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Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande

Faculdade de Ciências

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

2o Ano (Período laboral)

Disciplina:

Noções Fundamentais de Direito

Tema:

Técnicas legislativas e de codificação

Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande

Docente Marta Paiva

Maputo, Fevereiro de 2024.


Elementos do 2o Grupo:

Eulália A. Chichava

Isaura Manjate

Vanúcia Muianga

José A. Tamele

Trabalho de Noções Fundamentais


de Direito sob a supervisão da
docente Marta Paiva.

Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande

Maputo, Fevereiro de 2024.


Índice

1.Introdução………………………………………………………………………………..

2. Contextualização………………………………………………………………..

3. Objectivo………………………………………………………………………………….

3.1. Objectivo geral………………………………………………………………………………

3.2. Objectivo específico…………………………………………………………………………

4. Metodologia…………………………………………………………….

5. Historial do processo legislativo e de codificação ……………………………………………

6. Processos legislativas ………………………………………………………………………….

6.1. Técnicas legislativas…………………………………………………………………………..

6.2. Fundamentos para a existência das técnicas legislativas……………………………….

6.3. Importância da boa técnica legislativa……………………………………………

7. Processo de codificação ……………………………………………………………………

7.1. Técnicas codificativas……………………………………………………………………….

7.2. Fundamentos para a existência das técnicas codificativas…………………………….

7.3. Codificação e descodificação ……………………………………………………………….

7.4. Importância da boa técnica de codificação………………………………………..

8. Estrutura do Código Civil…………………………………………………………………

9. Conclusão…………………………………………………………………………………..

10. Referência bibliográficas……………………………………………………………………


1.Introdução

Desde a introdução da Constituição no ano 1990 em Moçambique, logo após, a sua


independência até a data actual. Moçambique tem feito o uso de várias técnicas legislativas e de
codificação na produção de normas jurídicas e aplicação das mesmas em diferentes partes do
estado. Devido, a sua importância e essencialidade para a ajudar a promover a justiça, segurança
e o bem-estar para o povo Moçambicano.

Neste trabalho, abordaremos a sua história no nosso jovem estado, fundamentos para a sua
existência, a sua importância e a sua vital essência nos processos jurídicos-administrativos de um
país.
2. Contextualização

Este trabalho consiste especificamente análise sobre a evolução das técnicas legislativas e de
codificação em Moçambique desde a sua implementação na Constituição de 1990, assim como a
influencia externa na criação do sistema jurídico Moçambicano.
3. Objectivo

3.1. Objectivo geral

 Conhecer os fundamentos para a existência do processo legislativo jurídico.

3.2. Objectivo específico

 Saber como e que é processada a codificação como técnica jurídica,


 Saber as suas importâncias como processos jurídicos do Direito,
 Conhecer as suas histórias como processos fundamentais no âmbito do Direito.

4. Metodologia

Neste trabalho optamos por utilizar a Pesquisa Bibliográfica, devido a sua característica de fazer
levamentos sobre obras já publicadas. Logo, escolhemos este tipo de Pesquisa, ela permitiu-nos
obter informações de obras já estudadas ou já publicadas.
5. Historial das técnicas legislativas e de codificação

Introduzido na Constituição de 1990, o Conselho Constitucional só foi criado em 2003, quando


finalmente abraçou a tarefa de administrar a justiça em matéria jurídico-constitucional até então
garantida pelo Supremo Tribunal. Sendo que, de acordo com o artigo 245 da Constituição, o
Conselho Constitucional tem amplos poderes, sendo um dos mais relevantes o julgamento da
constitucionalidade das leis e da legalidade de todos os outros atos legislativos e a propostas
vindas do Presidente da República, Presidente do Parlamento, Parlamento (com o apoio de pelo
menos 1/3 dos seus membros), primeiro-ministro, procurador-geral, provedor de justiça e de um
grupo de 2000 cidadãos.

Dessa forma, o Presidente da República também pode solicitar ao Conselho Constitucional que
avalie a constitucionalidade de toda a legislação submetida a aprovação antes de ratifica-la.
Quando a legislação e considerada inconstitucional, o Presidente tem que vetar e devolver a
legislação proposta ao Parlamento (artigo 246 da Constituição). O Conselho Constitucional
também funciona como um tribunal de recursos em questões constitucionais. Todas as decisões
judiciais que recusarem a aplicação de normas por sua inconstitucionalidade deverão ser
encaminhadas ao Conselho Constitucional. Dessa forma, as decisões do Conselho Constitucional
devem ser seguidas por todos os cidadãos e órgãos estatais e não estão sujeitas a recurso e elas
são obrigatoriamente publicados no Diário Oficial da União, as decisões também são
publicadas em seu site oficial.

Moçambique possui um Estado muito novo, tendo a sua primeira constituição publicada em
1975, juntamente com a independência do pais. A maior parte da população nem sequer é letrada
e vive com uma renda insuficiente para cumprir com as suas necessidades básicas, portanto, o
acesso ao judiciário é ínfimo, sendo que a maior parte dos casos é levada para os seus tribunais
regionais e costumam lidar com casos pequenos ou direitos trabalhistas. O crescimento ao acesso
ao judiciário é algo notório e pode ser considerado como um movimento que passa, assim
tornando mais fácil se conscientizar dos seus direitos e onde deve-se recorrer casos não sejam
cumpridos.

Além do fato que, isso acaba por colaborando com a judicialização da política, já que há um
aumento na actuação desse poder do Estado, assim demandando uma maior importância. Sendo
que, propostas como “Court Packing” acabam por reafirmar esse aumento da importância do
judiciário, já que é criada uma necessidade de manipulação da corte para que essa possa
representar, atender e cumprir de forma mais eficiente os planos do partido político que se
sobressaiam e assim podem prejudicar a democracia naquele Estado.

E, dada a situação em Moçambique, onde no parlamento (Assembleia da República) existem três


forcas: Frelimo (74,6%), Renamo (17,6%) e MDM (3,9%) e outros partidos, todos juntos com
3,7% o que não é suficiente para garantir assentos no parlamento. A partir deste resultado, dos
250 assentos parlamentares, figura a Frelimo com 191 assentos, a Renamo com 51 assentos e o
MDM com 8 assentos, podemos considera que o partido Frelimo, que sempre esteve no poder
desde a independência do país, possui controlo basicamente absoluta sob as três esferas de poder:
executivo (presidente eleito do partido Frelimo), judiciário (cargos altos indicados pelo
presidente e assembleia) e legislativo (possui maioria do parlamento constituído por
representantes do partido do presidente), assim dando ao presidente livre caminho para praticar
atos como o “Court Packing”.

Um exemplo desse controlo constante e infindável é a forma como a primeira constituição foi
elaborada, possuindo artigos que expunham o controlo do partido Frelimo, os artigos 10, 20 e 30
são exemplos claros, havendo diversos outros exemplos dentro dessa primeira constituição.
Entretanto, nos dias de hoje e com a revolução democrática e as diversas lutas em busca de
direitos fundamentais, essa autoritarização esta se tornando cada vez mais difícil de se expor, já
que não há pressão somente da população, mas também de outros estados e organizações
internacionais (um exemplo é o artigo 40 que fala sobre o pluralismo jurídico no Estado
Moçambicano).

Ao fazer uma breve comparação, dentro da orbita do direito comparado; Moçambique pode ser
facilmente comparada com os EUA, já que lá também há essa luta bipolarizada e constante, onde
apenas 2 partidos possuem representatividade considerável e estes ficam continuamente brigando
para assumir o controle do Estado da forma mais soberana possível. Entretanto, em Moçambique
não há uma diversificação de governos e assim não gerando uma mudança no pais de acordo
com o presidente que é eleito, tendo em vista que apenas um único partido esteve no poder
(Frelimo) e o segundo partido de maior representatividade (Renamo) nunca conseguiu ascender
ao poder, portanto não conseguindo aplicar plenamente seus ideias.
A constituição Moçambicana é extremamente jovem (1990) e pode até ser considerada
semelhante com a constituição portuguesa e também havendo algum nível de inspiração na
brasileira, já que abarca temas diversos e não delegando responsabilidade de legislar sobre
determinados assuntos como a constituição Americana, por mais que cada tenha autonomia de
criar suas próprias leis.

Portanto, as técnicas legislativas e de codificação tem sido utilizadas pelo Conselho


Constitucional de Moçambique desde 2003, tomando como tarefa principal de administrar a
justiça em matéria jurídico-constitucional. Sendo estas, fundamentais na redigição de leis e nas
suas agregações normativas abrangentes as expectativas das suas sociedades.

6. Processo legislativo

É o conjunto de disposições que disciplinam o procedimento a ser observado pelos órgãos


competentes na elaboração das espécies legislativas (tipos de leis). Toma a forma de uma
sucessão de atos realizados para a produção das leis em geral, cujo conteúdo, forma e sequencia
obedecem a uma série de regras próprias. A não obediência as disposições sobre o processo
legislativo acarreta a inconstitucionalidade da respectiva lei.

As regras de um processo legislativo são: regras de âmbito geral relativas a iniciativa, quorum
param aprovação, sanção e veto. São ditadas, em nível federal, por lei fundamental e
regulamentadas por leis complementares. Já, quanto aos detalhes do processo legislativo são
feitos: os relativos aos trabalhos das comissões, prazos para emendamento e prazo para emissão
de pareceres, regras de votação e destaques, cabe aos regimentos internos das Casas legislativas
disciplinar.

Em Moçambique, são as normas jurídicas produzidas de acordo com as regras do processo


legislativo: emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas,
medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.

Na função Legislativa, o processo legislativo é “um conjunto de atos preordenados visando a


criação de normas de direito. Esses atos são: a iniciativa legislativa, emendas, votação, sanção e
veto, promulgação e publicação. É, portanto, o conjunto de atos e decisões necessários para a
elaboração das leis em geral, definidas pela constituição de um país, especificados conforme o
nível de competência normativa.

6.1. Técnicas legislativas

A técnica legislativa pode ser definida como a arte de redigir leis, visando a obtenção de boas
leis, não sendo entendido como boas leis no conceito comum de justo, mas boas leis no sentido
de sua precisão, coesão, clareza e concisão ou seja, é o conjunto de preceitos visando a adaptação
da lei escrita a sua finalidade especifica, que é a direção das acções humanas, em conformidade
com a organização jurídica da sociedade.

Com a técnica legislativa, pretende-se melhorar o Direito do ponto de vista de sua qualidade
técnica, de sua coerência e de sua compreensão.

Em geral, existem 5 tipos de técnicas legislativas: legislação activa, legislação passiva, legislação
por acordo, legislação delegada e legislação reflexiva.

 Legislação activa - consiste no processo pelo qual o legislador, em ato autónomo, cria e
edita a lei.
 Legislação passiva – é aquela que é elaborada pelo poder legislativo de um país, ou seja,
pelo parlamento ou congresso, e que não depende de nenhuma outra entidade para ser
aprovada.
 Legislação por acordo – é aquela que resulta de acordos entre diferentes partes
interessadas, como por exemplo: tratados internacionais ou acordos entre entidades
privadas.
 Legislação delegada – é aquela que é elaborada pelo poder legislativo, mas que delega a
uma autoridade especifica a competência para regulamentar detalhes técnicos ou
específicos da lei.
 Legislação reflexiva – é aquela que é criada com base em reflexões e analises sobre a
realidade social, económica e política de um país, visando promover o desenvolvimento e
o bem-estar da sociedade.
No caso do estado Moçambicano, a Legislação passiva é actualmente utilizada como forma
principal de criação de leis. No entanto, também podem existir casos de legislação por
acordo, especialmente no âmbito de tratados internacionais em que Moçambique seja parte.
A legislação delegada e reflexiva podem ser utilizadas em determinados contextos
específicos, mas não são os principais métodos de criação de leis no país.

6.2. Fundamento para a existência das técnicas legislativas

Os fundamentos para a existência das técnicas legislativas são: a simplificação, a cientificidade,


a preciosidade e a organização da norma jurídica.

 A simplicidade – consiste na facilitação na busca, na interpretação e na aplicação da lei.


 A cientificidade – visa garantir uma organização sistemática e coerente do ordenamento
jurídico.
 A preciosidade – consiste na clareza das normas e na garantia de que elas sejam
adequadas as situações a que se aplicam. É importante que as leis sejam precisas, de
modo que seja possível identificar, claramente, quais normas são aplicáveis a
determinadas situações jurídicas.
 A organização – é um dos fundamentos mais importantes da legislação. Ela consiste em
criar um sistema legal estruturado e lógico, de modo a tornar mais fácil a busca e
interpretação das normas. A organização é fundamental para que o sistema jurídico seja
consistente, de forma a se evitar conflitos, contradições e interpretações equivocadas. É
responsabilidade do legislador.

Além das técnicas legislativas mencionadas, há outras que são importantes. Como por, as
técnicas de reforma legislativa que consistem em alterar, modificar ou actualizar as leis de
reforma geral ou especifica. Que são nomeadamente: harmonização legislativa revisão
legislativa, elaboração legislativa, a técnica de legislação complementar e a técnica de
legislação substitutiva.

 Harmonização legislativa – consiste em adaptar a legislação aos novos padrões


internacionais e aos padrões internos;
 Revisão legislativa – é uma das técnicas mais importantes, pois consiste em um
processo de exame crítico das leis existentes, tendo em vista a modernização e
actualização de suas normas. É um processo de revisão permanente das normas
vigentes, que visa a remover dispositivos obsoletos ou insuficientes. Além disso, pode
ser utilizada para actualizar normas;
 Elaboração legislativa – consiste em elaborar leis inéditas;
 Técnica de legislação complementar – consiste em criar novas leis que
complementam as já existentes;
 Técnica de legislação substitutiva – é uma técnica legislativa comum e consiste em
aprovar uma nova lei que substitui uma antiga. Geralmente, esta técnica é utilizada
quando há necessidade de mudança de alguma norma, por considera-la obsoleta ou
desactualizada. A nova lei substitutiva deve trazer novos dispositivos capazes de
atender as novas exigências.

6.3. Importância da boa técnica legislativa

As boas técnicas legislativas são fundamentais para um pais por diversas razões:

1. Clareza e precisão: Boas técnicas legislativas garantem que as leis sejam redigidas de
forma clara e precisa, facilitando a compreensão e interpretação por parte dos cidadãos,
juristas e autoridades.
2. Segurança jurídica: Leis bem redigidas proporcionam maior segurança jurídica, pois
evitam ambiguidades e contradições que possam gerar interpretações conflituantes ou
incertezas sobre o seu cumprimento.
3. Eficiência na aplicação das leis: Quando as leis são bem elaboradas, e mais fácil para as
autoridades aplica-las de forma eficiente e justa, garantindo a ordem e a harmonia na
sociedade.
4. Legislação actualizada: Boas técnicas legislativas permitem que as leis sejam
actualizadas de forma ágil e adequada as necessidades da sociedade, acompanhando as
mudanças e evoluções do contexto social, político e económico.
5. Legislação democrática: Uma legislação bem elaborada promove a participação
democrática, permitindo que os cidadãos compreendam e contribuam para o processo
legislativo, garantindo uma representação mais fiel dos interesses da sociedade.

7. Processo de codificação

É um mecanismo de agregação normativa, pautado por base genéricas comuns de regulação, que
obedecem por princípio a um pensamento unitário. É uma das técnicas legislativas ativas, na qual
o legislador coloca todas as leis em um livro, chamado código, com o objectivo de organizar e
simplificar o conhecimento.

7.1. Técnicas codificativas

As técnicas codificativas referem-se ao processo de transformar normas jurídicas em códigos, ou


seja, em textos organizados e sistematizados que reúnem de forma ordenada e sistemática as leis
de um determinado ramo de direito. Esses códigos facilitam a compreensão e aplicação das
normas jurídicas, tornando mais acessível e eficiente o exercício do direito. Exemplos de códigos
são: o Código Cívil, o Código Penal, o Código de Processo Cívil, entre outros.

As técnicas codificativas em Moçambique podem ser divididas em três fases: a primeira é a


colecta de informações, a segunda é a elaboração do projecto de lei e a terceira é a sua
transformação em lei.

 A primeira fase consiste na análise de leis, precedências, doutrina jurídica e realidade


social.
 Na segunda fase, uma comissão especializada analisa toda a informação colectada e
elabora um projecto lei. Esse projecto é examinado por outras comissões, e é aprovado
pelo plenário da Assembleia da República de Moçambique.
 Quando a lei é aprovada, passa para a terceira fase, que consiste em sua publicação no
Boletim da República. Na terceira fase, a lei codificada é aplicada pelos tribunais e
outras instituições. Nesta fase, o Ministério da Justiça e do Direito, bem como o
Ministério da Justiça e Administração, monitoram o cumprimento da lei e actuam sobre
as dúvidas ou interpretações da lei. Por fim, os cidadãos podem recorrer aos tribunais.

7.2. Fundamento para a existência das técnicas codificativas

Existem diversos fundamentos para a existência de codificação no Direiro. Alguns dos principias
fundamentos incluem:

1. Organização e sistematização: As técnicas de codificação permitem organizar e


sistematizar as normas jurídicas de forma mais clara e acessível, facilitando a
compreensão e aplicação do Direito.
2. Unificação: A codificação reúne em um texto legal diversas normas, promovendo a
unificação do Direito e evitando contradições e lacunas normativas.
3. Segurança jurídica: Ao estabelecer regras claras e precisas, a codificação contribui para
a segurança jurídica, garantindo previsibilidade e estabilidade nas relações sociais.
4. Modernização e atualização: A codificação permite a modernização e actualização do
ordenamento jurídico, adequando-o as necessidades da sociedade e acompanhando as
mudanças sociais, econômicas e culturais.
5. Facilitação da aplicação do direito: As técnicas de codificação simplificam a
interpretação e aplicação das normas jurídicas, auxiliando juízes, advogados e demais
operadores do Direito na resolução de conflitos.

7.3. Codificação e descodificação

A descodificação é um fenómeno contemporâneo que consiste na fragmentação do sistema


unitário do Código Civil, com a proliferação de leis civis especiais que reduzem o primado do
Código e criam uma pluralidade de núcleos legislativos, os chamados microssistemas jurídicos.
7.4. Importância de uma boa técnica de codificação

As boas técnicas de codificação são fundamentais para um país por várias razões importantes:

1. Clareza e precisão: Uma codificação bem elaborada garante que as leis sejam claras,
precisas e compreensíveis para todos os cidadãos, juristas e autoridades. Isso facilita a
aplicação e interpretação das leis, reduzindo ambiguidade e garantindo a certeza do
individuo.
2. Coerência e consistência: Uma codificação eficaz garante que as leis sejam consistentes
entre si e não entrem em conflito. Isso promove a segurança jurídica e evita situações em
que diferentes leis ou disposições legais possam se contradizer.
3. Acessibilidade: Uma codificação bem estruturada e organizada torna mais fácil para os
cidadãos e profissionais do direito encontrarem e entenderem as leis aplicáveis a uma
determinada situação. Isso promove a transparência e a igualdade perante a lei.
4. Eficiência legislativa: Boas técnicas de codificação ajudam a simplificar e racionalizar o
processo legislativo, tornando-o mais eficiente e eficaz. Isso pode reduzir o tempo e os
custos envolvidos na elaboração de leis, bem como facilitar a revisão e actualização das
disposições legais.
5. Legislação de qualidade: Uma codificação bem elaborada contribui para a qualidade das
leis, garantindo que sejam justas, equitativas e adequadas aos objectivos pretendidos. Isso
fortalece a legitimidade do sistema jurídico e promove o Estado de Direito.
8. Estrutura do Código Civil

O Código Civil é um conjunto de normas que determinam os direitos e deveres das pessoas, dos
bens e das suas relações no âmbito privado, com base na Constituição Nacional. O Código civil
esta abrigado dentro dos parâmetros do Direito Civil, ramo jurídico que lida com as relações de
natureza cívil, desde o nascimento até a morte das pessoas.

A importância do Código Civil esta no fato de servir como um ponto de equilíbrio para a
preservação da justiça e convivência social igualitária e menos conflituosa.

O Código Civil Moçambicano actual foi instituída pelo Artigo 1. o Aprovação do Código Civil
que diz “ Fui aprovado o Código Civil que faz parte do presente decreto-lei.

O Código Civil Moçambicano é dividido em 3 livros: o livro I, que é sobre os direitos reais, o
livro II, que é sobre os direitos pessoais, e o livro III, que é sobre os direitos particulares.

 O livro I abrange direitos como a propriedade, o direito de uso, a posse, a servidão, a


preservação ambiental, o direito de herança, o registo de imóveis e a hipoteca.
 O livro II do Código Civil Moçambicano abrange o direito a família, o casamento e o
divórcio, o filho, a tutela, a guarda, a curete-la, a dação de poder e a capacidade civil. É
nesse livro que se estabelecem os direitos e deveres das pessoas em relação a umas as
outras, incluindo familiares, pessoas casadas e incapazes.
 O livro III do Código Civil Moçambicano trata dos direitos processuais, dos direitos
penais, dos direitos de falência e das compensações financeiras. Trata também dos
contratos, ou seja, das relações jurídicas entre duas ou mais pessoas que estabelecem o
dever de fazer ou de não fazer alguma coisa.
9. Conclusão

Podemos dizer que a codificação e a técnica legislativa em Moçambique sofreram uma evolução
significativa desde a sua criação. O direito foi adaptado a realidade do país e passou por diversas
alterações, como a criação de uma nova Constituição em 1990, que institui uma democracia
representativa, com a presença do processo legislativo parlamentar. Com a criação de uma
Assembleia da República, ao qual se confia o poder legislativo, a codificação e a técnica
legislativa passaram a ter um processo legislativo mais democrático e aberto, permitindo a
representação popular no processo de criação das leis.
10. Referência bibliográfica

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