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As teorias de aprendizagem buscam reconhecer a dinâmica envolvida nos atos de

ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam


explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento. A
aprendizagem não seria apenas inteligência e construção de conhecimento, mas,
basicamente, identificação pessoal e relação através da interação entre as pessoas.
Na aprendizagem escolar, existem os seguintes elementos centrais, para que o
desenvolvimento escolar ocorra com sucesso: o aluno, o professor e a situação de
aprendizagem.
É importante compreender o modo como as pessoas aprendem e as condições
necessárias para a aprendizagem, bem como identificar o papel de um professor, por
exemplo, nesse processo. Estas teorias são importantes porque possibilita a este mestre
adquirir conhecimentos, atitudes e habilidades que lhe permitirão alcançar melhor os
objetivos do ensino.
As teorias de aprendizagem têm em comum o fato de assumirem que
indivíduos são agentes ativos na busca e construção de conhecimento, dentro
de um contexto significativo.

➢ EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE PIAGET

➢ TEORIA CONSTRUTIVISTA DE BRUNER

➢ TEORIA SÓCIO-CULTURAL DE VYGOTSKY

➢ TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA (D. AUSUBEL)

➢ APRENDIZADO EXPERIMENTAL (C. ROGERS)

➢ INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS (GARDNER)


Piaget elaborou um método próprio de pesquisa, o método clínico, e iniciou
sistematicamente as investigações sobre o desenvolvimento infantil e a construção da inteligência.
A epistemologia é utilizada comumente para designar o que chamamos a teoria do
conhecimento. O objetivo da pesquisa de Piaget foi definir, a partir da perspectiva da biologia, como o
sujeito passaria de um conhecimento menor anterior para um nível de maior conhecimento.
A outra influência da biologia na teoria piagetiana diz respeito à concepção de inteligência
enquanto algo ligado à ação e à adaptação ao meio.
Tal modelo teórico explica o desenvolvimento da inteligência, tendo como conteúdo básico
a ação do sujeito que interage com os objetos, construindo, a partir dessas ações, formas e/ou
estruturas de inteligência que lhe permitem, cada vez mais, adaptar-se ao mundo em que vive.
JEAN PIAGET = TEORIA BIOLÓGICA DO CONHECIMENTO
Assim, compreende-se o motivo de Piaget ter pesquisado o desenvolvimento
humano a partir do estudo e observação de bebês, crianças e adolescentes; por conceber
esse estudo como o mais apropriado para as suas investigações a respeito da gênese do
conhecimento e para demonstrar empiricamente e explicar o seu modelo teórico de
construção da inteligência.

ESTÁGIO FAIXA ETÁRIA CARACTERÍSTICAS


SENSÓRIO-MOTOR 0 – 2 ANOS EVOLUÇÃO DA PERCEPÇÃO
E DA MOTRICIDADE

PRÉ-OPERATÓRIO 2 – 7 ANOS SURGIMENTO DA


LINGUAGEM E IMITAÇÃO

OPERATÓRIO CONCRETO 7 – 11 ANOS REVERSIBILIDADE E


COMPESAÇÃO SIMPLES

OPERATÓRIO FORMAL ACIMA DE 11 ANOS RAZÃO E


DESENVOLVIMENTO DO
ABSTRATO
Na estrutura teórica de Bruner, a aprendizagem é um processo ativo, no qual os sujeitos constroem
novas ideias, ou conceitos, com base nos seus conhecimentos passados e atuais.
O aluno seleciona e transforma a informação, constrói hipóteses e toma decisões, utilizando, para
isto, a sua estrutura cognitiva. É a estrutura cognitiva (esquemas, modelos mentais) que fornece significado e
organização para as experiências e permite ao indivíduo "ir além da informação dada.

➢ O currículo em espiral, de Jerome Bruner, tem um objetivo específico: mostrar o


conteúdo de maneira que possa ser assimilado gradualmente.
➢ Seu objetivo é que o aluno se aprofunde nos conhecimentos de forma progressiva.
O aprendizado é um
processo ativo, baseado em seus
conhecimentos prévios e os que
estão sendo estudados. O
aprendiz filtra e transforma a
nova informação, infere hipóteses
e toma decisões. Aprendiz é
participante ativo no processo de
aquisição de conhecimento.
Instrução relacionada a contextos
e experiências pessoais.
Vygotsky entende o homem e seu desenvolvimento numa perspectiva sociocultural, ou seja,
percebe que o homem se constitui na interação com o meio em que está inserido (RESENDE, 2009). Por isso,
sua teoria ganhou o nome de socioconstrutivismo, sendo também denominada sociointeracionismo.
É importante afirmar que essa interação entre homem e meio é considerada uma relação dialética,
já que o indivíduo não só internaliza as formas culturais como também intervém e as transforma (RESENDE,
2009). Sua obra tem como temas centrais o desenvolvimento humano e a aprendizagem – dois processos
indissociáveis que se constituem reciprocamente (RESENDE, 2009).
O indivíduo deve estar inserido em um grupo social e aprende o que seu grupo produz; o
conhecimento surge primeiro no grupo, para só depois ser interiorizado. A aprendizagem ocorre no
relacionamento do aluno com o professor e com outros alunos.
Estes são os pilares básicos do pensamento de Vygotsky:

1.“As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade

cerebral”. O cérebro é um sistema aberto, pois é mutável. Suas estruturas são moldadas ao

longo da história do homem e de seu desenvolvimento individual;

2.O funcionamento psicológico tem com base as relações sociais, dentro de um contexto

histórico;

3. A cultura é parte essencial do processo de construção da natureza humana;

4.A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos. Entre o homem

e o mundo existem elementos mediadores – ferramentas auxiliares da atividade humana


Essa teoria foi pensada para o contexto escolar; leva em conta a história do sujeito e ressalta o
papel dos docentes na proposição de situações que favoreçam a aprendizagem. De acordo com ele, há duas
condições para que a aprendizagem significativa ocorra: o conteúdo a ser ensinado deve ser
potencialmente revelador e o estudante precisa estar disposto a relacionar o material de maneira
consistente e não arbitrária.
A assimilação na aprendizagem decorre
APRENDIZAGEM de relações estabelecidas
intencionalmente entre o material novo
SIGNIFICATIVA potencialmente significativo e as ideias já
existentes na estrutura cognitiva do
aluno.

A assimilação na aprendizagem decorre de


APRENDIZAGEM acumulação de informações de forma
arbitrária. O aluno recebe o conhecimento e
MECÂNICA não relaciona com sua estrutura cognitiva
O fator mais importante de aprendizagem é o que o aluno já sabe.
Para ocorrer a aprendizagem, conceitos relevantes e inclusivos devem
estar claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo. A
aprendizagem ocorre quando uma nova informação ancora-se em
conceitos ou proposições relevantes preexistentes.
Segundo Roger, deve-se buscar sempre o aprendizado experimental, pois as
pessoas aprendem melhor aquilo que é necessário. O interesse e a motivação são
essenciais para o aprendizado bem sucedido e eles se apresentam mais claramente
quando o aluno consegue visualizar uma aplicação prática do que está sendo aprendido.
O aprendizado experimental tem o desenvolvimento pessoal do aprendiz,
fazendo parte assim de uma abordagem humanista. As ideias de Rogers também estão
ligadas à questão da fenomenologia, que considera a percepção peculiar de cada
indivíduo e à educação democrática, que aceita a pluralidade de ideias. Essa teoria
enfatiza também a importância do aspecto interacional do aprendizado (relações
interpessoais e intergrupais). O professor e o aluno aparecem como os corresponsáveis
pela aprendizagem.
É sem sentido para o aprendiz. Ele
apenas é obrigado a aprender alguma
coisa pois faz parte do currículo, mas
Cognitivo não consegue enxergar nenhuma
utilidade prática. Ex.: Crianças
decorando tabuada ou aprendendo a
calcular MMC e MDC.

tem um sentido bem definido. O estudante


aprende com o objetivo de executar uma
Experimental tarefa específica, o conhecimento pode ser
diretamente aplicado. Ex.: consertar um
carro

Deve-se buscar sempre o aprendizado experimental, pois as pessoas aprendem melhor aquilo que é
necessário. O interesse e a motivação são essenciais para o aprendizado bem sucedido. Enfatiza a
importância do aspecto interacional do aprendizado. O professor e o aluno aparecem como os
corresponsáveis pela aprendizagem.
No início dos anos oitenta, na Universidade de Harvard, Estados Unidos, o
psicólogo Howard Gardner concluiu, através de suas pesquisas, que a inteligência
humana é como um quebra-cabeça composto por nove peças, todas de mesmo valor e
importância. Segundo Gardner, são características que classificam que tipo de
inteligência cada pessoa possui, bem como quais as facilidades que essas trazem para
nossa vida.
Antes dessa descoberta, a principal teoria que tratava da inteligência era a de
Alfred Binet, que criou um teste de inteligência que media o QI (quociente de
inteligência), mas sua área de atuação se limitava apenas à matemática e linguagem.
As inteligências levantadas na pesquisa de Gardner saem dessas duas áreas e passam a
ter uma área bem mais abrangente, sendo elas: linguística, lógico-matemática, espacial, musical,
corporal-sinestésica, naturalista, interpessoal e intrapessoal, existentes no cérebro de todos os seres
humanos, sendo que cada um tem as que são mais e menos desenvolvidas.

No processo de ensino,
deve-se procurar identificar
as inteligências mais
marcantes em cada aprendiz
e tentar explorá-las para
atingir o objetivo final, que é
o aprendizado de
determinado conteúdo.
Este tópico versa tratar as diversas dimensões políticas, socioculturais e pedagógicos
envolvidas nas práticas educacional brasileira, bem como a metodologia utilizada.
O fato de que criamos e vivemos em uma sociedade que se caracteriza fundamentalmente
pela função social, em especial, a função social da escola, apesar das transformações sofridas no
decorrer da história, a escola representa uma Instituição que a humanidade elegeu para socializar o
saber.

Muito se discute a importância da educação no país, pode parecer algo


simples de questionamento, mas, é algo complexo de se imaginar, devemos analisar a
escola como um todo, ou seja, um processo que envolver todas as partes que integram
a sociedade, cada um com a sua determinada função.
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO 9.394/96
Art. 22. A educação básica tem por FINALIDADES
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.

CIDADANIA ESTUDOS
TRABALHO
A função social da escola é o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas
e afetivas do indivíduo, capacitando-o a tornar um cidadão, participativo na sociedade em que
vivem. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimento, habilidades e
valores necessários à socialização do individuo sendo necessário que a escola propicie o domínio
dos conteúdos culturais básicos da leitura, da escrita, da ciência das artes e das letras, sem estas
aprendizagens dificilmente o aluno poderá exercer seus direitos de cidadania.

➢ Para DURKHEIN a educação deve formar indivíduos que se adapte a estrutura social vigente
instituindo os caminhos e normas que cada um deve seguir, tendo sempre como horizonte a
instituição e manutenção da ordem social, a educação é um forte instrumento de coesão social
e cabe ao estado ofertá-la e supervisioná-la.
➢ Para KARL MARX a educação deve ser vista como um instrumento de transformação social e
não uma educação reprodutora dos valores do capital.
Émile Durkheim, o criador da sociologia da
educação
Para o sociólogo francês, a principal função do professor é
formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia
social.
Émile Durkheim
A evolução do pensamento pedagógico
Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a
educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o
processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.

Nessa concepção durkheimiana - também chamada de funcionalista -, as consciências individuais


são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é
moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana. "A construção do ser social, feita em boa parte
pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios - sejam morais,
religiosos, éticos ou de comportamento - que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem,
mais do que formador da sociedade, é um produto dela", escreveu Durkheim.
Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez
às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na
constituição de um desenvolvimento coletivo. "Todo o passado da humanidade contribuiu para
fazer o conjunto de máximas que dirigem os diferentes modelos de educação, cada uma com as
características que lhe são próprias.

Ensino público e laico


Segundo Durkheim, o papel da ação educativa é formar um cidadão que tomará parte do espaço
público, não somente o desenvolvimento individual do aluno.

Nas palavras de Durkheim, "a educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança
estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". Tais
exigências, com forte influência no processo de ensino, estão relacionadas à religião, às normas e
sanções, à ação política, ao grau de desenvolvimento das ciências e até mesmo ao estado de
progresso da indústria local.
Se a educação for desligada das causas históricas, ela se tornará apenas exercício da vontade e do
desenvolvimento individual, o que para ele era incompreensível: "Como é que o indivíduo pode pretender
reconstruir, por meio do único esforço da sua reflexão privada, o que não é obra do pensamento individual?"
E ele mesmo respondeu: "O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em
que está inserido, a saber, quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-lo
sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada".

Durkheim e a educação: padrão social

A elaboração, adoção e socialização foi uma grande conquista para a educação brasileira. Houve
padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera
dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para o professor Dermeval Saviani, da
Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os currículos são sugeridos para
todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe aos estabelecimentos de
ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A ideia de fundo é colocar as pessoas
certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz.
O direito à educação e a obrigação do Estado em preservá-lo estão presentes no
texto da Constituição Federal de 1988.
No artigo 205, a constituição afirma que “A educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.”

A responsabilidade na condução das políticas públicas de educação é do


Ministério da Educação (MEC), das secretarias estaduais e das municipais de educação.
O principal instrumento garantidor da educação no país é a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), de 1996, responsável por todo o sistema
educacional no Brasil.
A LDB abrange a educação no país como um todo, definindo como a União, os
Estados e os Municípios devem articular suas ações na formação do ensino público, de
forma a reduzir as desigualdades e garantir a qualidade dos sistemas educacionais.
Um dos principais pontos levantados pela LDB é a criação de uma base comum
que deverá nortear a elaboração dos currículos da educação básica: a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). A BNCC apresenta os conhecimentos que todo aluno da
educação básica tem direito de aprender, considerando um ensino através de
competências e habilidades que o estudante deve desenvolver na escola.
A LDB também estabelece a criação do Plano Nacional de Educação (PNE),
com diretrizes e metas para a política educacional em um período de 10 anos.
Através de dados levantados em todo o país, o PNE permite identificar as demandas
mais urgentes e traçar planos de ação para garantir a qualidade no aprendizado, tanto
na educação infantil quanto no ensino superior.
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
É importante fazer um esforço de articulação entre a teoria e a prática.
Nesse sentido, é oportuno verificar como essas abordagens se manifestam no dia
a dia da sala de aula, tendo em mente que não significa que, no “chão” da escola
ou da universidade, uma tendência superou a outra no tempo e/ou no espaço.
Muitas vezes, elas podem conviver ou se hibridizar, sem que o próprio professor
tenha muita consciência disso.
Ter consciência das características e dos significados das abordagens
pedagógicas podem nos ajudar a fazer nossas próprias opções como docentes e a
decidir que caminhos seguir nessa tarefa, uma vez que essas tendências
implicam visões de mundo, de sujeitos, de educação, de escola, de universidade,
de processos de ensino-aprendizagem. Portanto, adotar, intencional e
conscientemente, concepções e práticas marcadas por uma ou outra perspectiva
pedagógica significa optar por: que educador quero ser, que projeto educativo
desejo construir e que sujeitos desejo ajudar a formar.
OBJETIVOS => Reconhecer as características gerais das abordagens ou
tendências pedagógicas tradicional e escolanovista, buscando identificar os
possíveis impactos dessas abordagens na Didática e/ou no processo didático.
ABORDAGEM TRADICIONAL
➢ A abordagem ou pedagogia tradicional – uma concepção e uma prática que
persiste ao longo do tempo – sustenta a ideia de que a realidade é algo externo ao
indivíduo, regida pelas leis e regras pré-fixadas, cabendo ao ser humano se ajustar a ela.
➢ Desse modo, a compreensão do mundo físico, social é algo a ser transmitido ao
indivíduo, por meio, principalmente, do processo de educação. Inserido no mundo, o ser
humano (o aluno) receberá informações como um receptor passivo, como uma "tábula
rasa”, em que são impressas informações, dados, fatos fornecidos pelo ambiente.
Mizukami (1986) “O homem vai, assim, se apossando do mundo, na medida em que se
confronta com os modelos, as ideias, as aquisições científicas e tecnológicas, os raciocínios
e demonstrações e teorias elaboradas através dos séculos.”
Snyders (1974) “Não seria exagerado insistir no fundamento da educação tradicional, isto é,
na pretensão de conduzir o aluno até o contato com as grandes realizações da
humanidade: obras-primas da literatura e da arte, raciocínios e demonstrações plenamente
elaborados, aquisições científicas atingidas pelos métodos mais seguros.”
Transmissão do saber
É função da educação a transmissão do saber acumulado historicamente, e
consequentemente, a perpetuação da cultura.
A abordagem tradicional privilegia o ensino humanístico, de cultura geral, em que o
aluno é preparado para desempenhar papéis sociais, atingindo, por meio de seu próprio
esforço, sua realização pessoal.
Nesse sentido, a escola é o espaço próprio para a realização da educação. Lugar,
principalmente, para a transmissão do saber acumulado historicamente à perpetuação e
sistematização da cultura.
De acordo com Libâneo (1983), “a atuação da escola consiste na preparação intelectual
e moral dos alunos para assumir sua posição na sociedade. O compromisso da escola
é com a cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade”.

A escola é também um lugar de preparação do aluno para desempenhar papéis sociais e


para a aquisição de normas morais. Por sua vez, a organização do poder na escola é
marcada por relações hierárquicas rígidas, o poder é fortemente estruturado e autoritário e os
papéis são bem definidos.
Professor é o modelo
➢ O ensino está centrado no professor, que utiliza o modelo frontal, ou seja, a exposição
verbal e/ou a demonstração.
➢ O professor detém o poder, estabelecendo uma relação de autoridade frente ao aluno
que deve respeitar, inclusive, as regras de disciplina que lhe são impostas.
➢ De uma maneira geral, as diferenças culturais dos sujeitos que participam dos
processos de ensino e de aprendizagem – professores e alunos – não são levadas em conta.
A ênfase é dada a um padrão preestabelecido e, portanto na perspectiva monocultural.
Tarefas escolares
➢ As tarefas escolares são, quase sempre, padronizadas, enfatizando-se os exercícios,
repetições e memorizações.
➢ A avaliação tem como finalidade verificar o produto da aprendizagem. Em outras palavras,
visa a medir a exatidão e a quantidade da reprodução do conteúdo ensinado. A avaliação se
concretiza, pois, principalmente a partir do uso de provas, exames, testes que evidenciam a
aquisição dos fatos, dados e informações transmitidas em sala de aula.

"A Didática tradicional se resume em dois aspectos: dar a lição e tomar a lição.” Mizukami (1986)
TENDÊNCIA TECNICISTA
A abordagem ou pedagogia tecnicista “advoga a reordenação do processo educativo de
maneira a torná-lo objetivo e operacional” (Saviani, 1984), tendo presente o pressuposto da
neutralidade científica e inspirada nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade.
Essa tendência (que será apresentada/estudada, incorporando os princípios e/ou
fundamentos da abordagem comportamental) considera que o conhecimento é a descoberta da
realidade exterior que é dada como existente e independente do indivíduo. Desse modo, o
conhecimento é o resultado da experiência ou da experimentação planejada.
A abordagem ou pedagogia tecnicista/comportamental considera que o ser humano é
produto do mundo exterior. Governado pelo meio ambiente, o ser humano é reativo às estimulações
externas. Em outras palavras, o ser humano é “construído” a partir das influências ou forças
existentes no meio ambiente.
Skinner (1980), um dos representantes da abordagem comportamental mais conhecido no
Brasil, entende que o comportamento do ser humano pode ser ordenado e determinado, permitindo a
aplicação dos métodos científicos na pesquisa dos atos humanos.
- MERCADO DE TRABALHO
- FINALIDADE = PRODUZIR MÃO-
DE-OBRA
- MANUAIS, APOSTILAS, LIVROS =
CONTEÚDOS TÉCNICOS
- OBJETIVIDADE
- PROFESSOR = TRANSMISSOR DE
CONTEÚDO CIENTÍFICO
- BRASIL ANOS 60 E 70 = ATENDER
A NECESSIDADE INDUSTRIAL –
FORMAR O PROLETARIADO
ABORDAGEM ESCOLANOVISTA
Um movimento amplo e diversificado de reforma ou renovação da escola, em que
cada fase da vida do ser humano é completa e importante em si mesma.
O indivíduo deve ser respeitado como sujeito e o ensino orientado no sentido de
desenvolver suas aptidões ou capacidades. Isso quer dizer que cada educando se desenvolve
segundo suas aptidões e recursos, de acordo com suas próprias ações e seu esforço
individual.
A escola nova enfatiza o caráter dinâmico do conhecimento que se constrói a partir
da atividade humana, ou seja, a partir da experiência do ser humano em contato direto com as
coisas, com a natureza. Nesse sentido, o mundo deve ser transformado pela ação do sujeito e
é algo a ser dominado pela ciência e tecnologia criadas pela atividade humana.
Se o importante é aprender a aprender, a finalidade da educação é a de
desenvolver os dotes inatos e talentos de cada um, educando na e para a liberdade.
De acordo com Libâneo (1983), à escola, na versão renovada “cabe suprir as experiências que
permitam ao aluno educar-se num processo ativo de construção e reconstrução do objeto,
numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente”.
Na abordagem escolanovista, a educação é a própria vida e a escola deve se organizar
para retratá-la. Ou seja, se aprende a fazer fazendo e se aprende a pensar pensando
em situações reais. Dessa forma, enfatiza-se o aprender fazendo, valorizando-se a
experiência, a pesquisa, o estudo do meio. É dada ênfase ao caráter dinâmico do
conhecimento, que se constrói a partir do contato direto dos sujeitos com as coisas,
com a natureza.
Você conhece as características da prática pedagógica renovada? São elas:
➢ Valorização das descobertas,
➢ das experimentações,
➢ das pesquisas,
➢ das atividades lúdicas, ativas e variadas;
➢ Reconhecimento da iniciativa da criança;
➢ Estímulo do ensino individualizado para atender o ritmo de cada educando, levando-
se em conta, desse modo, as suas diferenças individuais, prioritariamente, as de
cunho psicológico.
Professor é o orientador
A prática pedagógica, orientada pela abordagem escolanovista, tem no professor um auxiliar
para o desenvolvimento livre e espontâneo da criança. O professor deve organizar, estimular
e orientar as atividades infantis. O clima de camaradagem e afeto entre professor e aluno
deve gerar um clima harmonioso dentro de sala de aula, além de estimular o diálogo e
a constante participação dos alunos em todo o processo de aprendizagem.
Segundo Libâneo (1983), até mesmo a disciplina deve ser obtida a partir de um processo de
conscientização: “o aluno disciplinado é aquele que é solidário, participante, respeitador das
regras do grupo”.
➢ Na tendência escolanovista, a avaliação enfatiza o esforço e o êxito de cada aluno,
devendo estar o professor sempre pronto para reconhecê-los.
➢ O processo é mais importante do que o produto da aprendizagem.
TENDÊNCIA LIBERTADORA
A tendência libertadora se inspira no pensamento pedagógico de Paulo Freire.
Segundo Libâneo (1983), a pedagogia libertadora dá ênfase a uma
educação em que professor e alunos “mediatizados pela realidade que
aprendem e da qual extraem o conteúdo da aprendizagem, atingem um
nível de conscientização dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem,
no sentido da transformação social”.

Para Freire (1983), “trata-se de uma perspectiva pedagógico-didática em que


educador e educandos (lideranças e massas), cointencionados à realidade, se
encontram em uma tarefa em que ambos são sujeitos no ato, não só de
desvendá-la e, assim, criticamente conhecê-la, mas também no de recriar este
conhecimento”.
A concepção crítica libertadora privilegia métodos que enfatizam o
diálogo entre educadores e educando, recomendando a adoção de grupos de
discussão que devem determinar o conteúdo e a dinâmica de suas atividades.
Nesse caso, o professor é um animador que estabelece uma relação
dialogal com os alunos, intervindo nesse processo só quando necessário.
A motivação é entendida como essencial à aprendizagem e a educação
problematizadora é a forma de obtê-la. Freire afirma que “a educação que se impõe
aos que verdadeiramente se comprometem com a libertação não pode fundar-se em
uma compreensão dos homens como seres vazios a quem o mundo encha de
conteúdos [...]; não pode ser a do depósito de conteúdos, mas a da problematização
dos homens em suas relações com o mundo”.
TENDÊNCIA LIBERTÁRIA

➢ A tendência libertária é aquela que se inspira em propostas AUTOGESTIONÁRIAS ou


ANTIAUTORITÁRIAS.

➢ Para a pedagogia libertária, o mais importante é o conhecimento oriundo da experiência vivida,


principalmente, em situação de participação crítica. Os conteúdos devem ser aqueles que respondem
aos interesses e necessidades do grupo, constituindo-se as tradicionais matérias de estudo em um
instrumento a mais à disposição do aluno.

➢ A tendência libertária, por sua vez, dá ênfase à vivência grupal na forma da autogestão, todo o
interesse pedagógico e também didático depende de suas necessidades. Elimina-se qualquer forma de
direção do grupo, valorizando-se, inicialmente, oportunidades de contatos, relações informais entre os
alunos, de modo que os grupos possam evoluir, no sentido de organizarem-se em cooperativas,
assembleias para decidir e executar trabalhos em conjunto. A relação professor-aluno é regida pelos
princípios DA NÃO DIRETIVIDADE, sendo o professor um orientador ou catalizador que deve refletir
com o grupo.
Quanto à concepção libertária, a avaliação da aprendizagem de conteúdos não tem
sentido, na medida em que o critério de relevância do saber sistematizado está em
função do seu possível uso prático (LIBÂNEO, 1983).

- NÃO VEM DE LIBERDADE, MAS DE LIBESTARISMO


- AUTOGESTÃO NAS ESCOLAS
- ACREDITAM QUE NEM SEMPRE É NECESSÁRIO A FIGURA DE
UMA AUTORIDADE EXTREMA
- AUTOAPRENDIZAGEM
- ASSOCIADA AO ANARQUISMO
- “A EDUCAÇÃO NÃO TEM QUE TER AUTORIDADES, O ALUNO
DEVE DECIDIR O QUE APRENDER”.
TENDÊNCIA DE CONTEÚDOS CULTURAIS
No que diz respeito à pedagogia de conteúdos culturais, valorizam-se os conteúdos
compreendidos como universais acumulados historicamente pela humanidade e que são,
constantemente, criticados a reelaborados, em função das diferentes realidades sociais.
Nessa pedagogia, busca-se articular a cultura erudita e popular, estabelecendo-se uma
relação de continuidade. A pedagogia de conteúdos culturais propõe o uso de métodos que
permitam articular o saber escolar relativo aos conteúdos que entendem como universais e os
conteúdos vinculados às realidades locais.
Os métodos devem, pois, favorecer a correspondência dos conteúdos com os
interesses do aluno, mas, ao mesmo tempo, fazer com que o educando perceba como os
conteúdos podem auxiliá-lo na compreensão da sua realidade. Os métodos utilizados devem,
desse modo, privilegiar uma articulação entre o saber trazido de fora e a experiência do educando.
Para Libâneo (1983), é função do professor, além de satisfazer as carências do
educando, “despertar outras necessidades, acelerar e disciplinar métodos de estudo, exigir o
esforço do aluno, propor conteúdos e modelos compatíveis com suas experiências vividas”.
- CONTEÚDOS UNIVERSAIS
- ESSES CONTEÚDOS PRECISAM
SER DIFUNDIDOS = LIGADOS À
REALIDADE SOCIAL
- ESCOLA = OFERECER EDUCAÇÃO
DE QUALIDADE, MAS DENTRO DAS
SUAS ESTRUTURAS
- PROFESSOR – MEDIADOR/
DESAFIOS AOS ALUNOS
De forma geral, a avaliação escolar pode ser definida como um meio de obter
informações sobre os avanços e as dificuldades de cada aluno, constituindo-se em um
procedimento permanente de suporte ao processo ensino-aprendizagem, de orientação
para o professor planejar suas ações, a fim de conseguir ajudar o aluno a prosseguir,
com êxito, seu processo de escolarização.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, inova em


relação à anterior, por tratar a frequência e a avaliação do
rendimento escolar em planos distintos. Prevê-se que deve haver
avaliação “contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as
seguintes regras comuns:
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os
casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus
regimentos;
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos
períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Avaliações diagnósticas:

Esta avaliação é usada para “diagnosticar” o que um aluno sabe e o que não sabe. A
avaliação diagnóstica normalmente acontece no início de uma nova fase da educação e
abrange tópicos que serão ensinados aos alunos nas próximas aulas.

Os professores utilizam as informações das avaliações diagnósticas para nortear o que


e como ensinar. Eles passarão mais tempo ensinando as habilidades nas quais seus alunos
enfrentam mais dificuldades de acordo com os resultados da avaliação diagnóstica. Elas
também podem ser uma ferramenta útil para os pais. O feedback que recebem nestas
avaliações apontam que tipo de conteúdo eles estarão trabalhando em aula e permite
prever quais as habilidades ou as áreas em que poderão enfrentar problemas.
Avaliação formativa:

Esse tipo de avaliação é usada para medir a aprendizagem do aluno durante a aula.

Ela é informal, vale pouca nota, é utilizada ao longo de uma palestra e é desenvolvida

para dar aos alunos a oportunidade de mostrarem que compreenderam o assunto.

Avaliação comparativa:

A avaliação é usada para verificar se os alunos dominam um tópico do conteúdo. A

avaliação comparativa é aplicada durante ou depois de uma aula e abrange uma parte

do material. Ao contrário das avaliações diagnósticas, os alunos devem dominar o

conteúdo da avaliação comparativa.


Avaliação somativa:

Esta avaliação é utilizada como uma forma de controle no final do ano ou do curso
para avaliar quantos conteúdos os alunos aprenderam no geral. Esse tipo de avaliação é
semelhante à avaliação comparativa, mas abrange tudo o que os alunos aprenderam ao
longo do ano. Elas são aplicadas para todos os alunos em sala de aula, para que todos
tenham uma oportunidade igual de demonstrarem o que sabem. Os alunos demonstram
sua capacidade de desempenho em um nível prescrito como padrão para o teste de
proficiência.

Uma vez que as avaliações somativas abrangem uma ampla variedade de conceitos
de um determinado nível, elas não são capazes de avaliar nenhum conceito de maneira
profunda. As avaliações somativas uma confirmação daquilo que eu já sabemos sobre o
desempenho dos alunos. Não há “surpresas” com os resultados que recebo
do feedback das avaliações diagnósticas, formativas e comparativas.
Antes, nós tínhamos a escola regular e a escola especial,
separadamente. A educação inclusiva aparece para acabar com essa
separação. Ela é a educação especial dentro da escola regular com o
objetivo de permitir a convivência e a integração social dos alunos com
deficiência, favorecendo a diversidade. Por meio dela, é possível
educar crianças e jovens dentro do mesmo contexto escolar, concedendo a
eles o pleno direito à escolarização.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A EDUCAÇÃO ESPECIAL é uma modalidade de ensino que tem a função de
promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas com deficiência, e que
abrange todos os níveis do sistema de ensino, desde a educação infantil até a formação
superior.
Ela é responsável pelo atendimento especializado ao aluno e seu público-alvo
são os alunos com algum tipo de deficiência (auditiva, visual, intelectual, física ou
múltipla), com distúrbios de aprendizagem ou com altas habilidades (superdotados).
Já a EDUCAÇÃO INCLUSIVA é uma modalidade de ensino na qual o processo
educativo deve ser considerado como um processo social em que todas as pessoas, com
deficiência ou não, têm o direito à escolarização.
É uma educação voltada para a formação completa e livre de preconceitos que
reconhece as diferenças e dá a elas seu devido valor. Para que ela aconteça, é
fundamental a criação de redes de apoio aos educadores.

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