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MANUAL DE INTRODUÇÃO A AGRICULTURA - CURSO DE LICENCIATURA EM

AGRONEGÓCIOS E DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

1º Ano
Disciplina: Introdução a Agricultura

INSTITUTO SUPER

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED - UnISCED


UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Direitos de autor (copyright)

Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED- UnISCED, e contém reservados


todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob
quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou
outros), sem permissão expressa de entidade editora Universidade Aberta ISCED- UnISCED.
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos
judiciais em vigor no País.

UNIVERSIDADE ABERTA ISCED- UnISCED


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Beira - Moçambique
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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Agradecimentos

A Universidade Aberta ISCED- UnISCED, agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e


instituições na elaboração deste manual:

Autores: Manuel Pedro Matsinhe e João Benedito Nuvunga


Vice-reitoria acadêmica
Coordenação
Universidade Aberta ISCED- UnISCED
Design
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância (IAPED)
Financiamento e Logística
Manuel Pedro Matsinhe e João Benedito Nuvunga
Revisão Científica e
Linguística
Ano de Publicação 2021
Local de Publicação UnISCED – MAPUTO

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Visão geral 1
Benvindo à Disciplina de Introdução a Agricultura ...........................................................1
Objectivos da Disciplina .....................................................................................................1
Quem deveria estudar este módulo ..................................................................................1
Como está estruturado este módulo.................................................................................2
Ícones de actividade ..........................................................................................................3
Habilidades de estudo .......................................................................................................3
Precisa de apoio? ...............................................................................................................4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .................................................................................5
Avaliação............................................................................................................................5

TEMA – I: INTRODUÇÃO A AGRICULTURA. 7


UNIDADE TEMÁTICA 1.1. DEFINIÇÃO E CONCEITOS..........................................................7
Introdução: ........................................................................................................................7
Sumário: O termo Agricultura remete para a arte e ciência de cultivar o solo, com o
objectivo de se obter produtos alimentares. e matéria-prima a indústria .....................10
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................10
UNIDADE TEMÁTICA 1.2. IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA...........................................11
Introdução .......................................................................................................................11
Sumário: A importância da agricultura não reside só no facto de providenciar alimentos
para a humanidade, e matéria-prima para a indústria. Ela também contribui para o
produto interno dos países, e para a geração de mão-de-obra......................................14
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................14
UNIDADE TEMÁTICA 1.3. TIPOS DE AGRICULTURA .........................................................14
Introdução .......................................................................................................................14
Sumário: ...........................................................................................................................16
Exercícios para Auto-Avaliação........................................................................................17
UNIDADE TEMÁTICA 2.1. INFLUÊNCIA DO CLIMA NA DEFINIÇÃO DO ZONEAMENTO....18
Introdução: ......................................................................................................................18
Sumário: ...........................................................................................................................19
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................19
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE MOÇAMBIQUE......................19
Introdução .......................................................................................................................19
Sumário ............................................................................................................................21
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................21
UNIDADE TEMÁTICA 2.3. ZONEAMENTO AGRO-ECOLÓGICO EM MOÇAMBIQUE..........22
Introdução .......................................................................................................................22
Sumário: ...........................................................................................................................24
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................24
Exercícios para AVALIAÇÃO .............................................................................................24

TEMA – III: PREPARAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO SOLO. 26


UNIDADE TEMÁTICA 3.1. PREPARAÇÃO DE SOLOS .........................................................26
Introdução .......................................................................................................................26

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Sumário: ...........................................................................................................................32
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................33
UNIDADE TEMÁTICA 3.2. CONSERVAÇÃO DO SOLO .......................................................33
Introdução .......................................................................................................................33
Sumário ............................................................................................................................37
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................37
UNIDADE TEMÁTICA 4. SEMENTEIRA E PLANTAÇÃO ......................................................38
Introdução .......................................................................................................................38
Sumário ............................................................................................................................44
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................44
Exercícios para AVALIAÇÃO .............................................................................................44
UNIDADE TEMÁTICA 5.1. PRÁTICAS CULTURAIS .............................................................45
Introdução .......................................................................................................................45
Sumário ............................................................................................................................47
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................47
UNIDADE TEMÁTICA 5.2. ADUBAÇÃO .............................................................................48
Introdução .......................................................................................................................48
Sumário ............................................................................................................................49
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................49

TEMA – VI: COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO. 50


UNIDADE TEMÁTICA 6.1. COLHEITA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS ....................................50
Introdução .......................................................................................................................50
Sumário: ...........................................................................................................................56
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................56
Exercícios para AVALIAÇÃO .............................................................................................56
UNIDADE TEMÁTICA 6.2. COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS ....................56
Introdução .......................................................................................................................56
Sumário: ...........................................................................................................................58
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................59
Exercícios para AVALIAÇÃO .............................................................................................59

TEMA – VII: ADUBAÇÃO VERDE. 60


UNIDADE TEMÁTICA 7 ADUBAÇÃO VERDE......................................................................60
Introdução .......................................................................................................................60
Sumário ............................................................................................................................64
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................64

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Visão geral

Benvindo à Disciplina de Introdução a Agricultura

Objectivos da Disciplina

A presente disciplina visa dotar os estudantes de conhecimentos básicos sobre vários


conceitos, processos e etapas da produção agrícola. No final do módulo o estudante deverá
ficar familiarizado com todas as etapas da cadeia produtiva e ter conhecimentos sobre os
princípios básicos aplicados as culturas, sua condução, maneio e principais práticas/amanhos
culturais incluindo a colheita e comercialização agrícola.

Ao terminar o estudo deste módulo de Introdução a Agricultura o estudante deverá ser


capaz de:

 Explicar os conceitos e importância da agricultura;


 Distinguir as diferentes zonas agro-ecológicas de Moçambique e fazer a sua
caracterização;
 Conhecer os diferentes sistemas de produção agrícola;
 Descrever as diferentes etapas da preparação do solo e sua conservação;
 Dominar os conceitos de sementeira e plantação;
 Conhecer as diferentes práticas culturais envolvidas na produção agrícola;
 Entender sobre a adubação verde, suas vantagens e limitações;
 Perceber os desafios envolvidos na colheita e comercialização de culturas
alimentares.

Quem deveria estudar este módulo

Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano dos cursos de licenciatura em
Agronegócios e Desenvolvimento Agrário da UnISCED e outros ligados a agricultura e ao
ramo do agro-negócio. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar
e consolidar seus conhecimentos nesta disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo
necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Como está estruturado este módulo

Este módulo de Introdução a Agricultura, para estudantes do 1º ano dos cursos de


licenciatura em Agronegócios e Desenvolvimento Agrário, à semelhança dos
restantes da UnISCED, está estruturado como se segue:
Páginas introdutórias

 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-
chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente
que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como
componente de habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina/módulo

O presente módulo está estruturado em sete unidades temáticas, nos quais cada uma
aborda um determinado conteúdo específico. Os conteúdos foram elaborados de forma
simples quer na linguagem, assim como, na composição temática para facilitar a
compreensão. Contudo, algumas unidades podem ser mais complexas, sendo por isso um
pouco mais vastas na apresentação das materias . Cada unidade temática se caracteriza por
conter uma introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados exercícios de
auto-avaliação.
Outros recursos

A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED, pensando em si, apresenta uma lista de
recursos didácticos adicionais a este módulo para que possa explorar. Para tal a UnISCED
disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado
com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste material
físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle
para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade


temática e de cada tema.
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos
tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também consta rá
do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Comentários e sugestões

Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de
natureza científica, quer de natureza didáctico-Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser
ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado.

Ícones de actividade

Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes
ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem
indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de
actividade, etc.

Habilidades de estudo

O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se.

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e


alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é
importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as
quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:

1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura.

2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).

3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos
(ESTUDAR).

4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou


não com a dos colegas e com o padrão.

5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se


existirem.

IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como,


onde e quando...estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus
momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-
de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc.

É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um
determinado período de tempo; deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e
passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo
superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade
todos conteúdos de cada tema, no módulo.

Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora.
Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que durante o intervalo não se
continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias.

Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório pode conduzir ao
efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um
elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência
entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto, mas
não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz!

Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser
estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para
responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar.

Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar
produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.

É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma neces sidade para o
estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode
ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a
estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler;
a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não
depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo
significado não conhece ou não lhe é familiar;

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos
impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de
concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada
ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante
do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo
uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é
a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se tornam incontornável:
entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de
interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central da

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

UnISCED indigitada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a
distância, é muita importância, na medida em que lhe permite situar, em termos do grau de
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de
apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos
relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e autoavaliação), contudo


nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem
ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de
entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos
trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem
ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor(es). Uma transcrição à letra de
mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerado plágio. A
honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente
separados e muito distantes do docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez
seja uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do
total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de
contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam
25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames .
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as
sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.

1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade


intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.


Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de
avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a
apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos
assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o
respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

TEMA – I: INTRODUÇÃO A AGRICULTURA.

UNIDADE Temática 1.1. Definição e conceitos,


UNIDADE Temática 1.2. Importância da Agricultura.
UNIDADE Temática 1.3. Tipos de Agricultura

UNIDADE TEMÁTICA 1.1. DEFINIÇÃO E CONCEITOS.

Introdução:

A definição de conceitos sobre a Agricultura tem como objectivo geral dotar os estudantes de
conceitos básicos sobre agricultura. No fim deste módulo, os estudantes deverão ter
conhecimentos gerais sobre as várias formas de definir o conceito de agricultura. Estes
conhecimentos ajudarão para melhorar o conhecimento sobre a agricultura e contribuir para
uma sólida formulação de políticas sectoriais.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Analisar: Os diferentes conceitos de agricultura;


 Entender e aplicar na prática os fundamentos de agricultura

Objectivos
específicos

1.1 DEFINIÇÃO E CONCEITOS


Agricultura pode ser definida como a arte e ciência de cultivar o s olo, e inclui todas as técnicas e
operações relacionados com a preparação do solo, plantio e colheita de culturas, incluindo em alguns
casos a criação de animais e outras formas de vida, necessárias para a alimentação humana e uso
industrial.

A B
Figura 1: (A) Produção de milho e (B) criação de gado bovino

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

A agricultura é uma actividade que dificilmente se enquadra em definições formais. Contudo,


várias foram as tentativas de trazer uma definição adequada e satisfatória para a agricultura,
de entre as quais se podem destacar as seguintes:

i. A agricultura é a arte de cultivar os campos".


Porém, esta definição é incompleta, vaga e pouco ilucidativa não mencionando os objectivos,
as complexidades e multifuncionalidades da agricultura.
ii. Diehl (1984), define a agricultura como a arte da aplicação de conhecimentos racionais para
cultivar plantas em condições óptimas do meio, de modo a tirar-lhe o máximo de rendimento
quer em quantidade, assim como, em qualidade.
Embora elucidativa sob ponto de vista técnico, porém, negligencia o conceito de agricultura
como actividade económica e social. Para melhorar, o mesmo autor sugere uma outra
definição postulando que "a agricultura é a arte de obter do solo, mantendo sempre a sua
fertilidade, o máximo rendimento e lucro". Esta definição introduz o conceito de
sustentabilidade dos sistemas de agricultura pois vaticina a manutenção da fertilidade do solo
e lucro para se obter rendimentos regulares ao longo dos anos.
Por outro lado, René Dumont propõe uma definição sintética e express iva afirmando que a
agricultura é:
iii. "a artificialização do meio natural, com o fim de torná-lo mais apto ao desenvolvimento de
espécies vegetais e animais, elas próprias melhoradas". O conceito de artificialização do
meio engloba as técnicas culturais, independentemente do seu grau de aplicação.

iv. Actualmente a agricultura é vista como uma actividade ecológica e sustentável, orientada
para a produção bens que geram o bem-estar no seu sentido mais amplo.
Esta acepção reconhece a multifuncionalidade da agricultura no que diz respeito a produção de
alimentos e matérias-primas, incluindo bens não transacionáveis, tais como, a preservação do
meio ambiente, dos recursos naturais e a gestão do espaço rural e paisagens (EEEP, nd).
A agricultura está entre as técnicas de produção agrupadas sob o nome de agronomia ou de
ciências agronómicas, que são as ciências de base que tem garantido os progressos desta
técnica. Assim sendo, a agronomia pode ser definida como a ciência que se dedica por
desvendar as leis da produção agrícola e por estabelecer as teorias da agricultura.
Primitivamente, não se distinguia entre produção vegetal e animal. Contudo,
progressivamente, à medida que a especialização dos conhecimentos aumentava, estes dois
ramos da agricultura foram separados. A produção vegetal ficou associada ao termo produção
agrícola que de forma mais adequada deveria denominar-se fitotecnia, por analogia à
zootecnia que estuda as regras da produção animal.
A agricultura é uma actividade que depende essencialmente dos recursos do meio onde a
planta está inserida. O meio compreende o clima, solo, seres vivos, e ambiente económico.
Todavia, é possivel gerar modificações ao ambiente, do meio biológico e económico, são
possíveis e aumentam à medida do progresso científico. A planta deve ser conhecida quanto às
suas exigências e às suas possibilidades de adaptação.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

No conceito de agricultura, 3 dimensões podem ser identificadas:


i) A dimensão científica que consiste nas pesquisas, disseminação e utilização de tecnologias
de produção agrícola desenvolvidas por instituições de investigação.
Exemplos:

 Melhoramento de plantas,
 Protecção de plantas;
 Análise das propriedades dos solos para aperfeiçoar técnicas usadas na produção;
 Questões económicas para maximizar os lucros, entre outras;
 Desenvolvimento de novas variedades resistentes a pragas, doenças e a seca;
 Desenvolvimento de variedades altamente produtivas;
 Uso de inimigos naturais para combater pragas e doenças;
 Gestão do solo e água.

ii) A dimensão da arte que envolve o conhecimento impírico e a habilidade de aplicar as


técnicas e as operações culturais que devem ser implementadas na produção agrícola. Os
estudos de agricultura não são uma condição prévia para exercer esta profissão.
Exemplo:

 Produtores do sector familiar

Figura 2: produtora do sector familiar

A dimensão comercial que envolve a necessidade de maximização das receitas líquidas


provenientes da produção destinada a venda.

Exemplos:

 Produtores do sector familiar,


 Produtores comerciais;
 Produtores de algodão

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

A B
Figura 3: (A) Produção comercial de babana e (B) produção familiar de algodão e milho
consociado

Sumário: O termo Agricultura remete para a arte e ciência de cultivar o solo, com o objectivo
de se obter produtos alimentares. e matéria-prima a indústria

Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos o conceito de agricultura, e vimos que sua
definição vária de autor para autor, e que não existe uma definição unica de agricultura.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Porquê definir a agricultura como sendo a "arte de cultivar os campos" é considerada vaga?
2. Que aspectos estão em falta na definição de Diehl (1984)?
3. De que forma a definição de Diehl (1984) foi melhorada?
4. René Dumunt considera a agricultura uma actividade multifuncional, porquê?
5. Como é que se define a agronomia?

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

UNIDADE TEMÁTICA 1.2. IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA

Introdução

Desde o início dos tempos que o homem pratica a agricultura para sua sobrevivência. Assim, a
agricultura contribui para oferecer sustendo ao homem. A agricultura não é praticada apenas
para se obter alimentos; por meio dela se consegue também matéria-prima para construção de
objetos, medicamentos, ferramentas, fibras, combustível, e é fonte de emprego.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Entender: Entender a importância da agricultura para o


desenvolvimento sócio-económico
 Aplicar: aplicar de forma correcta a terminologia comumente utilizada
Objectivos na agricultura
específicos
 Conhecer: Conhecer as áreas de conhecimento na agricultura

1.2 IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA

A Agricultura é uma actividade de grande importância na geração de renda e no


desenvolvimento social. As atividades agrícolas destinam-se à produção de alimentos e à
obtenção de matéria-prima para a indústria.

Em Moçambique a agricultura tem um papel importante na economia, contribuindo


significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) e é o garante de emprego para grande
parte da população economicamente activa. http://www.agrotec.pt/noticias/. Adicionalmente, a
isto, grande parte da produção de alimentos provém de pequenas e médias propriedades, o que
significa que a agricultura tem um papel importante na garantia da segurança alimentar tanto a
nível comunitário, assim como a nível nacional.

ÁREAS DE CONHECIMENTO NA AGRICULTURA


No estudo da agricultura podem ser identificadas a seguintes áreas de conhecimento:
i) Agronomia: A agronomia é a ciência que analisa as propriedades químicas e físicas
dos solos e as características das plantas para melhorar as técnicas usadas na produção. É
necessário realizar estudos específicos, já que a agronomia lida com produção de culturas
diferentes, incluindo culturas alimentares, pastos e forragens, e culturas industriais como as
produtoras de fibras, oleaginosas, cana, etc. O objectivo final destes estudos é de introduzir
técnicas de cultivo que permitam obter maior produção e produtividade e identificar as
melhores formas de combater pragas e doenças.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

ii) Horticultura: Área específica da agronomia, lida com a produção de frutos, vegetais,
flores, plantas ornamentais, temperos, condimentos e bebidas. Os sistemas de produção de
hortícolas abrangem práticas agrícolas de tecnologias simples, até as mais complexas
tecnologias como é o caso de uso de estufas e o cultivo hidropónico (Boonic, 2011).

Figura 4: Produção de repolho na Localidade de Sábie, Distrito da Moamba

iii) Engenharia Florestal: lida com a produção em larga escala de árvores perenes, para o
fornecimento de madeira, borracha, etc, e de matéria-prima para a indústria. Inclui a
produção do mel, e outros produtos florestais, gestão e protecção de ecossistemas
terrestres, ecologia entre outros

A B
Figura 5: (A) Floresta nativa no Distrito de Morumbala e (B) produção de mel na floresta
em Machipanda

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

iv) Mecanização agrícola: Lida com a maquinaria empregue na produção agrícola, maquinaria
para a preparação dos solos, colheita e pós colheita, tecnologias de processamento
incluindo engenharia de conservação do solo, tecnologias de rega, e bio-energia.

A B
Figura 6: (A) Sistema de rega e (B) maquinaria de preparação do solo numa
exploração comercial

v) Economia agrária: lida com a questão de como é que os produtores, comerciantes e


consumidores e a sociedade em geral, fazem a escolha entre diferentes alternativas de uso
de recursos escassos no processo de produção, comercialização e consumo de bens
agrícolas

TERMINOLOGIA COMUMENTE USADAS NA AGRICULTURA


Lavoura: Processo de preparar o solo para a produção de culturas. Esta pode ser feira
manualmente ou com o uso de tracção animal ou maquinária.
Gradagem: Processo de preparação do solo posterior à lavoura. Tem como finalidade,
eliminar os torrões que podem ter sobrado durante o processo da lavoura.
Sementeira: Colocação da semente no solo para o crescimento futuro.
Plantio: Colocação de sementes no solo, ou colocação de plântulas no solo para futuro
crescimento.
Ressementeira: Semear de novo, quando existem falhas na germinação.
Transplante: Transferência de plântulas geralmente de viveiros para campo definitivo.
Retancha: Preenchimento de falhas de germinação usando novas sementes ou plântulas.
Densidade de plantação: Número de plantas por unidade de área, geralmente hectare.
Ciclo da cultura: Período que vai desde a sementeira até a maturação para a colheita da
planta.
Horticultura: Cultivo de hortícolas.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Hidroponia: Técnica de cultivar plantas usando água com nutrientes dissolvidos como extrato.
Agricultura de subsistência: Tipo de agricultura de pequena escala, que providencia as
necessidades básicas aos produtores que geralmente não conseguem ter excedentes .
Fertilizar: Providenciar nutrientes para as plantas.

Sumário: A importância da agricultura não reside só no facto de providenciar alimentos para a


humanidade, e matéria-prima para a indústria. Ela também contribui para o produto interno
dos países, e para a geração de mão-de-obra.

Nesta Unidade temática 1.2 estudamos e discutimos fundamentalmente a importância da


agricultura e como ela afecta a economia e a vida das pessoas. Estudamos também as várias sub-
divisões da agricultura e a respectiva terminologia que se usa em cada uma dessas áreas.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que é densidade de plantação?


2. O que é horticultura?
3. Qual é a importância da agricultura no desenvolvimento sócio-económico de um país?
4. Que aspectos fundamentais se devem considerar sobre a produção de culturas numa
determinada área?

UNIDADE TEMÁTICA 1.3. TIPOS DE AGRICULTURA

Introdução

Muitas vezes consideramos os agricultores como sendo iguais. Contudo, isso não corresponde a
verdade e é a razão para que muitos projectos agrários não vinguem. É muito importante
caracterizar devidamente os agricultores. Para uma boa caracterização usam-se vários
indicadores, tais como, nível de escolarização, experiência, tamanho da área, culturas a produzir,
idade, sexo, outras actividades praticadas, etc.
Estes indicadores permitem agrupar os agricultores de acordo com características similares
(cluster), criando escalas de agricultores. Os agricultores de escalão mais baixo, geralmente são
mais resistentes à mudanças, enquanto que aqueles no escalão mais elevados, são mais
propensos e aptos à mudanças. Por exemplo, agricultores experientes e alfabetizados, podem
representar um grupo mais aberto a adoptar novas técnicas e/ou tecnologias de produção.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Tipificar: os diferentes segmentos da agricultura


 Conhecer: as particularidades e características de cada um dos
segmentos da agricultura
Objectivos
específicos

1.3 TIPOS DE AGRICULTURA


Caracterizam a forma como os agricultores organizam o processo produtivo, que vai desde a
preparação do solo, adubação, plantio até a colheita, em resposta aos factores físicos, biológicos e
socio-económicos para os quais a unidade produtica está sujeita. As actividades agráias podem ser
classificadas de três maneira diferentes, a saber:

a) Quanto a finalidade
b) Quanto a tecnologia
c) Quanto a mão-de obra

Quanto a finalidade, interessa saber qual é o destino da produção. Aqui a agricultura pode ser
classificada como sendo de subsistência ou familiar quando o objectivo final da produção é o
consumo familiar. Porém, quando o destino da produção é o comércio, designa-se de agricultura
comercial.
 Agricultura de subsistência
Tipo de agricultura caracterizado por ter baixo nível de produção e produtividade, onde a
totalidade da produção é canalizada para a sobrevivência do agricultor e sua família. A agricultura
de subsistência usa essencialmente mão-de-obra familiar, sementes de baixa qualidade e a rega
depende principalmente das chuvas.

 Agricultura familiar
O conceito de agricultura familiar varia de autor para autor, contudo este tipo de agricultura é
muito praticado no sector familiar. Neste tipo de agricultura, a maior parte da produção é para o
consumo da própria família e essas famílias geralmente usam mão-de-obra familiar no processo
produtivo com contratação exporádica de mão-de-obra sazonal para períodos de pico. O nível de
uso de fertilizantes, mecanização e sementes melhoradas é muito baixo em algumas explorações,
e o nível de investimento em maquinária e sistemas de irrigação é quase nulo.
Moçambique tem cerca de 3,8 milhões de pequenas famílias de agricultores, que cultivam em
média 1,4 ha por família. Atenção especial deve ser dada ao facto de que agricultura familiar pode
não representar uma pequena exploração, um pequeno agricultor ou agricultura de subsistência.
Muitos destes conceitos sub-entendem que o agricultor vive em uma situação difícil, o que pode
não corresponder à realidade em alguns locais.
 A agricultura familiar comercial
É definida como a prática de uma agricultura familiar com forte e regular interacção com o

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

mercado, e com um uso mais frequente e regular de mão-de-obra remunerada, fertilizantes,


mecanização e sementes melhoradas.
Quanto à tecnologia, a agricultura pode ser classifcada como sendo tradicional, quando são
empregues poucos recursos técnicos exigindo por isso muita mão-de obra, resultando em baixas
produtividades. Por outro lado, quando se empregam altos recuros tecnológicos (tractores,
auto-combinadas, pesticidas sintéticos, sistemas de irrigação, etc.), esta designa-se por
comercial, pois a produção visa o mercado e geralmente há grande produtividade do sistema. A
mesma também é conhecida como sendo agricultura convencional.
 Agricultura comercial (empresarial)
Produção que visa o lucro. Este modelo de agricultura, é praticado em grandes extensões de
terra e sua produção é voltada para o abastecimento do mercado. Para alcançar altos níveis de
produção e produtividade, a agricultura comercial faz uso intensivo de mecanização, sementes
melhoradas, sistemas de rega e fertilizantes, e tem fortes ligações ao mercado de factores e de
produtos.
Agricultura sustentável: Nos tempos mais contemporâneos surgiu uma nova abordagem,
visando maior sustentabilidade dos sistemas agrários. A este novo modelo de produção designa -
se de agricultura sustentável, cuja base científica está na agroecológia. Aqui agrupam-se todos os
modelos alternativos a agricultura convencional, nomeadamente agricultura orgânica, biológica,
natural, permacultura, entre outras. Estas previlegiam o uso de técnicas milenares, tais como a
adubação verde, compostagem, pesticidas biológicos a base de extratos vegetais, rotação e
consociação de culturas, curvas de nível, teraceamento, faixas de vegetação tampão, etc... Assim
podemos ter:
 Agricultura orgánica ou Biologica
A agricultura orgânica ou biológica é um ramo da agricultura sustentável que visa à redução dos
impactos ambientais negativos (poluição das águas subterrâneas e superficiais, esgotamento dos
solos, desemprego dos trabalhadores rurais, etc.) causados pela utilização fertilizantes sintéticos,
agrotóxicos, e da intensa mecanização das atividades. A agricultura orgânica produz alimentos
com alto valor nutritivo, e mais saudáveis.
No processo produtivo, da agricultura orgânica faz bastante uso de estercos animais, rotação de
culturas, consociação de culturas; adubação verde, controle biológico de pragas e doenças, entre
outras práticas não nocivas ao meio ambiente e a saúde humana.
 Agro-ecologia
A agroecologia está relacionada com a agricultura orgânica, e visa essencialmente produzir
alimentos de forma ecologicamente sustentável, preservando os ecossistemas.

Sumário:

Os tipos de agricultura, caracterizam os arranjos dos agricultores desde a sua maneira de cultivar
(preparação, adubação, plantio), colher e vender os produtos da machamba, em resposta à
factores físicos, biológicos, socio-económicos e recursos disponíveis na unidade produtiva.
Existem duas grandes categorias de sistemas agricolas, e estes são caracterizados em função do

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

tamanho da unidade produtiva e da produtividade alcançada.

Na agricultura intensiva: Agricultura praticada em grandes explorações, e para obter alta


produção associada a alta produtividade. Faz bastante uso de tecnologias de produção e
maquinaria agrícola, o que resulta em altos níveis de investimentos aplicados na unidade
produtiva. Utiliza mão-de-obra qualificada, e sementes certificadas, e para a recuperação dos
solos é praticada a rotação de culturas e a aplicação de métodos correctivos. Nestes sistemas
agricolas, faz-se uso intensivo de fertilizantes e insumos para o aumento da produção. O
aumento da produção e produtividade consegue-se sem se recorrer ao aumento da área de
cultivo.

Na agricultura extensiva: Neste sistema de cultivo, a produtividade é normalmete baixa, e o


aumento da produção normalmente se consegue abrindo novas áreas de produção. Esse tipo de
sistema agrícola é muito praticado pelo sector familiar, e o nível de investimento em tecnologia
avançada de produção inclundo maquinaria, sementes certificadas e uso de fertilizantes é muito
baixo. Neste sistema agrícola, a principal estratégia de fertilização do solo consiste
maioritariamente na recuperação da fertilidade de forma natural aplicando o pousio.

Na agricultura sustentável, o uso de fertilizantes e agroquimícos é reduzido ao máximo possível,


e visa reduzir o impacto negativo que as práticas agricolas convencionais provocam ao ambiente.
Geralmente o resultado desta produção serve para abastecer o nicho de mercado que prefere
produtos naturais.

Nesta Unidade temática 1.3 estudamos e discutimos fundamentalmente os tipos de agricultura,


e os factores associados a escolha de um determinado tipo de agricultura

Exercícios para Auto-Avaliação

1. Diferencia agricultura extensiva da agricultura intensiva?


2. Explica a importância da agricultura sustentável no contexto das mudanças climáticas?
3. Discuta as estratégias que podem ser implementadas para a conservação dos solos?

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TEMA – II: ZONAS AGRO-ECOLÓGICAS E DISTRIBUIÇÃO DAS CULTURAS AGRICOLAS EM


MOÇAMBIQUE.
UNIDADE Temática 2.1. Influência do clima na definição do
zoneamento,
UNIDADE Temática 2.2. Classificação climática de Moçambique.
UNIDADE Temática 2.3. Zoneamento agro-ecológico em Moçambique

UNIDADE TEMÁTICA 2.1. INFLUÊNCIA DO CLIMA NA DEFINIÇÃO DO ZONEAMENTO

Introdução:

O clima desempenha um papel importante na actividade agrária. As variações climáticas afectam


de forma directa em qualquer actividade produtiva. É por essa razão, que a informação climática
é de extrema importância na definição das regiões agro-ecológicas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

Conhecer as diferentes condições de produção nas diferentes regiões


do país para a melhor tomada de decisão quanto a cultura a produzir
sobretudo em condições dequeiro.

Objectivos
específicos

2.1 INFLUÊNCIA DO CLIMA NA DEFINIÇÃO DO ZONEAMENTO


Zonas agroecológicas indicam áreas geográficas que possuem condições climáticas semelhantes e
que determinam por via disso a sua capacidade de apoiar a agricultura de sequeiro. As regiões
agroecológicas são influenciados por factores climáticos tais como a latitude, altitude assim como
pela temperatura, distribuição, sazonalidade e quantidade de chuvas durante a época de
crescimento.
O clima é o componente do meio que mais influência possui s obre a distribuição do uso da terra.
Os diferentes usos da terra, são primariamente dependentes das condições climáticas e,
secundariamente à outros recursos como é o caso dos solos.
Às condições do clima são de extrema importância para a adaptação dos sis temas agrários.
Qualquer desfazamento em relação ao clima, pelos principais sectores de produção, poderá
resultar em perdas significativas de produção e produtividade. Assim sendo, a adaptabilidade dos
sistemas de produção quer simples, integrados ou de múltiplo uso, é condicionada à aptidão agro-
climática ou agro-ecológica.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Sumário:

Os factores climáticos juntamente com o solo e relevo têm enorme influência na produção
agrícola e animal. Contudo, o clima é o factor decisivo pela sua grande influência sazonal
sobretudo quanto da temperatura, precipitação e radiação solar.

Nesta Unidade temática 2.1 estudamos e discutimos fundamentalmente o porquê do clima ser o
factor mais importante no zoneamento agroecológico

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Como é que define o zoneamento agro-ecológico?


2. De que forma o zoneamento agro-ecológico pode ajudar na redução do risco na agricultura?

UNIDADE TEMÁTICA 2.2. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE MOÇAMBIQUE

Introdução

O conhecimento da classificação climática desempenha um papel importantíssimo para a


planifcação e tomadas de decisões na prática agrícola. O objectivo da classificação climática é
saber quais são os limites máximos e mínimos dos elementos climáticos (temperatura,
precipitação, radição solar e outros) numa dada região. As culturas são totalmente dependentes
dessas variações climáticas, pois estas influenciam directamente sobre o crescimento e
desenvolvimento das culturas
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Diferenciar tipos de clima que ocorrem em Moçambique sobretudo,


distinguir a influência dos diferentes elementos de clima sobre a
produção agrícola
Objectivos
específicos

2.2 CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE MOÇAMBIQUE


Existem vários métodos de classificação agro-climática tais como, classificação climática de
Koeppen, Indice de humidade Modificado de Thornthwaite, Strahler, entre outros. Segundo
Reddy (1973). As zonas climáticas em Moçambique, são subdivididas em quatro principais zonas
a saber:
1. Zona árida, que corresponde às áreas de baixa precipitação (menos de 500 mm) e um
coeficiente alto de variação da precipitação;

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

2. Zona semi-árida, subdividida em semi-árida seca, com precipitações moderadas (500-800


mm) e semi-árida húmida (800-1000 mm);
3. Zona sub-húmida com elevadas precipitações variando entre 1000 à 1400 mm, sobretudo
localizadas ao longo da faixa costeira e zonas de altitude;
4. Zona húmida, de precipitação muito elevada mais de 1400 mm/ano, correspondendo às
zonas elevadas da Alta Zambézia e pequenas áreas à volta de Espungabera, na Província de
Manica.
No entanto, convém conhecer como cada um dos principias elementos do clima age sobre as
culturas (Radiação solar, temperatura, luz, precipitação e vento).
2.2.1. Radiação Solar
A radiação solar é a energia emitida pelo sol e que se propaga sob forma de ondas
electromagnéticas sobre a terra. Esta é considerada um factor importante para o crescimento e
desenvolvimento das plantas, pois é extremamente importante para a realização da fotossíntese
pelas plantas. Nas condições favoráveis de clima e solo, a máxima produtividade de uma cultura
passa a depender principalmente da taxa de incidência da luz solar.
A fotossíntese é responsável pela produção de energia para o crescimento e desenvolvimento
dos vegetais.
 Fotossíntese – é o processo biológico que consiste na síntese de carbohidratos a
partir do dióxido de carbonio atmosférico, água e energia solar, com produção de
oxigênio. A radiação solar é, portanto, essencial para o crescimento das plantas e
desenvolvimento das culturas.
O excesso de radiação solar faz com que a planta utilize um volume maior de água para regular
sua temperatura. Caso tenha pouca disponibilidade de água, ocorre à desidratação e murcha da
planta.

2.2.2. Acção da tempeartura


O calor constitui o elemento mais importante do clima pois regula o ritmo do desenvolvimento
das plantas e limita a sua área cultural. O mais importante para a planta não é necessariamente
a temperatura mas sim a quantidade de calor recebida isto é, a quantidade de energia irradiada
pelo sol e utilizada para a síntese orgânica.

2.2.3. Acção da luz


As plantas em condições naturais recebem luz do sol como fonte de energia para a
fotossíntese. O termo fotossíntese refere-se à reação entre o dióxido de carbono e a água na
presença de luz para produzir carbohidratos e oxigénio. A quantidade, qualidade e duração da
luz dependem da estação do ano, hora do dia, localização geográfica e do clima.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

2.2.4. Acção da precipitação


A chuva resulta de um contacto de uma nuvem saturada de vapor de água com uma camada de
ar fria. Para que chova, é necessário que o vapor atinga o ponto de saturação, a água se
condense, passando do estado gasoso à líquido.
A precipitação pode ser na forma de chuva, granizo, geada e orvalho, sendo todas essas formas
importantes para a agricultura.

2.2.5. Acção do vento


O vento é o ar em movimento e origina-se do deslocamento das massas de ar. Este deve-se a
diferenças de pressão atmosférica entre dois pontos da superfície terrestre. O vento influencia
a produção agrícola de duas maneiras, mecanicamnete pois o vento forte destroi os brotos,
flores e frutos e, fisiologicamente pelo aumento da transpiração, especialmente a transpiração
cuticular e a turbulência em torno da planta.
2.2.6. Aspectos fundamentais a reter:
o Amplitude diária - diferença entre a tempearatura máxima e mínima;
o Zero de vegetação: temperatura abaixo da qual o crescimento vegetativo cessa.
o Necessidades totais de calor: Volume total de calor necessário para uma cultura
completar o seu ciclo de desenvolvimento.
o Insolação: é o número de horas de sol por dia e depende do grau de latitude.
o Fotoperiodismo: É o número de horas de luz por dia, incluindo a aurora (antes do
nascer do sol) e o crepúsculo (depois do pôr-do-sol).

Sumário

As diferentes condições climáticas prevalecentes em Moçambique e a acção dos elementos


climáticos, tem efeitos diferenciados sobre as culturas.

Nesta Unidade temática 2.2 estudamos e discutimos e ficamos a conhecer as principais divisões
climáticas predominantes em Moçambique e a influência dos principais elementos climáticos
sobre o crescimento e desenvolvimento das culturas.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Quais são as principais divisões climáticas de Moçambique?


2. Como é que explica a acção do vento na agricultura?
3. O que é fotoperiodismo?
4. Diga porquê a radiação solar desempenha um papel importante na agricultura?
5. Explique porquê o zoneamento é um instrumento importante para a planificação agrícola?

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UNIDADE TEMÁTICA 2.3. ZONEAMENTO AGRO-ECOLÓGICO EM MOÇAMBIQUE

Introdução

O zoneamento agroecológico é uma ferramenta importante para a planificação agrária de


qualquer país, uma vez que, os recursos climáticos já estão previamente identificados e
mapeados. Desse modo, políticas sectoriais podem ser elaboradas e/ou desenhadas em função
das diferentes regiões, assim como, os planificadores locais podem tomar decisões sobre que
culturas produzir e que rendimentos esperar sobretudo em condições de sequeiro.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Distinguir as diferentes zonas agroecológicas de Moçambique e suas


potencialidades agrícolas. Este conhecimento poderá ser útil para a
planificação agrícola e para a tomada de decisões sobre o que e onde
Objectivos produzir.
específicos

2.3 ZONEAMENTO AGRO-ECOLÓGICO EM MOÇAMBIQUE


O Zoneamento agro-ecológico pode ser definido como sendo o conjunto de regiões com
características naturais específicas, homogéneas entre si, em termos de clima, relevo e solos, que
os torna específicos para o desenvolvimento de certas actividades agro-pecuárias, cuja exploração
em outros locais seria bastante difícil e oneroso. O zoneamento agro-ecológico visa o uso eficiente
das áreas produtivas e não necessariamente um ordenamento de aptidão agrícola das terras.
O Zoneamento Agro-ecológico tem como objetivos:
o Servir de instrumento para uso em políticas agrárias visando orientar os sistemas produtivos;
o Favorecer o uso eficiente das áreas produtivas;
o Estabelecer parques e reservas ecológicas;
o Oferecer critérios para programas de recuperação de areas degradadas.
o Avaliar o risco de perdas com base no histórico dos eventos climáticos adversos.

Moçambique possui 10 regiões agro-ecológicas, simbolizadas por R de região.


Região agro-ecológica 1 (R1)
Cobre essencialmente o interior da província de Maputo e sul do interior de Gaza. A maior parte
da zona situa-se a menos de 200 m de altitude exceptuando o distrito de Namaacha com 500 m de
altitude. A época chuvosa ocorre de Novembro à Março porém irregulares quanto ao começo,
duração e quantidade de precipitação.
Região agro-ecológica 2 (R2)
Extende-se desde o sul da província de Maputo até ao norte da província de Inhambane. A época

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chuvosa começa em Outubro e vai até Abril.

Região agro-ecológica 3 (R3)


Região situada no interior de Gaza e Inhambane. Écaracterizada por ser pouco povoada e árida. As
precipitações médias anuais variam de 400 a 600 mm no período de Novembro à Fevereiro. AS
culturas de mapira e mexoeira são as mais importantes devido a sua capacidade de tolerância a
seca. As famílias dedicam-se igualmente criação de animais de pequeno e grande porte.
Região agro-ecológica 4 (R4)
Esta região situa-se nas províncias de Sofala e Manica nas zonas de altitudes entre 200 à 1000
metros acima do nível médio das águas do mar. As precipitações médias anuais variam de 1000 a
1200 mm no período de Novembro à Março. As culturas predominantes são o milho, mapira,
mandioca e feijão nhemba. Nas regiões mais baixas pratica-se o arroz e a batata-doce.
Região agro-ecológica 5 (R5)
Localizada entre o sul de Sofala até Pebane na província da Zambézia, esta região abarca a faixa de
terra na costa. A precipitação média anual é moderada à alta variando de 1000 -1400mm/ano,
sendo o período de chuvoso aquele com maior volume de precipitação. Nos solos pesados
predominam o cultivo de arroz. Quando o solo possui boa drenagem as culturas mais praticadas
são o milho, mapira, mexoeira, mandioca e feijões normalmente em consociação.
Região agro-ecológica 6 (R6)
Esta Região ocupa uma vasta área desde o distrito de Mopeia até a fronteira com a Zâmbia. A
maior parte da região possui baixas altitudes menores de 200 m. A precipitação média anual varia
de 500 à 800 mm, concentrada entre os meses de Novembro e Março. O milho representa cerca
de 10-20 % da superfície cultivada. Em pequenas faixas das margens cultiva -se o arroz, batata-
doce e hortícolas essencialmente para a subsistência. A criação de caprinos, suinos e galináceos é
de importante vital na Região.
Região agro-ecológica 7 (R7)
Representa a maior região agro-ecológica de Moçambique e inclui terras com altitude média entre
200 e 1000 metros do interior da Zambézia, Nampula, sul de Cabo Delgado e Niassa. A
precipitação média anual e evapotranspiração potencial variam entre 100 e 1400 mm. As culturas
mais importantes são o milho, a mandioca, o algodão, o amendoim, a mapira, o cajueiro, a
bananeira e feijões. O milho e a mandioca são culturas principais, aparecendo geralmente
consociadas com feijões. O arroz e batata-doce são produzidas nas zonas baixas.
Região agro-ecológica 8 (R8)
Esta região se extende de Pebane na Zambézia até Quionga em Cabo Delgado. A precipitação
média anual varia de 800 à 1200 mm e a evapotranspiração varia entre 1400mm e 1600 mm. As
culturas dominantes são a mexoeira e a mandioca. A mandioca encontra consociada com
amendoim e feijões na maior parte dos casos. Nas zonas baixas o arroz e a castanha de cajú são
cultivadas para auto-consumo.
Região agro-ecológica 9 (R9)
Circunscrita ao planalto de Mueda, Macomia e as áreas circundantes com mais de 200m de
altitude, esta é a menor região agro-ecológica de Moçambique. As precipitações variam de 1000-

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1200 mm e estão concentradas nos meses de Dezembro à Março.


Região agro-ecológica 10 (R10)
Esta região abarca as regiões planálticas de Lichinga, Angónia, Marávia, alta Zambézia, Serra Choa,
Manica e Espungabera com altitudes acima de 1000 m. A precipitação média anual é muito
elevada e excede os 1200 mm/época. Possui solos ferrasolos com textura pesada.

Figura 7: Mapa de regiões agro-ecológicas de Moçambique


Fonte: IIAM (1998)

Sumário:

Existem diferentes regiões agroecológicas de Moçambique, com características bem


diferenciadas. Ficou claro que as regiões agroecológicas em Moçambique não coincidem
necessariamente com a divisão administrativa dopaís.

Nesta Unidade temática 2.3 estudamos e discutimos fundamentalmente as direntes zonas


agroecológicas de Moçambique, suas principais características e potencialidades.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual é a maior região agro-ecológica de Moçamque e quais são as suas características?


2. Que regiões do país enfrentam maiores riscos de produção agrícola em sequeiro?
3. Que regiões possuem bom potencial climático para a prática de agricultura de sequeiro no
país?

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Como é que explica a acção do vento na agricultura?


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2. O que é fotoperiodismo?
3. Diga porquê a radiação solar desempenha um papel importante na agricultura.
4. Explique porquê o zoneamento é um instrumento importante para a planificação agrícola .
5. Qual é a maior região agro-ecológica de Moçamque e quais são as suas características?
6. Que regiões do país enfrentam maiores riscos de produção agrícola em sequeiro?
7. Que regiões possuem bom potencial climático para a prática de agricultura de sequeiro no
país?

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

TEMA – III: PREPARAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO SOLO.

UNIDADE Temática 3.1. Preparação de solos,


UNIDADE Temática 3.2. Conservação de solos.

UNIDADE TEMÁTICA 3.1. PREPARAÇÃO DE SOLOS

Introdução

A preparação dos solos pode ser definida como a manipulação física do solo, com a finalidade de
se obter uma boa cama para a sementeira. A preparação do solo pode ser classificada em inicial
ou periódica, sendo que a primeira consiste essencialmente no desbravamento de novas terras
enquanto que, a preparação periódica do solo é aquela que é feita ciclicamente visando adequá -
lo para a sementeira.

Inicialmente a preparação do solo era feita por instrumentos rudimentares tais como, pedras,
troncos e ossos. Estes instrumentos eram utilizados para eliminar as plantas infestantes no
campo e, para fazer sulcos superficiais para a sementeira. Com a evolução da técnica, foi
adoptada a tracção animal para puxar arrados de madeira e mais tarde o arado de aiveca de
tração animal, o que permitiu aumentar a eficiência do trabalho e consequentemente, o
aumento das áreas de trabalho. Desde então, a preparação do solo evoluiu com o uso de
implementos cada vez mais robustos a maior parte destes tracionados por tractores mais
pesados e potentes.
A preparação períodica dos solos visa:
a. Fazer a incorporação da vegetação e aumentar a quantidade da matéria orgânica
no solo.
b. Eliminar as plantas infestantes a fim de reduzir a conpetição inter-específica entre
espécies;
c. Criar condições favoráveis para a sementeira através da preparação duma boa cama
para a semente e, garantir deste modo uma boa germinação, emergência e
desenvolvimento das plântulas;
d. Garantir uma boa infiltração da água para a zona radicular do solo;
e. Destruir as camadas compactas do solo e permitir um bom desenvolvimento das
raizes;
Para garantir uma boa eficiência da preparação do solo é necessário reduzir ao máximo o
número de operações possíveis. Dessa forma reduz-se o tempo e o consumo de combustível e
melhora a conservação dos solos.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Compreender como se faz a preparação dos solos e os equipamentos


envolvidos em cada etapa de preparação dos solos.

Objectivos
específicos

3.1 PREPARAÇÃO DE SOLOS


A preparação do solo depende das características o solo e da cultura que se pretende produzir. A
preparação do solo normalmente envolve a lavoura, gradagem e nivelamento do campo para
torná-lo adequado para o estabelecimento da cultura. A preparação do solo liberta nutrientes
para o solo, destruindo e/ou reduzindo as infestantes e ninhos de formigas, também melhora o
contacto do solo e da planta e reduz a incidência de pragas, infestantes e doenças.

3.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA A PREPARAÇÃO DO SOLO


Para a preparação do solo, a lavoura é a principal actividade. Conforme dito anteriormente, está
actividade provoca a aeração do solo através da invers ão das camadas do solo, permitindo maior
circulação no solo e decomposição das infestantes enterradas. Normalmente a lavoura se
realizada em uma profundidade de 20 a 30cm. Com a lavoura, o solo fica profundo e com uma
excelente textura, ideal para o desenvolvimento da planta, facilitando a troca gasosa do solo com
a atmosfera.

A atividade de preparação do solo pode ser realizada de forma manual com enxadas e machados;
semi-mecanizada ou mecanizada com roçadeiras, entre outros. No preparo mecanizado do solo, a
limpeza da área é feita por máquinas e equipamentos especializados. A escolha dos equipamentos
de preparação do solo deve ser feita em função dos recursos disponíveis na unidade produtiva, e
com os diferentes condicionalismos que o solo apresenta, contudo os principais implementos
comumente utilizados são os seguintes:
i) Arado Fixo de aivecas (Corta e Inverte a leiva);
ii) Arado Reversível de Aivecas (Corta e Inverte a leiva);
iii) Arado Fixo de Discos (Corta e Inverte a leiva);
iv) Arado Reversível de Discos (Corta e Inverte a leiva);
v) Enxada Rotativa (inverte a leiva);
vi) Grade Aradora (corta, fragmenta e mistura);
vii) Grade Destorroadora ou em “X” (corta, fragmenta e mistura);
viii) Grade Niveladora ou em “V”
ix) Escarificador, subsolador (corta e segrega);

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Na pré-preparação do solo, a subsolagem visa romper as


camadas compactas do solo e proporcionar o melhor
desenvolvimento do sistema radicular da planta. Esse
rompimento provoca o aumento da aeração do solo, e a
drenagem interna, diminuindo o escoamento superficial e
as possibilidades de encharcamento do solo. A subsolagem
constitui também uma estratégia de preparação para a
lavoura, e consiste no ropemento da camada arável até
aos 25 – 30cm de profundidade, por meio de escarificador, Fig 8: Subsolador/escarificador
Fonte: https://jrfirby.co.uk/images/products
deixando o terreno semi preparado para receber a lavoura

O arado de aivecas: É muito eficiente no revolvimento da


leiva e no controlo de infestantes, o que constitui uma
vantagem comparativamente a outros equipamentos. As
vantagens deste equipamento sobre os outros é a sua facil
utilização, e exigir menor esforço de tracção. A
desvantagem é de não ser adequado para o preparo de
solos pedregosos, muito arenosos, pesados e recém
Fig 9: Arado de aivecas
desmatados.
Fonte: https://www.istockphoto.com

O Arado de discos: Facil de usar e adaptado à diferentes


tipos de solo. Tem a desvantagem de não realizar o
tombamento de leiva e a incorporação dos restos de
cultura de forma tão eficiente como o arado de aivecas.
Este equipamento, requer peso adicional para aumentar a
profundidade de penetração no solo.
Fig 10: Arado de discos
Fonte: https://www.istockphoto.com

A Enxada rotativa: É um equipamento destinado a realizar


simultaneamente, a aração e a gradagem. È bastante útil
quando utilizado para incorporar superficialmente no solo,
os restos de cultura, ervas daninhas, controlar de ervas
daninhas, entre outros. A enxada rotativa também é
utilizada para fazer acabamento e melhorar a qualidade da
lavoura que tenha sido feita pelo arado de aivecas. Fig 11: Enxada rotativa
Fonte: https://www.istockphoto.com

A Grade aradora: Realiza a lavoura e a gradagem ao mesmo


tempo. Normalmente trabalha o solo a pouca profundidade,
e esta profundidade é regulada em função do peso do
implemento, do daiâmetro dos discos e do ângulo de
tracção. É um equipamento adequado para a incorporação
de restos de cultura após a colheita, incorporação de
infestantes antes da lavoura, e preparo de solos recém
desmatados Fig 12: Grade de discos
recortados
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A grade destorroadora é disposta em forma de X, é geralmente utilizada logo após a lavoura, e


tem como objectivo a destruição de torrões e o nivelamento do solo. e a grade niveladora é
disposta em forma de V, e recomenda-se que seja usada antes da sulcagem e do plantio

O nivelamento dos campos facilita o trabalho de


preparação dos sulcos, e permite drenar as águas dos
terrenos para evitar a salinização dos mesmos. Se o
sistema de rega implantado no terreno for por gravidade, a
distância entre sulcos irá depender da distância entre
plantas. Sulcos devem estar orientados no sentido norte-
sul, e é aconselhável cruzar o sentido da sulcagem com
aquele da última gradagem de modo a obter sulcos bem-
feitos
Fig 13: Sulcador
Fonte: https://pt.dreamstime.com
3.1.2 TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO DO SOLO
Lavoura convencional
Este é o sistema muito utilizado em grandes explorações. Esta modalidade de preparação do solo
se caracteriza pelo revolvimento do solo de toda ou grande parte da área, expondo a parte
interior do solo ao aumento excessivo de temperatura: com esta técnica, o processo de lixiviação
do solo é mais intenso, há maior perda de água por evaporação, e redução da quantidade de
matéria orgânica.

Fig 14: Campo lavrado com lavoura convencional


Fonte: https://thumbs.dreamstime.com

Lavoura reduzida/mínima)
A técnica de lavoura reduzida/mínima surgiu como resultado da degradação dos solos causada
pela lavoura convencional, e da necessidade de redução dos custos enerentes a preparação dos
solos. A lavoura mínima tem como objectivo perturbar o solo o mínimo possível, mantendo as
características físicas e químicas do solo quase inalteradas. Esta técnica tem a vantagem de
manter a fertilidade dos solos de forma natural, reduz a possibilidade de desenvolvi mento de
infestantes, reduz o processo de lixiviação de nutrientes e reduzir os custos de preparação do
terreno. Cuidado especial deve ser dados para evitar a passagem dos implementos pelo mesmo
local repedidas vezes, para não degradar o solo de forma localizada.

29
UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Relativamente a este tipo de preparação do solo e


comparando a lavoura convencional, esta técnica pode ser
realizada somente na linha que vai receber a
sementeAlguns tipos especializados de equipamentos para
a lavoura mínima, permitem que ao mesmo tempo que se
faz a preparação das linhas, semeadores mecanicos lancam
a semente que depois é coberta com solo usando meios
mecanicos especiais. Os sistemas de preparação do solo
que usam esta técnica baseiam-se na utilização de
escarificadores. Os escarificadores podem trabalhar a Fig 15: Escarificador
Fonte: https://www.istockphoto.com
profundidades muito variáveis, desde escarificações
superficiais até subsolagens.

Sem lavoura (“sementeira directa”):


Este tipo de preparação do solo implica que não haja
perturbação do solo, sendo que a colocação da semente
feita directamente no solo. Todo o trabalho é realizado por
um semeador especializado (semeador de sementeira
directa), ou manualmente nos sistemas agrícolas de
subsistência.
Fig.16: Sementeira directa num
sistema consociado

3.1.3 PASSOS PARA A PREPARAÇÃO DO SOLO

i)Subsolagem

O uso constante da terra e a mecanização mais intensiva, gera a formação duma camada de solo
"dura" ou compactada, menos permeável que a camada superior. Esta camada é formada por uma
concentração de argila que é compactada pela constante passagem de implementos, sobretudo o
lavoura a mesma profundidade.
Essa camada deve ser quebrada e para tal, vários métodos podem ser utilizados dependendo da
profundidade da camada compactada. Pode-se fazer lavouras profundas e plantio de plantas que
possuem sistema radicular bem desenvolvido e robusto. No entanto, o processo mais indicado e mais
comum é a utilização de subsoladores tracionados por tractores.
Para obtenção de um resultado mais eficiente, dependendo da intensidade da compactação, pode-se
associar a subsolagem com a utilização posterior de um adubo verde que, além de complementar a
descompactação, enriquece o solo com matéria orgânica, a qual apresenta diversas melhori as físicas
e químicas no solo.

ii) Lavoura
A lavoura consiste no revolvimento do solo pela inversão das camadas do solo denominada “leiva”.
Nessa inversão, a vegetação superficial é incorporada no solo, e os materiais de baixo são trazidos
para cima. Esse processo, activa e
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acelera as actividades biológicas, pela oxidação, incorporação, aprofundamento e mistura da matéria


orgânica. Ajuda igualmente a quebrar as camadas endurecidas e impermeabilizadas do solo,
proporcionando um maior e melhor arejamento do solo, aumentando a concentração de calor e
água no solo.
A lavoura deve ser feita com uma quantidade ideal de humidade considerado como o ponto de
friabilidade. Esta operação pode ser feita por tração animal ou mecânica.
Na tração animal os arados mais utilizados são de aiveca, fixos ou reversíveis, enquanto que na
mecanizada utiliza-se os arados de aiveca e/ou de discos, fixos ou reversíveis.

Os arados de discos podem ser de arrasto, semi-acoplados ou totalmente acoplados. Os de arrasto


são mais recomendados para grandes áreas, solos duros, terrenos recém-desbravados e, quando se
pretende lavouras mais profundas, por apresentarem maior capacidade de trabalho. Entretanto, na
maioria das situações deve-se preferir os arados totalmente acoplados ou de suspensão hidráulica,
sobretudo por serem de desempenho mais fácil, regulagem mais simples e por facilitarem as
manobras nos cantos das áreas a serem lavradas.

Os discos dos arados podem ser lisos ou recortados, sendo os primeiros mais recomendados para a
maioria das situações. Os discos recortados são indicados para terrenos muito sujos, cheios de palha
como em campos de milho, arroz ou em canaviais.

Época de lavoura
A lavoura pode ser feita logo após a colheita, após o início do período chuvoso, ou em qualquer
época entre a colheita e o início do período chuvoso.
Quando feita logo após a colheita, a lavoura apresenta algumas vantagens como a incorporação dos
restos culturais e plantas daninhas ainda com o solo húmido; tempo suficiente para a decomposição
destes restos culturais antes do novo plantio; destruição de plantas daninhas hospedeiras de pragas
e doenças; destruição de plantas daninhas antes de produzirem sementes; e permite a incorporação
de calcário com o mínimo de antecedência desejável do novo plantio (60 -90 dias).
Por outro lado, a lavoura logo após a colheita deixa o solo exposto aos riscos de erosão por muito
tempo. Quando o produtor dispõe de toda maquinaria, pode-se optar por realizar a lavoura em
qualquer época, de acordo com a programação das operações.

Profundidade de lavoura
A profundidade da lavoura pode ser classificada como:
 Rasa - quando sua profundidade for até 15 cm,
 Média - de 15 a 25 cm e,
 Profunda - acima de 25 cm.
A profundidade de lavoura depende da cultura que se vai plantar. Contudo, ainda que se mantenha a
mesma cultura aconselha-se continuar a variar a profundidade da lavoura de operação a operação.
Este processo ajuda a evitar a compactação do solo logo abaixo da camada lavrada, a qual se
denomina “piso de arado”.
O “piso de arado” pode criar problemas de infiltração de água no solo e desenvolvimento radicular,

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além de favorecer a erosão pela acumulação de água na superfície.

iii) Gradagem
Após a lavoura o solo fica muito irregular dificultando a operação de sementeira , falhas na
germinação e outras operações. Por esta razão deve-se fazer a gradagem, cujo objectivo principal é
de destorroar o solo. A gradagem, destrói também as plantas daninhas, incorpora restos culturais e
sementes de infestantes.
No entanto, deve-se reduzir ao mínimo o número de gradagens afim de controlar os custos
operacionais e evitar a exposição do solo a agentes erosivos. No caso de solos argilosos é necessário
que seja feita uma gradagem logo após a lavoura, visto que neste tipo de solo há formaç ão de grande
quantidade de torrões, os quais se secarem ficam endurecidos não cedendo à acção da grade.

iv) Sulcagem
Após a lavoura e gradagem, a etapa seguinte é a formação de sulcos para o plantio ou sementeira. A
sulcagem é feita trazendo a camada sub-superficial do solo a superfície para fornecer suporte e
nutrientes a planta. Ao preparar um sulco, deve-se considerar a distância de plantio entre linhas que
em média varia de 30 à 60 cm.

Sumário:

A preparação do solo, é uma actividade que antecede a sementeira. Esta deve ser bem feito, pois a
água, e os macro e micronutrientes de que as plantas necessitam para o seu desenvolvimento são
retirados do solo. A preparação do solo visa melhorar as condições físicas do solo e é realizada com
a utilização de diferentes equipamentos, que penetram no solo e revolvem o solo. Estes
equipamentos arrancam as ervas daninhas, e afofam a camada superficial do solo, deixando o solo
com humidade suficiente para a boa germinação das sementes plantadas e o desenvolvimento
uniforme das culturas. Uma boa preparação do solo é importante pois permite aumentar a aeração
do solo e a circulação da água, melhorar a capacidade da planta de absorver água e nutrientes para
o seu desenvolvimento. Permite também o uso mais eficiente tanto dos fertilizantes.

Um solo bem preparado deve facilitar a absorção da água e nutrientes para o bom
desenvolvimento da cultura. Desta forma, a má preparação do solo pode se tornar um factor
limitante para a produção, uma vez que o solo não irá fornecer água e nutrientes em boas
condições para o desenvolvimento da cultura. A profundidade normal de preparação do solo é de
30 cm, pois, a maioria das raízes das culturas se situam a esta profundidade, assim como toda
adubação, concentra-se mais nos primeiros 20 cm do solo.

Num solo que vem sendo cultivada ano após ano, a passagem de máquinas pode provocar a
compactação dos solos. Nestes casos, é recomendável que se faça uma lavoura profunda com a
finalidade de romper a crosta que se pode formar. O rompimento desta crosta irá permitir maior
oxigenação do solo, e melhor movimento da água no solo.

Nesta Unidade temática 3.1 estudamos e discutimos fundamentalmente a preparação dos solos, os
passos e os equipamentos utilizados para a preparação do solo.

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Como pode definir a preparação dos solos?


2. Qual é o obejectivo da preparação períodica dos solos?
3. Quais são as principais operações envolvidas na preparação dos solos?
4. Descrerva a finalidade da Lavoura?
5. Porquê é importante fazer a gradagem dos solos?
6. Qual é a finalidade da sulcagem?
7. Que operacão se deve realizar para elimanar camadas compactas do solo?

UNIDADE TEMÁTICA 3.2. CONSERVAÇÃO DO SOLO

Introdução

A conservação do solo consiste no uso e maneio adequado dos solos mantendo as características
químicas, físicas e biológicas desejáveis intactas, ou então visando à restauração/recuperação do
equilíbrio do mesmo. Através das práticas de conservação, é possível manter a fertilidade do solo e
evitar problemas comuns, como a erosão e a compactação. O preparo convencional do solo
aumenta consideravelmente a compactação dos solos e a erosão.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Perceber o conceito e importância da conservação do solo, incluindo os


os principais problemas associados aos solos e seus métodos de
diagnóstico.
Objectivos
específicos

3.2 CONSERVAÇÃO DO SOLO


A conservação do solo representa o conjunto de práticas agrícolas destinadas a preservar a
fertilidade química do solo, a biodiversidade e as condições físicas do solo. A conservação da
matéria orgânica por exemplo, é importante para manter as propriedades físicas do solo. Para
preservar os solos, há vários métodos padronizados, sendo os dois mais importantes o plantio de
leguminosas e a rotação de culturas.

3.2.1 A importância da conservação do solo

A agricultura é uma actividade com grande potencial de provocar efeitos negativos ao ambiente,
adicionalmente a isso, um preparo do solo de baixa qualidade, pode também causar vários efeitos
negativos ao desenvolvimento da cultura, por redução da sua capacidade de absorver água e
nutrientes. Para um terreno cheio

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de arbustros ser cultivado por exemplo, este precisa de ser desmatado, e esta desmatação pode
provocar mudanças nas propriedades fisicas e químicas naturais do solo e acelerar a erosões dos
solos.

A erosão é um processo que se traduz na desagregação, transporte e deposição do solo. A erosão


depende fundamentalmente da chuva, da infiltração da água, da topografia (declive mais
acentuado ou não), do tipo de solo e da quantidade de vegetação existente. Para além dos factores
ambientais como as chuvas abundates e o vento, a compactação de solos causada pela passagem
prolongada de máquinas agrícolas, pode também causar a erosão.

A compactação do solo é a redução da macroporosidade ou porosidade de aeração e


consequentemente, o aumento da microporosidade, da densidade do solo e da resistência à
penetração das raízes de plantas no solo. É um processo de dispersão ou rearranjo dos agregados e
aproximação das partículas primárias (areia, silte e argila) do solo, causada por pisoteio animal,
trânsito de máquinas ou impacto das gotas de chuva, afectando todas as suas propriedades e
funções, físicas, químicas e biológicas do solo.
A compactação do solo ocorre ainda durante as operações de mobilização da superfície, em
condições de humidade inadequada, com implementos de discos. Pode ser também originada, no
sistema convencional de maneio do solo, onde se pulveriza em excesso a camada arável, causando
o encrostamento superficial e formando camadas coesas ou compactadas, abaixo da profundidade
de trabalho das máquinas.

Métodos para diagnosticar problemas de compactação do solo


A compactação do solo pode ser diagnosticada pela:
o Observação visual no campo, procurando identificar a ocorrência de erosão,
encrostamento superficial, plantas com germinação desuniforme e com falhas,
desenvolvimento vegetativo abaixo do esperado, baixa produtividade, grande incidência
de plantas daninhas;
o Observação em pequenas trincheiras introduzindo numa das faces do perfil, um
instrumento pontiagudo (canivete ou faca) para identificar camadas mais endurecidas,
associadas à presença de raízes pivotantes retorcidas;
o Pelo uso de equipamentos como o penetrógrafo, pás, enxadas ou estiletes de ferro que,
ao serem introduzidos no solo, podem identificar camadas compactadas e a
profundidade de ocorrência em virtude da variação da resistência à penetração.
Métodos para descompactação do solo
O método de descompactação do solo vai depender da profundidade, da espessura da camada
compactada, tipo de solo, disponibilidade de equipamentos e sistema de cultivo. No entanto, os
mais utilizados são:
 Subsolagem/escarificação; cujo formato das hastes e profundidade, permite o
rompimento da camada compactada;
 Lavoura/gradagem; removendo e/ou rompendo a camada compactada;
 Utilizar veículos e equipamentos menos pesados, com rodados mais largos, trafegando
apenas com solo tendendo a seco ou com a humidade abaixo da correspondente à do
solo friável;

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 Rotação de culturas (envolvendo culturas com sistema radicular agressivo, pivotante e


abundante);

3.2.2 TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DE SOLOS

Técnicas agrícolas que possibilitam manter ou melhorar a produtividade do solo, são a base para a
conservação e uso sustentável dos solos. Existem várias técnicas que podem ser implementadas
para a conservação dos solos. Estas técnicas vão desde os métodos biológicos até aos métodos
químicos. Isto implica técnicas que vão desde a correcção de acidés de solos, lavouras
especializadas, escolha das culturas apropriadas, até as próprias operações culturas.

Cultivo de leguminosas

 O cultivo de leguminosas é importante para a conservação dos solos porque estas


especies vegetais podem ser utilizadas como plantas melhoradoras do solo, pela sua
capacidade de extrair quase toda a totalidade do nitrogénio que necessitam por meio
de simbiose com bactérias específicas.

Rotação de culturas

 A rotação de culturas é a ordem segundo a qual as culturas se sucedem no mesmo


terreno. Entre os benefícios que a rotação de culturas pode trazer está a reposição da
matéria orgânica e a recuperação química, física e biológica do solo. Além disso, em
longo prazo, a rotação de culturas auxilia no controle de pragas. Ao se planificar a
rotação de culturas, as questões seguintes devem ser consideradas: i) alternar o cultivo
de culturas com habilidades diferentes de absorção de água e nutrientes; ii) Alternar
culturas com diferentes exigências nutricionais; iii) Alternar culturas com diferentes
graus de competição com infestantes; iv) Alternar culturas susceptíveis e com
resistência a doenças diferentes

Cobertura morta

 A cobertura morta para a conservação dos solos é feita com restos de cultura. Esta tem
a finalidade manter o teor de matéria orgânica em nível adequado durante todo o ciclo
da cultura, e impedir que os impactos das gotas de chuva sobre o solo provoquem o
lixiviamento de nutrientes e a eroão dos solos. As manutençao de níveis adequados de
matéria orgânica proporcionam ao solo maior disponibilidade de nutrientes, para alem
de conservar a humidade no solo.
 Como a matéria orgânica se decompõe naturalmente com o passar do tempo, é
indispensavel proceder ao reforço da mesma sempre que se mostre necassario.

Adubação verde

Adubação verde é a prática pela qual se cultivam determinadas plantas, com a finalidade de
incorporá-las ao solo, proporcionando melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do
solo. As plantas utilizadas neste
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tipo de adubação impedem o impacto directo das gotas de chuva sobre o solo, e a ssim, o
deslocamento ou a lixiviação de nutrientes do solo, inibindo também o desenvolvimento de plantas
daninhas. Esta técnica é também utilizada também para o controlo de nemátodos, através de
leguminosas específicas, que de outra forma, como por exemplo, o uso de pesticidas químicos, não
apresentaria resultados muito satisfatórios, para além de serem caros.
Várias são as espécies leguminosas e gramíneas são utilizadas para este propósito. Como espécies
na fase de floração, estas espécies são incorporadas ao solo, para evitar qualquer competição com
a cultura principal.

Estas espécies para serem bons adubos verdes devem apresentar as seguintes características:
o Crescimento rápido e grande produção de massa verde cobrindo rapidamente a área;
o Capacidade de fixação de nitrogénio atmosférico por meio de simbiose com bactérias
diazotróficas;
o Aumento do teor de matéria orgânica do solo quando incorporadas;
o Eficiência no controlo da erosão;
o Capacidade de romper as camadas compactadas.

Lavoura mínima

 A técnica de preparação de solo usando a lavoura mínima não deixa o solo exposto, e o
aparecimento de crostas no solo que podem acelerar a erosão são evitadas. A lavoura
mínima tem por objectivo evitar a perda da camada fértil do solo, conservar a
quantidade necessária de matéria orgânica, e garantir desta forma o fornecimento de
um nível adequado de nutrientes.
Sementeira directo

 Aqui o produtor mantém os restos da cultura anteriore sobre o solo. Esta acção garante
protecção do solo, e evita a erosão. Outros benefícios são a redução do impacto
ambiental, para além de tornar o solo mais enriquecido em matéria orgânica.

Reflorestamento

 Pode ser conseguida através do pousio. Nesta técnica, a terra é deixada descansar para
permitir voltar ao estado natural. O processo pode também ser feito através do
replantio de vegetação perene para a recuperação plena do ecossistema e se obter uma
cobertura vegetal efectiva.

Plantio em curvas de nível

 É uma das práticas mais simples e muito eficiente no controlo da erosão. Consiste em
efectuar todas as operações agrícolas em nível. Esta prática reduz pela metade as
perdas de solo por erosão quando comparado com a implantação da cultura em solo
raso.
 Devido a inclinação de alguns terrenos agrícolas, nesta técnica de conservação de solos ,
as culturas são orientadas em função dos níveis do terreno. O benefício desta tecnica é
de permitir a redução da velocidade das águas
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superficias que podem erodir o solo, e promover a retenção da humidade no solo.

Terraços

 Esta é uma técnica de conservação de solos adoptada também para terrenos inclinados.
São montadas estruturas transversais em desníveis para reter as águas das chuvas, e
canais preferenciais para reduzir a velocidade do escoamento das águas.

Sumário

Sistemas conservacionistas de maneio do solo são o conjunto de técnicas baseadas em práticas


vegetativas (cobertura verde, cobertura morta, adubação verde, rotação de culturas, faixas de
retenção, entre outras) e, em práticas mecânicas, tais como, o revolvimento mínimo ou ausência de
revolvimento de solo e terraceamento.

A adubação verde consiste em introduzir no esquema/sequência do cultivo, culturas melhoradoras


do solo, com o objectivo de restabelecer de forma natural a fertilidade do solo. A adubação verde
pode ser conseguida atraves da incorporação de adubos orgânicos ou minerais, ou através da
alteração da sequência de culturas empregues no terreno, ou através da consociação de culturas.
Esta técnica permite também aumentar a combertura vegetal, o que tem implicações positivas na
redução da erosão e na redução da evaporação do solo.

Nesta Unidade temática 3.2 estudamos e discutimos fundamentalmente a teoria para a


necessidade de conservação do solo, e as técnicas que podem ser empregues para a conservação
do solo

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

8. O que entende por práticas conservacionistas?


9. Explique em que é que consiste as faixas de vegetação?
10. Porque é que a adubaçào verde é considerada uma prática conservacionista?

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TEMA – IV: SEMENTEIRA E PLANTAÇÃO

UNIDADE TEMÁTICA 4. SEMENTEIRA E PLANTAÇÃO

Introdução

Nesta unidade temática serão abordadas as diferentes técnicas de sementeira e plantação. A


sementeira consiste na colocação das sementes em covachos ou sulcos criados para efeito. A
sementeira pode ser manual ou mecânica e a dimensão das áreas e aceeso tecnológico
determinará o método usado.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os diferentes métodos de sementeira e planatção e, as


respectivas vantagens e desvantagens. Serão igualmente abordados
conceitos inerentes a prática de sementeira e plantação tais como
Objectivos densidade e profundidade de plantação.
específicos

4. SEMENTEIRA E PLANTAÇÃO
Cada cultura tem as suas próprias exigências no que se refere à sementeira. As culturas podem ser
classificadas de acordo com o seu ciclo em três categorias, designadamente:
1. Culturas Anuais: aquelas que completam o seu ciclo de vida dentro de uma estação,
perecendo após a colheita. Apresenta época bem definida sendo muito importante a
época de sementeira/plantio. Exemplos: culturas de arroz, feijão, milho, soja e
hortícolas diversas.
2. Semi-Perenes: também conhecida como bienais, são aquelas que completam o seu ciclo
de maturação num período de duas ou mais estações de crescimento. Por exemplo:
cana-de-açúcar, ananás, banana, etc.
3. Culturas Perenes: são aquelas que crescem de ano para ano, precisando de vários anos
para se tornarem produtivas. Estas têm um carácter permanente e não senescem
necessariamente após a colheita. Caso exista a possibilidade de irrigação, a época de
sementeira/plantio não importa. Exemplo: citrinos, mangueira, coqueiro, abacate, etc.
4.1. Preparação da cama da semente
O solo é o local onde se desenvolve a vegetação e as culturas que pretendemos produzir. A
preparação do solo consiste em tornar a superfície do solo mais regular com uma diminuição dos
resíduos à superfície do solo. Neste processo os agregados do solo ficam divididos de forma mais
“fina”.

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4.2. Sementeira
A propagação das plantas é feita de duas formas, Sexual (por sementes) e assexuada (por meio
vegetativo). Biologicamente, a semente é um óvulo maduro e fertilizado e uma unidade de
reprodução das plantas com flores.
A sementeira é definida como o processo de colocar a semente no solo para permitir a
germinação e crescimento da planta. Por outro lado, usa-se o termo plantar quando estão
envolvidos propágulos. Os propágulos podem ser mudas, raízes, tubérculos, folhas e/ou estacas.
Durante este processo algumas precauções devem ser tomadas, tais como, a profundidade,
distância adequada, solos limpos, saudáveis e livre de doenças e outros patógenos, incluindo
fungos. Todos esses cuidados são essenciais para uma boa germinação.
Sementes de boa qualidade são aquelas que estão livres de pragas, doenças e infestantes,
aquelas que apresentam qualidade pura (uma única espécie). As sementes, que proporcionam
altos rendimentos, geralmente são escolhidas e semeadas por um dos métodos a seguir
mencionados.

4.3. Métodos de sementeira


Existem vários métodos usados para semear as sementes. As sementes podem s er semeadas
directamente ou transplantadas. Para o transplante, as sementes são semeadas em viveiro e do
viveiro posteriormente transplantadas para o campo definitivo. Os métodos de sementeira são
listados e sub-divididas da seguinte forma:
a) Lanço
b) Em linhas
c) Seguindo um arado
d) Em canteiros
e) Transplante a partir do viveiro

a) Lanço
A sementeira a lanço também é chamada de sementeira aleatória é um dos métodos mais
antigos de sementeira. As sementes são apenas espalhadas pelo podendo ou não ser cobertas
com solo. Neste processo, as sementes podem ser espalhadas nos canteiros de forma
mecânica ou manual.
Neste método, as sementes são distribuídas pelo solo. Quando há um grande número de
sementes, o trabalho é feito por meio de expalhadores mecânicos. A taxa de sementeira é
muito alta neste sistema. Este método é sobretudo uasado para culturas de pequeno e médio
porte.
 Para garantir uma população ideal de plantas na área, certas regras devem ser
seguidas, somente uma pessoa experimentada deve espalhar as sementes para
garantir uma distribuição uniforme.
 O preparo do campo deve estar em perfeitas condições para garantir uma boa
germinação.

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Se a semente for demasiado pequena, pode-se misturar com areia para torná-la volumosa e
de fácil manuseio.
Vantagens
Este método é barato.
Leva menos tempo.
É adequado apenas para sementes pequenas e
É também adequada para culturas nas quais a distância entre plantas é
pequena.
Desvantagens
A distribuição de sementes é desigual.
As sementes podem ou não ser cobertas pelo solo.
A densidade e a profundidade da semente são desiguais.
Germinação das sementes não é uniforme.
O vigor das mudas e a densidade são afectados pela distribuição desigual.
b) Em linhas
As sementes são lançadas em linhas de sulco num fluxo contínuo e, em seguida, são
cobertas e compactadas com solo. Isso é feito manual ou mecanicamente. A
quantidade adequada de sementes é colocada em profundidades e espaços
adequados.

Vantagens
Menos sementes são necessárias.
A germinação é rápida
A população de plantas é uniforme por unidade de área.
Adubos, fertilizantes e correctivos podem ser aplicados com as sementes
durante a perfuração.
Bom vigor de mudas.

Desvantagem
Mais mão de obra.
Custo elevados.
É mais Demorado.

c) Seguindo um arado

A sementeira seguindo um arado é feita por meios manuais ou mecânicos. As sementes


são lançadas nos sulcos abertos pelo arado e o mesmo é fechado ou coberto na abertura
do próximo sulco. Neste método, as sementes são colocadas nos sulcos do arado a uma
distância específica e a profundidade da sementeira depende da profundidade de
trabalho do arado.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Este método é comumente usado para semear


uma variedade de culturas alimentares, tais
como, milho, feijão e ervilha. As sementes são
lançadas em sulcos gerado pelo arado. São
necessários dois homens no mínimo: Um
manipula a junta de bois e/ou o arado e o outro
lança as sementes.

Fig. 17: Plantio de sementes no


sulco criado pelo arado

Vantagens
As sementes são lançadas a uma profundidade uniforme
A maioria das sementes pode ser semeada usando este método, excepto as
muito grandes ou pequenas.

Desvantagens
O método manual é um processo trabalhoso, requerendo muita mão-de-obra.
O processo manual é demorado, exigindo muito tempo.

d) Método Tradicional
Usa-se uma ferramenta em forma de funil para semear. O funil é preenchido por
sementes, e as sementes passam por dois ou três tubos com pontas afiadas. Essas
pontas entram no solo e as sementes são colocadas lá.

Fig. 18: Processo de plantio


Fonte: https://pakagrifarming.blogspot.com/2013/09/97-seed-sowing-and-methods-
of-seed-sowing.html

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Precauções ao semear:
Existem alguns cuidados necessários que devem ser seguidos ao semear. Abaixo estão listadas
algumas delas.
 As sementes devem estar livres de doenças.
 As sementes devem ser plantadas a distâncias correctas umas das outras.
 As sementes devem ser semeadas de forma que todas as plantações recebam a
mesma quantidade de luz, nutrientes e água.

e) Transplantação
Este método de plantio tem duas componentes nomeadamente, produção de mudas no
viveiro e de seguida o transplante.
No viveiro, as mudas jovens são protegidas de forma mais eficaz num um curto período
de tempo e numa pequena área. Assim, garante-se uma gestão fácil e económico.

O viveiro:
• É feito para culturas com sementes pequenas que requerem sementeira rasa e
irrigação frequente para germinação adequada;
• É feito para reduzir a duração do ciclo das culturas no campo definitivo,
permitindo, assim, realizar várias culturas por ano;
• Por vezes, cuidados extra devem ser fornecidos à mudas específicas.
• As sementes devem ser semeadas nas profundidades correctas. Não devem ser
colocados no topo do solo de forma que seja levada pelo vento e pelos animais,
nem devem ser semeados muito profundamente no solo de forma que não
germine.
A transplantação é a prática de plantar mudas no campo principal após a retirada do
viveiro. Nesse processo, as mudas são retiradas do viveiro e colocados nos campos
definitivos preparados para o efeito. Geralmente é feito para cultivar hortícolas.
Vantagens
Garante uma população ideal de plantas;
A intensificação da produção é possível através da transplantação
O maneio da tranplantação no campo definitivo é reduzido;
Desvantagens
Produzir viveiros é caro;
O transplante é um método trabalhoso e caro
4.6. Profundidade de sementeira
Geralmente a profundidade deve ser 2,5 vezes o tamanho da semente. Sementes
maiores possuem mais reservas para o desenvolvimento inicial.

4.7. Época de sementeira


A época de sementeira depende da época de cada cultura. Normalmente a antecipação
das sementeiras em relação a época propiciam menor ocorrência de pragas, porém a s
culturas ficam sujeitas a
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temperaturas e humidade pouco adequadas. O contrário, leva há uma maior incidência de


pragas e doenças.

4.8. Densidade de sementeira


É o número de plantas por unidade de área. É dada pelo espaçamento entre linhas e o
número de plantas na linha que gera menor competição possível entre plantas resultando
em maiores produtividades.

Estabelecimento de "stand" de cultura


O Espaçamento e/ou a Densidade definem o "stand" da cultura, a população de plantas ou
número de plantas por unidade de área.
Um bom estabelecimento da cultura é uma das características mais importantes para uma
boa produtividade da cultura. O bom estabelecimento da cultura é, por sua vez, expresso
como população óptima de plantas no campo. O número de plantas por unidade de área
no campo cultivado é chamado de população de plantas.
É dada pelo compasso A/(a x b), onde,
A - área de produção
a - Distância entre linhas;
b - Distância entre plantas;

Por exemplo, se o compasso do feijão for de (0.6 m entre linhas x 0.15 m entre plantas)
então a densidade será de 11 plantas por m2.

População ótima de plantas


É o número de plantas que garante a produção máxima de grãos ou biomassa por unidade
de área. Qualquer aumento além deste estágio resulta em nenhum aumento ou mesmo na
redução na biomassa.

Importância da densidade de plantação


O rendimento de qualquer cultura depende grandemente da densidade final de plantação.
Assim pode-se concluir que:

a) A densidade final de plantação depende da percentagem de germinação e da taxa


de sobrevivência no campo.
b) Sob condições de sequeiro, uma grande densidade populacional esgotará a
humidade do solo antes da maturação, enquanto que as baixas densidades deixarão a
humidade do solo inutilizada.
c) Quando a humidade do solo e os nutrientes não são limitados, uma alta densidade
populacional de plantas será necessária para utilizar os outros factores de
crescimento, tais como a radiação solar, de maneira eficiente.
d) O rendimento por planta diminui gradualmente à medida que a população de
plantas por unidade de área
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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

aumenta, mas o rendimento por unidade de área aumenta até certo nível de
densidade população. Esse nível de densidade populacional é chamado de densidade
óptima.
e) Portanto, para se obter o rendimento máximo por unidade de área, é necessária
uma densidade óptima de plantas. Portanto, a população ideal de plantas para cada
cultura deve ser identificada.

Sumário

A preparação da cama para a semente, os métodos de sementeira, incluindo a densidade de


plantação, sua profundidade e época de sementeira são aspectos críticos que garantem uma boa
taxa de germinação e/ou de emergência das culturas.

Nesta Unidade temática 4, estudamos e discutimos fundamentalmente os conceitos de sementeira


e plantação suas diferenças, características e as práticas agrícolas a elas correlacionadas.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Como é que se podem classificar as culturas agrícolas?


2. O que entende por preparação de solos para a sementeira?
3. Porquê não se aconselha a sementeira a lanço em cereais e leguminosas?
4. O que entende por transplantação?
5. Qual é a diferença entre a sementeira directa e indirecta?
6. Porquê é importante controlar a profundidade de sementeira?

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. O que entende por plantio?


2. Porquê a época de sementeira joga um papel importante na planificação agrícola?
3. De que é que depende a densidade de plantação
4. Porque é importante identificar a densidade óptima de plantação?

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TEMA – V: PRÁTICAS CULTURAIS


UNIDADE Temática 5.1. Práticas Culturais,
UNIDADE Temática 5.2. Adubação.

UNIDADE TEMÁTICA 5.1. PRÁTICAS CULTURAIS

Introdução

As práticas culturais são uma necessidade imperiosa para o sucesso de qualquer actividade agrícola.
As prácticas culturais são o conjunto de actividades que visam beneficiar a cultura principal no
campo de produção.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer e dominar as diferentes práticas culturais associados as


diferentes culturas. A realização correcta das práticas culturais são a
garantia do sucesso duma dada cultura agrícola.
Objectivos
Específicos

5.1 PRÁTICAS CULTURAIS


Práticas culturais ou tratamentos culturais, são actividades que se realizam após a sementeira ou
plantio e que podem se repetir ao longo do ciclo da cultura, quer sejam elas culturas anuais, bienais
e/ou perenes. Estas actividades se realizam após a sementeira ou plantio

5.1.1 SACHA
A sacha consiste em manter a cultura livre da acção de plantas infestantes que podem competir
com a cultura por água, luz, nutrientes e espaço físico e, em alguns casos, criando problemas na
colheita.

Período crítico de competição


É o período na qual a competição com infestantes é muito nefasta. Para culturas anuais muitas
vezes corresponde ao período inicial de desenvolvimento da cultura. Para culturas anuais, como por
exemplo o milho e feijão, este período corresponde aos primeiros 20 - 40 dias do ciclo.
Para culturas perenes porque a competição ocorre praticamente durante todo ciclo, a competição
por nutrientes é maior no período chuvoso, enquanto que no período seco há maior competição
por água.

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5.1.2. AMONTOA
A amontoa consiste em chegar o solo a base da planta. Esta prática é muito utilizada em culturas
produtoras de raízes e tubérculos, sobretudo após a emergência/brotação. Têm como objetivo
principal,
 Diminuir o acamamento;
 Aumentar e facilitar o enraizamento;
 Fazer o controlo de infestantes;
 Fazer a incorporação de adubos.

5.1.3. DESBASTE
O desbaste consiste na eliminação de plantas em excesso na área de cultivo, para se obter
densidades adequadas. O momento para a realizaçao do desbaste é de capital importância. O
desbaste deve ocorrer logo após as plantas mostrarem o seu potencial produtivo, porém, antes
do início da competição entre elas. Eliminan-se as plantas mais fracas e/ou fora do alinhamento.

5.1.4. PODA
A poda é uma prática necessária em algumas culturas. A poda garante vários benefícios entre os
quais se destacam a boa formação da planta, a produção de bons frutos, a regularização da
produção, o rejuveniscimento da planta, para limpeza, etc.
Algumas plantas necessitam de podas anualmente.

5.1.4.1. Poda de Formação

Visa orientar a formação da copa para sustentar futuras produções, aproveitando melhor o
potencial de produção da planta. É executada desde o plantio da muda até que a planta tome o
tamanho e o formato desejável.

5.1.4.2. Poda de frutificação

Após a entrada em frutificação, a planta deve ser podada com frequência, em função do hábito
de frutificação da espécie. Algumas plantas frutificam em ramos novos, e, anualmente, ramos
novos devem ser emitidos para serem os produtores no ciclo subsequente. Por exemplo, o
pêssego, uva, etc.

Os principais objetivos da poda de frutificação são:


 Deixar um número adequado de ramos produtivos, para obter equilíbrio entre
a produção e a vegetação;
 Manter a produção mais próxima dos ramos principais;
 Obter maior quantidade de frutos com boa qualidade para comercialização;
 Eliminar ramos com problemas ou mal localizados;
 Formar novos ramos produtivos para o ciclo seguinte;
 Controlar a estrutura e a altura das plantas;
 Facilitar o maneio fitossanitário da planta, promovendo melhor insolação e
arejamento da copa;
 Em plantas jovens (1 a 2 anos), desenvolver ramificações primárias fortes e bem

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localizadas.

A poda de frutificação deve ser realizada conforme segue:


o Eliminação dos ramos doentes, secos, quebrados, machucados, mal situados,
próximos entre si e ramos ladrões;
o Eliminação e/ou encurtamento de ramos que já produziram, visando a
renovação de ramos de produção para o ano seguinte. Os ramos produtivos
podem ser despontados dependendo da cultura, cultivar, finalidade de cultivo,
do estado nutricional da planta e da distância entre as gemas floríferas;
o Selecção de ramos mistos que permanecerão e deverão produzir na campanha
actual.

5.1.5 CONTROLO DE PRAGAS E DOENÇAS


Para o sucesso duma cultura em campo é muito importante garantir um bom controlo de pragas
e doenças. Este controlo é crítico para a obtencão de resultados satisfatórios.

Praga é qualquer microorganismo que aumenta de forma desproporcional a sua densidade


populacional ao ponto de afectar directa ou indirectamente as culturas agrícolas, dos quais os
seres humanos obtém alimento, forragem ou matérias-primas (Brechelt, 2004).

Doença é a interação de um microorganismo patógeno como o seu hospedeiro, influenciado


pelo meio ambiente, ao ponto de este limitar o potencial produtivo da planta hospedeira
(Bettiol e Morandi, 2009).

Contudo, o conceito de pragas e doenças é artificial, na medida que nenhum ser vivo é por si
mau. Tal acontece quando o ser vivo aumenta de tal forma a sua densidade populacional ao
ponto de causar danos económicos aos seres humanos.

Vários são os métodos usados para o controlo de pragas, nomeadamente o controlo químico
através de pesticidas, o controlo biológico privelegiando o uso de inimigos naturais, o controlo
físico/mecânico no qual as prags são retiradas fisicamente pelos agricultores e o controlo
integrado onde se faz a combinação de vários métodos de controlo. O objectivo do controlo de
pragas e doenças e deixar os agentes pataogénicos abaixo do limiar económico, ou seja, abaixo
da densidade a partir da qual causam prejuizos económicos significativos.

Sumário

A realização atempada e a correcta realização das práticas ou amanhos culturais como também e
por vezes referido, contribui de forma determinante para o sucesso da cultura em campo.

Nesta Unidade temática 5.1 estudamos e discutimos fundamentalmente as principais práticas


culturais realizadas para garantir o sucesso da produção agrícola.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que são práticas culturais?


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2. Porque é importante realizar práticas culturais?


3. A sacha como prática cultural pode é efectiva em qualquer estágio de crescimento da
cultura?
4. De que forma a amontoa desempenha um papel importante para o desenvolvimento
das culturas?
5. Diga quais são as consequências da não realização do desbaste atempadamente?
6. Quais são os benefícios da realização da poda?
7. Que tipo de podas existem, para que efeitos?

UNIDADE TEMÁTICA 5.2. ADUBAÇÃO

Introdução

A adubação é um actividade agrícola de suprir ao solo os nutrientes necessários para o crescimento e


desenvolvimento das culturas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Compreender os conceitos básicos sobre a adubação agrícola e sua


importância.

Objectivos
específicos

5.2 ADUBAÇÃO

A adubação é a actividade agrícola que visa melhorar a gestão de nutrientes no solo. Esta prática
ajudará a melhorar os rendimentos agrícolas e consequentemente os lucros. Garantir a aplicação
cuidadosa de nutrientes no solo, incluindo fertilizantes minerais, orgânicos ajuda a eliminar o
défice de nutrientes" no solo, resultante da sua utilização e exportação pela colheita.

Actualmente, existem vários tipos de fertilizantes que podem ser aplicados na forma sóli da, líquida
ou granulada (adubação de fundo). Existem nutrientes que devido as suas características de alta
mobilidade no solo devem ser aplicados de forma fracionada (adubação de cobertura) para melhor
proveito da cultura. Esses nutrientes são o nitrogénio que pode ser aplicado no formato de uréia,
sulfato de amónia e/ou nitratos, assim como, o potássio nas formas de KCl e/ou KNO3.
No entanto, a adubação de cobertura deve-se fazer tendo em conta o estágio de desenvolvimento
da cultura e o período de máxima absorção de nutrientes.
A fertirrigação é uma técnica moderna de adubação, no qual, a água de irrigacão é enriquecida por
nutrientes solúveis e aplicada às plantas.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

5.2.1. Adubação foliar


Consiste no fornecimento de nutrientes através das folhas. Neste processo, pode-se adicionar
macro e micronutrientes com objectivo de fazer uma acção correctiva duma deficiência ou a
complementação do fornecimento de nutrientes via solo. Para as culturas anuais o diagnóstico
foliar, que consiste em detectar deficiencias a tempo de efectuar as devidas correcções, tem
grandes limitações devido ao ciclo curto das culturas anuais.

5.2.2. Factores que interferem na adubação foliar


a) Factores inerentes à folha
 Número de estômatos;
 Espessura da cutícula;
 Posição (vertical, horizontal);
 Idade da folha (folhas novas são mais activas).
b) Factores inerentes aos nutrientes
 Mobilidade de nutrientes;
 Velocidade de absorção.

Sumário

A adubação é a ctividade que visa dar ou repor nutrientes ao solo em quantidade e qualidade
necessárias para o crescimento e desenvolvimento das culturas. Esta reposição é de importância vital
para um crescimento saudável das culturas.

Nesta Unidade temática 5.2 estudamos e discutimos fundamentalmente a importância da adubação,


suas formas e métodos de aplicação.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que entende por fertirigação?


2. Diga de que forma as características foliares podem interferir na adubação foliar?
3. Qual é a principal devantagem do disgnóstico foliar em culturas anuais?

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TEMA – VI: COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO.

UNIDADE Temática 6.1. colheita e produtos agrícolas,


UNIDADE Temática 6.2. Comercialização de produtos agricolas.

UNIDADE TEMÁTICA 6.1. COLHEITA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

Introdução

A colheita é a etapa da cadeia produtiva que caracteriza o fim do ciclo ou da época produtiva. Nesta
etapa o agricultor procura selecionar os melhores frutos, para posteriormente guardá -los em celeiros
ou colocá-los no mercado local ou distante.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Compreender a colheita de diferentes culturas e suas peculiaridades.

Objectivos
específicos

6.1 COLHEITA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS


A tomada de decisão sobre o momento óptimo para realizar a colheita, está directamente
relacionada à possibilidade de comercialização, natureza do produto a ser colhido e factores sócio-
económicos existentes na unidade produtiva. Para cada produtor, mercado e cultura, haverá uma
série de factores a serem considerados, podendo resultar em um ou mais momentos de colheita. A
colheita permite a chegada dos produtos até ao mercado e ao consumidor final.

6.1.1 Colheita de milho

Escolha do momento apropriado para a colheita:


O momento apropriado para se colher o milho, pode ser definido de acordo com o tipo de
armazenamento disponível ou finalidade a que se destina a produção. O ciclo da cultura varia de A
maçaroca e o milho doce, por exemplo, podem ser colhidos alto teor de humidade na semente,
enquanto que se o objectivo for a obtenção de milho, a semente tem de ter teor de humida é muito
reduzido. O teor de humidade nas sementes, pode ser reduzido de forma natural, deixando a cultura
no terreno até atingir a secagem desejada, mas também pode ser acelerada artificialmente, quando
se colhe a semente precocemente. Os métodos que podem ser utilizados para a certificação de
maturação para a colheita de milho são os seguintes: i) Dias até à floração; ii) Amarelecimento das
brácteas; iii) teor de humidade da semente.

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i) Dias até à floração: Os dias necessários para o


enchimento e maturação do grão dependendo das
condições climáticas e das variedades. Sendo assim,
quanto mais cedo ocorrer a floração, mais cedo
poderá ser realizada a colheita

Fig. 18: Floralção do milho


Fonte: https://farm-
pt.desigusxpro.com/posadka/o
gorod/zla

ii) Amarelecimento das brácteas: Quando a coloração Fig. 19: Bracteas secas: Milho
das brácteas muda para amarelo acastanhado, pronto para ser colhido
acompanhado da secagem das folhas basais, nesta Fonte:
fase considera-se que o milho está pronto para ser https://www.istockphoto.com/
colhido br/foto/

iii) Teor de humidade do grão: O teor de humidade do grão Pode-se determinar rigorosamente
em laboratório, ou no campo, utilizando medidores de humidade. O milho doce, por
exemplo, é colhido com 72 a 75% de humidade, enquanto que outras variedades são
colhidas com 20% de humidade, quando se utiliza secagem artificial, após a colheita ou com
13 a 15% de humidade, quando se utiliza secagem natural.

Colheita manual do milho:


A colheita e a debulha manual, promovem menos danos à
espiga. Em contrapartida, o rendimento da colheita é muito
baixo, requerendo muita mão-de-obra o que incrementa os
custos de produção. Este método de colheita é mais
apropriada para o sector familiar onde a produção é
realizada em pequenas explorações. Quando existem
condições de armazenamento das espigas para completar a Fig. 20: Colheita manual do
secagem das sementes, a colheita manual das espigas milho
permite que esta operação cultural se realize com teores de
humidade do grão mais elevados. Nestes casos, a debulha só Fonte:
se realiza quando o grão apresenta um teor de humidade https://www.bing.com/images
bastante superior do que se verificava na colheita. /search

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Colheita mecanizada do milho


Na colheita mecanizada, as máquinas devem ser reguladas de acordo com a altura das plantas,
e é importante para se reduzir as perdas quantitativas e redução das perdas qualitativas, por
quebra do grão.

Fig. 21 Colheita mecanizada de milho, debulha e transporte


Fonte: https://www.bing.com/images/search

Recomenda-se que a autocombinada só inicie a colheita quando os grãos de milho apresentam


teores de humidade abaixo dos 35%. Quanto mais seco está o grão, melhor a qualidade final,
com vantagens nas características nutritivas do grão. Quanto mais seco estiver os grãos e milho
no momento da colheita, não será necessário que o milho seja sujeito a um processo de
secagem artificial.

6.1.1 Colheita de hortícolas e frutos

Apesar de toda tecnologia desenvolvida na área de mecanização agrícola nos últimos anos,
grande parte da colheita para frutas, hortícolas, raízes e tubérculos ainda é realizada
manualmente.
6.1.2.1 Colheita de tomate
A cor do tomate é a característica externa mais importante que permite determinar a
maturação e colheita do tomate. O tomate é um dos únicos vegetais, que pode ser colhida
antes de estar completamente madura, e depois continuar a amadurecer no armazenamento.
Faz-ze notar que o processo de maturação deve começar na planta, e depois pode ser
continuado fora da planta. A colheta do tomate antes de iniciar o processo de maturação, faz
com que a planta noa complete o seu ciclo, e os tomates não amadureçam.

A colheita manual do tomate pode ser feita com o


auxílio de uma tesoura de poda. Regra geral, deve-se
Segurar o fruto com firmeza, mas suavemente com uma
mão, e puxar a planta, segurando o caule com outra
mão, quebrando ou cortando o caule logo acima do
cálice. Fig. 22: Colheita manual do tomate
Fonte:
https://www.istockphoto.com/de/fot
o/

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6.1.2.2 Colheita do Pepino


Como a maioria das hortícolas, o pepino é predominantemente colhido de forma manual com
o auxílio de uma tesoura de poda. A colheita do pepino deve ser realizada com os frutos ainda
imaturos. Dependendo das condições nutricionais e sanitárias das plantas, o início da colheita
ocorre entre 40 e 50 dias após a semeadura (DAS), podendo se estender por 60 a 80 DAS. É
importante, no momento da colheita, recolher todos os frutos que podem ser colhidos,
independentemente do seu padrão de comerciabilidade. São recomendadas colheitas em dias
alternados, pois esse procedimento estimula a frutificação e eleva a produtividade. A colheita
deve ser realizada com temperaturas amenas.

Fig. 23: Colheita manual do pepino


Fonte: https://www.mostlycoupons.com/content/images

6.1.3 Colheita de frutos


A colheita dos frutos, é normalmente feita antes do período considerado ideal para o efeito. Esta
estratégia é usada para permitir melhor manuseio pós-colheita e melhor manuseio durante o
transporte. A decisão da colheita envolve também aspectos como as condições climáticas e
socio-econômicas na qual a exploração opera. Para alguns autores, a colheita prematura pode
ocasionar redução no valor nutricional e, por vezes, baixa aceitação do produto por parte dos
consumidores. Para evitar isto, é preciso ter a certeza de que o produto foi colhido
precocemente, e não quando ainda está imaturo, pois no último caso, há o risco do fruto não
chegar a completar o seu ciclo ou maturação fisiológica afectando negativamente na qualidade
do produto.

Por outro lado, a decisão de adiar a colheita para além do período de maturação fisiológica, traz
outros desafios. Frutas em estágios avançados de amadurecimento tendem a apresentar textura
macia, e desta forma são mais susceptíveis a danos mecânicos, e porque o conteúdo de açúcares
nas polpas tende a aumentar a probabilidade de ocorrência de doenças fungais é muito alta.
Segundo Chitarra; Chitarra, (2005), o ponto de colheita ideal de cada fruto pode ser observado
de acordo com as suas características de qualidade, aferidas por:

i) Observação prática (inclui: Dias após a floração; tipo de camada de abscisão


estrutura da superfície do fruto);

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ii) Avaliações físicas (inclui: tamanho e forma, gravidade específica e textura do fruto,
relação polpa/casca, coloração);
iii) Métodos físico-químicos (inclui: Teor de amido; Substâncias insolúveis em álcool;
Sólidos solúveis; Acidez titulável; Curvas de maturação)
Os métodos de observação prática dependem da experiência e treinamento do gestor de
operações, enquanto que as avaliações físicas são realizadas por instrumentos. A maior
parte dos frutos são colhidos manualmente. Para realizar a colheita manual sem danificar
os frutos, os colhedores devem ser pessoas treinadas para a realização da tarefa, e para
evitar danos nos frutos, deve-se evitar usar objectos pontiagudos, evitar deixar cair os
frutos ou aperta-los com os dedos e unhas.

6.1.4 Colheita de feijão


Para a colheita de feijões, podem ser usados métodos manuais, semi mecanizados ou
mecanizados, dependendo das condições socio-económicas disponíveis na unidade produtiva e
do tamanho da área a ser colhida. A agricultura de substência usa mais os métodos de colheta
manual, enquanto que as médias as grandes explorações usam métodos de colheita semi-
mecanizados a mecanizados.

A colheita manual inicia quando as plantas já


atingiram a maturação fisiológica, e a caracteristica
desta fase é de apresentar coloração amarelada,
folhas baixas, vagens secas. Aconselha-se fazer a
colheita em períodos secos, e quando a humidade das
plantas entre os 15-18%. Logo depois da colheita, as
vagens são colocadas em local fresco e seco para Fig. 24: Colheita manual do
completar a secagem, e em seguida se processa a feijão
debulha e limpeza. Fonte:
https://i.pinimg.com/originals
Na colheita semi-mecanizado, quando as plantas ja
apresentam sinais de maturação e teor de humidade
na planta entre os 15-18%, a retirada das plantas do
solo, é primeiramente feita manualmente. As plantas
arrancadas são deixadas completar a secagem no
terreno, e o processo de recolha e debulha é feito de
forma mecanizada. No sistema de colheita
mecanizado, todas as operações são feitas com o
auxílio de máquinas. Fig. 25: Colheita mecazizada de
feijão
Fonte:
https://i.pinimg.com/originals
6.1.5 Colheita de algodão
A colheita do algodão envolve um conjunto de actividades que são particulares para esta
cultura. Na cultura do algodão a fibra é retirada das capsulas para depois se proceder com o
descaroçamento. Apesar dos desenvolvimentos tecnologicos para a mecanização de todo o
processo de colheita do algodão, a experiência mostra que esta cultura é ainda colhida com
uso intensivo de mão-de-obra.

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A qualidade da fibra é um dos critérios de


valorização no mercado do algodão. Sendo assim, a
colheita manual do algodão requer muito cuidado,
e deve ser feito por pessoal treinado. A colheita
manual inicia quando 60% das capsulas estiverem
abertas, e deve ser realizada com tempo seco. Não
é aconselhavel fazer a colheita nas primeiras horas
do dia, quando se esta a verificar existência de
orvalho Fig. 26: colheita do algodão
Fonte:
https://br.depositphotos.com/
stock-photos

Recomenda-se para a colheita manual, observar os seguintes cuidados:


 Realizar tantas colheitas quanto forem viáveis,
 Quando possível, separar o algodão sujo, dos limpos.
 Evitar colher cápsulas doentes, ou verdes;
 Entregar, o quanto antes, o algodão, às usinas de beneficiamento evitando, assim,
riscos decorrentes de fermentação.
 O local destinado ao armazenamento do produto, antes da comercialização, deve ser
seco, limpo, bem arejado, e longe da circulação das pessoas e animais
 Os colhedores do algodão devem ser pessoas bem treinadas para realizar a
actividade,

Colheita mecânizada
Em grandes explorações, e onde o custo de mao de obra para a realização da colheita
aumenta os custos de produção, a colheita mecanizada é uma opção. Para a realização da
colheita mecanizada, a altura dos implementos é reguada em função da altura das
culturas, e é necessária a aplicação de reguladores de crescimento, reguladores de
maturação e desfolhadores para garantir que as culturas estao todas prontas para serem
colhidas, estao todas ao mesmo nível, e livres de folhas. de variedade de porte baixo.

Na colheita mecânicanizada, a máquina deve iniciar


os trabalhos em tempo seco, e quando o algodão
estiver com 70 a 80% das cápsulas bem formados e
completamente abertos e somente em casos
excepcionais se admite antecipar a colheita para
quando 50 a 60% das capsulas estão abertos, e o
teor de humidade do algodão em rama deve ser
inferior a 12%. Fig. 27: Colheita mecanica do
algodão
Fonte:
https://br.depositphotos.com/
stock

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A observação dos pontos abaixo relacionados é de fundamental importância para o sucesso


da colheita mecanizada:
 Limpeza do campo antes da colheita do algodão para garantir que o campo esteja
livre de impurezas e obstáculos que possam comprometer o trabalho das máquinas e
a qualidade da fibra;

Sumário:

A colheita é o acto que permite colher/apanhar os resultados da produção. Esta actividade pode
ser realizada manualmente, ou com a ajuda de maquinaria. Para que a colheita tenha lugar, é
necessário que as plantas tenham atingido a maturação para a colheita, e que o grau de
humidade seja o adequado parafacilitar o processamento, e não provocar deterioração do
produto no acto de armazenamento.

Nesta Unidade temática 6.1 estudamos e discutimos fundamentalmente a forma de colheita nas
diferentes culturas e suas exigências específicas.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. O que entende por colheita?


2. Quais são so diferentes métodos de colheita que conhece?
3. Qual é a principal diferença entre o milho e a maçaroca?
4. Qual é a característica do tomate mais determinante para a colheita?

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. Porque é que se recomenda a colheita do pepino em dias alternados?


2. Porque é que os frutos normalmente são colhidos antecipadamente antes da maturação
completa?
3. Qual são as carcateristicas do feijoeiro na maturação fisiológica?
4. Porquê aconselha-se pessoal treinado para a colheita de algodão?
5. Que medidas devo tomar imediatamente antes e durante as atividades de colheita?

UNIDADE TEMÁTICA 6.2. COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

Introdução

A comercialização é a actividade pós-produção que desempenha um papel importante para a


sobrivivência dos agricultores. Daí a importância de se conhecer as estratégias de comercialização
para que os agricultores sejam bem sucedidos.

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Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Conhecer os conceitos sobre a comercialização agrícola e as estratégias


a ela associadas.

Objectivos
específicos

6.2 COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS


Não existe uma definição universal ´sobre o conceito comercialização. O que existe, é uma
variedade de opiniões relacionadas a este assunto. De acordo com a abordagem da FAO, "a
comercialização compreende todas as operações envolvidas no movimento dos produtos
alimentares e matérias-primas desde a exploração agrícola até ao consumidor final". Portanto, a
noção de comercialização admite várias opiniões dependendo do contexto. É possível associar a
comercialização à distribuição ou logística que se encarrega de fazer chegar fisic amente o produto
até ao consumidor final.

Segundo alguns autores, a comercialização começa no momento de planificação da produção, e


estas duas estão intimamente ligadas. Sendo assim, para o sucesso da actividade produtiva, na
comercialização deve ser levado em consideração o seguinte (adaptado deTerpstra, 1972):

I. Identificar os potenciais consumidores: quem são, aonde estão localizados, como


compram, e quando compram;
II. Definir claramente o que produzir: Produzir produtos ou serviços para satisfazer as
nessidades e desejos dos consumidores.
III. Criar um sistema de distribuição efeciente: para garantir que os produtos estejam
disponívies quando os consumidores precisam e aonde os precisam.
IV. Informação de mercados agricolas: É importante divulgar os preços e promover o
produto
V. O sistema de transporte, e os respectivos custos de transporte são também uma
medida de eficiência da transação.

ESTRATÉGIAS DE COMERCIALIZAÇÃO
A implementação de uma estratégia de comercialização visa minimizar os riscos de mercado
devido a volatilização dos preços dos produtos agrários, e dar resposta ao clássico problema
econômico de quando e como vender a produção. A comercialização de produtos agrícolas pode
ser feita usando as seguintes estratégias: i) venda na época da colheita, ii) venda antecipada ou
por contratos de produção, iii) estocagem para especulação, e iv) o mercado de futuros e
derivativos agropecuários. Estas alternativas podem ser implementadas de formas diferentes em
função das condições que o mercado oferece, e das condições sócio-económicas da unidade
produtiva.

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i) Venda na época da colheita.

Muito adoptada pelos produtores do sector familiar, e em situações em que o agricultor não
dispõe de um sistema de armazenamento da produção, e incerteza do produtor quanto aos
preços futuros. Geralmente, esta não é uma boa opção para o produtor, tendo em vista que, na
época da colheita, existe abundância do produto no mercado, e os preços recebidos tendem a ser
mais baixos

ii) Venda por contrato.


A venda por contrato se caracteriza por uma negociação dos termos do contrato para entrega
futuro, aos preços da actualidade ou não. Por vezes o pagamento é fraccionado para o momento
da negociação e para o momento de entrega da mercadoria.

iii) Venda por contrado de insumos de produção


Neste tipo de transação, o produtor paga os insumos de produção com parte da sua colheita,
portanto, após a colheita e venda da produção, mediante um contrato de venda de insumos
assinado entre o produtor e o vendedor de insumos.

iv) Contrato de venda antes da colheita


Este contrato é celebrado para a entrega numa data futura. O produtor e comprador especificam
via contrato, a data em que um determinado produto dece ser entregue. Este contrato é feito
normalmente antes da colheita, e às vezes, antes do plantio.

Sumário:

A comercialização de produtos agrícolas representa o conjunto de actividades de transferência da


produção agrícola das mãos do produtor até ao consumidor final. Este conjunto de actividade
inclui também o transporte, e as margens de comercialização que são geradas ao longo dos
diferentes níveis de mercado. Ao nível do produtor, os insumos de produção são adquiridos em
quantidade e qualidade específica para o nível de produção que se quer alcançar, características
do produto em questão e da respectiva demanda para esse produto.

Assim que o produto tiver sido colhido pelo produtor, este por sua vez pode processsar os
produtos e vender aos retalhistas ou directamente ao consumidor final. Este nível de mercado
concentra grande valor das tranzações., e podem ser facilitada com a intervenção de
intermediários. Por fim, o produto pode chegar as lojas, supermercados, entre outros, onde o
consumidor final adquire o produto.

Nesta Unidade temática 6.2 estudamos e discutimos fundamentalmente o conceito da


comercialização e as diferentes estratégias de comercilização.

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Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Como é que pode definir a comercialização agrícolas?


2. Quais são as principais estratégias de comercialização?
3. Quais são os principais aspectos que se devem tomar em consideração para o sucesso da
comercialização?
4. Dê exemplo de três estratégias de comercialização?

Exercícios para AVALIAÇÃO

1. O que entende por vendas por contrato?


2. Explique o que é venda por contrato de insumos de produção?
3. Explique a estratégia de venda por contrato antes da colheita?

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TEMA – VII: ADUBAÇÃO VERDE.

UNIDADE TEMÁTICA 7 ADUBAÇÃO VERDE

Introdução

A adubação verde é uma prática antiga que teve sua origem na antiguidade. O emprego do
adubo verde era essencialmente realizada por culturas leguminosas dada a sua capacidade de
fazer a fixação simbiotica de nitrogénio, sua boa capacidade de ramificação, a profundidade do
sistema radicular e, por ser uma família bastante numerosa e adaptada a diversas situações de
clima e solo.
Estudos mais recentes mostraram resultados promissores na utilização de plantas de outras
famílias como adubo verde, para além das leguminosas já conhecidas.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

 Compreender a importância do providenciamento de adubação verde


para a nutriçãodas plantas, e protecção do solo

Objectivos
específicos

7.1. Conceitos
A adubação verde é definida como “A prática de se incorporar massa vegetal não decomposta
ao solo de culturas produzidas localmente ou mesmo importadas, com o objectivo final de
preservar, restaurar e/ou melhorar a produtividade das terras agrícolas" (Chaves, 1989).
Actualmente a adubação verde é vista como a utilização de culturas diversas produzidas em
rotação, sucessão e/ou consociação, incorporando ao solo a biomassa foliar produzida ou
deixando na superfície, para a protecção superficial contra a erosão e/ou para manutenção da
fertilidade do solo. Esta prática conduz para a melhoria das características físicas, químicas e
biológicas do solo, inclusive a profundidades significativas (Calegari et al., 1993).

7.2. Funções
A prática da agricultura propicia a exposição do solo a agentes erosivos sobretudo podendo
causar danos ao solo. A prática de adubação verde confere ao solo um amplo meio de
manutenção do solo elevando dese modo o seu potencial produtivo. A adubação verde gera
grandes benefícios à agricultura, que as práticas convencionais químicas e mecânicas não
conseguem alcançar.
As funções mais importantes da adubação verde pode ser assim descrita:

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 Aumento do teor de matéria orgânica do solo através da incorporação da


biomassa produzida.
 Os adubos verdes ajudam na capacidade de solubilizar o fósforo não disponível
e promovem a mobilização e reciclagem mais eficiente de nutrientes.
 O grande volume de raízes ajuda na recuperação de solos degradados através do
rompimento das camadas mais densas promovendo a aeração do mesmo.
 A utilização de leguminosas ajuda na fixação do nitrogénio atmosférico através
de processo simbiótico com bactérias criando condições ambientais favoráveis
ao aumento da vida biológica do solo.
 Permite a redução das variações térmicas da superficie do solo e por via disso a
redução da evapotranpiração, aumentando desta forma a disponibilidade de
água no solo.

7.3. Características desejáveis de um bom adubo verde

Um bom adubo verde deve apresentar as seguintes características:


a. Crescimento rápido, isso lhe permite maior competitividade com as infetsantes
quanto a luz e água sobretudo;
b. Grande produção de biomassa, pois esta permitirá aumentar a quantidade de
matéria orgânica incorporada no solo;
c. Bom desenvolvimento do sistema radicular, pois ajuda na exploração das camadas
mais profundas e na formação de pequenas galerias nos locais das raízes quando estas
secam;
d. Fixação do nitrogênio atmosférico, sobretudo as leguminosas através de simbiose
com bactérias do género rizobium;
e. Forncer resistência a pragas e doenças para não servirem de plantas hospedeiras e
por via disso repassar às culturas;
f.Fácil de se obter sementes e de controlo, para evitar que se transformarem em plantas
indesejáveis durante o cultivo.

7.4. Épocas de aplicação de adubação verde


A prática da adubação verde, quanto à sua utilização, pode ser classificada em:

A - adubação verde antes da época chuvosa


Este modelo consiste no plantio de adubos verdes (geralmente leguminosas) no período
chuvoso de outubro à janeiro, permitindo um vigoroso crescimento durante esse período.
Várias espécies podem ser utilizadas para este propósito, destacam-se a mucuna, feijão boer,
crotalária, lab-lab e o feijão nhemba.
Entre as ps principais vantagens deste tipo de adubação verde estão a grande produção de
material vegetal e permitindo a fixação de grandes volumes de nitrogénio. Destaca -se
também a cobertura e protecção do
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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

solo durante este período chuvas intensas.


A grande desvantagem desta prática é a ocupação de áreas de produção agrícola durante um
período em que podem ser cultivadas culturas alimentares e de rendimento. Para minimizar
este problema recomenda-se a sub-divisão da área em parcelas, onde se reserva parcelas que
se beneficiam do plantio de adubos verdes e outras ficam destinadas as culturas alimentares
e comerciais.

B - adubação verde na época fresca e seca


Esse tipo de adubação é mais recente e baseia-se na utilização de leguminosas durante o
inverno entre as épocas chuvosas. As principais espécies utilizadas são a Crotalaria juncea e
a mucuna preta. A época de sementeira desses adubos verdes varia de março a junho.
Como vantagem desta prática destaca-se a protecção de áreas normalmente ociosas, o
controlo da erosão, a diminuição da infestação, a redução de perdas de nutrientes por
lixiviação, a fixação de nitrogénio por leguminosas, a utilização de adubos verdes com
potencial forrageiro para a alimentação animal e o fornecimento de cobertura morta para
preparos conservacionistas do solo.

C - adubação verde intercalar


Nesta modalidade o adubo verde é plantado durante o período de utilização da área com
outra cultura, em uma fase desta em que o adubo verde não lhe venha comprometer a
produção. Esse sistema adapta-se principalmente às pequenas propriedades nas quais a
utilização do solo é a mais intensa possível.
Esse tipo de adubação, quando feito com culturas anuais, deve ser feito criteriosamente,
de maneira a evitar que o adubo verde possa vir a competir com a cultura comercial. No
caso específico do milho e mucunas, a sementeira dessas deve ser feita a partir da floração
do milho.

No caso de culturas-perenes a recomendação geral e que a implantação do adubo verde


deve ser feita no segundo ano da cultura, em áreas onde os riscos de erosão são pequenos.
Neste caso a planta utilizada para adubo verde não deve ter hábito de crescimento
trepador.

D - adubação verde em faixas


Nesse sistema alocam-se faixas onde são plantados os adubos verdes, permanecendo a
restante área cultivada com a cultura comercial. Nos anos seguintes, as faixas são
deslocadas, com o objectivo de gradualmente ir promovendo a melhoria do solo de toda a
propriedade.
Uma variação desse sistema é o plantio de leguminosas perenes em faixas que são
mantidas fixas, podendo ser utilizadas periodicamente na alimentação animal, através de
cortes ou distribuídas na área de cultivo comercial, visando-se à cobertura do solo e à
economia da adubação nitrogenada.
Como exemplo, cita-se o cultivo da cultura do milho e feijão intercalados com faixas de
leucaena. Esse sistema adapta-se às
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regiões declivosas, onde as faixas actuam na retenção de enxurradas e no controlo da


erosão.

7.5. Inoculação de sementes


O objectivo da inoculação de sementes é colocar junto à semente recém-germinada uma
elevada população de rizóbio específico, capaz de modular e realizar simbiose eficiente
com a planta que irá se desenvolver.
A inoculação pode ser feita através do emprego de revestimento das sementes com
outros materiais (pellet), protegendo a bactéria da acidez do solo e dos fertilizantes, ou
simplesmente misturando água potável (100 ml) com inoculante (100 g), até formar
uma pasta homogênea que deverá ser misturada às sementes, as quais devem ser
espalhadas à sombra até secar.
Sementes inoculadas apenas com pasta deverão ser semeadas no máximo no dia
seguinte à inoculação, caso contrário, deverão ser re-inoculadas.

7.6. Espaçamentos e necessidade de sementes


No plantio de leguminosas como adubo verde, deve-se optar por um espaçamento que
leve a uma rápida cobertura do solo, evitando-se, assim, a emergência e a concorrência
das invasoras com a cultura comercial. No geral, isso implica a adopção de menor
espaçamento entre as plantas e maior gasto de sementes por unidade de área,
resultando, por conseguinte, em elevação do custo da adubação verde. Assim, a prática
na lavoura leva a recomendar um espaçamento baseado no bom senso.

7.7. Incorporação
A incorporação dos adubos verdes deve ser feita quando as plantas atingirem
aproximadamente 50% da floração, época em que estão com alto teor de nitrogênio,
boa produção de massa e ainda no estão muito lenhosas.
Para se obter uma incorporação mais eficiente, inicialmente deve-se picar o material
utilizando-se uma grade de discos e posteriormente incorporá-lo através de uma
lavoura. O enterrio deve preceder a operação de plantio da cultura comercial, pelo
menos em 20 dias, período necessário para que ocorra o pico da fermentação, onde
normalmente há elevação de temperatura.

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UnISCED- CURSO: Agronegócios e Desenvolvimento Agrário: 10 Ano Módulo: Introdução a Agricultura

Sumário

A adubação verde traz múltiplos beneficios para a melhoria do solo, pois aumenta a
produtividade destes. Assim sendo, a adubação verde pode ser vista como uma técnica milenar
que ajuda a promover a reciclagem dos nutrientes do solo, melhorar a estrutura solo e, a sua
composição química.

Nesta Unidade temática 7 estudamos e discutimos fundamentalmente o que é adubação verde,


e sua importância para a obtenção de altos rendimentos, plantas sadias, e protecção ambiental

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1. Qual é a importância da adubação verde na agricultura?


2. Porquê as leguminosas desempenham fundamental como culturas para adubação
verde?
3. De que forma a adubação verde contribui para a conservação dos solos?
4. O que entende por adubação verde intercalar?
5. Qual é o papel do plantio de culturas perenes em faixas no controlo da erosão?
6. Explique a importância da inoculação nos sistemas de cultivo no sector familiar?
7. Porquê é importante acertar na densidade de plantio das leguminosas como adubo
verde?
8. Em que momento se deve fazer a incorporação dos adubos verdes?
9. Como é que deve ser feito a incorporação?
10. Porque se deve fazer a incorporação com um tempo de antecedência?

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PARTE PRÁTICA

1. Introdução às práticas de Introdução a Agricultura


1.1. Sobre a disciplina

Agricultura é uma actividade importante para a sobrevivência dos seres humanos, e esta
actividade está intricicamente ligada ao ambiente e a biodiversidade. A disciplina de Introdução a
Agricultura tem como objectivo geral dotar os estudantes de conceitos básicos sobre agricultura.
No fim desta disciplina, os estudantes deverão ter conhecimentos gerais sobre as várias práticas
culturais agrícolas, desde a preparação do solo até à colheita e comercialização, sendo estes
conhecimentos enquadrados através dos conhecimentos sobre o clima, o solo, a planta e os
sistemas de produção e comercialização, de forma a poder realizar a agricultura no verdadeiro
sentido da palavra.

Pretende-se com a presente disciplina oferecer e/ou aprofundar conhecimentos teóricos e


práticos sobre técnicas de produção. Estes conhecimentos ajudarão a melhorar o conhecimento
sobre a agricultura e contribuir para uma sólida formação de futuros técnicos agrários superiores.

A componente prática deste módulo está estruturado para quatro unidades temáticas, nas quais
cada uma aborda um determinado conteúdo específico. Os conteúdos práticos serão realizados de
forma simples, para facilitar sua compreensão. Contudo, algumas práticas podem ser mais
complexas, sendo por isso um pouco mais vastas na realização das mesmas.

Cronograma das práticas


Tipo de
Prática Tema Local Grupo Requisitos Duração
prática

1 Preparação do solo
ISCED e parceiros
demonstrativos/V

campo e acordos

8 semanas desde
nos campos do
isitas e prática

de visitas com
produção do

prroprio dos

Material de
parceiros e

estudantes
estudantes

o início do
campo de

ISCED, de

parceiros

2 Sementeira/plantação
Todos os

módulo
Vídeos

3 Práticas culturais

4 Adubação verde

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Prática 1: Preparação do solo


A preparação do solo, é a técnica agrícola que possibilita dar início a actividade produtiva. Com
base no conhecimento teórico prévio da disciplina, a preparação do solo consistirá em três áreas
essenciais: equipamentos usados na preparação, lavoura, conservação do solo e controlo da
erosão. O objectivo da lavoura é preparar o solo para a sementeira. Esta preparação se realiza
com a utilização de equipamentos específicos, que penetra no solo e revolvem a terra, arrancando
ou eliminando as ervas daninhas, e deixando a camada s uperficial do solo com uma estrutura e
humidade adequada para a sementeira e germinação da semente. A preparação do solo também
pode ser feita de forma manual com o auxílio de enxadas, foices entre outros.

Resultados esperados
 Resultado 1: Conhecer e descrever as diferentes etapas da preparação do solo e sua
conservação
 Resultado 2: Conhecer e descrever os diferentes equipamentos utilizados para a
preparação do solo

Material
 Materiais de preparação manual do solo (Ancinhos, enxadas; forquilhas; pás)
 Campo de práticas agrícolas do ISCED;
 Botas;
 Adubos orgânicos e NPK
 Possibilidade de visitas para observação de equipamentos de preparação de solo

Procedimento
 Cada estudante, ou grupo de estudantes será atribuido uma área de 100 m2 para
realizar a preparação do solo de forma manual, e preparar a cama para a sementeira;
 Realização de visitas de estudo para instituições de venda de equipamentos de
preparação do solo;
 Acompanhamento de de video sobre processos de preparação do solo.

Avaliação
Esta prática será realizada no campo experimental do ISCED, de parceiros ou do próprio
estudante. No final o o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
 Ficha de aula pratica preenchida
 Fotos da actividade realizada
 Video da actividade realizada (2 - 5 min).

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Prática 2: Sementeira e plantação


Cada cultura tem as suas próprias exigências no que se refere à sementeira. A sementeira é definida
como o processo de colocar a semente no solo para permitir a germinação e crescimento da planta.
Por outro lado, usa-se o termo plantar quando estão envolvidos propágulos. Os propágulos podem
ser mudas, raízes, tubérculos, folhas e/ou estacas.

Existem vários métodos usados para semear as sementes. As sementes podem ser semeadas
directamente ou transplantadas. Para o transplante, as sementes são semeadas em viveiro e do
viveiro posteriormente transplantadas para o campo definitivo. Durante esta prática, algumas
precauções devem ser tomadas, tais como, a profundidade de sementeira, distância adequada,
qualidade de preparação do solo, temperatura, variedade utilizada, entre outros. Todos esses
cuidados são essenciais para uma boa germinação.

Resultados esperados
 Conhecer e implementar as diferentes técnicas de sementeira e plantação de diferentes
culturas

Material
 Placas de sementeira, vasos e copos descartaveis ;
 Enxadas;
 Sementes de diversas culturas;
 Estacas de mandioca ou ramas de batata-doce;
 Regadores manuais e burifadores;
 Estacas;
 Fita métrica;
 Rede sombrite ou equivalente

Procedimentos
 Cada estudante, ou grupo de estudantes na área que realizou a primeira prática, irá
proceder com as operações de sementeira directa, e plantação de estacas de
mandioca, ou rama de batata-doce;
 O estudante irá instalar um alfobre com uma cultura a sua escolha, previamente
apresentada ao tutor da disciplina;
 Realização de visitas de estudo para a cintura verde da cidade/distrito ou vila onde
reside/trabalha e observação da actividade;
 Acompanhamento de video sobre processos de sementeira e plantação.

Avaliação
Esta prática será realizada no campo experimental do ISCED, de parceiros ou do próprio
estudante. No final o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
 Ficha de aula pratica preenchida
 Fotos da actividade realizada
 Video da actividade realizada (2 - 5 minutos).
 Obesrvacoes realizadas na cintura verde onde realizou a visita

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Prática 3: Práticas culturais


Práticas culturais ou tratamentos culturais, são actividades que se realizam após a sementeira ou
plantio e que podem se repetir ao longo do ciclo da cultura,

Resultados esperados

 Resultado: Fazer o acompanhamento da cultura após a sementeira ou plantação

Material
 Sacholas;
 Pulverizadores;
 Pesticidas;
 Ureia
 Balanças;
 Visita para observação de amanhos culturais nas machambas localizadas na cintura
verde

Procedimento
 Cada estudante, ou grupo de estudantes deverá realizar os amanhos culturais da
cultura que semeiou ou plantou;
 Realização de visitas de estudo a outros campos de produção;
 Acompanhamento de video sobre processos de sementeira e plantação.

Avaliação
No final o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
 Ficha de aula pratica preenchida
 Fotos da actividade realizada
 Video da actividade realizada (2 - 5 minutos).

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Prática 4: Adubação verde


A adubação verde é definida como “A prática de se incorporar massa vegetal não decomposta ao
solo de culturas produzidas localmente ou mesmo importadas, com o objectivo final de
preservar, restaurar e/ou melhorar a produtividade das terras agrícolas" (Chaves, 1989).

Resultados esperados

 Resultado: Criar as capacidades técnicas nos estudantes para a prática de uma


agricultura amiga do ambiente

Material
 Restos de cultura;
 Forquilhas;
 Visitas para observação de adubação verde em outros campos próximos, com a
mesma prática.
Procedimento
 Cada estudante, ou grupo de estudantes irá realizar esta prática na parcela que lhe
foi atribuída, através da recolha de restos orgânicos de culturas;
 Realização de visitas de estudo para campos de produção na com práticas
semelhantes;
 Acompanhamento de video sobre processos de adubação verde.

Avaliação
No final o estudante deverá elaborar um relatório de actividade composto por:
 Ficha de aula prática preenchida
 Fotos da actividade realizada
 Video da actividade realizada (5 min).

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 https://www.bing.com/search?q=definicao+de+agricultura&form=ANSPH1&refig=5ba5100f
d699481c91183178c8104b80&pc=U531
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70
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