O documento discute os desafios do ensino remoto durante a pandemia e a importância de se desenvolver habilidades cognitivas de ordem superior nos alunos. Professor tem papel crucial em prover oportunidades para construção do conhecimento. Aprendizagem significativa, ligando novos conceitos ao pré-existente, é mais efetiva do que aprendizado mecânico.
O documento discute os desafios do ensino remoto durante a pandemia e a importância de se desenvolver habilidades cognitivas de ordem superior nos alunos. Professor tem papel crucial em prover oportunidades para construção do conhecimento. Aprendizagem significativa, ligando novos conceitos ao pré-existente, é mais efetiva do que aprendizado mecânico.
O documento discute os desafios do ensino remoto durante a pandemia e a importância de se desenvolver habilidades cognitivas de ordem superior nos alunos. Professor tem papel crucial em prover oportunidades para construção do conhecimento. Aprendizagem significativa, ligando novos conceitos ao pré-existente, é mais efetiva do que aprendizado mecânico.
A aplicação do ensino de Química pode ser, por vezes, difícil de ser
compreendido em sala de aula quando educadores fazem apenas o uso de fórmulas
e explicações vagas sem definir uma usabilidade no cotidiano ou mesmo relacionando com a vivência anterior do aluno, com o uso exagerado de definições e um grande número de repetições de exercícios o que torna a prática um rotina massante e mecânica. Contudo essa metodologia de ensino não fornece ao aluno ferramentas para desenvolver um pensamento crítico, fornecendo meios pelos quais venha a florescer um pensamento Químico e o desenvolvimento de habilidades científicas, tornando escassa a evolução de habilidades cognitivas. O homem moderno expande suas habilidades cognitivas usando sistemas de símbolos externos, representações e ferramentas, na época em que vivemos, experimentamos a evolução em nossas próprias mãos, fornecendo dispositivos externos, artefatos cognitivos para expandir nossas habilidades além do que nossa herança biológica torna possível. Segundo (Suart e Marcondes, 2009), investir na proposição de metodologias e estratégias de ensino capazes de proporcionar o desenvolvimento cognitivo do aluno como a experimentação, pode contribuir para que esse objetivo se concretize. Com essa perspectiva, uma estrutura atuante de ensino onde o discente apropria-se de posição de relevância, despertando o interesse pela descoberta como é a experimentação investigativa, fornecendo aos alunos situações provocadoras nas quais os mesmo devem reunir suas capacidades, encorajando assim a promoção e ascensão de habilidades cognitivas, segundo Domin (1999) o conhecimento não pode ser transferido de uma pessoa para outra, deve ser ativamente construído pelo aprendiz por meio de interações. Práticas que foram idealizadas favorecendo a atuação do aluno, colaboram para o progresso de habilidades cognitivas. Para Sternberg, 2010 (pg 484) inteligência é a capacidade para aprender com a experiência, usando os processos cognitivos para incrementar a aprendizagem. De acordo com os argumentos de Sternberg, somos capazes de concluir que a cognição está diretamente conectada com a solução de problemas propostos, onde a estimulação de competências elevadas resultam no que poderíamos chamar de aprendizagem. Porém cada aluno tende a ter uma maneira diferente de resolução para uma situação problema proposta, enquanto um indivíduo carece de um modelo para realizar uma conexão e chegar a resolução, outro aluno poderá se utilizar de uma compreensão lógica. Dessa forma podemos definir diferentes exigências cognitivas expostas pelos alunos para chegar a resolução, conforme Zoller (1993) as habilidades cognitivas podem ser divididas entre; atividades cognitivas de baixa ordem e atividades cognitivas de alta ordem. Conforme Zoller, as atividades cognitivas de baixa ordem podem ser caracterizadas como: saber, relembrar uma explicação ou/e colocar entendimento em prática, de ocorrências e atividades já realizadas. Desta forma o aluno necessita compreender conceitos, analisar de forma distinta diferentes exigências, e mesmo situações mais elementares como memorizar. Isso pode acontecer por exemplo quando um aluno utiliza-se de fórmulas para realizar uma questão de Química, mesmo sem entender o conceito do resultado que encontra. Já as habilidades cognitivas de alta ordem, podem ser definidas como a capacidade para solução de atividades, tomada de decisões e desenvolvimento avaliativo e criativo. O pensamento crítico inclui os processos mentais, estratégias e representações que as pessoas usam para resolver problemas, e aprender novos conceitos, poderíamos exemplificar como sendo a prática de Química em laboratório onde o discente participa de forma ativa na elaboração da prática, deixando assim de ser um agente passivo, abrir-se um campo para discussões, análises, explanações e a troca de ideias e a comparação de resultados. Conforme Carvalho e Gil-Pérez (2006 pg 54) faz-se necessário o docente apresentar atividades aos alunos de forma que propicie uma aprendizagem efetiva, abordando conceitos que incentivam o desenvolvimento destas habilidades.
Numa sala de aula, o professor tem um papel crucial em
prover oportunidades e garantir suporte para que os alunos possam desenvolver habilidades de pensamento de mais alta ordem. Assim, as situações propostas e as questões apresentadas para explorar dados e informações, que podem auxiliar na construção de respostas a tais situações, vão direcionar o aluno na mobilização de certas habilidades de pensamento.
(SOUZA et al. pag. 3)
O desenvolvimento das habilidades cognitivas de alto nível dos alunos no contexto da química e das complexas relações entre ciência, tecnologia, meio ambiente e sociedade, é amplamente aceito como um dos objetivos mais importantes da educação química. David Ausubel, apresentou na década de 60 do século passado a teoria da aprendizagem significativa, na qual ressalta a aprendizagem de significados (conceitos) sendo a mais expressiva para as pessoas. A aprendizagem significativa é o oposto da aprendizagem tradicional e relaciona-se a uma ferramenta de aprendizagem na qual novos conhecimentos a serem adquiridos estão vinculados a conhecimentos prévios (Ausubel, 2000).
O fator mais importante que influencia a aprendizagem é
o que o aluno já sabe. Descubra o que ele já sabe e ensine-o a fazer ”
(Ausubel, 1968).
Ausubel acreditava que a assimilação de novos conhecimentos se forma com
base no que já sabemos. A construção do conhecimento começa com nossa observação e reconhecimento de eventos e objetos por meio dos conceitos que já temos. Aprendemos criando uma rede de conceitos e adicionando outros a ela. Enfatizando a importância da aprendizagem pela aceitação, em vez da descoberta, e a importância da aprendizagem significativa em vez da aprendizagem mecânica. A teoria de Ausubel se concentra na aprendizagem significativa. De acordo com sua teoria, para aprender de forma significativa, as pessoas devem relacionar novos conhecimentos com os conceitos correspondentes que já conhecem. O novo conhecimento deve interagir com a estrutura de conhecimento da pessoa que está aprendendo. Já a memória mecânica é usada para memorizar sequências de objetos, como números de telefone. No entanto, não ajudam quem os memoriza no que se refere à compreensão das relações entre os objetos, uma vez que conceitos aprendidos por meio da memória mecânica não podem ser vinculados a conhecimentos prévios. Na verdade, não há nada na estrutura cognitiva existente de uma pessoa com a qual ela possa conectar novas informações para formar significado. Portanto, ele só pode ser aprendido mecanicamente. A aprendizagem significativa adere ao conhecimento prévio e se torna a base para a aprendizagem de informações adicionais. O aprendizado mecânico não dura porque não tem essas conexões significativas. Por causa disso, ele rapidamente desaparece da memória. Com as aulas sendo ministradas de forma remota, arriscar-se-á ter um aumento do aprendizado mecânico. A pandemia do Covid19, trouxe um novo cenário para educação brasileira, com o parecer Nº 5/2020 de 28/04/2020 do CNE (Conselho Nacional de Educação) que é um órgão ligado ao Ministério da Educação, autorizando as escolas a cumprirem o mínimo de horas que são exigidas por lei, diversos estados brasileiros autorizaram que o aprendizado de forma remota seria contado como carga horária do ano letivo. Escolas públicas e privadas estão se transformando em pólos de produção de conteúdo, seja ele em tempo real ou gravado, onde professores esforçam-se para que seja o mais próximo possível ao ritmo das aulas presenciais, para que os alunos mantenham uma cadência como se estivessem em sala de aula. As aulas remotas oferecem a possibilidade da continuação da escolarização porém por meio de artifícios tecnológicos. As aulas de forma remota no Brasil não é uma novidade, o Telecurso que foi lançado em 1978, tem a finalidade de levar aos jovens e adultos, educação básica por meio de aulas que eram ministradas via programas previamente gravados que então seriam exibidos pela rede Globo de Televisão, o Telecurso era uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho em conjunto com a Fiesp ( Federação das Industrial do Estado de São Paulo). Vale ressaltar que mesmo não sendo uma novidade as aulas remotas, professores e alunos tiveram uma mudança abrupta na forma clássica de ensinar e aprender. Podemos notar inconvenientes por parte dos professores na condução desse novo formato de ensinar, por meio da tecnologia por carência de qualificação e conhecimento das plataformas usadas (ROSA, 2020). Conforme Goldbach e Macedo (2007)(PG9) é ressaltada a importância de cursos de atualização de professores para trabalhar de forma coesa com as novas tecnologias, caso isso fosse uma constante, os docentes passariam por esse período de forma bem mais estruturada, podemos observar um caminho sem volta onde a nova tendência seja aulas híbridas e professores, principalmente da rede pública, necessitando aptidão para trabalhar as novas estratégias de ensino. Subitamente professores estão preparando aulas e as caracterizando para esta nova realidade de ensino remoto e na maioria das ocasiões e em grande parte do tempo ministrando-as de suas casas. Podemos perceber essencialmente na rede pública, onde os alunos tendem a ter uma renda familiar menor, uma dificuldade em acompanhar as aulas remotas, seja por falta de acesso a internet, inexistência de espaço adequado em casa para o estudo e até mesmo a violência doméstica, segundo reportagem publicada no site da CNN Brasil, houve um aumento de 44% da violência doméstica no período da pandemia.