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A palavra projeto é derivada da palavra latina projectu e significa lançar para frente é um objetivo a ser
alcançado.
Existem diversos tipos de projetos e eles fazem parte da vida de nós seres humanos. Não há modelos ideais a
serem seguidos, eles necessitam serem flexíveis e se adaptarem às reais necessidades dos alunos no caso de
projetos pedagógicos que os desenvolverão com o auxílio do professor. São muito interessantes porque são
produzidos com trabalho em equipe e os envolvidos vão aprendendo e ensinando mutuamente.
Os projetos pedagógicos são de suma importância, pois através deles conhecemos uma dada realidade e
podemos intervir de maneira significativa de forma a transformar positivamente esta realidade. Podendo contribuir
também para novas reflexões e problemas que devem ser compartilhados com outras pessoas, a fim de encontrar
meios para resolvê-los. Assim produz-se e conhecimento.
No desenvolvimento de projetos pedagógicos é essencial que se leia bastante sobre o assunto, procurando
artigos, livros, fontes diversas, a fim de amadurecer suas idéias e formar sua própria opinião a respeito do tema. É
imprescindível também que se tenha um tema bem delimitado para não correr o risco de ficarmos “perdidos no
caminho. Os objetivos devem ser claros.
Professor e aluno podem contar com a ajuda das NTIC’s, fazendo a integração de conteúdos de diferentes
áreas do conhecimento, com suporte pedagógico das mídias. A inserção das novas tecnologias nos projetos
pedagógicos são potencializadores da interdisciplinaridade, partindo do conhecimento disciplinar.
A interdisciplinaridade é uma forma de se trabalhar um tema com várias disciplinas por exempplo Projeto
sobre Reciclagem dentro desse projeto pode ser trabalhado as disciplinas de Ciências, Matemática, Geografia,
História, Artes, Inglês, etc. Cada uma dando sua contribuição na explicação do tema.
Teorias Educacionais - Um Quadro Comparativo
A pedagogia da liberdade,
exemplificando seu trabalho na América
do Sul, procurando estar pronto a
aceitação em muitas bases comunitárias,
educador popular que organizava ensino
para adultos de fora fundar escolas e
instituições. Para tal educadores, critica o
ensino tradicional validando suas
próprias conclusões que a escola fazia
Paulo Freire
parte do problema, contribuindo para a
marginalização de minorias e do pobre. Critica o ensino tradicional validando
Educação para libertação, na visão de suas próprias conclusões que a
Freire, a vontade de desafiar o escola fazia parte do problema, 1970
Paulo Freire,
"giveness" do mundo e habilitar aprender contribuindo para a marginalização
Pedagogy of the
para refletir sobre suas historicamente de minorias e do pobre.
Opressed. New York:
experiências, apanhando sua realidade
Continuum 1970
imediata e iniciando, a presente, e , mais
importante, o futuro. Isto acordaria a
vontade do adulto aprender a expectativa
de mudar , a força qual, uma vez
acordado, procuraria reunir expressões,
transformando em ação social.Freire via
da educação, aprendizado para levar
controle e realizar poder não são
objetivos individual,
Epistemologia Genética
Esta teoria do desenvolvimento da inteligência foi desenvolvida pelo biólogo, psicólogo e epistemólogo
suíço Jean Piaget (1896-1980), e consiste em parte numa combinação das teorias filosóficas existentes à época,
o apriorismo e o empirismo. Baseado em experiências com crianças a partir do nascimento até a adolescência, Piaget
postulou que o conhecimento não é totalmente inerente ao próprio sujeito, como postula o apriorismo, nem provém
totalmente do meio que o cerca, como postula o empirismo.
Para Piaget, o conhecimento é construído através da interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas
existentes. Assim sendo, a aquisição de conhecimentos depende tanto das estruturas cognitivas do sujeito como da
relação dele, sujeito, com o objeto.
Estágios de desenvolvimento
Para Piaget, o desenvolvimento humano obedece certos estágios hierárquicos, que decorrem do nascimento
até se consolidarem por volta dos 16 anos. A ordem destes estágios seria invariável, embora os intervalos de tempo de
cada um deles não sejam fixos, podendo variar em função do indivíduo, do ambiente e da cultura. São eles:
Estágio sensório-motor (do nascimento aos dois anos) - a criança desenvolve um conjunto de
"esquemas de ação" sobre o objeto, que lhe permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa
desenvolve o conceito de permanência do objeto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações,
iniciando a construir representações mentais.
Estágio pré-operatório (dos dois aos seis anos) - a criança inicia a construção da relação de causa e
efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade dos porquês e do faz-de-conta.
Estágio operatório-concreto (dos sete aos onze anos) - a criança começa a construir conceitos
através de estruturas lógicas, consolida a observação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu
pensamento, apesar de lógico, ainda está centrado nos conceitos do mundo físico, onde abstrações lógico-
matemáticas são incipientes.
Estágio operatório-formal (dos onze aos dezesseis anos) - fase em que o adolescente constrói o
pensamento proposicional, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista, e sendo
capaz de pensar cientificamente.
Estrutura e aprendizagem
Na concepção piagetiana, a aprendizagem só ocorre mediante a consolidação das estruturas de pensamento,
portanto a aprendizagem sempre se dá após a consolidação do esquema que a suporta, da mesma forma a passagem
de um estágio a outro estaria dependente da consolidação e superação do anterior. Na perspectiva de Piaget, para que
ocorra a construção de um novo conhecimento, é preciso que se estabeleça um desequilíbrio nas estruturas mentais,
isto é, os conceitos já assimilados necessitam passar por um processo de desorganização para que possam
novamente, a partir de uma perturbação se reorganizarem, estabelecendo um novo conhecimento. Este mecanismo
pode ser denominado de equilibração das estruturas mentais, ou seja, a transformação de um conhecimento prévio em
um novo.
Sócio-interacionismo
Os estudos de Lev Vygotsky (1896-1934) postulam uma dialética das interações com o outro e com o meio,
como desencadeador do desenvolvimento sócio-cognitivo. Para Vygotsky e seus colaboradores, o desenvolvimento é
impulsionado pela linguagem. Eles acreditam que a estrutura dos estágios descrita por Piaget seja correta, porém
diferem na concepção de sua dinâmica evolutiva. Enquanto Piaget defende que a estruturação do organismo precede o
desenvolvimento, para Vygotsky é o próprio processo de aprendizagem que gera e promove o desenvolvimento das
estruturas mentais superiores.
Zona de desenvolvimento proximal]
Um ponto central da teoria de Vygotsky é o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que afirma
que a aprendizagem acontece no intervalo entre o conhecimento real e o conhecimento potencial. Em outras palavras,
a ZDP é a distância existente entre o que o sujeito já sabe e aquilo que ele tem potencialidade de aprender. Seria neste
campo que a educação atuaria, estimulando a aquisição do potencial, partindo do conhecimento da ZDP do aprendiz,
para assim intervir. O conhecimento potencial, ao ser alcançado, passa a ser o conhecimento real e a ZDP redefinida a
partir do que seria o novo potencial.
Interacionismo e desenvolvimento
Nessa concepção, as interações têm um papel crucial e determinante. Para definir o conhecimento real,
Vygotsky sugere que se avalie o que o sujeito é capaz de fazer sozinho, e o potencial daquilo que ele consegue fazer
com ajuda de outro sujeito. Assim, determina-se a ZDP e o nível de riqueza e diversidade das interações determinará o
potencial atingido. Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o desenvolvimento.
No campo da educação a interação, que é um dos conceitos fundamentais da teoria de Vygotsky, encaixa-se
na concepção de escola que se pretende efetivar no sistema brasileiro de ensino. E neste caso, o professor e o aluno
passam a ter um papel essencial no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma é possível desenvolver tanto os
conceitos de ZDP quanto a relação existente entre pensamento, linguagem e intervenção no âmbito da escola,
possibilitando assim um maior nível de aprendizagem.
Conectivismo]
Discute-se atualmente se o conectivismo constitui-se em uma nova teoria - a de aprendizagem em rede -,
como defendido por George Siemens e Stephen Downes. Esses autores consideram-na como uma nova "teoria de
aprendizagem para a era digital", utilizando-a para explicar o efeito que as novas tecnologias de informação e
comunicaçãotêm sobre a forma como as pessoas se comunicam e como aprendem.
MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Mediar é uma forma do professor conduzir o aluno no ato de pensar em que se suscita discussões em torno de
uma resposta obtida e, em seguida, questiona-se sua veracidade, indica-se caminhos que podem levar à resolução e
orienta-se a reformulação de hipóteses para obtenção de teses e conclusões.
Paralelamente, a tarefa de ensinar implica numa relação plena e constante do professor com o aluno, não só
no conhecimento, mas também na capacidade de questionar a criança que, nas situações de aprendizagem, vai
desenvolver cada vez mais a habilidade de fazer perguntas. Faz-se necessário, portanto, valorizar a curiosidade, o
espírito de busca, a imaginação, a autonomia. Para que isto aconteça, não se pode desenvolver o ato de ensinar só a
partir das informações dadas pelo professor, mas na busca, na investigação, na procura de soluções das situações
apresentadas.
É, então, nesse contexto que o professor se torna o mediador entre o aluno e o conhecimento (objeto a ser
aprendido). A mediação é uma tarefa bem complexa que vai exigir do professor a criatividade, o estar alerta, a
preocupação com cada aluno e a percepção da caminhada da turma.
Pode-se ver, entretanto, que todos os papéis (organizador, consultor, mediador, controlador e incentivador)
contribuem com o maior objetivo a ser atingido com a prática didática: educar. Educar é transformar e, antes de ir em
busca dessa transformação em seus alunos, é necessário que o educador/professor transforme a sua forma de agir e
de pensar.
Neste período de busca pela própria transformação e dos educandos, nada melhor que um bom planejamento.
É importante que, antes de iniciar a abordagem de qualquer tema ou assunto, o professor defina o que é essencial e
pesquise fontes variadas, além de utilizar diferentes métodos de trabalho e procurar conhecer muito bem os seus
educandos. Nesta prática escolar é sempre bom conversar com outros educadores e buscar informações em
sociedades, associações ou órgãos.
Mas como a mediação pode ser feita? Situações e práticas educativas capazes de estimular o ato de refletir
incluem:
* Roda de conversas – ver o que o aluno já sabe sobre o assunto a ser dinamizado
* Cantigas – motivadoras sobre o assunto
* Histórias – estimuladoras do ato de pensar sobre o assunto
* Músicas populares – capazes de promover a sintonia entre o conhecimento e a vida
* Leitura de fatos de jornais e revistas – estimuladoras do ato de reflexão
* Cartazes estimulantes do assunto
* Propagandas – coerentes com a situação de aprendizagem
* Jogos – estimulantes do raciocínio
* Reportagens da TV – desenvolvimento da percepção visual, raciocínio
* Poemas
Ao trabalhar quaisquer das situações acima, o papel do professor é fazer perguntas e, com isso, levantar
questões para discussão que podem orientar o exercício da análise e da organização do pensamento, sempre
introduzindo ou refletindo sobre o assunto, desencadeando atividades agradáveis em aula de aula, tornando os
materiais atraentes e fonte de aprendizagem.
O tipo de exercício proposto deve permitir uma reflexão sobre a temática que está sendo desenvolvida e, ao
mesmo tempo, provocar a oralidade, a compreensão, o pensamento reflexivo, a organização do pensamento, a
interpretação, a análise, a síntese…. Deste modo, a realidade tanto do professor quanto a do aluno podem ser muito
exploradas, pois elas são ricas de significados, de vida.
E para desencadear todo este processo, como fazer perguntas? Questões do tipo “Adivinhem de quem/que
estou falando?” ou “Adivinhem o que foi que eu vi, comprei, segurei, destaquei” são a melhor ideia nessas horas.
AVALIAÇÃO ESCOLAR
De forma geral, a avaliação escolar pode ser definida como um meio de obter informações sobre os avanços e
as dificuldades de cada aluno, constituindo-se em um procedimento permanente de suporte ao processo ensino-
aprendizagem, de orientação para o professor planejar suas ações, a fim de conseguir ajudar o aluno a prosseguir,
com êxito, seu processo de escolarização. Os instrumentos de avaliação mais usados são provas escritas ou orais,
seminários, tarefas, pesquisas e dinâmicas de grupos. No processo de avaliação dos diversos graus de ensino, as
notas e conceitos são decisivos para a continuidade dos estudos.
No Brasil, particularmente na última década, surgiu um intenso debate em torno do lugar da avaliação escolar,
uma vez que ela estaria perdendo a sua dimensão pedagógica e metodológica e assumindo crescentemente a
dimensão de controle. As questões relativas à avaliação tem se dividido entre a avaliação “externa” que tem sido
imposta em nosso sistema educacional e considera mais aspectos administrativos padronizados e a avaliação “interna”
que se dá no espaço da sala de aula e que tem mobilizado os docentes para as mudanças qualitativas de suas ações
pedagógicas.
Dessa forma, a avaliação no processo ensino-aprendizagem tem sido considerado um tema delicado por
possuir implicações pedagógicas que extrapolam os aspectos técnicos e metodológicos e atinge aspectos sociais,
éticos e psicológicos importantes. A prática avaliativa poderia tanto estimular, promover, gerar avanço e crescimento,
quanto desestimular, frustar, impedir o avanço e crescimento do sujeito que aprende. Segundo Cipriano Luckesi,
em Avaliação da aprendizagem escolar, a avaliação escolar, assim como as outras práticas do professor, seria
dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica, tenha o professor
consciência disto ou não.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, inova em relação à anterior, por tratar a freqüência e
a avaliação do rendimento escolar em planos distintos. Prevê-se que deve haver avaliação “contínua e cumulativa do
desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período sobre os de eventuais provas finais”. Algumas regras forçaram a mudança do sentido que se atribuía à
avaliação, orientando para não mais uma avaliação com vistas a promover ou reter alunos, mas uma avaliação que
permita: “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado.”
O termo avaliação escolar é muito usado com o mesmo sentido de avaliação de aprendizagem, avaliação da
aprendizagem escolar ou avaliação educacional. Porém, com as novas políticas educacionais brasileiras, a partir de
1996, a avaliação da aprendizagem tem sido considerada uma das “interfaces” da avaliação escolar. Enquanto a
primeira foca mais o indivíduo a segunda refere-se ao coletivo. A expressão avaliação educacional, por sua vez,
começou a ser mais utilizada no Brasil para designar as análises em grande escala realizadas pelo Estado para avaliar
o sistema de educação pública.
CURRÍCULO
Entenda a importância de um currículo escolar diferenciado na formação do aluno
Você, por acaso, já reparou que, de algumas décadas para cá, aquilo que os estudantes aprendem no ensino
básico vem sendo foco de cada vez mais discussões? Transformações de todo tipo vêm acontecendo nas escolas ao
redor do mundo, abrangendo de experimentações com novas metodologias de ensino a diferentes formas de
relacionamento com a comunidade escolar, além de aumentarem a importância do currículo na educação infantil.
Questionando a eficácia dos métodos tradicionais no mundo de hoje, essas mudanças têm por objetivo
enriquecer a formação dos nossos futuros cidadãos, conciliando-a com as demandas do mercado e individualizando o
ensino. É simples: essa transformação assegura que todos adquiram conhecimentos básicos dos mais variados temas
para continuar seu aprendizado e ter sucesso depois da escola.
Para ajudar você a entender essas novidades, vamos explicar neste post um pouco mais sobre o que é o
currículo escolar, como ele é elaborado e por que um currículo diferenciado pode fazer a diferença no futuro do seu
filho. Continue lendo e fique por dentro!
Autonomia e autocuidado
Uma vez que o currículo escolar trabalha o autoconhecimento e distribui responsabilidades aos pequenos, ele
está propiciando o crescimento da autonomia e do autocuidado da criança. Portanto, os alunos têm a oportunidade de
aprender qual é a importância de realizar as suas próprias atividades, de cumprir com os seus deveres, de ajudar quem
está ao seu redor e de tomar atitudes que beneficiem o seu bem-estar físico, mental e emocional, preservando a sua
saúde.
Esses fatores são fundamentais para que o seu filho desenvolva o senso de dependência desde cedo, o que o
faz ser um adolescente e adulto mais responsável, seguro e autoconfiante para conquistar os seus objetivos futuros.
SEXUALIDADE E A ESCOLA
O tema sexualidade faz parte do dia-dia dos adolescentes. Está presente em diversos espaços escolares, é
evidenciado em conversas entre meninos e meninas, está presente em músicas, programas de televisão, festas etc. O
referido tema deve ser abordado em sala de aula por professores capacitados. Recentemente o tema Sexualidade foi
instituído nos Parâmetros Curriculares Nacionais, em tema transversal. Pois, em pesquisa evidenciou-se que quanto
maior a escolaridade, menor a fecundidade e maior a proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. A escola é
um instrumento veiculador de informações sobre formas de prevenções. Chega-se ao ponto de afirmar que quanto
menor a instrução maior a taxa de gravidez entre adolescentes.
Além da família, a escola exerce um importante papel na sexualidade da criança, orientando-a no dia-a-dia.
Porém, para educar é preciso que o educador esteja preparado para tal tarefa. Ao atuar como profissional na área de
orientação sexual, o educador deve ter discernimento para não transmitir valores pessoais, crenças e opiniões como
verdades absolutas, sendo assim o mesmo precisa ser consciente de seus atos. É necessário que haja uma relação de
confiança entre professor e aluno.
No sentido mais amplo, a sexualidade está ligada a promoção da saúde. Com o advento da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida - AIDS, observou-se a carência dessa ação, visto que a incidência de Doenças
Sexualmente Transmissíveis – DST pode estar relacionada à desinformação sobre a educação sexual, desta maneira,
a escola precisa ensinar que educação sexual não significa apenas obter informações sobre sexo. Significa também
trabalhar valores, atitudes e comportamentos.
O trabalho sistemático de Orientação Sexual dentro da escola tem como finalidade proteger através da
informação, articula-se, portanto, com a promoção da saúde das crianças e dos adolescentes. A existência desse
trabalho possibilita também a realização de ações preventivas às doenças sexualmente transmissíveis como, por
exemplo, a AIDS de forma mais eficaz. O trabalho de Orientação Sexual também contribui para a prevenção de
problemas graves como o abuso sexual e a gravidez indesejada.
Trabalhar sexualidade em sala de aula não é uma tarefa restrita ao professor de biologia ou de religião, é uma
missão que deve ser levada a cabo por todas as pessoas que compõem o ambiente escolar. A escola tem a
responsabilidade de formar o cidadão em todas as áreas, inclusive nas que dizem respeito à sua maturação afetivo
sexual.
O trabalho de orientação sexual compreende a ação da escola como complemento à educação dada pela
família. Assim a escola deverá informar os familiares dos alunos sobre a inclusão de conteúdos de orientação sexual
na proposta curricular e explicitar os princípios norteadores da proposta. O diálogo entre escola e família deverá se dar
de todas as formas pertinentes a essa relação.
Segundo Teles (1992),
“os professores encarregados de educação sexual na escola devem ter autenticidade, empatia e respeito. Se o
lar está falhando neste campo, cabe à escola preencher lacunas de informações, erradicar preconceitos e possibilitar
as discussões das emoções e valores”.
De acordo com o PCN - Orientação Sexual, as escolas que tiveram bons resultados com a educação sexual
relatam resultados como aumento do rendimento escolar, devido ao alívio de tensão e preocupação com questões da
sexualidade e aumento da solidariedade e do respeito entre os alunos. Daí a importância da escola trabalhar
sistematicamente a questão da sexualidade, abrindo espaço para o diálogo e envolvendo todos no processo de
conscientização e responsabilidade individual dos mesmos sobre a temática.
Louro (1997) trata dessa questão indicando que, independente de se apresentar de forma manifesta ou
explícita, ou de compor o conteúdo de algum projeto de educação sexual, as sexualidades transitam pelos espaços
escolares à medida que ela é parte constituinte das identidades dos agentes sociais que freqüentam esse espaço.
Essa temática ainda está muito associada a preconceitos, tabus, crenças ou valores singulares. Será por meio
do diálogo, da reflexão e da possibilidade de reconstruir as informações, pautando-se sempre pelo respeito a si próprio
e ao outro, que o aluno conseguirá transformar e/ou reafirmar concepções e princípios, construindo de maneira
significativa seu próprio código de valores.
Trabalhar o assunto não é fácil e que não de responsabilidade apenas de um de outro professor de
determinada área, ou que essa função seja específica para o professor de ciências ou biologia, e sim o tema deve
trabalhado, estudado e esclarecido sempre que houver a necessidade, ou surgir o dialogo, para não haver duvidas
devido a falto de conhecimento sobre o assunto.
DROGAS
A escola na prevenção ao uso de drogas
Alguns fatores colocam a escola em situação privilegiada para a promoção da saúde e a prevenção do uso de
drogas. Destaca-se que:
A maioria dos casos de experimentação de drogas ocorre na adolescência, período em que a maior
parte das pessoas frequenta a escola;
Os jovens passam tempo significativo de suas vidas dentro do ambiente escolar;
A escola é um espaço privilegiado para reflexão e formação de valores.
Quando o assunto são as drogas, o principal papel da escola deve ser a prevenção primária, ou seja, evitar a
experimentação por meio da redução de fatores de risco e do reforço de fatores de proteção. Esse papel não deve ser
traduzido como mais uma tarefa cotidiana do educador, abordado simplesmente de forma pontual. Pelo contrário,
precisa ocorrer dentro do contexto pedagógico, como um trabalho de reflexão e de estímulo ao desenvolvimento do
pensamento crítico. Deve-se enfatizar que os estudantes sejam responsáveis por suas ações, façam escolhas
saudáveis e desenvolvam o protagonismo e a autonomia. Além disso, a escola deve ser um ponto de convergência de
programas e projetos que visem a promoção de saúde em toda a comunidade onde está inserida.
O papel do Educador
O educador é fonte de inspiração e modelo para os alunos. Todo movimento exercido por ele pode ser imitado,
avaliado ou reprimido. Suas atitudes pessoais de cuidado com a saúde, o meio ambiente e a sociedade podem ser
observadas e seguidas.
O tema prevenção ao uso de drogas é normalmente desconfortável à sociedade.
O professor é essencial para o enfrentamento desta questão em razão de sua proximidade com os alunos. A
construção coletiva do conhecimento, mediada pelo
professor, pode proporcionar informações claras sobre os efeitos das drogas para o jovem, sua família e a sociedade.
O tema drogas pode ser abordado por meio de diferentes disciplinas. É importante exercitar a reflexão sobre
seus contextos e determinantes sociais, políticos, econômicos, históricos, biológicos, culturais e éticos. O professor
deve buscar constantemente conhecimentos científicos e novas práticas de prevenção às drogas, com vistas à
conscientização dos alunos. Além disso, é seu papel contribuir com a formação de sujeitos transformadores da
realidade.
FRACASSO ESCOLAR:
As causas para o fracasso escolar são inúmeras e muitas delas já bastante conhecidas através de publicações
de autores consagrados que se dedicam ao assunto. Este estudo visa fazer um apanhado dessas causas, mas
também ir um pouco além, procurando avaliar as causas específicas do fracasso escolar de uma certa localidade.
A questão é que as razões para o fracasso escolar não são poucas e não estão isoladas umas das outras.
Pode ser pelo aspecto pedagógico, apropriado ou não à criança, pelas políticas educacionais que nem sempre tem a
educação como meta principal, ou ainda pela situação geral pela qual passa a economia do país, e como resultado, o
ambiente onde vivem milhares de crianças, inadequados para o seu desenvolvimento e crescimento.
A escola conta com uma equipe que poderá estar atenta a problemas sociais dos alunos. O supervisor
pedagógico tem a função de auxiliar o professor orientando-o em práticas pedagógicas que poderão superar o
problema do fracasso escolar, e uma ação que pode ser significativa é manter contato com a família do ‘aluno-
problema’ na busca de entender o porque do ‘não aprender’. É fundamental no processo aprendizagem conhecer o
aluno e sua origem para escolher a melhor forma de trabalhar com ele, neste sentido, o educador propiciará excelentes
oportunidades para elevar o rendimento escolar dos educando, elevando também o auto-conceito deste, tornando a
aprendizagem mais agradável.
Existem várias razões para o fracasso escolar, assim como existem várias razões para se desenvolver um
trabalho neste sentido. E um dos motivos, é a preocupação dos educadores em geral em achar uma solução cabível
para amenizar o problema do fracasso escolar.
Sendo assim, foi desenvolvida essa pesquisa nas escolas da cidade de Alto Rio Doce no intuito de investigar o
que faz a escola no sentido de amenizar o problema do fracasso escolar. O trabalho se justifica pela necessidade que
se tem de entender quais são as dificuldades encontradas pelos educadores em geral, em buscar a inovação para
auxiliá-los nas práticas pedagógicas, bem como pelo fato de ser um tema muito polemico. Acredita-se ainda, que esse
estudo contribuirá com outros professores que se interessam pelo tema em questão.
Neste sentido, os estudos teóricos que se pretende realizar possibilitarão reunir um maior número de
concepções teóricas e práticas para uma melhor compreensão do fenômeno, na busca de entender as causas e
possíveis intervenções para a solução do problema.
Mas Fijalkow (1989), Nunes, Buarque e Bryant (1992) analisam um grande conjunto de pesquisas
desenvolvidas a partir dessa perspectiva e apontam alguns problemas que precisam ser considerados aos interpretar
os resultados das mesmas. Um desses problemas diz respeito, por exemplo, a não neutralidade e objetividade das
situações de teste a que as crianças são submetidas, a dificuldade de se isolar variáveis para que essas possam ser
testadas independentemente uma das outras. Além disso, deve-se considerar que a abordagem cognitivista, como a
organicista, procura causas do fracasso das crianças apenas em suas características individuais, desconsiderando
possibilidades explicativas em outras esferas.
A abordagem afetiva caracteriza-se por privilegiar como explicação causal do fracasso escolar os transtornos
afetivos da personalidade. Partidários dessa abordagem defendem que a idéia de que as causas das dificuldades de
aprendizagem devem ser buscadas em perturbações no estado socioafetivo da criança e não em supostos problemas
neurológicos ou cognitivos. Nessa perspectiva, o atraso do aluno é uma manifestação de suas dificuldades originadas
de algum conflito emocional (consciente ou inconsciente), cuja origem encontra-se na dinâmica familiar. Por meio da
utilização do método clínico, propõe-se, primeiro investigar se a dificuldade é de fato um problema de ordem
pedagógica ou psicológica, para, posteriormente, buscar compreender porque uma determinada criança elege um
determinado sintoma e não outro como expressão de suas dificuldades emocionais. Uma das críticas feitas a essa
abordagem decorre do fato de que essa acaba por dar subsídios para que se responsabilize a criança e sua família por
dificuldades que surgem na esfera escolar, transferindo para fora da escola – para as famílias, para as clinicas – a
busca de soluções para os problemas da criança.
A abordagem denominada questionamento da escola reúne estudos que investigam diferentes fatores
escolares como intervenientes na produção do fracasso dos alunos. Entre esses destacam-se, por exemplo, a
inadequação dos métodos pedagógicos, as dificuldades na relação professor-aluno, a precária formação do professor,
a falta de infra-estrutura das escolas da rede pública de ensino.
Segundo Sena (1999: p. 35) “deslocando a questão do aluno que não aprende para a escola que não ensina”.,
seguidores dessa abordagem propõem modificações na estrutura e organização da escola, afim de que essa instituição
cumpra seu papel social.
A abordagem denominado Handicap sociocultural identifica no meio sociofamiliar a origem do fracasso das
crianças na escola. Adeptos dessa abordagem consideram a bagagem sociocultural dos alunos e de seus familiares
um fator decisivo, tendo em vista que a maioria dos alunos que fracassam na escola é oriunda das camadas populares.
Um argumento central na articulação dessa abordagem é que essas crianças apresentam uma linguagem deficitária o
que, em conseqüência, implicaria em déficit cognitivo. Segundo Soares (1987), teorias do déficit cultural, lingüístico e
cognitivo ocultam a verdadeira causa da discriminação das crianças das camadas populares na escola – a desigual
distribuição de riqueza numa sociedade capitalista – e terminam por responsabilizar as crianças e suas famílias por
suas dificuldades e isentar de responsabilidade a escola e a sociedade.
SOARES (1987) explica que o mito da deficiência lingüística e cultural baseia-se na suposição de que:
…as crianças das camadas populares chegam à escola com uma linguagem deficiente, que as impede de
obter sucesso nas atividades e aprendizagem: sua linguagem é pobre – não sabem o nome dos objetos comuns; usam
frases incompletas, curtas, monossilábicas; sua sintaxe é confusa e inadequada à expressão do pensamento lógico;
cometem ‘erros’de concordância, de regência, de pronúncia; comunicam-se muito através de recursos não verbais do
que de que recursos verbais. Em síntese são crianças deficitárias lingüisticamente (p.20).
Essa suposta deficiência lingüística seria atribuída à ‘pobreza’ do contexto lingüístico familiar em que vive a
criança. Adeptos dessa abordagem associam a essa visão de um contexto familiar deficiente lingüística e culturalmente
a idéia de que os familiares dessas crianças (seus pais ou responsáveis) não demonstrariam interesse por seu
desenvolvimento escolar e não se empenhariam em dar suporte para que elas tenham condições de aprender na
escola.
Diversas pesquisas, desenvolvidas a partir dos anos 70 do século passado, fornecem elementos para se
refutar a hipótese do déficit como causal do fracasso escolar. O trabalho de Labov (Soares, 1987) por exemplo,
forneceu elementos para que o questionamento das situações de teste a crianças negras, moradores de guetos em
grandes cidades americanas eram submetidas. Segundo ele, a artificialidade, diferença de classes do entrevistador e
dos entrevistados comprometeria o desempenho dessas crianças, levando-as a se mostrarem desarticuladas e
monossilábicas nas situações de entrevista. A análise da produção lingüística dessas crianças em interação com seus
pares ou em entrevistas feitas por pessoas do seu próprio grupo social revelou que essas crianças possuíam uma
gramática sistemática, coerente e lógica. Segundo Soares, Labov adotaria uma posição contrária às dos partidários da
teoria do déficit lingüístico. Para ele, crianças das camadas populares “narram, raciocinam e discutem com muito mais
eficiência que os falantes pertencentes às classes mais favorecidas, que contemporizam, qualificam, perdem-se num
excesso de detalhes irrelevantes” (Soares, 1987, p.47).
Segundo estudos sobre a relação entre linguagem, cultura e escolarização, alguns levam em conta a existência
de diferenças lingüísticas e cultural entre crianças das camadas populares, minorias étnicas e crianças das camadas
economicamente favorecidas da população, o fato da escola não estar preparada para lidar com essas diferenças seria
um dos principais fatores que contribuem para a produção do fracasso escolar.
Estudos de Fijalkow (1989) apresentam evidências contrárias à idéia de que existe desinteresse por parte dos
familiares das crianças das camadas populares em relação à sua carreira escolar, pois para essas famílias o sucesso
na escola representaria a possibilidade de um futuro melhor para seus filhos.
Estudos desenvolvidos por Griffo (1996) e Costa (1993) demonstram o empenho dos familiares em contribuir
para a reversão da situação de fracasso em que seus filhos se encontravam. Castanheira (1991) apresenta análise de
como crianças das camadas populares, moradores de um bairro da periferia de Belo Horizonte, eram preparados para
o ingresso na 1ª série por seus pais ou por seus irmãos mais velhos. As interações dessas crianças com a escrita
criavam oportunidades de um contato cotidiano com esse objeto de conhecimento, fosse em brincadeiras de ruas,
aulinhas com os amigos ou atividades orientadas por seus pais ou irmãos mais velhos. Essas experiências com a
escrita preparavam essas crianças para o seu ingresso na escola em melhores condições para a aquisição da leitura e
da escrita. Em muitos casos, ao preparo e envolvimento da criança com a escrita antes do ingresso na escola de 1°
grau não se seguiria uma continuidade do ensino de forma adequada dentro da instituição.
Essas formas de suporte variam de família para família e incluem desde a preocupação em garantir que se
tenham livros de referência para consulta na hora dos estudos em casa, como atitudes persuasivas como conversas ou
castigos. Os dados nos levam á conclusão de que não existe uma relação causal direta entre o sucesso escolar e
empenho das famílias em acompanhar os filhos em suas atividades escolares. Observa-se que em alguns casos a
intervenção familiar, embora positiva, tem efeito limitado sobre a aprendizagem do aluno, como, por exemplo, quando
se garante a posse de livros de referência, mas esses não são efetivamente utilizados pelos adultos da família. Além
disso, demonstrou-se que as diferentes atitudes tomadas pelas famílias não são valorizadas da mesma forma nas
diversas escolas onde esses alunos são atendidos.
2.1.1.Manifestações
As manifestações de insucesso escolar são múltiplas, mas três delas são particularmente referidas pela
possibilidade que oferecem de se poder medir a própria eficácia do sistema educativo:
-Abandono da escola antes do fim do ensino obrigatório;
– As reprovações sucessivas que dão lugar a grandes desníveis entre a idade cronológica do aluno e o nível
escolar; Os níveis de fracasso que podem ser totais (em todas as disciplinas ou quase) ou parciais (numa ou duas
disciplinas).
– A passagem dos alunos para tipos de ensino menos exigentes, que conduzem a aprendizagens profissionais
imediatas, mas os afasta do ingresso no ensino superior.
2.1.2. Causas
É na listagem das causas onde aparecem naturalmente as maiores controversas, o que se compreende já que
a sua própria realização pressupõe que se identifiquem também os seus responsáveis. Neste ponto ninguém se acha
inteiramente culpado, o que em certo sentido é mesmo verdade. A grande dificuldade destas análises, como veremos,
reside na impossibilidade de se isolar as causas que são determinantes em todo o processo.
2.1.3.Alunos
-Atrasos do desenvolvimento cognitivo. As escalas psicométricas de inteligência tem sido apontadas como um
bom indicador para identificar estas causas individuais de insucesso escolar. O problema é que a grande maioria dos
alunos que falham nos resultados escolares, tem um desenvolvimento normal. Há que não abusar desta explicação…
-A instabilidade característica na adolescência, consta entre as muitas causas individuais do insucesso. Ela
conduz muitas vezes o aluno a rejeitar a escola, a desinvestir no estudo das matérias, e freqüentemente à indisciplina.
2.1.4.Famílias
– Pais autoritários, conflitos familiares, divórcios litigiosos, fazem parte de um extenso rol de causas que podem
levar a que o aluno se sinta rejeitado, e comece a desinteressar-se pelo seu percurso escolar, adaptando um
comportamento indisciplinado.
-O ciúme e a vingança dos pais contribuem também para fazer estragos nos resultados escolares dos alunos.
Muitas vezes com medo que os filhos lhes deixem de manifestar afeto, trocando-os pela escola ou os professores,
adotam atitudes que contribuem para os afastar dos estudos. Outras vezes, fazem-no para se vingarem de não lhes
terem sido proporcionado também na infância as mesmas oportunidades.
-A origem social dos alunos tem sido a causa mais usada para justificar os piores resultados, sobretudo quando
são obtidos por alunos originários de famílias de baixos recursos econômicos, onde, aliás, se encontra a maior
percentagem de insucessos escolares. Os sociólogos construíram a partir desta relação causa-efeito uma verdadeira
panóplia, determinantes sociais que permitem explicar quase tudo:
a) Nas famílias desfavorecidas, por exemplo, os pais tendem a ser mais autoritários, desenvolvendo nos filhos
normas rígidas de obediência sem discussão. Ora, quando estes chegam á adolescência revelam-se pior preparados
para enfrentarem as crises de identidade-identificação, na afirmação da sua independência. A sua instabilidade
emocional torna-se mais profunda, traduzindo a ausência de modelos e valores estáveis, levando-os a não investir na
escola;
b) Os alunos oriundos destas famílias raramente são motivados pelos pais para prosseguirem os seus estudos;
pelo contrário, ao mais pequeno insucesso, estes colocam logo a questão da saída da escola, o que explica as mais
elevadas taxas de abandono por parte destes alunos;
c) A linguagem que estes alunos são obrigados a utilizar nos níveis mais elevados de ensino, sendo cada vez
mais afastada da que utilizavam no seu meio familiar, aumenta-lhes progressivamente as suas dificuldades de
compreensão e integração, levando-os a desinteressarem-se pela escola. Para prosseguirem nos estudos são
obrigados a renunciarem à linguagem utilizada no seio familiar.
d) Os valores culturais destas famílias são, segundo alguns sociólogos, opostos aos que a escola propõe e
supõe (mérito individual, espírito de competição, etc). Perante este confronto de valores, os alunos que são oriundos
destas famílias estão por isso pior preparados para os partilharem. O resultado é não se identificarem com a escola.
Nesta linha de idéias, Holligshead, afirmou que os mais desfavorecidos norteam-se por objetivos a curto prazo (o
presente), o que estaria em contradição com os objetivos visados pela educação (a longo prazo). Esta diferença de
objetivos (e valores) acaba por os conduzir a um menor investimento escolar.
– A demissão dos pais da educação dos filhos, é hoje uma das causas mais referidas. Envolvidos por inúmeras
solicitações quotidianos, muitas vezes nem tempo tem para si próprios, quanto mais para dedicarem à educação dos
filhos. Quando se dirigem às mesmas, raramente é para colaborarem, quase colocam-se na atitude de meros
compradores de serviços, exigindo eficiência e poucos incômodos na sua prestação.
2.1.5.Professores
– Métodos de ensino, recursos didáticos, técnicas de comunicação inadequadas às características da turma ou
de cada aluno, fazem parte igualmente de um vasto leque de causas que podem conduzir a uma deficiente relação
pedagógica e influência negativamente os resultados.
– A gestão da disciplina na sala de aula, é outro fator que condiciona bastante o rendimento escolar dos
alunos. Mas estamos longe de poder afirmar que uma aula completamente disciplinada, seja aquela onde o insucesso
escolar desapareça.
– Os professores no início do ano criam expectativas positivas ou negativas sobre os alunos que acabam por
influenciar o seu desempenho escolar. Embora não sejam os professores a inventar os bons e os maus alunos, as
investigações de Rosenthal e Jacobson, demonstraram que os preconceitos destes são muitas vezes inconscientes,
prejudicando muitas vezes os alunos sem que os professores se apercebam. Uma coisa parece certa, os alunos de
baixa expectativa são mais prejudicados do que são favorecidos, os altamente expectados. Ora, acontece que os
alunos de estatuto sócio-cultural mais baixo são os mais negativamente considerados, tornando-se as principais
vítimas das expectativas negativas ou baixas. Os alunos mais baixamente expectados são em geral mais mal tratados
pelos professores .
– Existe na cabeça da maioria dos professores, um padrão de avaliação que tende a coincidir com uma curva
normal. Assim, na avaliação que produzem, partem em geral do pressuposto que apenas alguns são bons, a maioria
são médios, e proporcionalmente ao número dos primeiros, existem uns quantos que são mesmo maus e tem que ser
eliminados.
– A avaliação, conforme demonstram inúmeros estudos nunca é absoluta, pelo contrário varia em função de
uma multiplicidade de fatores. As modas pedagógicas, o contexto escolar, os métodos de avaliação, as disciplinas, os
professores, os critérios utilizados, o modo como estes são interpretados, etc. Em resumo: a avaliação dá também um
forte contributo para o insucesso escolar.
– A dificuldade dos professores em lidarem com fenômenos de transferência, conduz por vezes a situações
com graves reflexos no aproveitamento dos alunos. O docente ao ser identificado com o pai (mãe) que o aluno se
deseja afastar, torna-se alvo contra o qual o aluno dirige toda a sua agressividade, gerando deste modo permanentes
conflitos na sala de aula, conduzindo-o ao insucesso.
– À crescente feminização do ensino são igualmente atribuídas culpas pelo insucesso. As professoras,
conforme apontam alguns estudos, parecem ter uma maior preferência pelas raparigas, o que poderá explicar o melhor
aproveitamento destas face ao conseguido pelos rapazes, os mais penalizados.
2.1.6.Escolas
A organização escolar pode contribuir de diferentes formas para o insucesso dos alunos. Freqüentemente
esquece-se esta dimensão do problema, vejamos alguns casos típicos.
– O estilo de liderança do diretor, presidente do conselho executivo, etc. A questão não é displicente, nem
mesmo nas nossas escolas burocratizadas e muito dependentes do Ministério. Todos conhecemos diretores ou
presidentes que quase sempre conviveram com excelentes resultados nas escolas por onde passaram, e outros que
parecem atrair problemas ou maus resultados coletivos.
– Expectativas baixas dos professores e dos alunos em relação à escola. Nas escolas onde isto acontece os
resultados tenderão a confirmar o que todos afinal estão à espera.
– Clima de irresponsabilidade e de falta de trabalho. Os exemplos abundam para que esta afirmação careça de
grandes justificações.
– Objetivos não partilhados. Se só alguns conhecem os objetivos prosseguidos pela escola, ninguém se pode
identificar com ela. Não tarda que alguns se sintam como corpos estranhos, contribuindo para a sua desagregação
enquanto organização, provocando a desmotivação generalizada.
– Falta de Avaliação. Ninguém sabe o que anda a fazer, numa organização que sistematicamente não avaliam
os seus resultados em função dos objetivos que definiu, e muito menos se não procura identificar as causas dos seus
problemas. O clima de irresponsabilidade não tarda a instalar-se e com ele os maus resultados.
– A deficiente orientação vocacional que muitos alunos revelam no ensina pós-obrigatório, é agravada pela
ausência nas escolas de serviços de informação e orientação adequados. Quem pode negar a pertinência desta
causa?
– O elevado número de alunos por escola e turma, tende igualmente não apenas a provocar o aumento dos
conflitos, mas sobretudo a diminuir o rendimento individual.
– A organização de turmas demasiado heterogêneas, não apenas dificulta a gestão da aula pelo professor,
mas também a sua coesão do grupo, traduzindo-se no incremento de conflitos internos. Tudo somado tem mais uma
causa para o insucesso.
– O clima escolar, isto é, a qualidade do meio interno que se vive numa organização, é consensual que
influência bastante o comportamento dos seus membros contribuindo para o seu sucesso ou fracasso. O problema é
que o clima escolar resulta de uma enorme variedade de fatores, sobretudo dos que são de natureza imaterial como as
atitudes, esperanças, valores, preconceitos dos professores e alunos, o tipo de gestão etc, e não tanto do ambiente
físico (instalações, localização da escola, etc). O problema é identificar quais são as causas determinantes para um
mau clima escolar. Uma coisa é certa, os alunos que trabalham num bom clima tendem a obter melhores resultados
que os restantes.
– As culturas organizacionais, sucedâneas no plano teórico do conceito de clima escolar, têm obviamente as
suas cotas parte no insucesso escolar. O problema é que desde os anos 60 que não param de se identificar novos
tipos de culturas escolares.
No início apenas se diferenciou a culturas das escolas urbanas (antigas) e das suburbanas (recentes).
Concluiu-se então que nas primeiras a questão da disciplina sobrepunha-se à preocupação com os resultados. As
relações professor-aluno eram marcadas pela dureza, formalismo, etc. Nas segundas, talvez porque as instalações são
mais recentes, e o corpo docente mais novo, respirava-se um certo ar de descontração, o que conduzia a que os
resultados escolares fossem postos em primeiro lugar face aos problemas disciplinares.
A partir deste modelo, começaram a ser construído outro, entendido como mais adequados para explicarem a
diversidade das realidades escolares. Hoje temos modelos para todos as perspectivas ideológicas:.
a) Na Escola Cívica, onde tudo está subordinado aos diplomas oficiais, não há lugar para as diferenças
individuais, muito menos para a inovação pedagógica, o que conta são os regulamentos, as ordens dimanadas do
Estado. Nesta escola, os que podem ter êxito são os mais obedientes, dóceis, ou seja, os que continuamente se
anulam a si mesmos, na sua individualidade e nas suas aspirações.
b) Na Escola Doméstica, o estatuto de cada um depende da sua posição numa hierarquia definida por uma
rede de dependências pessoais. Os laços pessoais, a importância relativa do grupo de pertença, a antiguidade no
território, estes são os únicos dados que contam para se ter êxito ou não.
c) Na Escola Industrial e de Mercado levam-se a sério os grandes desafios da atual sociedade, privilegiando-se
valores como “competência”, “especialização” e “capacidade de inovação”. Estamos perante uma escola tecnocrática,
apostada em responder de forma adequada às crescentes exigências do mercado. Os menos aptos, ou os que
possuem ritmos de aprendizagem mais lentos são naturalmente sacrificados em nome das exigências impostas pela
competitividade.
d) A Escola Narcísica está sobretudo interessada na imagem de si a partir do reflexo que produz nos outros.
Trata-se de uma escola construída a partir da produção de uma imagem de marca (“fachada”), onde tudo é feito em
função deste objetivo mobilizador. Os resultados concretos do ensino são claramente subalternizados, por um discurso
retórico de auto-satisfação.
Em todas as culturas, uns são beneficiados, outros são conduzidos para o fracasso.
2.1.7.Currículos
– Defasagem no currículo escolar dos alunos. Os alunos ingressam em novos ciclos, sem que possuam os pré-
requisitos necessários. Não há documento sobre a avaliação curricular que não tenha uma referência crítica esta
questão.
– Currículos demasiado extensos que não permitem que os professores utilizem metodologias ativas, onde os
alunos tenham o lugar central. A necessidade de cumprir os programas inviabiliza a adoção de estratégias mais ativas,
mas sobretudo retira tempo ao professor para ultrapassar as dificuldades individuais de aprendizagem que constata
nos alunos.
– Desarticulação dos programas. Esta situação faz, por exemplo, com que os alunos repitam os mesmos
conteúdos, de modo diverso e incoerente ao longo dos anos e das disciplinas, levando-os a desinteressarem-se pelas
matérias, e a sentirem-se confusos. O rosário de queixas é conhecido.
– As elevadas cargas horárias semanais ocupadas pelos alunos em atividades letivas, mais tradicionais, são
desde há muito consideradas excessivas. Os alunos tem pouco tempo para outras atividades de afirmação da sua
individualidade, desenvolvimento de hábitos de convivência, participação em ações coletivas em prol da comunidade,
etc.,etc. O resultado é sentirem-se num escola-prisão, sem qualquer relação com os seus interesses.
2.1.8.Sistema Educativo
– Neste nível as causas apontadas são igualmente inúmeras, a começar pela pouca diversidade das ofertas
formativas nos níveis terminais do sistema, em particular no secundário. Outras vezes, quando existem, estão
desarticuladas, por exemplo, das necessidades do mercado de trabalho. O resultado final acaba por ser o seguinte:
ainda que o aluno tenha tido êxito no seu percurso escolar, por desajustamento de competências está depois voltado
ao fracasso, na sua transição para a vida ativa.
– A elevada centralização do sistema de educativo, não apenas torna a capacidade de resposta (adaptação)
muito lenta, como fomenta a irresponsabilidade ou a burocracia, ao nível local (as escolas).
2.1.9.Sociedade
Ninguém tem dúvidas em concordar que a atual sociedade assenta num conjunto de valores que desencorajam
o estudo e promovem o insucesso escolar. Diversão, Individualismo e Consumismo, três valores essenciais na
sociedade atual, são em tudo opostos ao que a escola significa: atitudes refletida, procura incessante do saber e de
valores perenes, , etc.
Embora estejam todas relacionadas entre si, sendo causas e efeitos uma das outras, as razões para o fracasso
escolar podem, para efeito didático, serem classificadas ou agrupadas entre aquelas que estão relacionadas ao próprio
indivíduo, ou aluno, como problemas físicos ou psicológicos; as causas que estão relacionadas á escola, como a
qualidade de ensino entre outras; causas que estão relacionadas à comunidade localizada, como o próprio ambiente
comunitário no que diz respeito às condições de higiene e saúde, qualidade de vida e, ultimamente, ao elevado nível
de violência; e, finalmente, as caudas pertencentes ao ambiente maior, que são as condições gerais econômicas e
políticas do país.
Quase sempre se ‘condena’ o fracasso escolar, centrando-se imediatamente, e quase que exclusivamente no
aluno, elegendo-o como o principal responsável pelo seu próprio fracasso.
O primeiro a se culpar é o próprio aluno. Não é raro vermos estudantes julgando-os incapazes, ou
incompetentes para assimilar o que é ensinado na escola.
Depois, quem os culpam são os professores, seja através das notas, seja através de comentários sobre a
capacidade ou incapacidade do aluno, que acaba negativando ainda mais o já abalado nível de autoestima do
estudante.
E, na sequencia, os pais colaboram com essa autodestruição do filho, através de críticas ou mesmo pela falta
de incentivo ao estudo.
Portanto sabemos que quando se busca algo mais sólido para se apoiar e para entender as causas de tanto
fracasso escolar, o aluno começa a deixar de ser o ‘vilão’ da história, para se tornar uma vítima. Quando se busca
entender as razões do fracasso escolar analisando as condições em que vive o aluno, e também as condições em que
ele frequenta a escola (sem contar as próprias condições da escola), realmente entendemos que precisamos mudar
nossa opinião.
Mas não só da escola depende essa carga. Houvesse uma escola de padrão ideal, e ainda assim nos
depararíamos com essa grave situação de fracasso escolar, numa das fases mais importantes da educação do
individuo, sendo exatamente por isso denominada de ensino fundamental. E quando seriam as razões para esse
fracasso? Se o aprendizado, como todos sabem, é de suma importância para o crescimento da pessoa, por que não é
lavado a sério? Por que não se dá a ele a devida importância? Ou será que essa importância é dada, mas existem
motivos bem mais profundos, enraizados em nosso meio, que impedem de encarar e levar adiante uma formação
escolar digna de assim ser chamada?
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino, que perpassa todos os níveis da
Educação Básica do país. Essa modalidade é destinada a jovens e adultos que não deram continuidade em seus
estudos e para aqueles que não tiveram o acesso ao Ensino Fundamentale/ou Médio na idade apropriada.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu artigo 37º § 1º diz:
Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os
estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
Os antigos Cursos Supletivos particulares, que até alguns anos eram a única opção para que jovens e adultos
cursassem principalmente o Ensino Médio (2º grau na época), perderam espaço, embora algumas Instituições
continuem sendo referência.
Porém, algumas dessas Instituições (que se dizem reconhecidas pelo MEC) passaram a oferecer cursos
relâmpagos (com o mesmo currículo do EJA), não presencias, ou seja, a distancia, com custos elevados. Ao final do
prazo “prometido” pela Instituição, o educando presta os “exames”. Não são poucas as denuncias de fraudes e venda
de diplomas falsos.
Segundo a LDB, em seu artigo 38º, “os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular”.
No mesmo artigo, é definida a idade mínima para a realização dos exames:
- Maiores de 15 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino Fundamental.
- Maiores de 18 anos podem prestar exames para a conclusão do Ensino Médio.
Adolescentes com idades inferiores as estabelecidas acima devem freqüentar as escolas regulares.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental foram
publicadas em três segmentos e estão disponíveis no site do MEC. Já o currículo para o EJA no Ensino Médio utiliza
como referência a Base Nacional Comum, que deve ser complementada por uma parte que atenderá a diversidade dos
estudantes.
Muitas vezes as pessoas que se formam nessa modalidade de educação são vítimas de diversas espécies
de preconceitos. É importante lembrar que a maioria das pessoas que freqüentam a Educação de Jovens e Adultos
são comprometidas com a aprendizagem, entendem a importância da educação, portanto estão lá por que desejam
e/ou precisam.
Geralmente, as pessoas que se formam nessa modalidade de educação, assim como as formadas pelo ensino
regular, podem apresentar desempenho satisfatório no mercado de trabalho, assim como na continuidade dos estudos,
inclusive no Ensino Superior.
A MÍDIA E EDUCAÇÃO
Dos avanços tecnológicos nasceu a mídia. Neste trabalho iremos transportar para os leitores como ela está
incluída na educação da sociedade desde a escola. Este tema é bastante polêmico, pois muitos afirmam que a mídia
pode ser uma influência negativa, já outros acreditam que a mídia deve ser de interesse de professores, pais, alunos,
pois ela pode melhorar a educação.
Qual a importância da mídia na educação? Essa pergunta é muito polêmica e através dela podemos analisar e
pesquisar a opinião de pais, professores e da própria sociedade porque há milhares de coisas que acontecem nesse
nosso Brasil e no mundo que nós nunca chegaremos, a saber, se a mídia decidir não contar.
O interesse desse tema é levar o leitor a analisar e refletir que realmente a mídia é importante não somente na
educação, mas também na sociedade, pois a partir dela o indivíduo aprende a interagir com o mundo a seu redor e
também a ser uma pessoa crítica e de opinião na sociedade. Além disso, é de extrema importância estudar este tema,
pois através dele podemos descobrir novas formas de ensino e maneiras descontraídas para que o aluno se interesse
mais pela aprendizagem.
Além disso, esperamos que esta pesquisa possa ajudar a solucionar problemas que professores muitas vezes
enfrentam nas escolas na hora de ensinar, pois o aluno só presta a atenção naquilo que é novo e interessante para ele.
Assim, a aula pode se tornar mais interessante, quando o professor põe um filme, por exemplo, para os alunos
assistirem e fazer relatórios, resumo ou resenhas para mostrar o que aprendeu.
Enfim, este trabalho busca definir e identificar a mídia no meio escolar e na sociedade, além de verificar suas
influências negativas e positivas, destacando como exemplo, um dos tipos de mídia mais acessíveis ao público em
geral, a televisão.
A educação a distância tem sido o grande desafio do preparo de participantes e professores, pois se trata de
uma nova tecnologia e tudo que é novo requer que se trabalhe um processo de aprendizagem e adaptação.
Essa nova tecnologia recebeu notável impulso a partir da aplicação de novas tecnologias, notadamente aquelas que
envolvem a Internet. A intensa capilarização das redes interconectadas de computadores vem ampliando o público
desta modalidade de ensino ao mesmo tempo em que confronta aqueles que trabalham em educação com novos
desafios dentro de uma realidade.
Novas tecnologias, ao se disseminarem pela sociedade, levam a novas experiências e a novas formas de
relação como outro, com o conhecimento e com o processo de ensino-aprendizagem. Também foi assim com a escrita
que é uma tecnologia. A própria origem da Educação e da Escola, tal como concebemos hoje, depende
fundamentalmente desta tecnologia de registro e recuperação de informação que é a escrita. O desenvolvimento desta
tecnologia promoveu grandes transformações na prática educativa.
Hoje para nós, é praticamente inconcebível ensinar e aprender sem os livros, objetos que somente começaram a ser
usados em larga escala com o advento da máquina de imprimir e da técnica de corte de papel que permitiu que os
livros se tornassem portáteis.
Atualmente, as novas tecnologias, especialmente as que estão ligadas às chamadas “mídias interativas”, estão
promovendo mudanças na Educação, num processo que parece estar apenas começando. Para a maioria dos
educadores elas são absolutamente desconhecidas. Uma parcela muito pequena teve algum contato ou usa com
alguma frequência estas tecnologias. E, mesmo para estes, elas representam uma imensa novidade.
As novas tecnologias são uma novidade que requer adaptação em termos operacionais, com isso é preciso aprender a
mexer com equipamentos, a trabalhar com programas e assimilar conceitos e vocabulários próprios de uma nova área.
Mas, além disto, estas tecnologias nos levam as novas experiências em sentido mais profundo. No mundo da
comunicação mediada por computador vive-se num outro espaço e num outro tempo, diverso do tempo e do espaço
vividos no mundo da comunicação de oralidade primária e da cultura escrita.
Com a chegada destas novas tecnologias, chega também um novo tempo e um grande desafio para a prática
educativa que irá utilizar essa tecnologia, pois é preciso promover a ambientação de professores e alunos no espaço
virtual dos sistemas on-line de educação a distância.
Existe ainda por parte de alguns alunos a aversão e difícil adaptação ao espaço virtual. O que grande parte deles
acredita é que precisa ter um contato direto com o professor para que a interação ou até mesmo o aprendizado possa
ocorrer. O problema era o modelo pedagógico no qual ele fora ambientado desde sua pré-escola. Um ambiente em que
o aluno é visto fundamentalmente como um receptor de conteúdos, cuja tarefa é assimilar e reproduzir, mas quase
nunca problematizar, analisar, refletir, isto é, discutir.
Se no ambiente virtual de ensino-aprendizagem são disponibilizados estes recursos e seu uso é incentivado, o
aluno precisará desenvolver outra atitude, adquirir novos hábitos, deixar de ver-se como um receptor no final de uma
linha e passar a ver-se como um nó de transmissão numa teia de linhas de comunicação. Este precisará deixar sua
postura passiva e adotar uma postura ativa.
A educação a distância evoluiu através de diversas gerações e baseia-se num modelo educacional em que a
aprendizagem não tem limitações espaciais ou temporais (MOORE E KEARSLEY, 1996).
Historicamente, o ensino a distância evoluiu através de diferentes gerações acompanhando o desenvolvimento
tecnológico das telecomunicações, da informática e da internet. As tecnologias utilizadas aumentaram
progressivamente em numero, complexidade e potencialidade, criando novos modelos de formação a distância.
Durante muito tempo o Brasil esteve alheio à evolução desta metodologia alternativa de ensino, mas finalmente
neste novo milênio, o país está redescobrindo a educação a distância dentro do contexto, inserindo-se na revolução
tecnológica que vem estabelecendo novos conceitos de comunicação, facilitando o contato entre as pessoas e
permitindo o acesso a uma grande quantidade de informações necessárias à tomada de decisão no mundo
globalizado.
Existem ainda grandes desafios para a implementação e desenvolvimento da Ead (Educação a Distância), no
país. O Brasil hoje conta com cerca de 50 milhões de estudantes matriculados no ensino básico à espera de acesso a
esse “mundo digital”. Devemos pensar que antes de falar do uso de tecnologias digitais, é necessário falar na
integração do usuário às novas mídias, pois são poucos os estudantes que hoje no Brasil tem acesso à internet nas
escolas.
Alienada a isto, atualmente é difícil acreditar que a falta de acesso à energia elétrica também é um dos fatores
que atinge 10 milhões de casas. Dos 55 milhões de alunos matriculados no 1º e 2º grau, 10 milhões estudam em
escolas sem energia elétrica. Sem contar nas várias escolas que não possuem esgoto e nem água, que são fatores
cruciais para a garantia de qualidade em qualquer modalidade de ensino.
A falta de energia elétrica impede ainda que estes alunos tenham acesso ao computador, televisão e vídeo,
equipamentos cada vez mais usados pela mídia no processo de aprendizagem. Nem os professores podem se
aperfeiçoar ou se qualificar assistindo os programas da TV. Esses estudantes do ponto de vista pedagógico estão
alienados e impedidos de usufruírem equipamentos importantes no processo de aprendizagem.
Portanto, o ensino a distância é um fator de grande importância para a inclusão social e a democratização do
conhecimento. Assim para romper essas barreiras e criar infra-estrutura necessária, é preciso uma ação conjunta dos
governos federal, estadual e municipal. Com isso espera-se que esses fatores venham alavancar o processo de
buscas de soluções alternativas para a democratização do ensino no Brasil. Levando, assim a uma melhor qualificação
dos professores do ensino médio e conseqüentemente diminuindo a alta taxa de analfabetismo e a exclusão
educacional.
A mídia pode ser inserida em sala de aula através dos Recursos de Ensino. Estes segundo Gagné (1971, p. 247) “são
componentes do ambiente da aprendizagem que dão origem à estimulação para o aluno”. Estes componentes são,
além do professor, todos os tipos de mídias que podem ser utilizadas em sala de aula, tais como, revistas, livros,
mapas, fotografias, gravações, filmes etc.
A utilização de recursos de ensino diminui o nível de abstração dos alunos, pois eles vêem na prática o que estão
aprendendo na escola, e podem relacionar a matéria aprendida com fatos reais do seu cotidiano. Desta forma é mais
fácil eles absolverem os conteúdos escolares.
Dale (1966) criou uma classificação de recursos de ensino que é bastante utilizada. Ele nos trouxe o “cone de
experiências”, que mostra que o ensino verbalizado, uso de palavras sem experiência, não deve mais ser usado pelo
professor, pois os alunos aprendem mais quanto mais pratica experiências em torno do que está sendo ensinado.
Para utilização dos recursos de ensino é preciso estar atento aos seus objetivos, eficácia e função em relação à
matéria ensinada. Todos esses objetivos podem ser alcançados através de recursos de ensino, midiáticos, como, por
exemplo, computador, internet, em que o aluno além de conhecer novas tecnologias, faz também interação com o
mundo e novas informações. O aluno busca algo novo, algo atrativo, e a educação deve acompanhar essa busca. Mas
não basta apenas usar a tecnologia, no ambiente de ensino/aprendizagem temos que rever o uso que fazemos de
diferentes tecnologias enquanto estratégias, tendo clareza quanto à função do que estamos utilizando, não basta trocar
o livro por um computador se na prática não promovemos a inclusão do aluno, no que se refere aos processos de
aprendizagem.
O computador é conhecido como uma tecnologia da informação devido a sua grande capacidade na solução de
problemas relacionados a armazenamento, organização e produção de informação de várias áreas do conhecimento. A
utilização dessa tecnologia pode ser usada de varias formas, como programas de exercício-e-prática, jogos
educacionais, programas de simulação, linguagem de programação entre outros, despertando assim um grande
interesse do aluno.
Conforme observado por Valente (1993), o computador não é mais o instrumento que ensina o aprendiz, mas a
ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo, e, portanto, o aprendizado ocorre pelo fato de estar executando uma
tarefa por intermédio do computador. O processo de interação se torna mais agradável com a presença da multimídia
na aprendizagem, pois naquele momento o aluno está descobrindo o novo, o contemporâneo.
Recursos Audiovisuais
Recursos audiovisuais são os que estimulam a visão e/ou a audição. Esses recursos contribuem para a absorção de
conteúdos através de comparações com fatos e elementos do cotidiano do aluno.
Os avanços tecnológicos nos últimos cinquenta anos contribuíram para a formação de um mundo ao vivo e a cores. A
queda do muro de Berlim, por exemplo, foi visto simultaneamente em todos os lugares do mundo que possuíam
televisão. Hoje, as informações viajam rapidamente e tem-se que estar a atento a tudo, TV, Internet, celular, I-pod,
MP3, MP4, todos esses recursos fazem parte do dia-a-dia das crianças do século XXI. Então, porque não utilizá-los em
sala de aula?
Muito se discute sobre a qualidade na educação. A complexidade do ato educativo suscita inúmeras abordagens e
múltiplas respostas, mas a análise de casos de sucesso indica alguns pontos comuns.
Vários estudos e pesquisas feitos a partir de instituições de ensino cujos alunos alcançaram pontuação elevada em
provas feitas pelo Ministério da educação, apontam com fatores presentes nessas escolas, gestores com capacidade
de liderança e autonomia para desenvolver projetos personalizados, são professores com boa autoestima e
comprometidos com o sucesso escolar e um ambiente escolar caracterizado pela pluralidade de estratégias didáticas.
São escolas que não dispõem de boas instalações e que a única riqueza que possuem é a “riqueza de estratégias
pedagógicas”. Elas exploram todos os recursos que possuem incluindo os que estão na comunidade em que se
inserem. Livros didáticos, obras literárias, jornais, TV, rádio, revistas, computadores, teatros etc., todos esses recursos
integram harmonicamente o projeto pedagógico, incentivando os alunos, elevando a qualidade e conquistando o apoio
das famílias.
Em casos como estes se pode perceber o quanto a mídia pode ajudar, fazendo dos professores, profissionais criativos,
protagonistas da educação e não simples repetidores. A mídia nos dá a oportunidade de inserir nosso aluno no mundo
tecnológico e ao mesmo tempo passar o conhecimento de matérias que devem ser vistas, de uma forma inovadora e
compartilhada. Muitos pais e professores têm grande resistência à TV, Internet, mas se estas forem utilizadas como
recurso de ensino, elas têm um grande valor na educação, pois com elas, não se trata de treinar um usuário de mídias,
mas de formar um cidadão capaz de explorar, analisar e refletir criticamente sobre as inúmeras fontes de informação e
comunicação que o cercam e de produzir em diferentes linguagens e mídias, comprometendo-se com o impacto dessa
criação no meio que o cerca.
Conforme Maia (2003), a mídia é a designação genérica dos meios de comunicação social; jornais, revistas, cinema,
rádio, televisão, internet. Assim ela está no dia-a-dia das pessoas.
Hoje em dia, as informações estão ao nosso redor constantemente. Se quisermos saber sobre qualquer notícia do
passado ou sobre as programações das baladas de sábado à noite, ou o endereço de tal loja, tudo isso se consegue
rápido e fácil pela Internet.
As notícias são transmitidas ao vivo, enquanto que no passado eram levadas por barcos através do oceano e levavam
dias e até meses para chegar em outro continente. A televisão é um veículo de massa que melhor transmite
informações por ser de fácil aquisição, devido ao seu baixo valor aquisitivo. Por isso, este trabalho dá especial
destaque a este veículo midiático.
Quando se liga uma televisão o indivíduo receptor é invadido por várias informações, e ele pode ser influenciado ou
não pelo que assiste. A maneira como são mostrados os programas também é importante, porque pode contagiar o
público. Se determinado canal de televisão é a favor de um fato, e outro canal é contra, isso faz com que o público
tenha uma visão crítica, e um poder de escolha, entretanto somente tomar partido de uma das partes às vezes é
pouco. A sociedade pode ficar alienada ao que vem mastigado pelos programas televisivos e não ser capaz de ver
outros ângulos e hipóteses de um mesmo acontecimento.
Por outro lado podemos ver a TV com o um grande fator na educação. Em 1996, o Ministério da Educação, por meio
da recém-criada Secretaria da Educação a Distância, lançou nacionalmente o programa TV na Escola, cuja finalidade
era a qualidade da educação e oferecer às escolas um riquíssimo acervo de recursos didáticos capaz de enriquecer o
projeto pedagógico das instituições e de valorizar os professores da educação. O foco da TV na Escola era os
professores e alunos.
Com base nas experiências e pesquisas feitas, esse curso foi elaborado com a proposta de capacitar o educador, no
uso critico e criativo da TV e do vídeo. Toda a experiência com o curso TV na Escola, em especial tinha o propósito de
formar professores profissionais no uso da TV e vídeo. Todavia, era preciso atualizar a linguagem, integrar as
tecnologias, renovar estratégias didáticas, garantir aos educadores condições de produção em diferentes linguagens e
mídias, para que os alunos recebessem toda a tecnologia com sucesso. Esse fator com certeza traria para a sala de
aula algo novo e inusitado para os alunos.
Parece mentira, mas infelizmente é verdade. Novelas e filmes da televisão estão fazendo apologia ao crime e a
violência. A qualquer hora do dia ligando a Televisão, só vemos tiros, facadas, sequestros, destruição, mortes, e muitas
vezes nos perguntamos, será que o mundo é só isso?
Segundo Hoinef (1991), a televisão é uma forma de privação de sentidos, causando desorientação e confusão. Ela
suprime e substitui o imaginário humano, encoraja a passividade da massa e treina as pessoas para aceitar a
autoridade.
O autor compara a televisão a um veneno que se expandiu pelo mundo, com enorme poder de destruir padrões de
comportamentos, atitudes e valores que culturas e subculturas reverenciam para sobreviver, e ainda exercem sobre
nós um poder de influência muito grande, nos fazendo aceitar o que é imposto.
A luta pela audiência, de toda a forma tem levado emissoras brasileiras a trocar o bom-gosto e o respeito pelo público
por um verdadeiro festival de baixarias, incluindo sexo, violência etc. A onipotência da televisão, o seu poder sem
limites, impede que se possa ensinar ética a sociedade.
Desde que a televisão surgiu sempre nos acrescenta “pratos de má qualidade”, para disfarçar o seu gosto detestável e
insípido, pois infelizmente este veículo de comunicação não nasceu para isso, mas sempre se confunde a realidade e
ficção com a maior tranquilidade.
A modernidade na educação básica do Brasil é algo muito importante e deve ser tratado com muita responsabilidade e
sabedoria. Primeiramente devemos analisar a necessidade de incorporar as novas tecnologias educacionais aos
conceitos de modernização, com isso percebemos que o Brasil tem cerca de 1.300.000 professores em todos os graus.
Pode ser considerada uma operação de guerra a reciclagem destes em relação ao processo midiático, que por sinal é
um elemento essencial ao processo, para que mensagens modernas formem a informação aos alunos.
Nesta busca pela modernização, o papel da televisão educativa é de grande importância, pois o aluno tem mais
facilidade em aprender através de recursos audiovisuais. A televisão pode ser usada como um instrumento auxiliar do
processo ensino-aprendizagem, usando em cada escola um rádio, um DVD e uma televisão, por exemplo.
Além disso, a televisão ajuda no desenvolvimento da sociedade, quando é informativa e cultural. Ela traz ao público
informações sobre outros povos, outros modos de vestir, comer e educar.
Segundo Torres (1998), a televisão contribuiu para reforçar a democracia, pois fala em linguagem simples sobre
assuntos variados. Toda informação passada pela televisão atinge todos os cidadãos, fornecendo o discernimento
sobre vários assunto, e contribuindo para aumentar a participação na comunidade.
Enfim, se a televisão for utilizada para informar ela será uma arma a favor da população, tanto para se qualificar como
para estar sempre a par das informações ao redor do mundo. Além disso, não importa o programa que é transmitido
pela TV, importa se o público tem uma visão crítica e sabe separar o que é bom e o que é ruim, o que deve ser
guardado e transmitido. A pessoa deve ler as mensagens subliminares, entender quais idéias são passadas e assim
poder dominar a televisão e não ser dominado por ela.
Através de pesquisas realizadas pode-se concluir que a mídia tem seus méritos e também seus deméritos, mas cabe
aos pais e professores, saber utilizá-la para meios didáticos e benéficos em nossas vidas.
A mídia é toda a tecnologia que nos rodeia, e essa tecnologia tem crescido dia após dia. Se a escola não introduzir o
aluno nesse mundo tecnológico, seja através da televisão ou do computador, mais tarde o mercado de trabalho vai
cobrar isso dele e será muito mais difícil a sua inserção na sociedade.
Nota-se que a mídia na educação se bem utilizada pode trazer grandes resultados, e até ajudar na formação de um
indivíduo. A aprendizagem, por exemplo, fica mais fácil para os alunos quando o professor utiliza filmes, cartazes, livros
ou qualquer outro tipo de mídia. É mais fácil a absorção de conteúdos na escola com uso de recursos que estão no dia-
a-dia dos estudantes.
Outro fator importante que discutido foi a EaD, Educação a Distância, muitos educadores e até mesmo alunos não
concordam com o ensino a distância, mas como percebemos, é um ensino onde o aluno é o coordenador de seu
próprio tempo, seu desempenho é maior e sem duvidas ele é merecedor de um diploma, assim como o aluno de um
curso presencial. No ensino a distância, o aluno também se dedica e com certeza se dispõe de tempo e estudos
mesmo estando longe da sala de aula. Ele é beneficiado pela tecnologia que lhe promove a oportunidade de estar em
casa acessando as matérias, através da rede de computadores e assim pode obter certificação.
A televisão também é um meio de comunicação muito utilizado, e pode auxiliar no processo de ensino aprendizagem.
Porém, se mal utilizada em casa ou até mesmo na escola, pode causar grandes problemas, pois ao se deixar
influenciar, o individuo se torna escravo dela. A mídia tem o poder de criar, formar e transformar um indivíduo,
dependendo de como for utilizada. Cabe a cada um dos pais e professores auxiliar e até mesmo aprender a usar a
mídia para o nosso beneficio.
Por fim, entende-se que o governo deve investir em tecnologia nas escolas, especialmente nas escolas públicas, haja
vista para as grandes desigualdades sociais e regionais que ainda persistem em nosso país. É necessário adotar
políticas públicas diferenciadas por região e contar com a participação de toda a sociedade, para que o Brasil figure
entre aqueles países com tecnologia de ponta, principalmente advinda de uma educação inclusiva.
É na família onde de fato a educação começa, onde a criança tem os primeiros contatos com as regras morais, regras
essas que são diferentes em cada família e ao chegarem à escola se deparam com uma realidade bem diferente
causando conflitos com colegas e professores. Nem sempre o aluno que se comporta mal na escola é indisciplinado,
às vezes a educação e as regras que recebe em casa se diferem daquelas que a escola impõe ou não existem,
fazendo com que ao chegar à escola aconteça um choque de valores e culturas, o professor deve, portanto, entender
que o aluno traz para a aula os valores aprendidos até aquele momento, e o seu “comportamento indisciplinado” pode
ser um reflexo da falta ou da deficiente educação familiar. É importante ressaltar que é a família, a instituição primária,
que tem como dever principal, repassar à criança a importância de valores morais, levando o mesmo a colocarem
esses valores em prática.
A presença dos pais na educação dos filhos tem grande influência no seu desenvolvimento, já que nessa fase do
desenvolvimento, tudo dependerá de suas experiências emocionais, daquilo que de alguma forma já foi vivenciado na
infância. A família deve ser a mediadora entre os valores da sociedade e o indivíduo, fazendo-o entender a importância
das regras para o bom convívio em sociedade. É do convívio familiar que os alunos refletem seus comportamentos em
sala de aula, e ao chegarem à escola se deparam com uma realidade bem diferente das regras aplicadas na escola,
mas que precisam ser aprendidas:
Como filhos, as crianças e os adolescentes precisam de pai ou responsáveis para ser educados; como alunos,
precisam de professores para ser ensinados. Para viver em sociedade precisam aprender a conviver segundo a ética,
acatando as regras de convivência. Quando um aluno ultrapassa os limites éticos, esta desrespeitando as normas da
escola, representada pelo professor. (RANGEL 2010)
O respeito aos limites e regras impostas pela escola deve ser seguido pelo aluno e cabe aos educadores tomarem
atitudes de autoridade coerente com sua função. Para tanto, o desenvolvimento do educando pode ser melhor, à
medida que ocorre cooperação entre família e escola.
“A cada uma, família e escola cabe cumprir a parte que lhe compete, mesmo que possa haver algumas áreas de
confluência e superposições, pois para a escola, seus alunos são transeuntes curriculares; para os pais, seus filhos
são para sempre” (TIBA, 2006 p. 188).
Nos dias atuais, a família está deixando de cumprir seu papel educacional, para alguns pais o simples fato do filho está
matriculado em uma escola, tem garantido toda a educação necessária para o seu pleno desenvolvimento.
Aquino (1996) afirma que: “a tarefa de educar, não é responsabilidade da escola, é tarefa da família, e que ao
docente cabe repassar seus conhecimentos acumulados”. Por mais que os educadores desempenhem seus papeis de
transmissão de conhecimento, isso não exime a família de suas responsabilidades educacionais. A escola não pode e
não deve substituir o papel da família. Não significando com isso que ela não possa construir seus valores sociais
próprios, ou mesmo complementando e ampliando a vivência de cada aluno, desenvolvendo o senso crítico reflexivo
para que construa melhor o seu caminho.
A família, entendida como o primeiro contexto de socialização, exerce indubitavelmente, grande influencia sobre a
criança e o adolescente. A atitude dos pais e suas práticas de criação e educação são aspectos que interferem no
desenvolvimento individual e, consequentemente, influenciam o comportamento da criança na escola. (REGO, 1996 p.
97)
É na família que as crianças adquirem as primeiras noções de regra, se já de casa os pais não ensinam seus filhos a
importância de se cumprir as regras, a escola não terá autonomia para tal ato. Tiba (2011) afirma ainda que “são
algumas ações dos pais, que ensinam aos filhos que a escola não é lugar para aprender e os professores não
merecem ser respeitados”. Ações como: Não exigir respeito dos seus filhos; Não ensinar aos filhos os sentimentos de
gratidão, de pedir permissão, de pedir favor; Não cobrar dos filhos as suas obrigações caseiras. Ainda para o autor
“com estas três atitudes, os pais financiam a ignorância e não o aprendizado, além de tornar seus filhos indisciplinados
e arrogantes”.
Há, portanto pais que reprovam a atitude dos professores exigentes e disciplinadores. Entretanto, esses mesmos pais
deviam estar cumprindo o seu papel de educadores, criando regras e limites de forma equilibrada, zelando pelo seu
cumprimento, através de um diálogo coerente, levando a criança desde cedo a ter tolerância à frustração, à
persistência e autocontrole.
Para o filósofo Fernando Savater[1] a indisciplina é um reflexo da conduta familiar, as crianças não encontram em casa
uma “figura de autoridade”, algo que é de plena importância para o seu desenvolvimento moral. Ainda para Savater, os
pais continuam “a não querer assumir qualquer autoridade”, preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos
'seja alegre' e sem conflitos, empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.
De acordo com Tiba (2006 p.189), alguns pais preferem se juntar aos filhos e reclamar da escola, pois, é mais “cômodo
juntar-se ao reclamante do que fazê-lo vê o quanto ele pode está enganado”. O motivo dessa atitude é querer defender
o filho, mesmo sabendo que ele está errado. Os pais e professores devem, portanto, levar as crianças e adolescentes
a compreenderem as dimensões educacionais do limite e do desenvolvimento da autonomia moral, levando a refletirem
e agirem sob a indisciplina numa estratégia gradativa de relação de respeito mútuo contextualizado num ambiente
crítico, onde não mais se legitimem regras pela simples autoridade, mas entendendo disciplina como contrato entre
iguais coordenados a fim de decidirem a forma de agir coerentemente seguindo o código íntimo e de necessidade de
saber tratar e conviver melhor com os outros.
Para a escola, a indisciplina é vista como um retrato comportamental do aluno fora dos seus muros, não considerando
que também tem certo grau de responsabilidade na construção de um comportamento indisciplinado. A escola pode
gerar indisciplina pelo fato de impor regras aos alunos não levando em consideração seus aspectos cognitivos e
culturais esperando que eles as entendam e as cumpram. Garcia (1999 p. 102) afirma que, “é papel da escola
considerar o quadro concreto das condições e desenvolvimento dos alunos e de suas necessidades, bem como
garantir as condições apropriadas ao processo de ensino-aprendizagem”. Para muitos pesquisadores o regimento
escolar é mais fácil de ser obedecido quando construído em conjunto com todos os membros da comunidade escolar,
pois a falta de diálogo entre os mesmos pode causar revolta e contestação.
Segundo Estrela (apud PARRAT-DAYAN 2006, p.27) os atos de indisciplina escolar podem ser considerados a
partir de três modalidades: a intenção de escapar do trabalho escolar, considerando-o desinteressante, sendo o
trabalho escolar a razão da indisciplina; a segunda modalidade objetiva a obstrução, impedindo o bom andamento das
aulas e até mesmo o desenvolvimento do curso dado pelo professor; e a terceira forma de indisciplina um protesto
contra as regras e as formas de trabalho, tratando de se impor e a denunciar um contrato implícito que funciona na aula
sem que a opinião dos alunos seja levada em consideração. Essa terceira modalidade de indisciplina pretende
renegociar as regras da sala de aula.
Muitos de nós não conhecemos o que é cidadania. Na verdade, a maioria pensa que cidadania se resume a
direitos e deveres que devem ser cumpridos. Essa realidade tem se refletido também no contexto escolar, onde os
alunos deveriam ser orientados a exercer sua cidadania, o que muitas vezes não acontece.
O Parâmetro Curricular Nacional determina que a comunidade escolar deve articular um projeto de educação
capaz de despertar as habilidades, e desenvolver as capacidades dos alunos, de forma a transformarem suas
realidades. Assim, devem os professores, em meio às matérias tradicionais, exercícios e outros, promover atividades
que proporcionem aos alunos a compreensão de sua importância para o mundo e de como eles podem mudar toda a
realidade com simples atos. Ou seja, quando os alunos entendem que cidadania é ir além de direitos e deveres, é lutar
por um mundo melhor, é agir para que as pessoas estejam mais solidárias, é fazer com que a sua realidade e a
realidade daqueles que estão à sua volta sejam transformadas, realmente a escola estará formando cidadãos. Fora
disso, a escola está transferindo conhecimentos técnicos sem se preocupar com o cidadão em si.
Alunos e professores devem se unir, criar uma nova forma de se fazer educação, voltada para a comunidade.
Ações simples, para alunos e professores de todos os segmentos, podem transformar a realidade de muitas pessoas.
Assim, criar ações de cidadania, proporcionando que os alunos conheçam a realidade onde estão inseridos, vai,
certamente, mudar a visão de mundo de qualquer um deles.
Os mais velhos, podem agir diretamente com a comunidade, aproveitando seus talentos, seus conhecimentos,
e proporcionando ações transformadoras. Os menores, podem começar a exercer a cidadania e participar de ações
comunitárias de outras formas. Uma delas é a doação de brinquedos e roupas para os mais carentes, mostrando que
eles também se preocupam com a sociedade.
Cabe aos professores proporcionar esse momento de cidadania, incluído nas suas atividades diárias.
Estudantes conscientes de seu papel de transformadores da realidade podem tomar decisões melhores no futuro, e,
assim, contribuírem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, que é o desejo de todos os seres
humanos.
Família
• Selecionar a escola baseado em critérios que lhe garanta a confiança da forma como a escola procede diante de
situações importantes;
• Dialogar com o filho o conteúdo que está vivenciando na escola;
• Cumprir as regras estabelecidas pela escola de forma consciente e espontânea;
• Deixar o filho a resolver por si só determinados problemas que venham a surgir no ambiente escolar, em
especial na questão de socialização;
• Valorizar o contato com a escola, principalmente nas reuniões e entrega de resultados, podendo se informar
das dificuldades apresentadas pelo seu filho, bem como seu desempenho.
Escola
• Cumprir a proposta pedagógica apresentada para os pais, sendo coerente nos procedimentos e atitudes do dia-a-dia;
• Propiciar ao aluno liberdade para manifestar-se na comunidade escolar, de forma que seja considerado como
elemento principal do processo educativo;
• Receber os pais com prazer, marcando reuniões periódicas, esclarecendo o desempenho do aluno e
principalmente exercendo o papel de orientadora mediante as possíveis situações que possam vir a necessitar de
ajuda;
• Abrir as portas da escola para os pais, fazendo com que eles se sintam à vontade para participar de
atividades culturais, esportivas, entre outras que a escola oferecer, aproximando o contato entre família-escola;
• É de extrema importância que a escola mantenha professores e recursos atualizados, propiciando uma boa
administração de forma que ofereça um ensino de qualidade para seus alunos.
A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o sucesso da educação de todo indivíduo. Portanto,
pais e educadores necessitam ser grandes e fiéis companheiros nessa nobre caminhada da formação educacional do
ser humano.
Evolução histórica
De maneira geral, tanto na época colonial como durante o século XIX a matriz
cultural de origem europeia foi a mais valorizada no Brasil, enquanto que as
manifestações culturais afro-brasileiras foram muitas vezes desprezadas,
desestimuladas e até proibidas. Assim, as religiões afro-brasileiras e a arte
marcial da capoeira foram frequentemente perseguidas pelas autoridades.
Por outro lado, algumas manifestações de origem folclórico, como as
congadas, assim como expressões musicais como o lundu, foram toleradas e
até estimuladas.
Entretanto, a partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-
brasileiras começaram a ser gradualmente mais aceitas e admiradas pelas
elites brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem
todas as manifestações culturais foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi
uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada
quando ocupou posição de destaque na música popular, no início do século
XX.
Posteriormente, o governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas desenvolveu políticas de incentivo do
nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles de
escolas de samba ganharam nesta época aprovação governamental através da União Geral das Escolas de Samba do
Brasil, fundada em 1934.
Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era considerada própria de bandidos e
marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba ao presidente Vargas, que então a chamou de "único esporte
verdadeiramente nacional".
A partir da década de 1950 as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuíram e a Umbanda passou a ser seguida
por parte da classe média carioca. Na década seguinte, as religiões afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela
elite intelectual branca.
Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a
exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-
brasileira.
Estudos afro-brasileiros
Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes associavam-se em irmandades religiosas
católicas. A Irmandade da Boa Morte e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais
importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-brasileiras. A própria prática do
catolicismo tradicional sofreu influência africana no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo
Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de Noto (Santo Antônio de Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto
preferencial de santos facilmente associados com os orixás africanos como São Cosme e Damião (ibejis), São Jorge
(Ogum no Rio de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã); na criação de novos santos populares como a Escrava Anastácia; e
em ladainhas, rezas (como a Trezena de Santo Antônio) e festas religiosas (como a Lavagem do Bonfim onde as
escadarias da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, Bahia são lavadas com água de cheiro pelas filhas-de-
santo do candomblé).
As igrejas pentencostais do Brasil, que combatem as religiões de origem africana, na realidade têm várias influências
destas como se nota em práticas como o batismo do Espírito Santo e crenças como a de incorporação de entidades
espirituais (vistas como maléficas). Enquanto o Catolicismo nega a existência de orixás e guias, as igrejas
pentencostais acreditam na sua existência, mas como demônios.
Segundo o IBGE, 0,3% dos brasileiros declaram seguir religiões de origem africana, embora um número maior de
pessoas sigam essas religiões de forma reservada.
Inicialmente desprezadas, as religiões afro-brasileira foram ou são praticadas abertamente por vários intelectuais e
artistas importantes como Jorge Amado, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria
Bethânia (que freqüentavam o terreiro de Mãe Menininha), Gal Costa (que foi iniciada para o Orixá Obaluaye), Mestre
Didi (filho da iyalorixá Mãe Senhora), Antonio Risério, Caribé, Fernando Coelho, Gilberto Freyre e José Beniste (que foi
iniciado no candomblé ketu).
Religiões afro-brasileiras
Babaçuê - Pará
Batuque - Rio Grande do Sul
Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e
Santa Catarina
Candomblé - Em todos estados do Brasil
Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Macumba - Rio de Janeiro
Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
Quimbanda - Rio de Janeiro, São Paulo
Tambor-de-Mina - Maranhão
Terecô - Maranhão
Umbanda - Em todos estados do Brasil
Xambá - Alagoas, Pernambuco
Xangô do Nordeste - Pernambuco
Confraria
Irmandade dos homens pretos
Sincretismo
Arte
Culinária
A feijoada brasileira, considerada o prato nacional do Brasil, é frequentemente citada como tendo sido criada
nas senzalas e ter servido de alimento para os escravos na época colonial. Atualmente, porém, considera-se a feijoada
brasileira uma adaptação tropical da feijoada portuguesa que não foi servida normalmente aos escravos. Apesar disso,
a cozinha brasileira regional foi muito influenciada pela cozinha africana, mesclada com elementos culinários europeus
e indígenas.
A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus pratos típicos como acarajé, caruru, vatapá e
moqueca. Estes pratos são preparados com o azeite-de-dendê, extraído de uma palmeira africana trazida ao Brasil em
tempos coloniais. Na Bahia existem duas maneiras de se preparar estes pratos "afros". Numa, mais simples, as
comidas não levam muito tempero e são feita nos terreiros de candomblé para serem oferecidas aos orixás. Na outra
maneira, empregada fora dos terreiros, as comidas são preparadas com muito tempero e são mais saborosas, sendo
vendidas pelas baianas do acarajé e degustadas em restaurantes e residências.
Música e dança
A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda a África subsaariana com
elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia, que produziu uma grande variedade de estilos.
A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos africanos. As expressões de música afro-brasileira
mais conhecidas são o samba, maracatu, ijexá, coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê
Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve escravos africanos, a música feita pelos afro-
descendentes foi inicialmente desprezada e mantida na marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do século
XX e se tornou a mais popular nos dias atuais.
Instrumentos afro-brasileiros:
Afoxé
Agogô
Atabaque
Berimbau
Tambor