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1. Introdução
A ética tem sido tradicionalmente analisada por filósofos desde o tempo dos gregos clássicos.
A palavra ética vem do grego ethos, que significa hábito ou costume, aludindo, assim, aos
comportamentos humanos. É o domínio da filosofia responsável pela investigação dos
princípios que orientam o comportamento humano. Ou seja, que tem por objecto o juízo de
apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto. O termo
ético, assume diferentes significados, conforme o contexto em que os agentes estão os
agentes envolvidos. Uma definição particular diz que a “ética nos negócios é o estudo da
forma pela qual normas morais pessoais se aplicam às actividades e aos objectivos da
empresa comercial. Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o
contexto dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que actua
como um gerente desse sistema.
A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser
humano, por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas
consideradas básicas pela Ética: “o que é” o homem e “para que vive”, logo toda capacitação
científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética.
A deontologia é uma disciplina da ética especialmente adaptada ao exercício de uma
profissão. Em regra, os códigos de deontologia têm por base grandes declarações universais e
esforçam-se por traduzir o sentimento ético expresso nestas, adaptando-o às particularidades
de cada profissão e de cada país. As regras deontológicas são adoptadas por organizações
profissionais, que assume a função de legisladora das normas e garante da sua aplicação. Os
códigos de ética são dificilmente separáveis da deontologia profissional, pelo que é frequente
os termos ética e deontologia serem utilizados como sinónimos, tendo apenas origem
etimológica distinta.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
O presente trabalho tem como objectivo geral compreender a importância dos fundamentos
teóricos para uma Deontologia Profissional
1.1.2. Objectivos Específicos
Identificar os fundamentos da ética profissional
Fazer ima abordagem paralela da Moral, ética e Deontologia
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2. Metodologia
A metodologia é a ciência que nos ensina a conduzir um determinado processo de maneira
eficiente e eficaz para alcançar os resultados desejados e tem como objectivo da-nos a
estratégia para seguir o processo. (RAMOS & NARANJO, 2013).
Para a consecução do presente trabalho, visando responder à questão apresentada e atingir os
objectivos estabelecidos, vai buscar-se, à prior, com o intuito de instrumentalizar a
fundamentação teórica, um levantamento bibliográfico descritivo cuja pesquisa é exploratória
e método qualitativo, reunindo um conjunto de opiniões de diversas obras, relatórios, artigos,
e que tem por finalidade identificar o maior número de fontes de informações existentes sobre
o tema. Isso implica uma análise sistemática das informações colhidas em obras dos
diferentes autores.
As pesquisas são qualitativas, uma vez que muitos profissionais de contabilidade e os
próprios membros das organizações mostram certa indisponibilidade para falar do assunto.
Segundo (GALLIANO, 1986 ), Pesquisa Qualitativa esta relacionada no levantamento de
dados sobre motivação de um grupo, em compreender e interpretar determinados
comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma população. Pesquisa
bibliográfica, é a que se efectua para se resolver problema ou adquirir conhecimentos a partir
de consultas a livros, artigos, jornais, entre outros.
1.5.1. Método de abordagem
Segundo (LAKATOS, 2006, p. 86), Método Indutivo é um método responsável pela
generalização. O método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método que
parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Método Monográfico é aquele que é feito
através de um trabalho de investigação científica e crítico sobre os conhecimentos existentes
sejam eles já publicados ou não. Método Comparativo, consiste no confronto entre
elementos, levando em consideração seus atributos.
2.1.1. Técnicas e instrumentos de investigação
Para a realização desse trabalho serão usados livros, monografias, outras informações serão
encontradas através de uma pesquisa de campo e serão usados documentos digitais, Colecta
documental.
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3. Revisão da Literatura
3.1. Fundamentos Teóricos da Ética
3.1.1. Fundamentos da Ética
De acordo com PASSOS (2012) reflectindo sobre a origem dos termos ética e moral, é
interessante notar que ambos possuem origens distintas e significados idênticos. Moral vem
do latim mores, que quer dizer costume, conduta, modo de agir; enquanto a palavra ética vem
do grego ethos, que significa carácter ou princípios que norteiam uma cultura, comunidade
ou um grupo. Ethos também pode ser empregado no âmbito pessoal, como as características
da personalidade de um indivíduo que distinguem suas acções como correctas e justas ou
incorrectas e injustas. Ética, no seu sentido clássico, não diz respeito ao saber, como ciência
do conhecimento e sim, a saber viver bem.
De acordo com MAXIMINIANO (2008) Ética é a disciplina ou campo do conhecimento que
trata da avaliação do comportamento de pessoas e organizações, pois ela lida com o que pode
ser diferente do que é, da aprovação ou reprovação do comportamento observado em relação
ao comportamento ideal. O comportamento ideal é definido por meio de um código de
conduta ou código de ética.
Conforme DIAS (2014), a ética é um modo de regulação dos comportamentos que provém do
indivíduo e que assenta no estabelecimento, por si próprio, de valores (que partilha com
outros) para dar sentido às suas decisões e acções. Faz um maior apelo à autonomia, ao juízo
pessoal do indivíduo e também à sua responsabilidade do que os outros modos de regulação,
pelo que se situa numa perspectiva de auto-regulação.
A Ética procura reflectir ou elucidar os actos do ser humano, que o constituem como Pessoa
singular. Ao nascer, cada um de nós é integrado na instituição - família, escola, sociedade. E
cada um de nós tem o verso público da sua Pessoa.
Para REALE (1999) “Ética é a ciência normativa dos comportamentos humanos já que seu
objectivo é formular normas legítimas de conduta e para avaliação do carácter, ou seja, o
estudo de como se deve aplicar as normas e os padrões gerais a situações problemáticas reais
chama-se ética aplicada.
De um modo geral, a ética pode ser definida como sendo é um ramo que lida com o que é
moralmente bom ou mau, certo ou errado, ou seja, é a investigação racional ou teoria dos
padrões correcto e incorrectos, do mal e do bem, que uma classe de indivíduos deve aceitar.
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A ética é um pensamento eidético sobre o agir, uma modalidade do reflectir sobre a conduta
que é sempre singular, única, imprevisível e irrepetível.
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grupo profissional, mas a sua aplicação traduz-se em heteroregulação, uma vez que os
membros do grupo devem cumprir as regras estabelecidas num código e fiscalizadas por uma
instância superior.
afectos, de maneira a que eles sejam o mais possível subordinados ao bem-estar. Cada
homem tem as suas penas e os seus prazeres, que lhe são próprios, e com os quais o resto dos
homens não tem qualquer relação; há, também, os prazeres e as penas que dependem das
aprender, num como noutro caso, a dar ao prazer uma direcção tal que lhe permita ser
produtivo para outros tipo de prazer; e a dar uma tal direcção à pena que a torne, na medida
do possível, uma fonte de prazer ou, pelo menos, que ela seja o menos pesada possível,
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produtiva tem hábitos e costumes próprios; tem também acordos que asseguram a produção
de justiça mínima no decorrer de seu exercício e constituem, ambos, o objecto da ética
profissional.
VÀSQUEZ (2002) afirma que a ética profissional é a aplicação da ética em geral no campo
das actividades profissionais; a pessoa tem que estar envolvida de certos princípios ou valores
próprios do ser humano para vivê-los nas suas actividades de trabalho. Nesse momento, surge
a necessidade de falar dos códigos de conduta ou códigos de ética, onde estes estruturam e
sistematizam as exigências éticas de todos os profissionais no tríplice plano: de orientação,
disciplina e de fiscalização.
Em suma, a ética é a teoria como devemos viver. A ética profissional não é mais do que a
aplicação da ética ao exercício da uma profissão. É um conjunto de normas de conduta que
deverão ser posta em prática no exercício de uma profissão, associada à ética profissional
surge a deontologia profissional.
3.2.1. A importância da ética profissional
Para PASSOS (2012), a ética profissional é muito importante porque:
A ética não é uma opção, é uma necessidade ninguém pode viver pode viver sem
normativos éticos (PASSOS, 2012),
A ética profissional funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo a
sociedade contra determinados abusos por parte dos profissionais.
A ética favorece a confiança da sociedade na profissão.
A ética favorece um bom ambiente de trabalho (PASSOS, 2012),
A ética profissional funciona como garantia e segurança da sociedade, protegendo os
profissionais de diversas irregularidades;
A ética favorece a confiança da sociedade na profissão e um bom ambiente de
trabalho;
Permite regular uma determinada instituição de modo a lidar com a diversidade
cultural (PASSOS, 2012),
É responsável pela investigação dos princípios que orientam o comportamento
humano pois tem como objecto de estudo a apreciação do bem e o mal, o
comportamento correcto e o incorrecto (PASSOS, 2012),
A ética é um modo de regulação dos comportamentos que provém do indivíduo e que
assenta na partilha de valores dando sentido às suas decisões e acções (PASSOS,
2012),
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Os princípios éticos, são directrizes pelas quais o homem, enquanto ser racional e
livre, rege o seu comportamento (PASSOS, 2012),
O que significa que a ética apresenta, em simultâneo, uma dimensão teórica (estuda o
“bem” e o “mal”) e uma dimensão prática (diz respeito ao que se deve fazer).
A Ética tem a função de fornecer ao profissional princípios operativos (normas,
valores) para a actuação de uma forma evolutiva, procurando as melhores soluções
para os problemas que lhe colocam (PASSOS, 2012),
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Segundo PASSOS (2012), Conduta: é uma manifestação do comportamento de um
indivíduo, este comportamento pode ser bom ou mau dependendo do código moral e ético.
Ainda para o mesmo autor Código de Conduta: é um acordo explícito entre os membros de
um determinado grupo social cujo objectivo é de:
Define comportamento a adoptar
Explicita claramente as condutas a evitar
Reflecte e define os princípios éticos a adoptar facilitando na tomada de decisão em
prol do colectivo.
Segundo VÀSQUEZ (2002), uma simples implantação não assegura que se pratiquem valores
e normas estabelecidas pelo código pois o mesmo é algo que se aprende a cumprir e a
competência profissional adquire-se com esforço. O código de conduta ajuda o Gestor a
actuar de acordo com as necessidades da situação tentando administrar competências a partir
do momento em que se questiona fundamentalmente sobre o como e o quando em torno da
instituição.
Coordena actividades para produzir e vender bens e/ou serviços planejando
orçamento, organiza e estrutura, controla e resolve problemas (VÀSQUEZ, 2002),
É um acordo explícito entre os membros de um determinado grupo social (uma
profissão, uma empresa, uma associação) e visa explicar como aquele grupo pensa e
define a sua própria identidade e como se compromete a realizar os seus objectivos
particulares de uma forma compatível com os princípios universais da ética.
É composto por normas de conduta (VÀSQUEZ, 2002).
3.3.1. Características de um código de conduta
Segundo DIAS (2014), os Códigos de Conduta tem as seguintes características:
Define comportamentos a adoptar;
Explicita claramente as condutas a evitar;
Reflecte e define os princípios éticos a adoptar;
Facilita a tomada de decisões por parte dos membros do grupo
3.3.2. Características de um bom Profissional
Segundo SÀ (2007), Um bom profissional é caracterizado em primeiro lugar pela fidelidade
com normas de conduta da ética tanto da deontologia profissional. Deve cumprir com as suas
funções na sociedade, conhecendo os seus direitos e deveres, executando o seu trabalho de
acordo comesses seus conhecimentos, com esses conhecimentos defender e valorizar a sua
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profissão, não praticar, não deixar que pratiquem irregularidades no seu exercício
profissional, trabalhando com seus princípios éticos.
De acordo com PASSOS (2012) um bom profissional tem as seguintes características:
Iniciativa, Respeito, Solidariedade, Honestidade, Lealdade, Obediência, Pontualidade,
Assiduidade, Responsabilidade, Humildade, Optimismo e Valorização profissional.
3.3.3. Virtudes profissionais básicas e complementares
SÁ (2010, p.197) reforça que virtudes básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem
as quais não se consegue a realização de um exercício ético competente, seja qual for a
natureza do serviço prestado. As virtudes básicas são:
Zelo – A presteza, a constância, o cuidado com que se desempenham as actividades
profissionais são próprios de cada pessoa. Se um profissional se considera inapto para
executar determinada tarefa, é mais digno declinar do convite para assumi-la do que
aceitá-la mesmo sabendo que não terá o cuidado necessário para sua execução. É,
portanto antiético aceitar uma tarefa sabendo que não a executará com o zelo
necessário (SÁ, 2010, p.197)
Honestidade – A fiel guarda, a confiança e a sinceridade são princípios fundamentais
na prática honesta da profissão para a qual o indivíduo se prepara e decide se dedicar.
Nos noticiários, diariamente vemos exemplos de pessoas de diferentes classes sociais,
profissões, idades sendo confrontadas por terem se corrompido (SÁ, 2010, p.197).
Sigilo – Ainda que não tenha sido solicitada, a necessidade do sigilo pode ocorrer.
Cabe ao profissional o discernimento sobre o que pode e o que não pode revelar a
outra pessoa. Sabemos que profissões decorrentes das áreas do Direito, Medicina,
Contabilidade, por exemplo, têm no sigilo a base da credibilidade do profissional que
as exerce (SÁ, 2010, p.197).
Competência – O exercício do conhecimento no desempenho de uma tarefa é
essencial numa profissão da mesma maneira que é digno de louvor aquele que admite
não ter competência para oferecer serviços à altura da expectativa de quem os
demanda (SÁ, 2010, p.197).
Segundo o mesmo autor são complementares, aquelas que “completam o valor da acção do
profissional e ampliam as virtudes básicas, sendo a transgressão delas infracção e perda da
qualidade ética.
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Clientes – imagine um gestor que atende de maneira negligente um cliente ou então
uma empresa que não oferece atendimento pós-venda adequado. Coloque-se no lugar
deste cliente (SÁ, 2010, p.198).
Colegas – gratidão é um sentimento que deve estar presente em nossas mentes, em
nosso coração e expresso em nossas atitudes. Não são novas as frases: “tratar o outro
como você gostaria de ser tratado” e “ame o próximo como a ti mesmo”. A
fraternidade entre as pessoas amigas e entre os colegas de trabalho é desejável no
âmbito do respeito ao ser humano e da ética no relacionamento (SÁ, 2010, p.198).
Organizações de classe – as classes às quais pertencemos face às profissões que
escolhemos são formadas de profissionais que, como cada um de nós, busca o sucesso
no desempenho de suas actividades. Buscando criar e manter uma imagem de
credibilidade da classe profissional, são criados códigos de ética da categoria que
orientam para a prática virtuosa da profissão (SÁ, 2010, p.198).
Remuneração – há casos em que o profissional se dedica a causas humanitárias ou
então, por uma gentileza, exercendo sua profissão sem remuneração. Mesmo nesta
situação, é possível que a remuneração exista e seja feita em forma de alimentação,
moradia ou serviços (SÁ, 2010, p.198).
4. Conclusão
Vivemos num mundo complexo, global, tecnológico, intercultural. Numa sociedade
dominada pelas redes de informação e comunicação, onde a legitimidade decisória já não
vem da hierarquia mas do consenso, onde o desenvolvimento depende da confiança e de
valores como a cooperação e participação de todos, e, por isso, onde necessitamos de valores
e critérios de actuação universais.
O modelo de desenvolvimento das profissões apresenta características próprias, sendo que o
modelo híbrido, parece o mais coerente. As profissões passam, actualmente, por mudanças
que têm afectado o seu desenvolvimento. Muitos factores contribuíram para a diminuição da
autonomia profissional: a expansão do conhecimento, as expectativas dos clientes e o
aumento do número de profissionais ligados a estruturas burocráticas.
A ética é um conjunto de princípios internamente estabelecidos designados a governar a
forma com a qual uma disciplina é praticada pelos seus membros. A Deontologia consiste em
ensinar o homem a dirigir os seus afectos, de maneira a que eles sejam o mais possível
subordinados ao bem-estar. Cada homem tem as suas penas e os seus prazeres, que lhe são
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próprios, e com os quais o resto dos homens não tem qualquer relação; há, também, os
5. Bibliografia
DIAS, M. Olívia. Ética, organização e valores ético-morais em contexto organizacional.
2014
LAKATOS, M. e. (2006). Técnicas de Pesquisa (5ª ed.). São Paulo: Atlas. Pearson Prentice
Hall.
MOREIRA, Joaquim Manhães. (2002). A ética empresarial no Brasil. São Paulo: Pioneira
Thomsom Leaning.
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SÀ, António Lopes. (2007). Ética Profissional. 7ª Edição. Atlas. São Paulo
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