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Universidade dos Açores

Escola Superior de Saúde

Enfermagem de Saúde Materna

Módulo 1 – Temática: Saúde reprodutiva sexual da mulher


1.1. Planeamento familiar – Conceitos, atividades e
competências.

Ana Cristina Dias–2022


Objetivos pedagógicos
• Conceito planeamento familiar;
• Identificar os objetivos do planeamento familiar em Portugal, tendo por
base as orientações emanadas pela DGS, no âmbito da saúde reprodutiva
e planeamento familiar;
• Identificar as atividades preconizadas no âmbito do planeamento familiar
em Portugal, tendo por base as orientações emanadas pela DGS, no
âmbito da saúde reprodutiva e planeamento familiar ;
• Explicar a importância e os princípios básicos do aconselhamento em
contraceção ;
• Explicar a importância dos cuidados pré concecionais;
• Relembrar conhecimentos acerca dos aparelho reprodutivo masculino e
feminino e do ciclo reprodutivo feminino;
• Discutir relativamente a cada tipo de método: em que consiste;
vantagens; desvantagens; eficácia; contraindicações; efeitos colaterais;
condições para utilização e modo de utilização.
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Conceito de Planeamento Familiar

Sociedade Portuguesa de Ginecologia ; Sociedade Portuguesa da Contracepção e Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução
(Org.) (2011). Consensos sobre contracepção 2011. Disponível em http://www.spdc.pt/files/publicacoes/11_11363_2.pdf

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Conceito de Planeamento Familiar
• OMS – “Uma certa maneira de pensar e viver, aceite
voluntariamente pelos indivíduos e casais, assim como o
conhecimento das atitudes e decisões tomadas a fim de
promover a saúde e bem estar da família”.

• APF – “É toda a atividade que tenha por objetivo regular


voluntariamente a fecundidade de um casal, ou seja, regular os
nascimentos utilizando para o efeito determinadas técnicas”.

• DGS – “O conceito de saúde reprodutiva implica que as pessoas


possam ter uma vida sexual satisfatória e segura e que tenham
a capacidade de se reproduzir e decidir se, quando e com que
frequência o fazem…” (Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e
Desenvolvimento , Cairo 1994)

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Conceito de Planeamento Familiar
(DGS, Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, disponível em: www.saudereprodutiva.dgs.pt)

A saúde reprodutiva pressupõe o direito de cada indivíduo a ser


informado e a ter acesso a métodos de planeamento familiar da
sua escolha, que sejam seguros, eficazes e aceitáveis e, ainda, a
serviços de saúde adequados, que permitam às mulheres terem
uma gravidez e um parto em segurança e ofereçam aos casais as
melhores oportunidades de terem crianças saudáveis.
Abrange, também, o direito à saúde sexual, entendida como
potenciadora da vida e das relações interpessoais.

Os cuidados a prestar em Saúde Reprodutiva constituem um


conjunto diversificado de serviços, técnicas e métodos que
contribuem para a saúde e o bem-estar reprodutivos.

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Objetivos Planeamento Familiar
(DGS, Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, disponível em: www.saudereprodutiva.dgs.pt)

•Promover a vivência da sexualidade de forma saudável e


segura;
•Regular a fecundidade segundo o desejo do casal;
•Preparar para a maternidade e a paternidade responsáveis;
•Reduzir a mortalidade e a morbilidade materna, perinatal e
infantil;
•Reduzir a incidência das ITS e as suas consequências,
designadamente, a infertilidade;
•Melhorar a saúde e o bem-estar dos indivíduos e da
família.

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Atividades Planeamento Familiar
(DGS, Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, disponível em: www.saudereprodutiva.dgs.pt)

Os vários elementos da saúde reprodutiva estão intimamente


interligados, daí que a melhoria de um facilita a melhoria dos outros
e, de igual modo, a deterioração de um condiciona a deterioração
dos outros. Assim a E.S tem uma influência positiva na: sexualidade,
gravidez, infertilidade, vigilância pré-concecional e pré-natal.

As atividades de Planeamento Familiar são, nesse contexto, uma


componente fundamental da prestação integrada de cuidados em
saúde reprodutiva e nessa perspetiva, a consulta de PF deve
assegurar, também, outras atividades de promoção da saúde tais
como:
•informação e aconselhamento sexual;
•prevenção e diagnóstico precoce das ITS, do cancro do colo do útero e da mama;
•prestação de cuidados pré-concecionais e no puerpério;
• prevenção do tabagismo e uso de drogas ilícitas.

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Atividades Planeamento Familiar (cont.)
• Informar sobre os benefícios do espaçamento adequado das gravidezes;
• Esclarecer sobre as vantagens de regular a fecundidade em função da idade;
• Elucidar sobre as consequências da gravidez não desejada;
• Informar sobre a anatomia e a fisiologia da reprodução;
• Facultar informação completa, isenta e com fundamento científico sobre todos os métodos
contracetivos;
• Proceder ao acompanhamento clínico, qualquer que seja o método contracetivo escolhido;
• Fornecer, gratuitamente, os contracetivos;
• Prestar cuidados pré-concecionais tendo em vista a redução do risco numa futura gravidez;
• Identificar e orientar os casais com problemas de infertilidade;
• Efetuar a prevenção, diagnóstico e tratamento das ITS;
• Efetuar o rastreio do cancro do colo do útero e da mama, quando estes não se encontrem
organizados de forma autónoma;
• Reconhecer e orientar os indivíduos/casais com dificuldades sexuais;
• Promover a adoção de estilos de vida saudáveis.

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Os princípios básicos do aconselhamento
em PF
(DGS, Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, disponível em: www.saudereprodutiva.dgs.pt)

• Criar empatia.
• Saber escutar e estabelecer um clima de confiança.
• Interagir.
• Encorajar a pessoa a falar e a colocar questões.
• Adequar a informação à pessoa em presença.
• Saber ouvir e compreender as necessidades específicas de cada situação. Por
exemplo: um/a adolescente pode ter necessidade de saber mais sobre
métodos temporários, do que um casal cujo interesse incida especialmente em
métodos de contraceção definitiva.
• Evitar informação excessiva. Demasiada informação não permite reter o
essencial. Por outro lado, tempo exagerado dedicado à informação pode
tornar escasso o necessário para discutir e esclarecer dúvidas.

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Os princípios básicos do aconselhamento
em PF (cont.)
(DGS, Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, disponível em: www.saudereprodutiva.dgs.pt)

• Fornecer o método escolhido. É frequente que um/a novo/a utilizador/a


manifeste preferência por um contracetivo; o aconselhamento deve iniciar-se
a propósito desse método, comparando-o, depois, com outros similares. Não
havendo razões de carácter médico que o impeçam, o método fornecido deve
ser o escolhido pelo/a utente.
• Assegurar que a informação foi compreendida.
• Resumir os aspetos mais importantes a reter e fornecer, sempre que possível,
material informativo impresso.
• Reavaliar, nas consultas seguintes, a correta utilização do método.
• Encorajar o contato com o enfermeiro ou o médico, sempre que surjam
dúvidas, problemas ou desejo de mudar de contracetivo.

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http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/home.aspx
13
http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/home.aspx
14
http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/home.aspx
15
http://www.saudereprodutiva.dgs.pt/home.aspx
Cuidados pré-concecionais

Direção Geral da Saúde (2006). Circular Normativa n.º 2/DSMIA de 16.01.2006 sobre prestação de cuidados pré-
concepcionais Disponível em http://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/circular-
informativa-n-01dsmia-de-16012006.aspx 16
Cuidados pré-concecionais

Direção Geral da Saúde (2006). Circular Normativa n.º 2/DSMIA de 16.01.2006 sobre prestação de cuidados pré-
concepcionais Disponível em http://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/circular-
informativa-n-01dsmia-de-16012006.aspx 17
Cuidados pré-concecionais

Direção Geral da Saúde (2006). Circular Normativa n.º 2/DSMIA de 16.01.2006 sobre prestação de cuidados pré-
concepcionais Disponível em http://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/orientacoes-e-circulares-informativas/circular-
informativa-n-01dsmia-de-16012006.aspx 18
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1.2. Ciclo Ovárico

Ana Cristina Dias–2016


O Beijo – 1908, Gustav Klimt
Relembrando…

O sistema reprodutor feminino é constituído por:

Gónadas ou glândulas
sexuais: Ovários

Vias genitais: Trompas de Falópio, Útero


e Vagina
Órgão genital externo: Vulva
Sistema Reprodutor
Vias Genitais Feminino
Órgãos genitais
externos

Trompas de Falópio:
Conduzem os óocitos II ao
útero e ao local onde serão Gónadas
fecundados.
Vulva:
Orifício genital: é o local
por onde é expulsa a
criança (apenas aquando do parto) e o
Útero: Local onde é Ovários: Produzem fluxo sanguíneo.
alojado e desenvolvido o óocitos II e hormonas
novo ser até ao seu (progesterona e Orifício urinário: local por
nascimento. estrogénios) onde é expulsa a urina.

Clítoris: é o órgão que dá


a sensibilidade sexual.

Vagina: recebe os
espermatozóides durante a cópula. Lábios: protegem todo
este conjunto
Glândulas de Bartholin: elaboram
uma secreção mucosa que é
responsável pela humidade
existente na vagina criando assim
um ambiente ácido o qual evita o
aparecimento de infecções
Onde
Onde se
se encontram
encontra o as
gónadas
vias
órgão femininas?
genitais
genitalfemininas?
externo
feminino?

Trompa 1.
de
Falópio

2.
Ovário

Útero3. 7.
Cérvix ou colo
do útero

Bexiga Recto

Uretra 8.Vagina
4.
Clítoris Ânus
Orifício da
Pequeno
5. 9.
vagina
Vulva lábio

Grande 10.
Orifício da
lábio6. uretra
Gametogénese: conjunto de processos maturativos que
culminam com a libertação de um ovócito maduro apto para
ser fecundado.

Oogénese: conjunto de transformações que conduz à


formação de óvulos.
óvulo

Espermatogénese: conjunto de transformações


que conduz à formação de espermatozóides.
espermatozóide
Regulação do Sistema Reprodutor Feminino

A regulação hormonal da mulher é controlada pelo complexo


hipotálamo-hipófise através das gonadotrofinas.

Hipotálamo Gonadotrofinas
Hipófise
- FSH (Folículo-estimulante)

- LH (Lúteina-estimulante)
Regulação hormonal na mulher
SNC

Hipótalamo

GnRh
Hipófise

FSH LH

Ovários
folículos Corpo lúteo

Estrogénios progesterona

Útero
Ovários

É nos ovários que se formam os


gâmetas femininos – Ovócitos.
A produção dos gâmetas femininos
inicia-se no 4.º mês de gestação.
As células que vão formar os
ovócitos já estão presentes na
criança recém-nascida e fazem Folículo

parte de estruturas denominadas


folículos ováricos.
Ovócito
Os folículos ováricos estão em
repouso até à puberdade.
Oogénese
Folículo primordial com
células foliculares
Ovogónia Durante a vida fetal

Folículo primário Ovócito I

Folículo secundário Ovócito I Início do desenvolvimento do


folículo na puberdade

Folículo terciário Ovócito I Em cada mês

Folículo de Graaf Ovócito II Óvulo

Ovulação Fecundação
Oogénese
Célula Germinativa 2n

Período de
2n multiplicação
oogónias mitose

2n

Crescimento
sem divisão
Período de
oócito I crescimento
2n celular

Período de
oócito II n n maturação
Meiose
Ciclo Sexual Feminino ou Éstrico

•O ciclo sexual é um conjunto de processos cíclicos que compreendem


alterações nos ovários e no útero de uma mulher em idade fértil.

• A duração de cada ciclo compreende o período de tempo que decorre desde


o primeiro dia de menstruação até à véspera da menstruação seguinte.

• A duração é em média de 28 dias, podendo variar segundo os indivíduos


com a idade e com outros fatores, como o stress.
Ciclo Ovárico

Ciclo Sexual Feminino ou Éstrico


Ciclo Uterino
Ciclo Ovárico Zona medular

Divide-se em:
Corpo
amarelo
degenerado

Corpo
Ovócito
amarelo
Zona cortical

1.Fase folicular: Ocorre durante 14 dias, antes da ovulação.


Caracteriza-se pelo desenvolvimento folicular no ovário estimulado pela
FSH. Apenas um folículo atinge a maturação, degenerando os restantes.
As células foliculares produzem estrogénios.
Fase Folicular Ovulação

2.Ovulação: rompimento da parede do ovário e do folículo, ocorre no 14.º dia,


por aumento da LH. O folículo maduro rompe-se e dá-se a expulsão do
ovócito, que entra na trompa de Falópio.

- Mede cerca de 0,15mm. Ovócito


- Possui um citoplasma rico em substâncias de reserva que vão
servir para a nutrição do embrião nos primeiros dias.
Fase Folicular Ovulação Fase Luteínica

3. Fase Luteínica ou do corpo amarelo - Ocorre durante 14 dias, após a


ovulação. É a formação, evolução e regressão do corpo amarelo ou corpo lúteo,
que resulta do que resta da estrutura folicular (células folículares) que ficou no
ovário após a ovulação,t ransformamdo-se numa estrutura com um pigmento
amarelo. A hormona LH promove o desenvolvimento do corpo amarelo e este
produz, além de uma pequena quantidade de estrogénios, a outra hormona sexual,
a progesterona.
Ciclo Ovárico
14 dias
Ovócito I

Folículos
Primordiais

Corpo amarelo
degenerado -
Cicatriz Folículo maduro
ou
Folículo de Graaf
s
14 dia

Corpo amarelo Ovócito II


desenvolvido

Ovulação
Ciclo Uterino
• O útero é um órgão de paredes musculares revestidas internamente
por um tecido rico em vasos sanguíneos e em glândulas, que constitui a
mucosa uterina ou endométrio.

• O endométrio experimenta uma série de transformações durante o


ciclo, com o objetivo de criar condições para acolher o ovo ou zigoto.

Fase Fase
Fase Secretora
Menstrual Proliferativa
Ciclo Uterino

Tem uma duração média de 28 dias.


Divide-se em:

Fase menstrual: desagregação parcial do endométrio, por contração e rompimento


dos vasos sanguíneos ficando reduzido a 1 mm de espessura. As hemorragias,
juntamente com restos da mucosa, constituem um fluxo que dura cerca de 5 dias – a
menstruação.
Ciclo Uterino

Fase reparativa ou proliferativa: proliferação das células do endométrio que


regenera e vasculariza até atingir 6mm de espessura. Desenvolvem-se glândulas.
Ocorre, em média, entre o 5º e o 14º dia. Coincide com a fase folicular do ovário. O
final desta fase é marcado pela ovulação.
Tem a duração de cerca de 9 dias.
Ciclo Uterino

Fase secretora: O endométrio atinge a máxima espessura (até 8 mm) e vascularização.


As glândulas da mucosa produzem secreções. O útero prepara-se para receber o
embrião caso ocorra fecundação. Se não ocorrer fecundação, inicia-se uma nova
fase menstrual, iniciando-se outro ciclo.
Tem a duração de cerca de 14 dias.
Ciclo Uterino

Fase menstrual Fase reparativa Fase secretora


Ciclo Uterino

Fase Fase Fase


menstrual reparativa secretora
As células do epitélio do colo do útero produzem um muco, cujo aspeto varia
ao longo do ciclo menstrual:

Facilita a penetração dos Não facilita a penetração dos


espermatozóides espermatozóides
Regulação hormonal ao nível do ovário
- FSH estimula a atividade folicular levando à produção de estrogénios.

- LH estimula a ovulação e a formação do corpo amarelo levando à


produção de estrogénios e de progesterona.

- LH - FSH

- Estrogénios
- Progesterona
Regulação hormonal ao nível do ovário

Mecanismos de retroacção:

Aumento da Inibem o Baixa a


produção de complexo produção de Inibem os
estrogénios e hipotálamo- hormonas ovários.
progesterona. -hipófise. hipofisárias.

Aumenta a Estimula o Baixa a


Estimulam os produção de complexo produção de
ovários. hormonas hipotálamo- estrogénios e
hipofisárias. -hipófise. progesterona.
Regulação Hormonal Ovulação
14º dia
Fase folicular Fase do corpo amarelo

Ciclo Ovárico

Ciclo Uterino

28 dias

Fase Fase Fase


menstrual reparativa secretora
Regulação Hormonal

A descida simultânea da concentração das duas hormonas provoca a desagregação


do endométrio – fase menstrual
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Módulo 1 – Temática: Saúde reprodutiva da mulher


1.3. Métodos contracetivos

Ana Cristina Dias–2016


Métodos Contracetivos
• Métodos naturais:
– Abstinência periódica/autocontrolo
• Métodos barreira:
– Preservativo masculino
– Espermicida
– Preservativo feminino
– Diafragma
• Métodos hormonais:
– Oral
– Injetável
– Implante
– Anel vaginal
– Adesivo contracetivo
• Dispositivo intrauterino – DIU e SIU
• Métodos cirúrgicos
• Contraceção de emergência (CE)

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1.3.1. Métodos naturais
Abstinência periódica/autocontrolo
• Os métodos naturais implicam um período de acompanhamento em que a mulher
aprende a identificar a fase potencialmente fértil.
• Os casais que optam por estes métodos precisam de estar muito motivados e
desenvolver competências para os poderem utilizar com eficácia.
• Tipos:
• Métodos com base no calendário (Ogino-Knauss) ƒ
• Métodos baseados na observação de sinais e sintomas; ƒ
• Método da temperatura basal (MTB)
• Método do muco (Billings)
• Método sintotérmico (MTB+Billings)

• Eficácia: 2 a 25 gravidezes em 100 Mulheres/Ano.


• A eficácia é maior quando se opta por uma combinação dos métodos e quando há
abstinência total de relações sexuais, no período fértil.
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1.3.1. Métodos naturais
Abstinência periódica/autocontrolo
• Vantagens:
– Não tem efeitos colaterais, nem riscos para a saúde;
– Utilizado para evitar a gravidez ou para engravidar;
– Ajuda a mulher a conhecer melhor o seu corpo;
– É imediatamente reversível;
– Permite a alguns casais estar de acordo com as suas normas culturais ou religiosas;
– Envolve o Homem no PF.

• Desvantagens:
– Pode requerer um longo período de abstinência; ƒ
– Geralmente são necessários pelo menos 3 a 6 ciclos para aprender a identificar o período fértil;
– Difícil de utilizar quando em presença de ciclos irregulares como por exemplo na adolescência,
climatério, durante o puerpério e amamentação ;
– É necessária uma observação cuidada das modificações fisiológicas do corpo da mulher e o registo
diário dos dados; ƒ
– Não protege das ITS.

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1.3.1. Métodos naturais
Método com base no Calendário (Ogino-Knaus)

• Determina o período em que se deve evitar o coito vaginal, mediante o cálculo


antecipado do provável dia da ovulação, variável de mulher para mulher, tendo
como base a duração de uma série de ciclos anteriores.
• Registar a duração de 6 a 12 ciclos menstruais consecutivos, de modo a
determinar-se o mais curto e o mais longo, informações a partir das quais são
realizadas operações matemáticas que permitem estabelecer o período em que se
deve manter a abstinência sexual.
50
1.3.1. Métodos naturais (cont.)
Método com base no Calendário (Ogino-Knaus)

Uma das formas mais simples consiste na subtração de 20 ao nº de dias do ciclo


mais reduzido e do ciclo mais longo, o que permite obter dois valores:
o primeiro corresponde ao primeiro dia do ciclo a partir do qual se deve
evitar o coito;
o segundo ao dia do ciclo até ao qual se deve manter a abstinência sexual.
Exemplo: caso um ciclo mais curto seja de 27 dias e o mais longo de 32, os cálculos
seriam: 27 - 20 = 7; 32 - 20 = 12.
o período de abstinência deve prolongar-se desde o 7º dia do ciclo até ao
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12º, considerando o dia de início do período como o primeiro do ciclo.
1.3.1. Métodos naturais
Métodos baseados na observação de sinais e sintomas
Método das temperaturas basais

• A temperatura do corpo da mulher sofre uma alteração significativa entre a


primeira metade do ciclo menstrual e a segunda, já que o dia da ovulação
proporciona um aumento de 0,2° a 0,5°C, persistindo até ao final do ciclo.
• Avaliar a temperatura do corpo todos os dias de manhã, antes de se
levantar, de preferência com um termómetro adaptado a esta situação, e
registar os resultados num gráfico, de forma a elaborar uma curva com as
variações diárias.
• Deve-se proceder a uma abstinência sexual durante toda a primeira parte
do ciclo e três dias após a manifestação de um aumento sustentado da
temperatura basal. 52
1.3.1. Métodos naturais
Métodos baseados na observação de sinais e sintomas
Método do muco cervical (Billings)

• Identificação das alterações sofridas pelo muco elaborado pelas glândulas do colo do útero
sob a influência das hormonas sexuais femininas ao longo do ciclo menstrual, o que pode
ser percetível através das alterações das secreções presentes na entrada da vagina ou da
vulva.
• Nos dias seguintes ao período, o muco é muito espesso e forma um tampão que obstrui o
orifício do colo do útero, o que justifica o fato de praticamente não existirem secreções
(dias secos).
• Em seguida, começam a evidenciar-se secreções que, inicialmente, são escassas e
pegajosas, mas que se vão progressivamente tornando abundantes e fluidas até ao
momento da ovulação (dias húmidos), para depois se tornarem mais espessas e
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diminuírem em quantidade.
1.3.1. Métodos naturais (cont.)
Métodos baseados na observação de sinais e sintomas
Método do muco cervical (Billings)

• a mulher tem de aprender a reconhecer as alterações do muco cervical sob as


instruções de um médico.
• manter relações sexuais durante os dias secos, desde que sejam realizadas em
dias alternados para se evitar o risco de se confundir o aparecimento de
secreções com restos de sémen, devendo-se iniciar a abstinência logo que se
detete a presença de secreções (dias húmidos), continuando até ao quarto dia
após o momento em que se tenha detetado o pico de máxima secreção e fluidez
do muco cervical.
54
1.3.1. Métodos naturais
Métodos baseados na observação de sinais e sintomas
Método Sintotérmico (MTB+Billings)
• A mulher identifica os dias férteis e inférteis relacionando os métodos da
temperatura basal e do muco cervical. Pode associar outros sinais de
fertilidade, como a tensão mamária ou a “dor ovulatória”.
• período fértil inicia-se logo que sejam avaliáveis secreções vaginais,
terminando no 4º dia após a filância máxima do muco cervical e depois
de ultrapassado p 3ºdia de subida de temperatura basal.

• Nota: existem pequenos equipamentos que facilitam a identificação do


período fértil da mulher e que podem ser adquiridos em farmácias.
Embora já disponíveis em situações de apoio à fertilidade, a sua utilização
e fiabilidade como métodos para a contraceção não estão ainda
suficientemente estudados.

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1.3.1. Métodos naturais
Métodos baseados na avaliação de sinais e sintomas

• Não há restrições médicas à utilização destes métodos, embora algumas condições


possam dificultar ou inviabilizar a sua utilização.
• São necessárias precauções adicionais nas seguintes situações: ƒ
– Aborto recente ƒ
– Logo após a menarca e no climatério ƒ
– Situações crónicas que alterem a temperatura basal ƒ
– Infeções vaginais ƒ
– Aleitamento materno

• A utilização do método deve ser adiada quando se verifique: ƒ


– Parto recente (iniciar apenas quando as secreções vaginais retomarem a normalidade) ƒ
– Hemorragia vaginal anormal, sem diagnóstico conhecido ƒ
– Situações clínicas agudas que alteram a temperatura corporal (para o MTB e sintotérmico) ƒ
– Utilização de drogas que afetam as secreções vaginais, a temperatura basal ou atrasam ovulação:
ansiolíticos (exceto benzodiazepinas), antidepressivos, antipsicóticos, antihistamínicos, anti-
inflamatórios não esteróides, aspirina, paracetamol ou o uso continuado de antibióticos.

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1.3.2. Métodos de barreira
Preservativo masculino
• Eficácia: 5-10 gravidezes em 100 M./ano
• Vantagens:
– Protege contra as IST e conjuntamente com outros
métodos na prevenção da gravidez;
– Não tem efeitos sistémicos;
– Não necessita de supervisão médica;
– Fomenta o envolvimento masculino na contraceção e na
prevenção das IST;
– Pode contribuir para minorar situações de ejaculação
precoce.

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1.3.2. Métodos de barreira
Preservativo masculino
• Deve ser fornecido preservativos em nº
suficiente, de modo a promover a
continuidade e consistência da utilização.
• Calcular a necessidade de 3
preservativos/semana.
• Devem ser fornecidos para 6 meses.

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1.3.2. Métodos de barreira
Preservativo masculino
• Colocação do preservativo:
– Abrir a embalagem com cuidado para não danificar o preservativo
– Colocar o preservativo no início do ato sexual, com o pénis em ereção e antes de
qualquer contacto pénis-vagina
– Aplicar o preservativo sobre a glande, assegurando-se de que o reservatório não fica
insuflado; empurrar o anel do preservativo, desenrolando-o até a base do pénis
– Retirar logo após a ejaculação.
– Dar um nó na extremidade aberta do preservativo e deitar fora num local conveniente.
– Utilizar preservativos com depósito na extremidade.
– Conservá-los ao abrigo do calor e da humidade.
– Utilizar uma única vez

• Precauções:
– Se for necessário o uso de lubrificantes, não utilizar os oleosos, como vaselina ou Visco-gel; utilizar
lubrificantes aquosos, como o Play gel ou KY-gel.
– A utilização simultânea de cremes vaginais contendo Miconazol ou Econazol pode danificar o
preservativo

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1.3.2. Métodos de barreira
Espermicida
• Tipos:
– cremes, espumas, esponjas, cones e comprimidos vaginais
• Eficácia:
– 18 a 30 gravidezes em 100 Mulheres/ano (quando utilizados isoladamente)
• Aconselhamento:
• Introduzir o espermicida profundamente na vagina;
• O intervalo entre a aplicação do espermicida e a relação sexual pode ir até 60
minutos;
• Sempre que ocorra nova relação sexual, deverá ser feita uma aplicação
adicional de espermicida;
• Nas 6 horas seguintes ao ato sexual, não deverão ser efetuados duches
vaginais;
• Alguns espermicidas, principalmente cones, devem ser guardados em locais
frescos.
60
1.3.2. Métodos de barreira
Espermicida (cont.)
• Vantagens:
– Método controlado pela Mulher;
– Não tem efeitos sistémicos;
– Utilização fácil sem supervisão clínica;
– Pode aumentar a lubrificação vaginal (cremes e cones).

• Desvantagens:
– Baixa eficácia ƒ
– Pode provocar reações alérgicas ou irritativas na mulher ou no
homem ƒ
– Interfere com a relação sexual, se não for inserido com antecedência
– ƒAlguns espermicidas devem ser colocados na vagina pelo menos 10
m. antes da ejaculação (comprimidos, cones)

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1.3.2. Métodos de barreira
Preservativo feminino
• Eficácia:
– 5 a 15 gravidezes em 100 Mulheres/ano
• Vantagens:
– Proteção contra as IST;
– Não tem efeitos sistémicos;
– Colocado em qualquer momento antes da penetração;
– Não é necessária a retirada imediata do pénis após a ejaculação;
– Mais resistente que preservativo masculino.
• Desvantagens:
– Dificuldade na utilização; ƒ
– É mais dispendioso que o preservativo masculino.

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1.3.2. Métodos de barreira
Preservativo feminino

• Segurar no preservativo estreitando o anel interior com os dedos indicador e


polegar;
• Com a outra mão, afastar os pequenos lábios enquanto introduz o preservativo
profundamente na vagina;
• Assegurar-se que o anel exterior permanece fora da vagina, cobrindo os
pequenos lábios;
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• Utilizar uma única vez.
1.3.2. Métodos de barreira
Diafragma
• Eficácia: 6 a 16 gravidezes em 100 M./ano
• Vantagens:
– Diminui o risco de DIP;
– Não tem efeitos sistémicos;
– Não interfere com o ato sexual, podendo ser inserido até 24
horas.
• Desvantagens:
• Dificuldade na utilização ƒ
• O uso deve ser associado ao de um espermicida ƒ
• Necessita de um profissional treinado para avaliar o tamanho do
diafragma
Nota: O preservativo feminino e o diafragma não se encontram no
mercado português.
64
1.3.2. Métodos de barreira
Diafragma (cont.)
Colocação:

•Antes de colocar o diafragma, verificar o seu estado de conservação;


•A mulher deve segurar o diafragma com uma das mãos, estreitando o aro com os
dedos indicador e polegar;
•Com a outra mão, mantém afastados os pequenos lábios enquanto introduz o
diafragma na vagina;
•O diafragma é empurrado ao longo da parede posterior da vagina, de modo a que
a sua extremidade anterior (ao nível do orifício vulvar) fique de encontro à parede
posterior da sínfise púbica;
•O aro do diafragma deve tocar as paredes da vagina;
•O diafragma deve cobrir o cérvix e não deve causar qualquer incómodo;
Aconselha-se a associação de um espermicida que é colocado no interior e à volta
do aro do diafragma, antes de cada utilização;
65
1.3.2. Métodos de barreira
Diafragma (cont.)
Colocação:
•Deve-se pedir à utente para treinar a inserção do diafragma durante
a consulta, e verificar se foi corretamente colocado;
•Não retirar o diafragma antes de 6 a 8 horas após a relação sexual,
nem efetuar irrigações vaginais nesse período;
•Após cada utilização, deverá ser lavado e mantido seco;
•O diafragma só poderá permanecer colocado até ao máximo de 24
horas devido à possibilidade de ocorrência de infeções;
•O diafragma não deve ser utilizado nas primeiras 6 a 12 semanas
após o parto ou um aborto do 2.º trimestre. Nestes casos, impõe-se a
reavaliação do tamanho do diafragma.

66
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção oral (CO)

Tipos:
•Combinado (COC): contém etinil-estradiol e um
progestagénio.
– Monofásico, bifásico ou trifásico
• Progestativo (POC): contém só progestagénio
Eficácia:
– Combinado – 0.1-1 gravidezes 100 Mulher/ano
– Progestativo - 0.5-1.5 gravidezes 100 Mulher/ano
Depende da utilização correta, regular e continuada
67
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção oral (CO)
Vantagens:
•Elevada eficácia contracetiva;
•Regulariza os ciclos menstruais;
•Não interfere com o ato sexual;
•Alivia TPM e a dismenorreia(dor durante o período menstrual)
•Não altera a fertilidade, após suspensão;
•Eficaz, segura, reversível;
•Além de contracetivo, outros benefícios ;
•Efeitos colaterais ligeiros e complicações e contra-indicações são raras;
•Diminui a incidência da DIP;
•Contraceção de emergência.
•Contribui p/ prevenção de:
– DIP; gravidez ectópica; cancro do ovário, doença fibroquística da mama.

68
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção oral (CO)
Desvantagens:
•Compromisso diário;
•COC - não no período de amamentação, com exceção dos POC, devido aos efeitos
do estradiol (diminuição LM) ;
•Não protege das IST;
•POC – irregularidades do ciclo menstrual e os erros na toma podem resultar em
gravidez mais facilmente do que com o COC .

Indicações ƒ da POC
•Se há contra-indicações para os estrogénios e se pretende um CO;
•Para algumas mulheres na perimenopausa; ƒ

Nota: Durante o aleitamento materno, a partir das 6 semanas pós-parto. Existe evidência de que
a POC não altera a performance do aleitamento, nem o crescimento do bebé, se utilizadas antes
das 6 semanas pós-parto. No entanto, não existem dados concludentes acerca dos efeitos da
exposição, nas primeiras semanas de vida ao progestativo, sobre o desenvolvimento do fígado e
do cérebro.

69
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção oral (CO)

Efeitos colaterais:
•Náuseas e vómitos;
•Alteração do fluxo menstrual;
•Spotting;
•Cefaleia;
•Alteração do peso;
•Depressão;
•“Quistos foliculares” nos ovários;
•Veias varicosas.

70
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção oral (CO)

Inicio da toma da pílula


•COC – 1º dia da menstruação
– Toma diária, mesma hora , durante 21 dias
– Interrompe 7 dias (exceto nos casos de
pilulas com placebo)
– Recomeça nova embalagem

71
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção oral (CO)

Inicio da toma da pílula

•POC – inicia ao longo do 1º mês pós parto.


– Fora do período de aleitamento inicia no 1º
dia da menstruação;
– Toma diária, mesma hora;
– Não tem interrupções;
– Recomeça nova embalagem.

72
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção oral (CO)
Precauções:
•No caso de um episódio grave de diarreia ou vómitos, deve ser sempre associado outro método
contracetivo que deverá ser mantido durante 7 dias após desaparecimento daqueles sintomas.
•Quando aquela situação ocorrer durante a toma dos últimos comprimidos do blister , pode ser
aconselhável iniciar nova embalagem sem efetuar os 7 dias habituais de pausa.

Interações Medicamentosas:
•Ex: Antibióticos de largo espectro. Embora não haja evidência de aumento da falha contracetiva
com o uso concomitante de CO e antibióticos de largo espetro, não indutores enzimáticos, algumas
diretivas internacionais (IPPF, FFPRCH) aconselham a associação de outro método durante a toma
de antibiótico e 7 dias após o fim do tratamento.

73
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal injetável
• Tipos: Depo-Provera 150 mg (DMPA) - Acetato
de medroxiprogesterona - solução aquosa
• Eficácia: 0.0 a 1.3 gravidezes 100 M/ano
• Utilização: injeção IM até ao 7º dia do ciclo e
repetida de 12 em 12 sem.

74
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal injetável
Vantagens:
•Não tem toma diária;
•Não interfere com o ato sexual;
•Usada durante o aleitamento;
•Diminui o risco de DIP, gravidez ectópica e carcinoma do
endométrio;
•Não tem os efeitos colaterais do estrogénio;
•Usado em qualquer idade;
•Eficaz, segura, reversível;
•De longa duração, não exige compromisso diário;
•Efeitos benéficos – doenças hemofílicas homozigotas e epilepsia.

75
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal injetável

Desvantagens:
•Irregularidades do ciclo menstrual;
•Pode haver atraso de meses no retorno aos níveis anteriores de
fertilidade;
•Por vezes aumento do apetite e aumento peso;
•Cefaleias, acne, queda de cabelo e diminuição do desejo sexual;
•Não protege contra as IST.

76
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal injetável

Indicações:
•Quando os estrogénios não estão indicados;
•Quando há interferência entre os CO e outra
medicação;
•Mulheres que não sejam capazes de fazer tomas
diárias e recusem o DIU;
•Fumadoras com mais de 35 anos;
•Portadoras de deficiência mental;
•Quando se quer contraceção eficaz de curta duração;
•Pós parto.
77
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal injetável

• Contraindicações
– Absolutas:
• Gravidez;
• HTA grave;
• Diabetes Mellitus com lesões vasculares;
• Antecedentes de acidente cardiovascular tromboembólico;
• Dça hepática em atividade.
– Relativas:
• hemorragia vaginal de causa desconhecida;
• M. que desejam engravidar imediatamente após a suspensão do
método;
• M. que não aceitam a irregularidade do ciclo.

78
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante

IMPLANON- é o único implante,


atualmente, comercializado em
Portugal.
• Trata-se de um bastonete de vinilacetato de etileno, com 4 cm
de comprimento, que contém 68 mg de 3-ceto-desogestrel.
• O progestagéneo é libertado lentamente e o efeito
contracetivo prolonga-se por 3 anos.
• Eficácia: 0 a 0,07 gravidezes por 100 mulheres/ano
79
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante

Vantagens:
•Eficaz, segura e reversível
•De longa duração
•Não tem toma diária
•Pode ser usada em qualquer idade
•Não tem os efeitos colaterais do estrogénio
•Rápido retorno da fertilidade, após a remoção
•Irregularidade menstrual (spotting – amenorreia)

80
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante

Desvantagens:
•Irregularidades no ciclo menstrual (spotting e
amenorreia).
•Ligeiro aumento de peso.
•Pode causar cloasma, cefaleia, náuseas, mastalgia e
variações do humor.
•Profissional treinado para inserção e remoção.
•É relativamente dispendioso.
•Não protege das IST.
81
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante

Indicações:
•Quando é necessário um método de grande eficácia.
•Quando CO e o DIU não são desejáveis:
– Se mulher recusa DIU
– Se a mulher não pode tomar estrogéneos
– Se não consegue tomar CO com regularidade
– Se fumadoras com mais de 35 anos
– Portadoras de deficiência mental

82
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante

Contra-indicações
•Absolutas
– Gravidez
– Neoplasias hormonodependentes
– Diabetes Mellitus com lesões vasculares
– Antecedentes de acidente cardiovascular tromboembólico
– Doença hepática crónica ou em atividade.
•Relativas
– Hemorragia vaginal
– Mulheres que não aceitam as irregularidades do ciclo
83
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante
• Modo de utilização:

– O implante é inserido por via subcutânea, no


antebraço.
– De preferência até ao 5º dia do ciclo e, neste
caso, não necessita de contraceção suplementar.
– Qualquer altura do ciclo aconselhando o uso
simultâneo de um método barreira, durante 7 dias.
– Imediatamente após um aborto precoce e, entre a 3ª
e 4ª semanas do puerpério ou do pós aborto do 2º
trimestre. Se implante inserido mais tarde, usar outro
método durante 7 dias.
– Após o último comprimido CO combinada ou mais
tardar, no dia em que deveria retomar Co.
– Se pílula progestativa, em qualquer altura, utilizando
um método adicional durante 7 dias.

84
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante

Quando pode ser retirado o implante?

• Em qualquer momento.
• Se não pretende engravidar deve ser iniciado de
imediato outro método contracetivo.
• São raras complicações, após procedimentos de
inserção ou remoção.
• Informar as mulheres sobre o significado das
irregularidades do ciclo menstrual em particular no que
se refere a amenorreia.
85
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal implante
Recomendações:
•Atenção às interações medicamentosas, podem conduzir a falência
contracetiva.
•A mulher que deseje a inserção do implante deve ser referenciada
para a consulta de planeamento familiar.
•O seguimento das utilizadoras do implante contracetivo deve ser de
acordo com protocolo estabelecido, através da consulta PF.
– 1ª consulta, após a inserção, aos 3 meses
– Consultas seguintes, de 6 em 6 meses ou anuais de acordo
com a necessidade e disponibilidade da utente.

86
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal
• Nuvaring - Contém etenogestrel
(progestagénio) e o etenilestradiol
(estrogéneo)
• Liberta pequenas quantidades de hormonas, é
considerado de baixa dosagem.
• Absorção através da mucosa vaginal para a
corrente sanguínea, sem a primeira passagem
de metabolização hepática.
• É um contracetivo hormonal combinado.

87
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal
Vantagens ƒ
•A utilização é prática;
•Não interfere com a relação sexual e não necessita de motivação diária ƒ
•Após a suspensão do método, o retorno da fertilidade é imediato ƒ
•Há evidência de que, em mulheres saudáveis, o anel não altera a flora vaginal.
•Os estudos realizados sugerem que a sua utilização não agrava as lesões intraepiteliais
de baixo grau do colo do útero. ƒ
•Muito eficaz, com boa aceitabilidade.
•Reversível, não exige compromisso diário.
•Pode ser utilizado em qualquer idade, (período fértil).
•Rápido retorno da ovulação após remoção do anel (tempo médio 19 dias).
•Regulariza os ciclos menstruais.
•Redução da dosagem de contracetivos.(15mcg etinilestradiol e 120mcg de etonogestrel
dia), comparando com COCs.
•Inserção e remoção fácies e o auto controlo pela utilizadora

88
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal
Desvantagens e Efeitos Secundários Possíveis
•Não protege das ITS.
•Cefaleias; enxaqueca.
•Aumento de peso
•Náuseas
•Dor e tensão mamária
•Desconforto vaginal (p. ex. secreção vaginal, infecão local.).
•Alteração do humor (p .ex. depressão e instabilidade emocional).
•Menstruações dolorosas; dores abdominais.
•Diminuição desejo sexual.
•Expulsão, problemas durante as relações sexuais e sensação de corpo
estranho.

89
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal
Contra – Indicações
•Gravidez e aleitamento.
•Hemorragia genital anormal.
•Doença arterial cerebral ou coronária, AVC, tromboflebite e doença
predisponente a acidentes tromboembólicos, icterícia, doença
hepática, tumor hepático.
•Neoplasia hormonodependente.
•Lupus eritematoso sistémico.
•Ter tido cloasma.
•Tabagismo em idade superior a 35 anos.

90
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal

Modo de utilização:
•Durante primeiros 7 dias após inserção usar um método
contracetivo adicional– esta precaução apenas durante a
utilização do primeiro anel;
•Colocar 1º dia ou até 5º dia do período menstrual;
•O anel deve ser retirado 3 semanas mais tarde, no mesmo dia
da semana em que foi colocado;
•Colocar novo anel após uma semana de intervalo mesmo se a
hemorragia de privação não tiver terminado;
•Se o anel for inserido com mais de três horas de atraso a
eficácia contracetiva poderá ser reduzida;
91
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal
• Pode ser colocado pela utilizadora.
– Lavar as mãos antes de colocar ou retirar o anel.
– Optar pela posição que ache mais confortável - de
pé, com as pernas levantadas, sentada de cócoras
ou deitada.
– Retirar o anel da saqueta. Segurar entre o polegar
e o indicador apertar e introduzir na vagina . Se
sentir algum desconforto, empurrar suavemente.
– O anel deve ser retirado três semanas mais tarde,
no mesmo dia da semana em que foi colocado.
– Retirar prendendo o indicador no bordo do anel,
ou prendendo o bordo do anel entre o indicador e
o médio puxando-o para fora.
– Não colocar na sanita! – Colocar na saqueta juntar
ao lixo.
92
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal
O que fazer se:
•O anel for expelido acidentalmente:
–Lavar com água fria ou morna, nunca, quente e voltar a colocar.

•O anel esteve fora temporariamente:


–Se esteve fora da vagina mais que três horas, significa que houve
libertação de hormonas por um longo período de tempo, por isso a
eficácia contracetiva pode ter diminuído.

•Se esquecer colocar novo anel após intervalo


–Se o intervalo for superior a 7 dias colocar novo anel logo lembre. Usar
medidas adicionais durante os 7 dias seguintes.

•Se esquecer de retirar o anel


–No máximo 4 semanas a eficácia contracetiva mantém-se.
93
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Anel Vaginal
O que fazer se:
•Quiser alterar o dia de inicio do período menstrual:
– basta encurtar o próximo intervalo sem anel .
•Quiser atrasar o seu período menstrual:
– Pode colocar um novo anel após a remoção do anterior sem fazer
qualquer pausa sem anel.
• Se tiver uma hemorragia inesperada:
– Se a hemorragia irregular continuar, se tornar mais abundante
informe o médico.

94
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Adesivo

• Adesivo fino, bege, flexível, quadrado, fácil de aplicar, confortável


e discreto.
• Contém dois tipos de hormonas, semelhantes às pílulas COCs.
• As hormonas são continuamente transferidas através da pele para
a corrente sanguínea.
• O efeito contracetivo prolonga-se por 7 dias.

95
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Adesivo

• Eficaz seguro reversível.


• Não exige compromisso diário da mulher.
• Destina-se a mulheres em idade fértil (entre os 18 e 45 anos).
• Poderá não funcionar tão bem em mulheres que pesem 90 kg ou
mais.
• Retorno à fertilidade após interromper sua utilização (varia
conforme a regularidade dos ciclos menstruais).
• Não protege das ITS

96
1.3.3. Contraceção hormonal
Contraceção hormonal Adesivo
• Efeitos Secundários:
– Alterações da pele no local de aplicação
– Dor no tórax, palpitações.
– Cefaleias e náuseas.
– Dismenorreia e espasmos abdominais.
– Hipertensão arterial.
– Alterações do apetite, do sono, da libido e ansiedade.

97
CONTRACEPÇÃO HORMONAL-ADESIVO
CONTRACEPTIVO
Modo de Utilização:

•Aplicar o adesivo, na parte externa do braço, omoplata, abdómen ou nas nádegas. Nunca
sobre as mamas.
•Sempre em pele limpa, seca, sem pelos.
•Evitar aplicar cremes, loções óleos pó ou maquilhagem no adesivo ou perto dele.
•Aplicar 1º adesivo durante as primeiras 24h da menstruação.
•Utilizar o adesivo durante 7 dias e retirar adesivo usado dia 8.
•Aplicar novo adesivo na semana 2 e semana 3 (total 3 semanas).
•Não utilizar um adesivo na 4ª semana. O período aparecerá nessa altura.
•Iniciar ciclo seguinte de 4 semanas aplicando novo adesivo.
Dia de mudança, independentemente da altura em que comece ou acabe o período.
•Não aplicar novo adesivo no mesmo local da pele do adesivo anterior, para evitar irritações .
•Não aplicar o adesivo em pele vermelha, irritada ou com lesões.
•Mudar sempre no mesmo dia da semana.

98
1.3.4. Sistema intra-uterino – SIU
(DIU medicado/ hormonal)
Dispositivo intra-uterino - DIU
Tipos:
•Dispositivos inertes de polietileno (não existe em Portugal)
• Dispositivos ativos: com cobre, com cobre e prata e com
levonorgestrel (SIU).
• Os DIU de cobre podem permanecer no útero, pelo menos 5
anos.
• Os DIU inertes não precisam de ser substituídos.
Eficácia:
•0.1 a 2 gravidezes em 100 M./ano.
•Aumenta com os anos de utilização maior nas Mulheres com filhos e nas
menos jovens.
•Deve permanecer no útero até 1 ano após a menopausa.
99
1.3.4. Sistema intra-uterino – SIU
(DIU medicado/ hormonal)

Dispositivo intra-uterino - DIU

Vantagens:
•Efeito de longa duração;
•Não tem efeitos sistémicos (exceto os SIU);
•Não interfere com o ato sexual;
•Não interfere com a amamentação;
•Pode permanecer no útero por muitos anos;
•Rápido retorno aos níveis anteriores e fertilidade.
Desvantagens:
•Não protege contra IST;
•Pessoal capacitado para colocação.
100
1.3.4. Sistema intra-uterino – SIU
(DIU medicado/ hormonal)
Dispositivo intra-uterino - DIU
Indicações:
•Mulheres que tiveram filhos e desejam uma
contraceção muito eficaz;
•Mulheres com contraceção hormonal contraindicada;
•Mulheres que se esquecem de tomar a pílula;
•Fumadores com mais de 35 anos;
•Companheiros ausentes por períodos irregulares de
tempo;
•O SIU está indicado para Mulheres que têm fluxo
menstrual abundante e dismenorreia.
101
1.3.4. Sistema intra-uterino – SIU
(DIU medicado/ hormonal)

Dispositivo intra-uterino - DIU


Contraindicações:

– Absolutas – Relativas

• Gravidez • Gravidez ectópica anterior


• DIP ativa ou episódios recorrentes • Menorragia
• Hemorragia uterina anormal, sem diagnóstico • Anemia crónica
• Suspeita de neoplasia uterina • Um único episódio de DIP
• Anomalias da cavidade uterina • Infeções cervicovaginais
• Doentes com medicação imunossupressora • Fibromas uterinos
• Portadores de HIV ou Sida • Nuliparidade
• Alergia ao cobre • Doença cardíaca valvular

102
1.3.4. Sistema intra-uterino – SIU
(DIU medicado/ hormonal)

Dispositivo intra-uterino - DIU


Efeitos colaterais:
•Dor pélvica
•Spotting
•Menstruações mais abundantes
•Corrimento abundantes
•Devido à libertação de progesterona, o SIU, ao contrário dos outros DIU,
reduz o fluxo menstrual, a dismenorreia e o corrimento vaginal. Pode
ocorrer spotting e amenorreia.
Complicações:
•Expulsão
•Infeção pélvica
•Gravidez
103
1.3.4. Sistema intra-uterino – SIU
(DIU medicado/ hormonal)
Dispositivo intra-uterino - DIU
Inserção:
•Excluída a possibilidade de gravidez, pode ser
colocado em qualquer fase do ciclo;
•Pode ser colocado 4 a 6 sem. após o parto ou aborto;
•Pode ser colocado imediatamente após uma IVG (no
caso gravidez inferior a 12 sem.);
•Um 2º DIU pode ser colocado em substituição,
imediata, de outro que foi extraído;
•O DIU é colocado na cavidade uterina através do
canal cervical (de acordo com a técnica de cada tipo
de DIU), ficando apenas no exterior o filamento do
dispositivo, que deverá ser cortado a cerca de 2 cm do
orifício externo do colo.

104
1.3.4. Sistema intra-uterino – SIU
(DIU medicado/ hormonal)

Dispositivo intra-uterino - DIU

Complicações da inserção:
•Dores ou contrações uterinas
•Hemorragia do colo nos pontos de fixação da pinça de
garras
•Lipotímia por reação vagal
•Perfuração (0.01%)

105
1.3.5. Métodos Cirúrgicos
• Neste tipo de contraceção (esterilização
definitiva) o casal deve receber um
aconselhamento cuidadoso para poder dar o
seu consentimento informado.
• O casal deverá saber que:
– Existem outros métodos de contraceção
eficazes e reversíveis;
– A esterilização é um ato cirúrgico;
– Os benefícios e riscos;
– A intervenção cirúrgica evita que tenha
mais filhos;
– Método permanente e provavelmente
irreversível.

106
1.3.5. Métodos Cirúrgicos

• A LT e a vasectomia são métodos eficazes, cómodos


e permanentes.
• Procedimentos simples e que podem ser feitos com
anestesia local.
• Sem efeitos colaterais a longo prazo.
• Sem efeitos negativos sobre o desejo e a resposta
sexual.

107
1.3.5. Métodos Cirúrgicos
Laqueação de trompas
Tipos:
•Minilaparotomia e laparoscopia
•Eficácia: 0.5 a 1.8 grav. em 100 M./ano

Vantagens:
– Uma contraceção segura, eficaz e definitiva
– Não interfere com a amamentação
– Não interfere com o ato sexual
– Sem efeitos colaterais
– Pode melhorar o desejo sexual, pois elimina
o receio de engravidar
– Pode ser realizada no pós parto ou após uma
IVG
108
1.3.5. Métodos Cirúrgicos
Laqueação de trompas

• Desvantagens:
– Reverter o método é difícil, caro e não disponível
em todos os serviços;
– Complicações imediatas raras (ex. infeção ou
hemorragia);
– Quando comparada com a vasectomia, a LT é mais
dispendioso e com mais risco de complicações;
– Não protege contra as IST.

109
1.3.5. Métodos Cirúrgicos

Vasectomia
Ato cirúrgico simples e rápido
• Não não afeta os testículos e não provoca
impotência;
• Após a cirurgia continua a haver ejaculação,
sem espermatozóides;
Eficácia:
• 0.15 grav. em 100 Homens/ano
Vantagens:
• Uma contraceção segura, eficaz e definitiva;
• Não interfere com o ato sexual;
• Sem efeitos colaterais;
• Pode melhorar o desejo sexual, pois elimina o receio de engravidar;
• Quando comparada com a LT é ligeiramente mais eficaz, mais segura, mais
110
simples de realizar e mais barata.
1.3.5. Métodos Cirúrgicos
Vasectomia
• Desvantagens:
– Reverter o met. é difícil, caro e não disponível em todos os
serviços;
– Complicações imediatas raras (ex.
infeção/hemorragia/hematoma do escroto);
– Dor e edema do escroto são comuns (1ª sem.);
– Não é imediatamente eficaz. As primeiras 20 ejaculações,
após a vasectomia, podem conter espermatozóides;
– O casal deve utilizar outro mét. nas primeiras 20 relações
sexuais ou nos primeiros 3 meses;
– Não protege contra as DST.

111
1.3.6. Contraceção de emergência
Tipos:
– Método de Yuzpe (utiliza CO combinados)
– Método com progestativo (Norlevo)
– Método do DIU
•Recurso para a M que teve uma relação sexual não protegida ou um
acidente contracetivo e que não deseja engravidar
Eficácia:
•2 gravidezes em cada 100 M que utilizam a CE
•O risco de gravidez é 4 vezes superior quando não se utiliza a CE
•A eficácia é tanto maior quanto mais precocemente o tratamento for
iniciado
Contraindicações:
•Gravidez (a Ce não é eficaz, se a gravidez estiver em curso)
112
1.3.6. Contraceção de emergência
Pílula do dia seguinte
Efeitos colaterais:
– Náuseas e vómitos
– Spotting
– Tensão mamária
– cefaleia, tonturas e fadiga

Método de utilização:
•Primeira toma: o mais cedo possível, dentro das 72 horas após a relação
sexual não-protegida
•Segunda toma: 12 horas depois da 1ª toma.
•Meia-hora antes de cada toma, um comprimido para o enjoo (para prevenir
eventuais vómitos).
113
1.3.6. Contraceção de emergência
Pílula do dia seguinte
Método de Yuzpe

• DOSES:
• Marca 1ª toma 2ª toma
• Microginon 4 pílulas 4 pílulas
• Neomonovar 4 pílulas 4 pílulas

Já existe em Portugal uma embalagem de 4 pílulas para


contraceção de emergência, o Tetragynon (2+2).
114
1.3.6. Contraceção de emergência
DIU
• Os DIU com cobre podem ser usados como um mét. de CE
• Apropriados para as que desejam manter o DIU como
contraceção permanente
• Pode ser inserido em qualquer momento do ciclo, no per.
máximo de 5 dias após a relação sexual não protegida.
• Nestas condições o DIU é o met. de CE mais eficaz –
menos de 1 em 100 M ficará grávida.

115
1.3.6. Contraceção de emergência

• A CE é eficaz e segura.
• A CE é o único método que pode ser utilizado após a relação sexual,
para prevenir a gravidez.
• A CE poderia prevenir a maior parte das gravidezes não desejadas
que ocorrem, se um maior nº de mulheres soubessem que existe esta
opção e se a ela tivesse acesso.
• A CE pode reduzir o nº de abortos provocados.
Mas:
• A CE não é um método contracetivo de uso regular, mas sim de recurso.
• Devem ser discutidos outros métodos para uso futuro.
• Deverá ser calendarizada uma consulta de acordo com o método escolhido.

116
1.3.6. Contraceção de emergência
Lei 12/2001 – art. 3º:
•“Os meios contracetivos de emergência são disponibilizados:
– Gratuitamente nos CS, nas consultas de PF, ginecologia e obstetrícia dos
hospitais, nos centros de atendimento de jovens com protocolo de
articulação com o SNS
– Nas farmácias, mediante prescrição médica ou, na ausência desta, os de
venda livre(…)”
– A dispensa e a venda de contraceptivos de emergência serão efectuadas sob
orientação de um profissional de saúde que promove o aconselhamento
inicial e o encaminhamento para consultas de PF
– A solicitação de contraceptivos de emergência constitui motivo de
atendimento em tempo útil e prioritário nos serviços de saúde, bem como na
marcação das subsequentes consultas de PF, se a mulher assim o desejar.”

117
Métodos Contracetivos
Documentos a consultar:
•PORTUGAL, Direção Geral da Saúde. (2008) Programa Nacional de Saúde Reprodutiva
Saúde reprodutiva/Planeamento Familiar/Direção Geral da Saúde Lisboa: DGS.
•DGS, Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, disponível em:
www.saudereprodutiva.dgs.pt.
Universidade dos Açores
Escola Superior de Saúde

Enfermagem de Saúde Materna

Módulo 1 – Temática: Saúde reprodutiva sexual da mulher


1.1.4. Abortamento

Ana Cristina Dias–2016

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