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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA HUÍLA.

ISCED-HUÍLA.
SEÇÃO DE HISTÓRIA

TRABALHO EM GRUPO DE TEORIA DA EDUCAÇÃO E


DESENVOLVIMENTO CURRICULAR
Tema: Modelos Condutistas e Modelos Construtivistas

3º Ano: Ensino de História


Regime: Pós-Laboral

O Docente
___________________________
Dra. Alice Freitas

Caluquembe, Janeiro 2022/2023


INTRODUÇÃO

Neste trabalho vamos abordar sobre os Modelos Curriculares da Educação,


especificamente dos modelos Condutistas e Construtivistas.
Para a compreensão de como o processo curricular funciona, vários modelos
ao longo dos últimos anos, têm sido referenciados, os quais poderão servir de
reflexão acerca do significado e necessidade do desenvolvimento curricular.
Por guiar sua metodologia em consonância com uma concepção
pedagógica ,duas concepções pedagógicas possíveis são a concepção
Condutista e a concepção Construtivista têm dado um contributo muito
importante.
1- Modelo Condutista

Skinner, em meados do século propôs uma teoria segundo a qual a conduta


surge regulada conjuntamente pela dotação genética do indivíduo e pelas
contingências do meio.
O condutismo poderá ser representado por esquema do tipo:
Estímulos discriminativos Ed -------»Conduta-------»estímulos reforçadores Er
Os condutistas não negam que os factos internos estejam vinculados a conduta
mas o seu interesse por eles é escasso ao considera-los originados pelos
estímulos externos. Apesar de acreditarem que os factos internos possam
transmitir influencias mas não cria-las, os determinantes internos sºao
encarados como um ele supérfluo na cadeia causal. Portanto, a conduta pode
explicar-se totalmente referenciando os estímulos externos que a induzem,
sem fazer a pelo ao elo interveniente

A concepção condutista (inspiradora do método global) constitui o professor


como o cerne do processo de alfabetização. Nesse caso, o aluno se projeta
passivamente e a responsabilidade do processo de apropriação da leitura e da
escrita recai sobre a figura do professor. A concepção condutista aloca a
alfabetização no campo analógico, da percepção e da reprodução mecânica,
onde a leitura e a escrita se configuram como um sistema não
necessariamente semântico de codificação e decodificação de signos.

A concepção construtivista, ao contrário da condutista, projeta o aluno como


protagonista da sua própria aprendizagem. Ela toma como premissa que a
alfabetização deve ocorrer tanto dentro de contextos funcionais, quanto de
sociais, despertando a curiosidade e o interesse do aluno, provendo motivação,
sentido, significado e, portanto, vontade de aprender. A concepção
construtivista defende que o conhecimento é fruto da construção do próprio
aluno, das suas vivências e interações com o universo social, familiar, religioso,
cultural etc. – e não da condutividade do professor. Nesse caso, o professor
não se configura como fonte do conhecimento, mas como um facilitador social
e culturalmente contextualizado – em especial com o repertório cultural de seus
alunos.

Embora ambas sejam válidas, a concepção construtivista se projeta como uma


orientação naturalmente mais voltada à alfabetização significativa, letrada, ou
seja, em consonância com a sua função social e com a função social da
escola:a emancipação cidadã.
Anne Marie Oliveira (1998, p. 70 e 71), em “A formação de professores
alfabetizadores: lições da prática”, defende que “é de fundamental importância
que, desde o início, a alfabetização se dê num contexto de interação pela
escrita. Por razões idênticas, deveria ser banido da prática alfabetizadora todo
e qualquer discurso (texto, frase, palavra, ‘exercício’) que não esteja
relacionado com a vida real ou o imaginário das crianças, ou em outras
palavras,que não esteja por elas carregado de sentido”.

Numa perspectiva vygotskyana, Teresa Cristina Rego (1995, p. 88) considera


que “a heterogeneidade, característica presente em qualquer grupo humano,
passa a ser vista como um fator imprescindível para as interações na sala de
aula. Os diferentes ritmos, comportamentos, experiências, trajetórias pessoais,
contextos familiares, valores e níveis de conhecimento de cada criança (e do
professor) imprimem ao cotidiano escolar a possibilidade de troca, de
repertórios, de visão de mundo, confrontos, ajuda mútua e consequente
ampliação das capacidades individuais”.

Numa perspectiva construtivista, Vygotsky (1991, p. 133 e 134) esclarece que


“a escrita deve ter significado para as crianças, de que uma necessidade
intrínseca deve ser despertada nelas e a escrita deve ser incorporada a uma
tarefa necessária e relevante para a vida. Só então poderemos estar certos de
que ela se desenvolverá não como hábito de mão e dedos, mas como uma
forma nova e complexa de linguagem o que se deve fazer é ensinar às
crianças a linguagem escrita, e não apenas a escrita de letras”.

Sem a intenção de provocar uma dicotomia litigiosa, considero que os


elementos de uma concepção construtivista na metodologia da alfabetização
sejam mais adequados a desenvolver a autonomia do aluno, plantando a
semente da cidadania e provendo uma aprendizagem mais significativa e
crítica do que a proposta condutista.
2- MODELO CONSTRUTIVISTA

Inspirado nas ideias do suíço Jean Piaget (1896- 1980), o método procura
instigar a curiosidade, já que o aluno é levado a encontrar as respostas a partir
de seus próprios conhecimentos e de sua interação com a realidade e com os
colegas.

Uma aluna de Piaget, Emília Ferrero, ampliou a teoria para o campo da leitura
e da escrita e concluiu que a criança pode se alfabetizar sozinha, desde que
esteja em ambiente que estimule o contato com letras e textos.

O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio


aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a
dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir
de sua ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as
características do mundo.

Noções como proporção, quantidade, causalidade, volume e outras, surgem da


própria interação da criança com o meio em que vive. Vão sendo formados
esquemas que lhe permitem agir sobre a realidade de um modo muito mais
complexo do que podia fazer com seus reflexos iniciais, e sua conduta vai
enriquecendo-se constantemente. Assim, constrói um mundo de objetos e de
pessoas onde começa a ser capaz de fazer antecipações sobre o que irá
acontecer.

O método enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um


trampolim na rota da aprendizagem. A teoria condena a rigidez nos
procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material
didático demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno.

As disciplinas estão voltadas para a reflexão e auto avaliação, portanto a


escola não é considerada rígida.

Existem várias escolas utilizando este método. Mais do que uma linha
pedagógica, o construtivismo é uma teoria psicológica que busca explicar como
se modificam as estratégias de conhecimento do indivíduo no decorrer de sua
vida. Criado por Jean Piaget, o construtivismo enfatiza a importância do
envolvimento ativo do aluno na construção do seu próprio conhecimento.

 O Active Learning, o Discovery Learning e o Knowledge Building, são variantes


do modelo construtivista, bem como alguns outros, menos difundidos,
designados pelos seus autores como Evolução Conceptiva, Mudança
Conceptiva, Modelos Mentais, etc.

 No modelo construtivista, o conhecimento é produto de uma ação intelectual


de assimilação da informação externa e da elaboração interna dessa
informação, que é inteiramente efetuada, intrinsecamente, pelo aluno: - Não é o
professor que ensina, mas o aluno que aprende.

 O próprio termo “aprender”, em Piaget, tem um significado um pouco diferente


do usual: trata-se de uma sequência intelectual de assimilação, acomodação e
compreensão. Não é uma aprendizagem que fica mecanicamente guardada na
memória, sem ser compreendida, tendo o novo conhecimento uma imediata
associação aos conhecimentos anteriormente adquiridos (estes sim, guardados
na memória). O aprender de Piaget implica a compreensão e o raciocínio
inerente a essa compreensão, de modo tal que seja possível a metacognição.

 Não se trata, porém, de uma simples associação. Quando um novo


conhecimento é assimilado, ao juntar-se aos anteriores, não é apenas “mais
um”, mas mais um que destrói a estrutura anterior de conhecimentos para
reconstruir uma nova estrutura. Como o juntar um novo tijolo a uma parede,
não colocando-o em cima, mas destruindo completamente a parede para de
novo a construir (daqui o termo “construtivismo”) com mais este elemento. Uma
restruturação cognitiva, que aumenta a capacidade intelectual e que leva
muitas vezes a novos conhecimentos, realizados através da dedução e não de
novas aprendizagens.

 A aprendizagem só se realiza quando o aluno elabora o seu conhecimento,


resultado de uma construção contínua passível de roturas e descontinuidades.

 O construtivismo em educação começou por perguntar por que motivo os


alunos, ouvindo o professor e estudando por livros, obtinham níveis tão baixos
de aprendizagem.

 Através da modificação do contexto e da manipulação de materiais, o sucesso


era melhor, mas a variável fundamental em todas as circunstâncias é a
compreensão (bem como as capacidades de concentração da atenção, o
interesse e a vontade, instâncias que embora Piaget não tenha abordado foram
estudadas por alguns discípulos seus).

 Outra característica marcante é a de que os currículos e programas devem ser


desenhados em função das características do estádio de desenvolvimento da
criança e não segundo quaisquer parâmetros apenas centrados na informação
(“a matéria”) a ensinar e a aprender. Ninguém pensa ensinar uma criança de
dois anos a ler, pois que só depois de ter desenvolvido a sua Função Semiótica
(por volta dos 6/8 anos) é que possui capacidades para tal.

 Com o construtivismo a aprendizagem escolar deixa de ser entendida como


um produto para passar a ser encarada como um processo realizado pelo
aluno individual ou coletivamente. Ou seja, uma construção contínua de
conhecimentos e estruturas intelectuais, em que a passagem de um estágio
cognitivo-inteletual para outro é caracterizada por formação de novas
estruturas intelectuais e cognitivas.

 Não se trata, portanto, de um ensino que tem por objetivo exclusivo a


transmissão de conhecimentos, mas que tem como seu objetivo prioritário o
desenvolvimento da inteligência, devendo a cognição deve priorizar todas as
atividades do aluno, considerando-o sempre inserido numa situação social.

O ensino é eminentemente ativo, baseado no ensaio e erro, na pesquisa, na


investigação e na solução de problemas por parte dos alunos.

 O trabalho em grupo torna-se importante no estádio das operações concretas,


em que sucede a liquidação do egocentrismo, envolvendo jogos, simulações e
resolução de problemas, atuando o professor como mediador entre as
situações de ensino e de autoaprendizagem e o aluno.

 Qualquer sistema de avaliação-classificação não tem, nestas situações,


qualquer sentido nem razão de ser, existindo apenas a autoavaliação, voltada
para uma introspeção e, utilizando a estratégia de “resolução de problemas”,
definir o modo de proceder para melhorar o seu desempenho.

 O professor atua como um facilitador que encoraja os seus alunos a pensar


por si próprios, procurando descobrir constantes e princípios normativos
através de trabalhos, de questionação com respostas abertas e solução de
problemas do mundo real.

 São encorajadas a curiosidade, a discussão, a autonomia e a liberdade de


expressão de ideias.
Conclusão
Depois das pesquisas feitas, o grupo chegou a conclusão de que os modelos
condutistas e os modelos construtivistas divergem-se quanto ao processo de
alfabetização, iston porque o modelo Condutista constitui o Professor o
protagonista do processo de alfabetização ao npasson que o Modelo
Construtivista projeta o aluno como o protagonista da sua aprendizagem.
Referências

OLIVEIRA, Anne Marie M. A formação de professores alfabetizadores: lições


da prática. In: GARCIA, Regina L. Alfabetização dos alunos das classes
populares. São Paulo: Cortez, 1998.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico‐cultural da


educação. Petrópolis: Vozes, 1995.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos


psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

Texto de autoria de Thiago Vieira,


Comunicólogo, psicopedagogo, psicanalista e especialista em sexualidade
humana

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VIEIRA, Thiago. Título da publicação. Publicado em “Pedagogia Modular”.
Disponível em https://pedagogiamodular.wordpress.com. Acesso em
DD/MM/AAAA.
Participantes

1- Adelaide Filipa João


2- Bartolomeu Cayumba Silveira
3- Daniel Elísio Lucas Malaquias
4- Eduardo Cahala Cativa
5- Ester Chipondia Elias Daniel
6- Francisco Dimas Carlos
7- José Kahulumama Segunda
8- José Tchicoti Cambambi
9- Manuel Luaia Mateus
10-Simão Cavala Canganjo
11-Tomás Manuel Chimuco
ÍNDICE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................2
1- Modelo Condutista...............................................................................................................3
2- MODELO CONSTRUTIVISTA..................................................................................................5
Conclusão.....................................................................................................................................8
Referências...................................................................................................................................9
Participantes..............................................................................................................................10

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