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Programa Regional da Educação Sexual em Saúde Escolar

Filipa Pereira
Mail: filipa.agrapereira@hotmail.com
Programa PRESSE

É o Programa Regional de Educação Sexual em Saúde Escolar promovido pela ARS Norte
através do seu Departamento de Saúde Pública, em parceria com a Direção Regional de
Educação do Norte.

O PRESSE apoia a implementação da educação sexual em meio escolar de forma


sustentada e estruturada, promovendo a parceria entre os profissionais de saúde e de
educação (professores)
Finalidade

Contribuir para a inclusão dos projetos educativos e nos currículos das escolas
básicas e secundárias, de um programa de educação sexual estruturado e
sustentado

Contribuir para AUMENTAR os fatores de proteção e DIMINUIÇÃO de comportamentos


de risco dos alunos em relação à sexualidade
População alvo
Alunos e professores dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário

mas também se aplica a pais, a encarregados de educação, a pessoal não docente e à restante comunidade
A elaboração, implementação, monitorização e avaliação do PRESSE é da
responsabilidade de um grupo de trabalho multidisciplinar, com a formação e
experiência em educação sexual, constituída por:

➢ Dois Médicos de saúde pública


➢ Uma pessoa licenciada em Ciências da Educação
➢ Uma enfermeira de Saúde Comunitária e mestre em Sexologia
➢ Um Psicólogo

Em articulação direta e periódica com a Coordenadora da Educação e Promoção da Saúde da DREN


Apresenta-se como uma resposta facilitadora
de todo o processo através de:
● Formação dos profissionais de saúde escolar, professores e psicólogos em sexualidade humana, educação sexual e metodologias
pedagógicas;

● Disponibilização de recursos pedagógicos que facilitam a aplicação dos conteúdos curriculares em educação sexual prevista para
os vários ensinos;

● Promoção de iniciativas de complemento curricular que contribuem para a dinamização da educação sexual nas escolas tais
como: teatros, debates, concursos, exposições entre outras;

● Apoio para a implementação de Gabinetes de Informação de apoio (GIA) no âmbito da educação para a saúde e educação sexual;
● Além dos alunos e professores do 1º, 2º e 3º ciclo e ensino secundário o PRESSE envolve pais e encarregados de educação,
pessoal não docente e restante comunidade possuindo todos este fatores um papel ativo no desenvolvimento deste programa;
SEXUALIDADE HUMANA
Conceito abrangente de sexualidade humana

“A sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade; que se
integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo
tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a
nossa saúde física e mental.” Definição de sexualidade segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)

Esta definição de sexualidade expressa toda a abrangência da palavra, envolvendo as várias dimensões da sexualidade humana (orgânica, fisiológica,
emocional, afetiva, social e cultural).
5. Relações Interpessoais

5.1 Assertividade

5.2 Autoestima e autoconceito

5.3 Abuso sexual de menores


CONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DO CORPO
Conteúdos
-Noção de corpo
-O corpo em harmonia com a natureza e o seu ambiente social e cultural

IDENTIDADE SEXUAL E PAPEL DE GÉNERO


Conteúdos
-Diferenças entre rapazes e raparigas

RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Conteúdos
-Noção de família
-Noção de amizade

REPRODUÇÃO HUMANA
Conteúdos
-Aproximação ao processo de compreensão dos mecanismos da reprodução humana, nomeadamente:
fecundação, gravidez e parto.
-Fecundação: informação básica.
-Gravidez: onde e como se desenvolve o feto, alterações visíveis, cuidados da mulher grávida.
- Parto: como e por onde nasce.
-Os cuidados ao bebé: o papel do pai e o papel da mãe.
CONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DO CORPO
Conteúdos
-Puberdade - aspetos biológicos e emocionais
-O corpo em transformação
-Carateres sexuais secundários
-Compreensão do ciclo menstrual e ovulatório

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA


Conteúdos
-Reprodução humana e crescimento
-Contraceção e planeamento familiar
-Prevenção dos maus tratos e das aproximações abusivas

EXPRESSÕES DA SEXUALIDADE E DIVERSIDADE


Conteúdos
-Diversidade e respeito
-Sexualidade e género
-Dimensão ética da sexualidade humana
CONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DO CORPO
Conteúdos
-O corpo em transformação
-Figura corporal
-Compreensão da fisiologia da resposta sexual humana

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA


Conteúdos
-Compreensão da fisiologia geral da reprodução humana
-Compreensão do ciclo menstrual e ovulatório
-Compreensão do uso e acessibilidade dos métodos contracetivos
-Compreensão da epidemiologia das principais IST em Portugal e no mundo (VIH/sida e HPV2) e
suas consequências e métodos de prevenção
-Gravidez na adolescência
-Conhecimento das taxas e tendências de maternidade e da paternidade na adolescência e
compreensão do respetivo significado
-Conhecimento das taxas e tendências das interrupções voluntárias de gravidez, suas sequelas e
respetivo significado
-Compreensão da noção de parentalidade no quadro de uma saúde sexual e reprodutiva saudável e
responsável
-Prevenção dos maus-tratos e das aproximações abusivas. Saber como se protege o seu próprio corpo,
prevenindo a violência e o abuso físico e sexual e comportamentos sexuais de risco, dizendo não a
pressões emocionais e sexuais

EXPRESSÕES DE SEXUALIDADE E DIVERSIDADE


Conteúdos
-Dimensão ética da sexualidade humana: Compreensão da sexualidade como uma das
componentes mais sensíveis da pessoa, no contexto de um projeto de vida que integre valores
(por exemplo: afetos, ternura, crescimento e maturidade emocional, capacidade de lidar com
frustrações, compromissos, abstinência voluntária) e uma dimensão ética;
-Sexualidade e género
CONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO DO CORPO
Conteúdos
Figura corporal
Fisiologia da resposta sexual humana

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA


Conteúdos
-Compreensão da fisiologia geral da reprodução humana.
-Compreensão do ciclo menstrual e ovulatório.
-Compreensão do uso e acessibilidade dos métodos contracetivos.
-Compreensão da epidemiologia das principais IST em Portugal e no mundo (VIH/sida e
HPV2), suas consequências e métodos de prevenção.
-Conhecimento das consequências físicas, psicológicas e sociais da maternidade e
paternidade, da gravidez na adolescência e do aborto.
-Informação estatística sobre:
• Idade de início das relações sexuais, em Portugal e na UE.
• Taxas de gravidez e aborto em Portugal.
• Prevenção dos maus-tratos e das aproximações abusivas

EXPRESSÕES DA SEXUALIDADE E DIVERSIDADE


Conteúdos
-Dimensão ética da sexualidade humana: Compreensão da sexualidade como uma
das componentes mais sensíveis da pessoa, no contexto de um projeto de vida que
integre valores e uma dimensão ética;
-Sexualidade e género
AssertividAde
Assertividade

A pessoa assertiva pronuncia-se de forma serena e construtiva e, além disso, é alguém que desenvolve a
sua capacidade de se relacionar com o mundo e que privilegia a responsabilidade individual

Ato de defender os direitos pessoais e


EXPRIMIR pensamentos, sentimentos e
convicções de FORMA APROPRIADA,
direta e honesta, de modo a não violar os
direitos dos outros
A pessoa assertividade tende a
✓Falar de forma fluída, com segurança, sem bloqueios e sem gaguejar, utilizando o contacto ocular direto
mas sem ser desafiador;

✓Estar corporalmente relaxado, com uma postura cómoda;


✓ Exprimir tanto os sentimentos positivos como negativos, defender-se sem agredir, ser honesto, ter
capacidade de falar dos gostos e interesses próprios, ter capacidade de discordar abertamente, de pedir
esclarecimentos, de dizer “não” e de aceitar os seus erros.

“ Eis o que penso, eis o que sinto. Este é o meu ponto de vista. Porém, estou pronto para te ouvir e compreender
o que pensas, o que sentes e qual o teu ponto de vista “
A assertividade é uma APTIDÃO que pode ser aprendida!
Cada um pode desenvolver mediante um treino sistemático e estruturado

O indivíduo que age de forma assertiva mantém o seu equilíbrio psicológico e favorece o
bom clima, quer no trabalho quer na família.

Mas será que o sistema educativo favorece a atitude assertiva?


Na maioria dos casos o sistema educativo não permite que as pessoas exprimam
livremente os seus sentimentos porque é considerado perigoso para si e para os
outros
Direitos de pessoas assertivas
Conjunto de direitos que permitem a cada
individuo ser ele próprio, agir e expressar-se
como ele próprio, perante os outros, sem
● Ser tratado com respeito e dignidade;
distinções de cor, sexo, idade ou estatuto social
● Ter e expressar sentimentos e opiniões próprias;
● Ser escutado e levado a sério;
● Julgar necessidades, estabelecer prioridades e tomar as próprias decisões;
● Dizer “NÃO” sem sentir culpa;
● Pedir o que se quer, consciente de que também o interlocutor tem direito a dizer “não”;
● Mudar;
● Cometer erros;
● Pedir informação e de ser informado;
Direitos de pessoas assertivas
o Obter aquilo que se pagou;
o Decidir não ser assertivo;
o Ser independente;
o Decidir o que fazer com os bens, corpo, tempo, etc., desde que não viole os direitos dos outros;
o Ter êxito;
o Gozar e a desfrutar;
o Descanso, isolamento, sendo assertivo;
o Superar-se, ainda que superando os outros;
Formas de comunicação não assertiva

Por oposição à definição que foi dada de assertividade, o que está em causa na comunicação
não assertiva é um desrespeito pelos direitos dos outros ou pelos direitos de cada um.

PASSIVIDADE

AGRESSIVIDADE
Há três tipos de comunicação não assertiva

MANIPULAÇÃO
Ato de violar os próprios direitos ao não expressar honestamente sentimentos,

PASSIVIDADE pensamentos e convicções, dando como tal permissão aos outros para que
também eles violem os nossos direitos

Em termos de comportamento exterior, a pessoa passiva tende a

● Falar em voz baixa, de forma pouco fluida, apresentar bloqueios, gaguez, hesitações, silêncios,
repetições, etc.;
● Evitar o contacto ocular, mantendo os olhos baixos, rosto tenso, dentes cerrados ou lábios trémulos,
mãos nervosas;
● Roer as unhas, manter uma postura hirta ou incómoda;
● Apresentar insegurança em saber o que fazer e dizer.
É a expressão de sentimentos, pensamentos e convicções de um modo
que viola os direitos dos outros
AGRESSIVIDADE
Pode dizer-se que é uma defesa unilateral de direitos

“defendemos os nossos mas não queremos saber dos outros”

Objetivo principal da pessoa agressiva

● Ganhar sobre os outros


● Dominar
● Forçar os outros a perder
● Muitas vezes ganha, humilhando e controlando os outros

As pessoas que adotam este estilo não conseguem estabelecer relações íntimas e de segurança
Em termos de comportamento exterior, a pessoa agressiva tende a

● Falar com voz muito alta


● Fala pouco fluída (por ser demasiado precipitada)
● Expressões cortantes
● Interrupções
● Recurso a insultos e ameaças
● Olhar desafiador, rosto tenso, mãos crispadas, postura invasiva do espaço do outro
● Contra-ataque

É importante salientar que nem todas as pessoas agressivas o são realmente no coração
Consiste em dar a entender que satisfazemos os direitos e necessidades
dos outros, mas apenas o fazemos para satisfação dos nossos

Aqui, como na agressividade, estamos a desconsiderar os direitos dos outros, mas fazemo-lo de forma discreta,
implícita, de modo a não provocar qualquer desconfiança

➢ O manipulador considera-se hábil nas relações interpessoais, apresentando discursos diferentes consoante
os interlocutores a quem se dirige.
➢ Dificilmente aceita a informação direta, preferindo fazer interpretações pessoais.

Diz com frequência “poderíamos entender-nos”


Exemplos de comportamento manipulativo

✓ Apresenta uma relação tática com os outros;

✓ Tende a desvalorizar o outro através de frases que pretende que


sejam humorísticas e que denotem inteligência e cultura;

✓ Fala por meias palavras; é especialista em rumores e “diz-que-disse”;

✓ A sua arma preferida é a culpabilidade. Ele explora as tradições,


convicções e os escrúpulos de cada um; faz chantagem moral;
Exemplos de comportamento manipulativo

✓ Exagera e caricatura algumas partes da informação emitida pelos outros;

✓ Utiliza a simulação como instrumento;

✓ Nega factos e inventa histórias para mostrar que as coisas não são da sua
responsabilidade;

✓ É mais hábil em criar conflitos no momento oportuno do que reduzir as


tensões existentes;

✓ Oferece os seus talentos em presença de públicos difíceis;


O que fazer perante este tipo de comportamento?

Recordar os direitos de cada um

Recordar as aptidões assertivas de comunicação

Ser direto e obrigar a pessoa manipuladora a ser direta também


Reconhecer que essa pessoa está a tentar manipular

Revelar o que está a sentir;


Ex: Sinto-me confuso com o que estás a dizer…

Ser claro e específico: dizer porquê


Ex: ...Porque não estou a perceber bem o que queres.…porque ainda não respondeste à minha pergunta

Perguntar assertivamente: pedir mais informações


Ex: “Estás a dizer que sim ou que não?” (para alguém que lhe diga “Não me importo”)
“Tens algum problema quanto a isto?”

Disco-riscado: Insistir nas questões assertivas se não obtiver uma resposta


Ex: “Gostaria muito de saber o que é que queres, de facto”

Pedir uma mudança de comportamento, para que sejam diretos consigo, de futuro
Ex: “se surgirem outra vez problemas deste género, por favor diz-me logo, em vez de os guardares para ti. É melhor para
ambos, se soubermos”
Autoconceito
e
AutoestimA
Autoconceito

A perceção que o indivíduo tem de si próprio, das suas capacidades e


competências em vários domínios da existência como, por exemplo,
social, o físico, o cognitivo e o emocional.
Perceção que o indivíduo tem de si, é o que cada um pensa
e conhece de si

É, também, a capacidade que cada pessoa tem de se


descrever a si própria, capacidade esta que evolui com a
idade
A descrição que uma criança de 6 anos faz de si

Diferente
Criança de 10 anos

Diferente Adolescente

Diferente Adulto

A capacidade de autoanálise vai evoluindo com o crescimento


O autoconceito tem a ver com a questão formulada pelo sujeito Quem sou eu?

Responder a esta questão é avaliar as suas competências nos mais variados domínios
Espiritual

Social

Material

Corporal

Escolar

Cada pessoa reconhece-se como mais ou menos competente num determinado domínio do
desenvolvimento do “Eu”, julgando-se mais ou menos competente num todo.
Como se desenvolve

O que os outros pensam acerca de si e o modo como o apreciam, é fundamental para o seu
autoconceito.

O modo como o indivíduo se descreve e se pensa é, de certo modo, construído em função


do modo como os outros o vêem e o pensam.

São as pessoas mais significativas para o Eu, pais e professores que, numa primeira fase do
desenvolvimento, mais contribuem para a formação do autoconceito.
Os pais, durante muitos anos, têm a oportunidade única de se apresentarem aos seus
filhos como modelo e de os informar acerca do que gostariam que eles fossem.

Se aquilo que os pais desejavam que o filho fosse, e aquilo que ele é realmente, é muito
diferente, isso reflectir-se-á no seu autoconceito, através do sentimento de desvalorização.

Os filhos que são bem aceites pelos pais desenvolvem um autoconceito valorizado e têm
facilidade nos contactos interpessoais.

Em contrapartida, os filhos que ouvem frequentemente expressões do tipo: “És um


incompetente, és um inútil, não sei a quem sais” formam de si um mau autoconceito, com
todas as consequências daí inerentes.
Autoconceito positivo

● Ajuda a pessoa a ter uma perceção positiva de si próprio


● A perceber o mundo de forma menos ameaçadora
● A ter estratégias de coping mais adequadas
● A desenvolver melhor as competências relacionais de ajuda
● Sentir-se bem consigo e com os outros
Autoconceito negativo
● O fracasso escolar
● As facilidades nas relações interpessoais
● Perturbações emocionais
● Ansiedade social elevada
● Desenvolvimento de sintomatologias devido ao stress
Autoestima

A autoestima tem a ver com os aspetos avaliativos que um


indivíduo elabora a seu próprio respeito
Na sua formação, de acordo com Rosenberg intervêm 3 processos

Avaliação refletida Comparação social

Autoatribuição
.
Situações que contribuem para uma baixa autoestima

➢ Quando uma figura significativa do seu meio ambiente lhe repete, durante anos seguidos,
que os outros se saem sempre melhor do que ele a fazer as coisas;

➢ Quando na sua família não lhe dão a atenção devida, o reprimem na expressão dos seus
pontos de vistas e das suas emoções;

➢ Quando é preferido, injustificadamente, em relação a outros irmãos;

➢ Quando os progenitores prestam atenção ao que faz de errado e nunca valorizam o que faz
bem feito;
Uma pessoa com baixa autoestima tem pensamentos
Baixa autoestima negativos sobre si próprio e reage desadequadamente

Não se supõe capaz de lidar com as circunstâncias

Reage mal as críticas

Cada pessoa deve ter consciência do seu


Fica muito perturbado quando o rejeitam
valor, sem ser necessário que os outros o
confirmem ou tenha de fazer algo pelos
Adota uma atitude passiva perante a vida
outros constantemente para o seu
reconhecimento
Sente-se inferior quando se compara com os outros

Pode facilmente cometer o erro de mendigar a atenção e o afeto,


bem como subjugar-se quanto é criticado
Baixa autoestima

Maior probabilidade de envolvimento em situações de risco como

● Atividade sexual sem uso de contracetivos

● Álcool

● Drogas
Autoestima elevada

Apenas quem possuí uma autoestima elevada, isto é, que se auto-aprecie, é capaz de:

➢ Reconhecer aqueles que são melhores em determinadas competências


➢ Relacionar-se com os outros no mesmo plano

Mas não no sentido inferior ou superior a alguém


Autoestima elevada
No contexto da sexualidade, ter uma autoestima elevada significa

➢ Correr menos riscos (tais como vir a ter uma gravidez indesejada, frustrações amorosas

➢ Comunicar melhor, confiar nos outros, e ter relacionamento mais satisfatórios


Estratégias para aumentar a autoestima
➢Começar a ter objetivos de vida;

➢Incentivar a mudar a perspetiva que concede da ocorrência e/ou comportamento que


usualmente desenvolve perante as mesmas;

➢Compreender, aceitar e perdoar;

➢Deixar de ter pena de si;

➢Compreender a forma com atua de uma determinada maneira numa dada situação;
Abuso sexuAl de menores
Abuso sexual de menores

A OMS define abuso sexual infantil como o envolvimento de uma criança em


atividade sexual que ele ou ela não compreende, é incapaz de consentir, ou para
a qual, a função do seu desenvolvimento a criança não está preparada e não
pode consentir, ou que viole as leis ou tabus da sociedade.

“contactos e interações entre um adulto e uma criança, quando o adulto usa a criança para se estimular sexualmente
a si próprio, à criança ou a outrem. Também pode ser cometido por outra pessoa quando a sua idade for
significativamente superior à da vítima, ou quando está em clara posição de poder ou controlo sobre ela”
Mitos e ideias erradas associados ao abuso sexual de menores

Sobre a frequência ▪ “Os abusos sexuais não são frequentes”;


▪ “Os abusos sexuais aumentaram”;
Sobre a vítima ▪ “Quando contam ou denunciam os abusos sexuais, as crianças ou não di-
zem a verdade ou estão a fantasiar”;
▪ “Só ocorre às meninas”;
▪ “Os menores são culpados da sua vitimização”;
▪ “As crianças podem aprender a proteger-se com êxito”;
Sobre o agressor ▪ “É sempre desconhecido” ou “sempre conhecido”;
▪ “Possui doenças psiquiátricas graves”;
Sobre os observadores ▪ “Se uma criança próxima de nós (filho, amigo, etc.) fosse vítima de abuso
sexual, nós tomaríamos conhecimento”;
A reacção da mãe ▪ “Uma mãe quando toma conhecimento de que o seu filho ou a sua filha foi
sexualmente abusado(a), denuncia o abuso à polícia” ;
Sobre o contexto do abuso ▪ “Só ocorrem em ambientes muito especiais associados à pobreza, baixa
cultura, consumo de drogas ou álcool”;
As estratégias ▪ “Vêm sempre acompanhadas de violência física”;
A postura dos profissionais ▪ “Não devem denunciar porque prejudica a relação terapêutica”.
Comportamento de abuso sexual em crianças

Comportamento sem contacto

Comportamento com contacto


Comportamento SEM contacto
Aliciar a criança na internet;
Invadir de maneira inapropriada o espaço da criança;
Insistir em comportamentos sedutores ou roupas sedutoras;
Estimular a nudez, despir-se na frente da criança;
Fazer comentários de natureza sexual;
Forçar a criança a partilhar a mesma cama com o adulto além da idade adequada ao seu desenvolvimento;
Expor os genitais, deliberadamente
Drogar a criança a fim de fotografá-la em posses sexualmente provocantes ou como prelúdio da violência
sexual;
Coagir a criança a participar de um círculo de pedofilia;
Fazer com que a criança recrute outras crianças para o abusador sexual;
Comportamento COM contacto
Beijar a criança com a boca aberta de maneira inapropriada;
Excitar a criança com toques e carícias;
Brincar aos jogos sexuais;
Masturbar a criança, fazer com que ela masturbe o abusador ou que ambos se masturbem;
Fazer sexo oral (na criança, no abusador ou mútuas);
Ejacular na criança;
Colocar objetos, doces, brinquedos na vagina ou no ânus da criança e depois tirá-los;
Forçar a criança a praticar atividades sexuais com outros adultos, outras crianças ou animais;
Coagir a criança a participar de um círculo de pedofilía;
Filmar ou fotografar a atividade sexual com adultos ou crianças;
Sintomas de abuso sexual verificados em crianças em idade pré-escolar

Físicos ▪ Sangramento nos genitais ou ânus, fissuras anais, lacerações vaginais, infecção urinária, IST, dor
ao sentar ou ao andar;
▪ Problemas de alimentação que aparecem abruptamente e sem outra explicação;
Psíquicos ▪ Problemas de sono que aparecem abruptamente e sem outra explicação;
Sexuais ▪ Comportamentos sexuais não esperados para a idade, conhecimento de comportamentos sexu-
ais não esperados para a idade, masturbação excessiva, jogos sexuais muito persistentes;
Sociais ▪ Medo dos homens ou de um homem específico, isolamento social, desconfiança relacional, re-
jeição de contacto afectivo que antes aceitava;
Emocionais ▪ Reacção de medo à hora do banho ou de ser visto(a) nu(a).
Sintomas de abuso sexual verificados em crianças em idade escolar (6-12 anos)

Físicos ▪ Sangramento nos genitais ou ânus, fissuras anais, lacerações vaginais, infecção urinária, IST, dor
ao sentar ou ao andar;
▪ Problemas de alimentação que aparecem abruptamente e sem outra explicação;
Psíquicos ▪ Medos, fobias, ansiedade, depressão;
▪ Problemas de sono que aparecem abruptamente e sem outra explicação;
Sexuais ▪ Comportamentos sexuais não esperados para a idade, conhecimento de comportamentos sexu-
ais não esperados para a idade, masturbação excessiva, jogos sexuais muito persistentes, com-
portamento sexual provocador;
Sociais ▪ Fugas de casa, medo dos homens ou de um homem específico, isolamento social, desconfiança
relacional, rejeição de contacto afectivo que antes aceitava;
Cognitivos ▪ Problemas escolares como falta de concentração e baixo rendimento que aparecem de forma brusca.
Sintomas de abuso sexual verificados em adolescentes (12-16 anos)

Físicos ▪ Sangramento nos genitais ou ânus, fissuras anais, lacerações vaginais, infecção urinária, IST, dor
ao sentar ou ao andar;
▪ Problemas de alimentação que aparecem abruptamente e sem outra explicação;
Psíquicos ▪ Medos, fobias, ansiedade, depressão, ideias de suicídio;
▪ Problemas de sono que aparecem abruptamente e sem outra explicação;
Sexuais ▪ Comportamento sexual provocador, sexualização de todas as relações, assumir o papel de mãe
na família.;
Cognitivos ▪ Absentismo escolar, falta de concentração e baixo rendimento, que aparecem de forma brusca, etc.
Identificação do abuso sexual

Não possui critérios de diagnóstico, pois não existem um conjunto de sintomas em decorrência dessa experiência

Algumas vítimas apresentam efeitos mínimos, enquanto outras desenvolvem significativas alterações

Cognitivas Comportamentais

Físicas Emocionais
Emocionais
Sintomas de abuso sexual em crianças e adolescentes

Perceção de falta de valor Problemas de memória

Desconfiança Perceção de culpa

Baixo rendimento escolar Baixa concentração e atenção


Comportamentais

Sintomas de abuso sexual em crianças e adolescentes

Furtos Mudanças em padrões de alimentação e sono

Fugas de casa Agressões físicas e verbais

Isolamento Comportamento hipersexualizado

Abandono e hábitos lúcidos Comportamentos autodestrutivos


Emocionais
Sintomas de abuso sexual em crianças e adolescentes

Vergonha Medo

Irritabilidade Ansiedade

Tristeza Culpa

Raiva
Físicas

Sintomas de abuso sexual em crianças e adolescentes

Comichão, inflamação e infeção nas áreas oral, genital e renal

Dores e doenças psicossomáticas Hematomas e sangramentos

Desconforto em relação ao corpo Doença sexualmente transmissível


É importante clarificar que nem todas as vítimas de abuso sexual
infantil sofrem estas consequências, e que, no caso de sofrerem,
poderão vir a superá-las, se forem alvo de uma intervenção
adequada.
Caso prático
O que é um Comportamento Assertivo?
Foi comprar um CD novo mas, quando chega a casa, o CD não funciona.
Situação 1
Você volta à loja e diz:

1. Queria comprar um CD igual a este, por favor. PASSIVIDADE

2. Estive aqui há 1h e você vendeu-me um CD estragado!! Acho inadmissível


esta situação! Nunca mais volto a esta loja! AGRESSIVIDADE

3. Boa tarde, estive aqui há pouco e comprei este CD, mas quando cheguei a
casa ele não funcionava. ASSERTIVIDADE
Não se importa de verificar e, se possível, efetuar uma troca?

4. Oiça, você vendeu-me este CD avariado…


Se calhar era melhor trocar-mo, antes que eu chame o gerente, que é meu MANIPULAÇÃO
amigo...
Está numa aula e a sua cunhada tenta ligar-lhe pela terceira vez. Preocupada
Situação 2
com o que possa ter acontecido, sai da aula e atende, mas afinal a cunhada quer
apenas partilhar as novidades do fim-de-semana. Você diz:

1. Estás boa da cabeça? Eu saio de uma aula porque me deixaste preocupada e


afinal não se passa nada?! Deves pensar que eu tenho a tua vida! Francamente! AGRESSIVIDADE

2. Estava a dar uma aula, portanto agora não podemos falar. Ligo-te quando ASSERTIVIDADE
sair, ok?

3. mm-hmm… Sim… Claro... Pois… Ah, que giro. A sério? Ótimo! (e PASSIVIDADE
entretanto toca para sair)

4. Eu sei que gostas imenso de me ouvir, mas podias ser uma querida e deixar MANIPULAÇÃO
que os meus alunos também tenham esse privilégio, pode ser?
Foi tomar café com um amigo. Ao colocar os cafés na mesa, o empregado deixa
Situação 3
cair o seu café por cima das suas calças. Você diz:

1. Seu incompetente! Já viu o que fez? Que absurdo! Você não presta nem
AGRESSIVIDADE
para servir cafés!

2. Não é grave, não se preocupe. Todos nós cometemos erros. Posso utilizar o
ASSERTIVIDADE
vosso vestiário para me limpar de forma mais privada e confortável?

3. Não faz mal meu rapaz! Se não pagarmos a conta, isto fica esquecido! MANIPULAÇÃO

4. Não há problema, estas calças eram mesmo para deitar fora. PASSIVIDADE
Partiu a perna há uma semana e está engessado. Ao entrar no autocarro repara
Situação 4 que não há nenhum lugar vazio, mas ninguém se levanta para lhe ceder o lugar.
Você diz:

1. Bem dizia a minha avó, já não se fazem jovens bem-educados como


antigamente! Há uns anos, haveria logo três pessoas a levantarem-se para eu MANIPULÇÁO
me sentar…

2. Bem, deixa-me segurar, já que tenho de ir de pé. PASSIVIDADE

3. Peço desculpa jovem, não se importa de me ceder o seu lugar? É que


ASSERTIVIDADE
assim engessado é difícil equilibrar-me.

4. Isto é uma pouca vergonha!! Não se admite! É só delinquentes nestes


AGRESSIVIDADE
transportes públicos? Sai já daí para eu me sentar.
Obrigada !

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