p. 58),
[...] a Matriz BCG, criada por Alan J. Zakon, do Boston Consulting Group
(BCG), empresa especializada em planejamento estratégico, e por Wil-
liam W. Wommack, da Mead Corporation, desenvolvida por Bany Hedby,
membro do Conselho administrativo do Boston Consulting Group (BCG),
e elaborada por Bruce Henderson, do BCG também, teve como proposta
o uso simultâneo de informações provenientes tanto do ambiente exter-
no como do diagnóstico da organização em relação ao mercado, como
uma das ferramentas de insights no desenvolvimento da estratégia cor-
porativa, demonstrada gracamente.
128
somente identicar as possíveis alternativas de solucioná-lo, mas principalmente
escolher aquela que melhor soluciona-o.
De acordo com Costa (2012), o processo de tomada de decisão pode ser
descrito em quatro fases, elencadas a seguir.
Alta Baixa
Vaca leiteira:
grande taxa de lucro Abacaxi:
Baixa
129
De acordo com Campos (2016, p. 90),
• Pontos de interrogação: São produtos ou serviços, normalmente ino-
vadores, que fazem parte de um nicho ou mercado novo, que se apre-
sentam com perspectivas de altas taxas de crescimento, mas com
baixa participação relativa. Possibilitam um futuro muito promissor,
com resultados satisfatórios para a organização, pois o mercado se
mostra em crescimento; porém, como a sua participação é baixa, po-
dem se transformar em produtos não rentáveis para a empresa.
INTERESSANTE
Os sistemas de informação gerenciais fornecem relatórios e resumos de
rotina com dados em nível de transação para gerência de nível opera-
cional e médio, gerando respostas a problemas de decisão estruturada e
semiestruturada.
130
com base em casos, algoritmos genéticos e outras técnicas inteligentes para me-
lhorar a tomada de decisão.
Utilizando o processo de tomada de decisão de Campos (2016) como base,
os passos para a construção de uma matriz de decisão são descritos a seguir.
Para se construir uma matriz de decisão, deve-se utilizar como guia o pro-
cesso de decisão de Certo (2010). Os objetivos dessa operação estratégica são:
131
4 FORÇAS DE PORTER
Para sobreviverem em um mercado altamente competitivo, as organizações
necessitam se adequar às rápidas mudanças ocasionadas pela globalização. Des-
sa forma, elas vêm ampliando e modernizando a gestão de seu desempenho. No
entanto, elas ainda enrentam muitas barreiras que infuenciam em seu resultado
nal e, para tentar minimizá-las ou eliminá-las, podem optar pela ormação de um
controle interno dentro das organizações empresariais. Dessa forma, percebemos
que o modelo de Porter (cinco forças), contribui para esse desenvolvimento.
De acordo com Campos (2016, p. 52),
[...] o modelo de Porter tem como base a forma de lidar com a concorrên-
cia, não atrelando a competição apenas aos concorrentes estabelecidos
de um setor e sim à economia implícita que este está inserido, e avalian-
do o seu estado de competição por meio de forças competitivas básicas
que estão vinculadas os pilares: clientes, fornecedores, potenciais en-
trantes, produtos substitutos e vendedores.
132
(output) e orientam o processo organizacional. Cabe destacar que, para a concreti-
zação desses processos, de modo sistemático e coerente, é necessário que sejam
gerenciados. Assim, a gestão do desempenho visa a estimular o controle e a rea-
lização de metas de longo prazo, preparando a organização para competir, sobre-
viver e crescer, por meio da melhoria constante de seu desempenho, respeitando
valores e princípios organizacionais.
A maior preocupação do processo de gestão do desempenho em uma orga-
nização deve ser com o modo como as coisas são feitas.
ATENÇÃO
É muito importante ter em mente que o desempenho organizacional depen-
de de vários fatores, como mudanças ambientais, tecnológicas, dos meios
de produção e de distribuição, problemas internos de gestão, problemas
externos às organizações, entre outros, que, em curto espaço de tempo,
podem fazê-lo passar de um estado satisfatório para um estado de crise.
Figura 6 – Identicação
133
Para tentar minimizar esses impactos, reduzindo ou eliminando as possí-
veis barreiras à execução dos objetivos e das metas estratégicas da organização,
que infuenciam diretamente na gestão de seu desempenho, tem-se como opção a
formação de um comitê de gestão de barreiras. É recomendável que este seja for-
mado por lideranças da organização e responsáveis por suas diferentes áreas, pois
a diversidade de conhecimentos e experiências pode contribuir para o enriqueci-
mento do processo de discussão e seleção das melhores práticas para a superação
das barreiras, infuenciando positivamente no resultado nal da organização.
De acordo com Campos (2016), as forças ajudam a:
134
Figura 7 – Responsabilidades X plano de ação
135
Essa é uma das barreiras que infuenciam o desempenho da organização e,
por isso, a importância do comitê, cuja função é eliminar e controlar tais barreiras.
Por isso, o processo de formação de um comitê deve ser realizado cuidadosamente
para que cumpra seus objetivos.
Ao decidir pela formação de um comitê de gestão de barreiras, a alta di-
reção deve ter claros todas as políticas e todos os processos que ajudam a orga-
nização a seguir em direção aos seus objetivos; e as diculdades que encontram
nesse caminho. Ou seja, precisa examinar de perto estruturas, processos e projetos
internos do negócio, buscando equilibrar as necessidades de todos os envolvidos,
como acionistas, membros do conselho, clientes e diversos setores da organização.
Decidida a formação do comitê pela alta direção, o próximo passo é escolher
as pessoas que farão parte desse grupo. O ideal é que o comitê seja formado por
representantes de áreas estratégicas da organização, que tenham os mesmos in-
teresses e possam representar toda a organização. A escolha desses representan-
tes deve considerar, também, as habilidades e experiências de cada um, cuidando
para que sejam incluídas pessoas que tenham consciência de como sua inclusão
nesse grupo é importante para a construção da capacidade coletiva e para o fun-
cionamento efetivo do comitê.
136
Feito isso, a próxima etapa é convocar uma reunião para alcance de seus
objetivos e resultados. Nessa reunião, também podem ser denidas as unções e
responsabilidades de cada um dos membros, lembrando que as responsabilidades
individuais, as expectativas organizacionais dos executivos e o papel do comitê
devem estar bem claros.
Não há um número padrão de participantes em um comitê. Isso ca a cargo
de cada organização e de suas necessidades e seus objetivos. Também não existe
uma padronização em relação ao tempo de duração do comitê, que pode ser tem-
porário ou permanente, de acordo com as particularidades e necessidades de cada
organização (COSTA, 2012).
Nessa etapa, também deverão ser escolhidos: o gestor/coordenador do
comitê, que será responsável, entre outras funções, pela condução dos trabalhos
do comitê e pela administração das tomadas de decisão; o coordenador adjun-
to, responsável por substituir o coordenador, quando este estiver ausente; e um
secretário, responsável pelos registros das reuniões, pela comunicação do comitê
e pelo assessoramento ao coordenador. Os comitês costumam ter um regimento
interno que discipline seu funcionamento. Cabe destacar que esse regimento deve
ser discutido, analisado e aprovado por todos os membros e não há um modelo
padrão a ser seguido.
Após a estruturação do comitê e a elaboração e aprovação do regime in-
terno, é hora de lançá-lo e apresentá-lo a todos os membros da organização (dire-
tores, gerentes, supervisores, trabalhadores de linha etc.), por meio de um evento
amplamente divulgado e com a presença de todos os representantes. É funda-
mental, nessa hora, que o comitê consiga envolver todos os trabalhadores com os
objetivos a serem alcançados, mostrando a eles a importância de sua atuação para
o sucesso do projeto, ou seja, a participação direta de todos os trabalhadores na
solução dos problemas deve ser ressaltada.
Isso gera nas pessoas um sentimento de responsabilidade e comprometi-
mento com a organização. A ecácia e manutenção do comitê de gestão de bar-
reiras se darão por meio do planejamento cuidadoso de todas as suas atividades;
pela periodicidade das reuniões executadas de orma eciente; pelas avaliações
constantes do plano de ação do comitê, bem como de seu impacto no desempenho
organizacional, certicando-se de que as ações estão sendo ecazes na eliminação
e no controle as barreiras identicadas; e pela realização de ajustes e atualização
do plano, se necessários (CAMPOS, 2016).
Como gerir um comitê de gestão de barreiras? A implantação de um comitê
de gestão que elimine e controle as barreiras que infuenciam negativamente no
desempenho da organização deve ser gerida com responsabilidade e comprometi-
mento. São algumas atribuições do coordenador do comitê de gestão de barreiras
(CAMPOS, 2016):
137
• coordenar e gerir as atividades organizacionais;
• convocar e presidir as reuniões ordinárias;
• disponibilizar antecipadamente a pauta das reuniões a serem realizadas;
• manter os membros do comitê informados;
• representar o comitê ou fazer-se representar quando necessário;
• encaminhar propostas do comitê à direção da organização;
• fazer cumprir o regimento interno da organização.
O plano de ação deve ser elaborado com base nas barreiras identicadas,
priorizando a intervenção sobre aquelas com maior nível de impacto, com ações
especícas e elaboradas com objetivos e metas a serem alcançadas. Esse plano de
ação evita que o comitê execute suas ações sem planejamento, impedindo que se
invistam tempo e recursos em ações que não são prioritárias.
138
É importante considerar que a execução e operação do plano devem ser
monitoradas, facilitando a visualização dos resultados das ações e permitindo a
realização de ajustes sempre que necessário. Além disso, o plano de ação deve ser
avaliado e atualizado com frequência (CAMPOS, 2016).
139
RESUMO DO TÓPICO 1
140
AUTOATIVIDADE
1. Controle interno signica que a equipe precisa estar coesa, e esta é uma
grande diculdade do gestor. Superada a ase de entendimento sobre o
problema que está apresentado, a próxima etapa diz respeito à busca
de alternativas para solucionar tal problema (não é raro os gestores in-
terromperem a análise logo no início desse processo). Sobre o que estu-
damos sobre ferramentas estratégicas ambientais, assinale a alternativa
CORRETA.
a. ( ) Controle Interno.
b. ( ) Análise de fatores sociais.
c. ( ) Análise de fatores políticos.
d. ( ) Análise de fatores econômicos.
2. A qualidade representa cada vez mais não apenas uma característica re-
ferente a produtos e serviços, mas a satisfação total das necessidades e
expectativas dos clientes, sendo destacada, assim, como uma premissa
para as organizações obterem sucesso. Com base na gestão de barreiras,
analise as sentenças a seguir.
141
A elaboração da erramenta pode ocorrer em virtude de modicações
relevantes nos ambientes empresariais, tanto interno, como externo,
podendo se tratar de empresas privadas, públicas ou, ainda, sem ns
lucrativos.
( ) A transição da Era Industrial para a Era da Informação exigiu modi-
cações que resultaram a descontinuidade dos padrões tradicionais
competitivos e de estabilidade.
( ) Trata do conjunto de medidas referentes à organização como um
todo, capazes de refetir certas características do desempenho de
pessoas, grupos e níveis organizacionais.
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) F – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( )F–F–F
142
TÓPICO 2
FERRAMENTAS
ESTRATÉGICAS
ESTRUTURAIS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos as ferramentas estruturais e a busca
por alternativas que devem partir da coleta de dados e informações, que precisam
estar disponíveis no momento certo para o início da fase decisória.
Muitas vezes, esses dados não são devidamente compartilhados, e a di-
culdade de obtê-los torna o processo cansativo e desestimulante. Por outro lado,
a quantidade de dados e inormações é tão grande, que a diculdade para os co-
laboradores e gestores se dá em analisar a relevância de cada um deles, para, daí,
iniciar o processo de análise.
Uma grande diculdade, no processo decisório, é a busca por uma grande
quantidade de dados e informações, imaginando que esse fato irá proporcionar
mais segurança na tomada de decisão, mas isso não corresponde com a realidade.
Dados e informações precisam estar relacionados ao problema em análise.
Outra grande diculdade encontrada na gestão é que as decisões envolvem pes-
soas. Sempre haverá divergência de opinião e confito de interesses, levando as
pessoas a adotarem comportamentos políticos, na tentativa de infuenciar uns aos
outros, seja usando o poder, a persuasão, a justicativa técnica etc., na deesa de
seus posicionamentos sobre a questão.
2 OKRS
Quando tratamos da erramenta, também conhecida como metodologia
Objectives and Key Results (OKR), ou Objetivos e Resultados-Chave, utilizamos
como foco a base de resultados por meio de tomada de decisão rápida dentro dos
objetivos centrais das organizações, ou seja, a resposta rápida para o controle das
ações que estão sendo executadas. Como exemplo, podemos citar as empresas
Spotify, BMW e LinkedIn, que utilizam com sucesso a metodologia.
143
Figura 11 – Resultados organizacionais
ATENÇÃO
A globalização tornou mais fácil o acesso ao poder de consumo. Nesse
contexto empresarial, é importante entender que algumas premissas são
determinantes para a continuidade do negócio e estão associadas direta-
mente a sua estrutura de controle.
144
pelo fato de o mercado ser tão dinâmico, as organizações convivem permanen-
temente com uma necessidade de adaptação, o que exige delas uma capacidade
de realizar mudanças em processos, relacionamentos, modelos de gestão, estru-
turas, cultura etc.
Nesse cenário, em que a mudança está cada vez mais presente no processo
gerencial, as organizações buscam adaptar sua estrutura, ressignicar sua cultura e
adotar novas dinâmicas, que, por sua vez, tornam esse trabalho mais complexo, uma
vez que se passa a lidar com vários processos simultâneos de mudanças, que gera
maiores ou menores impactos no ambiente interno e externo dessas empresas.
A ferramenta, ou “gestão da mudança”, compreende uma metodologia uti-
lizada para garantir a implementação detalhada de todas as mudanças planejadas.
Deve ser estruturada, ampla e periódica, orientando a transição da situação atual
para o estado futuro, apoiando as organizações na integração e no alinhamento
de pessoas, processos, cultura e estratégia organizacional, desde os centros de
custos, até o setor de relacionamentos, sempre se preocupando com o modo como
os indivíduos lidam com a nova situação. Além disso, serve para garantir a manu-
tenção dos benefícios alcançados, uma vez que permite controlar a nova forma de
gerenciamento (CAMPOS, 2016).
145
INTERESSANTE
Ainda, torna-se fundamental ter em mente que a mudança organizacional
envolve a modicação de valores e atitudes, a alteração nos processos
de conhecimento e formação tecnológica, as mudanças na estrutura de
poder, a distribuição de recompensas e recursos e a renovação e inovação
de elementos próprios da organização.
146
Figura 13 – Análise dos resultados
147
• Dirigida: a qual requer um guia que ocupe um cargo de autoridade e que
supervisione a mudança, garantindo a sua implementação.
• Não planejada: a qual acontece naturalmente. Nela, a organização bus-
ca a solução de problemas à medida que aparecem.
• Planejada: também chamada de estratégica, acontece de modo pro-
gramado, orientada por um conjunto de procedimentos que precisam
ser seguidos.
148
Além disso, você precisa ter em mente que esse processo envolve o traba-
lho com um grupo de pessoas interessadas da organização, que ajudarão a com-
preender o signicado das mudanças, realizar e manter a transição e superar os
desaos organizacionais e comportamentais necessários para acomodar e mantê-
-las (CAMPOS, 2016).
Outro ponto importante reside no fato de que reformular a organização
pode implicar mudanças profundas, como nos valores organizacionais e nos papéis
desempenhados pelas pessoas, envolvendo múltiplos aspectos da organização.
Cabe destacar ainda que os processos de mudança podem ser impostos (determi-
nados de cima para baixo) ou participativos (colaborativos), conforme a cultura da
organização.
De acordo com Marcondes (2005), há outros aspectos que devem ser co-
nhecidos diante de um processo de mudança. São eles:
149
• A mudança envolve aspectos técnicos e humanos: trata-se das duas pe-
ças-chave no processo de mudança. O fracasso de um deles impede que
a mudança aconteça. É preciso compreender e lidar com a resistência e a
dinâmica natural da transição, utilizando a comunicação, a participação e
a solução de confitos como acilitadores do processo de mudança.
• Grandes mudanças alteram o contrato psicológico: elas mudam o modo
como as pessoas enxergam a organização, provocando resistência e
turnover de pessoal. Nesse sentido, é preciso mostrar às pessoas as
consequências de não mudar e os benefícios da mudança.
• A mudança gera confitos: para a mudança acontecer, é preciso admi-
nistrar os confitos dela advindos.
• A mudança não é um processo controlado e organizado: apesar de pla-
nejada, sore infuências de confitos, resistências, interações, comple-
xidade, ambiguidades etc. Além disso, cada mudança fará surgir novas
oportunidades e necessidades de mudança.
• A mudança é uma realidade: ela será cada vez mais necessária às or-
ganizações, estimulada por fatores internos e externos, exigindo novas
habilidades e a capacidade de aprendizado constante para uma rees-
truturação ao longo do tempo.
Com tudo o que foi apresentado até o momento, você pode perceber como
o processo de mudança nas organizações é complexo e quanto se torna funda-
mental seu planejamento, de modo a minimizar os riscos de fracasso.
150
• Diagnóstico: nessa primeira etapa, torna-se undamental identicar
quais são os problemas internos e externos que afetam a organização
e formular hipóteses, além de se informar sobre os problemas identi-
cados, analisar cuidadosamente as inormações obtidas e chegar a
conclusões sobre as informações, rejeitando ou aceitando as hipóteses
formuladas.
• Avaliação da prontidão para a mudança: é preciso ter claro o local onde
a mudança ocorrerá, avaliando a prontidão de sistemas organizacio-
nais, estruturas, cultura e pessoas que serão afetadas e necessitam
da mudança. Cabe destacar que a mudança na cultura da organização
geralmente é longa e dolorosa, visto estar enraizada, formada ao longo
de sua existência.
• Delineamento do escopo da mudança: é preciso denir o que se espe-
ra com a mudança, além de sua extensão e as atividades necessárias
para sua execução. Deve-se planejar ações que reduzam os riscos e
as incertezas próprias de um processo de mudança, aumentando as
chances de sucesso. A estratégia de mudança deve ser consistente e
pertinente às demais estratégias da organização, factível e compatível
com a missão da organização, bem como representar uma vantagem
competitiva. Cabe destacar que a escolha das estratégias precisa con-
siderar o tempo disponível para o planejamento, a execução e a ex-
tensão da mudança, as características daquilo que será modicado, a
disponibilidade de recursos e a capacidade da organização de realizar e
manter a mudança.
• Denição da abordagem da mudança: a abordagem da mudança deve
estar alinhada à cultura da organização. Os métodos mais empregados
são o tecnológico, o estrutural, o gerencial ou o humano, passíveis de
utilização individualmente ou combinados, caso seja apropriado.
• Método tecnológico: as mudanças acontecem mediante a introdução
de uma nova tecnologia, que pode afetar parte ou toda a organização.
• Método estrutural: as mudanças decorrem de alterações no organogra-
ma da organização, afetando áreas de autoridade e responsabilidade de
departamentos ou seções.
• Método gerencial: as mudanças se dão a partir do critério de avaliação
dos funcionários e de recompensas pelo serviço prestado.
• Método humano: as mudanças ocorrem por meio da mudança das pes-
soas em virtude da aquisição de novos conhecimentos e habilidades, da
mudança de comportamento e das atitudes das pessoas (COSTA, 2016).
151
Figura 17 – Planejamento de equipe
ATENÇÃO
A implementação da mudança consiste na execução do plano de ação,
monitorado e controlado constantemente, para garantir que tudo acon-
teça do modo como foi planejado. Cabe destacar que a implementação
compreende um processo interativo, ou seja, depende da participação de
todos os envolvidos.
152
• Preparação da organização para a mudança: identicar as áreas que
necessitam de apoio especíco e da implementação de atividades de
suporte.
• Mobilização das partes interessadas: informar as pessoas sobre os ob-
jetivos essenciais da mudança e capacitar aqueles participarão ativa-
mente nas decisões que impactam a mudança.
• Entrega dos resultados do projeto: monitorar as mudanças conforme
sua implementação.
153
3 ANÁLISE PESTEL
A Análise Pestel, ou também conhecida como PEST, auxilia no controle das
atividades e fatores externos em relação às empresas. Com mercados cada vez
mais competitivos, as empresas se veem diante da necessidade de maior fexibili-
dade e comprometimento de todas as partes interessadas, no sentido de alcançar
seus objetivos e melhorar sua performance.
• P – fatores políticos;
• E – fatores econômicos;
• S – fatores sociais;
• T – fatores tecnológicos;
• E – fatores ecológicos;
• L – fatores legais.
154
tes em cada um dos elementos sempre que necessário. Dessa forma, as quatro
dimensões se mantêm em alinhamento com a integração e a gestão estratégica.
Os sistemas de avaliação de desempenho organizacional se apresentam como
os principais métodos disponíveis para medir o controle gerencial e seu alinhamento
estratégico, de acordo com estudos de Campos (2016). A avaliação de desempenho
proporciona subsídios para realizar a mensuração do desempenho organizacional,
planejar, implementar, gerenciar e comunicar a estratégia de uma organização, bem
como infuenciar o comportamento e as ações de seus empregados e stakeholders,
proporcionando apoio na tomada de decisão (CAMPOS, 2016, p. 41).
Com importância crescente no meio organizacional, a avaliação de desem-
penho aparece em estudos diversos e com uma multiplicidade de ferramentas de
gestão e apoio ao desempenho e melhoria das organizações. Essas ferramentas
apresentam características particulares e procuram, de acordo com a perspectiva
de cada um de seus autores, avaliar de forma adequada o desempenho das orga-
nizações.
ATENÇÃO
O mapeamento de processo é uma dessas ferramentas e representa uma
atividade essencial para que se possa compreender o funcionamento de
uma organização e o seu desempenho. Trata-se da elaboração de uma
representação gráca, por meio de organogramas, diagramas de posicio-
namento, fuxos de processos, entre outros.
155
À medida que se realiza a análise acerca dos modelos e mapas de proces-
so existentes na organização, começam a emergir informações que proporcionam
compreender onde estão as atividades problemáticas, as inconsistências e as re-
dundâncias do processo. Esse levantamento é uma oportunidade para que a equi-
pe verique o processo no seu todo, sua complexidade e, principalmente, onde os
problemas ocorrem. Também é possível ver onde os processos estão ocorrendo de
forma divergente do esperado. A descoberta e a análise dessas limitações direcio-
nam para a revisão do processo de negócios.
Nesse contexto, é possível perceber a necessidade de um programa de co-
municação interna, de treinamento e de sensibilização eciente, de orma a garantir
que todos os colaboradores da empresa envolvidos no processo sejam alcançados,
com o intuito de assimilação de conteúdo e conduta ética e íntegra. Dessa forma, é
possível gerir, de maneira mais ecaz, as relações externas e internas e analisar os
processos para redesenhá-los, sempre com vistas a provocar melhorias signicati-
vas nos índices de desempenho da organização.
ATENÇÃO
Atenção especial deve ser dada aos processos organizacionais que mais
contribuem para agregar valor ao cliente e, dessa forma, melhoram, mais
rapidamente, os resultados da organização.
156
quando o desempenho da concorrência é mais destacado, mesmo com a utilização
dos mesmos recursos, entre outros.
Outra forma de iniciar o redesenho dos processos consiste em elaborar um
benchmarking, em que se realiza o comparativo relativo ao desempenho dos proces-
sos de negócios com a maneira como esses processos são geridos e executados por
outras organizações relevantes do setor, com a nalidade de obter ideias de melhoria.
• Financeira.
• De clientes.
• De processos internos.
• De aprendizagem/crescimento.
157
O uso do BSC permite que a empresa acompanhe o desempenho nancei-
ro e controle e faça correções nas estratégias. A seguir, veja, em detalhes, essas
perspectivas.
a. Perspectivas nanceiras
158
b. Perspectiva do cliente
159
A cadeia de processos internos contempla alguns processos considerados
essenciais, tendo como propósito, no atendimento ao cliente:
• Inovação.
• Operações.
• Serviço pós-venda.
Figura 20 – Aprendizagem
160
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
A Novartis fechará o laboratório de neurociência localizado na Basileia, da
mesma orma que a GlaxoSmithKline e a AstraZeneca zeram recentemente Ab-
bott, 2011). O desenvolvimento de drogas para doenças cerebrais passou a ser
visto como atividade de altíssimo risco, depois que uma série de remédios experi-
mentais fracassou após anos de testes clínicos. Especialistas alegam que as em-
presas vivem um dilema, pois a procura por medicamentos é crescente, mas, em
contrapartida, o risco é alto (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo [FAPESP], 2012). Será que a avaliação do sucesso seria adequada (Kaplan
& Norton, 1996)? Uma interrupção do esforço de inovação pode truncar investi-
mentos de muitos anos, com consequências sobre várias áreas e indicadores das
organizações, o que tem ocorrido frequentemente (Berry, Coad, Harris, Otley &
Stringer, 2009. Na verdade, muito mais do que o retorno nanceiro, investimen-
tos dessa natureza afetam a vida de muitas pessoas, hoje e amanhã.
Um olhar especíco sobre cada estratégia de inovação az com que ela seja
vista como algo localizado, o que não é verdade. A conexão de esforços de inovação
pode levar a organização a perceber que existem antecedentes, relações de ama-
durecimento, estímulos e sinergias possíveis no desenvolvimento de atividades. Um
desses antecedentes são os estímulos externos, que afetam a estratégia da orga-
nização (Groot & Lukka, 2000), tais como aquelas provenientes da globalização,
dos clientes e da concorrência. Políticas públicas infuenciam o ambiente e mesmo
estratégias de inovação das empresas (Matias-Pereira & Kruglianskas, 2005).
Outro antecedente relevante decorre das tensões dinâmicas (Simons, 1995)
que surgem na gestão e impactam as decisões, em termos de prioridades. Essas
tensões são importantes para proporcionar esclarecimentos sobre decisões e dire-
cionamento do processo de inovação. Estudar as tensões dinâmicas que permeiam
o relacionamento entre uma erramenta de gestão especíca, o balanced score-
card (BSC) e o processo de gestão da inovação, numa abordagem teórico-empíri-
161
ca, é, assim, relevante e oportuno, permitindo a identicação de oportunidades de
melhoria na gestão e no desempenho da gestão da inovação.
É fundamental que existam instrumentos para captar e permitir a gestão do
desenvolvimento da inovação. Uma vez demandados artefatos que possam mensu-
rá-la e acompanhá-la, o BSC é indicado (Kaplan & Norton, 1996) como forma de ligar
a estratégia à operacionalização. Dada a relevância do processo de inovação tanto na
estratégia como nas questões táticas, o BSC deve, assim, captar e gerenciar as ações
requeridas para o sucesso da inovação, tanto no planejamento como no controle.
O sucesso da inovação é um elemento crítico na estratégia das organiza-
ções, sendo captado por vários elementos, frequentemente voltados mais para os
gastos efetuados do que para os benefícios que a inovação proporciona. A con-
tribuição do BSC, integrando diferentes elementos e aportando perspectivas de
planejamento e controle não apenas nanceiras, é de grande valia para o processo
de inovação das organizações.
Como consequência do exposto, a questão direcionadora desta pesquisa é:
Como o BSC se relaciona com o processo de inovação nas organizações? O objetivo
da pesquisa é estudar esse relacionamento, considerando estímulos externos às
organizações (Groot & Lukka, 2000), tensões dinâmicas (Simons, 1995), estratégias
de inovação adotadas e o sucesso percebido.
REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico desta pesquisa leva em conta: (i) BSC como ferramen-
ta na gestão; (ii) processo de inovação; (iii) estímulos externos à organização; (iv)
tensões dinâmicas e (v) percepção de sucesso da inovação.
163
que, de outra forma, poderiam ser desenvolvidos de maneira não focada (Wong-
-On-Wing, Guo, Li & Yang, 2007); (iii) colocar a estratégia no centro da gestão
(Agostino & Arnaboldi, 2011; Braam & Nijssen, 2011); (iv) proporcionar o benefí-
cio da interação entre os indicadores, equilibrando aspectos nanceiros e de curto
prazo com elementos não nanceiros e de longo prazo Andon, Baxter, & Chua,
2007) e (v) possibilidade de preparar planos que proporcionem relação de causa
e efeito nos projetos de inovação, integrando estratégia e operação (Bremser &
Barsky, 2004; Chenhall, 2005).
A avaliação de desempenho deve estar presente na estrutura de gestão da
organização, o que é facilitado pela estrutura do BSC, ao permitir o entendimento
integrado da inovação, ou seja, menos parcial na entidade (Bremser & Barsky, 2004;
Kaplan & Norton, 1996. Essa questão é undamental ao tema e pode signicar acei-
tação aberta demais ou rejeição muito rígida, dependendo do modelo, numa certa
dimensão temporal (Merchant & Stede, 2007).
Simons (1995) aponta que, ao apresentar os indicadores para a organização,
a alta administração revela suas preferências de direcionamento de atividades, e
isso facilita a redução de ambiguidades. A questão apresentada sobre as multina-
cionais farmacêuticas envolve dimensões temporais de longo prazo, com impacto
sobre ormas de nanciamento e retorno de longo prazo.
Uma das diculdades é integrar as dierentes dimensões e indicadores de
inovação Chenhall, 2005. Se essa integração não ocorre, as variáveis nanceiras
ganham força, e a visão de curto prazo passa a fazer pressão sobre a percepção
de desempenho Kaplan, 1998. Fica evidente a intenção de identicar relações de
causa e efeito proporcionadas no processo de inovação, e isso tudo, de alguma
maneira, interfere na avaliação de desempenho individual.
PROCESSO DE INOVAÇÃO
Direcionada pela estratégia, a organização sore infuência de várias manei-
ras nas atividades que desenvolve, a m de proporcionar inovação de modo con-
tínuo e perene. O termo inovação tem sido utilizado para aplicações mais amplas
ou mais restritas. É o esforço para se adaptar e se ajustar ao ambiente de maneira
a proporcionar continuidade à organização. Caracteriza-se como uma mudança
que proporcione evolução ou involução, em qualquer das dimensões competitivas,
que tem como objetivo prolongar a vida da organização (Freeman, 1995; Maga-
lhães, 2007). A abordagem de Rogers (1995) pode ser destacada por especicar
a inovação como uma ideia, prática ou objeto que é percebido como novo por um
indivíduo ou unidade de adoção.
A literatura tradicionalmente segmenta o processo de inovação em vários
tipos de esforços, direcionados para mudanças na empresa, que aqui são chama-
dos de estratégias de inovação, seja nos produtos, nos processos de fabricação ou
164
administrativos, na estrutura organizacional ou na maneira de efetuar os negócios
(Chiesa, Frattini, Lamberti, & Noci, 2009). Os tipos de inovação constituem-se
nas estratégias com as quais as organizações desenvolvem o esforço de inovação.
A inovação é percebida e valorizada como algo que é planejado e geren-
ciado dentro das organizações, recebendo estímulos tanto externos, tais como
pressões da concorrência, quanto do próprio modelo de gestão. É fundamental
que existam, assim, artefatos que possam captar e permitir aos gestores acom-
panharem o seu desenvolvimento.
ESTÍMULOS EXTERNOS
Os frameworks que tratam modelos de gestão reconhecem a infuência de
estímulos externos às organizações sobre a inovação (Groot & Lukka, 2000); en-
tretanto, nos trabalhos empíricos, essas variáveis, frequentemente, não são evi-
denciadas. Essa inclusão proporciona certo dinamismo ao modelo teórico, que, de
outra forma, seria mais hermético e sem conexões com os estímulos que propor-
cionam impacto na organização.
A globalização atinge os negócios de qualquer organização, e, quanto mais
exposta ela estiver, mais a inovação será afetada. Analogamente, a existência de
alguma interferência governamental impacta os esforços em termos de buscar a
inovação; as demandas dos clientes impulsionam a inovação, o que exige atenção
e ações por parte dos fornecedores. Restrição e disponibilidade de recursos escas-
sos permitem que a organização priorize atividades, e a inovação passa a ser rele-
vante na maneira como elas podem ser dimensionadas e gerenciadas. Finalmente,
a atuação das organizações não é isolada, mas faz parte de uma interação, de uma
cadeia de valor composta por entidades que competem e provocam pressões, res-
pondidas com ações (Groot & Lukka, 2000).
TENSÕES DINÂMICAS
Tensões dinâmicas podem ser conceituadas como os dilemas presentes na
organização, que, geralmente, confrontam visões opostas dos objetivos. Elas decor-
rem da necessidade de alinhamento entre organização, estratégias e comportamento
humano (Simons, 1995), nas suas respectivas dinâmicas que geram tensões, as quais
precisam ser reconciliadas e balanceadas, para que sejam benécas ao desempenho
das organizações, já que podem ser vistas como oportunidades a serem avaliadas e
escolhidas ou não priorizadas. Essas tensões são captadas pelo uso do sistema de
informações gerenciais quando os gestores são pressionados a atingir objetivos que
podem ser confitantes, mas cumpre salientar que se espera certo grau de comple-
mentaridade e balanceamento entre esses objetivos (Henri, 2006).
165
As tensões são necessárias para o contínuo equilíbrio e desequilíbrio das
organizações, e a inovação az parte dessa perspectiva. O benecio da tensão di-
nâmica consiste em produzir vantagem competitiva e capacitações organizacio-
nais (Henri, 2006; Mundy, 2010; Widener, 2007). Dessa maneira, encontrar o ade-
quado equilíbrio entre controle e liberdade de ação não é uma tarefa fácil quando
se pretende otimizar recursos disponíveis (Mundy, 2010).
166
RESUMO DO TÓPICO 2
• Que os gestores, normalmente, não estão preparados para gerir confitos e que
esse fato poderá desencadear um processo de adiamento nas decisões que
precisam ser tomadas para o progresso da organização.
• Que a grande questão que envolve a diculdade no processo de tomada de de-
cisão está na capacidade de conduzir esse processo. Formar uma equipe de
prossionais que possam colaborar com a análise dos problemas, com o levan-
tamento dos dados e das inormações, com a criação dos cenários e, nalmente,
auxiliar na escolha da melhor opção, é o grande desao do gestor, a m de mini-
mizar as diculdades inerentes ao processo decisório.
• Que a metodologia OKRs é de extrema importância para gerenciar os processos
de mudança para que os objetivos pretendidos sejam alcançados.
• Que uma abordagem de organização possibilita que instituições e gestores al-
cancem os objetivos desejados mais rapidamente, minimizando os riscos e ga-
rantindo que as mudanças acompanhem a velocidade daquelas que ocorrem no
ambiente externo às organizações.
• Que a metodologia Pestel gera o alinhamento externo, que se verica na relação
entre a denição das estratégias de negócios da empresa e a eetiva concreti-
zação delas pelas pessoas.
• Que o alinhamento horizontal diz respeito às necessidades dos clientes e ao ali-
nhamento dos processos (interfuncionais) com a capacidade de integrar o que
os clientes necessitam.
• Que o BSC é também um importante instrumento para medir o desempenho
organizacional, que busca mensurar precisamente ativos intangíveis e denir
ações que busquem gerar valor em tais ativos.
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AUTOATIVIDADE
a. ( ) Gestão de mudanças.
b. ( ) Liderança.
c. ( ) Mudança planejada.
d. ( ) Diagnóstico.
I. Atuação nanceira
II. Comprometimento com os fornecedores
III. Capacitação de processos internos
168
resultando a criação de vantagem competitiva e a otimização dos resul-
tados da organização. De acordo com que estudamos sobre processos
internos de clientes, classique V para as sentenças verdadeiras e F para
as falsas:
( ) Inovação
( ) Operações
( ) Controle de vendas diretas
a. V – F – F.
b. V – V – F.
c. F – V – F.
d. F – F – V.
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RESUMO DO TÓPICO 1
REFERÊNCIAS
KLUYVER, C. A. de. Estratégia: uma visão executiva. 2. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.
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