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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Tema: As Teorias de Aprendizagem

Laudino Tomas Macarringue: 31220112

Magude, Maio de 2022


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Tema: As Teorias de Aprendizagem

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino
de Biologia da UnISCED.
Tutor:

Laudino Tomás Macarringue: 31220112

Magude, Maio de 2022


Índice.
1. Introdução....................................................................................................................................4
2.Teorias de Aprendizagem.............................................................................................................5
2.1 Características de Aprendizagem...........................................................................................5
2.2 Tipos de Aprendizagem.........................................................................................................6
2.3 Factores da Aprendizagem.....................................................................................................6
3. Teorias de Aprendizagem............................................................................................................7
3.1. Teorias comportamentalista (Behavioristas).........................................................................7
3.2. Teorias Cognitivistas.............................................................................................................8
3.3. Teorias Psicanalíticas............................................................................................................9
3.4. Teoria Maturacionalista......................................................................................................10
3.5. Teorias Humanistas.............................................................................................................10
4. Conclusão..................................................................................................................................12
5. Referência Bibliográfica............................................................................................................13
1. Introdução.

O presente ensaio intitulado: As Teorias de Aprendizagem, trás uma abordagem epistemológica


da contribuição destas para o avanço cognitivo. Mas antes é preciso considerar que os estudos
deste tema, procede à Psicologia que, do grego “psyche” (alma) e “logos” (razão, discurso).
Funda – se pelo Wilhelm Wundt em 1879. Alias, procura de forma incansavelmente uma
compreensão cientifica dos comportamentos. Ora, tanto a mãe Psicologia, assim como as Teorias
de Aprendizagem também indubitavelmente estudar os comportamentos Humanos.

À luz deste desdobramento teórico, a historia de aprendizagem remonta desde os tempos


primórdios com pensadores antigos, como Sócrates, Platão, Aristóteles e outros pensadores. Para
estes pensadores compreendiam que todo conhecimento apresenta – se de forma cientifica,
baseada nos sentidos e experiencia.

Nesta senda discursiva, os argumentos psico – científicos alicerçam – se às proposições daqueles


pensadores. Todas as teorias que serão elencados deixam uma linha geral que fundamenta o
estudo, que a aprendizagem ocorre pela experiencia, maturação e estímulos. Eis, portanto, a
razão de antes de atacar as teorias de aprendizagem de forma profunda, vamos fazer um
panorama geral do estatuto epistemológico da Aprendizagem, enquanto base para formulação
das teorias.

Em virtude disto, o trabalho tem como objectivo geral, compreender as teorias de aprendizagem.
Como objectivos específicos: i. Contextualizar a aprendizagem; ii. Interpretar as teorias de
aprendizagem; iii. Caracterizar as teorias de aprendizagem.

A metodologia a usar é bibliográfica, “quando elaborada a partir de um material já publicado,


constituído principalmente de livros, artigos de periódicos (…) internet” (SILVA e MENEZES,
2008, P. 21).

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2.Teorias de Aprendizagem.

Conceito:
O termo aprendizagem deriva do Latim “Apprehendere” que em linguagem vernácula significa
(pegar com o conhecimento, tomar posse de).

No entendimento de Prado, “aprendizagem é um processo fundamental para a vida humana”


(PRADO, 2015, P. 22). Para este autor o desenvolvimento da vida em todas as dimensões,
depende taxativamente da aprendizagem, em função do meio ambiente, resposta aos estímulos,
etc.

À semelhança daquele autor, Rocha e Fidalgo dizem; “a capacidade de aprendizagem deve ser
perspectivada segundo um ponto de vista evolutivo (…), dependerá de padrões de
comportamentos fixos inatos” (ROCHA e FIDALGO, 1999, P. 166).

Na sua fundamentação teórica, “define aprendizagem como uma mudança no comportamento


manifesto ou potencial, relativamente permanente. Este processo de mudança baseia – se na
experiencia” (idem, P. 167).

2.1 Características de Aprendizagem.

De acordo com Campos (1987) as características de aprendizagem são: I. Processo Dinâmico –


este, pressupõem que a aprendizagem requer um dinamismo na estrutura mental do individuo
para integração, elaboração e identificação de toda informação que recebe do meio. II. Processo
Continuo – desde o nascimento, a criança envolve – se num processo de aprendizagem. Inicia
esta aprendizagem também desde a idade escolar, adolescência ate na terceira idade. III.
Processo Pessoal – a aprendizagem é considerada intransferível, ela depende dos ritmos de
desenvolvimento das capacidades cognitivas e psicomotoras, face ao carater pessoal de

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aprendizagem. IV. Gradual – a aprendizagem é feita gradualmente a partir de aprendizagens
simples a complexas. Um anterior constitui a base para aquisição de outra posterior.

2.2 Tipos de Aprendizagem.

Segundo Rocha e Fidalgo, referenciam três tipos de aprendizagem: I. condicionamento


clássico; II. Condicionamento operante; III. Aprendizagem social.

Enquanto este ultimo, as pesquisas conduzidas pelo intelectual Bandura1, em 1963, “muitos
comportamentos são rapidamente adquiridos através da observação de modelos” (ROCHA e
FIDALGO, 1999, P. 173). Ainda afirma que “neste tipo de aprendizagem, o pensamento em um
papel essencial na aquisição e na manutenção do comportamento” (ROCHA e FIDALGO, op.
cit., loc. cit). Àquele, o condicionamento é operante porque o organismo opera, ou age, sobre o
meio, na medida em que qualquer ação é seguida por uma consequência ou acontecimento
especifico. O primeiro, é considerado a forma mais fácil de aprendizagem. Consiste num
procedimento sistemático que conduz a uma nova associação entre dois estímulos – neutro e
incondicionante (cfr. ROCHA e FIDALGO, 1999: 168).

2.3 Factores da Aprendizagem.

Os factores da aprendizagem, são elementos que facilitam, tornam férteis as condições para
adquirir um conhecimento de modo permanente. Esses factores agem em todos os tipos de
conhecimentos em todos os indivíduos.

À luz dessa reflexão, os principais factores de aprendizagem ligados aos indivíduos são: I. saúde
física e mental; II. Motivação; III. Maturação; IV. Inteligência; Concentração e atenção; V.
Memoria, Penteado (apud Prado, 2015, P. 23 – 24). Rocha e Fidalgo, aumentam os seguintes
factores: aprendizagem anterior e factores sociais.

1
O psicólogo Albert Bandura, “afirmava que embora muitos comportamentos fossem adquiridos e
modificados através da recompense ou punição dos comportamentos instrumentais (…) são rapidamente
adquiridos pela experiencia” (ROCHA e FIDALGO, 1999, P. 173).

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Saúde física e mental – para que seja capaz de aprender, a pessoa deve apresentar um estado
físico geral. As perturbações na área física, como na sensorial e na área nervosa poderão
constituir – se em distúrbios de aprendizagem. Motivação, é o factor de querer aprender;
despertar o interesse é fundamental para a aprendizagem. Maturação, é o processo das
diferenciações estruturais e funcionais do organismo. A maturação neurológica cria condições
para a aprendizagem, havendo uma interação entre ambas. Inteligência, capacidade de assimilar
e compreender informações e conhecimentos. Concentração e atenção, capacidade de fixar – se
em um assunto/ tarefa. Memoria, retenção da aprendizagem (Cfr. PRADO, 2015, p. 23 – 24).

Outros factores também como Aprendizagem anterior, Rocha e Fidalgo (1999) pressupõem
que, uma vez aprendido um conteúdo, concorre mais para reter de forma organizada e logica, de
modo que posso hierarquicamente contruir um aprendizado adicionando progressivamente ao
que esta aprendendo. Os factores socias, as expectativas sociais e culturais são alicerces da
aprendizagem, sobretudo quando trata – se de condutas aceites socialmente.

3. Teorias de Aprendizagem.

3.1. Teorias comportamentalista (Behavioristas).

Os principais representantes desta teoria são: Watson2, Pavlov e Skinner. No entendimento da


Prado, comportamentalismo, “é uma área da psicologia que tem como comportamento como
objecto de estudo” (PRADO, op. cit. P, 13). Alias, como sustenta Rocha e Fidalgo “…
comportamentos observáveis e rigorosamente mensuráveis” (ROCHA e FIDALGO, 1999, P.
17).

As partes desta teoria são: Comportamentalismo Metodológico, que tem como percursor, o
intelectual Watson e o Comportamentalismo Radical, cujo pai é Skinner. E mais tarde o

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John Watson (1878 – 1958) é considerado como um dos criadores da psicologia cientifica. Com um
artigo publicado numa revista em 1913, cujo tema é “A Psicologia de uma Perspectiva Behaviorista”.

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Comportamentalismo Social, representado por Bandura. Estes pesquisadores psicólogos
entendem que a observação é o método eficaz para conhecer os comportamentos.
Portanto, o estatuto epistemológico – psicológico destes intelectuais diverge. Ora, o Pavlov
(1849 – 1936), buscou explicar os comportamentos aprendidos com base nos reflexos
respondentes para compreender os comportamentos humanos. Skinner (1904 – 1990), o modo
operante caracteriza – se “por estímulos que seguem a resposta permitindo modelar
comportamento pretendido” (idem, p. 14).

Já, para Pinto, estão traçadas linhas gerais que traduzem em termos práticos às ideias gerias e
comuns: I. a aprendizagem é concebida como respostas passivas a estimular ou a reforços na
medida em que aquilo que indica a ação é o estimulo; II. A aprendizagem é sinonimo de um
comportamento expressivo; III. A aprendizagem é entendida como associações que se vão
complexificando progressivamente; IV. O sujeito é entendido como passivo face à
aprendizagem, será preciso então esforça – lo a aprender da criação de uma situação externa
(Cfr. PINTO, 2003, P. 27 – 28).

3.2. Teorias Cognitivistas.

Esta teoria vem para afundar a anterior que durante as primeiras décadas do seculo XX
marcaram a tese behaviorista quando afirma que os comportamentos são observáveis e
mensuráveis. Pois bem, a teoria em estudo, nasceu nos estudos de Kohler, não obstante, foram as
pesquisas do Jean Piaget que os estudos cognitivos atingiram o seu apogeu.

“O grande objectivo dos estudos do Piaget foi perceber como se desenvolve e constrói o
conhecimento humano, sendo assim originada a vasta e fecundada área de investigação que da
pelo nome de epistemologia genética” (ROCHA e FIDALGO, 1999, P. 27).

Nas palavras do Piaget, “as crianças não nascem com o conhecimento; o


desenvolvimento cognitivo relaciona – se com a maturação e a experiencia
activa que a criança desenvolve com o mundo. Cada criança, deve construir as
suas próprias formas de conhecimento ao longo do tempo, formulando e

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reformulando hipóteses numa tentativa de dar sentido e entender o que o
rodeia” (POCINHO, 2018, P. 10).

Então, para poder entender essa cognição, Piaget propõe os seguintes estágios de
desenvolvimento:
i. sensório – motor: caracteriza – se pela predominância de ações motoras e da sua coordenação
no âmbito do funcionamento cognitivo da criança. Uma criança de 12 a 18 meses tem a
capacidade de imaginar um objecto quando ele não esta presente; ii. Pré-operatório ou intuitivo
– caracteriza se pelo aperfeiçoamento da linguagem e de outras competências cognitivas; iii.
Operações concretas – caracteriza – se pelo aparecimento de três operações logicas que
caracterizam a inteligência operatória: identidade, negação e reversibilidade; iv. Operações
firmes – é aquele que a criança é capaz de lidar com problemas que contem uma multiplicidade
de factores que exigem um raciocínio hipotético – dedutivo e pensamento perspetivista, (idem, P.
12 – 13).

Em suma, a criança inicialmente conhece o mundo através das suas perceções sensórios e
reflexos. Depois conhece o mendo com cerca de 1 ano conhece os objectos no tempo e espaço. E
se o desenvolvimento for normal, passa para o estagio de operações concretas e finalmente as
operações firmes.

3.3. Teorias Psicanalíticas.

Esta teoria foi a presentada pela primeira vez por Sigmund Freud no final do seculo XIX e
batizada por psicanalise3.

Hoje, no entanto, esta teoria estuda a personalidade e o seu desenvolvimento. Mas para se
desenvolver este belo estudo da personalidade deve ante, estudar o comportamento. É nesta parte
que Rocha e Fidalgo entram com ferramentas cientificas, para afirmar que “segundo a

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Segundo artigo publicado em 2013, a PEPSIC diz que “Como sabemos, a psicanalise surge a partir da
experiencia de Freud no tratamento das neuroses, em seu consultório de especialista em moléstias
nervosas” IDE (2013) vol.36, possibilidades e limites das teorias psicanalíticas: a questão da
personalidade, São Paulo.

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psicanalise, os comportamentos são determinados por grandes medidas por focas e processos
inconscientes. A personalidade é moldada a partir das experiencias infantis dos primeiros anos
de vida de um ser humano” (ROCHA e FIDALGO, 1999, P. 22).

Segundo Bock e outros autores, “a psicanalise também é um instrumento importante para a


analise e compreensão dos fenómenos sociais” (BOCK, at all, 1999, P. 92).

Neste contexto, a psicanalise tornou se a parte clinica da investigação teórica da psique humana,
independente da psicologia, desenvolvida por Freud. E o seu método ou abordagem reside no
inconsciente, responsável pelas nossas atitudes e personalidade que alias, “consiste na
organização dinâmica e característica no individuo das estruturas ou sistemas psicológicas e da
sua interação com o meio” (idem, P. 248).

3.4. Teoria Maturacionalista.

Quando falamos do maturacionalismo, referimos automaticamente o Arnold Gesell. 4. Esta teoria


explica a mudança do comportamento pela maturação física do sistema nervoso o qual é
controlado pelos genes. As diferenças no comportamento não são atribuídas, a diferenças na
experiencia, mas à hereditariedade. De acordo com esta teoria, as crianças desenvolvem as
competências intelectuais, tais como falar, contar ou ler, depende basicamente da maturidade
para aprender (cfr. Instituto de Aperfeiçoamento dos Professores, 2003, P. 18).

3.5. Teorias Humanistas.

Esta teoria representada por Carl Rogers (1902 – 1987) e Abraham Maslow ((1908 – 1970)
começaram os seus estudos sobre esta teoria na especificidade do ser humano perante uma dada
tarefa. Mas ao longo das suas pesquisas, Rogers sentia se destruído pela psicanalise, pelo que
indicava uma pessimista visão do Homem. O foco desta teoria esta na aprendizagem numa
4
Que aos 40 anos desenvolveu um trabalho notável na Universidade de Yale de que resultou um conjunto
de livros sobre crianças. Este livro é The Child from five to ten.

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perspectiva de desenvolvimento da pessoa. Assumindo que esta teoria critica fortemente o
behaviorismo, tem alguns pontos que convergem com as teorias construtivas 5, desde logo
conhecimento de que a aprendizagem é um processo de representação cognitiva.

5
Estas Teorias reconhecem que os indivíduos são agentes ativos na construção do seu conhecimento,
integrando informações no seu esquema mental. Constrói também o conhecimento com base argumentação. A
aprendizagem nesta teoria é autónoma.

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4. Conclusão.

Apôs desdobramento teórico desta pesquisa, compreende se que a aprendizagem enquanto


mudança de comportamento relativamente permanente depende dos factores, tipos, característica
da mesma que leva uma criança a aprender. Ora, diz que houve aprendizagem quando assimila –
se o conteúdo aprendido, quando muda do comportamento numa certa experiencia. Um outro
elemento fundamental para a aprendizagem é a memoria. Onde, portanto, retém – se o
aprendizado.

As teorias de aprendizagem estudadas, valem de si pois independentemente de haver varias


delas, possuem um significado único; estudo do comportamento manifesto e perante experiencia,
reação aos estímulos. Ainda que a psicanalise aumente uma outra variável (a personalidade).

Em linhas gerais, para esta modesta exposição – comunicação, a aprendizagem resulta à mercê
dos elementos que ajudam na aprendizagem. Neste sentido, urge a necessidade de estudos
aprofundados e permanentes em todos os campos de ensino, pois assim sabendo da relevância
esta pesquisa e sua aplicabilidade prática no ensino será capaz de responder às necessidades
estruturais e fenomenológicas das sociedades cientificas, académicas, em fim. No seu todo.

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5. Referência Bibliográfica.

BOCK, A; FURTADO, O e TEIXEIRA, M. (1999). Psicologia: uma introdução ao estudo da


psicologia. 13. ed., São Paulo: Saraiva.
INSTITUTO DE APERFEICOAMENTO DOS PROFESSORES (2003). Psicologia: modulo 2:
s/e/
PINTO, J. (2003). Psicologia de Aprendizagem: concepção, teorias e percepções. 4 ed., s/l:
Instituto de Emprego e Formação Profissional.
PRADO, M. (2015). Psicologia de Educação. Cruz das Almas: SEAD.
ROCHA, A e FIDALGO, Z. (1999). Psicologia – 12 ano. 2 ed., Lisboa: Textos.
SILVA, E e MENEZES, E. (2008). Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4.
ed., Florianópolis.

Artigo.
PEPSIC (2013). Possibilidade e Limites das Teorias Psicanalíticas: a questão da religiosidade.
Vol.36. no. 56. São Paulo: Ide.

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