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Desenvolvimento Sexual de Crianças

com
Necessidades Educativas Especiais

Fanny Fernandes
25h
CONTEÚDOS
PROGRAMÁTICOS

• Educação Sexual na Deficiência


• Conceito de Sexualidade
• O que é a Educação Sexual
• Auxiliar as crianças portadoras de deficiência para a
sexualidade

• Cognição, Valores e Sexualidade


• Direito à Sexualidade
O que significa

NEE?

Necessidades Educativas Especiais


CONCEITO DE NEE
O conceito de NEE abrange crianças e
adolescentes com aprendizagens atípicas:

Têm dificuldade em acompanhar o currículo normal,


sendo necessário, na maioria dos casos, proceder-se a
adequações/adaptações curriculares, mais ou
menos generalizadas, e a recorrer-se a serviços e apoios
especializados tendo sempre presente as capacidades
e necessidades dessas mesmas crianças e adolescentes.
Serviços de Educação Especial
entende-se:
Foro académico,
Que prestam serviços
Um conjunto de terapêutico,
de apoio
recursos psicológico, social e
especializados
clínico

Destinados a
Com o fim de
responder às Base nas suas
maximizar o seu
necessidades especiais características
potencial.
do aluno

Modificação dos
ambientes de
Tais serviços devem Devem ter por fim a
aprendizagem para que
efetuar-se, sempre que prevenção, redução ou
ele possa receber uma
possível, na turma supressão da
educação apropriada às
(sala de aula) problemática do aluno
suas capacidades e
necessidades.
APRENDIZAGEM EM NEE
• Nem todos os indivíduos aprendem da mesma forma;
• As crianças com multideficiência também podem apresentar
diferentes estilos de aprendizagem;
• Este é um aspecto é muito importante quando se planeia a
intervenção;
• Saber a forma como criança processa a informação que
recebe e o seu tempo de resposta é fundamental para o
desenvolvimento do trabalho do educador;
APRENDIZAGEM EM NEE

• A observação deste aspeto depende, em parte, a forma como


se irá organizar o seu espaço de aprendizagem;

Neste sentido, o educador necessita de obter informação


específica acerca do estilo de aprendizagem da criança,
podendo fazê-lo através da observação, da entrevista à
família e/ou a outros técnicos relevantes que trabalham com
ela.
APRENDIZAGEM EM NEE
• Para se conhecer o estilo de aprendizagem da criança é
importante:
• Considerar a sua personalidade, pois naturalmente as
crianças apresentam personalidades diferentes umas das
outras: algumas são mais inibidas e passivas, outras são mais
ativas
• Os valores culturais do seu ambiente (cultura, crenças,…);
• Saber o que é que ela precisa de aprender;
• Quais são as preocupações da família e as suas prioridades;
• Quais as recomendações da equipa que trabalha com ela.
APRENDIZAGEM EM NEE
O educador também deve ter em conta, na escolha do
estilo de aprendizagem:
• Saber como é que a criança interage com o meio
ambiente;
• Saber como é que recebe e processa a
informação;
• Saber qual a sua capacidade de atenção;
• Saber quais os tipos de ajuda que ela prefere.
As Crianças e a
Sexualidade

O que entende por


sexualidade???
A sexualidade é intrínseca ao ser humano, sendo
um dos domínios em que se encontram aspetos
de ordem biológica, psicológica e sociocultural ,
cujo influência determina atitudes e
comportamentos.

Somente pelo facto de existirmos, todos somos sexuados;


não existem seres humanos que não possuam esta
característica. Porem, durante muito seculos, a
sexualidade foi tabu e vista negativamente.
SEXO VERSUS SEXUALIDADE
• Em primeiro lugar convém fazer uma distinção
entre sexo e sexualidade;
• A sexualidade humana não pode ser reduzida à
sua função reprodutiva, de procriação;
• Deve ser considerada como parte integrante da
identidade de uma pessoa;
• Envolve as dimensões: afetiva, social e cultural;
• Exerce uma função de prazer, refletindo
sentimentos, emoções, valores e um sentido de
intimidade.
SEXO VERSUS SEXUALIDADE
Desde a infância as experiências de sexualidade já são
sentidas e vivenciadas até ao período da adolescência, onde
as grandes transformações físicas e psicológicas irão
preparar o jovem para vida adulta.
As crianças e a sexualidade

A partir do sétimo
mês de gestação, o
feto masculino começa
a ter ereções regulares,
que têm a ver com o
próprio
amadurecimento do
órgão genital.
As crianças e a sexualidade

Depois de deixar as fraldas, o bebé percebe que sente prazer


quando toca nos genitais.
Essa "manipulação" do corpo faz parte da descoberta da
sexualidade e quando o bebé percebe, instintivamente, que "tem
prazer", começa a repetir o gesto.
As crianças e a sexualidade -
Manifestações da sexualidade
• Até aos 2 anos, este prazer está associado às necessidades
orgânicas:;
alimentação, higiene e comunicação
As crianças e a sexualidade-
Manifestações da sexualidade
Aos 3 e 4 anos, dá-se o início da integração social:

• Criança começa a relacionar-se com outras pessoas e não


apenas com as figuras de apego;
• Apercebe-se das diferenças corporais e de género;
• Revelar curiosidade sobre determinadas questões ligadas
à sexualidade (a sua origem, os órgãos genitais);
• A criança procura respostas para as suas questões ou
formula ela própria, as suas teorias;
• Adquire comportamentos e por imitação, apreende os
papéis sexuais que são atribuídos pela sociedade.
As crianças e a sexualidade -
Manifestações da sexualidade

Por volta dos 3/4 anos, as crianças começam a


brincar aos médicos.
Um comportamento normal,
que favorece a descoberta
do próprio corpo e do
corpo do outro.
As crianças e a sexualidade -
Manifestações da sexualidade
• Entre os 5 e os 8 anos, as crianças continuam a
masturbar-se, descobrindo e explorando o próprio corpo.

Nesta fase, as crianças estabelecem uma relação positiva


com crianças do mesmo sexo, adotando atitudes idênticas.

Revelam curiosidade em relação à gravidez e ao


nascimento. A sua orientação sexual já se encontra definida.
As crianças e a sexualidade -
Manifestações da sexualidade

• Dos 9 aos 12 anos, os laços de amizade com os pares do mesmo


sexo são reforçados e a criança/jovem é facilmente influenciada
pelo grupo de amigos;
• Nesta altura inicia-se a puberdade;
• Pode surgir a masturbação até atingir o orgasmo e ocorrer a
primeira experiência sexual;
• Com a puberdade inicia-se a adolescência, período que marca a
transição da infância à idade adulta e que se caracteriza por um
conjunto de alterações biológicas, sociais, familiares e psicológicas.
O que é a Sexualidade?

Não se baseia só em
relações íntimas, mas
também em aspectos
emocionais e físicos,
como afetos,
abraços, carícias,
palavras meigas,
entre outros;
Definiu sexualidade como uma energia que
encontra a sua expressão física, psicológica e
social no desejo de contacto, ternura e às
vezes amor.
SEXUALIDADE
“A sexualidade, quando inserida nas circunstâncias
de vida de uma pessoa, participa do seu processo
de desenvolvimento e, é um instrumento que
propicia experiências indispensáveis ao
crescimento pessoal, à autonomia e ao
desenvolvimento da individualidade. Percebemos
que há um vínculo estabelecido entre a sexualidade
e a cidadania, acreditando que, pela vivência
saudável da sexualidade, cada um aprende a
relacionar-se melhor consigo mesmo e com o
outro, percorrendo um caminho mais seguro na
construção da sua identidade e, em consequência
da sua cidadania.”
Moraes, 2006
Como a sexualidade contribui para a auto-estima?
• Proporciona ótimo exercício físico;
• Ativa a circulação sanguínea;
• Melhora atividade cardiovascular;
• Melhora atividade renal;
• Contraria a osteoporose;
• Previne as doenças da próstata;
• Reduz o stress e a depressão;
• Reforça o sistema imunitário;
• Alivia as dores de cabeça e as dores
menstruais;
• Combate as insónias;
• Melhora e tonifica a pele;
• Aumenta as capacidades mentais.
Não terão os Deficientes o
mesmo Direito à Sexualidade?
TODOS OS INDIVIDUOS TÊM DIREITO À SEXUALIDADE,
INDEPENDENTEMENTE DE O INDIVIDUO TER OU NAOP
ALGUMA PROBLEMATICA.

A sexualidade é tão normal como o ar que respiramos, ou seja, como a vida! Por
este motivo a sexualidade não deve ser negada nem encoberta, as famílias devem ser
ajudadas e aceitar este tema e torna-lo assim normal e responsável, para que os
adolescentes com necessidade especiais possam assim enfrentar a sua sexualidade
com responsabilidade e segurança.
Educação Sexual

Em que consiste???
O que é a Educação Sexual?

• Processo de aquisição de informação e formação de atitudes,


crenças e valores sobre a identidade, relacionamentos e intimidade;

• Abrange o desenvolvimento sexual, saúde reprodutiva, relações


interpessoais, carinho, intimidade, imagem corporal e papéis de
género;

• Aborda as dimensões biológica, sociocultural, psicológica e


espiritual da sexualidade do domínio cognitivo (informações), o
domínio afectivo (sentimentos, valores e atitudes), e o domínio
comportamental (comunicação e tomada de decisões).
O que é a Educação Sexual?

• Deve ser um conjunto de


atividades;
• Objetivo ajudar as pessoas a
encararem a sexualidade como
uma componente positiva do
seu corpo, das suas vidas, das
relações que estabelecem;
• Permite a escolha dos
caminhos a seguir de uma
forma informada e consciente.
Definição que pode criar controvérsia
• Conflito acerca do conteúdo moral que levou a uma geração de
jovens que receberam apenas informações sobre “abstinência",
aumentando as taxas de doenças (SIDA), gravidezes não
desejadas (adolescência) e abusos;

• Para todos os alunos, com e sem deficiência, a educação sexual


permanece polémica;

• A maioria das pessoas pensa na educação sexual como o


fornecimento de informações sobre a sexualidade como algo
puramente físico;
A Educação Sexual nas Escolas

• Abordagem ao tema em todos os ciclos de ensino, com um


aprofundamento adequado ao nível etário dos alunos;

• Contemplação da educação sexual nos programas das


diferentes disciplinas e a existência de trabalhos
interdisciplinares;

• Desenvolvimento de projetos extracurriculares;


Dimensões da Educação Sexual

1. Biológica
2. Psicológica
3. Social/Ética
Dimensões da Educação Sexual

Biológica
informações sobre anatomia e fisiologia da sexualidade e da
reprodução, resposta sexual humana;

Psicológica
informações sobre a identidade de género, a orientação sexual, a
auto-imagem e a construção da identidade sexual e todo o
processo relacional, em particular as relações afectivo-sexuais

Social/Ética
englobasse as discussões sobre valores e atitudes e os modelos
morais
Objetivos da Educação Sexual
• Contribuir (ainda que parcialmente) para uma
vivência mais informada, gratificante, autónoma e
responsável da sexualidade.

Conhecimentos

Competências
Atitudes
individuais
Educação Sexual na Deficiência
INFORMAL FORMAL
• É o processo mais • Desenvolve-se no âmbito
básico de aprendizagem do Sistema Educativo:
da sexualidade;
• Escola
• É determinada pelas
experiências do • Professores
quotidiano; • Auxiliares
• Decorre de forma • Pode assumir uma forma
espontânea e não é
consciencializada; disciplinar ou inter e
transdisciplinar
• Pais, pares, media… (conteúdos selecionados
com atividades
integradas).
Educação Sexual na Deficiência
É tarefa dos
educadores,
professores e técnicos
garantir as condições
para o exercício da
vida social na
deficiência – onde
estão incluídas as
questões sexuais.
Educação Sexual na Deficiência
Conteúdos que podem ser abordados na
Educação Sexual:
• Conhecimento do seu corpo e o do outro sexo;
• Comunicação (expressão) de sentimentos e sensações;
• Distinção entre o público e o privado;
• Os vários tipos de sentimentos e a sua importância nas relações
interpessoais;
• Conceitos e práticas básicas de Saúde Sexual e Reprodutiva;
• Práticas de cuidado diário do corpo;
• Reforço da autoestima e autoimagem positivas;
• Assertividade para reagir a comportamentos não desejados.
Educação Sexual na Deficiência

Os alunos com NEE necessitam de:


• Desenvolver fortemente a autoestima;
• Estabelecer relações de amizade e afetividade (necessitam de
amar e ser amadas; de tocar e serem tocadas);
• Desenvolver conhecimentos e uma atitude positiva face à
sexualidade;
• Acesso à informação/formação nesta área, para que possam
aprender a viver a sua sexualidade de forma ativa e responsável.
Educação Sexual na Deficiência
Como auxiliares de ação educativa podem e devem
participar na Educação Sexual, ensinando a criança
através de várias formas e maneiras:
• Cartões apelativos;
• Imagens;
• Gestos;
• Ida a locais apropriados;
O semáforo do toque

Os pais devem ter consciência da necessidade de incutir o autocuidado aos filhos.

“Não quer dizer com isto que os pais devem ser explícitos.
Mas o sexo existe. A sexualidade existe. Órgãos
sexuais existem. E as crianças sabem disso,
mas ainda não têm uma dimensão do que
pode ou não pode porque precisam
uma orientação. E ninguém
melhor que os pais para
falar sobre sexo”
Importante conhecer o próprio corpo

A criança precisa conhecer o próprio corpo.


- Os meninos precisam saber que não devem deixar um adulto ou alguém estranho
mexer no seu pênis.
- O mesmo para as meninas que não devem ser tocadas na vagina por um
desconhecido.

Pode parecer algo difícil, mas não é. A partir do momento que elas têm essa
consciência elas podem fugir ou pedir socorro em um momento. Elas não devem
aceitar que qualquer adulto as coloque no colo.
Especialista em sexologia defende que a sexualidade deve ser debatida de acordo
com cada idade.

- Crianças devem entender onde não devem ser tocados.


-Na pré-adolescência já podemos falar de assuntos como a sexualidade, mas
sem conotações desnecessárias. De forma natural e inteligível, devemos tratar o
sexo como natural.
-Na adolescência já se pode trabalhar a questão da reprodução e do prazer,
além dos métodos contracetivos, uma conversa pode prevenir uma gravidez na
adolescência ou um abuso sexual.
Educação Sexual na Deficiência
O que pode ocorrer de diferente?
• A forma como exteriorizam a atividade sexual;
• Dificuldade na exploração e experimentação da sexualidade;
• O técnico deve encarar a educação sexual como algo tão
natural como a aquisição de outros conhecimentos (ex:
linguagem);

• Deve também olhar para cada criança de forma individual,


porque todos somos diferentes e temos necessidades
diferentes;
Educação Sexual na Deficiência

As manifestações sexuais são simples,


auto-satisfatórios e ficam à vontade ou
“soltas”;

DEFICIÊNC Nestes jovens com deficiências a


IA masturbação é o comportamento mais
PROFUNDA frequentes embora quem lida com eles, o
sinta como embaraçoso;

Não têm a capacidade de distinguir o que


podem ou não fazer em público.
Educação Sexual na Deficiência
As manifestações afetivo-sexuais (ex. namorar na
adolescência) que implicam habilidades sociais e
valores culturais e morais são exclusivas da
deficiência ligeira ou moderada;

DEFICIÊNCI Nos deficientes ligeiros por viverem mais em


A comunidade estão expostos aos mesmos perigos,
estímulos e pressões que as outras crianças e
LIGEIRA jovens “normais”;
Este tipo de crianças com NEE devem
beneficiar de uma intervenção ao nível da
educação sexual para os sensibilizar de situações
que possam estar expostos assim como para
comportamentos a ter em sociedade.
Como auxiliar as crianças com
deficiência para a sexualidade
• É importante que o cuidador encare a educação sexual
como algo natural, que faz parte do crescimento
pessoal de cada criança, e que como tal deve ser
abordado com cada pessoa de uma forma única.

• A sexualidade existe desde os primeiros anos de vida.

• Existem várias etapas na educação sexual de cada


criança.
O nosso papel como técnicos, educadores e
pais:

CRECHE
(até aos 2 anos)

Dar-lhes a conhecer o seu


próprio corpo, desde os
primeiros anos de vida;
Ensiná-los a valorizarem-se
a si próprios, independente-
mente da sua imagem;
O nosso papel como técnicos, educadores e
pais:

JARDIM DE INFÂNCIA
(dos 3 aos 6 anos)

Existem sítios apropriados


para satisfazerem as suas
necessidades íntimas (ex.
casas de banho, quartos);
Ajudá-los a desenvolver a
confiança em si próprios;
O nosso papel como técnicos, educadores e
pais:

INFÂNCIA
(dos 6 aos 12 anos)

Ensinar-lhes a não se culparem


perante os seus sentimentos e
comportamentos;
Fazer entender que cada pessoa
tem os seus sentimentos e
necessidades, que por vezes não
serão iguais aos que eles sentem
e desejam.
O nosso papel como técnicos, educadores e
pais:

ADOLESCÊNCIA

(a partir da puberdade)

Prepará-los para os futuros


riscos que possam surgir;
Ensiná-los como comunicar os
seus sentimentos e as suas
necessidades sexuais;
Expressar a sua sexualidade de
forma adequada;
Perfil do Auxiliar
• Preocupação genuína com o bem-estar físico e psicológico dos
outros;
• Aceitação confortável da sua sexualidade e da dos outros;
• Respeito pelas opiniões dos outros;
• Atitude favorável ao envolvimento dos pais e de outros agentes
de educação;
• Compromisso de confidencialidade sobre as informações
pessoais que possam ser transmitidas pelos alunos;
• Capacidade para reconhecer as situações que requerem a
intervenção de outros profissionais.
Fatores de sucesso no
desenvolvimento da Educação Sexual
• Sejam tão neutros quanto possível;
• Não atribua previamente “certos” e “errados”;
• Controle a emissão de juízos de valor;
• Proporcione a identificação de valores pessoais (criando um
clima aberto e não constrangedor);
• Atue pedagogicamente através da partilha em vez da imposição
de definições do saber;
• Permita que se façam escolhas;
• Disponibilize material de apoio;
Fatores de sucesso no
desenvolvimento da Educação Sexual
• Demonstre disponibilidade e confiança;
• Utilize vocabulário adequado do ponto de vista técnico e
pedagógico;
• Assente as suas informações/conhecimentos em dados
científicos corretos e atualizados;
• Aborde conteúdos apropriados à faixa etária e nível de
desenvolvimento dos alunos tendo sempre em conta os
interesses destes;
• Procure a coerência entre as suas intervenções
pedagógico-profissionais e as suas práticas como pessoa.
Alerta para alguns sinais!
• A masturbação pode acontecer em público, os pais têm de
ensinar o valor da intimidade e da privacidade. Explicando que
o corpo é um tesouro que deve ser guardado.

• A masturbação ou os contactos com outras crianças são


demasiado frequentes; se chega a casa e abdica de outros
entretenimentos ou tarefas e se começa a isolar, o mais indicado
é distrair a criança e chamá-la para outras atividades;

Caso o comportamento se mantenha, então será preciso


consultar o médico ou um psicólogo.
“TENHO PARALISIA CEREBRAL
E FAÇO SEXO”
Paralisia Cerebral
No sexo em si, como em tudo o mais, o grande
problema das pessoas com paralisia cerebral é a falta de
coordenação motora, a qual também dificulta ou
impossibilita a masturbação. Além do mais, a paralisia
cerebral deforma suas feições físicas, tornando-os um
improvável objeto de desejo de um homem ou mulher -
embora uns poucos tenham atração física por pessoas
nesta condição - e dificulta ou impossibilita a fala, a
qual é importantíssima na sedução.
Síndrome de Down e a
Sexualidade
O síndrome de Down tem um cromossoma a mais…
cromossoma do amor 
Mitos e preconceitos
• As pessoas com síndrome de Down possuem um maior
apetite e atividade sexual;
• Movimenta-se somente por instintos e não pode
controlar seu impulso sexual;
• Passam grande parte do dia a masturbarem-se;
• Fazem-no em qualquer lugar e circunstância, sem muito
cuidado de o fazer diante de algum espectador;
• Aceitam passivamente o contacto sexual;
O aparecimento dos pêlos, a primeira ejaculação, o início da
menstruação são sinais que reforçam as angústias dos pais pelo
futuro do filho com síndrome de Down.
Os pais normalmente resistem em aceitar a sexualidade do filho
com síndrome de Down e tentam censurar esta maturidade sexual
do filho;
Autismo e a Sexualidade
Adolescentes com Autismo precisam
de Educação Sexual:

• Durante a puberdade, o desejo de explorar a sexualidade


poderá desenvolver-se acentuadamente;

• É importante ser explícito sobre as mudanças do seu


corpo e sentimentos emergentes desde pequenos;
Problemas sensoriais podem
atrasar Sexualidade

• A hipersensibilidade pode afetar o seu


comportamento sexual, quer reduzindo o desejo de
estar perto de outros ou mostrando uma excessiva
carência sexual;

• Podem não entender fronteiras ou limites;


Para abordar o tema sexualidade:
• Deve-se usar recursos visuais adequados para explicar
como se deve comportar em público;
Por exemplo: imagens, histórias com imagens do que
adequado ou não.
A intimidade pode ser uma luta
• As relações podem ser confusas, uma vez que estes jovens
preferem estar isolados. Podem encontrar na empatia uma
emoção estranha, fazendo com que o outro parceiro se sinta
isolado e sozinho.

• O desejo de ter um namorado ou namorada pode tornar-se


uma obsessão;

• Com a exploração e terapia de comportamento, as


competências necessárias para alcançar um relacionamento
íntimo estão dentro do alcance em alguns casos;
Questões Importantes!

• Segurança sexual - prevenção de abuso

• Precisam de saber quem pode e não pode ajudar nos


cuidados íntimos e compreender a diferença entre o
toque que é conveniente e o que não é;

• Comportamento social precisam de saber quando e


onde não há problema em se tocarem e entender a
necessidade absoluta de privacidade;
O técnico deve:
• Pensar à frente - ser pró-activo;
• Ser concretos (falar sobre o pênis ou vagina, não nos pássaros
e abelhas);
• Ser consistente e repetitivo(a) sobre a segurança sexual;
• Encontrar alguém do mesmo sexo para ensinar questões
fundamentais de segurança e higiene;
• Abordar a dimensão social da sexualidade;
• Reforçar fortemente para todo o comportamento apropriado;
• Redirecionar comportamentos inadequados; (Por exemplo, se
uma criança se masturba na sala de aula ou em público, dar-lhe
algo para transportar ou segurar, e quando está no espaço
adequado e em privacidade mostrar-lhe que se pode tocar)
• Diferentemente da maioria das crianças e jovens com
NEE, os adolescentes do espectro do autismo podem
não ser recetivos a aprender sobre normas sexuais com
os seus pares ou professores. Portanto, essa tarefa caberá
principalmente aos pais;

• A criança com Autismo vai precisar de apoios para


compreender o mundo à sua volta de forma a
desenvolverem sua identidade libertando-se do modelo
infantilizado;
• A interação da comunicação precisa ser encorajada e
devem existir formas de comunicação alternativas
para que possam expressar seus sentimentos e
fantasias, envolvendo seu corpo nas experiências
sensórias e percetivas.
• De maneira concreta, firme, vivenciando a experiência
através de teatros, escrevendo, desenhando,
expressando-se artisticamente;
• O uso da criatividade
é urgente, num
campo artístico,
musical e plástico,
com o objetivo de
expressar a
subjectividade das
transformações
sexuais;
COMO TRABALHAR COMPORTAMENTOS
SEXUAIS INADEQUADOS NOS
ADOLESCENTES E JOVENS AUTISTAS

• Comportamentos de autoestimulação;
• Estar alerta;
• Identificar precocemente os comportamentos;
• Usar modificações ambientais para melhorar o
comportamento;
• Dizer sim a comportamentos adequados;
• Ser consistente;
• Ter em conta o potencial para resultados inadvertidos.
Cognição, valores e
sexualidade
Embora muitos indivíduos com deficiências enfrentem a
discriminação em vários níveis, as barreiras quanto à
sexualidade parecem generalizadas na maioria dos
ambientes;
Cognição, valores e
sexualidade

Nos últimos dez anos muitos


indivíduos com deficiências
passaram a ter mais
oportunidades de acesso aos
domínios da vida pública e
privada, o que aumentou a
participação dos mesmos num
trabalho significativo e
integrado, educação,
comunidade e habitação.
Cognição, valores e
sexualidade

Nos últimos dez anos muitos


indivíduos com deficiências
passaram a ter mais
oportunidades de acesso aos
domínios da vida pública e
privada, o que aumentou a
participação dos mesmos num
trabalho significativo e
integrado, educação,
comunidade e habitação.
Cognição, valores e
sexualidade

Com educação e apoio,


alguns indivíduos com
deficiências significativas
foram bem sucedidos ao
iniciar e manter relações
íntimas com outros e têm
encontrado maneiras de
perceber e manter relações
sociais e sexuais saudáveis;
Cognição, valores e
sexualidade
A não-inclusão da educação sexual na
vida das pessoas com deficiências
;
leva a promover políticas
discriminatórias e sufoca os esforços
dos direitos humanos;

Com a passagem do século, muitos


indivíduos com deficiências
começaram a realizar seus sonhos e
ter os seus direitos sexuais
reconhecidos. Durante as últimas duas
décadas, a qualidade de vida destas
pessoas melhorou;
Cognição, valores e
sexualidade

Embora tenham sido feitos esforços


para corrigir os erros do passado,
existe um longo caminho a percorrer
para proteger individualmente os
direitos de pessoas deficientes no que
diz respeito à liberdade sexual
Conclusão:
• Os pais são a principal fonte de informações sobre a
sexualidade dos seus filhos;

• Para os indivíduos com deficiências, informações sobre


sexualidade podem ou não ser dadas o que irá aumentar a
vulnerabilidade a abusos e promover a sua incapacidade de
compreender as suas necessidades e desejos sexuais;

• Os pais de crianças com deficiências são confrontados com


muitos desafios no dia-a-dia que podem interferir com a sua
capacidade de reconhecer a necessidade de fornecer
informações para a sexualidade de seus filhos deficientes;

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