parte integrante dos direitos humanos e, basicamente, abrangem o exercício da vivência da sexualidade sem constrangimento, da maternidade voluntária e da contracepção autodecidida Direitos Reprodutivos Pode-se afirmar que os direitos reprodutivos são entendidos como “a capacidade de se reproduzir e a liberdade de decidir-se, quando e com que frequência se reproduzir” (PETCHESKY, 1999, P. 21). Abordam discussões sobre aborto, homossexualidade, concepção, contracepção e mortalidade materna, antes restritos aos aspectos legais e de saúde, para o campo dos direitos humanos. Inicia-se uma discussão em 1980 no I Congresso Internacional em Saúde da Mulher, em Amsterdã a partir de um grupo de feministas. Termo passa de “saúde da mulher” para direitos reprodutivos sendo consagrado internacionalmente pela ONU em 1990 Direitos reprodutivos O direito das pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas. O direito de acesso a informações, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos. O direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, imposição e violência. Direitos sexuais Já o conceito de direitos sexuais, que tem uma história ainda mais contemporânea, origina-se nos movimentos gays e lésbicos interessados na anulação da estigmatização das chamadas sexualidades alternativas, e abrange fundamentalmente o exercício da vivência da sexualidade, da livre escolha de parceiros e práticas sexuais sem constrangimento ou discriminação. Direitos sexuais
O direito de viver e expressar livremente a
sexualidade sem violência, discriminações e imposições, e com total respeito pelo corpo do(a) parceiro(a). O direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual. O direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e falsas crenças. O direito de viver a sexualidade, independentemente de estado civil, idade ou condição física. O direito de escolher se quer ou não quer ter relação sexual. Direitos sexuais – cont. O direito de expressar livremente sua orientação sexual: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade. O direito de ter relação sexual, independentemente da reprodução. O direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids. • O direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e um atendimento de qualidade, sem discriminação. • O direito à informação e à educação sexual e reprodutiva. Direitos sexuais e reprodutivos Envolve o cuidado dos indivíduos e famílias inseridos em contextos diversos, onde é imprescindível realizar abordagens que considerem os aspectos sociais, econômicos, ambientais, culturais, entre outros, como condicionantes e/ou determinantes da situação de saúde. Necessário considerar mudanças no núcleo familiar (que deixa de ser pai, mãe e filhos) para outros tipos de família ADOLESCENTES O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) circunscreve a adolescência como o período de vida que vai dos 12 aos 18 anos de idade. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por sua vez, delimita a adolescência, período compreendido entre os 10 e os 19 anos, 11 meses e 29 dias; e a juventude como o período que vai dos 15 aos 24 anos. O Ministério da Saúde toma por base a definição da OMS e para referir-se ao conjunto de adolescentes e jovens, considera a faixa compreendida entre 10 e 24 anos. ADOLESCENTES O ECA, no que se refere ao adolescente, qualquer exigência, como a obrigatoriedade da presença de um responsável para acompanhamento no serviço de saúde, que possa afastar ou impedir o exercício pleno pelo adolescente de seu direito fundamental à saúde e à liberdade, constitui lesão ao direito maior de uma vida saudável (BRASIL, 2005a).
Portanto, constituem-se direitos fundamentais do
adolescente a privacidade, a preservação do sigilo e o consentimento informado Objetivos do Milênio 2017 a 2030 Objetivo 5 – Igualdade de Gênero Visa a erradicação de todas as formas de violência contra meninas e mulheres, uma das metas da Agenda 2030 é viabilizar que meninas e mulheres recebam os mesmos incentivos e oportunidades educacionais, profissionais e de participação política que meninos e homens, bem como o igual acesso a serviços de saúde e segurança. No Brasil 2006 - foram criados programas de redução da mortalidade infantil e materna, controle do câncer de colo de útero e da mama, saúde do idoso, promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica.
2007 - Programa Mais Saúde: Direito de
Todos - planejamento familiar
◦ A atenção em planejamento familiar implica não
só a oferta de métodos e técnicas para a concepção e a anticoncepção, mas também a oferta de informações e acompanhamento, num contexto de escolha livre e informada. Desafios na saúde sexual e reprodutiva no Brasil Foco na mulher adulta e pouco centrada em homens Predominam políticas voltadas ao ciclo gravídico-puerperal e à prevenção do câncer de colo de útero e de mama. É preciso ampliar a abordagem para outras dimensões que contemplem a saúde sexual em diferentes momentos do ciclo de vida e também para promover o efetivo envolvimento e corresponsabilidade dos homens. Princípios da Bioética Respeito à autonomia: as pessoas têm o direito de decidir sobre as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida. Na atenção à saúde, as ações devem ser autorizadas pelas pessoas. Beneficência: refere-se à obrigação ética de maximizar o benefício e minimizar o prejuízo. Não maleficência (ação que não faz o mal): a finalidade é reduzir os efeitos adversos ou indesejáveis das ações diagnósticas e terapêuticas no ser humano. Desse modo, a ação realizada deve causar o menor prejuízo ou agravo à saúde da pessoa. Princípios da Bioética Justiça e equidade: todas as pessoas devem ser tratadas com igual consideração, independentemente de sua situação socioeconômica, cultural, étnica, orientação sexual, religião, profissão, entre outras situações ou características. Por sua vez, as especificidades das pessoas e dos grupos devem ser levadas em conta, a partir do que os recursos e esforços devem ser direcionados em maior proporção àqueles que precisam mais ou estão em maior risco de adoecer/morrer, sem prejuízo da atenção à população como um todo. DIREITOS FUNDAMENTAIS Preservação de sigilo: a pessoa tem direito a ter resguardado o segredo sobre dados pessoais, por meio da manutenção do sigilo profissional, desde que isso não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública. Esse segredo abrange não só as informações expressas verbalmente, mas também aquelas registradas em prontuário. DIREITOS FUNDAMENTAIS Garantia de privacidade: visual e auditiva.
Consentimento informado: qualquer
procedimento deve ser informado, esclarecido em suas finalidades, formas/características, riscos etc. A pessoa faz escolhas com autonomia, compreendendo o que será realizado. Aos profissionais, recomenda-se que primeiro ouça, depois pergunte e depois se posicione, com o cuidado de: Não tomar decisões pelas pessoas, não impor escolhas, não emitir juízo de valor. Desenvolver atividades educativas e de aconselhamento. Somente realizar prescrições após avaliação clínica e oferecer acompanhamento periódico. O desenvolvimento da sexualidade
Quando nos tornamos mães ou pais?
Quando nos tornamos pais A criança começa a existir antes mesmo de sua concepção, no imaginário dos pais. de forma consciente e inconsciente, os pais ou os familiares constroem uma imagem do futuro filho, a partir de seus desejos e expectativas, incluindo-se aqueles relacionados à sexualidade. O bebê imaginário x real No pré-natal ou no nascimento, os pais podem se deparar com uma criança que não corresponde ao que esperavam. Descobrir que o bebê não corresponde ao desejado pode, por exemplo, ser motivo de angústias e frustrações. É fundamental que ocorra, então, um processo de elaboração, a partir da ressignificação do bebê idealizado. A não elaboração desse processo pode interferir no desenvolvimento da criança, incluindo a sua sexualidade. Esse é um aspecto muito importante a ser trabalhado na atenção pré-natal pelos profissionais de saúde. O bebê após o nascimento
Ao nascer, o bebê sai de um lugar
protegido e chega a um ambiente onde precisará vivenciar algumas frustrações. É por meio da receptividade, tanto emocional quanto cognitiva, dos pais e/ou de outras pessoas responsáveis pelo cuidado da criança, aos sinais que o bebê apresenta, que ele irá aprender a lidar com suas fantasias, medos e desconfortos. Disfunções Sexuais
As disfunções sexuais são problemas
que ocorrem em uma ou mais das fases do ciclo de resposta sexual, por falta, excesso, desconforto e/ou dor na expressão e no desenvolvimento dessas fases, manifestando-se de forma persistente ou recorrente. Por exemplo, homens que não tenham ereção ou tenham ejaculação precoce, mulheres que nunca tiveram ou frequentemente não tenham orgasmo. As disfunções sexuais muitas vezes deixam de ser diagnosticadas porque a pessoa não apresenta a queixa ou porque o profissional de saúde não aborda a questão, seja por sentir dificuldade em realizar essa abordagem, seja por não se sentir suficientemente preparado. Planejamento familiar
O planejamento familiar é definido no art. 2º
da Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, da seguinte forma: ◦ Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Parágrafo único – É proibida a utilização das ações a que se refere o caput para qualquer tipo de controle demográfico. (BRASIL, 1996). Planejamento familiar x planejamento reprodutivo Considerando que o planejamento pode ser realizado pelo homem e pela mulher, isoladamente, mesmo quando estes não querem instituir uma família. Por exemplo, o adolescente, o jovem ou o adulto, homem ou mulher, independentemente de ter ou não uma união estável ou de constituir uma família, pode fazer, individualmente ou com o(a) parceiro(a), uma escolha quanto a ter ou não ter filhos. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 300 p. : il.