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Introdução à

Gestão de Negócios

201
Introdução à
Gestão de Negócios
1E
FICHA TÉCNICA

Desenvolvimento de conteúdo
Equipe Técnico-Pedagógica, Mediação e
Design Gráfico do Instituto Monitor

Editora
Katya Maia Motta

Coordenadora de Edição
Mariângela Nunes

Layout e Diagramação
Weverton Gomes

Colaborador
Nicole Spohr
FabriCO

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1ª Edição - maio/2013
Introdução à
Gestão de Negócios 201/5

índice
Apresentação............................................................................8

Lição 1 - História do Pensamento Administrativo


1. Antecedentes do pensamento administrativo........................9
1.1 O que são teorias?.........................................................10
1.2 C
 ondições geradoras do pensamento administrativo......10
2. Escolas de pensamento .......................................................10
2.1 Escola clássica da administração....................................11
2.2 Enfoque comportamental................................................14
2.3 Abordagem quantitativa..................................................16
2.4 T
 eoria dos sistemas e enfoque contingencial...................16

Lição 2 - Administração e Organização


1. As organizações e a administração.......................................21
1.1 O que é uma organização?.............................................22
1.2 O processo de organização............................................23
1.3 Estrutura organizacional..................................................24
1.4 O que é a administração?...............................................24
1.5 Eficiência e eficácia.........................................................24
1.6 O que é um administrador? ...........................................25
1.7 Níveis organizacionais.....................................................25
1.8 Ambiente e clima das organizações................................26
1.9 Clima organizacional.......................................................28
1.10 Políticas organizacionais...............................................29
2. Cultura organizacional...........................................................29
2.1 Níveis da cultura.............................................................30

Lição 3 - Funções Administrativas


1. Planejamento e estratégia......................................................33
1.1 Importância do planejamento .........................................34
1.2 Tipos de plano................................................................35
1.3 Papel dos objetivos no planejamento .............................36
1.4 Declaração de Valor, Missão e Visão...............................36
6/201 Introdução à
Gestão de Negócios

1.5 Análise SWOT ou FOFA..................................................38


2. Direção..................................................................................38
2.1 Comportamento organizacional .....................................39
2.2 Motivação.......................................................................40
2.3 Liderança .......................................................................41
3. Controle................................................................................42
3.1 Importância do controle..................................................43
3.2 Controle por nível organizacional.....................................43

Lição 4 - Estrutura da Organização


1. Área de produção ou operações..........................................48
1.1 A importância da administração de operações ..............48
1.2 Organizações como sistemas de operações ..................48
1.3 Logística ........................................................................50
2. Área comercial e de marketing..............................................51
2.1 Processo de administração de marketing....................... 51
3. Área financeira.......................................................................52
3.1 C
 iclos da empresa para a administração financeira.........52
4. Área de recursos humanos....................................................53
4.1 A importância da ARH....................................................53
4.2 O processo de administração de recursos humanos.......54

Lição 5 - Empreendedorismo, Qualidade Total e a Empresa


do Século XXI
1. Empreendorismo...................................................................59
2. Qualidade total......................................................................60
2.1 Custos da qualidade.......................................................60
2.2 Qualidade total................................................................61
2.3 Foco no cliente...............................................................62
2.4 A escola japonesa da qualidade total..............................63
2.5 Auditoria do sistema de qualidade..................................64
3. A empresa no século XXI.......................................................64

Encerramento.........................................................................68
Respostas dos Exercícios Propostos...................................69
Referências Bibliográficas....................................................70
Introdução à
Gestão de Negócios 201/7

apresentação
As organizações estão muito presentes em nossas vidas. Escolas,
igrejas, empresas, times de futebol, todos são organizações. Mas o
que significa ser uma organização? Quais são suas funções? Como
se organiza? Esses são assuntos que trataremos nas primeiras li-
ções desta disciplina e que nos ajudarão a situar a logística dentro
do complexo processo de administrar.
Além disso, estudaremos a história da administração, que pode ser
vista como uma prática – a prática de administrar uma organização,
por exemplo – ou como uma disciplina, então chamada de Admi-
nistração. Aprenderemos sobre a história do pensamento adminis-
trativo, ou seja, olhando para o passado, e compreenderemos as
tendências da administração olhando para o futuro.
Esperamos que, ao final, você esteja mais confortável para falar
sobre a administração das organizações.
Bom estudo!
Introdução à Gestão
de Negócios 201/9
lição 1
História do Pensamento
Administrativo
A administração como ciência é um “bebê”, se compararmos com a
administração como prática. A administração como ciência ou o pensa-
mento administrativo surgiu no início do século XX e é o assunto desta
nossa lição.
Ao término desta lição, você será capaz de:
a) descrever as principais contribuições da escola clássica de administração;
b) 
destacar as principais contribuições do enfoque comportamental
para a administração;
c) explicar em que consiste a abordagem quantitativa da administração;
d) analisar a teoria dos sistemas e discutir a contribuição empírica do
enfoque contingencial.

1. Antecedentes do pensamento administrativo

Os primeiros a refletirem sobre a Administração o fizeram a partir de


duas perspectivas opostas, que se complementaram: uns, de baixo para
cima, analisaram os processos produtivos, a maneira de fazer, próxi-
mos das porcas e parafusos; outros, de cima para baixo, a estrutura ad-
ministrativa e gerencial, a hierarquia. Muitos precursores construíram
o que veio a ser classificado como abordagem clássica, dentre os quais
talvez os mais importantes fossem Taylor, Fayol, Ford e Weber.
10/201 Introdução à Gestão
de Negócios

1.1 O que são teorias? ZZcentralização de poder, recursos e influ-


ências nas mãos dos mestres artesãos e
Teorias são tentativas de explicação e pre- concentração das indústrias manufatu-
visão da realidade. As teorias influenciam reiras, que formaram a burguesia;
a prática, servindo como guia para as de-
cisões da administração (SOBRAL; PECI, Indústrias manufatureiras
Referem-se ao uso de máquinas, ferramentas e do
2008). Além disso, impactam na forma trabalho para produzir bens que sirvam para o
como enxergamos as pessoas, as organiza- uso ou comércio.
ções e o meio em que elas estão inseridas,
assim como servem como fonte de compre- ZZmudança do sistema de trabalho do arte-
ensão e/ou previsão de práticas observadas são pelo assalariado.
nas organizações.
Dica de Cinema
ZZ
Assista ao filme “Tempos Modernos” de Charles
1.2 Condições geradoras do
Chaplin. Esse filme relata a situação enfrentada
pensamento administrativo pelos trabalhadores nos primeiros tempos da Re-
volução Industrial.
Segundo Sobral e Peci (2008), o pensamento
administrativo surge como consequência de
dois fatores principais: primeiramente, a Re-
Processo de modernização das sociedades
volução Industrial e a consolidação do capi-
ocidentais:
talismo e, depois, o processo de modernização
das sociedades ocidentais. Observe a seguir o ZZmodificações nas estruturas de autorida-
que ocorre em cada um desses processos: de da sociedades;
ZZ
fortalecimento e consolidação de uma
Revolução Industrial e consolidação do ca- nova forma de organização do trabalho, a
pitalismo: chamada burocracia.
ZZlimitação do poder do monarca absoluto e
surgimento de ideias liberais;
ZZintensificação das atividades comerciais e
aparecimento das primeiras cidades; Você Sabia
O primeiro curso de Administração foi
ZZcriação da indústria e aumento do poder aberto na Wharton School, nos Estados
das máquinas; Unidos, em 1881 (SOBRAL; PECI, 2008).
No Brasil, a Fundação Getúlio Vargas foi
ZZ
especialização do trabalho e formação
a primeira a oferecer um curso dessa
dos núcleos de mestres artesãos e apren-
natureza, em 1938.
dizes nas corporações de ofícios;

Artesão 2. Escolas de pensamento


É o profissional que fabrica produtos através
de um processo manual ou com auxílio de
ferramentas. Para um melhor entendimento da evolução
do pensamento administrativo, ele foi divi-
dido em teorias ou escolas de pensamento,
cujos períodos podem ser visualizados na
figura a seguir:
Introdução à Gestão
de Negócios 201/11

Teorias da Administração ao longo do tempo


Fonte: Sobral e Peci (2008)

É importante frisar que há divergências entre os autores de Adminis-


tração sobre as datas em que cada escola de pensamento teve início,
assim como a própria nomenclatura das abordagens. A divisão que uti-
lizaremos ao longo de toda esta lição foi proposta por Sobral e Peci
(2008), que são referência no assunto.

2.1 Escola clássica da administração

A escola clássica de administração pode ser dividida em três correntes:


Administração Científica, Gestão Administrativa e Teoria da Burocracia.

Administração científica
Frederick Winslow Taylor (1990), começou a trabalhar como operário,
foi subindo de posto e se formou engenheiro mecânico. Ele avaliou que
os males das indústrias da sua época eram a falta de comprometimento
dos trabalhadores e a ignorância da gerência em executar o trabalho.
Entre esses exemplos, existem alguns pontos chaves, que são: a fase
monopolista do capitalismo, os desperdícios no chão de fábrica, a baixa
produtividade e a presença de uma força de trabalho desqualificada.
A Administração Científica se ocupa principalmente em buscar a me-
lhor maneira pela qual uma tarefa pode ser realizada e entende que o
interesse do empregado no trabalho decorre do seu interesse pelo ga-
nho, sendo assim o trabalhador é considerado um homem econômico,
voltado para a satisfação material.
A seguir são listados os pressupostos da Administração Científica:
ZZhomo economicus (ser humano essencialmente egoísta e racional,
orientado por motivações materiais);
ZZa organização como um sistema fechado – foco nos processos internos;
12/201 Introdução à Gestão
de Negócios

crença na existência de uma ciência de admi-


ZZ zação, dirigindo-as e orientando-as;
nistração, que é passível de ser universalizada.
ZZcoordenar o trabalho do pessoal, harmo-
Foco de análise: nizando ações e recursos na busca dos ob-
jetivos; e
ZZprocessos operacionais de trabalho.
ZZcontrolar, verificar a conformação das
Conceitos-chave: ações às diretivas, corrigindo-as ou mes-
ZZexiste uma única maneira certa para de- mo alterando as decisões inadequadas.
sempenhar cada tarefa; Entre os fatores-chave do contexto, temos,
ZZseparação da concepção, elaboração das novamente, a fase monopolista do capita-
tarefas de trabalho de sua execução; lismo, mas também a existência de empre-
sas muito verticalizadas e hierarquizadas e
ZZ
remuneração baseada em incentivos a conscientização sobre a importância da
materiais. função da administração.
Contribuições: Pressupostos:
ZZmelhoria da produtividade e da eficiência; ZZfoco interno da análise organizacional;
ZZnovas formas de remuneração. ZZexistem princípios gerais de administra-
ção, que podem ser universalizados;
Limitações:
ZZexiste a ciência da administração.
ZZa organização é vista como um sistema fe-
chado e as influências das forças externas Foco de análise:
não são consideradas;
ZZa organização como um todo.
ZZbase em pressupostos motivacionais ma-
teriais e simplistas; Conceitos-chave:

ZZ
condições propícias para a alienação ZZas seis áreas de operações e as cinco fun-
do trabalhador. ções da administração;

Gestão administrativa ZZos 14 princípios da administração.

Henry Fayol (1990), focou sua atenção na Contribuições:


estrutura da empresa e definiu a Adminis- a administração pode ser vista como uma pro-
ZZ
tração como “previsão, organização, co- fissão que pode ser treinada e desenvolvida;
mando, coordenação e controle”. Dessa for-
ma, as funções do administrador são: ZZmarca a forma de compreender a admi-
nistração como processo, composto por
ZZprever o futuro e definir um plano de ação funções-chave.
em função dessa previsão;
Limitações:
ZZorganizar a empresa, isto é, seus recursos
materiais escritórios, oficinas, equipa- ZZ
manutenção da organização como um
mentos, materiais – e seus meios sociais, sistema fechado, com pouca importância
distribuindo-os em estruturas hierárqui- aos fatores externos;
cas – divisões, gerências, seções;
ZZos pressupostos motivacionais ainda são
ZZcomandar a ação das pessoas da organi- de natureza material e simplista.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/13
ZZIniciativa: os funcionários devem ser in-
Você Sabia centivados a propor melhorias; e
Henri Fayol contribui muito para a
administração. Ele criou os princípios ZZEspírito de equipe: deve haver harmonia
norteadores e dividiu a atividade em entre o pessoal para o trabalho em grupo.
operações e funções (SOBRAL; PECI, Teoria da burocracia
2008). Confira!
Aqui, os fatores-chave do contexto são a
consolidação da autoridade racional-legal
Fayol (1990), estabeleceu 14 princípios nor- nas sociedades ocidentais, a racionalização
teadores da Administração: do direito, a centralização do poder do es-
ZZDivisão do trabalho: com especializa- tado, a expansão do capitalismo, o cresci-
ção das tarefas e dos trabalhadores para mento da sociedade de massa e a industria-
maior eficiência. lização e racionalidade técnica nas grandes
empresas verticalizadas e hierárquicas.
ZZAutoridade e responsabilidade: direito de
dar ordens e esperar obediência, com res- Pressupostos:
ponsabilidade. ZZé um modelo ideal.
ZZDisciplina: obediência a regras claras e Foco de análise:
justas, com punição às infrações.
ZZa organização como um todo.
ZZUnidade de comando: cada empregado
com apenas um chefe. Conceitos-chave:

ZZUnidade de direção: todas as unidades da ZZos sete princípios da burocracia.


organização buscando os mesmos objeti-
Contribuições:
vos gerais.
ZZintrodução da lógica científica;
ZZSubordinação do interesse individual ao
geral: os interesses da organização têm ZZfortalecimento das metodologias de aná-
precedência sobre os dos empregados. lise racionais;
ZZRemuneração justa do pessoal: tanto para ZZcaráter democrático, com redução dos fa-
o empregado como para a organização. voritismos e clientelismos;
ZZCentralização: concentração da autorida- ZZconcepção de uma forma racional e efi-
de no topo da organização. ciente de organização sob as condições de
existência de atividades rotineiras.
ZZCadeia de comando: uma linha de coman-
do e comunicação, do alto até a base. Limitações:
ZZOrdem: pessoas e materiais nas posições ZZorganização como um sistema fechado;
onde são necessários e eficientes “um lugar
para cada coisa e cada coisa em seu lugar”. ZZrigidez devido à formalização e abuso de
poder tecnocrático.
ZZEquidade: com tratamento justo a todo
o pessoal. A teoria da burocracia foi formalizada por
Max Weber e parte da premissa de organi-
ZZEstabilidade do pessoal: a rotatividade é zação eficiente por excelência, por meio da
prejudicial à eficiência da organização. busca do caráter legal das normas, previa-
14/201 Introdução à Gestão
de Negócios

mente definidas por escrito, determinando, Para Pesquisar


assim, a sua maneira de funcionar preven-
Você consegue identificar semelhanças
do todas as ocorrências, coerentes com o entre os princípios da administração de
objetivo da organização. Segundo Weber Fayol e os princípios da burocracia de
(2003), a burocracia tem os seguintes prin- Max Weber? Quais?
cípios fundamentais:

ZZFormalização: existem regras definidas e 2.2 Enfoque comportamental


protegidas da alteração arbitrária ao se-
rem formalizadas por escrito.
A escola clássica da administração não ge-
ZZ
Divisão do trabalho: cada elemento do rou os resultados desejados em termos de
grupo tem uma função específica, de for- eficiência e produtividade. Além disso, o
ma a evitar conflitos na atribuição de impacto dos enfoques sociológicos e psi-
competências. cológicos no estudo das organizações e as
crises econômicas da década de 1930 aca-
ZZHierarquia: o sistema está organizado em baram por incentivar o surgimento de uma
pirâmide, sendo as funções subalternas nova escola de pensamento, o enfoque com-
controladas pelas funções de chefia, de portamental, que pode ser dividido em es-
forma a permitir a coesão do funciona- cola das relações humanas e abordagem
mento do sistema. comportamental.
ZZImpessoalidade: as pessoas, enquanto Escola das relações humanas
elementos da organização, limitam-se a
cumprir as suas tarefas, podendo sempre A corrente das relações humanas foi basi-
ser substituídas por outras – o sistema, camente um movimento de oposição à de-
como está formalizado, funcionará tanto sumanização do trabalho, derivada dos mé-
com uma pessoa como com outra. todos anteriormente propostos, que eram
rigorosos, científicos e precisos.
Competência técnica e Meritocracia: a es-
ZZ
colha dos funcionários e cargos depende Na essência, a escola das Relações Huma-
exclusivamente do seu mérito e capacida- nas tem uma proposta de buscar o equi-
des – somente se houver necessidade da líbrio entre a organização técnica e a hu-
existência de formas de avaliação objetivas. mana, destacando que “[...] as abordagens
interpessoais são tão importantes quanto os
ZZSeparação entre propriedade e adminis- incentivos monetários ou a fixação de me-
tração: os burocratas se limitam a admi- tas, e que uma abordagem mais humanísti-
nistrar os meios de produção – mas não os ca é um importante meio para satisfazer as
possuem. necessidades econômicas e sociais da orga-
ZZ
Completa previsibilidade do funciona- nização.” (GOLEMAN, 2007, p. 59).
mento: todos os funcionários deverão se As origens da Teoria das Relações Humanas
comportar de acordo com as normas e re- vêm:
gulamentos da organização, a fim de que
esta atinja a máxima eficiência possível. a) da necessidade de humanizar e democra-
tizar a Administração, libertando-a dos
conceitos rígidos e mecanicistas da Teo-
ria Clássica e adequando-a aos novos pa-
drões de vida do povo americano;
Introdução à Gestão
de Negócios 201/15
b) 
do desenvolvimento das chamadas Ciências Humanas, principal-
mente a Psicologia e a Sociologia;
c) das ideias da Filosofia Pragmática de John Dewey e da Psicologia
Dinâmica de Kurt Lewin, que foram capitais para o Humanismo na
Administração;
d) das conclusões da Experiência em Hawthorne, desenvolvida entre
1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo.
Abordagem comportamental
A abordagem comportamental tem como fatores-chave do contexto a
visão reducionista do ser humano presente na escola das relações hu-
manas e o impacto das pesquisas nas ciências sociais.
Abraham H. Maslow (1970) defendeu que as necessidades humanas di-
videm-se em distintos níveis de necessidades:
a) fisiológicas (alimentação, repouso, abrigo);
b) de segurança;
c) sociais (amizade, amor);
d)de estima (autoconfiança, status, prestígio, consideração); e
e) de autorrealização (assim entendida a realização do próprio potencial).

Hierarquia das necessidades de Maslow.


Fonte: Adaptado de Caravantes (2005, p. 109).
16/201 Introdução à Gestão
de Negócios

2.3 Abordagem quantitativa mento contra a excessiva especialização


das disciplinas, assim como a influência da
Os fatores-chave do contexto dessa abor- obra de von Bertalanffy.
dagem são o impacto da Segunda Guerra
Mundial, do financiamento do estado para Emergem duas correntes: teoria dos sis-
pesquisa operacional e das associações e re- temas e enfoque contingencial (SOBRAL;
vistas de pesquisa operacional. PECI, 2008).

Pressupostos: Teoria dos sistemas

ZZa maioria dos problemas de administração Os fatores-chave do contexto da teoria dos


pode ser modelada quantitativamente. sistemas são o impacto da Segunda Guerra
Mundial e a influência de von Bertalanffy.
Foco de análise:
Pressupostos:
ZZtécnicas de apoio ao processo de tomada
de decisão nas organizações. ZZas organizações precisam ser vistas como
sistemas abertos.
Conceitos-chave:
Foco de análise:
ZZaplicação da análise quantitativa às deci-
sões administrativas; ZZa organização, os subsistemas e a intera-
ção da organização com o ambiente.
ZZconjunto de técnicas, como análise de de-
cisão, otimização, simulação, previsão, Conceitos-chave:
teorias de jogos, modelos de rede etc.
ZZa organização é um sistema aberto, que é
Contribuições: formado por partes interdependentes en-
tre si;
ZZauxilia no processo de tomada de decisão
nas organizações; ZZ
a organização está em contínua intera-
ção com o ambiente em que está inserida,
ZZaprimoramento dos métodos quantitati- para coletar os insumos e contribuir com
vos para a análise dos problemas. produtos e serviços.
Limitações: Contribuições:
ZZnão leva em consideração os fatores não ZZ
considerações de importantes relações
quantificáveis ou não dá a devida impor- entre os subsistemas organizacionais que
tância a eles; influenciam o alcance dos objetivos orga-
ZZdesconsidera o lado humano nas organi- nizacionais;
zações; ZZdesmistifica a ‘ótima solução administra-
ZZ
os modelos não são projetados para lidar tiva e abre espaço para soluções alterna-
com decisões imprevisíveis ou não rotineiras. tivas satisfatórias;
ZZexpande as fronteiras da organização, re-
2.4 Teoria dos sistemas e conhecendo a importância de sua inter-
dependência com o ambiente;
enfoque contingencial
ZZ
abertura para a identificação das vari-
Como fatores-chave do contexto, temos a
áveis ambientais que influenciam o de-
conscientização da interdependência global
sempenho organizacional.
após a Segunda Guerra Mundial, o movi-
Introdução à Gestão
de Negócios 201/17
Limitações:
ZZnão oferece direcionamento sobre as funções e práticas gerenciais
concretas.
conceitos importados das ciências biológicas e naturais nem sempre
ZZ
consideram a complexidade e a unicidade da vida social.
Enfoque contingencial
A Teoria da contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas or-
ganizações ou na Teoria da administração.
A contingência é algo incerto ou eventual que pode ou não ocorrer, e a
abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional en-
tre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas
para o alcance eficaz dos objetivos da organização.
A abordagem contingencial salienta que não se atinge a efi-
cácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo
organizacional, ou seja, não existe uma forma única que seja
a melhor para organizar no sentido de se alcançar objetivos
altamente variados das organizações dentro de um ambiente
de trabalho também variado (CHIAVENATO, 1983, p.234).
É preciso considerar o momento histórico em que cada teoria foi desen-
volvida, pois, se olharmos para cada teoria com os “olhos do presente”,
podem parecer simplistas ou até ingênuas. Porém, cada escola de pen-
samento foi importante para a consolidação do que podemos chamar de
ciência da Administração. É claro que, depois dessas teorias, outras fo-
ram desenvolvidas mais recentemente – esse é um processo que não para.

anotações / dicas
18/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Exercícios Propostos
1. Assinale a alternativa que indica qual é a escola de pensamento administrativo que surgiu
depois dos anos 1950.

( ) a) Gestão administrativa.
( ) b) Teoria dos sistemas.
( ) c) Administração quantitativa.
( ) d) Administração científica.
( ) e) Escola das Relações Humanas.

2. Qual é a escola que tem como pressuposto o homo economicus, ser humano essencialmente
egoísta e racional, orientado por motivações materiais?

( ) a) Administração científica.
( ) b) Enfoque contingencial.
( ) c) Gestão administrativa.
( ) d) Escola das relações humanas.
( ) e) Teoria da burocracia.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/19
3. Assinale a escola que se apresenta como um modelo ideal e tem como foco de análise a orga-
nização como um todo.

( ) a) Enfoque contingencial.
( ) b) Teoria dos sistemas.
( ) c) Administração científica.
( ) d) Teoria da burocracia.
( ) e) Gestão administrativa.

4. Escolha a opção que apresenta as palavras que complete corretamente a frase abaixo.
O _____________ pode ser dividido em: _______________ e abordagem comportamental.

( ) a) movimento da administração científica – gestão administrativa


( ) b) enfoque contingencial – teoria da burocracia
( ) c) enfoque comportamental – escola das relações humanas
( ) d) enfoque contingencial – escola das relações humanas
( ) e) enfoque comportamental – administração quantitativa
5. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso)
( ) a) Na Gestão administrativa de Henry Fayol, as funções do administrador são prever, or-
ganizar, comandar, coordenar e controlar.
( ) b) Teorias são tentativas de controlar a realidade e influênciar a prática servindo como
guia para as decisões da administração.
( ) c) Entre os acontecimentos que englobam a Revolução Industrial, está a intensificação das
atividades comerciais e aparecimento das primeiras cidades.
( ) d) A especialização do trabalho e formação dos núcleo de mestres artesãos e aprendizes
surgiu com a Revolução Industrial.
( ) e) A administração científica se ocupa principalmente em buscar a melhor maneira pela
qual uma tarefa pode ser realizada.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/21
lição 2

Administração e Organização
Você já reparou que quase tudo que acontece no mundo depende das
organizações? Pense um pouco nos locais que você frequenta diaria-
mente: empresa em que trabalha, banco, padaria, igreja... Todos eles
são organizações! E são as organizações que fornecem os meios para
o atendimento das necessidades humanas. Só que, para alcançar cor-
retamente seus objetivos, as organizações precisam de administração.
Nesta lição, aprenderemos o que é organização e administração, além
de vários outros aspectos ligados a essa prática.
Ao término desta lição, você será capaz de:
a) definir os conceitos de administração e organização;
b) contrastar os conceitos de eficácia e eficiência;
c) definir os conceitos de níveis e ambiente organizacional;
d) definir os conceitos de cultura e clima organizacional.

1. As organizações e a administração

Você já parou para pensar que a administração é uma prática muito antiga?
A construção das pirâmides do Egito, por exemplo, exigiu muitos conhe-
cimentos matemáticos, uma infinidade de pedras e o trabalho de 30 mil
egípcios durante 20 anos, segundo estimativas (MOTOMURA, 2012).
Cerca de 2,3 milhões de pedras foram necessárias para colocar de pé
a maior e mais famosa pirâmide, a de Quéops, que data de 2550 a.C.
E cada bloco pesava em média 2,5 toneladas! Além dos trabalhadores
que atuavam no corte e transporte de pedras, havia também médicos,
pedreiros e cervejeiros que, ao que tudo indica, eram pagos com cerveja
e alimentos.
22/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Você já se imaginou administrando esse pessoal todo e essa obra monu-


mental? Isso é a prática da administração!

Para Pesquisar
Você consegue pensar em outros
empreendimentos antigos que
envolvem a prática da administração?

1.1 O que é uma organização?


A conceituação de organização tem sido tema de vários estudos, onde
Kanaane (1994), conceitua a organização como “um sistema social-
mente estabelecido pelo conjunto de valores expressos pelos indivíduos
que dela fazem parte, sendo assimiladas e transmitidas sucessivamente
pelas mesmas, daí a importância e a responsabilidade diante dos ou-
tros, das novas gerações”. (KANAANE, 1994, p. 30).
Já Drucker (1997), por sua vez, vincula os conceitos de organização ao
conhecimento, onde a função das organizações é tornar produtivos os
conhecimentos, de forma que quanto mais especializados forem, mais
eficazes serão.
Sobral; Peci (2008), afirmam que as organizações são grupos estrutura-
dos de pessoas que se juntam para alcançar objetivos comuns.
Características comuns a todas as organizações:
ZZ
têm um objetivo ou uma finalidade que lhe conferem uma razão
para existir;
ZZsão compostas por pessoas;
ZZpossuem uma estrutura que define o comportamento e as responsabi-
lidades de cada um de seus membros.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/23
Primeiramente, é importante distinguir o conceito de organização como
entidade social e como função da administração. Veja a figura a seguir.

Conceitos de organização
Fonte: Sobral e Peci (2008)

1.2 O processo de organização


Organizar é o processo de dividir, integrar e coordenar atividades e
recursos da organização para alcançar os objetivos previamente defini-
dos (SOBRAL; PECI, 2008).
ZZDivisão do trabalho: é um dos pressupostos da existência das orga-
nizações. Lembra-se de que já falamos sobre isso em outras lições? É
por meio da divisão do trabalho que se atinge a sinergia na coopera-
ção dos membros da organização na busca dos objetivos. A divisão
obedece a critérios racionais.

Você Sabia
De acordo com o Dicionário Priberam, sinergia significa:
1. Ato ou esforço simultâneo de diversos órgãos ou músculos.
2. Ato ou esforço colectivo = cooperação.

ZZIntegração: é consequência direta da divisão do trabalho e está ligada


ao agrupamento de tarefas, atividades e recursos, a fim de permitir
melhor coordenação. Manifesta-se nos cargos, posições e funções or-
ganizacionais, assim como nos critérios de departamentalização.
ZZCoordenação: é a utilização dos mecanismos que visam a colaboração en-
tre os departamentos, para alcançar os objetivos globais da organização.
24/201 Introdução à Gestão
de Negócios

1.3 Estrutura organizacional 2008). Em outras palavras, é a capacidade


de desempenhar corretamente as tarefas.
A estrutura organizacional é o resultado fi- Sua preocupação é com os meios. Por exem-
nal do processo de organização e refere-se plo, quanto maior a produtividade da orga-
ao modo como as atividades de uma organi- nização, mais eficiente ela será.
zação são ordenadas para possibilitar o al-
cance dos objetivos (SOBRAL; PECI, 2008). Eficácia é a capacidade de realizar as ativi-
Essa estrutura especifica os papéis, as re- dades da organização de forma a alcançar
lações e os procedimentos organizacionais os objetivos estabelecidos. Envolve escolher
que possibilitam uma ação coordenada de os objetivos certos e conseguir atingi-los.
seus membros. Sua preocupação é com os fins.
Esses conceitos apresentados estão relacio-
1.4 O que é a administração? nados. Antes de focar na eficiência dos pro-
cesso, é preciso definir os objetivos certos.
Administração é um processo que consiste Por exemplo, Joana recebeu R$ 10,00 para
na coordenação do trabalho dos membros comprar um papel para a impressora do
da organização e na alocação dos recursos escritório em que trabalha. Foi até a Pape-
organizacionais para alcançar os objetivos laria Alfa e comprou uma resma de papel,
estabelecidos de uma forma eficaz e eficien- porém pagou R$ 12,00 pelo produto. Porém,
te (SOBRAL; PECI, 2008). se tivesse ido na Papelaria Beta, do outro
lado da rua, a mesma resma de papel teria
1.5 Eficiência e eficácia custado R$ 8,00.

Uma das principais funções do administrador Nesse caso, Joana foi eficiente? Foi eficaz?
é cumprir os objetivos com eficiência e eficácia. Joana foi eficaz porque atingiu seu objetivo,
que era comprar uma resma de papel para
Para Chiavenato (1994), toda a organização o escritório. Porém, como gastou R$ 12, não
deve ser analisada sob o escopo da eficiência foi eficiente – gastou mais recursos do que o
e eficácia, e não somente dos administradores. previsto. Se tivesse comprado o produto na
Papelaria Beta teria sido eficaz, por realizar
Eficácia é uma medida norma-
o objetivo, e eficiente, pois teria realizado a
tiva do alcance dos resultados,
tarefa minimizando a utilização de recur-
enquanto eficiência é uma me-
sos. Ficou mais claro agora?
dida normativa da utilização
dos recursos nesse processo. [...] Observe o quadro comparativo:
a eficiência é uma relação entre
custos e benefícios. Assim, a efi- Eficiência Eficácia
ciência está voltada para a me- Fazer bem as coisas Fazer as coisas certas
lhor maneira pela qual as coisas
Preocupação com os meios Preocupação com os fins
devem ser feitas ou executadas
(métodos), a fim de que os re- Minimização dos recursos Maximização dos recursos
cursos sejam aplicados da for- utilizados alcançados
ma mais racional possível [...]. Ênfase nos processos Ênfase nos resultados
(Chiavenato, 1994, p. 70). Ausência de desperdícios Escolha dos objetivos mais
apropriados
Eficiência é a capacidade de realizar as
atividades da organização minimizando a Eficiência versus eficácia
utilização dos recursos (SOBRAL; PECI, Fonte: Sobral e Peci (2008)
Introdução à Gestão
de Negócios 201/25
1.6 O que faz um administrador?
Administradores ou gestores desempenham atividades na organização
que diferem significativamente das atividades de trabalhadores ou fun-
cionários.
Administradores ou gestores:
ZZtrabalham coordenando as atividades e funções de outras pessoas;
ZZtêm a responsabilidade de ajudar os trabalhadores ou funcionários a
alcançar os propósitos da organização;
ZZpodem ser classificados pelo nível que ocupam na organização (por
exemplo, tático ou estratégico) e pelo âmbito das atividades pelas
quais são responsáveis.
Trabalhadores ou funcionários:
ZZsão indivíduos que trabalham diretamente na realização de uma ta-
refa específica e não têm a responsabilidade de supervisionar o tra-
balho de outros.

1.7 Níveis organizacionais


Os administradores podem ser classificados pelo nível que ocupam
na organização e pelo âmbito das atividades que realizam (SOBRAL;
PECI, 2008). Existem três níveis hierárquicos: estratégico, tático e ope-
racional, conforme a figura a seguir.

Níveis hierárquicos na organização


Fonte: Sobral e Peci (2008)
26/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Você Sabia
Hierarquia é a ordenação de elementos
em ordem de importância. Segundo Max
Weber (1979), a hierarquia é a ordem e
subordinação, a graduação de autoridade
correspondente às diversas categorias de
participantes, funcionários e classes.

ZZNível estratégico: as decisões se dão no alto escalão da organização e


trazem ações cujo efeito é duradouro e mais difícil de inverter. Parte
de um planejamento a longo prazo da empresa, conhecido como Pla-
nejamento Estratégico.
Nível tático: as decisões táticas se dão nos escalões intermediários e
ZZ
trazem ações de efeito em prazo mais curto, porém, de menos impacto
no funcionamento estratégico da empresa. Faz parte do Planejamento e
Controle Gerencial ou Planejamento Tático.
Nível operacional: refere-se a decisões operacionais que estão ligadas
ZZ
ao controle e às atividades operacionais da organização. Busca alcan-
çar os padrões de funcionamento reestabelecidos, com controles do
detalhe ou Planejamento Operacional, e cria condições para a realiza-
ção adequada das atividades diárias da organização.

1.8 Ambiente e clima das organizações


O ambiente é uma força poderosa que tem potencial para impactar po-
sitiva ou negativamente o sucesso das organizações (SOBRAL; PECI,
2008). Portanto, cabe ao administrador monitorar e analisar o ambien-
te organizacional para detectar oportunidades e ameaças.
Para Hall (1984), o ambiente representa todo o universo que envolve a
organização, ou seja, tudo que está fora da organização.
O ambiente organizacional refere-se ao conjunto de forças, tendências
e instituições, tanto externas como internas à organização, que têm po-
tencial para influenciar o desempenho organizacional.
O ambiente externo é o contexto no qual as organizações existem e
operam, sendo constituído pelos elementos que se encontram fora dos
limites da organização (SOBRAL; PECI, 2008). O ambiente interno é
composto pelos elementos internos da organização, como trabalhado-
res, administradores, cultura organizacional, tecnologia, estrutura or-
ganizacional e instalações físicas.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/27
A figura a seguir apresenta uma síntese do ambiente das organizações.

Ambiente das organizações


Fonte: Sobral e Peci (2008)

Ambiente interno e cultura organizacional


Mesmo que os fatores do ambiente externo possam parecer iguais para
organizações que fazem parte de um mesmo setor, a influência – poten-
cial ou real – de cada um desses fatores depende da singularidade da
organização.
É o ambiente interno que marca a singularidade organizacional, uma
vez que se refere às características particulares de uma organização.
A cultura organizacional é definida como um conjunto de significados
compartilhados pelos membros da organização, expressa e produzida
por meio de histórias, rituais, lendas, símbolos, linguagem e cerimônias.
Ambiente contextual
Corresponde ao conjunto de fatores externos à organização que a in-
fluenciam, muitas vezes de forma indireta (SOBRAL; PECI, 2008). O
ambiente contextual pode ser dividido em cinco tipos de fatores:
ZZFatores demográficos: a estrutura etária (idade da população), o gê-
nero, a distribuição geográfica, o tamanho da família, o nível educa-
cional, a ocupação profissional etc.
28/201 Introdução à Gestão
de Negócios

ZZFatores socioculturais: os valores, nor- ZZGrupos de interesse especiais: são os sindi-


mas, estilos de vida, hábitos e costumes catos, associações empresariais, associações
de uma sociedade. de defesa do consumidor, associações ecoló-
gicas, organizações não governamentais etc.
ZZFatores econômicos: o Produto Interno
Bruto (PIB), o nível salarial, a taxa de in- Em suma, os fatores ambientais influen-
flação, as taxas de câmbio, a balança co- ciam a empresa de várias formas e trazem
mercial, a taxa de juros, as taxas de de- oportunidades e ameaças que devem ser
semprego, os custos energéticos etc. analisadas e monitoradas pelos adminis-
tradores (SOBRAL e PECI, 2008). A análise
ZZFatores político-legais: a estabilidade po- do ambiente consiste no acompanhamento,
lítica, o clima ideológico, as políticas eco- avaliação e divulgação das tendências ob-
nômicas, a legislação laboral, a legislação servadas no ambiente externo e é funda-
antimonopólio, a prática de lobby etc. mental para o sucesso da empresa.
ZZFatores tecnológicos: a inovação tecnoló-
gica, os programas de incentivo à pesqui- 1.9 Clima organizacional
sa e desenvolvimento, as leis de proteção
de patentes, as normas internacionais de O clima organizacional pode ser entendido
qualidade etc. como o grau de satisfação do pessoal com
o ambiente interno da empresa (LACOM-
Ambiente operacional BE, 2011). Está relacionado com motiva-
É constituído pelos elementos que integram ção, lealdade, identificação com a empresa,
a empresa de forma direta e próxima (SO- colaboração entre as pessoas, interesse no
BRAL; PECI, 2008). São eles: trabalho, facilidade de comunicação, rela-
cionamentos entre as pessoas e integração
ZZClientes: pessoas ou organizações que ad- da equipe, além de outras variáveis.
quirem ou poderão adquirir produtos ou
serviços ofertados pela organização. Um bom administrador deve criar um am-
biente na organização em que as pessoas tra-
ZZFornecedores: são responsáveis pelas balhem de forma eficaz em prol de um objeti-
matérias-primas utilizadas pela empresa vo comum, desenvolvam suas competências,
para produzir seus bens ou serviços. realizem suas aspirações profissionais e atin-
jam reconhecimento e recompensas.
ZZConcorrentes: são outras empresas da
mesma indústria ou do mesmo tipo de ne- Esse ambiente deve apresentar as seguintes
gócio que satisfazem ou poderão satisfa- características:
zer as mesmas necessidades dos clientes.
ZZhonestidade e integridade no que as pes-
ZZInstituições financeiras: são os bancos co- soas dizem e fazem;
merciais, de investimento, seguradoras e
outras instituições que permitem acesso comunicação ampla de toda a organização;
ZZ
ao capital necessário para a manutenção ZZsuperiores interessados em ouvir o ponto
ou expansão dos negócios. de vista dos outros;
ZZMeios de comunicação social: incluem a ZZinteresse em trazer à tona os problemas e
mídia, responsável pela comunicação e resolvê-los;
divulgação das ações da empresa para o
público em geral, assim como pela publi- ZZtrabalho em equipes.
cidade de seus produtos.
Em outras palavras, o clima organizacional é a
Introdução à Gestão
de Negócios 201/29
qualidade do ambiente de trabalho percebida também, que as políticas organizacionais:
pelos funcionários (LACOMBE, 2011). É for-
temente influenciado pela cultura da empresa a) 
são empreendimentos de indivíduos ou
e se aproxima de seu primeiro nível, de acordo grupos de interesse destinados a influen-
com Schein (1985 apud LACOMBE, 2011). ciar, direta ou indiretamente, outros indi-
víduos, regras ou grupos, de modo a aten-
Quando alguém é admitido em uma empre- der seus objetivos pessoais, geralmente
sa, precisa aceitar seus valores, políticas e em oposição aos objetivos dos demais;
normas. Quanto mais o funcionário se ajus-
tar à empresa em que trabalha, maior será b) consistem em quaisquer objetivos ou meios
sua motivação e, como consequência, me- não sancionados positivamente pela orga-
lhor será o clima organizacional. nização formal, mas sancionados positiva-
mente pelas normas extraoficiais, e
Se o clima organizacional é bom, as pessoas
tendem a ser proativas, confiar nos supe- c) envolvem tanto eventos reais da organi-
riores, compartilhar conhecimentos, inovar zação quanto as percepções dos mesmos.
etc. (LACOMBE, 2011). Se for ruim, as pes-
soas tendem a fazer o mínimo indispensá- 2. Cultura organizacional
vel para se manter no emprego ou, às vezes,
nem isso, o que pode aumentar o absenteís- O que é a cultura de uma empresa? Qual é a
mo e a rotatividade. cultura da empresa em que você trabalha?
Você conseguiria descrevê-la?
1.10 Políticas organizacionais São várias as conceituações de cultura or-
ganizacional (LACOMBE, 2011):
Políticas organizacionais são orientações
gerais para tomar decisões e agir (LOEN, ZZ
conjunto de valores em vigor em uma
1980, apud FONSECA e REIS, 2012). São empresa, suas relações e sua hierarquia,
diretrizes de ação que orientam os gestores definindo os padrões de comportamento e
na conduta de suas atividades na organiza- de atitudes que governam as ações e deci-
ção em função dos objetivos definidos. sões mais importantes da administração;
ZZcrenças em relação ao que é importante
Ponto-chave na vida e expectativas sobre o comporta-
Definir políticas é importante para melhorar mento dos membros da organização;
as decisões, desenvolver o pessoal e poupar
tempo (LOEN, 1980, apud FONSECA e REIS, ZZconjunto de crenças, costumes, sistemas
2012). Definir políticas por escrito e centralizá- de valores, normas de comportamento e
las em um manual de políticas internas formas de fazer negócios que são peculia-
facilita a vida do administrador e dá a ele uma res a cada empresa, que definem um pa-
sensação de controle. drão geral para as atividades, decisões e
ações da empresa e descrevem os padrões
explícitos e implícitos de comportamento
Kacmar e Baron (1999, p. 4) apontam que e as emoções que caracterizam a vida na
as políticas organizacionais constituem organização;
“ações individuais dirigidas para as pró-
um padrão de suposições e valores bási-
ZZ
prias metas, sem considerar o bem-estar
cos – inventados, descobertos ou desen-
dos outros.”
volvidos por um grupo à medida que ele
Apontam Vrendenburgh e Maurer (1984), aprende a lidar com seus problemas de
30/201 Introdução à Gestão
de Negócios

adaptação externa e integração interna ZZ


Nível dos pressupostos inconscientes:
– que funcionaram bem para serem con- “são aqueles pressupostos que deter-
siderados válidos e ensinados aos novos minam como os membros de um grupo
membros. percebem, pensam e sentem” (FLEURY,
1996, p. 233).
Edgar Schein (1985 apud LACOMBE, 2011),
um importante estudioso do assunto, afirma A cultura da empresa pode ser vista como
que a cultura organizacional está vinculada um recurso da organização e, nesse senti-
às premissas básicas que fundamentam os do, pode ser usada para alcançar objetivos
objetivos gerais e as políticas de uma orga- (LACOMBE, 2011). Além disso, uma empre-
nização. É ela que condiciona as políticas sa pode priorizar e estimular determinados
que orientam as ações e decisões. valores, como a disciplina, a hierarquia e a
tradição. Ou, então, o espírito de colabora-
E agora, você já consegue descrever com mais ção, a capacidade de assumir responsabili-
clareza o que significa a cultura organizacional. dades e cumprir compromissos.
Em função desses e de outros valores, cada
2.1 Níveis da cultura empresa pode definir sua tolerância em rela-
Sampaio e Fleury (2002), citam Schein ção ao risco, erros e conflitos, assim como a
como um dos autores que mais avança na forma de tratá-los (LACOMBE, 2011). O es-
proposta de trabalhar a questão da cultu- tilo de administração é, em grande medida,
ra e de profundidade crescente. Para Fleu- uma consequência da cultura da organização.
ry (1996), Shein aponta que a organização
pode ser aprendida nos seguintes níveis:
Ponto-chave
ZZNível dos artefatos visíveis: compreende A cultura pode ser ensinada por meio de
a construção do ambiente, como arqui- documentos escritos, reuniões, seminários e
tetura, layout, vestimenta das pessoas e palestras aos empregados (LACOMBE, 2011).
comportamentos visíveis. Esse nível pode Entretanto, a forma mais eficaz de ensinar
ser enganador, pois apresenta dados de a cultura é por meio de ações e decisões
fácil obtenção e difícil interpretação. administrativas, como seleção de candidatos,
orientação sobre como fazer as coisas, exigência
ZZNível dos valores que governam o com- de cumprimento de valores e princípios da
portamento das pessoas: expressam o que organização, ênfase e reforço de aspectos do
as pessoas reportam ser o motivo de seu folclore da organização, reconhecimento do
comportamento. São difíceis de mensurar mérito de profissionais etc.
e muitas vezes não passam de idealizações
ou racionalizações. As razões interiores
ao seu comportamento podem permane-
cer escondidas ou inconscientes.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/31

Exercícios Propostos
1. “Grupo estruturado de pessoas que se juntam para alcançar objetivos comuns”. Essa defini-
ção refere-se a:
( ) a) Administração.
( ) b) Clientes.
( ) c) Fornecedores.
( ) d) Organização.
( ) e) Alta administração.

2. O traje das pessoas em uma organização corresponde a que nível de cultura?


( ) a) Segundo nível.
( ) b) Quarto nível.
( ) c) Primeiro nível.
( ) d) Terceiro nível.
( ) e) Quinto nível.
32/201 Introdução à Gestão
de Negócios

3. Escolha a opção que apresenta as palavras que complete corretamente a frase abaixo.

O nível estratégico é o ____________ da organização e é composto pelos _____________, que são os


executivos responsáveis pelas principais decisões da organização.
( ) a) mais elevado – administradores de topo
( ) b) mais baixo – gerentes intermediários
( ) c) intermediário – trabalhadores de chão de fábrica
( ) d) mais elevado – supervisores
( ) e) intermediário – gerentes intermediários

4. Assinale V para a(s) alternativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).


( ) Eficácia é a capacidade de realizar as atividades da organização minimizando a utilização
dos recursos.
( ) Eficiência é a capacidade de realizar as atividades da organização de forma a alcançar os
objetivos estabelecidos.
( ) A preocupação da eficácia é com os fins.

( ) a) V – V – V
( ) b) F – V – F
( ) c) F – F – V
( ) d) V – V – F
( ) e) F – F – V
5. Quais são os elementos que constituem o ambiente operacional?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
Introdução à Gestão
de Negócios 201/33
lição 3
Funções
Administrativas
Você lembra que na última lição vimos os conceitos da Administra-
ção Clássica com Taylor (1970) e Fayol (1970)? A definição da Admi-
nistração como um processo dinâmico, segundo Fayol, compreendia as
funções de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Ainda
hoje os livros de administração são organizados de acordo com essas
funções (SOBRAL; PECI, 2008). A diferença é que as funções comandar
e coordenar foram agregadas na função dirigir. Funções da administra-
ção – esse é o tema desta lição.
Ao término desta lição, você será capaz de:
a) distinguir as funções da administração: planejamento, organização,
direção e controle;
b) compreender como essas funções se relacionam;
c) discutir os efeitos que as funções exercem sobre as outras.

1. Planejamento e estratégia
Afirma Daft (2005, p. 152), que “das quatro funções administrativas:
planejamento, organização, liderança e controle, o planejamento é consi-
derado o mais fundamental”. Planejamento, nesse contexto, significa “o
ato de determinar as metas da organização e os meios para alcançá-las”.
Segundo Kotler (2000, p. 86), “a principal meta do planejamento es-
tratégico é ajudar a empresa a selecionar e organizar seu negócio de
modo a manter-se saudável, mesmo que eventos inesperados afetem de
maneira adversa seus negócios ou algum de seus produtos”.
O ambiente em que as organizações contemporâneas estão inseridas é
cada vez mais dinâmico (SOBRAL; PECI, 2008). Por isso, para sobre-
viver, as organizações precisam de um rumo, de uma direção. E é por
meio do planejamento que os administradores definem para onde a em-
presa deve caminhar e como chegar lá.
34/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Para Maximiano (2004), os planos estratégicos envolvem toda a organi-


zação, definindo sua relação com o ambiente, estabelecendo a missão,
os produtos e serviços a serem oferecidos, os mercados a serem atingi-
dos, entre outros objetivos.

1.1 Importância do planejamento


O planejamento é de grande importância para a organização pois, por
meio dele o sucesso organizacional poderá ser alcançado. Porém, ou-
tros fatores como, por exemplo, a competência dos gestores, devem an-
dar juntos para que o efeito esperado seja alcançado. Oliveira (2001, p.
231) afirma que:
[...] os gestores deveriam entender que é primordial as em-
presas obterem um planejamento estratégico estruturado,
pois só assim poderiam delinear um futuro esperado para
suas empresas e maneiras de alcançar ou se aproximar o
mais possível desse futuro desejado. Inclusive, se uma ma-
neira não deu certo, o gestor sabe como direcionar para ou-
tra opção no momento certo e de forma adequada.
A consequência de uma administração sem planejamento é a incerteza
quanto ao futuro. Por isso é importante um planejamento estratégico,
pois é ele que:
a) proporciona senso de direção;
b) focaliza esforços;
c) maximiza a eficiência;
d) reduz o impacto do ambiente;
e) define parâmetros de controle;
f) atua como fonte de motivação e comprometimento;
g)potencializa o autoconhecimento organizacional;
h) fornece consistência.
Apesar de sua importância para a administração, nem sempre o pla-
nejamento é formal, ou seja, formalizado por escrito (SOBRAL; PECI,
2008). É comum que o planejamento seja feito de maneira informal,
especialmente em empresas pequenas.

Ponto-chave
Planejamento é a função da Administração responsável pela definição
dos objetivos da organização e pela elaboração de planos que integram
e coordenam suas atividades (SOBRAL; PECI, 2008).
Introdução à Gestão
de Negócios 201/35
São atribuições do planejamento definir o que deve ser feito, ou seja, os
objetivos, e também como deve ser feito, ou seja, os planos. Veja na figura:

Atribuições do planejamento
Fonte: Sobral e Peci (2008)

1.2 Tipos de plano


O planejamento engloba a definição dos objetivos e dos planos (SO-
BRAL; PECI, 2008). Os planos são a tradução do planejamento em do-
cumentos que especificam como os objetivos devem ser atingidos.
Você deve estar lembrado de que, na primeira lição, falamos sobre os
níveis hierárquicos da organização. Você lembra quais são?
Do mesmo modo, os planos, em termos de abrangência, podem ser es-
tratégicos, táticos ou operacionais.
ZZPlano estratégico: refere-se à organização como um todo, envolve de-
cisões sobre objetivos e estratégias de longo prazo e são a base dos
planos tático e operacional. Tem forte orientação externa e posiciona
a empresa frente ao ambiente externo.
ZZPlano tático: traduz os objetivos gerais de uma unidade da organiza-
ção em objetivos específicos, como uma área funcional (por exemplo,
a área de operações). Ou seja, indica os cursos de ações necessários
para realizar uma parcela do plano estratégico.
ZZPlano operacional: apresenta os procedimentos e processos específicos
que são requeridos nos níveis operacionais da empresa. Tem orienta-
ção de curto prazo e é comumente adaptado diante de novos aconteci-
mentos. Contribui para a sustentação dos planos tático e estratégico.
Observe a figura a seguir:
36/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Planos de acordo com o nível hierárquico


Fonte: Sobral e Peci (2008)

1.3 Papel dos objetivos no planejamento


Objetivos são resultados, propósitos, intenções ou estados futuros que
as organizações pretendem alcançar, por meio da alocação de esforços
e recursos em uma determinada direção (SOBRAL; PECI, 2008).
Os objetivos podem ser classificados de acordo com:
ZZ
natureza (rentabilidade, produtividade, participação no mercado,
satisfação dos clientes, desempenho socioambiental etc.);
ZZnível de formalização (explícitos ou implícitos);
ZZ
processo de definição (tradicional topo-base ou administração
por objetivos).

1.4 Declaração de Valor, Missão e Visão


Os valores são as ideias em torno das quais a organização foi constru-
ída. Representam as crenças, os ideais e a ética que irá servir de orien-
tação no processo de decisão, ou seja, são as convicções dominantes nas
organizações, aquilo que a maioria dos colaboradores acredita.
A declaração de Valor é fundamental para as organizações, pois, sendo
um dos elementos motivadores, direciona as ações dos colaboradores,
contribuindo para melhorar a coerência no trabalho.
Além disso, a declaração de Valor orienta e guia as atividades e as ope-
rações da organização, independente de seu porte (TIFFANY; PETER-
SON, 1998).
Para as coorporações, deve-se respeitar os princípios e valores univer-
sais do cooperativismo, que são sete, sendo que eles não podem sofrer
Introdução à Gestão
de Negócios 201/37
alterações ou reduções em seus significa- zação está indo. Para isso é necessário que
dos originais, “para que eles contemplem a organização se volte para o seu interior a
as questões de planejamento, organização, fim de definir a própria visão. A visão deve
direção e avaliação das cooperativas” (OLI- ser a mola propulsora do incentivo de todos
VEIRA, 2001 p. 110) . os colaboradores. Para tanto a organização
só terá uma boa visão se ela responder o
Os princípios e valores universais do coope- questionamento “o que queremos criar?”.
rativismo são:
A visão aponta para o caminho que a or-
ZZ1º princípio: Adesão livre e voluntária. ganização está seguindo. Segundo Andrade
ZZ2º  princípio: Controle democrático (2002) a visão de uma organização deve ser
pelos sócios. a situação futura desejada em longo prazo;
deve ser uma meta ambiciosa, e servir como
3º    princípio: Participação econômica
ZZ um guia para a definição dos objetivos para
dos sócios. ajudar na realização da missão.
ZZ4º princípio: Autonomia e independência. Afirma Zacharias (2008) que a visão é o so-
nho da organização, é o futuro do negócio e
5º  princípio: Educação, treinamento
ZZ
onde a organização espera estar neste futuro.
e informação.
Jesus (2008) corrobora com Andrade (2002)
6º princípio: Cooperação entre as cooperati-
ZZ
e Zacharias (2008) afirmando que a visão
vas.
dever ser um conjunto de convicções e com-
7º princípio: Preocupação com a comunidade.
ZZ preensões para onde deve seguir a organiza-
ção, e como serão tratados os recursos ma-
Toda organização tem um propósito a cum- teriais e humanos nessa trajetória. É a visão
prir, e a missão é a sua razão de ser. Ainda que determina os objetivos de investimento,
Jesus (2008) afirma que uma organização desenvolvimento, trabalho, estratégias para
não deve estar ligada somente ao lucro, mas alcançar o sucesso da organização.
ao seu objetivo social. Pois a missão deve
orientar todos os objetivos da organização, Portanto, visão é a imagem compartilhada
sejam ele financeiros, humanos ou sociais. daquilo que os gestores de uma organização
Sendo assim, a missão deve se preocupar querem que ela seja ou venha a ser no futu-
com as questões sobre o negócio da orga- ro. Pode ser uma ou duas frases que anun-
nização, seus clientes, onde concentrar seus ciam aonde ela quer chegar.
esforços. Podemos notar que muitas vezes
a missão se confunde com a declaração da
estratégia de marketing.
Para Pesquisar
Porto (2008) define que missão representa
a razão de existência de uma organização. Para saber mais sobre sonhos, visões
para as organizações e para sua vida,
Para isso, a missão deve envolver o propó-
indicamos a leitura do capitulo 3 do
sito básico da organização e transmitir seus seguinte livro:
valores aos funcionários, cliente, fornece-
dores e à sociedade em geral. CARDOZO, Júlio A. A arte da estratégia:
pense grande, comece pequeno e cresça
Depois de ter elaborado a missão, o passo rápido. Rio de Janeiro: Campos, 2005.
seguinte é a visão da organização, pois é o
que aponta o caminho para onde a organi-
38/201 Introdução à Gestão
de Negócios

1.5 Análise SWOT ou FOFA


Antes de formular uma estratégia, os administradores precisam ana-
lisar as principais tendências de seu ambiente externo e conhecer as
competências e os recursos de que a organização dispõe.
A análise SWOT é uma ferramenta gerencial para analisar, de forma
integrada, o processo de análise estratégica, depois de identificadas as
oportunidades e ameaças ambientais e os pontos fortes e fracos da or-
ganização (SOBRAL; PECI, 2008).
A expressão SWOT é resultado das palavras strenghts (pontos fortes),
weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (amea-
ças).
A visão integrada dos pontos fortes e fracos da organização (análise do
ambiente interno), assim como das oportunidades e ameaças (análise
do ambiente externo) permite identificar medidas estratégicas capazes
de explorar oportunidades ou diminuir o impacto das ameaças.
A figura a seguir apresenta um modelo que facilita a elaboração da
análise SWOT.

Análise SWOT

Para Pesquisar
Leia mais sobre Matriz SWOT ou fofa em:
<http://www.administracaoegestao.com.
br/planejamento-estrategico/analise-
swot/>. Acesso em: 25 fev. 2013.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/39
2. Direção
A direção é a função da administração que está associada às atividades
organizacionais que envolvem interação entre administradores e traba-
lhadores (SOBRAL; PECI, 2008). Dirigir consiste em orientar esforços
individuais para um objetivo comum. Em outras palavras, dirigir é arti-
cular a ação dos indivíduos no contexto organizacional. Portanto, é pre-
ciso entender as necessidades das pessoas, motivá-las, liderá-las e criar
condições de trabalho adequadas. A direção é um processo interpessoal
e está relacionada com a administração das relações entre os membros
organizacionais e a organização.A função direção envolve a orientação,
a motivação, a comunicação e a liderança dos trabalhadores, buscando
compatibilizar os seus objetivos com o desempenho da organização.

2.1 Comportamento organizacional


O comportamento organizacional é uma área de conhecimentos multidis-
ciplinar cujo principal foco de análise são as ações e os comportamentos
das pessoas nas organizações (SOBRAL e PECI, 2008).
A compreensão do comportamento organizacional é uma condição neces-
sária para que os administradores possam explicar e prever o comporta-
mento das pessoas nas organizações.
Bases do comportamento individual nas organizações
Observe a figura a seguir, que apresenta as bases do comportamento indi-
vidual nas organizações.

Bases do comportamento individual


Fonte: Sobral e Peci (2008)
40/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Atitudes aberto intelectualmente.


As atitudes representam as predisposições Percepção
das pessoas perante eventos, situações, ob-
jetos ou outras pessoas. Podem ser avalia- A percepção é o processo por meio do qual
ções favoráveis ou desfavoráveis. as pessoas organizam e interpretam suas
impressões sensoriais. É um processo tanto
São três as atitudes mais analisadas no con- físico como psicológico.
texto do trabalho:
Você já reparou que cada pessoa percebe o
Satisfação no trabalho: é a atitude positiva
ZZ mesmo objeto de forma diferente? E, já que
de um empregado com relação a seu cargo. a realidade é interpretada de diversas ma-
neiras, os comportamentos gerados também
ZZEnvolvimento no trabalho: representa o são distintos. Em resumo, a percepção dos
grau de identificação do empregado com funcionários e administradores é mais im-
seu cargo, em termos de participação. portante do que a realidade em si.
Comprometimento organizacional: leal-
ZZ Aprendizagem
dade, envolvimento e identificação com
a organização. A aprendizagem refere-se à mudança no
comportamento como consequência da ex-
Personalidade periência (SOBRAL; PECI, 2008). A impor-
A personalidade de um indivíduo refere-se tância da aprendizagem no comportamento
ao conjunto de características psicológicas individual baseia-se no pressuposto de que
relativamente estáveis que o caracteriza e todos os comportamentos são aprendidos.
diferencia de outras pessoas, e que reflete Destacamos duas teorias que explicam
no seu comportamento. o processo de aprendizagem individual:
Entre os modelos que buscam identificar a teoria do condicionamento operante e
quais os traços de personalidade que mais a teoria de aprendizagem social. Ambas
influenciam o desempenho organizacional, inspiram os administradores a moldar os
está o modelo dos cinco fatores, que descre- comportamentos de seus funcionários,
ve a personalidade humana com base em privilegiando os objetivos da organização.
cinco dimensões: E como isso é feito? Elogiando funcionários
pelo bom desempenho ou criticando-os por
ZZExtroversão: até que ponto uma pessoa é alguma insuficiência ou falha.
sociável, comunicativa, assertiva e con-
fortável nas relações pessoais.
2.2 Motivação
ZZAgradabilidade: até que ponto um indiví-
duo é tolerante, de boa índole, cooperati- Nem sempre os objetivos individuais estão
vo e compreensivo. alinhados com os objetivos organizacio-
nais. É comum haver incongruências entre
ZZSenso de responsabilidade: até que ponto as necessidades dos indivíduos e os reque-
uma pessoa é cuidadosa, organizada, res- rimentos da empresa. Portanto, é tarefa do
ponsável, persistente e de confiança. administrador compatibilizar os objetivos
de ambos. A essa tarefa damos o nome de
ZZEstabilidade emocional: até que ponto motivação.
uma pessoa é segura, calma e entusiasta.
Motivação pode ser entendida como a pre-
ZZAbertura para experiências: até que pon- disposição individual para exercer esforços
to um indivíduo é curioso, imaginativo e
Introdução à Gestão
de Negócios 201/41
no intuito de alcançar os objetivos organi- de: segurança e proteção da integridade
zacionais (SOBRAL; PECI, 2008). A moti- física e emocional.
vação está condicionada pela capacidade
de tais esforços satisfazerem também ne- ZZNecessidades sociais: integração, aceita-
cessidades individuais. ção, amizade, amor, afeto e participação.

Indivíduos motivados se esforçam mais, po- Necessidades de estima: independência, rea-


ZZ
rém, nem sempre na direção dos objetivos lização, liberdade, status e reconhecimento.
da organização. O desafio dos administra- ZZNecessidades de autorrealização: desen-
dores é direcionar esses esforços para atin- volvimento máximo do potencial e das
gir as metas organizacionais. capacidades individuais.
Uma das teorias mais conhecidas de moti- O ponto central da teoria – e também sua
vação é a Teoria da Hierarquia das Neces- maior crítica – é o fato de que as necessida-
sidades, de Abraham Maslow. Para o autor, des estão vinculadas à hierarquia, ou seja, as
o comportamento de uma pessoa é motiva- necessidades de ordem inferior têm priori-
do por estímulos internos ou necessidades, dade e precisam ser satisfeitas antes da ati-
entendidos como carência ou privação. vação das necessidades de ordem superior.
As necessidades são múltiplas e classifica- E como é para você? Você sente que preci-
das em ordem hierárquica de cinco níveis, sa ter suas necessidades fisiológicas sanadas
conforme a figura a seguir: para ter necessidades de segurança e sociais?

Dica de Leitura
Leia o livro “Este Barco Também é Seu”
do capitão-de-mar-e-guera Michael
Abrashoff.

2.3 Liderança
A liderança é uma atividade que deve ser
desempenhada pelo administrador e está
intimamente relacionada com a direção e
a motivação dos membros da organização
(SOBRAL; PECI, 2008).
Liderança é o processo de dirigir e influen-
ciar o comportamento dos membros da or-
ganização no intuito de levá-los a atingir os
Pirâmide das necessidades de Maslow objetivos organizacionais. Para tal, é preci-
Fonte: Sobral e Peci (2008) so que as pessoas estejam dispostas a seguir
as orientações de um líder. Liderança é a
ZZNecessidades fisiológicas: são as neces- capacidade de influenciar o comportamento
sidades básicas, como alimentação, dos seguidores.
água, oxigênio e descanso.
ZZNecessidades de segurança e estabilida-
42/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Você acha que existem diferenças entre um administrador e um líder?


Um bom administrador, que consegue planejar, organizar e controlar
pessoas e recursos, pode não ser um bom líder. Os líderes vão além da
autoridade formal e motivam as pessoas.

Dica de Leitura
Leia “Como se tornar um líder servidor
- O monge e o Executivo” de James
Hunter e “O fio da Espada”, de Charles
de Gaulle.

3. Controle
O controle é a última das funções administrativas (SOBRAL; PECI,
2008). Refere-se aos esforços para gerar e usar informações sobre a exe-
cução das atividades organizacionais, com vistas a detectar potenciais
problemas para viabilizar sua correção.
A função controle é responsável por manter a organização no rumo pla-
nejado, mas também no rumo certo. O controle fecha o ciclo com a função
planejamento, o que ajuda a dar coerência ao processo de administração.
Controle é um esforço sistemático de geração de informações a respeito
das atividades organizacionais, para torná-las consistentes com os ob-
jetivos estabelecidos. Trata-se de garantir o alcance da missão e dos ob-
jetivos da organização. As duas atribuições principais do controle são:

Atribuições do controle
Fonte: Sobral e Peci (2008)
Introdução à Gestão
de Negócios 201/43
Você concorda que, sem objetivos, o controle não seria possível? Controlar
o quê? Com que padrões? Por isso é que a relação entre planejamento e
controle é tão importante (observe a figura a seguir).

Relação entre planejamento e controle


Fonte: Sobral e Peci (2008)

3.1 Importância do controle


ZZTem a capacidade de garantir que o ciclo administrativo se complete;
ZZajuda os administradores a monitorarem mudanças no ambiente que
podem afetar o percurso da organização;
ZZ
garante que as atividades da empresa sejam realizadas conforme
o planejamento;
ZZmantém o sistema organizacional dentro do padrão de comportamento
que foi estabelecido.

3.2 Controle por nível organizacional


Você já viu nesta disciplina que a organização se divide nos níveis estraté-
gico, tático e operacional. Do mesmo modo, é possível distinguir três tipo
de controle:
ZZControle estratégico: monitora o desempenho da organização como um
todo e as tendências do ambiente externo. Faz os ajustes necessários na
estratégia para que ela alcance sua missão e visão.
44/201 Introdução à Gestão
de Negócios

ZZControle tático: são os mecanismos de controle dos subsistemas da organização, como marke-
ting, finanças e recursos humanos, entre outras. Possibilita a tomada de decisões específicas
para resolver problemas da área de atuação.
ZZControle operacional: foca nas atividades operacionais, como produção ou acompanhamento.
Exemplos desse tipo de controle são testes de qualidade, nível de devoluções, de reclamações
etc.
Na prática, todas as funções da administração são executadas de forma interrelacionada e não se-
quencial (SOBRAL; PECI, 2008). A separação entre elas serve apenas para a melhor compreensão do
processo de administração.

anotações / dicas
Introdução à Gestão
de Negócios 201/45

Exercícios Propostos
1. Escolha a opção que apresenta as palavras que complete corretamente a frase abaixo.

O ______________ é importante porque proporciona senso de direção, focaliza esforços e maxi-


miza a _______________.

( ) a) controle – rentabilidade
( ) b) ambiente interno – eficácia
( ) c) planejamento – eficiência
( ) d) processo de organizar – perda de recursos
( ) e) controle – produtividade

2. Qual é a função administrativa que tem como resultado final a definição da estrutura organizacional?
( ) a) Planejamento.
( ) b) Organização.
( ) c) Controle.
( ) d) Estratégia.
( ) e) Direção.
46/201 Introdução à Gestão
de Negócios

3. Assinale V para a(s) alternativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).


( ) Satisfação no trabalho é a atitude positiva de um empregado com relação a seu cargo.
( ) Comprometimento organizacional representa o grau de identificação do empregado com seu
cargo, em termos de participação.
( ) Envolvimento no trabalho tem a ver com lealdade, envolvimento e identificação com a organização.

( ) a) V – V – V
( ) b) V – V – F
( ) c) F – F – V
( ) d) F – F – V
( ) e) V – F – F

4. Qual é o nome da ferramenta gerencial utilizada para analisar, de forma integrada, o processo
de análise estratégica, depois de identificadas as oportunidades e ameaças ambientais e os pon-
tos fortes e fracos da organização?
( ) a) Administração estratégia.
( ) b) Análise SWOT.
( ) c) Planejamento.
( ) d) Organização.
( ) e) Análise ambiental.

5. Relacione as colulas:
(    ) Integração, aceitação, amizade, amor, afeto e
(a) Liderança
participação.
(b) Necessidades sociais
(    ) Desenvolvimento máximo do potencial e das
(c) Tipo de plano capacidades individuais.

(d) Atitudes avaliadas no contexto (    ) Atividade que deve ser desempenhada pelo
do trabalho.   administrador.
(e) Necessidades de autorrealização (    ) Estratégico, tático e operacional.
(    ) Satisfação, envolvimento e comprometimento.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/47
lição 4

Estrutura da Organização
Agora que você já sabe o que é administração e organização, tem co-
nhecimento sobre a história do pensamento administrativo e consegue
diferenciar claramente as funções administrativas, é hora de perguntar:
como se estrutura uma organização? Você já deve ter percebido que as
organizações têm divisões internas, físicas. Mas como elas se dividem?
Quais são as principais áreas das empresas? Esse é o tema da nossa lição.
As organizações costumam se dividir em áreas funcionais, que repre-
sentam atividades e tarefas especializadas, desempenhadas por unida-
des ou departamentos (SOBRAL; PECI, 2008). As áreas mais comuns às
organizações são: produção ou operações, comercial e de marketing, fi-
nanceira e de recursos humanos (observe a figura a seguir). Outras áre-
as podem existir, como pesquisa e desenvolvimento ou compras, mas
são menos comuns ou estão ligadas às quatro grandes áreas. A seguir,
detalharemos cada uma dessas áreas.

Áreas funcionais da administração


Fonte: Sobral e Peci (2008)
48/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Ao término desta lição, você será capaz de:


a) contrastar os conceitos das quatro áreas funcionais da administração;
b) 
descrever as principais atividades das quatro áreas funcionais
da administração;
c) reconhecer a importância de cada uma das quatro áreas funcionais
da administração.

1. Área de produção ou operações

A administração de operações pode ser definida como o campo da ad-


ministração responsável pelo planejamento, operação e controle do
processo de transformação de uma organização (SOBRAL; PECI, 2008).
O processo de transformação é o núcleo central ou o “coração” de qual-
quer organização e envolve todas as atividades que contribuem para
transformar os insumos em produtos e serviços.
A administração de operações é desempenhada pelo gerente de opera-
ções (SOBRAL; PECI, 2008). Porém, dependendo da organização, ele
pode ser chamado de gerente do produção (em uma fábrica), gerente
administrativo (em um hospital) ou gerente de loja (em uma rede de
supermercados), por exemplo.

1.1 A importância da administração de operações


Todas as organizações produzem algo, logo, é necessário gerenciar as
atividades do seu processo de transformação (SOBRAL; PECI, 2008).
A administração de operações é importante porque:
ZZassume um papel central no desenvolvimento de todas as atividades
organizacionais;
ZZtem um papel estratégico no desempenho competitivo da organização;
ZZinfluencia positivamente não apenas a organização, mas também a
competitividade de um dado país.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/49
1.2 Organizações como sistemas de operações
Observe a figura a seguir:

Sistema de operações
Fonte: Sobral e Peci (2008)

O sistema de operações de qualquer organização inclui os seguintes compo-


nentes: os insumos, o processo de transformação e as saídas (SOBRAL; PECI,
2008).
ZZInsumos: são as entradas do processo de transformação e podem ser classi-
ficados como recursos transformados ou em transformação.
ZZRecursos transformados: materiais, informações ou consumidores que são
transformados, convertidos ou tratados de alguma forma. Exemplo: o teci-
do é transformado em um vestido.
ZZRecursos de transformação: recursos que agem sobre os recursos transfor-
mados. Exemplo: trabalhadores, instalações, equipamentos.
ZZProcesso de transformação: pode ser o processamento de materiais, de in-
formações ou de consumidores.
ZZProcessamento de materiais: existem várias formas de processamento, como
a alteração de propriedades físicas (indústria), de localização (transporta-
dora), estocagem, armazenagem etc.
ZZProcessamento de informações: existem várias formas de processamento,
como a modificação de suas características e formas (escritório de contabi-
lidade), alteração da posse de informação (empresa de pesquisa), estoque de
informação (biblioteca) ou mudança de localização da informação.
ZZProcessamento de consumidores: existem várias formas de processa men-
to, como a alteração da sua localização (empresa aérea), mudança do seu
estado físico ou psicológico (hospital), acomodação (hotel), entre outros.
ZZSaídas: são os bens ou serviços produzidos pela organização, que serão
consumidos ou entrarão em novos processos de transformação.
50/201 Introdução à Gestão
de Negócios

1.3 Logística à demanda, para que os serviços prestados


garantam o produto certo, no local correto,
A logística consiste no gerenciamento de no momento adequado e com preço justo.
toda movimentação de recursos, produtos,
equipamentos e informações necessárias As mudanças no ambiente competitivo fez
para a execução das atividades de uma or- com que houvesse aumento na demanda por
ganização (SOBRAL; PECI, 2008). Seu obje- níveis crescentes de serviços logísticos. Com
tivo é assegurar que os recursos e produtos todas essas mudanças no ambiente econô-
sejam entregues na quantidade e qualidade mico, a pressão por redução de estoque vem
adequadas, no local e momento corretos, de aumentando, clientes estão comprando mais
modo a aumentar a eficiência e eficácia do frequentemente e em menores quantidades,
sistema de operações. exigindo prazos de entregas cada vez me-
nores, sem atraso e erros. Por outro lado, o
De acordo com Fleury, Wanke e Figueiredo consumidor final valoriza cada vez mais a
(2000), a logística lida com um conjunto de qualidade dos serviços na hora de decidir
atividades onde a minimização de custo em quais produtos e serviços comprar.
um determinado setor, com uma atividade
ou decisão é afetado e não mensurado de-
vido ao elevado custo total. Um exemplo é
São atividades da logística:
a decisão na contratação de um transporte
rodoviário com custos menores, mas com o compra e recepção de recursos de fornecedores;
ZZ
prazo de entrega maior do que o transporte
aéreo, afetando, assim, os custos de manu- movimentação e armazenamento de materiais;
ZZ
tenção de estoque e inventario.
ZZprocessamento de pedidos e encomendas;
Além das mudanças de ordem econômica,
ZZtransporte e expedição de produtos aca-
que faz a logística um dos conceitos geren-
bados para os clientes;
ciais mais modernos e complexos, também
existe a de ordem tecnológica, que torna o ZZ
gerenciamento das informações relacio-
gerenciamento eficiente e eficaz dentro das nadas a esses processos.
operações logísticas.
Ao compreender, Fleury, Wanke e Figueire- Ponto-chave
do (2000), entende-se que a globalização é Atualmente, a logística é vista como
a integração das nações, integração cultu- uma das principais fontes de vantagem
ral, econômica e social com países de todo competitiva das empresas, ao contrário do
o mundo. A intenção é ampliar os canais de passado, quando era considerada pouco
compras e vendas. E com a ampliação desse relevante (SOBRAL; PECI, 2008).
canal, vem o crescimento de clientes, pon-
tos de venda e fornecedores, aumentando,
assim, as distâncias e refletindo, sobre o au-
mento do custo e aprimoramento do serviço A distribuição é o processo da logística res-
operacional e logístico, sobre o aumento das ponsável pela movimentação dos produtos
incertezas e um rastro da globalização, sobre acabados desde sua saída do processo de
as mudanças de câmbio, a regulamentação transformação até sua entrega ao cliente.
no comércio exterior, o aumento do petróleo Está relacionada com as prioridades compe-
e fatores de incerteza da economia. Isso faz titivas de rapidez e confiabilidade da entrega.
com que a logística aja de forma antecipada
Introdução à Gestão
de Negócios 201/51
2. Á
 rea comercial e de para seus clientes ao longo do tempo (SO-
BRAL; PECI, 2008). O objetivo da adminis-
marketing
tração de marketing, portanto, é essa cria-
A área comercial e de marketing tem por ção de valor de forma sustentável.
objetivo captar e manter os clientes da or-
ganização (SOBRAL; PECI, 2008). Tem 2.1.1 Análise ambiental
XX
como foco a satisfação do ciente.
O processo de administração de marketing
Marketing refere-se ao conjunto de ativida- começa com a análise ambiental. A análise
des desenvolvidas por uma organização para ambiental fornece os elementos para a defi-
criar e trocar valor com os clientes e, com nição do mercado-alvo, decisão sobre o po-
isso, atingir os objetivos organizacionais sicionamento pretendido, bem como sobre
(SOBRAL; PECI, 2008). Outra definição de o mix de marketing. Os principais fatores a
marketing é: processo de planejar e execu- serem analisados nessa etapa são:
tar o desenvolvimento, o preço, a promoção
e a distribuição de bens, serviços ou ideias ZZConsumidores: identificação de suas ne-
com o intuito de criar trocas que satisfaçam cessidades e compreensão de seus hábitos.
objetivos de indivíduos e organizações.
ZZOrganização: análise de suas competên-
cias e recursos internos.

Você Sabia ZZConcorrentes: conhecer as estratégias dos


Marketing é uma palavra de origem concorrentes que tentam satisfazer as
inglesa, que deriva do verbo to market e mesmas necessidades dos clientes.
data do século XVI. Significa “negociar ZZContexto: clima econômico, político, so-
em mercado”. Porém, com o passar do cial, cultural, tecnológico e legal.
tempo, o conceito foi se sofisticando e são
aceitas traduções como mercadização, Essa análise tem como objetivo selecionar
comercialização e mercadologia. o mercado-alvo que a organização pretende
Mercadologia é a que mais se aproxima do servir e o posicionamento que os produtos
conceito original, mas, no Brasil, o uso da devem apresentar para os consumidores.
própria palavra marketing é mais corrente.
2.1.2 Mix de marketing
XX
O marketing possui três grandes eixos de ação:
Os esforços de marketing de uma organi-
ZZo foco na satisfação do cliente; zação consistem no conjunto de ações com
o objetivo de criar valor para seus consu-
ZZa integração de todas as atividades da or- midores. Os quatro Ps compõem o conjun-
ganização na satisfação do cliente; to de variáveis sobre as quais o gerente de
ZZa realização dos objetivos da organização marketing tomará suas decisões. São eles:
(consequência da satisfação dos clientes). Produto

O produto pode ser definido como qualquer


2.1 Processo de administração de marketing coisa que possa ser oferecida a um mercado
Para se manter viável e competitiva no lon- para aquisição, uso ou consumo, e que pos-
go prazo, a organização necessita sustentar sa satisfazer um desejo ou necessidade.
um processo de criação e captura de valor
52/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Distribuição
A distribuição diz respeito à concepção e à Ponto-chave
gestão dos canais por meio dos quais a orga- Se entendemos que a área de operações é
nização e seus produtos chegam ao mercado. o “coração” da organização, então a área
financeira é o “sangue” (SOBRAL; PECI, 2008).
As organizações podem optar por:
vendedores, representantes ou consultores;
ZZ A administração financeira compreende o
ZZlojas e sucursais próprias da organização; conjunto de atividades relacionadas com a
gestão do fluxo de recursos financeiros na or-
ZZvenda online pelo site da organização; ganização. A área financeira é a responsável
por cuidar do dinheiro, que é um recurso in-
ZZrede de franqueados; dispensável para o funcionamento da empre-
ZZvarejistas. sa. Para a administração financeira, o obje-
tivo da empresa é a maximização da riqueza
Comunicação e promoção dos proprietários de capital, ou seja, a ma-
ximização do valor de mercado da empresa.
A comunicação pode ser definida como o
conjunto de sinais que a organização emite As funções típicas do administrador finan-
para seu mercado-alvo. ceiro são:
Ferramentas promocionais: análise, planejamento e controle financeiro;
ZZpublicidade; ZZtomada de decisões de investimento;
ZZpromoção de vendas; ZZtomada de decisões de financiamento.
ZZvenda direta;
3.1 Ciclos
 da empresa para a
ZZrelações públicas;
administração financeira
ZZcomunicação informal.
Preço Do ponto de vista financeiro, podemos di-
vidir as atividades da organização em três
O preço é o único dos quatro Ps que pode ciclos: o ciclo de exploração, o ciclo de in-
gerar receita para a organização, enquan- vestimento e o ciclo de financiamento.
to que os outros Ps consomem os recursos
financeiros da empresa. Além disso, é o ele- ZZCiclo de exploração: corresponde à ativi-
mento do mix de marketing que pode ser dade principal da empresa e tem como ob-
modificado com maior facilidade. jetivo gerar retorno para os investimentos
realizados. Inclui a compra de recursos,
3. Área financeira a transformação de matérias-primas, dis-
tribuição e venda de produtos e as ativi-
Mesmo sendo uma área de apoio (não está re- dades de apoio necessárias.
lacionada diretamente com a atividade prin-
cipal da organização), a área financeira tem Ciclo de investimento: identificação, avalia-
ZZ
uma importância decisiva (SOBRAL; PECI, ção e seleção das alternativas de aplicação
2008). Seu objetivo é captar e utilizar, de ma- de recursos. Envolve decisões sobre equipa-
neira eficaz, os recursos financeiros de modo mentos, instalações, máquinas, participa-
a alcançar os objetivos organizacionais. ção em outras empresas, estoques e outros.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/53
Ciclo de financiamento: avaliação e escolha das melhores ofertas de recur-
ZZ
sos e decisão sobre a composição do capital (entre próprio e de terceiros).

4. Área de recursos humanos


A área de recursos humanos (ARH) objetiva administrar os comportamen-
tos dos indivíduos para atingir os objetivos organizacionais (SOBRAL;
PECI, 2008). Portanto, é seu papel atrair, preparar e desenvolver pessoas.

Ponto-chave
Os recursos humanos de uma organização
incluem o conjunto de talentos, habilidades
e conhecimentos, assim como o potencial
de desenvolvimento dos seus membros
(SOBRAL; PECI, 2008).

Podem ser destacados três objetivos centrais da ARH:


ZZidentificar e atrair recursos humanos qualificados e competentes;
adaptar os trabalhadores à organização e desenvolver todo o seu potencial;
ZZ
manter os trabalhadores comprometidos e satisfeitos com a organização.
ZZ

4.1 A importância da ARH


As políticas e práticas de ARH têm impacto positivo no desempenho da
organização, uma vez que contribuem para:
ZZmelhorar as competências e habilidades dos funcionários;
ZZaumentar a motivação dos trabalhadores;
manter os funcionários mais competentes e empenhados na organização;
ZZ
ZZencorajar os não comprometidos com a organização a abandoná-la.
Assim como em outras áreas, a administração de recursos humanos
também tem níveis de atuação que variam conforme a hierarquia da
empresa. Observe a figura a seguir.
54/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Níveis de atuação da área de recursos humanos


Fonte: Sobral e Peci (2008)

4.2 O processo de administração de recursos humanos


O processo de administração de recursos compreende nove atividades
básicas (SOBRAL; PECI, 2008). São elas:
Planejamento de recursos humanos
O planejamento de recursos humanos compreende o processo gerencial
que corresponde à elaboração de um plano que projete as modificações
na estrutura de recursos humanos de uma organização.
Recrutamento
O recrutamento é o processo de localização, identificação e atração de
candidatos qualificados para ocupar um cargo na estrutura de pessoal
da organização (SOBRAL; PECI, 2008).
Esse recrutamento pode ser interno (preenchimento de uma vaga median-
te a realocação de funcionários atuais) ou externo (quando a organização
abre o processo de recrutamento a candidatos externos à organização).
Seleção
No processo de seleção, avaliam-se as competências e qualificações dos
candidatos e sua adequação às exigências do cargo.
As ferramentas de seleção mais comuns são: formulários de emprego,
testes, simulações de desempenho e entrevistas.
Orientação
A orientação é o processo de ajustamento do indivíduo à organização, por
meio da transmissão das informações necessárias para que os novos mem-
bros desempenhem satisfatoriamente sua função (SOBRAL; PECI, 2008).
Introdução à Gestão
de Negócios 201/55
Treinamento e desenvolvimento Política de remuneração
Treinamento é um processo educacional de A política de remuneração ou o sistema de
curto prazo que tem o objetivo de fornecer recompensas de uma organização represen-
novas habilidades, conhecimentos e compe- ta o conjunto de instrumentos que constitui
tências aos funcionários (SOBRAL; PECI, a contrapartida da contribuição prestada
2008). Auxilia a preparar as pessoas para pelos trabalhadores à organização.
exercerem as tarefas de seu cargo.
Promoções e transferências
A promoção pode ser definida como um
Você Sabia evento na carreira de um trabalhador que
Desenvolvimento pessoal é um processo levará à alteração das funções desempe-
de longo prazo, com orientação para o nhadas, à subida na hierarquia da empresa
desenvolvimento de competências não ou à mudança salarial.
diretamente relacionadas com o cargo A transferência é uma movimentação lateral
atual. Já o desenvolvimento de recursos do trabalhador na estrutura organizacional
humanos é o esforço de transformação e é utilizada para desenvolver os recursos
das competências individuais com o intuito humanos, ao permitir novas experiências e
de melhorar o desempenho coletivo da manter os membros organizacionais inte-
organização.(SOBRAL; PECI, 2008). ressados e motivados com seu trabalho.
Desligamento

Avaliação de desempenho O desligamento é o processo de redução do


tamanho da força de trabalho da organi-
A avaliação de desempenho é o processo zação ou de reestruturação da sua base de
sistemático de avaliação dos resultados ob- competências visando garantir a satisfação
tidos por um membro organizacional, vi- das demandas de um ambiente dinâmico.
sando atender os seguintes objetivos:
a) validação dos métodos de seleção adotados;
b) identificação de necessidades de treina-
mento e desenvolvimento;
c) desenvolvimento de planos de carreira;
d) identificação dos funcionários em melho-
res condições para promoção;
e) ajustamento das políticas de remuneração;
f) 
determinação da contribuição de cada
membro organizacional;
g) esclarecimento dos objetivos e expectati-
vas dos trabalhadores;
h) melhoria do desempenho individual.
56/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Exercícios Propostos
1. Escolha a opção que apresenta as palavras que complete corretamente a frase a seguir.

_______________ é o núcleo central ou o “coração” de qualquer organização e envolve todas as


atividades que contribuem para transformar os insumos em produtos e serviços.
( ) a) A administração financeira
( ) b) A área de marketing
( ) c) O processo de transformação
( ) d) O recrutamento
( ) e) O processo de seleção

2. Que nome é dado para o gerenciamento de toda a movimentação de recursos, produtos, equi-
pamentos e informações necessárias para a execução das atividades de uma organização?
( ) a) Processo de transformação.
( ) b) Transferência.
( ) c) Operações.
( ) d) Logística.
( ) e) Eficiência.
Introdução à Gestão
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3. Relacione os itens a seguir de acordo com a fase do processo de compras em que se encontram,
conforme a numeração abaixo:
( 1 ) Insumos
( 2 ) Processo de transformação
( 3 ) Saídas
( ) Processamento de materiais, de informações ou de consumidores.
( ) Entradas do processo de transformação.
( ) Bens ou serviços produzidos pela organização.

( ) a) 2 – 3 – 1
( ) b) 1 – 2 – 3
( ) c) 3 – 1 – 2
( ) d) 2 – 1 – 3
( ) e) 3 – 2 – 1

4. Assinale a alternativa que apresenta uma opção que não faz parte dos quatro Ps do marketing.
( ) a) Preço e distribuição.
( ) b) Distribuição e produto.
( ) c) Produto e promoção.
( ) d) Prática e produto.
( ) e) Promoção e preço.

5. Quais são as atividades básicas que compreendem o processo de recursos humanos?


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lição 5
Empreendedorismo,
Qualidade Total e a
Empresa do Século XXI
Depois de estudarmos os conceitos iniciais relativos à administração –
pensamento administrativo, funções administrativas, áreas funcionais –
é hora de olhar para o futuro e para as tendências mais recentes do mun-
do dos negócios. Nesta lição, falaremos de empreendedorismo, qualidade
total e a empresa no século XXI.
Ao final desta lição, você será capaz de:
a) compreender o conceito e as nuances de ser um empreendedor;
b) discutir acerca da qualidade total;
c) identificar os principais desafios das empresas no século XXI.

1. Empreendedorismo
Empreendedor é aquele que assume o risco de começar uma empresa
(MAXIMIANO, 2006). A ideia de um espírito empreendedor está as-
sociada a pessoas que realizam, que mobilizam recursos e que estão
dispostas a correr riscos para dar início a um negócio.

Você Sabia
Henry Ford e Bill Gates são exemplos
de empreendedores. Além de criarem
empresas, eles transformaram o modo de
fazer negócios, a sociedade, a tecnologia.

Segundo a perspectiva comportamental, alguns traços integram as


competências que os empreendedores podem desenvolver. São eles:
Criatividade e capacidade de implementação: o empreendedor é aque-
ZZ
le que tem capacidade de idealizar e também realizar coisas novas.
ZZDisposição para assumir riscos: começar um negócio significa ter cer-
teza sobre muitas despesas, porém nenhuma certeza em relação às re-
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de Negócios

ceitas. Arriscar implica ter coragem para meçou a aparecer por volta do século
enfrentar a possibilidade de insucesso. XVIII, quando teve início a produção de
bens massificados e baratos pela indús-
ZZPerseverança e otimismo: a sobrevivência tria. Assim, produto barato passou a con-
do negócio do empreendedor depende de trastar com a noção de luxo ou alto de-
de sua persistência e esforço. Trabalho sempenho, que poucos podem comprar e
duro e continuado é necessário para fazer que custa caro. Qualidade passou a signi-
o negócio dar certo. ficar “o que vale mais”.
ZZSenso de independência: empreendedores ZZEspecificações: segundo os engenheiros,
preferem depender de sua própria capa- qualidade é o conjunto de características
cidade de enfrentar incertezas do que tra- de um produto ou serviço. Tais caracte-
balhar para outras pessoas. rísticas são chamadas de especificações.
Ser empreendedor apresenta vantagens A qualidade planejada estabelece como o
como autonomia, desafios e controle finan- produto ou serviço deveria ser.
ceiro. Porém, as principais desvantagens ZZConformidade com especificações: a con-
são o sacrifício pessoal para fazer o negócio trapartida da qualidade planejada é a
dar certo, sobrecarga de responsabilidades qualidade que o cliente recebe, é a quali-
e pequena margem para errar. dade real, que pode estar longe ou próxi-
ma da primeira. Portanto, qualidade é o
2. Qualidade total atendimento das especificações previstas
pelos produtos ou serviços.
A ideia de qualidade está presente há muito
ZZRegularidade: qualidade significa redu-
na história (MAXIMIANO, 2011). Filósofos
ção da variação que ocorre nos processos
gregos, renascentistas, chineses, fabrican-
de trabalho. Um produto ou serviço tem
tes da Revolução Industrial, todos estes – e
qualidade quando atende sistematica-
muitos outros – já refletiram sobre a ques-
mente às especificações planejadas.
tão da qualidade. Na Administração, a qua-
lidade foi utilizada para resolver o proble- ZZAdequação ao uso: engloba a qualidade
ma da uniformidade. Ou seja, qualidade era de projeto (compreende as características
sinônimo de uniformidade ou pradroniza- do produto que atendem as necessida-
ção. Mas será que esse conceito evoluiu até des do cliente) e ausência de deficiên-
os dias de hoje? Esse é o tema que estuda- cias (ausência de falhas no cumprimento
remos a seguir. das especificações).
Há muitas definições para a ideia de qua-
lidade (MAXIMIANO, 2011). As principais 2.1 Custos da qualidade
definições estão associadas a:
Conseguir qualidade dos produtos ou ser-
Excelência: os filósofos gregos foram os
ZZ viços requer investimentos, tanto para ser
primeiros a pensar em qualidade como um alcançada como para ser mantida (MAXI-
ideal de excelência, que é uma caracterís- MIANO, 2011). Tais investimentos repre-
tica associada à superioridade de uma coi- sentam os custos da qualidade, que podem
sa em relação a seus semelhantes. A ideia ser divididos em custos de prevenção e cus-
atual de “fazer bem feito da primeira vez” tos de avaliação.
é a tradução desse ideal de excelência.
Custos de prevenção: são os custos de evitar
ZZValor: a qualidade associada a valor co- a ocorrência de erros e defeitos. São eles:
Introdução à Gestão
de Negócios 201/61
ZZ
planejamento do processo de controle ZZperda de receita;
da qualidade;
ZZtempo de espera dos equipamentos para-
ZZtreinamento para a qualidade; dos para correções;
ZZdesenvolvimento de fornecedores; ZZpressa e tensão para entrega dos produtos
corrigidos ou consertados.
desenvolvimento de produtos com qualidade;
ZZ
Custos externos dos defeitos: ocorrem de-
ZZdesenvolvimento do sistema de produção; pois que o produto ou serviço chega ao
ZZmanutenção preventiva; cliente. São eles:

ZZ
implantação e manutenção de outros ZZ
cumprimento das garantias oferecidas
componentes do sistema de qualidade. ao cliente;

Custos de avaliação: custos de aferição da ZZperda de encomendas;


qualidade do sistema de produção de bens e ZZprocessamento de devoluções;
serviços. São eles:
ZZ
custos de processos nos organismos de
ZZmensuração e teste de matérias-primas e defesa do consumidor;
insumos da produção;
ZZcomprometimento da imagem;
ZZaquisição de equipamentos especiais para
avaliação de produtos; ZZperda de clientes e de mercado.
ZZrealização de atividades de controle esta-
tístico de processo; 2.2 Qualidade total
ZZinspeção; A qualidade, que era para ser um trabalho
de todos, acabava sendo de ninguém (MA-
ZZelaboração de relatórios. XIMIANO, 2011). Por conta disso, Feigen-
A falta de adequação ao uso gera prejuízos baum, um estudioso do tema, lançou o li-
tanto para o cliente como para a organiza- vro Quality control (Controle da qualidade,
ção (MAXIMIANO, 2011). São os chamados tradução nossa) em 1951, defendendo que
custos da não qualidade, que se agrupam as empresas deveriam criar um departa-
em custos internos dos defeitos e custos ex- mento para cuidar somente da qualidade.
ternos dos defeitos. Seu principal objetivo seria preparar e aju-
dar a administrar o programa da qualidade.
Custos internos dos defeitos: são identifica- As etapas do programa são:
dos antes de os produtos e serviços serem
expedidos para o cliente. São eles: ZZEstabelecer padrões: definir os padrões
de custo de desempenho do produto.
ZZmatérias-primas e produtos refugados;
Avaliar o desempenho: comparar o desempe-
ZZ
ZZprodutos que precisam ser retrabalhados; nho dos produtos com o padrão estabelecido.
ZZmodificações nos processos produtivos; Agir quando necessário: tomar providên-
ZZ
cias corretivas quando os padrões sejam
Refugados violados.
Abandonado, desprezado e rejeitado.
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de Negócios

ZZPlanejar aprimoramentos: realizar esfor- conjunto de características – de engenharia,


ços para aprimorar os padrões de custo e marketing, fabricação, manutenção – que
desempenho. satisfazem o cliente.
Outros aspectos importantes nessa versão
Ponto-chave eram a confiabilidade, ou seja, a capacidade
Umas das grandes contribuições de Feigenbaum de o produto desempenhar sua função repe-
defendidas no livro é a mudança de uma ênfase tidamente, e a manutenibilidade, ou seja, a
na correção para uma ênfase na prevenção de capacidade de o produto receber manuten-
defeitos, o que pode ser sintetizado pela frase: ção satisfatoriamente (MAXIMIANO, 2011).
FAZER CERTO DA PRIMEIRA VEZ!
A qualidade total passou a abranger oito
estágios:
Essa frase, apesar de simples, influenciou
profundamente tanto o estudo como a prá- ZZMarketing: avalia o nível de qualidade
tica da administração da qualidade (MAXI- desejado pelo cliente e o custo que ele
MIANO, 2011). Com o impulso da Segunda está disposto a pagar.
Guerra Mundial, muitas empresas passaram ZZEngenharia: transforma as expectativas
a intensificar o controle da qualidade, o que do cliente em especificações.
aumentou o número de departamentos de
qualidade, ao mesmo tempo em que técni- ZZSuprimentos: escolhe, compra e retém pe-
cas estatísticas eram disseminadas com o ças e fornecedores.
mesmo fim.
ZZEngenharia de processo: escolhe máqui-
Porém, no pós-guerra, os Estados Unidos nas, ferramentas e métodos mais adequa-
entraram em um momento de prosperidade dos à produção.
econômica, o que demandou da indústria
ZZProdução: assegura a qualidade durante
a produção de uma quantidade cada vez
a fabricação.
maior de bens de consumo (MAXIMIANO,
2011). Nessa fase, a quantidade ficou mais ZZInspeção e testes: verificam a conformi-
importante do que a qualidade, o que aca- dade do produto com as especificações.
bou por reforçar a ideia de encontrar defei-
tos ao invés de evitá-los. Desse modo, a fal- Expedição: embala e transporta o produto.
ZZ
ta de qualidade de muitos produtos causava
ZZ
Instalação e assistência técnica: garan-
um grande número de defeitos e retrabalhos,
tem o funcionamento correto do produto.
porém, em um momento de abundância, isso
não pareceu ser um grande problema. Assim, a qualidade deixa de ser somente res-
ponsabilidade do departamento de qualidade
para ser um problema de todos. A qualidade
2.3 Foco no cliente
exige visão sistêmica para integrar ações, má-
Feigenbaum lançou, em 1961, uma nova quinas, informações e outros recursos que au-
versão das proposições feitas uma década xiliam na administração da qualidade.
antes, sob o nome de Total Quality Control,
A administração da qualidade começa com a
ou TQC – Controle Total da Qualidade
alta administração, de onde vêm a inspiração
(MAXIMIANO, 2011). Para o autor, quem
e a coordenação do sistema (MAXIMIANO,
estabelece a qualidade é o cliente e não
2011). Cabe ao departamento de qualidade
os engenheiros, o pessoal de marketing ou
satisfazer o cliente e garantir os interesses
a alta administração. A qualidade de um
produto ou serviço passa a ser vista como o
Introdução à Gestão
de Negócios 201/63
econômicos da empresa. Essas ideias de Fei- ZZpredominância do cliente;
genbaum, apesar de grande repercussão,
passaram a ser adotadas lentamente. ZZimportância da mentalidade preventiva;
ZZ
necessidade de envolvimento da
2.4 A escola japonesa da qualidade total alta administração.

No Japão, país que não conta com recursos Poucos anos depois da ida de Deming ao
naturais, a qualidade se tornou uma obses- Japão, a qualidade do que era produzido
são nacional (MAXIMIANO, 2011). Em me- começou a mudar drasticamente e o autor
ados da década de 1940, donos de empresas passou a ser reverenciado no país (MAXI-
e engenheiros deram início a um programa MIANO, 2011). Na década de 1970, a econo-
de mobilização, pesquisas e visitas a outros mia japonesa se expandiu para os mercados
países que já estavam trabalhando com téc- ocidentais, especialmente nas indústrias
nicas de qualidade. eletrônica e automobilística. Foi grande a
surpresa dos americanos quando descobri-
O Sindicato dos Cientistas e Engenheiros do ram que o sucesso japonês se devia a um
Japão, criado em 1946, convidou William americano, desconhecido nos Estados Uni-
Edwards Deming para visitar o país no ano dos. Deming, então com 80 anos, foi reco-
seguinte. Deming era um estudioso do tema nhecido no país onde nasceu e que estava
qualidade, especialista em estatística. Em ansioso por seus ensinamentos.
1950, Deming voltou ao Japão para minis-
trar um curso sobre o assunto para uma pla- Em um livro publicado em 1982, Deming
teia de técnicos e engenheiros. Porém, o estu- divulgou os 14 pontos ou princípios relacio-
dioso percebeu que, se a alta administração nados à qualidade. São eles:
não fosse envolvida no processo, em pouco ZZestabelecer a constância do propósito de
tempo a qualidade serviria apenas para se- melhorar o produto, tornando a empresa
parar os bons produtos dos defeituosos, tal competitiva;
qual havia acontecido nos Estados Unidos.
ZZadotar a nova filosofia, assumir suas res-
Deming procurou ser ouvido pela alta ad- ponsabilidades e a liderança da mudança;
ministração de grandes empresas japonesas
(MAXIMIANO, 2011). Em conversas com ZZ
acabar com a dependência da inspeção
esses executivos, afirmou que a melhoria em massa, construindo a qualidade do
da qualidade, entendida por ele como a re- produto desde o começo;
dução da variabilidade, era a chave para a
prosperidade, já que aumentava a produti- parar de comprar apenas com base no pre-
ZZ
vidade, reduzia custos e auxiliava na con- ço e minimizar o custo total, desenvolven-
quista de mercado e expansão de empregos. do um fornecedor único para cada item;
A responsabilidade da alta administração ZZ
melhorar constantemente o sistema de
tinha início na identificação das necessida- produção para melhorar a qualidade e a
des do cliente, prosseguindo pelos estágios produtividade;
de transformação do produto, até chegar ao
mesmo cliente na forma de produto acaba- ZZinstituir o treinamento no serviço;
do ou serviço.
ZZinstituir a liderança;
As mensagens que Deming apresentou aos
ZZafastar o medo para que todos trabalhem
japoneses, apesar de simples, se tornaram
de forma eficaz;
os alicerces do moderno enfoque da quali-
dade. São elas:
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de Negócios

ZZeliminar barreiras entre os departamen-


tos, estimulando o trabalho em equipe;
Você Sabia
ZZeliminar metas para os empregados, pe-
A International Organization for
dindo zero defeitos e níveis mais altos de
Standardization (ISO), que significa
produtividade;
organização internacional de
ZZeliminar cotas numéricas no chão de fá- normalização, é uma organização sem
brica e a administração por objetivos; fins lucrativos criada em 1947. Quarenta
anos depois, a ISO publicou manuais
ZZremover as barreiras que impedem o tra- de avaliação do sistema de qualidade.
balhador de sentir orgulho pela tarefa As Normas ISO Série 9000 de Padrões
bem feita; Internacionais sintetizam diversas normas
ZZinstituir um programa de educação e au- já existentes que regulam as relações
totreinamento; entre fornecedores e compradores. Em
1996, foram publicadas as Normas ISO
ZZagir no sentido de concretrizar a trans- 14000, sobre gestão ambiental. A adesão
formação, que é trabalho de todos. às normas ISO é voluntária, porém,
devido a sua grande aceitação, foram
adotadas até por governos nacionais,
2.5 Auditoria do sistema de qualidade especialmente em áreas da saúde,
Antigamente, era comum que as empresas segurança e ambiente.
fizessem inspeções de recebimento, ou seja,
examinavam as matérias-primas recebidas
pelos fornecedores (MAXIMIANO, 2011).
Portanto, a mesma peça era inspecionada 3. A empresa no século XXI
pelo fabricante e pelo comprador. Na era
da qualidade total, essas empresas, pressio- Até o início da década de 1990, não havia
nadas pela concorrência, perceberam que muita preocupação entre os empresários e
poderiam cortar os custos de controlar a executivos com a excelência nas organiza-
qualidade de seus fornecedores. E isso po- ções, já que havia uma certa estabilidade no
deria ser feito por meio de uma auditoria do mundo dos negócios. Porém, o novo século
sistema de qualidade. trouxe novas propostas, caminhos, ações,
inovações, além de um número muito maior
Os auditores visitam as instalações do forne- de empresas disputando os mesmos clientes.
cedor para inspecioná-lo, com base em uma
lista de critérios. Em outras palavras, a audi- A consolidação das mulheres no mercado
toria serve para decidir se um fornecedor tem de trabalho, a tecnologia da informação, a
condições de continuar fornecendo compo- forte competitividade, a luta pela sobrevi-
nentes ao comprador. Muitas vezes, os forne- vência, a velocidade das mudanças, a ne-
cedores recebem um prazo para se adequar cessidade de exercer liderança sob os su-
às exigências. Os fornecedores qualificados bordinados, a geração Y, as demandas da
ou credenciados continuam nessa condição responsabilidade social e a preocupação
quando passam por novas inspeções periódi- com o meio ambiente, entre outras, são al-
cas feitas com base nos mesmos critérios. gumas das questões que as empresas que
operam no século XXI precisam enfrentar
no seu dia a dia.
É preciso ter cuidado com a competição
selvagem, que tem como objetivo liquidar
Introdução à Gestão
de Negócios 201/65
o próximo. Nesse sentido, a formulação da estratégia se faz muito im-
portante. Além disso, sabemos que são as pessoas da organização que
as colocam na trajetória correta, daí a importância de uma liderança.
Cada vez mais, o mundo dos negócios conta com compromissos com a
sociedade e as comunidades afetadas por suas atividades. Também se
fazem necessárias condutas éticas e transparência nas atividades. Des-
se modo, acreditamos que é possível manter um ambiente saudável e
competitivo para se fazer negócios.

anotações / dicas
66/201 Introdução à Gestão
de Negócios

Exercícios Propostos
1. Henry Ford e Bill Gates são bons exemplos de:
( ) a) Supervisores.
( ) b) Empreendedores.
( ) c) Líderes.
( ) d) Organizadores.
( ) e) Gestores táticos.

2. Assinale a alternativa que apresenta um traço dos empreendedores.


( ) a) Criatividade e capacidade de implementação.
( ) b) Receio de assumir riscos.
( ) c) Impaciência para esperar resultados.
( ) d) Pessimismo.
( ) e) Senso de urgência.

3. O que são custos de prevençao?


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4. “Redução da variação que ocorre nos processos de trabalho”. Este é o conceito de
qualidade atrelado a:
( ) a) Excelência.
( ) b) Valor.
( ) c) Especificações.
( ) d) Regularidade.
( ) e) Adequação ao uso.

5. Planejamento do processo de controle da qualidade, treinamento para a qualidade e desen-


volvimento de fornecedores são custos:
( ) a) Internos de defeitos.
( ) b) Externos de defeitos.
( ) c) De regulação.
( ) d) De avaliação.
( ) e) De prevenção.
Introdução à Gestão
de Negócios 201/69

Encerramento
Percorremos um longo caminho, não? Relembramos os primórdios da
prática da administração, como a construção das pirâmides do Egito,
para evidenciar que a administração é recente apenas como disciplina.
Aprendemos conceitos básicos de administração, organização, eficiên-
cia e eficácia, para, em seguida, compreender como as diferentes escolas
da administração situam-se no tempo. Passamos também pelas funções
administrativas, assim como pelas áreas funcionais mais tradicionais
das organizações. Desse modo, foi possível entender onde se encontra a
logística dentro dos processos organizacionais.
Por fim, chegamos a algumas tendências mais atuais relacionadas à
administração, como empreendedorismo, qualidade total e desafios do
século XXI. Temos certeza de que, a partir de agora, você está mais
confortável para discutir e analisar as organizações, o que são seus ob-
jetivos, como se estruturam e que desafios encontram.
Muitas pesquisas sobre empresas de diferentes setores podem ser feitas
a partir de agora. Por exemplo: Quais são as demandas e tendências do
setor automotivo? O que está saindo na mídia de negócios sobre explo-
ração de petróleo? Desafiamos e encorajamos você a pesquisar e estu-
dar sempre mais.
Bom trabalho!
70/201 Introdução à
Gestão de Negócios

Resposta dos
Exercícios Propostos
Lição 1 Lição 3
1. B 1. C
2. A 2. B
3. D 3. E
4. C 4. B

5. a) (V) 5. (B)
b) (F) (E)
c) (V) (A)

d) (V) (C)

e) (V) (D)

Lição 2 Lição 4

1. D 1. C

2. C 2. D

3. A 3. D

4. E 4. D

5. Cliente, fornecedores, concorrentes, ins- 5. Planejamento, recrutamento, seleção,


trituições financeiras, meios de comunica- orientação, treinamento e desenvolvimen-
ção social e grupos de interesses especiais. to, política de remuneração, promoções e
transferências e desligamento.
Introdução à
Gestão de Negócios 201/71
Lição 5
1. B
2. A
3. Custos de prevenção são os custos de evitar a ocorrência de erros e defeitos.
4. D
5. E
72/201 Introdução à
Gestão de Negócios

Referências
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WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ed. Atlas, 1979. (Cap. 3: A “obje-


tividade” do conhecimento nas Ciências Sociais (2003).
Simulado
Parabéns!
Agora que você concluiu seus estudos nesta disciplina, é chegada a hora de fazer os exercícios do Simulado. É muito
importante que você o responda, pois ele foi especialmente elaborado para que você se prepare melhor para a sua
avaliação. Observe que, para as questões de múltipla escolha, existe apenas uma alternativa correta. Depois de
pronto, envie-o para o endereço indicado abaixo ou entregue pessoalmente na Secretaria Escolar de sua Unidade.

INSTRUÇÕES
Para os alunos matriculados em:
• Cursos oficiais (técnicos): a resolução do Simulado é opcional. Caso deseje, os professores de plantão farão a
correção e a devolverão pelo correio.
• Cursos livres (não-oficiais): a resolução do Simulado terá o valor de prova realizada a distância e deve,
OBRIGATORIAMENTE, ser respondido à caneta (azul ou preta) e enviado para a correção, sendo que sua aprovação
lhe conferirá o Certificado de Conclusão.

Caixa Postal 1220 Av. Rangel Pestana, 1105 - Brás


01031-970 - São Paulo - SP ou 03001-000 - São Paulo - SP
A/C Departamento Pedagógico A/C Departamento Pedagógico

201 - Introdução à Gestão de Negócios


1E

Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................

Nº de Matrícula (campo obrigatório): .................................................. Nota:...................................

1 - O que é uma organização? Cite dois exemplos de organizações.


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

2 - Complete as lacunas com as palavras abaixo:

Administração - Teorias - Controles - Contabilidade

__________ são tentativas de explicação e previsão da realidade. As ___________ influenciam a


prática, servindo como guia para as decisões da ____________.

1
3 - Assinale a alternativa INCORRETA sobre a Revolução Industrial e a consolidação do ca-
pitalismo.

( ) a) Fortalecimento do senhor feudal e aumento da população rural.


( ) b) Limitação do poder do monarca absoluto.
( ) c) Surgimento de ideias liberais.
( ) d) Intensificação das atividades comerciais.
( ) e) Revitalização da vida urbana.

4 - Assinale a alternativa que NÃO faz parte da Administração Científica de Taylor:

( ) a) Homo economicus (ser humano essencialmente egoísta e racional, orientado por moti-
vações materiais).
( ) b) A organização é vista como sistema fechado (foco nos processos internos).
( ) c) Prever o futuro e definir um plano de ação em função dessa previsão.
( ) d) Crença na existência de uma ciência de administração, que é passível de ser universalizada.
( ) e) Foco nos processos operacionais de trabalho.

5 - Fayol focou sua atenção na estrutura da empresa e definiu a Administração como:

( ) a) Previsão, organização, comando, coordenação e controle.


( ) b) Matéria propícia para a alienação do trabalhador.
( ) c) Um sistema fechado e sem consideração pelas influências externas.
( ) d) Um sistema descentralizado e sem linha de comando definida.
( ) e) Um sistema com alta rotatividade de pessoal, sem dar importância ao conhecimento
técnico do indivíduo.

6 - Sobre Max Weber, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):

( ) a) Cada elemento do grupo tem uma função específica, de forma a evitar conflitos na
atribuição de competências.
( ) b) O sistema não está organizado em pirâmide, não possuindo funções de chefia.
( ) c) Os burocratas são donos dos meios de produção.
( ) d) As regras são definidas e protegidas da alteração arbitrária ao serem formalizadas por
escrito.
( ) e) A escolha dos funcionários e cargos depende exclusivamente do conhecimento técnico
e do mérito.
7 - Sobre “eficiência” e “eficácia” assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):

( ) a) A pessoa que planeja fazer um bolo e obtém sucesso é um exemplo de eficácia.


( ) b) A ausência de desperdícios é um exemplo de eficiência.
( ) c) Ao executar uma tarefa e seu resultado não for satisfatório, temos um exemplo de falta
de eficiência.
( ) d) Eficácia é fazer bem as coisas.
( ) e) Preocupar-se com os fins é um exemplo de eficiência.

8 - Assinale a alternativa correta

(   ) a) A logística consiste no gerenciamento de toda movimentação de recursos, produtos,


equipamentos de toda movimentação de recursos, produtos, equipamentos e informa-
ções necessárias para a execução das atividades de uma organização.
( ) b) A logística consiste em aumentar o fluxo de mercadora transportado pela empresa
para aumentar o lucro.
( ) c) A logística é a atividade, dentro da empresa, que emprega recursos para evitar atrasos
na produção.
( ) d) Entre suas atividades, o departamento de logística realiza a integração de todas as
atividades da organização na satisfação do cliente.
( ) e) O departamento de logística é responsável pela análise, planejamento e decisões de in-
vestimento dentro de uma empresa.

9 - O que é hierarquia?

( ) a) É a ordenação de elementos de forma aleatória sem uma coordenação ou propósito.


( ) b) A hierarquia é a ordenação de elementos em ordem de importância.
( ) c) A graduação de autoridade pode ser em nível tático, local e abrangente.
( ) d) A hierarquia é a ordenação de elementos em ordem de tempo na empresa.
( ) e) A hierarquia é a graduação de autoridade apenas em nível tático.

10 - Sobre Cultura Organizacional, marque Verdadeiro (V) ou Falso (F):

( ) a) Crenças em relação ao que é importante na vida e expectativas sobre o comportamento


dos membros da organização.
( ) b) Atitudes centradas no individualismo dos funcionários da organização.
( ) c) Conjunto de valores em vigor em uma empresa, definindo os padrões de comporta
mento e atitudes que governam as ações e decisões mais importantes da administração.
( ) d) Não é um fator proeminente nas decisões estratégicas de uma organização.
( ) e) Conjunto de crenças, costumes, sistemas de valores, normas e comportamento e formas
de fazer negócios presentes em todas as empresas, sem influenciar em seus métodos.

3
11 - Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) Planejamento é o ato de determinar as metas da organização e os meios para alcança-las.


( ) As quatro funções administrativas são: planejamento, organização, liderança e controle.
( ) Das quatro funções administrativas o planejamento é considerado o mais fundamental.
( ) O ambiente que as organizações estão inseridas é estático e imutável.

Marque a opção correta:


( ) a) V-V-V-F.
( ) b) F-V-F-V.
( ) c) F-F-V-F.
( ) d) V-V-F-F.
( ) e) F-F-V-V.

12 - Complete a lacuna:

__________ é a função da Administração responsável pela definição dos objetivos da organização


e pela elaboração de planos que integram e coordenam suas atividades.

13 - Complete as lacunas com as palavras abaixo:

Tático - Estratégico - Operaciomal

O plano _________tem forte orientação externa e posiciona a empresa frente ao ambiente


externo. Enquanto o plano ________ tem orientação de curto prazo e é comumente adaptado
diante de novos acontecimentos; ao passo que o plano ______ traduz os objetivos gerais de uma
organização em objetivos específicos.

14 - Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):

( ) Os valores são as ideias em torno das quais a organização foi construída.


( ) Os valores servem de orientação no processo de decisão por serem as convicções domi-
nantes nas organizações.
( ) Nem toda organização tem um propósito a cumprir, sendo a missão opcional.
( ) É irrelevante para a organização transmitir seus valores e missão para os funcionários
de hierarquia mais baixa.

Marque a alternativa correta:


( ) a) F-V-F-V
( ) b) F-F-V-F
( ) c) V-V-V-F
( ) d) V-V-F-F
( ) e) F-F-V-V
15 - Com base no que você entende por SWOT (Strenghts/forças, Weaknesses/fraquezas,
Opportunities/oportunidades, Threats/ameaças), assinale a alternativa correta:

( ) a) Strenghts/forças e Weaknesses/fraquezas fazem parte da análise externa de uma orga-


nização.
( ) b) Weaknesses/fraquezas e Threats/ameaças fazem parte da análise interna de uma orga-
nização.
( ) c) Opportunities/oportunidades faz parte da análise externa das organizações.
( ) d) Weaknesses/fraquezas e Opportunities/oportunidades são elementes da análise interna.
( ) e) Strenghts/forças e Threats/ameaças são elementos pertencentes à análise externa.

16 - Qual a função da motivação?

( ) a) Indivíduos motivados se esforçam mais, e a administração vai direcionar esses esforços


para atingir metas organizacionais.
( ) b) Indivíduos motivados se esforçam mais, porém, nem sempre na direção dos objetivos
da organização; fazendo da motivação algo descartável.
( ) c) A motivação dos indivíduos já é dada pelo salário, investir recursos em motivar fun-
cionários é perda de tempo.
( ) d) As ordens dadas já são o suficiente para motivar os funcionários no ambiente de trabalho.
( ) e) Indivíduos motivados se esforçam mais, poupando a administração de pensar nisso.

17 - De acordo com o conteúdo estudado, como podemos explicar o aumento da demanda por
serviços logísticos?
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_______________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________

18 - O que é um líder?

( ) a) Um gerente.
( ) b) Um administrador com muitos anos na empresa.
( ) c) Um elemento que, independente da hierarquia, motiva as pessoas.
( ) d) Um elemento da alta hierarquia que motiva as pessoas por causa do seu posto.
( ) e) Um chefe de equipe que administra um setor.

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19 - Marque Verdadeiro (V) ou Falso (F)

( ) a) O controle fecha o ciclo administrativo junto ao planejamento.


( ) b) O controle detecta potenciais problemas, mas não sugere soluções.
( ) c) O controle não envolve a missão da organização.
( ) d) O controle corrige e verifica os desvios nos processos.
( ) e) O controle altera os desvios nos processo.

20 - Defina “Controle Tático”.


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Pesquisa de Satisfação
Caro Aluno:
Para que possamos aprimorar cada vez mais os nossos serviços, oferecendo um material didático
de qualidade e eficiente, é muito importante a sua opinião sobre este fascículo que você acaba de
estudar.
Sua identificação não é obrigatória. Responda as perguntas a seguir assinalando a alternativa que
melhor corresponda a sua opinião (assinale apenas uma alternativa). Você também pode fazer
sugestões e comentários por escrito no verso desta folha.
Na próxima correspondência que enviar à escola, lembre-se de juntar sua(s) pesquisa(s) respondida(s),
ou entregá-la(s) na Secretaria Escolar de sua Unidade Educacional.
O Instituto Monitor agradece sua colaboração.

Secretaria Escolar

201 - Introdução à Gestão de Negócios


1E

Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................

Nº de Matrícula (campo obrigatório): ..................................................

Curso Técnico em:

q Eletrônica q Secretaria Escolar q Secretariado


q Transações Imobiliárias q Informática q Administração
q Contabilidade q Logística

QUANTO AO CONTEÚDO

1) A linguagem dos textos é:


q a) sempre clara e precisa, facilitando muito a compreensão da matéria estudada.
q b) na maioria das vezes clara e precisa, ajudando na compreensão da matéria estudada.
q c) razoavelmente clara e precisa, ajudando, embora nem sempre, na compreensão da matéria
estudada.
q d) um pouco difícil, tornando trabalhosa a compreensão da matéria estudada.
q e) muito difícil, impossibilitando a compreensão da matéria estudada.

2) Os temas abordados nas lições são:


q a) em sua totalidade, atuais e importantes para a formação do profissional.
q b) em sua maioria, atuais e importantes para a formação do profissional.
q c) razoavelmente atuais e importantes para a formação do profissional.
q d) atuais, mas sua importância nem sempre fica clara para o profissional.
q e) ultrapassados e sem nenhuma importância para o profissional.

3) As lições são:
q a) muito bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q b) bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q c) razoavelmente bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com
facilidade.
q d) muito extensas, dificultando a compreensão do conteúdo.
q e) muito curtas e pouco aprofundadas.
QUANTO AOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS

4) Os exercícios são:
q a) muito bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q b) bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q c) muito simples, exigindo apenas que se decore o conteúdo.
q d) um pouco difíceis, mas abordando o que se viu na lição.
q e) muito difíceis, uma vez que não abordam o que foi visto na lição.

5) A linguagem dos exercícios é:


q a) sempre clara e objetiva.
q b) em sua maioria, clara e objetiva.
q c) algumas vezes um pouco complexa, dificultando a resolução do problema proposto.
q d) mal-elaborada, tornando mais difícil compreender a pergunta que respondê-la.
q e) muito complexa, impossibilitando a resolução dos exercícios.

QUANTO À APRESENTAÇÃO GRÁFICA

6) O material é:
q a) muito bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando o estudo
bastante agradável.
q b) em sua maior parte, bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando
o estudo bastante agradável.
q c) bem cuidado, mas nem sempre o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização.
q d) razoavelmente bem cuidado, mas a disposição das imagens e do texto dificulta a compreensão do
mesmo.
q e) confuso e mal distribuído, as informações não seguem uma sequência lógica.

7) As ilustrações são:
q a) sempre bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q b) na maioria das vezes, bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q c) bonitas, mas sem nenhuma utilidade para a compreensão do texto.
q d) malfeitas, mas necessárias para a compreensão e fixação do texto.
q e) malfeitas e totalmente inúteis.

Lembre-se: você pode fazer seus comentários e sugestões, bem como apontar algum problema específico
encontrado no fascículo. Sinta-se à vontade!

Sugestões e comentários

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