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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Tema: Rituais de Chuva entre os diferentes grupos étnicos de Moçambique

Eulália José Rafael: 4122028

Maxixe, Março de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Tema: Rituais de Chuva entre os diferentes grupos étnicos de Moçambique

Trabalho de campo a ser submetido


na coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de Biologia,
da UnISCED.
Tutor:

Eulália José Rafael: 4122028

Maxixe, Março de 2023


1. Introdução.
o tema desta pesquisa é: Rituais de Chuva entre os diferentes grupos étnicos. Este tema que
se discute no fórum antropológico e – sobretudo etnográfico, pois, é a parte da antropologia
que se dedica aos estudos das múltiplas etnias, de suas implicações antropológicas, sociais.
Procura estudar a cultura do povo.

Nesta senda discursiva, esta pesquisa nos trás uma contribuição subsidiaria sobre os costumes
e hábitos socias da prática dos rituais de chuva em Moçambique. Esta analise critica –
reflexiva busca, formar, desenvolver, construir a etnia e a compreensão da etnia em
Moçambique, desde a sua pré historia ate hoje são praticados, ainda com algum método
tradicionalista anteriormente usado pelos nossos antepassados; e as suas implicações hoje.
Nesta modesta exposição – comunicação, nela propostas as alas de abordagem nos avisa que
os rituais não devem ser dissociados da cultura. À semelhança disso, o estudo sistemático dos
ritos, ira em paralelo com o estudo da cultura; afinal, os ritos fazem parte da cultura e são os
habitus culturais que identificam os indivíduos e suas diferenças etnológicas.

Este tema é de escolha motivado pelo cumprimento do plano analítico da disciplina da


Antropologia e em concomitância as aulas da Antropologia. No outro sentido, queremos
compreender a diversidade da etnia e como algumas etnias praticam os rituais, sobretudo os
rituais de chuva. Essas etnias são, por exemplo: makuas, elonwes, tsongas, senas, shonas,
yaos, kinwani, entre outras. Vamos analisar igualmente como se construiu durante milénios
de existência cultural os rituais.

Em virtude a isso, o trabalho tem como objectivo geral: analisar os rituais de chuva entres os
grupos étnicos. Como objectivos específicos: a. Contextualizar os rituais em Moçambique; b.
Explicar o processo da realização dos ritos em Moçambique; e c. Caracterizar os rituais entre
os grupos étnicos.
2. Rituais em Moçambique: um estudo etnográfico – antropológico.
De acordo com (BARREIRO e ANTONIO, 2016; 11) antropologia (anthros = homem e
logos = ciência) “… busca, justamente, sistematizar e organizar os saberes sobre os
humanos e suas diferentes formas de relações sociais”. De facto, a antropologia é a ciência
que estuda o homem em absolutamente todas as dimensões sociais; no como interage consigo
mesmo e com os outros num meio social, no como desenvolve – se na sua cultura ao longo
do tempo, e os seus ritos como base de vivencia. Alias, para (JAPIASSÚ e MARCONDES,
2001: 168), rito (latim – ritus) “celebração de um culto ou realização de cerimónia feita de
acordo com certas regras baseadas na tradição religiosa ou sociocultural de um povo ou
grupo social”. Por sua vez, Rodolpho (2009) acrescenta que ritual é um sistema cultural de
comunicação simbólica. Esses símbolos que usamos para nos comunicar, são percebidos
durante o culto ou cerimonia quando os régulos realizam as. Ou seja, “como um método de
investigação por um meio do qual se apreende a complexidade de uma determinada vida
social” (op. cit., 28).

As diferentes etnias de Moçambique como: senas, shona, tsongas, makuwas, tem como base
de vida; a tradição. Esta forma de cultura que norteia a vida dos moçambicanos, através dos
ensinamentos para o cumprimento de certas orientações, mitos, encimamos morais,
proibições em forma de provérbios, ensinamentos sobre a realização e importância dos mitos.
Os rituais em Moçambique são realizados desde muito antes, ate nessa altura, os primeiros
povos pediam chuva e proteção através de cerimónias de ritos, segundo Nhampulo e Bila
(2006). A cultura, baseada na experiencia religiosa – tradicionalista é divergente em todo
pais, dependendo da etnia. O que no sul tem como costume no centro ou norte não fazem. À
título de exemplo: os rituais de iniciação feminina que se realizam, confessa como tradição
moçambicana em conhecimento da maturidade do homem e da mulher, avaliado em 95.2%,
Manuel (2018).

Esse ritual, sobretudo nas mulheres, é amplamente realizada no norte. E para os homens, é
também conhecido no sul. Outros rituais que em norte não feitas é ritual de sumo ou bebida
de canhú que se realizada muito no sul, com destaque Gaza e Maputo produzida por mulheres
rural assim tendencialmente urbano, de acordo com Cossa (2019). Faz se também rituais de
lobolo, realiza – se igualmente em todas as etnias rituais de chuva, a qual é o centro de
pesquisa. Mas um facto bastante importante, é que esses rituais são feitas por chefes e lideres
tradicionais, (Cfr., LANGA e JEMUCE, 2021, 46). Pois, esses chefes são considerados
executores dos mandamentos dos antepassados e como ligação ou inica ligação entre os
antepassados e os vivos que falam com eles através do ritual.

3. Rituais de chuva entre os diferentes grupos étnicos.


Desde a antiguidade o ritual de chuva vem ocupando espaço nas comunidades primitivas;
desde os Khoisan, Bantus ate nos dias de hoje, onde os chefes tradicionais, donos das terras,
falavam com os antepassados pedindo chuva, Nhampulo e Bila (2006). Embora que não
havia variedade significativa de etnias na altura, os princípios da realização dos rituais eram
os mesmos, ou seja, fazia – se igualmente os rituais. Sempre seguiu – se fielmente os
parâmetros, isto é, a cultura tradicionalista dos rituais sobreviveu a toadas as mudanças
culturais, principalmente nas penetrações árabes. Claro, essas penetrações tiveram impacto
forte na culturalização dos indivíduos e no surgimento das etnias e línguas do norte e centro.
Os rituais também feitas sob contexto religioso, pois coloca – se Deus como centro da fé.
Nessa perspectiva, os rituais são realizados esperando ou na esperança de que as divindades
ouviram o clamor da população. Ate porque simplesmente pela tradição, temos a tendência a
acreditar no sobrenatural; estas cerimónias não fogem da regra, pois nos acreditamos que
Deus responde a isso. E, tradicionalmente nos temos a tendência em venerar os antepassados.

Hoje em dia, os rituais de chuva variam de etnia para etnia; claro, possuindo um denominador
comum que aqui em Maxixe, chamamos de Naya, em bitonga que significa ritual e é
kuphalha em Xirhonga. Esse ritual de chuva em maxixe, por exemplo, é feita de baixo de
uma árvore específica dirigida por chefes tradicionais e as vezes por curandeiros (dzifumo ni
dzinhanga). Em algum lugar da etnia tsonga, os rituais de chuva para serem realizadas é
preciso antes fazer – se um pré ritual, um procedimento que consiste em “lavar a terra”, isto
é, lava – se das mortes, feitiçarias, abortos, etc. geralmente faz se no mês de Agosto e quando
somente se verifica escassez de chuva e vinda de período longo de seca. Este ritual, pode ser
realizada em árvores, palhotas, “Nhumba bha sumbureno, em bionga”. Em alguma zona
recendida do distrito de Magude, no povoado de Chimuine, os rituais de chuva são feitas
numa palhota e podendo participar qualquer um, todavia, em nenhum momento o ritual pode
ser realizada por um viente. Pois não possui nenhuma ligação com os ancestrais daquela
localidade e com os donos da terra.

Esses rituais em algumas etnias como makuwas e elonwes, são realizadas ao anoitecer em
baixo da árvore específica, que não se pode cortar. Seguem igualmente uma serie de regras: o
ritual deve ser feita por donos da terra, regulo, pois pela ancestralidade ele pode invocar e
falar com os de fundos, mas não significa que eles vão responder todos ouvindo, somente
espera – se o resultado que é a chuva. Faz – se certamente rituais em todas as etnias quando
se verifica fome, seca e falta de chuva. Os rituais tem uma enorme função na padronização do
comportamento social dos indivíduos e valores, segundo Meira (2009). Ora, acredita – se que
após realizar o ritual a chuva ira cair e a fome e a seca passarão. Desta forma estaremos a
manter os valores e identidade cultural.

Trata-se dos ritos públicos envolvendo toda a aldeia, que parecem apresentar uma estrutura
estável e muito abrangente em termos geográficos: quando o veterano chegava, era-lhe
enviado um delegado da família ou da comunidade, que o recebia fora da aldeia e supria as
suas necessidades imediatas, mas sem o autorizar a entrar. O veterano era segregado da zona
residencial até se submeter a uma limpeza ritual, posto o que era anunciada aos antepassados
a sua chegada e ele era recebido festivamente por todos. Durante todo o processo, contudo,
não se deveria falar daquilo que o veterano fez ou presenciou durante a guerra, considerando-
se que fazê-lo seria perigoso tanto para ele como para a comunidade, (cfr. GRANNO, 2004)
Apontando algumas falhas do cumprimento taxativo do ritual, em todas as etnias; é devido ao
facto de que a terra esteja poluída, e havendo necessidade de se lavar, para posterior.
4. Conclusão.
Findo ensaio, podemos constatar que os rituais, são a base da cultura em diferentes etnias de
Moçambique. Sendo assim, devem ser realizados de acordo com as orientações tal como
antes eram feitos; em todos os lugares, os rituais devem ser feitos ou dirigidos por pessoas
que não nativos da região, pois so assim, eles podem se comunicar com os seus de fundos.
Pendido chuva, pedindo que sejam protegidos, entre outros rituais que o povo estará a fazer
mediante a uma preocupação que assola a todos já há bastante tempo. Por exemplo, o ritual
de chuva somente é feita quando não chove na determinada região por longos anos.

Acreditando na crença, estaremos a nos identificar culturalmente, afinal, sem esses hábitos e
costumes, não haveria muita vida, alias, tendo em conta que somos também fortemente
influenciado pela experiencia religiosa, combina bastante com os rituais para falar com
DEUS, alias, essas cerimonias realizadas como já dissemos, podem ser de natureza religiosa
ou tradicional: ritos. Precisamos, dessa cultura, pois ela nos identifica cada um de nos, em
nossas variações étnicas.

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