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1º Ano
Disciplina: Introdução a Agricultura
INSTITUTO SUPER
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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura
Agradecimentos
ii
UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura
Visão geral 1
Benvindo à Disciplina de Introdução a Agricultura ...........................................................1
Objectivos da Disciplina .....................................................................................................1
Quem deveria estudar este módulo ..................................................................................1
Como está estruturado este módulo.................................................................................2
Ícones de actividade ..........................................................................................................3
Habilidades de estudo .......................................................................................................3
Precisa de apoio? ...............................................................................................................4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .................................................................................5
Avaliação............................................................................................................................5
iii
UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura
Sumário: ...........................................................................................................................32
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................33
UNIDADE TEMÁTICA 3.2. CONSERVAÇÃO DO SOLO .......................................................33
Introdução .......................................................................................................................33
Sumário ............................................................................................................................37
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................37
UNIDADE TEMÁTICA 4. SEMENTEIRA E PLANTAÇÃO ......................................................38
Introdução .......................................................................................................................38
Sumário ............................................................................................................................44
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................44
Exercícios para AVALIAÇÃO .............................................................................................44
UNIDADE TEMÁTICA 5.1. PRÁTICAS CULTURAIS .............................................................45
Introdução .......................................................................................................................45
Sumário ............................................................................................................................47
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................47
UNIDADE TEMÁTICA 5.2. ADUBAÇÃO .............................................................................48
Introdução .......................................................................................................................48
Sumário ............................................................................................................................49
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................49
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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura
Visão geral
Objectivos da Disciplina
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano dos cursos de licenciatura em
Agronegócios e Desenvolvimento Agrário da UnISCED e outros ligados a agricultura e ao
ramo do agro-negócio. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar
e consolidar seus conhecimentos nesta disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo
necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual.
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Um índice completo.
Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-
chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente
que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina/módulo
O presente módulo está estruturado em sete unidades temáticas, nos quais cada uma
aborda um determinado conteúdo específico. Os conteúdos foram elaborados de forma
simples quer na linguagem, assim como, na composição temática para facilitar a
compreensão. Contudo, algumas unidades podem ser mais complexas, sendo por isso um
pouco mais vastas na apresentação das materias . Cada unidade temática se caracteriza por
conter uma introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados exercícios de
auto-avaliação.
Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED, pensando em si, apresenta uma lista de
recursos didácticos adicionais a este módulo para que possa explorar. Para tal a UnISCED
disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado
com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material
físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle
para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos.
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Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de
natureza científica, quer de natureza didáctico-Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser
ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes
ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem
indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de
actividade, etc.
Habilidades de estudo
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos
(ESTUDAR).
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um
determinado período de tempo; deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e
passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
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Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo
superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade
todos conteúdos de cada tema, no módulo.
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora.
Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que durante o intervalo não se
continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório pode conduzir ao
efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um
elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência
entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto, mas
não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser
estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para
responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma neces sidade para o
estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode
ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a
estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler;
a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não
depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo
significado não conhece ou não lhe é familiar;
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos
impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada
ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante
do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo
uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é
a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se tornam incontornável:
entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de
interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central da
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UnISCED indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a
distância, é muita importância, na medida em que lhe permite situar, em termos do grau de
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de
apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.
Avaliação
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente
separados e muito distantes do docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez
seja uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do
total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de
contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam
25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames .
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as
sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
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Introdução:
A definição de conceitos sobre a Agricultura tem como objectivo geral dotar os estudantes de
conceitos básicos sobre agricultura. No fim deste módulo, os estudantes deverão ter
conhecimentos gerais sobre as várias formas de definir o conceito de agricultura. Estes
conhecimentos ajudarão para melhorar o conhecimento sobre a agricultura e contribuir para
uma sólida formulação de políticas sectoriais.
Objectivos
específicos
A B
Figura 1: (A) Produção de milho e (B) criação de gado bovino
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iv. Actualmente a agricultura é vista como uma actividade ecológica e sustentável, orientada
para a produção bens que geram o bem-estar no seu sentido mais amplo.
Esta acepção reconhece a multifuncionalidade da agricultura no que diz respeito a produção de
alimentos e matérias-primas, incluindo bens não transacionáveis, tais como, a preservação do
meio ambiente, dos recursos naturais e a gestão do espaço rural e paisagens (EEEP, nd).
A agricultura está entre as técnicas de produção agrupadas sob o nome de agronomia ou de
ciências agronómicas, que são as ciências de base que tem garantido os progressos desta
técnica. Assim sendo, a agronomia pode ser definida como a ciência que se dedica por
desvendar as leis da produção agrícola e por estabelecer as teorias da agricultura.
Primitivamente, não se distinguia entre produção vegetal e animal. Contudo,
progressivamente, à medida que a especialização dos conhecimentos aumentava, estes dois
ramos da agricultura foram separados. A produção vegetal ficou associada ao termo produção
agrícola que de forma mais adequada deveria denominar-se fitotecnia, por analogia à
zootecnia que estuda as regras da produção animal.
A agricultura é uma actividade que depende essencialmente dos recursos do meio onde a
planta está inserida. O meio compreende o clima, solo, seres vivos, e ambiente económico.
Todavia, é possivel gerar modificações ao ambiente, do meio biológico e económico, são
possíveis e aumentam à medida do progresso científico. A planta deve ser conhecida quanto às
suas exigências e às suas possibilidades de adaptação.
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Melhoramento de plantas,
Protecção de plantas;
Análise das propriedades dos solos para aperfeiçoar técnicas usadas na produção;
Questões económicas para maximizar os lucros, entre outras;
Desenvolvimento de novas variedades resistentes a pragas, doenças e a seca;
Desenvolvimento de variedades altamente produtivas;
Uso de inimigos naturais para combater pragas e doenças;
Gestão do solo e água.
Exemplos:
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A B
Figura 3: (A) Produção comercial de babana e (B) produção familiar de algodão e milho
consociado
Sumário: O termo Agricultura remete para a arte e ciência de cultivar o solo, com o objectivo
de se obter produtos alimentares. e matéria-prima a indústria
Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos o conceito de agricultura, e vimos que sua
definição vária de autor para autor, e que não existe uma definição unica de agricultura.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1. Porquê definir a agricultura como sendo a "arte de cultivar os campos" é considerada vaga?
2. Que aspectos estão em falta na definição de Diehl (1984)?
3. De que forma a definição de Diehl (1984) foi melhorada?
4. René Dumunt considera a agricultura uma actividade multifuncional, porquê?
5. Como é que se define a agronomia?
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Introdução
Desde o início dos tempos que o homem pratica a agricultura para sua sobrevivência. Assim, a
agricultura contribui para oferecer sustendo ao homem. A agricultura não é praticada apenas
para se obter alimentos; por meio dela se consegue também matéria-prima para construção de
objetos, medicamentos, ferramentas, fibras, combustível, e é fonte de emprego.
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ii) Horticultura: Área específica da agronomia, lida com a produção de frutos, vegetais,
flores, plantas ornamentais, temperos, condimentos e bebidas. Os sistemas de produção de
hortícolas abrangem práticas agrícolas de tecnologias simples, até as mais complexas
tecnologias como é o caso de uso de estufas e o cultivo hidropónico (Boonic, 2011).
iii) Engenharia Florestal: lida com a produção em larga escala de árvores perenes, para o
fornecimento de madeira, borracha, etc, e de matéria-prima para a indústria. Inclui a
produção do mel, e outros produtos florestais, gestão e protecção de ecossistemas
terrestres, ecologia entre outros
A B
Figura 5: (A) Floresta nativa no Distrito de Morumbala e (B) produção de mel na floresta
em Machipanda
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iv) Mecanização agrícola: Lida com a maquinaria empregue na produção agrícola, maquinaria
para a preparação dos solos, colheita e pós colheita, tecnologias de processamento
incluindo engenharia de conservação do solo, tecnologias de rega, e bio-energia.
A B
Figura 6: (A) Sistema de rega e (B) maquinaria de preparação do solo numa
exploração comercial
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Hidroponia: Técnica de cultivar plantas usando água com nutrientes dissolvidos como extrato.
Agricultura de subsistência: Tipo de agricultura de pequena escala, que providencia as
necessidades básicas aos produtores que geralmente não conseguem ter excedentes .
Fertilizar: Providenciar nutrientes para as plantas.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Introdução
Muitas vezes consideramos os agricultores como sendo iguais. Contudo, isso não corresponde a
verdade e é a razão para que muitos projectos agrários não vinguem. É muito importante
caracterizar devidamente os agricultores. Para uma boa caracterização usam-se vários
indicadores, tais como, nível de escolarização, experiência, tamanho da área, culturas a produzir,
idade, sexo, outras actividades praticadas, etc.
Estes indicadores permitem agrupar os agricultores de acordo com características similares
(cluster), criando escalas de agricultores. Os agricultores de escalão mais baixo, geralmente são
mais resistentes à mudanças, enquanto que aqueles no escalão mais elevados, são mais
propensos e aptos à mudanças. Por exemplo, agricultores experientes e alfabetizados, podem
representar um grupo mais aberto a adoptar novas técnicas e/ou tecnologias de produção.
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a) Quanto a finalidade
b) Quanto a tecnologia
c) Quanto a mão-de obra
Quanto a finalidade, interessa saber qual é o destino da produção. Aqui a agricultura pode ser
classificada como sendo de subsistência ou familiar quando o objectivo final da produção é o
consumo familiar. Porém, quando o destino da produção é o comércio, designa-se de agricultura
comercial.
Agricultura de subsistência
Tipo de agricultura caracterizado por ter baixo nível de produção e produtividade, onde a
totalidade da produção é canalizada para a sobrevivência do agricultor e sua família. A agricultura
de subsistência usa essencialmente mão-de-obra familiar, sementes de baixa qualidade e a rega
depende principalmente das chuvas.
Agricultura familiar
O conceito de agricultura familiar varia de autor para autor, contudo este tipo de agricultura é
muito praticado no sector familiar. Neste tipo de agricultura, a maior parte da produção é para o
consumo da própria família e essas famílias geralmente usam mão-de-obra familiar no processo
produtivo com contratação exporádica de mão-de-obra sazonal para períodos de pico. O nível de
uso de fertilizantes, mecanização e sementes melhoradas é muito baixo em algumas explorações,
e o nível de investimento em maquinária e sistemas de irrigação é quase nulo.
Moçambique tem cerca de 3,8 milhões de pequenas famílias de agricultores, que cultivam em
média 1,4 ha por família. Atenção especial deve ser dada ao facto de que agricultura familiar pode
não representar uma pequena exploração, um pequeno agricultor ou agricultura de subsistência.
Muitos destes conceitos sub-entendem que o agricultor vive em uma situação difícil, o que pode
não corresponder à realidade em alguns locais.
A agricultura familiar comercial
É definida como a prática de uma agricultura familiar com forte e regular interacção com o
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Sumário:
Os tipos de agricultura, caracterizam os arranjos dos agricultores desde a sua maneira de cultivar
(preparação, adubação, plantio), colher e vender os produtos da machamba, em resposta à
factores físicos, biológicos, socio-económicos e recursos disponíveis na unidade produtiva.
Existem duas grandes categorias de sistemas agricolas, e estes são caracterizados em função do
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Introdução:
Objectivos
específicos
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Sumário:
Os factores climáticos juntamente com o solo e relevo têm enorme influência na produção
agrícola e animal. Contudo, o clima é o factor decisivo pela sua grande influência sazonal
sobretudo quanto da temperatura, precipitação e radiação solar.
Nesta Unidade temática 2.1 estudamos e discutimos fundamentalmente o porquê do clima ser o
factor mais importante no zoneamento agroecológico
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Introdução
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Sumário
Nesta Unidade temática 2.2 estudamos e discutimos e ficamos a conhecer as principais divisões
climáticas predominantes em Moçambique e a influência dos principais elementos climáticos
sobre o crescimento e desenvolvimento das culturas.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
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Introdução
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Sumário:
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
2. O que é fotoperiodismo?
3. Diga porquê a radiação solar desempenha um papel importante na agricultura.
4. Explique porquê o zoneamento é um instrumento importante para a planificação agrícola .
5. Qual é a maior região agro-ecológica de Moçamque e quais são as suas características?
6. Que regiões do país enfrentam maiores riscos de produção agrícola em sequeiro?
7. Que regiões possuem bom potencial climático para a prática de agricultura de sequeiro no
país?
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Introdução
A preparação dos solos pode ser definida como a manipulação física do solo, com a finalidade de
se obter uma boa cama para a sementeira. A preparação do solo pode ser classificada em inicial
ou periódica, sendo que a primeira consiste essencialmente no desbravamento de novas terras
enquanto que, a preparação periódica do solo é aquela que é feita ciclicamente visando adequá -
lo para a sementeira.
Inicialmente a preparação do solo era feita por instrumentos rudimentares tais como, pedras,
troncos e ossos. Estes instrumentos eram utilizados para eliminar as plantas infestantes no
campo e, para fazer sulcos superficiais para a sementeira. Com a evolução da técnica, foi
adoptada a tracção animal para puxar arrados de madeira e mais tarde o arado de aiveca de
tração animal, o que permitiu aumentar a eficiência do trabalho e consequentemente, o
aumento das áreas de trabalho. Desde então, a preparação do solo evoluiu com o uso de
implementos cada vez mais robustos a maior parte destes tracionados por tractores mais
pesados e potentes.
A preparação períodica dos solos visa:
a. Fazer a incorporação da vegetação e aumentar a quantidade da matéria orgânica
no solo.
b. Eliminar as plantas infestantes a fim de reduzir a conpetição inter-específica entre
espécies;
c. Criar condições favoráveis para a sementeira através da preparação duma boa cama
para a semente e, garantir deste modo uma boa germinação, emergência e
desenvolvimento das plântulas;
d. Garantir uma boa infiltração da água para a zona radicular do solo;
e. Destruir as camadas compactas do solo e permitir um bom desenvolvimento das
raizes;
Para garantir uma boa eficiência da preparação do solo é necessário reduzir ao máximo o
número de operações possíveis. Dessa forma reduz-se o tempo e o consumo de combustível e
melhora a conservação dos solos.
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Objectivos
específicos
A atividade de preparação do solo pode ser realizada de forma manual com enxadas e machados;
semi-mecanizada ou mecanizada com roçadeiras, entre outros. No preparo mecanizado do solo, a
limpeza da área é feita por máquinas e equipamentos especializados. A escolha dos equipamentos
de preparação do solo deve ser feita em função dos recursos disponíveis na unidade produtiva, e
com os diferentes condicionalismos que o solo apresenta, contudo os principais implementos
comumente utilizados são os seguintes:
i) Arado Fixo de aivecas (Corta e Inverte a leiva);
ii) Arado Reversível de Aivecas (Corta e Inverte a leiva);
iii) Arado Fixo de Discos (Corta e Inverte a leiva);
iv) Arado Reversível de Discos (Corta e Inverte a leiva);
v) Enxada Rotativa (inverte a leiva);
vi) Grade Aradora (corta, fragmenta e mistura);
vii) Grade Destorroadora ou em “X” (corta, fragmenta e mistura);
viii) Grade Niveladora ou em “V”
ix) Escarificador, subsolador (corta e segrega);
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Lavoura reduzida/mínima)
A técnica de lavoura reduzida/mínima surgiu como resultado da degradação dos solos causada
pela lavoura convencional, e da necessidade de redução dos custos enerentes a preparação dos
solos. A lavoura mínima tem como objectivo perturbar o solo o mínimo possível, mantendo as
características físicas e químicas do solo quase inalteradas. Esta técnica tem a vantagem de
manter a fertilidade dos solos de forma natural, reduz a possibilidade de desenvolvi mento de
infestantes, reduz o processo de lixiviação de nutrientes e reduzir os custos de preparação do
terreno. Cuidado especial deve ser dados para evitar a passagem dos implementos pelo mesmo
local repedidas vezes, para não degradar o solo de forma localizada.
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i)Subsolagem
O uso constante da terra e a mecanização mais intensiva, gera a formação duma camada de solo
"dura" ou compactada, menos permeável que a camada superior. Esta camada é formada por uma
concentração de argila que é compactada pela constante passagem de implementos, sobretudo o
lavoura a mesma profundidade.
Essa camada deve ser quebrada e para tal, vários métodos podem ser utilizados dependendo da
profundidade da camada compactada. Pode-se fazer lavouras profundas e plantio de plantas que
possuem sistema radicular bem desenvolvido e robusto. No entanto, o processo mais indicado e mais
comum é a utilização de subsoladores tracionados por tractores.
Para obtenção de um resultado mais eficiente, dependendo da intensidade da compactação, pode-se
associar a subsolagem com a utilização posterior de um adubo verde que, além de complementar a
descompactação, enriquece o solo com matéria orgânica, a qual apresenta diversas melhori as físicas
e químicas no solo.
ii) Lavoura
A lavoura consiste no revolvimento do solo pela inversão das camadas do solo denominada “leiva”.
Nessa inversão, a vegetação superficial é incorporada no solo, e os materiais de baixo são trazidos
para cima. Esse processo, activa e
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Os discos dos arados podem ser lisos ou recortados, sendo os primeiros mais recomendados para a
maioria das situações. Os discos recortados são indicados para terrenos muito sujos, cheios de palha
como em campos de milho, arroz ou em canaviais.
Época de lavoura
A lavoura pode ser feita logo após a colheita, após o início do período chuvoso, ou em qualquer
época entre a colheita e o início do período chuvoso.
Quando feita logo após a colheita, a lavoura apresenta algumas vantagens como a incorporação dos
restos culturais e plantas daninhas ainda com o solo húmido; tempo suficiente para a decomposição
destes restos culturais antes do novo plantio; destruição de plantas daninhas hospedeiras de pragas
e doenças; destruição de plantas daninhas antes de produzirem sementes; e permite a incorporação
de calcário com o mínimo de antecedência desejável do novo plantio (60 -90 dias).
Por outro lado, a lavoura logo após a colheita deixa o solo exposto aos riscos de erosão por muito
tempo. Quando o produtor dispõe de toda maquinaria, pode-se optar por realizar a lavoura em
qualquer época, de acordo com a programação das operações.
Profundidade de lavoura
A profundidade da lavoura pode ser classificada como:
Rasa - quando sua profundidade for até 15 cm,
Média - de 15 a 25 cm e,
Profunda - acima de 25 cm.
A profundidade de lavoura depende da cultura que se vai plantar. Contudo, ainda que se mantenha a
mesma cultura aconselha-se continuar a variar a profundidade da lavoura de operação a operação.
Este processo ajuda a evitar a compactação do solo logo abaixo da camada lavrada, a qual se
denomina “piso de arado”.
O “piso de arado” pode criar problemas de infiltração de água no solo e desenvolvimento radicular,
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iii) Gradagem
Após a lavoura o solo fica muito irregular dificultando a operação de sementeira , falhas na
germinação e outras operações. Por esta razão deve-se fazer a gradagem, cujo objectivo principal é
de destorroar o solo. A gradagem, destrói também as plantas daninhas, incorpora restos culturais e
sementes de infestantes.
No entanto, deve-se reduzir ao mínimo o número de gradagens afim de controlar os custos
operacionais e evitar a exposição do solo a agentes erosivos. No caso de solos argilosos é necessário
que seja feita uma gradagem logo após a lavoura, visto que neste tipo de solo há formaç ão de grande
quantidade de torrões, os quais se secarem ficam endurecidos não cedendo à acção da grade.
iv) Sulcagem
Após a lavoura e gradagem, a etapa seguinte é a formação de sulcos para o plantio ou sementeira. A
sulcagem é feita trazendo a camada sub-superficial do solo a superfície para fornecer suporte e
nutrientes a planta. Ao preparar um sulco, deve-se considerar a distância de plantio entre linhas que
em média varia de 30 à 60 cm.
Sumário:
A preparação do solo, é uma actividade que antecede a sementeira. Esta deve ser bem feito, pois a
água, e os macro e micronutrientes de que as plantas necessitam para o seu desenvolvimento são
retirados do solo. A preparação do solo visa melhorar as condições físicas do solo e é realizada com
a utilização de diferentes equipamentos, que penetram no solo e revolvem o solo. Estes
equipamentos arrancam as ervas daninhas, e afofam a camada superficial do solo, deixando o solo
com humidade suficiente para a boa germinação das sementes plantadas e o desenvolvimento
uniforme das culturas. Uma boa preparação do solo é importante pois permite aumentar a aeração
do solo e a circulação da água, melhorar a capacidade da planta de absorver água e nutrientes para
o seu desenvolvimento. Permite também o uso mais eficiente tanto dos fertilizantes.
Um solo bem preparado deve facilitar a absorção da água e nutrientes para o bom
desenvolvimento da cultura. Desta forma, a má preparação do solo pode se tornar um factor
limitante para a produção, uma vez que o solo não irá fornecer água e nutrientes em boas
condições para o desenvolvimento da cultura. A profundidade normal de preparação do solo é de
30 cm, pois, a maioria das raízes das culturas se situam a esta profundidade, assim como toda
adubação, concentra-se mais nos primeiros 20 cm do solo.
Num solo que vem sendo cultivada ano após ano, a passagem de máquinas pode provocar a
compactação dos solos. Nestes casos, é recomendável que se faça uma lavoura profunda com a
finalidade de romper a crosta que se pode formar. O rompimento desta crosta irá permitir maior
oxigenação do solo, e melhor movimento da água no solo.
Nesta Unidade temática 3.1 estudamos e discutimos fundamentalmente a preparação dos solos, os
passos e os equipamentos utilizados para a preparação do solo.
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Introdução
A conservação do solo consiste no uso e maneio adequado dos solos mantendo as características
químicas, físicas e biológicas desejáveis intactas, ou então visando à restauração/recuperação do
equilíbrio do mesmo. Através das práticas de conservação, é possível manter a fertilidade do solo e
evitar problemas comuns, como a erosão e a compactação. O preparo convencional do solo
aumenta consideravelmente a compactação dos solos e a erosão.
A agricultura é uma actividade com grande potencial de provocar efeitos negativos ao ambiente,
adicionalmente a isso, um preparo do solo de baixa qualidade, pode também causar vários efeitos
negativos ao desenvolvimento da cultura, por redução da sua capacidade de absorver água e
nutrientes. Para um terreno cheio
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de arbustros ser cultivado por exemplo, este precisa de ser desmatado, e esta desmatação pode
provocar mudanças nas propriedades fisicas e químicas naturais do solo e acelerar a erosões dos
solos.
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Técnicas agrícolas que possibilitam manter ou melhorar a produtividade do solo, são a base para a
conservação e uso sustentável dos solos. Existem várias técnicas que podem ser implementadas
para a conservação dos solos. Estas técnicas vão desde os métodos biológicos até aos métodos
químicos. Isto implica técnicas que vão desde a correcção de acidés de solos, lavouras
especializadas, escolha das culturas apropriadas, até as próprias operações culturas.
Cultivo de leguminosas
Rotação de culturas
Cobertura morta
A cobertura morta para a conservação dos solos é feita com restos de cultura. Esta tem
a finalidade manter o teor de matéria orgânica em nível adequado durante todo o ciclo
da cultura, e impedir que os impactos das gotas de chuva sobre o solo provoquem o
lixiviamento de nutrientes e a eroão dos solos. As manutençao de níveis adequados de
matéria orgânica proporcionam ao solo maior disponibilidade de nutrientes, para alem
de conservar a humidade no solo.
Como a matéria orgânica se decompõe naturalmente com o passar do tempo, é
indispensavel proceder ao reforço da mesma sempre que se mostre necassario.
Adubação verde
Adubação verde é a prática pela qual se cultivam determinadas plantas, com a finalidade de
incorporá-las ao solo, proporcionando melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do
solo. As plantas utilizadas neste
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tipo de adubação impedem o impacto directo das gotas de chuva sobre o solo, e a ssim, o
deslocamento ou a lixiviação de nutrientes do solo, inibindo também o desenvolvimento de plantas
daninhas. Esta técnica é também utilizada também para o controlo de nemátodos, através de
leguminosas específicas, que de outra forma, como por exemplo, o uso de pesticidas químicos, não
apresentaria resultados muito satisfatórios, para além de serem caros.
Várias são as espécies leguminosas e gramíneas são utilizadas para este propósito. Como espécies
na fase de floração, estas espécies são incorporadas ao solo, para evitar qualquer competição com
a cultura principal.
Estas espécies para serem bons adubos verdes devem apresentar as seguintes características:
o Crescimento rápido e grande produção de massa verde cobrindo rapidamente a área;
o Capacidade de fixação de nitrogénio atmosférico por meio de simbiose com bactérias
diazotróficas;
o Aumento do teor de matéria orgânica do solo quando incorporadas;
o Eficiência no controlo da erosão;
o Capacidade de romper as camadas compactadas.
Lavoura mínima
A técnica de preparação de solo usando a lavoura mínima não deixa o solo exposto, e o
aparecimento de crostas no solo que podem acelerar a erosão são evitadas. A lavoura
mínima tem por objectivo evitar a perda da camada fértil do solo, conservar a
quantidade necessária de matéria orgânica, e garantir desta forma o fornecimento de
um nível adequado de nutrientes.
Sementeira directo
Aqui o produtor mantém os restos da cultura anteriore sobre o solo. Esta acção garante
protecção do solo, e evita a erosão. Outros benefícios são a redução do impacto
ambiental, para além de tornar o solo mais enriquecido em matéria orgânica.
Reflorestamento
Pode ser conseguida através do pousio. Nesta técnica, a terra é deixada descansar para
permitir voltar ao estado natural. O processo pode também ser feito através do
replantio de vegetação perene para a recuperação plena do ecossistema e se obter uma
cobertura vegetal efectiva.
É uma das práticas mais simples e muito eficiente no controlo da erosão. Consiste em
efectuar todas as operações agrícolas em nível. Esta prática reduz pela metade as
perdas de solo por erosão quando comparado com a implantação da cultura em solo
raso.
Devido a inclinação de alguns terrenos agrícolas, nesta técnica de conservação de solos ,
as culturas são orientadas em função dos níveis do terreno. O benefício desta tecnica é
de permitir a redução da velocidade das águas
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Terraços
Esta é uma técnica de conservação de solos adoptada também para terrenos inclinados.
São montadas estruturas transversais em desníveis para reter as águas das chuvas, e
canais preferenciais para reduzir a velocidade do escoamento das águas.
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
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Introdução
4. SEMENTEIRA E PLANTAÇÃO
Cada cultura tem as suas próprias exigências no que se refere à sementeira. As culturas podem ser
classificadas de acordo com o seu ciclo em três categorias, designadamente:
1. Culturas Anuais: aquelas que completam o seu ciclo de vida dentro de uma estação,
perecendo após a colheita. Apresenta época bem definida sendo muito importante a
época de sementeira/plantio. Exemplos: culturas de arroz, feijão, milho, soja e
hortícolas diversas.
2. Semi-Perenes: também conhecida como bienais, são aquelas que completam o seu ciclo
de maturação num período de duas ou mais estações de crescimento. Por exemplo:
cana-de-açúcar, ananás, banana, etc.
3. Culturas Perenes: são aquelas que crescem de ano para ano, precisando de vários anos
para se tornarem produtivas. Estas têm um carácter permanente e não senescem
necessariamente após a colheita. Caso exista a possibilidade de irrigação, a época de
sementeira/plantio não importa. Exemplo: citrinos, mangueira, coqueiro, abacate, etc.
4.1. Preparação da cama da semente
O solo é o local onde se desenvolve a vegetação e as culturas que pretendemos produzir. A
preparação do solo consiste em tornar a superfície do solo mais regular com uma diminuição dos
resíduos à superfície do solo. Neste processo os agregados do solo ficam divididos de forma mais
“fina”.
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4.2. Sementeira
A propagação das plantas é feita de duas formas, Sexual (por sementes) e assexuada (por meio
vegetativo). Biologicamente, a semente é um óvulo maduro e fertilizado e uma unidade de
reprodução das plantas com flores.
A sementeira é definida como o processo de colocar a semente no solo para permitir a
germinação e crescimento da planta. Por outro lado, usa-se o termo plantar quando estão
envolvidos propágulos. Os propágulos podem ser mudas, raízes, tubérculos, folhas e/ou estacas.
Durante este processo algumas precauções devem ser tomadas, tais como, a profundidade,
distância adequada, solos limpos, saudáveis e livre de doenças e outros patógenos, incluindo
fungos. Todos esses cuidados são essenciais para uma boa germinação.
Sementes de boa qualidade são aquelas que estão livres de pragas, doenças e infestantes,
aquelas que apresentam qualidade pura (uma única espécie). As sementes, que proporcionam
altos rendimentos, geralmente são escolhidas e semeadas por um dos métodos a seguir
mencionados.
a) Lanço
A sementeira a lanço também é chamada de sementeira aleatória é um dos métodos mais
antigos de sementeira. As sementes são apenas espalhadas pelo podendo ou não ser cobertas
com solo. Neste processo, as sementes podem ser espalhadas nos canteiros de forma
mecânica ou manual.
Neste método, as sementes são distribuídas pelo solo. Quando há um grande número de
sementes, o trabalho é feito por meio de expalhadores mecânicos. A taxa de sementeira é
muito alta neste sistema. Este método é sobretudo uasado para culturas de pequeno e médio
porte.
Para garantir uma população ideal de plantas na área, certas regras devem ser
seguidas, somente uma pessoa experimentada deve espalhar as sementes para
garantir uma distribuição uniforme.
O preparo do campo deve estar em perfeitas condições para garantir uma boa
germinação.
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Se a semente for demasiado pequena, pode-se misturar com areia para torná-la volumosa e
de fácil manuseio.
Vantagens
Este método é barato.
Leva menos tempo.
É adequado apenas para sementes pequenas e
É também adequada para culturas nas quais a distância entre plantas é
pequena.
Desvantagens
A distribuição de sementes é desigual.
As sementes podem ou não ser cobertas pelo solo.
A densidade e a profundidade da semente são desiguais.
Germinação das sementes não é uniforme.
O vigor das mudas e a densidade são afectados pela distribuição desigual.
b) Em linhas
As sementes são lançadas em linhas de sulco num fluxo contínuo e, em seguida, são
cobertas e compactadas com solo. Isso é feito manual ou mecanicamente. A
quantidade adequada de sementes é colocada em profundidades e espaços
adequados.
Vantagens
Menos sementes são necessárias.
A germinação é rápida
A população de plantas é uniforme por unidade de área.
Adubos, fertilizantes e correctivos podem ser aplicados com as sementes
durante a perfuração.
Bom vigor de mudas.
Desvantagem
Mais mão de obra.
Custo elevados.
É mais Demorado.
c) Seguindo um arado
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Vantagens
As sementes são lançadas a uma profundidade uniforme
A maioria das sementes pode ser semeada usando este método, excepto as
muito grandes ou pequenas.
Desvantagens
O método manual é um processo trabalhoso, requerendo muita mão-de-obra.
O processo manual é demorado, exigindo muito tempo.
d) Método Tradicional
Usa-se uma ferramenta em forma de funil para semear. O funil é preenchido por
sementes, e as sementes passam por dois ou três tubos com pontas afiadas. Essas
pontas entram no solo e as sementes são colocadas lá.
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Precauções ao semear:
Existem alguns cuidados necessários que devem ser seguidos ao semear. Abaixo estão listadas
algumas delas.
As sementes devem estar livres de doenças.
As sementes devem ser plantadas a distâncias correctas umas das outras.
As sementes devem ser semeadas de forma que todas as plantações recebam a
mesma quantidade de luz, nutrientes e água.
e) Transplantação
Este método de plantio tem duas componentes nomeadamente, produção de mudas no
viveiro e de seguida o transplante.
No viveiro, as mudas jovens são protegidas de forma mais eficaz num um curto período
de tempo e numa pequena área. Assim, garante-se uma gestão fácil e económico.
O viveiro:
• É feito para culturas com sementes pequenas que requerem sementeira rasa e
irrigação frequente para germinação adequada;
• É feito para reduzir a duração do ciclo das culturas no campo definitivo,
permitindo, assim, realizar várias culturas por ano;
• Por vezes, cuidados extra devem ser fornecidos à mudas específicas.
• As sementes devem ser semeadas nas profundidades correctas. Não devem ser
colocados no topo do solo de forma que seja levada pelo vento e pelos animais,
nem devem ser semeados muito profundamente no solo de forma que não
germine.
A transplantação é a prática de plantar mudas no campo principal após a retirada do
viveiro. Nesse processo, as mudas são retiradas do viveiro e colocados nos campos
definitivos preparados para o efeito. Geralmente é feito para cultivar hortícolas.
Vantagens
Garante uma população ideal de plantas;
A intensificação da produção é possível através da transplantação
O maneio da tranplantação no campo definitivo é reduzido;
Desvantagens
Produzir viveiros é caro;
O transplante é um método trabalhoso e caro
4.6. Profundidade de sementeira
Geralmente a profundidade deve ser 2,5 vezes o tamanho da semente. Sementes
maiores possuem mais reservas para o desenvolvimento inicial.
Por exemplo, se o compasso do feijão for de (0.6 m entre linhas x 0.15 m entre plantas)
então a densidade será de 11 plantas por m2.
aumenta, mas o rendimento por unidade de área aumenta até certo nível de
densidade população. Esse nível de densidade populacional é chamado de densidade
óptima.
e) Portanto, para se obter o rendimento máximo por unidade de área, é necessária
uma densidade óptima de plantas. Portanto, a população ideal de plantas para cada
cultura deve ser identificada.
Sumário
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
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Introdução
As práticas culturais são uma necessidade imperiosa para o sucesso de qualquer actividade agrícola.
As prácticas culturais são o conjunto de actividades que visam beneficiar a cultura principal no
campo de produção.
5.1.1 SACHA
A sacha consiste em manter a cultura livre da acção de plantas infestantes que podem competir
com a cultura por água, luz, nutrientes e espaço físico e, em alguns casos, criando problemas na
colheita.
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5.1.2. AMONTOA
A amontoa consiste em chegar o solo a base da planta. Esta prática é muito utilizada em culturas
produtoras de raízes e tubérculos, sobretudo após a emergência/brotação. Têm como objetivo
principal,
Diminuir o acamamento;
Aumentar e facilitar o enraizamento;
Fazer o controlo de infestantes;
Fazer a incorporação de adubos.
5.1.3. DESBASTE
O desbaste consiste na eliminação de plantas em excesso na área de cultivo, para se obter
densidades adequadas. O momento para a realizaçao do desbaste é de capital importância. O
desbaste deve ocorrer logo após as plantas mostrarem o seu potencial produtivo, porém, antes
do início da competição entre elas. Eliminan-se as plantas mais fracas e/ou fora do alinhamento.
5.1.4. PODA
A poda é uma prática necessária em algumas culturas. A poda garante vários benefícios entre os
quais se destacam a boa formação da planta, a produção de bons frutos, a regularização da
produção, o rejuveniscimento da planta, para limpeza, etc.
Algumas plantas necessitam de podas anualmente.
Visa orientar a formação da copa para sustentar futuras produções, aproveitando melhor o
potencial de produção da planta. É executada desde o plantio da muda até que a planta tome o
tamanho e o formato desejável.
Após a entrada em frutificação, a planta deve ser podada com frequência, em função do hábito
de frutificação da espécie. Algumas plantas frutificam em ramos novos, e, anualmente, ramos
novos devem ser emitidos para serem os produtores no ciclo subsequente. Por exemplo, o
pêssego, uva, etc.
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localizadas.
Contudo, o conceito de pragas e doenças é artificial, na medida que nenhum ser vivo é por si
mau. Tal acontece quando o ser vivo aumenta de tal forma a sua densidade populacional ao
ponto de causar danos económicos aos seres humanos.
Vários são os métodos usados para o controlo de pragas, nomeadamente o controlo químico
através de pesticidas, o controlo biológico privelegiando o uso de inimigos naturais, o controlo
físico/mecânico no qual as prags são retiradas fisicamente pelos agricultores e o controlo
integrado onde se faz a combinação de vários métodos de controlo. O objectivo do controlo de
pragas e doenças e deixar os agentes pataogénicos abaixo do limiar económico, ou seja, abaixo
da densidade a partir da qual causam prejuizos económicos significativos.
Sumário
A realização atempada e a correcta realização das práticas ou amanhos culturais como também e
por vezes referido, contribui de forma determinante para o sucesso da cultura em campo.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Introdução
Objectivos
específicos
5.2 ADUBAÇÃO
A adubação é a actividade agrícola que visa melhorar a gestão de nutrientes no solo. Esta prática
ajudará a melhorar os rendimentos agrícolas e consequentemente os lucros. Garantir a aplicação
cuidadosa de nutrientes no solo, incluindo fertilizantes minerais, orgânicos ajuda a eliminar o
défice de nutrientes" no solo, resultante da sua utilização e exportação pela colheita.
Actualmente, existem vários tipos de fertilizantes que podem ser aplicados na forma sóli da, líquida
ou granulada (adubação de fundo). Existem nutrientes que devido as suas características de alta
mobilidade no solo devem ser aplicados de forma fracionada (adubação de cobertura) para melhor
proveito da cultura. Esses nutrientes são o nitrogénio que pode ser aplicado no formato de uréia,
sulfato de amónia e/ou nitratos, assim como, o potássio nas formas de KCl e/ou KNO3.
No entanto, a adubação de cobertura deve-se fazer tendo em conta o estágio de desenvolvimento
da cultura e o período de máxima absorção de nutrientes.
A fertirrigação é uma técnica moderna de adubação, no qual, a água de irrigacão é enriquecida por
nutrientes solúveis e aplicada às plantas.
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Sumário
A adubação é a ctividade que visa dar ou repor nutrientes ao solo em quantidade e qualidade
necessárias para o crescimento e desenvolvimento das culturas. Esta reposição é de importância vital
para um crescimento saudável das culturas.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
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Introdução
A colheita é a etapa da cadeia produtiva que caracteriza o fim do ciclo ou da época produtiva. Nesta
etapa o agricultor procura selecionar os melhores frutos, para posteriormente guardá -los em celeiros
ou colocá-los no mercado local ou distante.
Objectivos
específicos
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ii) Amarelecimento das brácteas: Quando a coloração Fig. 19: Bracteas secas: Milho
das brácteas muda para amarelo acastanhado, pronto para ser colhido
acompanhado da secagem das folhas basais, nesta Fonte:
fase considera-se que o milho está pronto para ser https://www.istockphoto.com/
colhido br/foto/
iii) Teor de humidade do grão: O teor de humidade do grão Pode-se determinar rigorosamente
em laboratório, ou no campo, utilizando medidores de humidade. O milho doce, por
exemplo, é colhido com 72 a 75% de humidade, enquanto que outras variedades são
colhidas com 20% de humidade, quando se utiliza secagem artificial, após a colheita ou com
13 a 15% de humidade, quando se utiliza secagem natural.
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Apesar de toda tecnologia desenvolvida na área de mecanização agrícola nos últimos anos,
grande parte da colheita para frutas, hortícolas, raízes e tubérculos ainda é realizada
manualmente.
6.1.2.1 Colheita de tomate
A cor do tomate é a característica externa mais importante que permite determinar a
maturação e colheita do tomate. O tomate é um dos únicos vegetais, que pode ser colhida
antes de estar completamente madura, e depois continuar a amadurecer no armazenamento.
Faz-ze notar que o processo de maturação deve começar na planta, e depois pode ser
continuado fora da planta. A colheta do tomate antes de iniciar o processo de maturação, faz
com que a planta noa complete o seu ciclo, e os tomates não amadureçam.
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Por outro lado, a decisão de adiar a colheita para além do período de maturação fisiológica, traz
outros desafios. Frutas em estágios avançados de amadurecimento tendem a apresentar textura
macia, e desta forma são mais susceptíveis a danos mecânicos, e porque o conteúdo de açúcares
nas polpas tende a aumentar a probabilidade de ocorrência de doenças fungais é muito alta.
Segundo Chitarra; Chitarra, (2005), o ponto de colheita ideal de cada fruto pode ser observado
de acordo com as suas características de qualidade, aferidas por:
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ii) Avaliações físicas (inclui: tamanho e forma, gravidade específica e textura do fruto,
relação polpa/casca, coloração);
iii) Métodos físico-químicos (inclui: Teor de amido; Substâncias insolúveis em álcool;
Sólidos solúveis; Acidez titulável; Curvas de maturação)
Os métodos de observação prática dependem da experiência e treinamento do gestor de
operações, enquanto que as avaliações físicas são realizadas por instrumentos. A maior
parte dos frutos são colhidos manualmente. Para realizar a colheita manual sem danificar
os frutos, os colhedores devem ser pessoas treinadas para a realização da tarefa, e para
evitar danos nos frutos, deve-se evitar usar objectos pontiagudos, evitar deixar cair os
frutos ou aperta-los com os dedos e unhas.
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Colheita mecânizada
Em grandes explorações, e onde o custo de mao de obra para a realização da colheita
aumenta os custos de produção, a colheita mecanizada é uma opção. Para a realização da
colheita mecanizada, a altura dos implementos é reguada em função da altura das
culturas, e é necessária a aplicação de reguladores de crescimento, reguladores de
maturação e desfolhadores para garantir que as culturas estao todas prontas para serem
colhidas, estao todas ao mesmo nível, e livres de folhas. de variedade de porte baixo.
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Sumário:
A colheita é o acto que permite colher/apanhar os resultados da produção. Esta actividade pode
ser realizada manualmente, ou com a ajuda de maquinaria. Para que a colheita tenha lugar, é
necessário que as plantas tenham atingido a maturação para a colheita, e que o grau de
humidade seja o adequado parafacilitar o processamento, e não provocar deterioração do
produto no acto de armazenamento.
Nesta Unidade temática 6.1 estudamos e discutimos fundamentalmente a forma de colheita nas
diferentes culturas e suas exigências específicas.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
Introdução
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Objectivos
específicos
ESTRATÉGIAS DE COMERCIALIZAÇÃO
A implementação de uma estratégia de comercialização visa minimizar os riscos de mercado
devido a volatilização dos preços dos produtos agrários, e dar resposta ao clássico problema
econômico de quando e como vender a produção. A comercialização de produtos agrícolas pode
ser feita usando as seguintes estratégias: i) venda na época da colheita, ii) venda antecipada ou
por contratos de produção, iii) estocagem para especulação, e iv) o mercado de futuros e
derivativos agropecuários. Estas alternativas podem ser implementadas de formas diferentes em
função das condições que o mercado oferece, e das condições sócio-económicas da unidade
produtiva.
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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura
Muito adoptada pelos produtores do sector familiar, e em situações em que o agricultor não
dispõe de um sistema de armazenamento da produção, e incerteza do produtor quanto aos
preços futuros. Geralmente, esta não é uma boa opção para o produtor, tendo em vista que, na
época da colheita, existe abundância do produto no mercado, e os preços recebidos tendem a ser
mais baixos
Sumário:
Assim que o produto tiver sido colhido pelo produtor, este por sua vez pode processsar os
produtos e vender aos retalhistas ou directamente ao consumidor final. Este nível de mercado
concentra grande valor das tranzações., e podem ser facilitada com a intervenção de
intermediários. Por fim, o produto pode chegar as lojas, supermercados, entre outros, onde o
consumidor final adquire o produto.
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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
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Introdução
A adubação verde é uma prática antiga que teve sua origem na antiguidade. O emprego do
adubo verde era essencialmente realizada por culturas leguminosas dada a sua capacidade de
fazer a fixação simbiotica de nitrogénio, sua boa capacidade de ramificação, a profundidade do
sistema radicular e, por ser uma família bastante numerosa e adaptada a diversas situações de
clima e solo.
Estudos mais recentes mostraram resultados promissores na utilização de plantas de outras
famílias como adubo verde, para além das leguminosas já conhecidas.
Objectivos
específicos
7.1. Conceitos
A adubação verde é definida como “A prática de se incorporar massa vegetal não decomposta
ao solo de culturas produzidas localmente ou mesmo importadas, com o objectivo final de
preservar, restaurar e/ou melhorar a produtividade das terras agrícolas" (Chaves, 1989).
Actualmente a adubação verde é vista como a utilização de culturas diversas produzidas em
rotação, sucessão e/ou consociação, incorporando ao solo a biomassa foliar produzida ou
deixando na superfície, para a protecção superficial contra a erosão e/ou para manutenção da
fertilidade do solo. Esta prática conduz para a melhoria das características físicas, químicas e
biológicas do solo, inclusive a profundidades significativas (Calegari et al., 1993).
7.2. Funções
A prática da agricultura propicia a exposição do solo a agentes erosivos sobretudo podendo
causar danos ao solo. A prática de adubação verde confere ao solo um amplo meio de
manutenção do solo elevando dese modo o seu potencial produtivo. A adubação verde gera
grandes benefícios à agricultura, que as práticas convencionais químicas e mecânicas não
conseguem alcançar.
As funções mais importantes da adubação verde pode ser assim descrita:
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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura
7.7. Incorporação
A incorporação dos adubos verdes deve ser feita quando as plantas atingirem
aproximadamente 50% da floração, época em que estão com alto teor de nitrogênio,
boa produção de massa e ainda no estão muito lenhosas.
Para se obter uma incorporação mais eficiente, inicialmente deve-se picar o material
utilizando-se uma grade de discos e posteriormente incorporá-lo através de uma
lavoura. O enterrio deve preceder a operação de plantio da cultura comercial, pelo
menos em 20 dias, período necessário para que ocorra o pico da fermentação, onde
normalmente há elevação de temperatura.
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Sumário
A adubação verde traz múltiplos beneficios para a melhoria do solo, pois aumenta a
produtividade destes. Assim sendo, a adubação verde pode ser vista como uma técnica milenar
que ajuda a promover a reciclagem dos nutrientes do solo, melhorar a estrutura solo e, a sua
composição química.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
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PARTE PRÁTICA
Agricultura é uma actividade importante para a sobrevivência dos seres humanos, e esta
actividade está intricicamente ligada ao ambiente e a biodiversidade. A disciplina de Introdução a
Agricultura tem como objectivo geral dotar os estudantes de conceitos básicos sobre agricultura.
No fim desta disciplina, os estudantes deverão ter conhecimentos gerais sobre as várias práticas
culturais agrícolas, desde a preparação do solo até à colheita e comercialização, sendo estes
conhecimentos enquadrados através dos conhecimentos sobre o clima, o solo, a planta e os
sistemas de produção e comercialização, de forma a poder realizar a agricultura no verdadeiro
sentido da palavra.
A componente prática deste módulo está estruturado para quatro unidades temáticas, nas quais
cada uma aborda um determinado conteúdo específico. Os conteúdos práticos serão realizados de
forma simples, para facilitar sua compreensão. Contudo, algumas práticas podem ser mais
complexas, sendo por isso um pouco mais vastas na realização das mesmas.
1 Preparação do solo
ISCED e parceiros
demonstrativos/V
campo e acordos
8 semanas desde
nos campos do
isitas e prática
de visitas com
produção do
prroprio dos
Material de
parceiros e
estudantes
estudantes
o início do
campo de
ISCED, de
parceiros
2 Sementeira/plantação
Todos os
módulo
Vídeos
3 Práticas culturais
4 Adubação verde
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Resultados esperados
Resultado 1: Conhecer e descrever as diferentes etapas da preparação do solo e sua
conservação
Resultado 2: Conhecer e descrever os diferentes equipamentos utilizados para a
preparação do solo
Material
Materiais de preparação manual do solo (Ancinhos, enxadas; forquilhas; pás)
Campo de práticas agrícolas do ISCED;
Botas;
Adubos orgânicos e NPK
Possibilidade de visitas para observação de equipamentos de preparação de solo
Procedimento
Cada estudante, ou grupo de estudantes será atribuido uma área de 100 m2 para
realizar a preparação do solo de forma manual, e preparar a cama para a sementeira;
Realização de visitas de estudo para instituições de venda de equipamentos de
preparação do solo;
Acompanhamento de de video sobre processos de preparação do solo.
Avaliação
Esta prática será realizada no campo experimental do ISCED, de parceiros ou do próprio
estudante. No final o o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
Ficha de aula pratica preenchida
Fotos da actividade realizada
Video da actividade realizada (2 - 5 min).
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Existem vários métodos usados para semear as sementes. As sementes podem ser semeadas
directamente ou transplantadas. Para o transplante, as sementes são semeadas em viveiro e do
viveiro posteriormente transplantadas para o campo definitivo. Durante esta prática, algumas
precauções devem ser tomadas, tais como, a profundidade de sementeira, distância adequada,
qualidade de preparação do solo, temperatura, variedade utilizada, entre outros. Todos esses
cuidados são essenciais para uma boa germinação.
Resultados esperados
Conhecer e implementar as diferentes técnicas de sementeira e plantação de diferentes
culturas
Material
Placas de sementeira, vasos e copos descartaveis ;
Enxadas;
Sementes de diversas culturas;
Estacas de mandioca ou ramas de batata-doce;
Regadores manuais e burifadores;
Estacas;
Fita métrica;
Rede sombrite ou equivalente
Procedimentos
Cada estudante, ou grupo de estudantes na área que realizou a primeira prática, irá
proceder com as operações de sementeira directa, e plantação de estacas de
mandioca, ou rama de batata-doce;
O estudante irá instalar um alfobre com uma cultura a sua escolha, previamente
apresentada ao tutor da disciplina;
Realização de visitas de estudo para a cintura verde da cidade/distrito ou vila onde
reside/trabalha e observação da actividade;
Acompanhamento de video sobre processos de sementeira e plantação.
Avaliação
Esta prática será realizada no campo experimental do ISCED, de parceiros ou do próprio
estudante. No final o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
Ficha de aula pratica preenchida
Fotos da actividade realizada
Video da actividade realizada (2 - 5 minutos).
Obesrvacoes realizadas na cintura verde onde realizou a visita
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Resultados esperados
Material
Sacholas;
Pulverizadores;
Pesticidas;
Ureia
Balanças;
Visita para observação de amanhos culturais nas machambas localizadas na cintura
verde
Procedimento
Cada estudante, ou grupo de estudantes deverá realizar os amanhos culturais da
cultura que semeiou ou plantou;
Realização de visitas de estudo a outros campos de produção;
Acompanhamento de video sobre processos de sementeira e plantação.
Avaliação
No final o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
Ficha de aula pratica preenchida
Fotos da actividade realizada
Video da actividade realizada (2 - 5 minutos).
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Resultados esperados
Material
Restos de cultura;
Forquilhas;
Visitas para observação de adubação verde em outros campos próximos, com a
mesma prática.
Procedimento
Cada estudante, ou grupo de estudantes irá realizar esta prática na parcela que lhe
foi atribuída, através da recolha de restos orgânicos de culturas;
Realização de visitas de estudo para campos de produção na com práticas
semelhantes;
Acompanhamento de video sobre processos de adubação verde.
Avaliação
No final o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
Ficha de aula prática preenchida
Fotos da actividade realizada
Video da actividade realizada (5 min).
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Bibliografia
CARRILHO; João, Rui Benfica, David Tschirley e Duncan Boughton (2003), Qual é o Papel da
Agricultura Familiar Comercial no Desenvolvimento Rural e Redução da Pobreza em
Moçambique?, MINAG - relatório número 53p, Maputo.
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