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FACULDADE DE MINAS EAD

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

JOSÉ VIEIRA SILVA NUNES

O USO DO MAPA CONCEITUAL COM FERRAMENTA DE ENSINO APRENDIZAGEM


NO ENSINO SUPERIOR

PARNAMIRIM/RN
2023
JOSÉ VIEIRA SILVA NUNES

O USO DO MAPA CONCEITUAL COM FERRAMENTA DE ENSINO APRENDIZAGEM


NO ENSINO SUPERIOR

Artigo científico apresentado ao Programa de


Pós-graduação em Filosofia da Faculdade de
Minas EAD, em cumprimento as exigências
legais do Programa para obtenção do título
de Especialista em Filosofia.

PARNAMIRIM/RN
2023
O USO DO MAPA CONCEITUAL COM FERRAMENTA DE ENSINO APRENDIZAGEM
NO ENSINO SUPERIOR

José Vieira Silva Nunes1

RESUMO. O presente artigo resgata a necessidade de se olhar na direção de


estratégias que facilitem a aprendizagem. Destarte, cabe refletir acerca de nossas
praticas pedagógicas no intuito de transpor os muros que separam o aluno de uma
aprendizagem verdadeiramente eficaz. Contudo, observa-se que a educação brasileira
ainda está apegada a um modelo que coloca o aluno apenas como coadjuvante no
processo educacional ao invés de dar-lhe o papel de protagonista. À vista disso, refletir
sobre o papel da educação requer um compromisso sério com uma busca incessante
por uma metodologia contextualizada e ‘contextualizante’, afim de que, alcancemos o
objetivo final da educação: a aprendizagem. Com isso, a reflexão que se segue busca
discutir a técnica dos Mapas conceituais como um auxílio para se promover uma
aprendizagem eficiente no processo de ensino universitário.

PALAVRAS-CHAVE: Mapas conceituais; Aprendizagem significativa; Metodologias;


Educação.

1
Licenciado em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA
Licenciando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Pós-graduando em Especialização em docência no Ensino superior pela Faculdade de Minas.
THE USE OF THE CONCEPTUAL MAP WITH EDUCATION TOOL LEARNING IN
HIGHER EDUCATION

José Vieira Silva Nunes

ABSTRACT. This article recalls the need to look towards strategies that facilitate
learning. Therefore, it is necessary to reflect on our pedagogical practices in order to
cross the walls that separate the student from a truly effective learning. However, it is
observed that Brazilian education is still attached to a model that places the student only
as an adjunct in the educational process, rather than giving him the role of protagonist.
In light of this, reflecting on the role of education requires a serious commitment to an
incessant search for a contextualized and 'contextualizing' methodology, so that we
reach the ultimate goal of education: learning. With this, the following reflection seeks to
discuss the conceptual Maps technique as an aid to promote efficient learning in the
university teaching process.

KEY WORDS: Conceptual maps; Meaningful learning; Methodologies; Education.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................5
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................ 5
3 METODOLOGIA..........................................................................................................10
4 ANÁLISE DE DADOS..................................................................................................10
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................13
REFERENCIAS.............................................................................................................. 14
5

1 INTRODUÇÃO

Diante dos rumos até aqui observados acerca da educação brasileira, surge a
necessidade de se pensar estratégias para facilitar o ensino e buscar meios de
avaliação menos convencionais de ensino aprendizagem. O contexto do Ensino
Superior no Brasil tem sido extremamente exigente e desafiador para alunos e
professores ante às demandas do mercado de trabalho e a dinâmica provocada por
essas modificações. E o que isso significa para os profissionais que saem do Ensino
superior?
O mercado de trabalho é extremamente exigente e isso se põe como um desafio
e um compromisso da educação em sua função de formar profissionais competentes.
Diante disso, podemos nos questionar sobre que tipo de profissionais tem emergido das
graduações no nosso país. Os egressos do Ensino superior têm conseguido atender as
expectativas desse mercado tão exigente e versátil?
Queremos acreditar que a educação oferecida nas Instituições de Ensino
superior no Brasil tem se preocupado e buscado uma formação consistente dos seus
alunos. Mas nos perguntamos se as estratégias de ensino, metodologias, são
coerentes com a realidade do mundo contemporâneo.
Procurando encontrar respostas para essas e outras questões, nosso trabalho
consistirá em apresentar uma breve discussão acerca desta ferramenta (mapa
conceitual), no intuito de trazer uma contribuição para a pratica docente. Nesse intuito,
nos debruçaremos na tentativa de analisar a importância do uso do Mapa Conceitual
como recurso de ensino aprendizagem no Ensino Superior.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O presente artigo consiste em analisar a contribuição que o Mapa conceitual pode


trazer como ferramenta de ensino-aprendizagem no âmbito do Ensino Superior. É
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possível entender que trabalhar este tema será extremamente relevante para a
educação uma vez que olha para questões pertinentes a mesma e tenta compreender
de que forma podemos perceber a influencia de metodologias ativas no processo de
ensino aprendizagem.
Por muito tempo a educação tem colocado o professor como o protagonista no
processo de ensino aprendizagem, e desta forma o aluno encontrava-se como
elemento passivo, sem uma ação ativa na sua formação, apenas um “receptáculo
vazio” esperando ser preenchido com o conhecimento trazido pelo professor. Essa
realidade pode ser observada tanto na educação básica como também na educação
superior.
Esta visão onde ao aluno é negada a autonomia de ser protagonista em sua busca
pelo conhecimento é chamada por Freire (1974) de educação bancária 2. Essa postura
conservadora de educação necessita ser superada pois, hoje “[...] almeja-se um novo
modelo de professor que desenvolva a capacidade reflexiva sobre sua própria pratica e
que oriente o trabalho em classe com uma metodologia ativa e participativa [...]” (PENA,
2005, p. 11).
Em sendo assim, a ferramenta do Mapa conceitual possui a premissa de permitir
que esse objetivo seja alcançado, ou, ao menos mostre o caminho, pois possibilita que
o aluno venha aprender através de sua relação com conhecimento que ele adquire e
aquele saber prévio. Ou seja, esta ferramenta pode auxiliar tanto o discente em sua
formação, quanto o docente em sua prática educacional. Acreditamos que a adoção
dessa metodologia nas salas de aula seria de grande contribuição no processo
educacional.
Mas o que seria um ‘mapa conceitual’? Quais são suas contribuições na
aprendizagem? Uma vez que a proposta deste artigo seja enfatizar a ferramenta do
Mapa conceitual na aprendizagem, cabe aqui uma breve definição acerca do mesmo
para que prossigamos na analise de sua importância no processo de ensino
aprendizagem.
Dessa maneira quando nos questionamos sobre o que seriam os mapas
conceituais, podemos dizer que “de um modo geral, mapas conceituais, ou mapas de

2
Termo utilizado por Paulo Freire em sua critica ao tradicionalismo da Escola brasileira.
7

conceitos, são diagramas indicando relações entre conceitos, ou entre palavras que
usamos para representar conceitos [...]” (MOREIRA, 2010, p. 11).
A respeito disso, Ausubel afirma sobre a relevância de se aprender novos
conceitos e de como a nova informação recebida se acomoda no cérebro ao relacionar-
se com o conhecimento prévio do aluno proporcionando a aprendizagem. Ele destaca
que:

“[...] a estrutura cognitiva de uma pessoa é o fator que


decide a respeito da significação do novo material e de
sua aquisição e sua retenção. As ideias novas só
podem ser aprendidas e retidas de maneira útil caso se
refiram a conceitos e proposições já disponíveis, que
proporcionam as âncoras conceituais [...]” (PEÑA,
2005, p.18).

Está claro na citação, que a memória é um fator preponderante para a aquisição


de novos significados sobre aquilo que se deseja aprender e de como é possível que
essa aprendizagem seja de fato significativa. Ausubel explicita isso ao dizer que “o fator
isolado mais importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe.
Averigue isso e ensine-o de acordo” (AUSUBEL, 1980, p. IV).
Deve haver relação significativa na forma como se ensina e se aprende. Dessa
maneira, “o uso da memoria, bem como de todas as faculdades mentais, funciona
parecido com os demais hábitos que instituímos em nossas vidas” (LIMA e DOUGLAS,
2010, p. 24).
Nesta linha de pensamento, insere-se a abordagem sobre a técnica dos Mapas
conceituais desenvolvida por Joseph Novak na perspectiva de se buscar uma
aprendizagem efetiva, significativa no processo de ensino aprendizagem. Sua
metodologia sobre os mapas conceituais possui intrínseca relação com a teoria da
aprendizagem significativa3 de Ausubel, teoria que iremos delinear no trabalho em
questão.

3
Aprendizagem significativa é o conceito central da teoria da aprendizagem de David Ausubel.
8

Neste sentido, compreende-se que a aprendizagem significativa ocupa papel


significativo no processo educacional e pode ser entendida como

Um processo através do qual uma nova informação se


relaciona, de maneira substantiva (não literal) e não-
arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura
cognitiva do indivíduo. Neste processo a nova
informação interage com uma estrutura de
conhecimento específica, a qual Ausubel chama de
"conceito subsunçor" ou, simplesmente "subsunçor",
existente na estrutura cognitiva de quem aprende
(MOREIRA, 2009, p. 8).

Desse modo, as relações entre o ‘novo’ e o ‘velho’ conhecimento, mostra-se


essencial para o aprendizado significativo. O aluno ao produzir um mapa conceitual
usando uma nova informação, terá que depender também dos seus conhecimentos
anteriores para estabelecer as relações entre os conceitos referentes às duas
informações.
Vale salientar que sua base de conhecimentos prévios deve estar bem
consolidada para que haja essa relação com a nova informação. Nesta perspectiva,
Pena (2005, p. 27) ressalta que:

a aquisição da informação nova depende em alto grau


das ideias correspondentes que já existem na estrutura
cognitiva, e a aprendizagem significativa dos seres
humanos ocorre por meio de uma interação da nova
informação com as ideias correspondentes que
existem na estrutura cognitiva [...].

Por consequência, um mapa conceitual de um aluno pode apresentar ‘erros’ por


estarem faltando conceitos importantes. Isso deve-se ao fato de que seu conhecimento
prévio é deficitário. Ou seja, pode ser que este aluno encontre dificuldades em
9

estabelecer certas relações entre os saberes, uma vez que pode ser que exista certa
defasagem em sua aprendizagem com relação a determinados conceitos anteriores.
Logo, o mapa que este aluno irá produzir representará o conhecimento dele, a
reflexão que ele fez dentro da interação entre as informações novas e as anteriores.
Esse episódio pode também servir como parâmetro avaliativo daquele aluno e da
própria pratica didática do professor.
Neste ponto de vista, cabe um questionamento sobre quando a aprendizagem
significativa é efetivada. Portanto, Ausubel diz que, “o fundamental da aprendizagem
significativa como processo é o fato de que os pensamentos, expressos simbolicamente
de modo não arbitrário e objetivo, unem-se aos conhecimentos já existentes nos
sujeitos. Esse processo é, pois, ativo e pessoal” (PEÑA, 2005, p. 21)
Baseado neste argumento, queremos fomentar um debate aprofundado sobre o
tema da aprendizagem significativa ao nos utilizarmos do uso do Mapa conceitual
direcionando-o ao Ensino superior e destacando sua relevância no processo de Ensino
aprendizagem nos cursos de graduação.
Com base nisto, entendemos que o Mapa Conceitual pode ser muito bem
empregado no Ensino Superior como ferramenta eficaz no processo de ensino.
Entendemos que trabalhar este tema será proveitoso em nossa prática diária como
docente no Ensino Superior.
Para Ausubel (1980, 2002) a aprendizagem significativa acontece devido a relação
do novo conteúdo sistematizado com os saberes prévios dos alunos. Ausubel dá
grande importância aos conhecimentos anteriores do aluno como requisito essencial à
construção do conhecimento de forma significativa e organizada, pois, a relação entre
os saberes prévios e o novo saber irá produzir uma gama de conhecimentos novos
dependendo do arcabouço de informações a que o aluno teve durante seu percurso
educacional.
Assim sendo, o aluno expressará iniciará a produção de um saber diante daquilo
que aprendeu (com eficiência ou deficiência) e que para ele possui significado através
da representação gráfica em um Mapa conceitual.
Acreditamos que ainda mais em se tratando do aluno do Ensino superior, que se
espera já possuir toda uma gama de informações pelo longo percurso até chegar à
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graduação, o trabalho com Mapas conceituais pode trazer resultados positivos,


principalmente quando se pretende estimular discussões em torno de temas
extremamente amplos.
Devido tal amplitude dos temas vistos pelos alunos, se exige que os mesmos
construam relações significativas com os conteúdos adquiridos na sua graduação, algo
de suma importância na educação. A conceituação através dos mapas conceituais
contribui com este processo ao passo que permite a assimilação de conceitos que de
outra forma, tornar-se-iam difíceis de acontecer.
Nesta perspectiva, o Mapa conceitual permite construir tais relações ao propor que
através desta ferramenta, possa se organizar as palavras-chave de determinados
conteúdos de forma organizada e que “giram” em torno de temas amplos através de
palavras ou expressões ligadas entre si.
Neste sentido, Buzan (2009) ressalta o conceito de “rede” como mecanismos
dentro desse processo. Nas palavras do autor, “as palavras-chave e seus contextos são
ativadores fundamentais da memória. E é sobretudo a rede dentro da mente que nos
ajuda a entender e interpretar a realidade” (BUZAN, 2009, p. 19).
Talvez seja isso que Novak e Gowin (1996) ressaltam ao entender a simplicidade
e funcionalidade do Mapa conceitual como ferramenta capaz de permitir que os alunos
estruturem os conhecimentos adquiridos no processo de ensino aprendizagem de
maneira significativa.
Essa ‘estruturação’ organizada do conhecimento estabelece relação direta com a
ideia da ‘hierarquização’ dos conteúdos, discussão amplamente presente na teoria de
David Ausubel pois

[...] se a estrutura cognitiva for instável, ambígua,


desorganizada ou organizada de modo caótico, tem
tendência a inibir a aprendizagem significativa e a
retenção. Assim, é através do fortalecimento de
aspectos relevantes da estrutura cognitiva que se pode
facilitar a nova aprendizagem e retenção (AUSUBEL,
2002, p. 10).
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Percebe-se com isto, que Ausubel defende que esta estruturação necessita levar
em conta os conhecimentos prévios do aluno como requisito essencial a construção do
conhecimento de forma significativa e organizada. Esse processo torna-se significativo
uma vez que ocorre uma identificação logica dos saberes relacionados no processo de
aprendizagem.
Ratificando essa posição, Moreira (2006) diz:

“Pode-se então dizer que a aprendizagem significatica


ocorre quando a nova informação “ancora-se” em conceitos
relevantes (subsunçores) preexistentes na estrutura
congnitiva. Ou seja, novas ideias, conceitos, proposições
podem ser aprendidos significativamente (e retidos), na
medida em que outras ideias, conceitos, proposições,
relevantes e inclusivas estejam adequadamente claros e
disponíveis, na estrutura cognitiva do individuo e funcionem,
dessa forma, como ponto de ancoragem as primeiras
(MOREIRA, 2006, p. 15).

Assim, um conhecimento novo entra em contato com um saber anterior e após


isto, este conceito relaciona-se com conceitos subordinados àquele de forma que não
exista conflito.
De acordo com Novak e Gowin (1996), teremos temas que se ligam com
palavras ou termos de ligação que estabelecem harmonia entre si de maneira
significativa e lógica oportunizando ao aluno a construção de um saber com significado
para sua vida.
Para tanto, além da teorização do tema, o presente artigo discutirá a seguir o
método prático utilizado para abordar a temática em questão procurando vislumbrar de
que forma a abordagens em mapas conceituais poderá apresentar resultado positivos
no ensino aprendizagem.

3 METODOLOGIA
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Os procedimentos aqui utilizados para compor o trabalho foram compostos de


leituras de livros e artigos sobre a temática dos mapas conceituais bem como, pesquisa
em forma de questionário (neste caso, foram dois tipos de questionários) com
professores de ensino superior e alunos graduados e/ou em graduação acerca do
conhecimento que os mesmos possuíam sobre mapas conceituais e a importancia
dessa metodologia.
Isto posto, o trabalho em questão passará à analise dos dados obtidos através
de pesquisa em forma de questionário feita com professores universitários e alunos
graduados ou em graduação com respeito ao conhecimento sobre os mapas
conceituais.

4 ANÁLISE DE DADOS

Procurando não deixar o trabalho refém da subjetividade, procuramos utilizar


métodos quantitativos para que pudéssemos obter dados objetivos que nos dessem um
panorama acerca do tema a ser analisado.
Buscando conhecer na prática o uso dos mapas conceituais como ferramenta
para promover uma aprendizagem eficaz, buscou-se entrevistar professores
universitários e alunos graduandos ou já graduados no tocante ao conhecimento e
utilização da técnica de mapas conceituais em seu cotidiano docente e vida
universitária respectivamente.
Procuramos utilizar a metodologia da pesquisa. Utilizamos um questionário com
perguntas diversas sobre aprendizagem com mapas conceituais na docência. Desta
forma, do total de professores pesquisados, obtivemos respostas a serem
criteriosamente analisadas para podermos ter um vislumbre acerca da temática a que
nos propormos analisar.
Assim, dos docentes entrevistados, 7,69% disseram não conhecer o que eram os
mapas conceituais; 38,46% revelaram conhecer, porém não utilizavam em suas aulas;
já 53,85% afirmaram conhecer e usar os mapas em sua atividade docente (não ficou
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claro em que ocasiões ou para que fins esses docentes usavam a abordagem dos
mapas conceituais.
Esses dados revelam que de fato, a metodologia dos mapas conceituais está
presente na vivencia pedagógica de mais de 50% dos docentes nas universidades
públicas e privadas de Natal que, demonstram não apenas conhecer, como usar tal
método em suas aulas.
Quando questionados sobre a importância de tal ferramenta para a apreensão de
conceitos, em torno de 80% deles responderam que consideravam de grande
importância pois promoviam tanto no educador quanto no educando grande capacidade
de síntese ao passo facilita o entendimento sobre os assuntos abordados e possibilita
mostrar as interações assim como as divergências de diferentes autores para o mesmo
objeto de estudo.
Ainda ressaltavam a relevância da técnica na assimilação de conceitos e ideias.
Em torno de 15% deles responderam apenas que consideravam os mapas importantes.
Os 5% restantes responderam que não conheciam os mapas.
Quando perguntados como avaliavam o desempenho de aprendizagem de seus
alunos ao utilizarem os Mapas conceituais, 33,33% avaliaram como bom; já 16,67%
afirmaram aprendizagem como ótima; 50,00% revelaram não se aplicar por não
conhecerem essa técnica.
Quando questionados sobre o conhecimento acerca do que seria a
‘Aprendizagem significativa’, 18,18% disseram ser basicamente a apreensão de
conteúdos; 36,36% definiram a aprendizagem significativa como o estabelecimento de
relações de novos conhecimentos aos conteúdos previamente adquiridos e/ou
experiências pessoais que contribuem para a memorização de conceitos.
Ainda nesse sentido, 36,36% relacionaram com a ideia de praticidade e 9,09%
disseram apenas que a aprendizagem significativa era algo útil não especificando o que
de fato este adjetivo significava ou, a que tipo de utilidade estavam se referindo ao
utilizar tal termo.
Quanto à forma que usam para que os alunos memorizem conteúdos e
conceitos, 45,45% dos professores relataram usar exercícios de fixação, sínteses,
esquemas e outras atividades práticas (não ficou claro que atividades praticas eram
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essas); já 36,36% disseram usar relações com o cotidiano e que sejam significativas ao
aluno enquanto que 9,09% afirmaram enfatizar a apreensão de conceitos (neste caso,
não foi explicitado como essa apreensão era buscada) a serem usadas em situações
novas.
Aqui se percebe certa incoerência, pois, se mais de 50% dos professores
investigados disseram usar mapas conceituais em suas aulas, aqui apenas 18,18% o
usam para promover a apreensão de conceitos. Talvez o usem em outro sentido que
não ficou claro na pesquisa aqui evidenciada (cabe investigar essa especificidade e
entender este dado para sanar as duvidas oriundas no processo).
Também, esta pesquisa procurou entrevistar alunos já graduados ou em
graduação para saber se conheceram a técnica dos mapas conceituais em sua vida
acadêmica. Neste sentido, dentro do número de alunos pesquisados (82,50% já eram
graduados enquanto 17,50% ainda estavam em fase de conclusão), constatou-se que,
11,90% não sabiam o que eram os mapas conceituais; 66,67 conheciam esta
ferramenta e 21,43 apenas ouviram falar.
Acerca da ocasião em que tiveram contato com os mapas conceituais, 35,71%
afirmaram que conheceram os mapas com os professores durante a graduação; 28,57
relataram que conheceram após a graduação (instituições em que trabalharam, ou
trabalham); 9,52 disseram terem tido contato com essa técnica durante a educação
básica; 26,19% afirmaram não conhecerem o método.
Em relação a como faziam para memorizarem conteúdos estudados, percebe-se
uma característica em comum nos entrevistados: 30,95% se referiam a leitura (as
vezes, excessivamente) como método para memorização de conteúdos estudados. Não
ficou clara a real relevância do método de leitura repetitiva e exaustiva. Todavia, há que
se questionar com mais profundidade essa resposta.
Ainda nesta perspectiva, para memorizarem os conteúdos, 7,14% disseram
utilizar-se de esquemas; 9,52% usavam resumos; 11,90% faziam exercícios; 2,38%
disseram aprender melhor apenas ouvindo e escrevendo; 7,14% afirmaram fazer
associações entre conteúdo e cotidiano; 4,76% estudavam por tópicos e conceitos ou
outras atividades variadas (não especificadas na pesquisa); 11,90% usavam mapas
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mentais enquanto 19,04% diziam usar mapas conceituais em seu processo de


aprendizagem.
Entre muitos dados, preocupou-nos o fato de que muitos docentes mostrarem
duvidas sore o que seria aprendizagem significativa (talvez a forma do questionário não
tenha deixado apresentado a pergunta com bastante clareza). Assim, perguntados
sobre o que compreendiam por ‘aprendizagem significativa’, 14,28% dos entrevistados
alegaram que desconheciam o termo; 23,80% disseram ser algo relacionado à pratica e
ao cotidiano (não ficou claro o que seria esse “algo”).
Ainda sobre a aprendizagem significativa, 33,33% afirmaram ser simplesmente
aquilo que foi assimilado pelo aluno; 2,38% acreditava ser a interação de conceitos
para se passar ou obter conhecimentos; 2,38% diziam ser memorização por conceitos-
chave enquanto que, 21,42% fizeram afirmações que possuem base na teoria de
Ausúbel ao passo que apenas 2,38 de fato demonstraram ter conhecimento
aprofundado sobre a teoria ausubeliana sobre mapas conceituais.
Na ocasião de se avaliar o desempenho da aprendizagem através dos mapas
conceituais, 38,09% não utilizavam esta técnica (marcaram a opção “não se aplica”);
Nesse caso não foi questionado qual método de avaliação era utilizado.
Dos entrevistados sobre a avaliação, 2,38% pareceram não compreender a
pergunta e responderam com incoerência (não foi questionado o motivo de tal
incoerência e nem a duvida sobre a avaliação); 2,38% avaliaram como regular; 57,14%
relataram entre ótimo, bom, efetivo e significativo.
Até aqui, os dados demonstram relativa eficácia da metodologia dos mapas
conceituais como um método que auxilia na aprendizagem no meio universitário, e
embora o campo de pesquisa tenha sido relativamente pequeno, é possível ratificar
essa constatação.
Acreditamos que mais pesquisas nesse campo poderão trazer novas
contribuições para o campo acadêmico e ao serem somados a outros métodos possam
trazer mudanças significativas na forma como se ensina e se aprende.
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5 CONCLUSÃO

Em suma, as discussões aqui apresentadas permitem reafirmar o que pretendia


o artigo em questão sobre a importância da técnica dos Mapas conceituais como um
auxílio para se promover uma aprendizagem eficiente no processo de ensino
aprendizagem no meio universitário.
As leituras que compuseram a revisão de literatura permitiram discutir o tema de
forma simples e objetiva ressaltando a importância da reflexão sobre metodologias
educacionais que promovam uma aprendizagem eficiente em detrimento de posturas
que relegavam os alunos à posição de meros espectadores passivos no processo
educacional.
Temos convicção de que apenas tocamos a superfície do assunto uma vez que
não há espaço no presente trabalho para aprofundar o tema (esperamos faze-lo em
ocasião oportuna).
Ainda neste sentido, a pesquisa empreendida possibilitou que a abordagem do
tema fosse levada para uma ação mais pratica onde, uma questão pôde ser levantada:
professores universitários conhecem os mapas conceituais e os usam em sus aulas? E
os alunos graduandos ou graduados de fato conhecem o que são os mapas
conceituais?
A resposta a esta questão comprovou que a maioria dos professores
universitários conhece e usa os mapas em suas aulas ressaltando uma contribuição
importante no aprendizado de seus discentes.
Em razão disto, considera-se que abordar tal temática proporciona uma reflexão
sadia sobre a busca por uma aprendizagem eficiente no ensino superior uma vez que,
dali saem os profissionais que irão ingressar no mercado de trabalho em suas diversas
áreas.
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REFERÊNCIAS

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Interamericana, 1980.
____________________. Educational phychology: a cognitive view. New York, Holt:
Rinehart and Winston, 1978.

AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva.


Lisboa: Plátano, 2002.

BUZAN, Tony. Mapas mentais: métodos criativos para estimular o raciocínio e usar
ao máximo o potencial cérebro. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 1.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra 1974.

LIMA, Felipe.; DOUGLAS, William. Mapas mentais e memorização : para provas e


concursos. Niterói, RJ : Impetus, 2010.

MOREIRA, M. A. Subsídios teóricos para o professor pesquisador em ensino de


ciências: A Teoria da Aprendizagem Significativa. Porto Alegre - RS, 2009.
Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~moreira>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____________. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. São Paulo: Centauro,


2010.
______________A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala
de aula, Brasília: Editora da UNB, 2006.

NOVAK, J. D.; GOWIN, D. B. Aprender a aprender. Lisboa: Plátano, 1996.

PENA, Antonio Ontoria. Mapas conceituais: uma técnica para aprender. São Paulo:
Loyola, 2005.

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