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Amino Amido Madeira

Álvaro Floriano Namuine

Ancha Matias

Josefa João Mafigo

Aprendizagens Interacionistas de Piaget, Vygotsky, Bruner e Ausubel

Licenciatura Em Psicologia social e das organizações.

Psicologia da Aprendizagem

3º- Ano, Pós-Laboral

Universidade púnguè Extensão de Tete

2023
Amino Amido Madeira
Álvaro Floriano Namuine
Ancha Matias
Josefa João Mafigo

Aprendizagens Interacionistas de Piaget, Vygotsky, Bruner e Ausubel

Licenciatura Em Psicologia social e das organizações.

Trabalho de pesquisa a ser entregue na


cadeira de Psicologia da Aprendizagem,
curso de licenciatura Em Psicologia social
e das organizações, sob orientação da:
Me: Deolinda Magule

Universidade púnguè Extensão de Tete


2023
Índice
1. Introdução..........................................................................................................................4
1.1. Metodologias...................................................................................................................4
1.2. Objectivos Geral:.............................................................................................................4
1.3. Específicos:.....................................................................................................................4
2. Teoria interacionista...........................................................................................................5
2.1. Teoria Interacionista de Jean Piaget................................................................................5
2.1.1. A psicogénese...............................................................................................................6
2.2. Teoria Sócio Interacionista de Lev Vygotsky.................................................................8
2.3. Ensino e Aprendizagem Interaccionista ……………………………………………….8

2.4. Construtivismo de David Ausubel................................................................................10


2.4.1. Divisão da aprendizagem significativa......................................................................12
2.5. Teoria de Jerome Bruner...............................................................................................14
2.5.1. Princípio para aprendizagem......................................................................................14
3. Conclusão.........................................................................................................................16
4. Referências bibliográficas................................................................................................17
1. Introdução

No presente trabalho abordaremos sobre as teorias integracionistas, temos nós a dizer que
essa teoria do desenvolvimento apoia-se na ideia de interacção entre o organismo e o meio.
A aquisição do conhecimento é entendida como um processo de construção contínua do ser
humano em sua relação com o meio. Organismo e meio exercem acção recíproca Essas
construções dependem bastantemente das relações que são estabelecidas com o ambiente
numa dada situação. Basicamente todo o conhecimento que possuímos acerca do mundo ao
nosso redor é adquirido por meio de um processo de observação, absorção e compreensão
das informações que nos são apresentadas nas mais diversas situações. Ou seja, o processo
de construção de nosso conhecimento ocorre a partir da aprendizagem e aquisição novas
informações.

1.1. Metodologias

Para a realização deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico, que consistiu na


leitura de várias referências bibliográficas, mas referente ao tema em estudo e uso de
internet para recolha de certas informações.

1.2. Objectivos Geral:

 Conhecer as teorias interaccionista de Bruner, Piaget, Ausubel e Vygotsky.

1.3. Específicos:

 Definir as teorias interaccionista de Bruner, Piaget, Ausubel e Vygotsky;


 Caracterizar as teorias interaccionista de Bruner, Piaget, Ausubel e Vygotsky;
 2. Teoria interaccionista

Esta teoria tem como os principais representantes os teóricos Jean Piaget e Lev Vygotsky.
Essa concepção, considera o conhecimento construído graças às interacções que o sujeito
tem com o meio externo (físico e social). O conhecimento não é interno, nem vem "nato",
com o ser humano, e nem externo construído a partir das percepções sensoriais, mas sim,
através da interacção entre eles, pois, o homem, não é considerado, nessa teoria, como um
ser passível, mas interage e muda as coisas ao seu redor. É nessa interacção que os
processos de aprendizagem vão se efectivando. Uma criança, por exemplo, constrói suas
características de agir, pensar, sentir e sua visão de mundo, através da interacção\ com
outras crianças e adultos e esses processos duram a vida toda, o ser humano de acordo com
essa teoria está em constante aprendizagem. Jean Peaget (1896-1980)

O ser humano interage com o meio ambiente respondendo aos estímulos externos,
analisando, organizando e construindo seu conhecimento a partir do “erro”, através de um
processo contínuo de fazer e refazer (COLL, 1992, p. 164). Essas construções dependem
bastantemente das relações que são estabelecidas com o ambiente numa dada situação.
Podemos empregar o termo construtivismo como sinónimo de interacionismo, uma vez que
existe a construção do conhecimento considerada a verdadeira aprendizagem. Sendo
classificada como interaccionista, a teoria construtivista é em sentido geral, o processo pelo
qual um indivíduo desenvolve sua própria inteligência adaptativa e seu próprio
conhecimento, interagindo com o meio.

A partir das teorias interaccionistas, foi possível analisarmos que a aprendizagem não
acontece apenas por factores internos ao sujeito, mas também pela interacção do indivíduo
com o ambiente externo. Entre os principais representantes do interacionismo, podemos
citar Jean Piaget e Lev Vygotsky.

O primeiro é o suíço Jean Piaget. Biólogo, debruçou-se sobre os processos de


aprendizagem e desenvolveu a teoria interaccionista, actualmente, ela é base para
propostas conhecidas como construtivistas. O segundo é Lev Vygotsky, psicólogo
bielorusso, pensou o interacionismo considerando especialmente sua natureza
sociocultural, por isso sua teoria é chamada de sócio interaccionista. (COLL, 1992:168;
SANTOS, 2005).
Ferrari (2010), a base comum do interacionismo considera que os seres humanos
constroem o conhecimento a partir do “erro”. Uma criança pequena conhece o espaço ao
seu redor e aprende a se equilibrar considerando suas quedas e seus limites. A
aprendizagem, sob a ótica interaccionista, é um caminho construído a partir de hipóteses
que consideram o erro como parte importante dessa construção.

2.1. Teoria Interaccionista de Jean Piaget

Depois de seu doutorado em 1918, Piaget iniciou a busca de um laboratório de psicologia


que pudesse servir de campo para as investigações empíricas que dessem suporte ao seu
empreendimento (COLL, 1992, p. 168).

Piaget era fascinado pela compreensão da lógica subjacente ao erro e a interpretação do


percurso intelectual da criança em relação ao seu desenvolvimento cognitivo global.
Consequentemente, a análise realizada por ele, desloca-se dos produtos dos testes para os
processos que as causaram, melhor dizendo, ele foca o percurso que uma criança percorre
na resolução de um problema e não no seu resultado final” (SANTOS, 2005).

Piaget utilizou-se do método clínico, para suas observações, por ter semelhança com
procedimentos usados em Psiquiatria e Psicoterapia: entrevistas, aplicações de testes,
observação. Utilizando este método, ele chegou a formulações de uma teoria de como se
processa o desenvolvimento cognitivo – a Psicologia Genética (COLL, 1992, p. 168-169).

Piaget coloca o foco de suas pesquisas na interacção do sujeito com o objecto. Assim, sua
teoria é considerada focada no sujeito como estruturante.  Piaget buscou compreender os
mecanismos pelos quais as crianças constroem representações internas de conhecimentos
construídos socialmente, em uma perspectiva psicogenética, traz uma contribuição para
além das descrições dos grandes estágios de desenvolvimento (FERRARI, 2010a).

Piaget concebe a criança como um ser activo, atento e que constantemente cria hipóteses
sobre o seu ambiente. Assim, acredita que, de acordo com o estágio de desenvolvimento
em que a mesma se encontra, elabora os conhecimentos de forma espontânea.   A criança
tem uma visão particular sobre o mundo e à medida que se desenvolve, em sua interacção
com o adulto, aproxima-se de suas concepções tornando-se socializada. No entanto, o
papel da interacção, nesta teoria, fica minimizado em virtude de que, para Piaget, a
aprendizagem subordina-se ao desenvolvimento.
Esta teoria tem como eixos as seguintes ideias com relação ao processo de
desenvolvimento da criança:

a) Privilegia a maturação biológica (modelo biológico de adaptação do organismo ao


meio);

b) Factores internos preponderam sobre os externos: é pelo interior do organismo que


ocorre a articulação entre as estruturas do sujeito e as da realidade externa;

c) O desenvolvimento tem uma sequência fixa e universal de estágios: sensório motor (de 0
a 2 anos); pré-operatório (de 2 a 7 anos); operatório concreto (de 7 a 12/13 anos) e
operatório formal a partir dos 13 anos;

d) Subordina o social ao desenvolvimento individual: o papel do ambiente social é


secundarizado;

e) O conhecimento é elaborado espontaneamente pela criança, conforme o estágio em que


ela se encontra;

f) A construção do conhecimento procede do individual para o social;

g) O pensamento aparece antes da linguagem: a linguagem subordina-se aos processos de


pensamento; a formação do pensamento depende da coordenação dos esquemas
sensoriomotores (inteligência prática) e não da linguagem; a linguagem só ocorre depois
que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais;

Assim, conforme Davis e Oliveira,1993:46, para a teoria interacionista de Piaget, a


passagem de uma etapa mental de desenvolvimento para outra perpassa através de quatro
factores essenciais: a maturidade do sistema nervoso; a interacção social; a experiência
física com os objectos e, principalmente a equilibração, ou seja a necessidade que a
estrutura cognitiva tem de se desenvolver para enfrentar as demandas ambientais, o de
menor peso é a interacção social. Desta maneira, a educação em especial a aprendizagem
tem, no entender de Piaget, um impacto reduzido sobre o desenvolvimento intelectual. A
aprendizagem, é encarada como um processo mais restrito, causado por situações
específicas (como a frequência à escola) e subordinado tanto à equilibração quanto à
maturação".

2.1.1. A psicogénese
A psicogénese era objecto de estudo do construtivismo como ciência e, agora, como
psicogénese das diversas ciências ou conhecimentos, é conteúdo do construtivismo
aplicado ao ensino. Assim sendo o conhecimento não pode ser concebido como algo
predeterminado desde o nascimento (inatismo), nem como resultado do simples registo de
percepções e informações (empirismo). Resulta das acções e interacções do sujeito com o
ambiente onde vive. Todo o conhecimento é uma construção que vai sendo elaborada
desde a infância, através de interacções do sujeito com os objectos que procura conhecer,
sejam eles do mundo físico ou cultural (BOCK, FURTADO E TEIXEIRA 2002:103-104;
PIAGET apud COLL, 1992:170, SANTOS, 2002).

Esta teoria, defende que todas as crianças se desenvolvem intelectualmente passando por
estágios. Os diferentes estágios por que passam os indivíduos, são descritos no processo de
aquisição dos conhecimentos, de como se desenvolve a inteligência humana e de como o
indivíduo se torna autónomo. O construtivismo é mudança de visão, pois ele não considera
o conhecimento só pelo prisma do sujeito nem só pelo prisma do objecto, mas pela óptica
da interacção sujeito-objecto (COLL, 1992:169-170). Assim, ensaia-se definir o
construtivismo como uma teoria do conhecimento que engloba numa só estrutura dois
polos, o sujeito histórico e o objecto cultural, com interacção recíproca, ultrapassando
dialeticamente e sem cessar as construções já acabadas para satisfazer as lacunas ou
carências (necessidades).

2.2. Teoria Sócio Interaccionista de Lev Vygotsky

A principal diferença na obra de Piaget é que ele coloca o foco de suas pesquisas na
interacção do sujeito com o objecto. Assim, sua teoria é considerada focada no sujeito
como estruturante. Para Vygotsky, a interacção é o foco. Sua teoria também é considerada
construtivista e interaccionista porque o psicólogo nos afirma que a criança se desenvolve
e modifica sua aprendizagem à medida que internaliza experiências externas.

Pioneiro na teoria interaccionista, Piaget apresenta uma tendência híper construtivista em


sua teoria, com ênfase no papel estruturante do sujeito, Vygotsky, teórico igualmente
importante nessa abordagem, apresenta ênfase no aspecto interaccionista, pois considera
que é no plano intersubjectivo, isto é, na troca entre as pessoas, que as funções mentais
superiores têm origem (FOSNOT, 1999; BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002:107).
Sendo assim pode considerar que a teoria de Piaget também apresenta uma dimensão
interaccionista, mas sua ênfase é colocada na interacção do sujeito com o objecto físico. A
teoria de Vygotsky apresenta um aspecto construtivista na medida em que busca explicar o
aparecimento de inovações e mudanças no desenvolvimento a partir do mecanismo de
internalização. Existe, porém, um desacordo fundamental entre elas: a influência do papel
da fala inicial da criança sobre o pensamento (SANTOS, 2002).

O conceito de interacção social é um dos focos da obra de Vygotsky, que enfatiza a


dialéctica entre o indivíduo e a sociedade, o intenso efeito da interacção social, da
linguagem e da cultura sobre o processo de aprendizagem. Vygotsky faz uso de uma
concepção histórica, da qual ele é adepto, transportando-a para o estudo da ciência, da
psicologia e da história da psicologia. (FERRARI, 2010b).

Vygotsky defende a ideia de contínua interacção entre as mutáveis condições sociais e as


bases biológicas do comportamento humano. Partindo de estruturas orgânicas elementares,
determinadas basicamente pela maturação, formam-se novas e mais complexas funções
mentais, a depender das experiências sociais a que as crianças se acham expostas." (Davis
& Oliveira, 1993:49)

Para Vygotsky a teoria sócio Interaccionista:

a) Privilegia o ambiente social;

b) O desenvolvimento vária conforme o ambiente;

c) Não aceita uma visão única, universal, do desenvolvimento humano;

d) A relação homem/mundo é uma relação mediada por instrumentos (símbolos);

e) Desenvolvimento e aprendizagem são processos que se influenciam reciprocamente;


quanto mais aprendizagem mais desenvolvimento;

f) A linguagem tem uma função central no desenvolvimento cognitivo, com a aquisição da


linguagem modificam-se todos os processos mentais; a linguagem é factor de interacção
social;

g) Pensamento e linguagem procedem de raízes genéticas diferentes, porém, ao longo do


desenvolvimento se juntam e se separam repetidas vezes;
h) O uso dos signos como instrumentos das actividades psicológicas, transformam as
funções mentais elementares (acções reflexas; reacções automatizadas) em processos
mentais superiores (acções conscientemente controladas; atenção voluntária; memorização
activa; pensamento abstracto; comportamento intencional; capacidade para solução de
problemas).

i) O indivíduo percebe e organiza o real através dos dados fornecidos pela cultura.

j) Os sistemas de representação e a linguagem constituem os instrumentos psicológicos que


fazem a mediação entre o indivíduo e o mundo.

Para Vygotsky, toda forma superior de comportamento aparece duas vezes durante seu
desenvolvimento: primeiro como forma colectiva, como um procedimento externo do
comportamento, isto é, interpsicológica, para depois se converter em individual, em uma
forma de comportamento da própria pessoa, isto é, intrapsicológica.

Este processo de interiorização implica uma verdadeira reconstrução daquilo que em


princípio foi manifestado em nível externo. Dessa forma, o desenvolvimento cultural da
criança tem origem social, em duplo sentido (Wertsch, 1988, In Coll 1996:28): primeiro,
porque as funções psicológicas superiores e com elas todas as formas culturais são
construções sociais; e, segundo porque sua construção em nível individual, sua
interiorização, é concretizada a partir de interacções que a criança mantém com os adultos
e outros agentes mediadores de seu entorno, nos quais aparecem tais funções. É evidente
para Vygotsky a ideia de que o indivíduo reconstrói e reelabora os significados
transmitidos pelo seu grupo cultural.

2.3. Ensino e Aprendizagem Interaccionista

Portanto, a perspectiva interacionista, cujos fundadores principais são os teóricos Jean


Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934), coloca o aluno no centro do próprio
aprendizado. Objectivo é estimular o estudante a exercer o protagonismo e a aprender a
pensar, reflectir e questionar.

Quem explica é Fabrício Cortezi. Trata-se de uma formação baseada na interacção entre o
indivíduo com o outro e com o meio, portanto, aponta que factores orgânicos e ambientais
influenciam de alguma forma o desenvolvimento humano, inclusive o educacional.”
É preciso trabalhar com uma proposta pedagógica que favoreça habilidades e competências
mais do que o acúmulo de conteúdos. E é nesse sentido que o interacionismo pode fazer
uma grande diferença para as instituições de ensino e seus estudantes.

O conhecimento deixa de ser consumido, pronto e acabado, e passa a ser resultado de


processos de elaboração pessoal e de interacção. Uma posição passiva de recepção é
substituída por uma acção activa de busca, de estabelecimento de relações, de trocas.”

Sistema de Ensino e Aprendizagem

Todos os materiais oferecidos pelo Sistema Positivo de Ensino seguem a linha


interacionista. Desse modo, tanto nos impressos quanto nos digitais, há a preocupação dos
autores em resgatar os conhecimentos prévios dos alunos.

Definitivamente, isso ajuda o estudante a reelaborar conceitos, aplicá-los à sua realidade,


além de reflectir sobre possibilidades de intervenção social a partir do que construiu. Com
criatividade, inovação e suporte tecnológico, cada um aprende no seu tempo e da sua
maneira.

Além disso, Fabrício ressalta que os aspectos de um ser humano mais colaborativo,
empático, crítico e criativo se fazem presentes.

Exemplo disso são as proposições de actividades, que convidam os alunos a se


posicionarem, a reflectirem e a assumirem uma postura cidadã no mundo em que vivem.”

Vantagens do interacionismo

A proposta interacionista trabalha uma abordagem muito mais voltada à realidade vivida
no quotidiano dos estudantes. Assim, existe a possibilidade de estabelecer conexões com
conhecimentos anteriores de uma forma bem mais significativa. Além disso, o
interacionismo promove aos estudantes uma visão de mundo diferenciada, mais ampla e
humana.

Benefícios de um sistema de ensino baseado no interacionismo:

 Todos os espaços da escola são ambientes de aprendizagem.

 O aluno aprende, e não apenas acumula dados e informações.

 O tempo de aprendizagem e os conhecimentos prévios de cada um são respeitados.

 O aprendizado é significativo, pois se relaciona com a realidade.

 Alunos aprendem por meio de brincadeiras e experiências.

 Habilidades socioemocionais são estimuladas.

 O aluno está no centro do próprio aprendizado.


2.4. Construtivismo de David Ausubel

O conceito central da teoria de Ausubel é o de aprendizagem significativa, um processo


através do qual uma nova informação se relaciona de maneira não arbitrária e substantiva a
um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo.

Nesse processo a nova informação interage com uma estrutura de conhecimento específica,
a qual Ausubel chama de “subsunçor”, existente na estrutura cognitiva de quem aprende. A
aprendizagem para Ausbel, significa organização e integração do material na estrutura
cognitiva. Admite a existência de uma estrutura na qual a organização e a integração de
ideias se processam. A experiência cognitiva é caracterizada por um processo de
integração no qual os conceitos novos se interagem com os já existentes na estrutura
cognitiva, integrando o novo material e, ao mesmo tempo, modificando-se.
(OSTERMANN & CAVALCANTI, 2011:34; ALFERES, 2018:9). O subsunçor é uma
estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano, que
é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências
prévias do aprendiz.

Segundo Ausubel, este tipo de aprendizagem (aprendizagem significativa) é, por


excelência, o mecanismo humano para adquirir e reter a vasta quantidade de informações
de um corpo de conhecimentos. Ausubel destaca o processo de aprendizagem significativa
como o mais importante na aprendizagem escolar. A ideia mais importante da teoria de
Ausubel e suas implicações para o ensino e a aprendizagem podem ser resumidas na
seguinte proposição: “Se tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um só
princípio, diria o seguinte: o factor isolado mais importante que influencia a aprendizagem
é aquilo que o aprendiz já sabe” (MOREIRA e OSTERMANN, 1999:45).

Ausubel vê o armazenamento de informações na mente humana como sendo altamente


organizado, formando uma espécie de hierarquia conceitual na qual elementos mais
específicos de conhecimento são ligados a conceitos, ideias, proposições mais gerais e
inclusivos. Em contraposição à aprendizagem significativa, Ausubel define aprendizagem
mecânica na qual a nova informação é armazenada de maneira arbitrária e literal, não
interagindo com aquela já existente na estrutura cognitiva e pouco ou nada contribuindo
para sua elaboração e diferenciação.
Como muitas, a teoria de Ausubel tinha uma questão preocupante. Uma das grandes
questões levantada pela teoria de Ausubel diz respeito a origem dos subsunçores. Se eles
não estiverem presentes para viabilizar a Aprendizagem Significativa, como é possível
criá-los. Segundo Ausubel a Aprendizagem Mecânica e necessária e inevitável no caso de
conceitos inteiramente novos para o aprendiz, mas posteriormente ela passará a se
transformar em Significativa. Para acelerar esse processo Ausubel propõe os
Organizadores Prévios, âncoras criadas a fim de manipular a Estrutura Cognitiva,
interligando conceitos aparentemente não relacionáveis através da abstracção.

Para que ocorra um Aprendizagem Significativa segundo Ausubel, é necessário que:

 O material a ser assimilado seja potencialmente significativo, ou seja, não arbitrário


em si. Mesmo materiais arbitrários então, podem ser tornados significativos através
de Organizadores Prévios.
 Ocorra um conteúdo mínimo na Estrutura Cognitiva do indivíduo, com subsunçores
em suficiência para suprir as necessidades relacionais.
 O aprendiz apresente uma disposição para o relacionamento e não para
simplesmente memorizá-lo mecanicamente muitas vezes até simulando uma
associação. Muito comum em estudantes acostumados a métodos de ensino,
exercícios e avaliação repetitivos e rigidamente padronizados.

2.4.1. Divisão da aprendizagem significativa

A Aprendizagem Significativa se divide em 3 tipos:

 A Aprendizagem Representacional: é basicamente uma associação simbólica


primária. Atribuindo significados a símbolos como por exemplo valores sonoros
vocais a caracteres linguísticos;
 A Aprendizagem de Conceitos: é uma extensão da Representacional, mas num
nível mais abrangente e abstracto, como o significado de uma palavra por exemplo;
 A Aprendizagem Proposicional: é o inverso da Representacional. Necessita é
claro do conhecimento prévio dos conceitos e símbolos mas seu objectivo e
promover uma compreensão sobre uma proposição através da soma de conceitos
mais ou menos abstractos. Por exemplo o entendimento sobre algum aspecto social.

2.4.2. Natureza da aprendizagem significativa


A Aprendizagem Significativa pode possuir uma das seguintes naturezas:

Subordinada: Quando a informação nova é assimilada pelo subsunçor passando a alterá-


lo;

Superordenada: Quando a informação nova é ampla demais para ser assimilada por
qualquer subsunçor existente, sendo mais abrangente que estes e então passa a assimilá-los.
Por exemplo: Se o indivíduo tem subsunçores para Catolicismo, Protestantismo e
Kardecismo, e depois aprende o conceito geral de Cristianismo. Esse último conceito é que
na realidade assimilará os 3 originais;

Combinatória: Quando a informação nova não é suficientemente ampla para absorver os


subsunçores mas em contrapartida é muito abrangente para ser absorvida por estes. Assim
para se associar de forma mais independente aos conceitos originais.

A categorização de Aprendizagem Significativa Subordinada, Superordenada e


Combinatória se ajusta a categorização em Representacional, Conceitual e Proposicional.
Uma aprendizagem Representacional apresenta uma assimilação geralmente Subordinada.
Uma Conceitual pode ser Subordinada, mas tende mais a ser Superordenada e menos
frequentemente Combinatória. Já uma Proposicional tende mais a Superordenada ou
Combinatória.

Da mesma forma na aprendizagem representacional de característica predominantemente


Subordinada, ocorre a Diferenciação Progressiva, onde um conceito original vai sendo
progressivamente detalhado e especializado, evoluindo através das assimilações
subordinadas resultando num processo de Análise. Já numa aprendizagem de característica
Superordenada ou Combinatória tende a ocorrer a Reconciliação Integrativa, onde os
conceitos originais buscam associações entre si, interligandose de forma expansiva e
Sintética.

O factor isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aluno já


sabe; determine isso e ensine-o de acordo. (Ausubel) Essa frase do próprio autor resume
seu ponto de vista, sendo assim o mesmo propõe que a Estrutura Cognitiva pode ser
estimulada Substantivamente, através de métodos de integração e unificação de conceitos.
E Programaticamente, por uma organização estruturada que use a formação sequencial de
subsunçores.
De forma que o papel pedagógico envolve ao menos 4 partes:

1. Determinação da estrutura da matéria de ensino e seu Potencial Significativo, de modo a


organiza-lo numa sucessão de melhor possibilidade de assimilação. Organização
Sequencial.

2. Identificação dos subsunçores do processo sequencial de ensino que devem possuir


correlatos nas Estruturas Cognitivas do aprendiz.

3. Identificação do Potencial Significante do aprendiz, isto é, a suas Estruturas Cognitivas


já consolidadas.

4. Aplicação de um método de ensino que priorize a associação do conceitos da matéria


com os subsunçores do aprendiz de forma a criar uma Aprendizagem Significativa, e
possibilitar uma gama de opções de associação de conceitos de modo a levar e uma
Consolidação do aprendizado. Podemos concluir que Ausebel então propõe a valorização
da Estrutura Cognitiva do aprendiz, subordinando o método de ensino a capacidade do
aluno de assimilar a informação.

2.5. Teoria de Jerome Bruner

Alferes (2018:6-7) diz que Bruner parte do conceito de que aprendizagem é modificação
do comportamento resultante da experiência.

Nesta óptica Bruner afirmando que o aprendizado é um processo activo, ele quis dizer que
o aprendiz constrói novas ideias ou concepções, baseado em seus saberes prévios e os que
estão sendo estudados, baseado em sua estrutura mental inata, ou seja, o aprendiz filtra e
transforma a nova informação, infere hipóteses e toma decisões, utilizando uma estrutura
cognitiva, cujo essa estrutura cognitiva (esquemas e modelos mentais) fornece significado
e organização para as novas experiências, permitindo deste modo que o aprendiz enriqueça
seu conhecimento além do conceito estudado, e este enriquecerá seu conhecimento
somente através do relacionamento das novas informações com seus conhecimentos
prévios.

Segundo Alferes (2018:7) o instrutor (professor) e o aluno devem manter um diálogo


activo, através do qual o instrutor traduz a informação a ser aprendida em um formato
adequado à compreensão do aluno. Sendo assim o papel do instrutor é o de incentivador
dos alunos no sentido de descobrirem por si mesmos os princípios do conteúdo a ser
aprendido. Para uma boa mediação e assimilação do conhecimento previsto no currículo
Alferes (2018:7) aconselha que o currículo deve ser organizado em espiral, para que o
aluno construa continuamente sobre o que já aprendeu.

Essa ideia também é sustentada didacticamente, pois a didáctica diz que o conhecimento
científico deve ser sistematizado para garantir uma sequência dependente dos conteúdos
para facilitar a aprendizagem, partindo do mais simples aos mais complexos. Assim sendo
o aluno vai descobrir aquilo que já existe em sua estrutura cognitiva. E este vai construindo
o seu conhecimento através do ensino por descoberta.

2.5.1. Princípio para aprendizagem

Segundo Bruner existem 4 princípios para aprendizagem:

1. Motivação – É preciso especificar as condições que predispõem ao indivíduo para


aprendizagem. As pessoas têm uma vontade de aprender inerente e ao mesmo tempo põe o
relevo o reforço.

2. Estrutura – qualquer assunto ou tema deve ser organizado de uma forma óptima para
poder ser transmitido para qualquer aluno. O currículo deve ser estudado em espiral. O
mesmo tópico deve ser ensinado de vários níveis e abordagem deve ser periodicamente.

3. Sequência – o grau de dificuldade sentido pelo aluno ao tentar dominar a matéria,


defende a sequência em que a matéria é representada, ensinar envolve levar o aluno através
de uma determinada sequência formada para vários aspectos da matéria.

4. Reforço – para atingir a mestria de um problema tem que receber informação retroactiva
sobre o que estamos a fazer. Ter uma interacção entre professor.

Ostermann & Cavalcanti (2011:32) dizem que dez anos após Bruner publicar seus dois
livros sobre sua teoria de aprendizagem, revisa algumas questões e propõe a “desênfase”
no ensino da estrutura das disciplinas em favor de ensiná-las no contexto dos problemas
que a sociedade enfrenta. Além disso, conclui que a elaboração de um currículo não é
suficiente para a melhoria da educação, pois esta é profundamente política.
3. Conclusão

Na realização do presente trabalho, concluímos que as chamadas teorias de aprendizagem


reúnem elementos teóricos suficientes para que qualquer educador possa melhorar a
aprendizagem dos seus alunos. Piaget enfatizando a aprendizagem por descoberta como a
ideal, Ausubel não só propõe o inverso para o contexto da sala de aula, como alerta para
facto de que ambas podem ser mecânicas. Isso aconteceria, caso as relações entre as ideias
pré-existentes na estrutura cognitiva e esta nova que se está intentando aprender não
possuísse relações lógicas e claras para o aluno. Bruner propõe que o aluno tenha uma
grande participação no processo de aprendizagem. Sendo assim o professor não deve expor
os conteúdos de maneira explícita, mas deve gerar condições para que estes conheçam uma
meta a ser alcançada e ele (o professor) servir como mediador e guia para que os próprios
alunos percorrem o caminho e alcancem os objectivos propostos. Em outras palavras, a
aprendizagem por descoberta ocorre quando o professor apresenta todas as ferramentas
necessárias ao aluno para que ele descubra por si o que deseja aprender.
4. Referências bibliográficas

ALFERES, Piedade Carolina Fernando Jemusse. Apontamentos PA2, Sl, 2018. BOCK,
Ana M. B.; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de L. T. Psicologias – uma introdução
ao estudo de psicologia. Saraiva, São Paulo, 2002.

COLL, César. As contribuições da psicologia para a educação: teoria genética e


aprendizagem escolar. In: LEITE, Luci Banks (Org). Piaget e a escola de Genebra. Cortez,
São Paulo, 1992.

FERRARI, Márcio. Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio.


Especial Nova Escola, São Paulo, n. 43, 16 jul. 2012a. Edição especial grandes pensadores.
Disponível em: . Acesso em: 18 Agosto, 2019.

Lev Vygotsky, O teórico do ensino como processo social. Especial Nova Escola, São
Paulo, n. 43, 16 jul. 2012b. Edição especial grandes pensadores. Disponível em: . Acesso
em: 18 Agosto, 2019.

FOSNOT, Catherine Twomey (Org.) Construtivismo e educação: teoria, perspectivas e


prática pedagógica. ArtMed, Porto Alegre, 1999.

OSTERMANN, Fernanda & CAVALCANTI, C. J. H. Teoria de aprendizagem, Evangraf


UFRGS, Porto Alegre, 2011.

SANTOS, José Henrique Oliveira. Introdução a lógica da teoria construtivista.


Psicopedagogia On-Line, São Paulo,2005. Disponível em: . Acesso em: 18 Agosto, 2019.

SANTOS, Raquel. A aquisição da linguagem. In: FIORIN, Ática, São Paulo, 2002:11-24.

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