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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA

Criado pelo Decreto Presidencial nº 168/12 de 24 de julho


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

SAÚDE DA MULHER

PLANEAMENTO FAMILIAR

Grupo nº
Curso: Enfermagem
3º Ano
Período: Tarde
Docente
_______________________

Luanda, 2024
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERNACIONAL DE ANGOLA
Criado pelo Decreto Presidencial nº 168/12 de 24 de julho
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

SAÚDE DA MULHER

PLANEAMENTO FAMILIAR

Integrantes do Grupo

1. Delfina Lino
2. Maria Sumbula
3. Suzana Boa Vida
4. Julieta Mussunde
5. Lima de Sousa
6. Helena Ambrósio
7. Rita Miranda
8. João Ambrósio

Luanda, 2024
ÍNDICE

INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................2
DEFINIÇÃO....................................................................................................................2
PLANEAMENTO FAMILIAR.......................................................................................2
Objetivos......................................................................................................................... 5
Métodos contraceptivos disponíveis................................................................................6
Métodos físicos ou de barreira.........................................................................................6
Vantagens e inconvenientes.............................................................................................6
Métodos hormonais......................................................................................................... 7
Métodos intra-uterinos.....................................................................................................9
Métodos cirúrgicos........................................................................................................ 10
Métodos naturais/ comportamentais..............................................................................12
A importância do Planeamento Familiar........................................................................17
CONCLUSÃO...............................................................................................................18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................19
INTRODUÇÃO

Planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem


ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família. É uma forma de assegurar
que as pessoas têm acesso a informação, a métodos de contracepção eficazes e seguros, a
serviços de saúde que contribuem para a vivência da sexualidade de forma segura e saudável.
A prática do planeamento familiar permite que homens e mulheres decidam se e quando
querem ter filhos, assim como programem a gravidez e o parto nas condições mais adequadas.

Tem como finalidade, contribuir para a saúde da mulher, da família e da criança. O


planejamento familiar pode envolver a consideração do número de filhos que uma mulher
deseja ter, incluindo a opção de não ter filhos, bem como a idade em que ela deseja tê-los e o
espaçamento entre o nascimento dos filhos. Esses assuntos são influenciados por fatores
externos, como a situação conjugal, considerações de carreira, posição financeira e quaisquer
deficiências que possam afetar sua capacidade de ter filhos e criá-los. Se for sexualmente
ativo, o planejamento familiar pode envolver o uso de métodos contraceptivos e outras
técnicas para controlar o tempo da reprodução.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

DEFINIÇÃO

Conforme ilustra Lisboa (2013, p. 40):

O Planejamento familiar é o direito que os representantes da entidade familiar (os


cônjuges ou, na união estável, os conviventes) têm livremente de deliberar acerca do
planejamento da família, em especial sobre a constituição, limitação e aumento da
prole e adoção dos meios lícitos necessários para o desenvolvimento físico, psíquico e
intelectual dos integrantes de sua família.

Planejamento familiar significa obter a informação correta para tomar decisões


informadas sobre o futuro: como mudar um local familiar, como mudar a vida de uma mulher
e como cuidar de sua saúde sexual e reprodutiva, tanto antes da gravidez como após o novo
filho ter nascido.

Ainda segundo o Ministério da Saúde em 2006:

Planejamento familiar é um conjunto de ações em que são oferecidos todos os


recursos, tanto para auxiliar a ter filhos, ou seja, recursos para a concepção, quanto
para prevenir uma gravidez indesejada, ou seja, recursos para a anticoncepção. Esses
recursos devem ser cientificamente aceitos e não colocar em risco a vida e a saúde das
pessoas, com garantia da liberdade de escolha.

O planejamento familiar é um direito sexual e reprodutivo e assegura a livre decisão


da pessoa sobre ter ou não ter filhos. Não pode haver imposição sobre o uso de métodos
anticoncepcionais ou sobre o número de filhos.

PLANEAMENTO FAMILIAR

O planejamento familiar consiste em um conjunto de ações preventivas e educativas,


que orientam a população sobre métodos para evitar a gravidez não planejada. São nove tipos
de contraceptivos disponíveis gratuitamente nas unidades de saúde, além de todas as
informações que homens e mulheres precisam para uma vida sexual segura.

O Planeamento Familiar serve para esclarecer dúvidas sobre a forma como o corpo se
desenvolve e o modo com funciona em relação à sexualidade e à reprodução tendo em conta a
idade da mulher; Informa-se sobre a gravidez; Prestam-se informações Informa-se sobre
anatomia e fisiologia da sexualidade humana e função reprodutiva; Faculta-se informação
completa, isenta e com fundamento científico sobre todos os métodos contraceptivos; É feito
acompanhamento clínico e na escolha do método contraceptivo; Fornecem-se, gratuitamente,
os métodos contraceptivos; Prestam-se esclarecimentos sobre as consequências de uma
gravidez não desejada; Presta-se ajuda na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de

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infecções sexualmente transmissíveis. Efectua-se o rastreio do cancro da mama e do cancro
do colo do útero; Faz-se o acompanhamento da gravidez e a preparação para o parto.

Mas os métodos contraceptivos ajudam a prevenir a gravidez não desejada, permitindo


a vivência da sexualidade de forma saudável e segura. O grau de eficácia varia de método
para método e em alguns casos, como com a pílula e o preservativo, o grau de eficácia
depende, também, da forma mais ou menos correcta e continuada de utilização do método.
Alguns têm contra-indicações e efeitos colaterais. Assim, antes de optar por um método
contraceptivo, deve marcar uma consulta de planeamento familiar ou consultar o seu médico,
pois há alguns factores que devem ser ponderados e analisados pelo médico ou profissional de
saúde, como, por exemplo, a idade e o estilo de vida, se tem ou pretende ter mais filhos, o
estado da saúde em geral, a necessidade de protecção contra infecções de transmissão sexual,
etc. E, sobretudo, lembre-se que a responsabilidade pela prevenção da gravidez não desejada
cabe sempre aos dois parceiros.

Às vezes, o planejamento familiar é usado como sinônimo ou eufemismo para acesso e


uso de contraceptivos. No entanto, muitas vezes envolve vários outros métodos e práticas,
além da contracepção. Além disso, há muitos que podem querer usar métodos contraceptivos,
mas não estão, necessariamente, planejando uma família (por exemplo, adolescentes solteiras,
jovens casais atrasando a gravidez durante a construção de uma carreira); o planejamento
familiar tornou-se uma expressão abrangente para grande parte do trabalho realizado nesse
campo. Noções contemporâneas de planejamento familiar, no entanto, tendem a colocar a
mulher e suas decisões de procriação no centro da discussão, já que as noções de
empoderamento das mulheres e autonomia reprodutiva ganharam força em muitas partes do
mundo. Geralmente é aplicado a um casal de mulheres e homens que desejam limitar o
número de filhos que têm e/ou controlar o tempo da gravidez (também conhecido como
espaçamento entre filhos).

Sabe-se que diversos eventos estão registrados desde o começo da humanidade, a


história da civilização é o maior testemunho da experiência concreta da ciência contábil, no
começo da civilização antiga, o homem já se utilizava da contabilidade, no controle de
alimentos de animais etc. sendo estes registrados através de desenhos em cavernas, como
modo de controle do cotidiano.

Ainda, de acordo com o que elucida Serejo (2004, p. 68), a respeito do planejamento
familiar:

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Não se deve reduzir esse debate, que é muito amplo, apenas à política de controle
demográfico. O tema envolve acurada análise relacionada com a saúde e a educação da
população, com maiores esclarecimentos e exigindo-se respeito para com seus protagonistas.

Para que o planejamento possa realizar-se de forma efetiva é necessário inicialmente


que os indivíduos possam buscar métodos que visam impedir o advento da gravidez em um
momento inoportuno, onde não se achem preparados para o exercício dos papéis parentais,
visto que a chegada de um filho traz grandes responsabilidades a seus genitores, que terão o 8
dever de assegurar que a criação e o desenvolvimento da prole sejam exercidos
apropriadamente.

Neste sentido é imprescindível que haja, para todos os cidadãos o acesso a métodos de
contracepção, proliferação de informações relativas à educação sexual e políticas públicas no
intuito de impedir a procriação em um momento impróprio, visto que a ausência do
planejamento pode vir a implicar graves consequências que certamente repercutirão sobre a
dignidade desse novo indivíduo e do seio familiar como um todo.

Outrossim, é de suma importância que na ocasião em que os cônjuges ou conviventes


optarem pelo aumento da família, é crucial que levem em conta suas condições materiais e
psíquicas para a criação de sua prole, visto que esse novo indivíduo necessitará de cuidados
imprescindíveis para a manutenção de sua vida. Por isso é importante que os genitores
possam estar estabelecidos na esfera patrimonial e psicológica, impedindo o
comprometimento da boa convivência familiar e a negligência em relação aos direitos
essenciais de sobrevivência.

A dignidade da pessoa humana trata-se de um princípio constitucional e um direito


assegurado a todos os indivíduos, em virtude de tratar-se de uma característica típica da
própria condição de ser humano. Deste modo, se somos seres humanos, temos a garantia, em
todas as esferas do direito, que a nossa dignidade seja respeitada, sendo assegurado um
mínimo existencial.

Segundo Sarlet (2001, p. 69):

A dignidade da pessoa humana é a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser


humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e
da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres
fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho
degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais
mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa
e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os
demais seres humanos.

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Assim sendo, os indivíduos, ao realizarem o devido planejamento familiar,
assegurando à possibilidade de existência de afeto, meios materiais e intelectuais,
impedimento de violências físicas e morais, dentro do núcleo familiar, garantem que seus
membros possam desfrutar de uma vida digna e equilibrada, que repercutirá perante todo o
contexto social, visto que quando uma pessoa é respeitada no que tange a seus direitos
individuais, principalmente na esfera familiar, esta irá transmitir esse respeito à dignidade dos
demais cidadãos existentes ao seu entorno, materializando-se gradualmente na sociedade.

Objetivos

Em 2006, os Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) emitiram


uma recomendação, encorajando homens e mulheres a formular um plano de vida
reprodutiva, para ajudá-los a evitar gravidezes indesejadas, melhorar a saúde das mulheres e
reduzir os resultados adversos da gravidez.

Criar uma criança requer uma quantidade significativa de recursos: tempo, social,
financeiro e ambiental. O planejamento pode ajudar a garantir que os recursos estejam
disponíveis. O objetivo do planejamento familiar é garantir que qualquer casal, homem ou
mulher que tenha um filho tenha os recursos necessários para cumprir essa meta. Com esses
recursos, um casal, homem ou mulher pode explorar as opções de parto natural, barriga de
aluguel, inseminação artificial ou adoção. No outro caso, se a pessoa não deseja ter um filho
no horário específico, ela pode investigar os recursos necessários para prevenir a gravidez,
como controle de natalidade, anticoncepcionais ou proteção e prevenção física.

Não há nenhum caso claro de impacto social a favor ou contra a concepção de uma
criança. Individualmente, para a maioria das pessoas, ter um filho ou não tem impacto
mensurável no bem-estar da pessoa. Uma revisão da literatura econômica sobre satisfação
com a vida mostra que certos grupos de pessoas são muito mais felizes sem filhos: Pais
solteiros; pais que trabalham e criam os filhos igualmente; músicas; o divorciado; os pobres;
aqueles cujos filhos têm mais de 3 anos; aqueles cujos filhos estão doentes.

No entanto, tanto os adotados quanto os adotantes relatam que ficam mais felizes após
a adoção. adoção também pode garantir os custos de deficiência pré-natal ou infantil, que
podem ser previstos com a triagem pré-natal ou com referência a fatores de risco dos pais. Por
exemplo, pais mais velhos e / ou idade materna avançada aumentam o risco de vários
problemas de saúde em seus filhos, incluindo autismo e esquizofrenia. (Sanchez, 2018).

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Métodos contraceptivos disponíveis

Actualmente, existem vários métodos contraceptivos, embora nenhum pode ser


considerado "o ideal", uma vez que todos têm vantagens e inconvenientes. Antes de optar por
um deles, deve, como já foi dito, procurar aconselhar-se sobre qual o mais adequado ao seu
caso, tendo em conta o grau de protecção proporcionado, a forma de utilização, as precauções,
efeitos secundários, etc.

Métodos físicos ou de barreira

Diafragma. O diafragma consiste numa membrana de borracha flexível reforçada na


extremidade livre com um aro metálico, o qual mantém o seu contorno circular, devendo ser
colocado no fundo da vagina, de modo a revestir o cérvix e impedir a entrada no útero do
sémen proveniente da ejaculação. De qualquer forma, como a adaptação da membrana ao colo
do útero não é perfeita, podendo até ser alterada ao longo do acto sexual, recomenda-se a
utilização simultânea de algum produto espermicida para que a adaptação seja mais
conveniente. Como existem diafragmas de várias medidas, com diâmetros que variam entre os
50 e os 100 mm, deve ser o médico a recomendar as dimensões mais adequadas após
comprovar, através de um exame vaginal, as do colo do útero.

Método de utilização. O diafragma deve ser colocado até 6 horas antes do coito, após
a aplicação de gel ou creme espermicida na parte côncava e nas extremidades, devendo ser
colocado nas mesmas posições utilizadas para se inserir um tampão: por exemplo, de cócoras
ou apoiando-se uma perna sobre uma cadeira. Após a ejaculação, o diafragma deve ser
mantido durante, no mínimo, 6 horas, mas nunca mais de 24 horas. Caso se efectuem vários
coitos, antes de cada um deve-se proceder à colocação de espermicida no fundo da vagina
com a ajuda de um aplicador. Uma vez retirado, deve ser lavado com água e sabonete suave,
deixando-o secar antes de o guardar numa caixa fechada e, caso se deseje, pode-se envolvê-lo
com algodão para que se conserve melhor até à sua próxima utilização.

Vantagens e inconvenientes

Em relação às vantagens, deve-se destacar que, se o diafragma for bem utilizado,


constitui um método contraceptivo inofensivo que em nada altera o funcionamento do
aparelho genital. Para além disso, caso seja associado a espermicidas, também proporciona
uma certa protecção, embora menor do que a do preservativo, face às doenças sexualmente
transmissíveis. Entre os inconvenientes, deve-se ter em conta que necessita de prescrição
médica e que a sua utilização deve ser ensinada por um médico que comprove a correcta
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colocação por parte da utilizadora. Para além disso, deve-se respeitar as normas de cuidado
mencionadas após cada utilização. Por último, algumas mulheres não consideram conveniente
terem de colocar o dispositivo antes do início da relação ou o facto de ter de o deixar colocado
várias horas após o coito.

Eficácia. Caso esteja associado a um espermicida, o diafragma tem uma taxa de


insucesso anual de 5 a 10 por cento, embora as falhas sejam proporcionadas especialmente
por uma má utilização. Caso seja utilizado correctamente, esta taxa de insucesso anual pode
diminuir para 2 por cento.

Preservativo Masculino. O preservativo masculino consiste numa membrana


cilíndrica de látex que deve ser colocada sobre o pénis em erecção, de modo a revesti-lo e a
reter no seu interior o sémen emitido na ejaculação. Embora o mercado seja, actualmente,
constituído por uma grande variedade de modelos de preservativos (de diferente espessura,
com a superfície mais ou menos rugosa, alguns lubrificados para favorecer a sua colocação,
etc.), em relação à sua forma existem dois tipos básicos: uns têm a extremidade plana e
arredondada, enquanto outros são constituídos na ponta por uma protuberância para reter o
sémen no seu interior após a ejaculação.

Método de utilização. O preservativo apenas deve ser colocado quando o pénis


estiver em erecção e antes de qualquer contacto do mesmo com os genitais femininos. Caso se
deseje, pode-se aplicar um lubrificante hidrossolúvel ou um gel espermicida sobre a superfície
do preservativo, embora se deva, por outro lado, evitar a utilização de vaselina, já que o
material plástico pode deteriorar-se. Após a ejaculação, deve-se retirar do pénis antes que se
perca a erecção, segurando o preservativo na base para se evitar que o sémen entre em
contacto com a vagina. Todos os preservativos utilizados devem ser inutilizados. Caso se
deseje continuar a relação sexual, deve-se evitar o contacto genital até se alcançar uma nova
erecção e colocar outro preservativo, com as mesmas precauções mencionadas.

Métodos hormonais

Anel Vaginal. A colocação deste dispositivo de material plástico no fundo da vagina,


de maneira semipermanente, proporciona a libertação de substâncias hormonais, cuja
absorção é feita pela mucosa vagina para a circulação sanguínea. Este processo origina um
efeito contraceptivo durante um período que, de acordo com o tipo de anel, varia entre as 3
semanas e os 6 meses. Nos modelos em que o anel liberta estrogénios e progestagénios em
quantidades suficientes para inibir a ovulação, deve ser colocado na vagina durante 3 semanas

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consecutivas seguindo-se um intervalo de 7 dias, de modo a proporcionar uma hemorragia
semelhante à menstruação. A sua eficácia é semelhante às tradicionais pílulas contraceptivas
combinadas. Os modelos de anéis vaginais que apenas libertam gestagénios em doses baixas
podem ser utilizados ininterruptamente durante três a seis meses. O mecanismo de acção e a
sua eficácia são, no mínimo, equivalentes às das minipílulas.

Implante subcutâneo. Este sistema consiste na implantação de um pequeno bastonete


que é inserido no braço sob a pele. Embora se trate de um procedimento simples efectuado
sob anestesia local, realizado em pouco mais de 15 minutos, o implante deve ser colocado
pelo médico. O implante contraceptivo existente no mercado é eficaz durante um período de 3
anos, sendo que após este período perde lentamente a sua eficácia, pelo que será necessário
substituí-lo ou utilizar outro método. O implante liberta uma hormona que evita a ovulação e
evita que o esperma alcance o útero. Está indicado para contracepção a longo prazo de
mulheres saudáveis entre os 18 e 40 anos.

Efeitos secundários e eficácia. Os efeitos secundários do implante subcutâneo são


muito semelhantes aos provocados pelas minipílulas, nomeadamente irregularidades
menstruais e, por vezes, perda de peso, dores nos seios e acne. Nos casos raros em que se
produz uma infecção na zona do implante, deve-se proceder ao seu oportuno tratamento
antibiótico, o que obriga, excepcionalmente, à extracção do implante. A sua eficácia é
elevada, superior a 99 por cento, proporcionando uma protecção contraceptiva que começa no
dia seguinte à sua inserção e que se prolonga durante 3 anos. Após a extracção do implante, a
mulher recupera imediatamente a sua fertilidade, podendo ficar grávida no primeiro ciclo
menstrual.

Injectáveis. Trata-se de um método contraceptivo que consiste numa injecção


intramuscular profunda de uma solução aquosa contendo acetato de medroprogesterona
(DMPA). A solução vai-se introduzindo lentamente na corrente sanguínea e, à semelhança da
pílula, inibe a ovulação e age sobre a mucosa do útero, tornando as secreções do colo do útero
mais espessas, constituindo assim uma barreira contra os espermatozóides. Cada injecção tem
um efeito até 3 meses (12 semanas) e tem um elevado nível de eficácia (cerca de 99 por
cento) 0,0 a 1,3 gravidezes por ano em cada 100 mulheres.

Vantagens e desvantagens. É um método que não requer rotina diária logo evita
esquecimento. Por outro lado, não interfere no prazer sexual, tem elevada eficácia e é de
cómoda administração. Apesar de tudo, a principal desvantagem é que não previne contra as

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doenças sexualmente transmissíveis, mas também porque tem de ser aplicado/administrado
por um especialista, leva ao ganho de peso e alterações no ciclo menstrual.

Adesivo. O adesivo contraceptivo é um adesivo impregnado de hormonas semelhantes


à da pílula e que são libertadas continuamente através da pele para a corrente sanguínea. Cada
adesivo tem efeito durante 7 dias e ao fim da terceira semana é feito um período de descanso.
O adesivo como método hormonal impede a ovulação e pode ser utilizado na parte de fora do
braço, na parte superior do tronco (costas), no abdómen ou na nádega. Poder-se-á seleccionar
um local diferente cada semana, mas seja qual for o local escolhido, o adesivo tem de
permanecer nesse local durante 7 dias. Pode-se utilizar no mesmo local, todas as semanas. No
entanto, deve evitar-se colocá-lo exactamente no mesmo ponto. O adesivo não deve ser
aplicado em pele vermelha, irritada ou com cortes. Deve aplicar-se na pele limpa e seca, sem
cremes, óleos ou loções.

Orais. Esta é a principal forma de contracepção hormonal, utilizada por dezenas de


milhões de mulheres em todo o mundo, corresponde à administração de compostos hormonais
de diversa composição por via oral. Consoante a sua composição, é possível distinguir dois
tipos fundamentais de contraceptivos orais: as pílulas combinadas, compostas por estrogénios
e progestagénios (produtos sintéticos com acções semelhantes às da progesterona natural), e
as minipílulas, apenas constituídas por gestagénios.

Pílulas combinadas. Constituída pela combinação de dois derivados sintéticos do


estrogénio e da progesterona. De acordo com o teor de cada um destes derivados, as pílulas
combinadas podem ser classificadas em monofásicas ou multifásicas. As primeiras utilizam
uma associação em doses baixas e fixas de estrogénio e progestagénio ao longo de todo o
ciclo. Já as multifásicas: também chamadas de bifásicas e trifásicas, utilizam uma associação
de estrogénio e progestagénio de baixa dosagem, das quais a dose deste último varia em duas
ou três fases ao longo do ciclo, respectivamente. Foram desenvolvidas com o objectivo de
reduzir os efeitos secundários dos contraceptivos orais, incluindo hemorragia durante o ciclo e
amenorreia, associados a níveis elevados de hormonas. A pílula combinada é uma forma
muito eficaz de controlo de nascimento. Quando as mulheres a tomam correctamente, menos
de 1 em 100 vai engravidar durante o primeiro ano de uso, no entanto, quase 8 em 100
utilizadoras típicas (8 por cento) vão engravidar.

Métodos intra-uterinos

DIU. Apesar de, actualmente, existir uma grande variedade de modelos de DIU,
confeccionados com vários materiais plásticos, de diferentes tamanhos e desenhos, os mais
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utilizados são os que têm a forma de 7 ou T, com barras transversais mais ou menos curvas,
constituídas com um fino filamento de cobre enrolado na sua extremidade central. O
dispositivo intra-uterino deve ser colocado pelo médico depois de efectuados todos os exames
para eliminar a existência de contra-indicações - infecções genitais, tumores uterinos, etc. -,
de ter medido a cavidade uterina e seleccionado o modelo mais adequado. Embora se possa
colocar o dispositivo a qualquer momento, este deve ser inserido durante a menstruação,
período ao longo do qual se sabe com certeza que não existe uma gravidez recente e quando a
sua realização é facilitada pelo facto de o canal cervical (canal que permite a comunicação
entre o interior do útero e a vagina) se encontrar mais dilatado. Dado que todo este
procedimento é bastante rápido e também praticamente indolor, não necessita da aplicação de
anestesia. Nos dias seguintes à inserção, a mulher não deve manter relações sexuais, sendo
preferível que utilize pensos higiénicos em vez de tampões. Por precaução, convém utilizar
outro método contraceptivo até à primeira consulta, ao fim de um mês, uma vez que durante
esse período a eficácia do DIU não oferece garantias suficientes.

Inconvenientes e complicações. Apesar de a utilização do DIU normalmente não


provocar grandes problemas, está intimamente ligada a menstruações mais abundantes e
duradouras, até mesmo um pouco mais dolorosas do que as habituais. Um possível
inconveniente é a predisposição para o desenvolvimento de infecções genitais, provocadas por
microorganismos com maior facilidade para aceder ao interior do útero através da ligação
estabelecida pelos fios que pendem para a vagina. A complicação mais grave é a ruptura
uterina, que ocorre se o dispositivo ficar preso na parede uterina ou até atravessá-la,
alcançando a cavidade abdominal. Embora se trate de um problema perigoso, felizmente é
muito raro caso o DIU seja colocado por profissionais. Uma outra complicação não tão
perigosa, mas que provoca a total perda de eficácia do método, é a expulsão do DIU, que
acontece até cerca de 2 por cento dos casos, existindo situações em que é praticamente indolor
e outras em que se produz durante a menstruação, passando totalmente despercebida. O
aparecimento de dores abdominais, mal-estar geral, febre e fluxo vaginal anómalo são sinais
que a devem alertar para procurar o seu médico.

Métodos cirúrgicos

Laqueação de trompas. A esterilização feminina baseia-se na realização de uma


intervenção cirúrgica ao longo da qual se bloqueia a continuidade das trompas de Falópio, os
canais onde se produz a união entre os óvulos libertados pelos ovários e os espermatozóides
provenientes do exterior, que sobem desde o útero. A operação denomina-se "laqueação das
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trompas", devido ao facto de se recorrer ao corte e laqueação destes canais. Deve-se referir
que a operação não altera em nada o funcionamento dos ovários, nem do restante aparelho
genital feminino, pois para além de não afectar as relações sexuais ou o desejo sexual,
também não modifica o ciclo menstrual normal.

Resultados e eficácia. A intervenção provoca uma imediata e permanente esterilidade,


tendo uma taxa de eficácia teórica de 100 por cento, ainda que raramente se produzam
insucessos devido a uma técnica cirúrgica deficiente ou devido a uma fusão espontânea de
alguma trompa.

Vasectomia. A esterilização masculina realiza-se através de uma simples intervenção


cirúrgica, denominada vasectomia, baseada no corte dos canais deferentes que impede a
passagem dos espermatozóides. É feita uma pequena incisão cirúrgica em cada um dos lados
do escroto, é removida uma porção de cada tubo (cerca de 1 cm), após o que as extremidades
são fechadas. O procedimento é simples, com recurso a anestesia local, pelo que o homem
regressa a casa no próprio dia. A esterilização é garantida praticamente a 100 por cento, mas
são precisos, em média, 3 meses para"limpar" os canais de todos os espermatozóides neles
existentes, o que corresponde a umas 15 a 20 ejaculações. Por isso, até lá é aconselhável o uso
de um método contraceptivo, até que seja feita a confirmação de azoospermia (sémen sem
espermatozóides) num espermograma de controlo.

Apesar de simples existem alguns riscos de reacção inflamatória ligeira. É, portanto,


necessário estar vigilante e contactar o médico se houver febre, dificuldade em urinar,
hemorragia no local da incisão, se for detectado algum nódulo no escroto (a bolsa que envolve
os testículos) ou se o inchaço próprio de uma cirurgia não desaparecer ou se agravar. Um
risco, ainda que raro, prende-se com a possibilidade de as extremidades dos canais deferentes
se voltarem a unir. Se acontecer, o homem pode engravidar uma mulher. Fora esta excepção,
após uma vasectomia os espermatozóides deixam de poder passar pelos canais deferentes e de
ser expelidos com o sémen, pelo que os testículos começam a produzir menos e mesmo essa
quantidade é absorvida pelo organismo. É uma forma de contracepção definitiva, radical que
inviabiliza a reprodução, mas não interfere com a vida sexual: o homem continua a manter
erecções e a ejacular, não sendo igualmente afectado na libido.

Métodos naturais/ comportamentais

Método do calendário (método de Ogino-Knaus). É um método que consiste em


anotar durante mais ou menos 1 ano a duração dos ciclos menstruais. Uma vez feita esta

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contagem, tem de se subtrair ao ciclo mais curto 18 dias e ao ciclo mais longo 11 dias. A
partir do momento em que estes resultados estão encontrados, o intervalo entre ambos, do
menor para o maior, indica o espaço de tempo no qual a mulher se encontra no período mais
fértil dos seus ciclos, onde ocorre a ovulação e é mais provável que aconteça uma gravidez.

Por exemplo, imaginemos que uma mulher contabilizou o seu ciclo mais curto com 26
dias e o seu ciclo mais longo com 30 dias. Então: 26 – 18 = 8 e 30 – 11 = 19. Quer isto dizer
que os dias mais férteis desta mulher são entre o 8º e o 19º dia do ciclo, dias em que não deve
ter relações sexuais ou, querendo-o, terá de utilizar um preservativo. Convém não esquecer
que o primeiro dia do ciclo é o primeiro dia em que aparece a menstruação. Dito de outra
forma: ao monitorizar os dias de fertilidade saberá determinar as fases inférteis do ciclo
menstrual. É um tipo de método contraceptivo, mas pode ser utilizada também para se
facilitar a obtenção da gravidez, fazendo-se uso adequado das fases férteis.

A monitorização da fertilidade é sempre usada para identificar a fase ou período fértil


da mulher, seja para obter a gravidez, seja para evitá-la ou ainda uma maneira monitorar a
saúde ginecológica. Por isto há quem considere esta monitorização como não sendo
propriamente um "método contraceptivo" já que pode igualmente ser utilizada para facilitar a
obtenção da gravidez principalmente por casais que têm problemas para engravidar. Neste
último caso seria um método conceptivo ou método concepcional, no sentido afirmativo da
expressão. O método contraceptivo propriamente seria a abstinência sexual periódica que se
faria valendo-se da monitorização.

Métodos contracepção de emergência. A contracepção de emergência tem por


finalidade impedir a ovulação ou prevenir a implantação se a relação sexual ocorreu nas horas
ou dias que antecederam a ovulação. Ou seja, num momento em que existe maior
probabilidade de ocorrer a fertilização. Também pode prevenir a implantação. Torna-se
ineficaz logo que se inicia o processo de implantação do ovo. Este método não interrompe
uma gravidez que já se tenha iniciado, por isso deve ser utilizado até 72 horas após uma
relação sexual não protegida ou em caso de falha de um método contraceptivo, como o
rompimento do preservativo; esquecimento da pílula contraceptiva oral para além do prazo
máximo admitido após a última toma; expulsão do DIU; remoção antecipada ou deslocamento
de um diafragma vaginal; relação sexual durante o período supostamente fértil quando se
optou pelo método da abstinência periódica (método das temperaturas) ou em caso de
violação.

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O direito ao planeamento familiar. O direito ao Planeamento Familiar é garantido a
todos pela Constituição da República Portuguesa, cuja Lei determina, por exemplo, que os
métodos contraceptivos sejam fornecidos gratuitamente nos centros de saúde e hospitais
públicos. Todas as pessoas têm direito independentemente do estado civil.

Vias de administração. A via de administração compreende a forma como o


medicamento entrará em contato com o organismo, para exercer sua atividade farmacológica.
De acordo com algumas condições, como o objetivo a ser alcançado, as propriedades do
medicamento, ou as condições clínicas do paciente, haverá a indicação para uma via de
administração específica, que apresentará suas vantagens e desvantagens. Podem ser
classificadas em dois grandes grupos, sendo a via enteral e a parenteral. Compreende a via
enteral as vias oral, sublingual e a retal. Do grupo da via parenteral fazem parte as vias
intravenosa, intramuscular, subcutânea, respiratória e tópica, entre outras.

Via enteral (oral). É a via mais utilizada, por apresentar características como a
segurança, economia, além da facilidade de administração e não causar dor. Contudo, são
contraindicadas para pacientes que apresentam náuseas, vômitos, desacordados ou com
dificuldade de deglutição, como crianças menores. Possuem também a capacidade de
identificação pelo paciente, por apresentar diferentes formas e cores. Comprimidos, drágeas,
cápsulas, xaropes, suspensões e elixires são algumas das formas farmacêuticas empregadas
nesta via de administração. Sofrem absorção intestinal e estomacal, principalmente.

Via sublingual. Esses medicamentos são geralmente administrados em situações de


emergência, que requer rápida ação, pois são rapidamente absorvidos através da mucosa
sublingual. Apresentam-se em comprimidos ou gotas, sendo colocados sob a língua, devendo
permanecer no local até a sua completa absorção. Exemplos de sua aplicação são casos de
hipertensão ou infarto cardíaco.

Via retal. São utilizados quando há contraindicação da administração pela via oral.
Compreende as formas de supositórios, podendo exercer efeito local ou sistêmico,
dependendo da formulação. Também são utilizados por esta via os enemas.

Via parenteral. Os medicamentos administrados por esta via necessitam de


dispositivos auxiliares, como agulhas e seringas, sendo esses métodos considerados invasivos.
São indicados quando a administração pela via oral não é recomendada e/ou quando requer
rápida ação.

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Via intradérmica (id). Medicamentos administrados na derme, utilizada para reações
de hipersensibilidade, como nos casos de teste de alergia. Via restrita, devido à capacidade de
administração de pequenos volumes (0,1 a 0,5 ml).

Vias sublingual e bucal. Alguns medicamentos são colocados sob a língua (tomados
via sublingual) ou entre a gengiva e os dentes (via bucal) para que possam se dissolver e ser
absorvidos diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos que ficam sob a língua. Esses
medicamentos não são ingeridos. A via sublingual é especialmente boa para nitroglicerina,
que é utilizada para aliviar a angina, devido à sua absorção rápida e ao fato de o medicamento
entrar imediatamente na corrente sanguínea, sem necessidade de passar primeiro pela parede
intestinal e pelo fígado. No entanto, a maioria dos medicamentos não pode ser administrada
dessa forma, porque eles podem ser absorvidos de maneira incompleta ou indevida.

Via subcutânea (sc). Administração de medicamentos sob a pele, no tecido


subcutâneo. Os locais de administração incluem as regiões superiores externas dos braços,
abdome, região anterior das coxas e superior do dorso. A fim de evitar iatrogenias, os locais
de administração devem ser variados. Os medicamentos mais utilizados são a heparina e
insulina, assim como algumas vacinas.

Via intramuscular (im). Administração feita diretamente no músculo, utilizada para


determinados tipos de formulações, como soluções oleosas ou suspensões, que requerem uma
absorção a longo prazo. O volume deve ser avaliado, pois irá depender da massa muscular do
indivíduo, evitando complicações. Os músculos mais utilizados são o vasto lateral da coxa, o
glúteo e o músculo deltoide.

Via endovenosa. Também chamada de via intravenosa, consiste na administração


diretamente na corrente sanguínea, através da veia. Pode incluir uma única dose, ou
administração por infusão contínua, no soro fisiológico ou glicosado. Medicamentos com
características incompatíveis a administração pela via oral, como os passíveis de degradação
pelo suco gástrico, ou de difícil absorção também devem ser utilizados por esta via.
Desvantagens incluem a dor e possibilidade de infecções.

Via respiratória. Administração na forma de nebulização ou pó inalatório.


Empregada para pacientes com problemas respiratórios. Apresenta efeito local
(descongestionante nasal ou medicamentos antiasmáticos) ou sistêmico (anestesia inalatória),
sendo que a administração é feita através da boca. Os medicamentos se apresentam na forma
de gás ou pó, percorrendo a via respiratória e desenvolvendo a sua ação.

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Via ocular, intranasal e auricular. Medicamentos aplicados localmente. Na via
ocular, os medicamentos se apresentam nas formas de colírio ou pomadas. As formulações
para via nasal, incluindo os descongestionantes nasais, estão na forma de solução, enquanto
que para a via auricular se encontram na forma de solução otológica. Outra via inclui a
vaginal, utilizada para a administração de medicamentos que induzem o trabalho de parto.

Via vaginal. Alguns medicamentos podem ser administrados a mulheres por via
vaginal na forma de solução, comprimido, creme, gel, supositório ou anel. O medicamento é
lentamente absorvido pela parede vaginal. Esta via é usada com frequência para administrar
estrogênio a mulheres durante a menopausa para aliviar sintomas vaginais, como secura, dor e
vermelhidão.

Via ocular. Os medicamentos utilizados para tratar os problemas oculares (como


glaucoma, conjuntivite e lesões) podem ser misturados com substâncias inativas para
produção de um líquido, gel ou pomada para serem aplicados no olho. Colírios em forma
líquida são de uso relativamente fácil, mas podem sair dos olhos muito rapidamente,
impedindo uma boa absorção. Fórmulas em gel e pomada mantêm o medicamento em contato
com a superfície do olho durante mais tempo, mas podem embaçar a visão. Também estão
disponíveis apresentações sólidas para inserção ocular, que liberam o medicamento de forma
contínua e lenta, mas esses produtos podem ser de difícil aplicação e manutenção no local
exato. Os medicamentos oculares são utilizados quase sempre devido a seus efeitos locais. Por
exemplo, lágrimas artificiais são utilizadas para aliviar a secura dos olhos. Outros
medicamentos (por exemplo, os utilizados para tratar glaucoma [veja a tabela Medicamentos
usados para tratar glaucoma], como acetazolamida e betaxolol, e os que são utilizados para
dilatar as pupilas, como fenilefrina e tropicamida) produzem um efeito local (agindo
diretamente nos olhos) depois de serem absorvidos através da córnea e conjuntiva. Alguns
desses medicamentos entram na corrente sanguínea e podem causar efeitos colaterais
indesejáveis em outras partes do corpo.

Via otológica. Medicamentos usados para tratar inflamação e infecção de ouvido


podem ser aplicados diretamente nos ouvidos afetados. Gotas para ouvidos contendo soluções
ou suspensões são tipicamente aplicadas apenas no canal auricular externo. Antes de aplicar
gotas para ouvidos, as pessoas devem limpar cuidadosamente os ouvidos com um pano úmido
e secá-los. A menos que os medicamentos sejam utilizados por um longo período ou
utilizados em excesso, uma pequena quantidade de medicamento entra na corrente sanguínea,
logo, os efeitos colaterais generalizados são ausentes ou mínimos. Os medicamentos que

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podem ser administrados por via otológica incluem hidrocortisona (para aliviar a inflamação),
ciprofloxacino (para tratar infecção), e benzocaína (para insensibilizar os ouvidos).

Via nasal. Caso um medicamento deva ser inalado e absorvido através da fina
membrana mucosa que reveste as fossas nasais, ele precisa ser transformado em pequenas
gotículas no ar (atomizado). Uma vez absorvido, o medicamento entra na corrente sanguínea.
Medicamentos administrados por essa via costumam atuar rapidamente. Alguns deles irritam
as vias nasais. Os medicamentos que podem ser administrados por via nasal incluem nicotina
(para deixar de fumar), calcitonina (para osteoporose), sumatriptana (para enxaqueca) e
corticosteroides (para alergias).

Via inalatória. Os medicamentos administrados por inalação pela boca devem ser
atomizados em partículas menores do que os administrados por via nasal, para que seja
possível que o medicamento passe pela traqueia e entre nos pulmões. A profundidade atingida
pelo medicamento nos pulmões depende do tamanho das gotículas. Gotículas menores
alcançam maior profundidade, o que aumenta a quantidade de medicamento absorvido. No
interior dos pulmões, elas são absorvidas e entram na corrente sanguínea.

Relativamente poucos medicamentos são administrados dessa forma, pois a inalação


deve ser controlada cuidadosamente para que a pessoa receba a quantidade correta de
medicamento em um determinado período. Além disso, pode ser necessário um equipamento
especializado para administrar o medicamento por essa via. Geralmente, este método é
utilizado para administrar medicamentos que agem especificamente nos pulmões, tais como
aerossolizados medicamentos antiasmáticos em recipientes de doses controladas (chamados
inaladores), e para administrar gases utilizados para anestesia geral.

Via por nebulização. Similar à via inalatória, medicamentos administrados por


nebulização devem ser aerossolizados em pequenas partículas para alcançarem os pulmões. A
nebulização requer o uso de dispositivos especiais, geralmente sistemas ultrassônicos ou
nebulizadores a jato. A utilização apropriada de um dispositivo ajuda a aumentar a quantidade
de medicamento liberado nos pulmões. Os medicamentos que são nebulizados incluem
tobramicina (para fibrose cística), pentamidina (para pneumonia provocada por Pneumocystis
jirovecii) e albuterol (para ataques de asma).

Os efeitos colaterais podem incluir aqueles que ocorrem quando o medicamento é


depositado diretamente nos pulmões (tais como tosse, sibilos, falta de ar e irritação
pulmonar), disseminação do medicamento no meio ambiente (possivelmente afetando outras
pessoas diferentes daquelas que tomam o medicamento), e contaminação do dispositivo
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utilizado para nebulização (particularmente quando o dispositivo é reutilizado e
inadequadamente limpo). Utilizar o dispositivo adequadamente ajuda a evitar efeitos
colaterais.

A importância do Planeamento Familiar

O planejamento familiar é o direito que toda pessoa tem de optar em ter ou não ter
filhos, por meio de uma assistência especializada e com informação. Estas informações são
ofertadas por intermédio da atenção básica durante o programa de planejamento familiar.

O planejamento familiar deve ser o elemento principal na prevenção de doenças


sexualmente transmissíveis e de gravidez indesejadas, devendo os profissionais na área de
saúde utilizar métodos individuais e coletivos para orientar as pessoas que buscam os
serviços, oferecendo as informações necessárias para a escolha do melhor método
anticoncepcional. Essas orientações e métodos são ofertados pelos serviços de saúde na
atenção básica, que é primeiro contato dos indivíduos com o sistema de saúde. É consensual
que os países que adotam princípios da atenção básica geram os melhores resultados

Outros aspectos do planejamento familiar incluem educação sexual, prevenção e


manejo de infecções sexualmente transmissíveis, aconselhamento e manejo pré-concepção e
da infertilidade. O planejamento familiar, conforme definido pelas Nações Unidas e pela
Organização Mundial da Saúde, abrange os serviços que antecederam a concepção. O aborto
não é considerado um componente do planejamento familiar, embora o acesso à contracepção
e ao planejamento familiar reduza a necessidade de aborto.

Às vezes, o planejamento familiar é usado como sinônimo ou eufemismo para acesso e


uso de contraceptivos. No entanto, muitas vezes envolve vários outros métodos e práticas,
além da contracepção. Além disso, há muitos que podem querer usar métodos contraceptivos,
mas não estão, necessariamente, planejando uma família (por exemplo, adolescentes solteiras,
jovens casais atrasando a gravidez durante a construção de uma carreira); o planejamento
familiar tornou-se uma expressão abrangente para grande parte do trabalho realizado nesse
campo. Noções contemporâneas de planejamento familiar, no entanto, tendem a colocar a
mulher e suas decisões de procriação no centro da discussão, já que as noções de
empoderamento das mulheres e autonomia reprodutiva ganharam força em muitas partes do
mundo. Geralmente é aplicado a um casal de mulheres e homens que desejam limitar o
número de filhos que têm e/ou controlar o tempo da gravidez (também conhecido como
espaçamento entre filhos). O planejamento familiar mostrou reduzir as taxas de natalidade de
adolescentes e de mulheres solteiras.
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CONCLUSÃO

Em suma o planeamento familiar é o conjunto de ações e serviços que têm, como


finalidade, contribuir para a saúde da mulher, da família e da criança. O planejamento familiar
pode envolver a consideração do número de filhos que uma mulher deseja ter, incluindo a
opção de não ter filhos, bem como a idade em que ela deseja tê-los e o espaçamento entre o
nascimento dos filhos.

Esses assuntos são influenciados por fatores externos, como a situação conjugal,
considerações de carreira, posição financeira e quaisquer deficiências que possam afetar sua
capacidade de ter filhos e criá-los. Se for sexualmente ativo, o planejamento familiar pode
envolver o uso de métodos contraceptivos e outras técnicas para controlar o tempo da
reprodução.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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familiar no SUS? (24/06/2022). Disponível em:
https://www.al.pi.leg.br/tv/noticias-tv-1/saude-da-mulher-o-que-e-servico-de-planejamento-
familiar-no-sus.
COELHO, EAC; LUCENA, MFG; SILVA, ATM. Política de Planejamento Familiar em João
Pessoa - PB: análise das contradições existentes entre o discurso oficial e a prática. Rev. Esc.
Enf. USP [Internet]. 2000 (acesso em 16 de junho 2015); 34(2): 119-27. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid =S0080- 62342000000200001&script=sci_art text.
CURITIBA. Prefeitura. Programa mãe curitibana: planejamento familiar e risco reprodutivo.
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https://www.scielo.br/j/rbem/a/ryFtp6zqzDzKyWh47N5bWdM/.
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na
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SEREJO, Lourival. Direito Constitucional da Família, Belo Horizonte: Livraria Del Rey
Editora, 2. Ed, 2004.
WIKIPEDIA. Planejamento familiar. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Planeja
mento_familiar.

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