Você está na página 1de 13

Universidade São Tomás de Moçambique

Faculdade de Ética e Ciências Humanas

Licenciatura em PSICOLOGIA CLINICA

Tema: Quem eu sou?

Discentes:

Yudson Daniel

Matola, aos 24 de Agosto de 2023


Universidade São Tomás de Moçambique

Faculdade de Ética e Ciências Humanas


Licenciatura em Psicologia do Desenvolvimento

Tema: Construtivismo e sua função educacional.

- Desenvolvimento e Aprendizagem;

- Factores de Aprendizagem

Candidatos:

Erica Clara

Wendy Schenne

Yudson Daniel

Orientador: Jonas Angonia

Projecto de pesquisa apresenta a


psicologia/coordene de curso de
psicologia clínica da Faculdade de
ética e ciências Humanas

Matola, aos 11 de Abril de 2023


Índice
Introdução.......................................................................................................................4

Desenvolvimento............................................................................................................5

O construtivismo para educação:...............................................................................5


Construtivismo educacional segundo Jean piaget:.....................................................5

Princípios do construtivismo:.....................................................................................6

Para um contraste entre construtivismo e não construtivismo:..................................6

Conhecimento/Aprendizagem....................................................................................7

Assimilação e acomodação: equilibração...................................................................8

Objetivos:...................................................................................................................8

Qual é o papel do professor em sala de aula construtivista?......................................8

O construtivismo baseia-se no trabalho desenvolvido por Jean Piaget, e pode ser


resumido pelos princípios:.......................................................................................10

Metrologia................................................................................................................10

Considerações finais.....................................................................................................11

Referências bibliográficas............................................................................................12
Introdução

Desenvolvido pelo psicólogo e epistemologo suíço Jean piaget, no início da década


de 1920, o construtivismo considera que há uma construção do conhecimento e que, para que
isso aconteça, a educação deve criar métodos que que estimulem essa construção.
Construtivismo defende a ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que,
especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado.
Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo
humano, com um mundo das relações sociais.

Segundo piaget citado por Fernando Becker, o homem, logo que nasce, apesar de trazer uma
fascinante bagagem hereditária que remonta a milhões de anos de evolução, não consegue
emitir a mais simples operação de pensamento ou o mais elementar ato simbólico. Em termos
educacionais Piaget mostra em sua teoria construtivista que o meio social, por mais que
sintetize milhares de anos de civilização, não consegue ensinar o recém-nascido o mais
elementar conhecimento objetivo, isto é, o sujeito humano é um projetova ser construído, o
objeto é também, um projeto a ser construído. Essa teoria mostra que o construtivismo vem
melhorar a educação, que se constitui por meio de interação.

Paulo Freire, também foi um dos criadores do construtivismo, mas do construtivismo


crítico. Desde suas primeiras experiências no nordeste brasileiro, no início dos anos 60, ele
buscava o ensino-aprendizagem em ambientes interativos , através do uso de recursos
audiovisuais. O nosso objetivo neste trabalho é caracterizar construtivismo, dando ênfase a
sua função educacional. Para isso, adotarei primeiro o procedimento de contrastá-lo com uma
visão não construtivista do conhecimento.

4
Desenvolvimento

O construtivismo é uma visão da aprendizagem baseada no princípio de que o


conhecimento não é algo que pode ser simplesmente dado pelo professor na frente da sala aos
alunos em suas mesas. Em vez disso, o conhecimento é construído pelos alunos através de
um processo ativo e mental de desenvolvimento. É uma teoria entendida como principal foco
o entendimento da obtenção da aprendizagem relacionado com a interação do indivíduo com
o meio.

O construtivismo para educação:

O construtivismo como método de ensino, entende que o aluno deve ter centralidade
no processo de aprendizagem. Assim deve ser estimulado a conquistar a sua independência,
resolver problemas, elaborar hipóteses e levantar questões.

O construtivismo educacional afirma que o conhecimento é resultado da construção


pessoal do aluno.

Construtivismo educacional segundo Jean piaget:

Segundo Piaget, a aprendizagem ocorre por uma construção ativa de significado, e não
por receptividade passiva. Ele explica que quando nós, como aprendizes, encontramos uma
experiência ou situação que conflitua com nosso modo de pensar atual, é criado um estado de
desequilíbrio ou desequilíbrio.

Devemos, então, alterar nosso pensamento para restaurar o equilíbrio. Para fazer isso,
entendemos as novas informações associando-as ao que já sabemos, ou seja, tentando
assimilálas em nosso conhecimento existente.

Quando somos capazes de fazer isso, acomodamos as novas informações ao nosso


modo de pensar antigo, reestruturando nosso conhecimento atual para um nível superior de
pensamento.

5
Desta forma, segundo o construtivismo, é preciso que olhemos para o mundo através
de construções ou padrões mentais que criamos.
Princípios do construtivismo:

1. O construtivismo afirma que o conhecimento é resultado da construção


pessoal do aluno;

2. O professor é um importante mediador do progresso ensino-aprendizagem

3. A aprendizagem não pode ser entendida como resultado do desenvolvimento


do aluno, mas sim como o próprio desenvolvimento do aluno;

4. O aluno é o centro e o protagonista do processo de aprendizagem;

5. O nível de amadurecimento de cada estudante é respeitado

6. O ensino é visto como um processo dinâmico, em que o aluno interage, e não


estático, como acontece com frequência em métodos pedagógicos tradicionais;

Partindo do pressuposto que construtivismo e não construtivismo correspondem a


duas visões opostas, isto é, complementares e irredutíveis.

Se construtivismo e não construtivismo correspondem a visões opostas de


conhecimento, no mínimo duas tarefas nos são dadas: analisar sua irredutibilidade e sua
complementaridade.

Para um contraste entre construtivismo e não construtivismo:

1. O construtivismo valoriza as ações, enquanto operações do sujeito que


conhece , ou seja , ele entende que o aluno deve ter centralidade no assunto .

2. O construtivismo produz conhecimento em uma perspectiva não formal ou, se


se quiser, apenas formalizante. Se nele há considerações de conteúdo, este só interessa
enquanto exemplo ou descrição de algo, que possa, cada vez mais, ser abstraído de seu
contexto,Ou seja, a forma tende a se tornar independente do conteúdo.

6
3. No construtivismo o conhecimento é concebido como um tornar-se antes de
um ser. Trata-se de um conhecimento socialmente produzido e acumulado, cuja transmissão
precisa ser feita ou repetida naqueles que não sabem ler ou escrever.

4. Ao construtivismo o conhecimento só tem sentido enquanto uma teoria da


ação (em sua perspectiva lógico-matemática) e não enquanto uma teoria da representação.
Neste caso, não se trata de uma linguagem que apenas representa a realidade, mas que
constitui ou conserva/transforma os aspectos da ação ou do pensamento .

5. O construtivismo é produto de uma ação espontânea ou apenas desencadeada,


mas nunca induzida, ou seja , o professor deve saber ouvir ou desencadear na criança só
aquilo que ela possui como património de sua conduta , (como esquema assimilativo) .

Construtivista Jean piaget, considera quatro fatores como essenciais para o


desenvolvimento cognitivo da criança:

1. Biológico: relacionado ao crescimento orgânico e à maturação do sistema nervoso;


2. De experiências e de exercícios: é obtido na ação da criança sobre os objetos;
3. De interações sociais: se desenvolve por meio da linguagem e da educação;
4. De equilibração das ações: relacionado à adaptação ao meio e/ou às situações.

Conhecimento/Aprendizagem
O Construtivismo afirma que o conhecimento é resultado da construção pessoal do
aluno; o professor é um importante mediador do processo ensino-aprendizagem. A
aprendizagem não pode ser entendida como resultado do desenvolvimento do aluno, mas sim
como o próprio desenvolvimento do aluno. Piaget afirma que quando uma criança interage
com o mundo a sua volta, ela atua (interna e externamente) e muda a realidade que vivência.
Para que isso ocorra, a criança deve ter um esquema de ação . É por meio do esquema de ação
que a criança organiza e interpreta a ação, para que esta seja praticada. Consequentemente,
surgem dois mecanismos necessários à elaboração de novos esquemas: assimilação e
acomodação.

7
Assimilação e acomodação: equilibração
Para o construtivismo, o ambiente social e o ambiente físico ocasionam oportunidades
de interação entre sujeito e objeto, gerando conflitos e, consequentemente, uma
reestruturação, pelo sujeito, de suas construções mentais anteriores. O equilíbrio/equilibração
surge quando o indivíduo organiza o conhecimento (Nunes, 1990).

A assimilação ocorre quando novas experiências ou informações são introduzidas na


estrutura cognitiva da criança, não havendo modificação em suas estruturas mentais. A
acomodação acontece quando a criança modifica suas estruturas cognitivas para “enfrentar” o
novo.
Quando ocorrem esses mecanismos, a criança encontra-se no estado de equilibração.

Objetivos:

A metodologia de ensino construtivista tem como principal objetivo: incentivar o


desenvolvimento do senso crítico do pensamento lógico e da autonomia do indivíduo.

Características:

• Rompimento com a arte clássica, tradicional e académica


• Utilização de outros suportes, colagens e objetos pré-fabricados e de uso comum:
madeira, plástico, ferro, vidro arame, etc.
• Arte geométrica, abstrata e tridimensional.

Qual é o papel do professor em sala de aula construtivista?

O professor construtivista e a sala de aula construtivista exibem várias qualidades


discerníveis e marcadamente diferentes de uma sala de aula tradicional. Um professor
construtivista é capaz de incorporar de maneira flexível e criativa as experiências em
andamento na sala de aula, na negociação e na construção de aulas com pequenos grupos e
indivíduos.

O ambiente é democrático, as atividades são interativas e centradas no aluno, e os


alunos são capacitados pelo professor que atua como facilitador. Essa perspectiva de

8
aprendizagem apresenta uma visão alternativa do que é considerado conhecimento, sugerindo
que pode haver muitas maneiras de interpretar ou entender o mundo e o professor não é mais
visto apenas como um especialista, que sabe as respostas para as perguntas que ele ou ela
construiu, enquanto os alunos são solicitados a identificarem as construções de seus
professores em vez de construir seus próprios significados.

Segundo piaget: Para trabalharmos sob a visão do Construtivismo, primeiramente,


devemos conhecer as concepções que uma criança tem da língua escrita. Logicamente, a
compreensão da criança é diferente da compreensão dos adultos, sendo obrigação do
educador entender esse processo. Ao mesmo tempo, o professor deve lembrar à criança as
conquistas que ela fez antes de formular sua ideia “errada”, com o objetivo de estimular seu
entendimento. Esse olhar do educador sobre tais acréscimos obtidos pela criança é de extrema
importância e característica principal do Construtivismo. Os alfabetizadores devem
compreender as produções da criança e saber respeitá-las, vendo-as como construções
genuínas, indicadoras de progresso e não de erros, (são os erros construtivos). O professor
deve criar desafios para seus alunos em contextos que façam sentido para eles. Deve
estimular a criticidade, a pesquisa, a discussão, o debate.

Conforme dito anteriormente, em uma sala de aula construtivista, os alunos são


incentivados a usar experiências anteriores para ajudá-los a formar e reformar interpretações.
Uma sala de aula produtiva e construtivista, então, consiste em instruções ativas, centradas no
aluno. Nessa sala de aula, o professor fornece ao aluno experiências que lhes permitem fazer
hipóteses, prever, manipular objetos, fazer perguntas, pesquisar, investigar, imaginar e
inventar. O papel do professor é então facilitar esse processo. O construtivismo defende que
as crianças da Educação Infantil devem ter contato com a língua escrita.

Ao ler para a criança, a professora proporciona que esta perceba a leitura em si e


adquira interesse em escrever. Tanto a leitura quanto a escrita devem estar presentes no
ambiente alfabetizador. Após essa descoberta, entendemos as ideias que a criança tem de
escrita e leitura.

Todos “os processos que ocasionam mudanças nas concepções infantis devem ser ligados aos
conflitos gerados pela interação sujeito-objeto”.

9
A sala de aula deve ser enriquecida com atividades que englobem discussão, reflexão
e
tomada de decisões; os alunos são os responsáveis pela defesa, pela justificativa e pelas ideias

O construtivismo baseia-se no trabalho desenvolvido por Jean Piaget, e


pode ser resumido pelos princípios:

• Aprender, indispensavelmente, depende daquilo que já sabemos;


• Novas idéias ocorrem à medida que nos adaptamos e mudamos nossas velhas idéias;
• Aprender envolve inventar idéias em vez de acumular fatos mecanicamente;
• A aprendizagem ocorre quando repensamos sobre as idéias antigas e chegamos a
novas conclusões sobre as novas idéias que conflitam com nossas idéias antigas.

Metrologia

O método usado nesta pesquisa foi o método indutivo pois ao elaborar o trabalho tive
o intuito de chegar a uma conclusão. Tive como ponto de partida a observação, para elaborar
uma teoria.

Os tipos de pesquisa usados foram: a pesquisa bibliográfica, pois o trabalho foi


elaborado a partir de um material já publicado, fonte secundária, constituído de livros, artigos
pública dos em portais científicos na internet. E a pesquisa qualitativa, pois ao elaborar este
trabalho fui tanto sujeito quanto objecto da minha pesquisa.

As técnicas usadas foram: análise de dados.

10
Considerações finais
Ao elaborar o trabalho eu percebi que o construtivismo educacional centraliza o aluno
no processo de aprendizagem e que o conhecimento é resultado da construção pessoal do
aluno

O professor também é um importante mediador no processo de ensino-aprendizagem


e responsável por incentivar os alunos a buscarem novos conceitos e novas maneiras de
conhecer e compreender o mundo .

Mudanças que eu acho que deviam ser feitas nos diversos aspectos estruturais e
funcionais do construtivismo educacional:

1. Postura do professor

Antes tratava-se de saber para transmitir ou avaliar certo, agora trata-se de saber
para discutir com a criança, fazer perguntas inteligentes, formular hipóteses e induzir uma
resposta na criança;

2. Materiais de ensino

Consideremos a questão do livro. O professor trabalha a situação explicando


aquilo que já está disponível no texto;

3. Disciplina na sala de aula

Uma boa aula não construtivista pede o silêncio e a contemplação do ouvinte, já


uma aula construtivista pede o ruído e a manipulação daqueles que tendo uma pergunta,
não estão satisfeitos com o nível de suas respostas;

4. Avaliação escolar

Há tratamentos muito diferentes, depende da perspectiva construtiva ou não do


professor.

11
Referências bibliográficas

1. FOSSILE, Dieysa K. Construtivismo versus sociointeracionismo: uma


introdução às teorias cognitivas. Revista Alpha, Patos de Minas, UNIPAM.
2010. Disponível em:
http://alpha.unipam.edu.br/documents/18125/23730/construtivismo_versus_so
cio_interacionsimo.pdf.

2. MAGALHÃES, Mônica M. G. A perspectiva da linguística: linguagem, língua


e fala. Rio de Janeiro, 2007.

3. MIRANDA, Josete Barbosa; SENRA, Luciana Xavier. Aquisição e


desenvolvimento da linguagem: contribuições de Piaget, Vygotsky e
Maturana. 2012.

4. NUNES, Therezinha. Construtivismo e alfabetização: um balanço crítico.


Educ.
Revista, Belo Horizonte, 1990. Disponível em:
http://educa.fcc.org.br/scielo.php?
pid=S010246981990000200004&script=sci_arttext.

5. PICOLLI, Luciana; CAMINI, Patrícia. Práticas pedagógicas em alfabetização:


espaço, tempo e corporeidade. Porto Alegre: Edelbra, 2013.

6. DELVAL, Juan. Crecer y pensar. Guanajuato: Paidós Mexicana, 1991.

7. MACEDO, Lino de. Para uma visão construtivista do erro no contexto escolar.
In: Coletânea de textos de Psicologia HEM/CEFAM, Vol. 1 Psicologia da
Educação. São Paulo: Secretaria de Estado da Educação – Coordenadoria de
Estudos e Normas Pedagógicas, 1990, p. 345-362.

8. Jogos de palavras e cognição. Revista Trino, (2):43-47, 1991.

9. Método Clínico e avaliação escolar. Fundação para o Desenvolvimento da


Educação (FDE), Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, 1992 (a ser
publicado)

10. PIAGET, Jean. La représentation du monde chez l’enfant. Paris: Presses


Universitaires de France, 1926.

12
11. La naissance de l’intêligence chez I’enfant. Neuchâtel: Delachaux & Nestlé,
1936.

12. La construction du réel chez I’enfant. Neuchâtel: Delachaux & Nestlé, 1937.

13. La formation du simbole chez I’enfant. Neuchâtel: Delachaux & Nestlé, 1946.

14. (dir.). Logique et connaissance scientifique. Paris : Gallimard, 1967.

15. La prise de canscience. Paris: Presses Unversitaires de France, 1974~.

16. Reussir et comprendre. Paris: Presses Universitaires de France, 1974

17. L’equilibration de: structures cognitive: Paris Presses Universitaires de France,


1977.

18. Recherches sur les correspondence: Paris: Presses Universitaires de France,


1980.

13

Você também pode gostar