1) O documento discute o projeto "Brasil 2010" que visa estabelecer uma igreja em cada município brasileiro até 2010.
2) A estratégia foi inspirada por projetos de evangelização de sucesso nas Filipinas que usaram estudos bíblicos para alcançar alvos de crescimento.
3) O projeto explica como a multiplicação de igrejas locais pode levar o evangelho a toda a população brasileira.
1) O documento discute o projeto "Brasil 2010" que visa estabelecer uma igreja em cada município brasileiro até 2010.
2) A estratégia foi inspirada por projetos de evangelização de sucesso nas Filipinas que usaram estudos bíblicos para alcançar alvos de crescimento.
3) O projeto explica como a multiplicação de igrejas locais pode levar o evangelho a toda a população brasileira.
1) O documento discute o projeto "Brasil 2010" que visa estabelecer uma igreja em cada município brasileiro até 2010.
2) A estratégia foi inspirada por projetos de evangelização de sucesso nas Filipinas que usaram estudos bíblicos para alcançar alvos de crescimento.
3) O projeto explica como a multiplicação de igrejas locais pode levar o evangelho a toda a população brasileira.
Inicio a apresentação de "BRASIL 2010 - O Audacioso Sonho
de Um Gigante Adormecido", com um sentimento misto de gratidão e de esperança. Gratidão, pela gentileza dos queridos Lourenço e Estefânia Kraft, em terem me confiado semelhante tarefa e, esperança, que, principalmente a partir desta obra, esta nação seja totalmente alcançada pelo Evangelho de Cristo até o final da primeira década do século vindouro. Com brilhantismo intelectual e, sobretudo, com os corações inflamados por genuíno amor cristão pelas pessoas deste país, os Krafts abordam, nas páginas a seguir, algumas das bem sucedidas experiências missionárias que, a partir do Congresso de Evangelização de Berlim, em 1966, passaram a despontar em diferentes partes do mundo e que acabaram por inspirar o surgimento do Projeto Brasil 2010. Os autores destacam que o emprego de uma estratégia comum - a ocupação de territórios inteiros, países, regiões, pela multiplicação do número de igrejas na área , num curto período de tempo - sempre de maneira planejada, organizada, considerando as realidades e peculiaridades pertinentes a cada região, tem possibilitado o cumprimento da Grande Comissão com resultados sem precedentes. Os filipinos foram os pioneiros e, em pouco mais de três anos, através da multiplicação de estudos bíblicos nos lares, e de muitas orações, ultrapassaram o alvo de iniciar 10 mil igrejas em seu país. Depois, vieram: Peru, Colômbia, Guatemala, República Dominicana, Índia, Inglaterra, Zimbabwe, Taiwan, chegando a um total de vinte e oito países. No momento outros cento e doze estão se preparando para fazê-lo, dentre os quais, o nosso querido Brasil. É disto, portanto, que trata esta importante obra. Através dela você entenderá claramente o que é o Projeto Brasil 2010, como ele está detalhado e como você poderá atuar em sua igreja local para que, sob a orientação do Espírito Santo, este programa alcance o alvo de ter uma igreja acessível a cada pessoa, em todo o país, nesta geração, tornando realidade aquilo que um dia apenas foi "O Audacioso Sonho de Um Gigante Adormecido". Prefácio A igreja evangélica brasileira tem crescido muito nestes últimos anos. Todos são unânimes em afirmar isto. Poucos, no entanto, têm se levantado para refletir sobre outras questões ligadas a este crescimento sem precedentes. Por exemplo: onde ela está presente? Existe porventura um crescimento acentuado por simples migração de outras comunidades? Há espaços neste Brasil com uma presença marcante enquanto em outros lugares a igreja evangélica praticamente inexiste? Para responder a estas e outras questões, um grupo de líderes evangélicos de expressão de nosso país se levantou a partir do Congresso Nacional de Missões, realizado em 1993, em Caxambu. A Consulta Global sobre Evangelização Mundial, acontecida em 1995, em Seul, promovida pelo Movimento AD2000 veio reforçar esta visão, pois ali estavam presentes não somente estes líderes, mas outros tantos que representavam vários segmentos da liderança evangélica brasileira. Como disse algum tempo atrás escrevendo um artigo, reconheço que uma das principais marcas da igreja evangélica do nosso país, é a sua má distribuição. Repetindo, conscientemente ou não, o exemplo do nosso perfil econômico-social, há uma injustiça flagrante quanto à possibilidade do Evangelho chegar ao coração de cada brasileiro. Enquanto algumas cidades estão saturadas com igrejas das mais variadas matizes, percebe-se clarões no solo brasileiro onde pouco, ou quase nada, existe em termos de presença evangélica. Infelizmente aprendemos a concorrer eclesiasticamente uns com os outros, mas deixamos de lado a tarefa genuinamente missionária de levar "o Evangelho para cada pessoa e uma igreja para cada povo", cumprindo assim a Grande Comissão. Este material que você tem em suas mãos é resultado do trabalho de um grupo de irmãos que sonha em ver uma igreja implantada em cada cidade brasileira ainda nesta geração. Para alguns isto poderia soar como utopia. Para outros, como um tremendo desafio que pode ser alcançado. Fico com estes últimos. Afinal é chegada a hora de espalharmos este Evangelho por todo o Brasil, estabelecendo igrejas saudáveis e com visão missionária, permitindo assim que sejamos também bênção para outras nações da terra.
O Que é o Projeto Brasil 2010 e Como Começou?
Os Primeiros Passos Um Alvo Melhor Visão Se Espalha Diferente de muitos dos programas evangelísticos do passado, nos quais as estratégias eram idealizadas pelos missiólogos do "Primeiro Mundo" e experimentadas por abastadas igrejas norte- americanas ou européias, a estratégia que está por trás do Brasil 2010 foi elaborada em uma nação em desenvolvimento, do "Terceiro Mundo", em um contexto muito semelhante ao do Brasil, as Filipinas. Os Primeiros Passos Tudo começou em 1966. Como resultado do Congresso de Evangelização Mundial de Berlim, reuniões começaram a acontecer em todo o mundo, para discutir como a Grande Comissão poderia ser cumprida em todas as regiões do globo, através de suas diferentes culturas e contextos. Nesse espírito, sessenta e cinco dedicados líderes da igreja filipina viajaram a Cingapura para participar do Congresso Evangelístico do Pacífico e Sul da Ásia, sua reunião regional. As reuniões foram magníficas e, no encerramento do congresso, a delegação filipina fez um compromisso de que, ao voltar para casa, faria algo concreto visando alcançar sua nação para Cristo. Uma das coisas realizadas foi a organização do Congresso para o Evangelismo de Todas as Filipinas, em 1970. Ali, então, líderes cristãos de todas as regiões das Filipinas se reuniram por dez dias, para falar e orar acerca de como poderiam alcançar melhor sua nação para Cristo. Eles partiram do pressuposto que, através da multiplicação de estudos bíblicos nos lares, liderados por cristãos leigos, um grande número de filipinos poderia receber uma eficaz apresentação do Evangelho em um curto período de tempo. Eles calcularam que, se sua nação tinha, então, cerca de 3.000 igrejas evangélicas, e se cada igreja iniciasse três ou quatro reuniões de estudo bíblico lideradas por leigos, poderiam dar início a dez mil novas células de estudo bíblico. Calcularam também que, através destes estudos bíblicos, milhares de filipinos poderiam ouvir o Evangelho de uma maneira compreensível e, assim, ter uma oportunidade de responder a Cristo. Os líderes presentes gostaram da idéia. Fizeram alguns planos concretos por meio dos quais esses grupos poderiam ser iniciados e escolheram Nene Ramientos para presidir o projeto. A Nação das Filipinas foi então dividida em dezessete distritos, e foram designados coordenadores, um para cada distrito, para ajudar na supervisão do trabalho. Muitas idéias inovadoras foram incorporadas para motivar as igrejas existentes em cada um dos distritos a dar início a esses estudos bíblicos evangelísticos. Com o decorrer do tempo, igrejas de toda a nação se comprometeram com o alvo de iniciar em seu país 10.000 novas células de estudos bíblicos evangelísticos nos lares. Em três anos esse alvo não foi apenas alcançado, mas ultrapassado. Aproximadamente 11.000 novas células de estudo bíblico evangelístico haviam sido iniciadas nas Filipinas até 31 de março de 1973 Assim despontou a idéia de que o estabelecimento de alvos pode ser usado como uma ferramenta para a edificação do Reino de Deus! Um Alvo Melhor O sucesso desse projeto inicial levou os líderes filipinos a pensar. Se esse método (olhar realisticamente o presente estado da igreja, e a partir daí, estabelecer alvos de crescimento) pode dar a tantos milhares de filipinos a oportunidade de ouvir o Evangelho, não poderia também ser usado para edificar o Reino de Deus, através do discipulado desses novos convertidos, para que se tornassem membros obedientes de igrejas locais saudáveis? Afinal de contas, é apenas quando Cristo Se torna encarnado na comunidade, através da presença de Seu povo, a Igreja, que se pode dizer que o Reino de Deus foi estabelecido nesse lugar. Dessa maneira os líderes, uma vez mais, puseram-se a trabalhar no estabelecimento de alvos para o crescimento de suas igrejas. Eles descobriram que havia aproximadamente 35 milhões de filipinos espalhados através das 7.107 ilhas do arquipélago. Falavam sete ou oito dialetos maiores e talvez outros 150 menores. Havia 3,5 milhões de muçulmanos, meio milhão de chineses, e centenas de milhares de povos tribais. Quase todo filipino vivia em um barrio (espanhol) ou barangay (palavra na língua tagalog para vizinhança), tanto nas cidades quanto nas áreas rurais. Essa era a menor divisão política do país. Cada barrio tinha um comandante e a composição sociológica de um barrio era praticamente homogênea. Barrios normalmente eram constituídos de pessoas que falavam a mesma língua e trabalhavam em profissões correlatas. E muitos barrios rurais eram compostos por uma grande e extensa família. Sendo que havia cerca de 35.000 barrios para os 35 milhões de pessoas, cada barrio tinha em média cerca de 1.000 pessoas. Para que Jesus Cristo pudesse estar encarnado em cada barrio, haveria a necessidade da reunião do Corpo de Cristo em cada um deles. Uma igreja em cada barrio significaria 35.000 igrejas. Se existiam apenas 5.000 igrejas naquele momento, (resultados de pesquisas feitas durante e depois do primeiro projeto, revelam que havia de fato 5.000 igrejas naquela ocasião, e não 3.000 como foi inicialmente estimado), isto significaria que as igrejas então existentes deveriam plantar 30.000 novas igrejas! Mas quando tivessem alcançado esse alvo de 30.000 novas igrejas, a população teria crescido significativamente e novos barrios teriam sido criados. Usando matemática simples, aqueles líderes cristãos filipinos calcularam que, para se ter uma igreja em cada barrio até o final do século, eles teriam que implantar 45.000 novas igrejas! Com extraordinária fé e unidade, os líderes denominacionais e os das igrejas locais decidiram comprometer suas vidas e suas organizações para alcançar este alvo. Seria essa uma tarefa impossível? Como a história nos mostra, não está sendo. Avaliações periódicas indicavam que as igrejas das Filipinas estavam certas ao estabelecer alvos. Nos quatro primeiros anos depois do Congresso, 16.000 novas igrejas foram implantadas. E o processo continua. Há toda indicação de que as Filipinas irão, não apenas alcançar, mas ultrapassar, seu alvo de 45.000 novas igrejas na virada do século! A Igreja das Filipinas Como os gráficos acima indicam, quase todas as denominações das Filipinas experimentaram um aumento em crescimento, tanto em membresia quanto em número de igrejas, depois da implementação do projeto. A Visão Se Espalha Movidos pela eficácia dessa estratégia, líderes evangélicos através de todo o mundo começaram a considerar a possibilidade de iniciar projetos similares em seus próprios países. Por exemplo, líderes evangélicos no Peru iniciaram em novembro de 1993 um projeto chamado Peru para Cristo que tinha como alvo a im- plantação de 50.000 novas igrejas até o ano 2003. Quatorze mil dessas novas igrejas deveriam ser implantadas até 1995 e outras 31.000 até o ano 2000. Relatórios recentes indicam que 13.620 dessas 14.000 foram implantadas até novembro de 1995. Na Colômbia, em um projeto cha- mado Colômbia Hoje e Amanhã, líderes evangélicos estabele- ceram o alvo de implantar 20.000 novas igrejas até o ano 2001. O alvo na Guatemala foi de dobrar o número de igrejas existentes de 7.000 para 14.000, em seis anos (1984-1990), e de elevar a porcentagem da população que se autodenomina evangélica para 50%. [O mapa ao lado mostra que quase toda América Latina já está envolvida. (Os países com listras já tem alvos estabelecidos; os em cor leve estão no processo de definir alvos.)] O Espírito Santo também falou a líderes do Caribe. Através de um projeto chamado CONPAS, pastores e líderes na República Dominicana estão trabalhando para estabelecer 12.000 novas igrejas até o ano 2001. Na Índia, o alvo é de ter um milhão de novas igrejas implantadas até o ano 2000. Destas, 600.000 nos vilarejos, 40.000 nos bairros urbanos e mil entre os povos não-alcançados. Duzentas e quarenta e sete, destas últimas mil, já foram implantadas. Na Inglaterra, o alvo é ter 20.000 novas igrejas. No Zimbabwe, África, o alvo é de 10.000 novas igrejas. Em Taiwan, de 10.000 novas igrejas, dois milhões de novos crentes, e duzentos novos missionários transculturais sendo enviados. Vinte e oito países já estabeleceram alvos de implantação de novas igrejas e outros cento e doze estão se preparando para fazê- lo. É o tempo de Deus para uma visão como esta! A Igreja no Brasil E a respeito do Brasil? Está nosso vasto país adequadamente evangelizado? Temos nós igrejas suficientes, acessíveis geográfica, sócio-econômica e culturalmente para todas as pessoas que vivem dentro de nossas fronteiras? Uma análise superficial no estado da igreja no Brasil revela que ainda há uma necessidade muito grande de novas igrejas. O Brasil é uma nação muito vasta, ocupando, com os seus 8.511.965 km2, aproximadamente a metade do território da América do Sul. Nossa população foi estimada em 158.000.000 no final de 1995, com uma taxa média de crescimento de cerca de 1,9% ao ano. Em termos gerais, a Igreja no Brasil está crescendo muito bem. Os 18 milhões de brasileiros que se autodenominam evangélicos são atualmente cerca de 10% da população. Durante a década de 80, a taxa de crescimento da igreja 2,5 vezes maior que a da população (5,18%). Apesar disso, a expressão da igreja não é consistente em todo o país. Existem ainda áreas com grande carência. O Nordeste por exemplo, é a região brasileira menos alcançada, cuja população evangélica é pouco mais que três milhões (6,8% da população da região). A região Sul, onde os dados do Censo do IBGE indicam uma alta porcentagem de evangélicos, é permeada pelo nominalismo e apenas uma pequena porcentagem daqueles que se autodenominam "evangélicos" realmente são membros de uma igreja de Jesus Cristo. Além do mais, há pequenas cidades no interior de todas as regiões do país, e grandes extensões dentro das megacidades que não têm um testemunho cristão expressivo e significativo. Há também grupos étnicos em várias cidades onde o testemunho da igreja evangélica é fraco ou inexistente. Restam ainda 139 tribos indígenas (58,6% das tribos conhecidas) sem a presença missionária evangélica. Além disto, há enfermidades sociais que resistem à manifestação do Reino de Deus no Brasil. Corrupção e cobiça estão presentes em todos os níveis, desde nas mais básicas interações interpessoais até nos negócios governamentais. Roubo, violência e morte criam um medo constante dentro dos lares urbanos. A sensualidade e os pecados sexuais são incentivados pela mídia e até mesmo cultuados durante o Carnaval. As crianças pobres enfrentam o medo do abandono pelos pais e a desesperança, enquanto o sistema educacional oficial lhes dá pouca perspectiva acerca do futuro. A juventude das classes média e alta experimenta a droga e o sexo. A incerteza é o pano de fundo do nosso pensar acerca do amanhã. É dentro desse contexto que a igreja no Brasil continua a crescer. Se os dados coletados pelo Instituto de Estudos Religiosos (ISER) no Rio de Janeiro podem ser projetados de forma a refletir a realidade da nação como um todo, podemos fazer algumas colocações a respeito do estado da igreja e da necessidade de continuar a implan tar novas igrejas. Estima-se que eram 52.155 as igrejas evangélicas no Brasil em 1992. Aplicando a taxa de crescimento da população evangélica no período, calcula-se que existiam cerca de 66.000 igrejas evangélicas no final de 1995 (destas igrejas, aproximadamente 63% podem ser tidas como "pentecostais" e 37% como "tradicionais"). Mantida a nossa taxa atual de crescimento, a população do Brasil na virada do século será de 172.980.885, e no ano 2010 será de aproximadamente 208.599.728. Para se ter uma presença evangélica adequada nós precisamos ter aproximadamente 209.000 igrejas evangélicas no ano 2010! Isto significa que 150.000 novas igrejas precisam ser implantadas! Ainda assim, não é suficiente somar o número de igrejas e dividir o resultado pela população total a fim de determinar se uma nação foi adequadamente evangelizada. Diferenças étnicas e sociais também sugerem a necessidade de novas igrejas. Lembre-se, o alvo é ter o Reino de Deus estabelecido em um lugar através de um saudável e eficaz ministério do Seu Corpo, a Igreja. Isto significa que nós precisamos de um adequado número de igrejas que falem a linguagem e que ministrem às necessidades étnicas e sociais dos muitos subgrupos de pessoas que se consideram brasileiros. Desta forma, confirma-se a necessidade da criação de muitas igrejas novas e saudáveis no Brasil. Quando confrontados com esta realidade, um número de líderes presentes ao "Congresso Brasileiro de Missões", patrocinado pela AMTB em 1993, em Caxambu, decidiu agir. Inspirados pelo relatório apresentado no seminário ministrado pelo Rev. Bernardo Salcedo sobre o que Deus havia feito nas Filipinas e em um grande número de outras nações através da aplicação desta estratégia, participantes do Congresso começaram a crer que Deus poderia, e haveria de fazer o mesmo no Brasil. A visão de saturação do Brasil com igrejas evangélicas viáveis e saudáveis havia nascido. Características Teológicas do Brasil 2010 Para se compreender melhor os fundamentos bíblicos que dão base a esta estratégia, que veio a ser conhecida como a estratégia DAWN, é necessário que sejam destacados alguns conceitos teológicos. 1. O Cristo Encarnado: "Cristo em vós, a esperança da glória" (Cl 1:27). "Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (I Jo 4:4). "Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18:20). O Cristo vivo, através do poder do Espírito Santo, habita naqueles que O receberam pela fé. Quando uma comunidade daqueles que são a habitação do Senhor vivo se reúne, Cristo está presente e o Reino de Deus é, em parte, manifesto (Mt 12:28). É através da multiplicação de comunidades dos que receberam o Cristo vivo, que a Igreja é edificada e o Reino de Deus se torna evidente. 2. Fazer discípulos: Em Seu último mandamento a Seus seguidores, Jesus falou as palavras que agora chamamos de "A Grande Comissão": "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século" (Mt 28:18-20; Mc 16:15; Lc 24:46-49; At 1:8). O único verbo expresso no imperativo no grego é "fazei discípu los" ( "ir", "batizar" e " ensinar" estão todos no gerúndio). Fazer discípulos é mais que uma mera concordância com o que Jesus expôs. É, de fato, o surgimento de uma zelosa comunidade de fé que "obedece a tudo que (Ele) ordena". Desta forma, qualquer esforço evangelístico que se encerra antes da incorporação dos convertidos à comunidade da fé, trunca o completo significado do mandamento final de Cristo. Fazer discípulos é trabalhar para o surgimento de crentes obedientes, que expressem sua fé no seio de uma comunidade comprometida entre si e com Deus (uma igreja local). 3. Discipular "nações": Simultaneamente às diretrizes acima, está o conceito de "nação". Jesus ordenou a Seus seguidores fazer discípulos "panta ta ethnae", em todos os agrupamentos sócio- lingüísticos que habitavam (e continuam a habitar) o mundo. Jesus se preocupava com os povos. Ele desejava vê-los salvos e convertidos à fé. De fato, Ele encoraja Seus discípulos afirmando que sua missão será bem sucedida e lhes dá um relance do céu através da visão do Apocalipse. Ap 7:9 revela o fruto final de seus esforços, quando a grande multidão diante do trono é descrita como tendo representantes de "todas as nações (ethnae), tribos, povos e línguas". Então, evangelizar é continuar a fazer discípulos até que membros das "extremidades" do mundo, os milhares de distintos povos, tenham ouvido e respondido à mensagem do Cordeiro. Estes grupos podem ser considerados "alcançados" quando o Deus vivo for encarnado entre eles através de uma comunidade cristã. 4. Contar, planejar e avaliar: Uma preparação completa de uma tarefa designada por Deus não viola a atuação sobrenatural do Espírito Santo. Certamente existem aqueles, dentro da igreja hoje, que criticariam o conceito de planejamento para a evangelização de uma nação inteira. "Como pode alguém dirigir a mão de Deus?", talvez seria seu argumento. As Escrituras estão repletas de exemplos de servos do Todo-Poderoso que desempenharam sua tarefa de forma completa e prática. Considere os exemplos de Neemias, na reconstrução dos muros de Jerusalém; Josué, na ocupação da terra prometida (Js 1-13), e Salomão, na construção do Templo (2 Cr 2-4). O próprio Jesus, o Bom Pastor, sistematicamente contou as ovelhas no Seu aprisco a fim de descobrir se havia outras que ainda precisavam ser salvas (Mt 18:12). Pesquisar, planejar e executar esses planos não é menos obra de Deus que agir espontaneamente pela fé. De fato, algumas vezes a disciplina exigida por um cuidadoso projeto requer mais obediência que muitos estão dispostos a dar. Um princípio bíblico acerca do uso da informação para o avanço do Reino de Deus é chamado de "Efeito Neemias". Em Ne 2:12-16, Neemias saiu e recolheu informações a respeito da situação que enfrentava, o trabalho que Deus o enviara a fazer. Depois de reunir os dados, nos versos 17-18, compartilhou esta informação com outras pessoas com o intuito de motivá-las a fazer a obra de Deus. O resultado encontra-se no fim do verso 18: " Então disseram: Disponhamo-nos, e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra." Da mesma forma, o Projeto Brasil 2010 busca reunir informações a respeito da obra que Deus quer que Sua igreja realize no Brasil e crê que, à medida que esta informação for compartilhada, a Igreja brasileira será tocada pelo Espírito de Deus para realizar a obra de alcançar todo o Brasil para Jesus Cristo. 5. O poder do Espírito Santo: A complexidade e o tamanho de qualquer projeto evangelístico para toda uma nação, tal como o Brasil 2010, seria condenado ao fracasso se não viesse a ser desenvolvido através do exemplo e da capacitação do Espírito Santo como revelado nas Escrituras. Somente porque tal empreendimento é inspirado pela Palavra de Deus e leva consigo a promessa divina de Sua presença e Sua capacitação, que homens podem ousar sonhar em alcançar suas nações para Cristo. 6. A importância da oração: A oração intervém nas ações de Deus. Ele estabeleceu a oração como meio para o cumprimento dos seus propósitos na terra. A oração muda a história. O destino das nações em todo contexto político-econômico e principalmente espiritual, sofre transformações quando a Igreja ora. A história antiga registrada na Bíblia e a história da Igreja comprovam este fato (Ef 4:14-16; 8:17). A oração também transforma as pessoas. A Igreja Evangélica poderá promover a evangelização do Brasil quando se comprometer com a tarefa de pedir ao Senhor a salvação dos povos: "Pede-me, e te darei as nações por herança" (Sl 2:8). Os intercessores possuem uma parte essencial neste projeto. Da mesma forma que Moisés, Arão e Hur participaram com o exército de Israel na batalha contra os Amalequitas (Ex 17:8-13), os intercessores ficam na retaguarda, mas como guerreiros valentes lutando em oração e conduzindo a batalha para a vitória. Como Funciona a Estratégia Brasil 2010? Alvos do Projeto Brasil 2010 A estratégia utilizada no Projeto Brasil 2010 foi planejada para ser um programa de longa duração que resultará em um revitalizado estilo de vida evangelístico e implantador de igrejas. É parte integral da forma pela qual as denominações, igrejas locais e organizações para-eclesiásticas pensam e planejam. Ela ajuda o corpo de Cristo, em determinada área geográfica, a entender-se a si mesmo como um corpo, e a funcionar como tal, de uma forma mais efetiva. O Projeto Brasil 2010 não é um evento, mas um processo no qual tarefas são redefinidas periodicamente à medida que o progresso é feito e novos alvos são estabelecidos. O progresso em direção à multiplicação de igrejas a nível local ou municipal, serve para motivar e encorajar outros - tanto outros municípios quanto uma região geográfica mais ampla. Pelo fato da estratégia do Projeto Brasil 2010 estar construída sobre a natureza coesa de pequenas unidades geográficas e sociológicas, as tarefas podem ser planejadas de uma forma gerenciável e com custos reduzidos. A cronologia básica do Projeto Brasil 2010 pode, portanto, ser descrita como se segue: 1. Deus levanta lideranças para dar ímpeto a movimentos como este, à medida que estas lideranças são expostas à informação a respeito do que Deus está fazendo em outras partes do mundo. Como já foi mencionado, o Senhor começou esse processo quando moveu o coração daqueles dedicados pastores brasileiros em 1993, no Congresso de Caxambu. Eles começaram a ir em frente, reunindo-se e buscando conexões com outros que têm a mesma paixão. Em 1994, colocaram seus sonhos em um projeto que abrangesse toda a nação brasileira. Através da contribuição e da colaboração de outros líderes espalhados por toda a nação, estes planos foram submetidos a uma série de mudanças e melhorias. Um lema foi escolhido para o Projeto: "Uma Igreja Acessível a Cada Pessoa, em Todo o País, Nesta Geração". Recebeu grande notoriedade ao ser ligado à Rede de Implantação e Saturação de Igrejas do Movimento AD2000. O Senhor, então, lhe deu um novo impulso através dos 250 membros da delegação brasileira que participaram da Consulta Global para Evangelização Mundial em Seul, Coréia, em maio de 1995. À medida que os brasileiros que viajaram a Seul começaram a ver e ouvir acerca do que Deus estava fazendo ao redor do mundo, se entusiasmaram ao idealizar o que Deus poderia fazer em todo o Brasil e através dele. Ânimo e estímulo foram acrescidos aos pastores da Rede de Implantação e Saturação de Igrejas sob a coordenação do Pr. Ivo Augusto Seitz para levar adiante a visão que Deus havia lhes dado. O sonho havia, então, recebido o aval de toda a nação. 2. Identificar aqueles que estão desejosos de ser responsáveis para que o Projeto seja trazido à realidade. Quando se desenvolve um projeto tão complicado e extenso quanto o de mobilizar todo o corpo de Cristo de uma nação para discipular essa mesma nação, há, certamente, muito trabalho a ser feito. E quando isto é uma obra de Deus, Ele irá, com toda certeza, prover aquelas pessoas especialmente chamadas e capacitadas para fazê-lo. Aqueles em posição chave de liderança devem ter uma visão e um compromisso para discipular toda a sua nação, e eles devem ser capazes de obter o respeito e a cooperação de todo o corpo de Cristo em toda a sua diversidade. Deus tem levantado uma equipe de liderança capaz, no Brasil, a qual está realmente comprometida com este projeto. Os seguintes pastores e líderes compõem a Diretoria do Comitê Nacional do Brasil 2010: Coordenador: Mário Scartezini Filho Vice-Coordenador: Lourenço Kraft Secretário: Rubens Muzio Segunda Secretária: Durvalina Bezerra Tesoureiro: Miguel Fortes Segundo Tesoureiro: Luiz Sérgio Ribeiro Além disso, um Comitê Coordenador Nacional supervisiona o trabalho do Projeto em três aspectos específicos. Os membros deste comitê são: Coordenador Nacional: Mário Scartezini Filho Coordenadora Nacional de Oração: Durvalina Bezerra Coordenador Nacional de Pesquisa: Lourenço Kraft 3. Mobilizar os intercessores para sustentar o Projeto em oração: Os intercessores em todo o Brasil devem ser mobilizados e treinados para cumprir a tarefa de interceder pela evangelização de cada cidade, vila e tribo do Brasil. Eles devem entender sua responsabilidade de lutar em oração pela implantação de igrejas em todos os recantos do país e de se envolverem com movimentos de oração já existentes em grupos locais ou interdenominacionais. Os intercessores devem estar informados das necessidades de cada região do Brasil, dos desafios e dos movimentos que estão sendo implantados, acompanhando o processo da evangelização nacional, através de um Boletim de Oração do Projeto Brasil 2010. Este apoio em intercessão deve ser abrangente e variado. Os intercessores poderiam usar 5 minutos do seu tempo devocional. A igreja local poderia dedicar 15 minutos do culto de oração de sua Igreja. Trios de oração poderiam ser formados para interceder no seu lar ou na igreja por pessoas que precisam da salvação em Jesus Cristo, citando o nome de cada uma. Os nomes dos municípios, tribos, grupos étnicos e de todos os segmentos da sociedade brasileira, devem ser distribuídos para estes trios. Existem muitas estratégias de intercessão. O importante é reconhecer que o Projeto não alcançará seus alvos se não for sustentado em oração. 4. Fase inicial de pesquisa e análise: Por tudo o que já foi dito, é evidente que a informação precisa e correta é um requisito fundamental para o Brasil 2010. Dados mais estratégicos, levantados de forma precisa, ajudam a igreja vencer a inércia e a motivam para prosseguir na direção correta. Assim, uma das primeiras tarefas da equipe de liderança é desenvolver um apropriado banco de dados. Na verdade, o próprio processo de reunir os dados dá visibilidade e autoridade ao movimento. Aqueles que estão sinceramente interessados em ver sua nação ganha para Cristo serão motivados por uma clara apresentação dos fatos. À medida que líderes da igreja são entrevistados através de todo o país, é difundida a existência do Brasil 2010 e a credibilidade do movimento vai aumentando. O tipo de informação necessária para uma análise inicial é extremamente simples e deverá responder às questões: Quão receptivo é o povo do país ao Evangelho? Até onde os vários povos dentro da nação foram identificados e discipulados? Quão rápida, e efetivamente, tem a igreja crescido em suas várias expressões? Quais metodologias básicas parecem demonstrar melhores resultados? E, mais importante ainda, quão rápido a igreja será capaz de crescer nos próximos anos? Dessa pesquisa preliminar deverá ainda, resultar um quadro básico do contexto social, isto é, daquelas forças da sociedade que estão em ação fora da igreja. Assim, com o propósito de planejar a tarefa de alcançar o Brasil sistematicamente, o país foi subdividido geo- políticamente em: 5 regiões, 26 estados e 1 distrito federal, 138 mesoregiões, 557 microregiões, 4.492 municípios e numerosos distritos, vilas e vilarejos. O BRASIL dividido em estados e regiões Estão sendo formados comitês regionais, estaduais, mesoregionais, microregionais e municipais, sendo, em cada um deles, escolhido um Coordenador Geral, um Coordenador de Oração e um Coordenador de Pesquisa. Informações preliminares a respeito de alguns desses níveis geopolíticos estão sendo preparadas para serem apresentadas em workshops regionais e nacionais, com a finalidade de fornecer um quadro rápido daquilo que foi feito no passado e do que o Senhor pode fazer no futuro. O recolhimento de dados adicionais passa, então, a ser uma tarefa contínua à medida que pastores, líderes e seminaristas se tornam envolvidos com o Projeto a nível local. Igrejas que "pegam" a visão do que Deus pode fazer em suas regiões estarão providenciando informações sobre o progresso do Projeto. À medida que o banco de dados sobre as realizações do projeto se expande, torna-se combustível adicional para motivar outros. Gradativamente será possível, através da combinação dos esforços realizados nestas pesquisas locais, produzir a informação necessária em nível nacional. A realização de uma pesquisa como esta parece difícil, e de fato, não deve ser subestimada. Mas, ainda assim, não deve ter uma complexidade desanimadora. Com as ferramentas corretas (questionários, pesquisas, etc.), com uma intrepidez permeada pela cortesia e fazendo as perguntas às pessoas certas, esta tarefa pode ser iniciada com relativa facilidade. 4. Espalhar a visão através de consultas e workshops nacionais e regionais: A partir dessa pesquisa preliminar e de um exame didático do papel que a implantação de igrejas tem desempenhado no crescimento global da igreja através da história, reuniões estão sendo planejadas para motivar e instruir, atraindo a participação de pastores e líderes de toda a nação. A primeira dessas reuniões aconteceu em março de 1996, quando um pequeno grupo representativo de líderes se reuniu para uma Consulta Nacional, em Brasília, a fim de ouvir um relatório sobre os dados, aceitar o desafio global de ver uma igreja estabelecida em cada cidade, distrito, bairro, grupo étnico e minipovo, e também para firmar um pacto com o objetivo de se ter uma igreja para cada mil brasileiros, em toda a nação, até o ano 2010. O passo seguinte foi planejar workshops regionais a fim de levar a visão até o nível local através de todo o país. O conteúdo apresentado nesses workshops é teológico, prático e informativo e certamente sofrerá constantes mudanças à medida dos novos progressos. Caracteristicamente, os workshops incluem treinamento nos princípios de multiplicação de igrejas, nas vantagens da implantação e saturação de igrejas e uma visão realística das necessidades de áreas geográficas específicas no Brasil. A previsão inicial é a realização de um workshop anual em cada região, além de um nacional. O objetivo destes workshops é motivar aqueles que têm um coração desejoso de ver cidades e regiões ganhas para Cristo, a buscarem o que Ele pode querer realizar em seu meio. Este é um aspecto crucial de todo o processo, porque pastores e líderes somente vão cooperar na medida em que crerem que este desafio vem verdadeiramente do Senhor. Esta é a razão porque é tão importante que o processo de obter e juntar os dados e preparar o conteúdo desses workshops seja desenvolvido com muita oração e dependência do Espírito Santo. À medida que o número de pastores e líderes envolvidos com o Brasil 2010 cresce, o comprometimento com os objetivos mínimos do projeto também crescerá. Estes alvos estão detalhados no quadro abaixo: Alvos do Projeto Brasil 2010 Buscar aquelas cidades dentro do Brasil que não possuem uma igreja evangélica e desafiar a igreja brasileira a ter estas cidades como alvo para implantação de igrejas. Objetivo mínimo: Pelo menos uma igreja evangélica estabelecida em cada cidade do Brasil. Procurar bairros e distritos dentro das cidades e dos municípios que não têm uma igreja evangélica e desafiar a igreja brasileira a alcançá-los. Objetivo mínimo: Pelo menos uma igreja evangélica estabelecida em cada bairro ou distrito. Determinar o número de igrejas por habitante em cada cidade. Identificar os grupos étnicos e "minipovos" não-alcançados e desafiar a igreja brasileira a alcançá-los. Objetivo mínimo: Que seja estabelecida pelo menos uma igreja evangélica em cada grupo étnico. Levantar um movimento de oração que irá acompanhar o Projeto até o fim. 5. Um Congresso Nacional: Os primeiros quatro passos dão estabilidade a um projeto tal como o Brasil 2010. A reunião de dados e a divulgação da visão através dos workshops regionais ajuda aqueles que estão inicialmente envolvidos com o Projeto a desenvolverem relacionamentos e criam esperança para um esforço unido em prol do alcance da nação. A confiança de que o Brasil pode ser ganho crescerá à medida que esforços bem sucedidos de implantação de novas igrejas forem iniciados nas localidades, em cidades e vilas espalhadas por toda a nação. Esse fundamento se torna a base para reuniões maiores, nas quais o sustento e a participação de outras igrejas e líderes serão levantados. Uma excelente forma de introduzir o Projeto ao restante da igreja é organizar um Congresso Nacional, ao qual representantes das igrejas de todo o Brasil sejam convidados a participar. É importante que esse evento aconteça somente depois de muita oração e que as pes soas certas estejam presentes. Líderes denominacionais, líderes de agências missionárias e líderes de organizações para-eclesiásticas devem ser incluídos. Toda tradição evangélica, igrejas pentecostais, históricas e neopentecostais, deve estar representada. Esses são os líderes que, se decidirem unir-se ao Projeto Brasil 2010, serão capazes de mobilizar aqueles que estão sob sua influência dentro do Corpo de Cristo no Brasil. O alvo do Congresso deverá ser convidar a igreja como um todo, a aceitar o mesmo desafio: o estabelecimento de uma igreja em cada cidade, distrito, bairro, grupo étnico e minipovo, e uma igreja para cada mil brasileiros, em toda a nação. O programa para o Congresso deve incluir bons oradores e boa música. Mas, realmente excelentes, devem ser os dados reunidos e os relatórios sobre o progresso alcançado até esse ponto. Líderes sobrecarregados virão participar somente se estiverem convencidos de que informação confiável será apresentada acerca do crescimento da Igreja Brasileira e se perceberem que o Espírito Santo está realmente nesta obra. Quando representantes de cada organização evangélica na nação se reunirem, haverá eletricidade no ar. Essa será talvez a primeira vez que muitos terão tido comunhão. No caso do Brasil, essa será a primeira vez que tal grupo se reúne para considerar uma estratégia no sentido de discipular toda a nação e todos os seus diferentes povos. No Congresso, os delegados passarão de dois a quatro dias juntos, em oração, e em estudo da Bíblia no que diz respeito à evangelização do Brasil. Através de várias sessões, poderão aprender alguns princípios básicos de crescimento da igreja. Também serão confrontados com os dados que foram reunidos acerca da Igreja e da nação. Então terão a oportunidade de estabelecer ou ratificar um alvo específico para a implantação de novas igrejas. Em alguns casos, (como aconteceu na Nova Zelândia), o alvo nacional foi determinado pela soma de todos os alvos denominacionais estabelecidos no Congresso e, com relação às igrejas que não estiverem participando, são feitas estimativas conservadoras acerca do crescimento dessas igrejas, as quais são adicionadas à soma dos alvos das igrejas participantes de modo a dar o alvo final. Em outros casos, a pesquisa e a mensagem profética já desenvolvida, expressam o alvo com o qual todo o Congresso pode concordar. Antes ou depois do estabelecimento do alvo nacional, a cada denominação e organização é dada uma opor- tunidade de se encontrar com sua própria delegação em separado. Nesse encontro eles devem concordar a respeito dos alvos provisórios para seu grupo em particular. Será necessário voltar à sua organização como um todo e ter dela o patrocínio para o alvo estabelecido, bem como para o programa, a fim de alcançá-lo. Virgílio Zapata, da Guatemala, resume esse processo dizendo que os delegados deixam o Congresso Nacional carregando suas próprias bandeiras, mas a chave é que todos saem marchando juntos rumo ao mesmo alvo para discipular sua nação. 6. Levantando as finanças: Paralelamente ao desenvolvimento de planos para um Congresso Nacional está o levantamento de fundos para manter o Projeto. Comparado a outros tipos de esforços nacionais, um projeto como o Brasil 2010 é inexpressível financeiramente. Muitos programas e pessoas já estão em ação, e viagens e custos de comunicação podem sempre ser controlados aproveitando-se as estruturas já existentes. Quando o custo por um novo membro de igreja é calculado, a participação em projetos como o Brasil 2010 é, com certeza, um bom investimento dos recursos de Deus. Devido ao fato de que a "nata" da liderança da igreja é que será convidada ao Congresso, fundos or- ganizacionais deverão estar sempre disponíveis. A natureza de um projeto deste tipo pode também atrair ajuda internacional. Em certos países, algumas missões internacionais doaram sua verba anual de evangelismo para ajudar a dar ímpeto a esse tipo de projeto. Ainda assim, os custos do Congresso Nacional devem ser mantidos dentro dos limites da capacidade de ter esses recursos sendo levantados dentro do próprio projeto. Isso determinará quantos delegados virão, quanto cada um será subsidiado, qual será o nível de conforto do local da conferência, e qual será o acabamento dado às publicações. 7. Continuando após o Congresso: Finalmente, diferente de outros tipos de esforços evangelísticos em cooperação, o verdadeiro trabalho de um projeto tal como o Brasil 2010 começa depois que o principal evento público termina. O Congresso não é a atividade evangelística. É simplesmente o lugar onde se decide qual trabalho deve ser feito. Agora a Igreja do Brasil sabe quais são os seus alvos em termos de igrejas a serem implantadas e a porcentagem da população que ela busca. O trabalho pós-congresso flui através de dois canais principais. O primeiro é o trabalho de cada denominação, organização para- eclesiástica e igreja local individualmente. É a hora das igrejas desenvolverem programas de crescimento e das organizações para- eclesiásticas trabalharem ao lado da Igreja na multiplicação de igrejas locais. É também o tempo para cada igreja local se juntar ao seu programa denominacional e começar a plantar igrejas filhas. O segundo canal é a continuação do trabalho do Comitê Nacional que se dispõe a ajudar, à medida que o trabalho é subdividido em níveis regionais e sub-regionais. A pesquisa precisa continuar para monitorar o progresso. Alvos são revistos e novos alvos podem ser necessários. São agendados seminários. Encontros individuais são mantidos a fim de estimular os desencorajados. Resultados são publicados para dar ânimo a todos. Periodicamente, novos congressos são realizados onde os representantes poderão se encontrar para louvarem juntos a Deus pelas vitórias alcançadas, e para estabelecerem planos para as novas batalhas a serem travadas. Esses eventos mantêm a visão acesa e envolvem novos líderes e denominações enquanto a igreja cresce. O ciclo de avaliação da situação e reestabelecimento de alvos de crescimento começa novamente, até que o alvo final seja alcançado. Os Elementos Singulares da Estratégia Brasil 2010 Como já foi mencionado, a estratégia utilizada no Projeto Brasil 2010 é singular pelo fato de ter sido gerada dentro de um contexto de alto interesse espiritual e limitados recursos financeiros. Outros elementos que fazem a estratégia Brasil 2010 ser especialmente apropriada para o nosso país: Há o reconhecimento fundamental de que é Deus, única e realmente, quem edifica Sua igreja e que é o Seu Espírito Santo quem chama, esclarece e capacita todas as partes do Seu Corpo para participar no seu crescimento. Há um trabalho sobrenatural no qual nós temos o divino privilégio de participar. Pesquisa, estabelecimento de alvos, planejamento e avaliação não produzem o crescimento da igreja. Essas são apenas ferramentas nas mãos de humildes servos de Deus chamados para a sublime tarefa de fazer discípulos em todas as nações. A estratégia tem sido singularmente adaptada para melhor atender às necessidades do Brasil. A estratégia "DAWN" foi descrita como "a melhor já desenvolvida para a evangelização mundial" e "a mais básica de todas as estratégias" por missiólogos e teólogos através de todo o mundo. Mas para ser a mais eficaz possível, qualquer estratégia precisa ser específica e finamente sintonizada com o seu contexto. Líderes comprometidos em alcançar o Brasil com o Evangelho integral, reviram a estratégia "DAWN" ponto por ponto, para desenvolvimento do Projeto Brasil 2010, mantendo aqueles elementos que eram apropriados e descartando outros que não o são. Com a ajuda do Senhor, essas adaptações farão essa excelente estratégia, ainda mais eficaz no Brasil. As estruturas eclesiásticas existentes no Brasil são respeitadas e utilizadas. Como nas Filipinas, a Igreja Evangélica no Brasil reflete mais de um século de presença missionária e crescimento evangélico. Denominações demonstrando as marcas de seus fundadores, bem como as denominações e igrejas autóctones que têm surgido nos anos recentes no solo brasileiro, são agentes- chaves na realização do Projeto. Sem o sustento e a participação das estruturas das igrejas existentes, o Projeto Brasil 2010 não terá a unidade organizacional e influência que necessita, a fim de trazer mudanças em todos os níveis. A igreja local mantém sua posição de importância na tarefa da evangelização mundial. Enquanto planos são feitos a níveis nacional, regional e denominacional, o crescimento acontece mesmo, em cada igreja local. Ele se dá quando os membros individuais das igrejas locais vão à luta, com uma humilde confiança, para que a ovelha perdida seja encontrada e o Reino se expanda. A importância do evangelismo e implantação de igrejas devem ser prioridades em todos os níveis na vida da igreja local, e os crentes, individualmente, devem entender a singularidade do seu chamado e responsabilidade perante Cristo. Conclusão É esperança de todos os envolvidos no Brasil 2010 que, à medida em que o Projeto se desenvolve, mais homens e mulheres de Deus cheios de fé sejam levantados e lutem em oração diante do Senhor pela salvação de nossa nação. Você pode se ver como parte deste movimento de Deus? Você quer se juntar a nós? Se sua resposta for sim, por favor, escreva-nos remetendo sua carta para o endereço na página seguinte. Nós o colocaremos em contato com pessoas na sua área que estão comprometidas em alcançar o alvo de ter: "Uma igreja acessível a cada pessoa, em todo o país, nesta geração." A Deus seja a Glória! Brasil 2010