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GERAIS
1) Identificar as dificuldades atuais (comportamentos-problema) e as variáveis que lhe estão associadas
(passado/presente);
2) Através da recolha de informações desenvolver uma formulação CC;
3) Estabelecer objetivos que se querem alcançar com a intervenção: com a avaliação fica-se com uma ideia do
prognóstico;
4) Obter informação relevante para a seleção das técnicas terapêuticas apropriadas para cada caso: linha
ténue entre avaliação e intervenção;
5) Avaliar de forma precisa os resultados da intervenção à medida que vão surgindo:
- As mudanças a efetuar devem ser claramente operacionalizadas e medidas objectiva (dados
quantitativos) e/ou subjetivamente.
- A avaliação não se esgota nos instrumentos de avaliação iniciais; por exemplo, uma bateria de testes
no início do processo terapêutico ajuda-nos a encontrar outras áreas que carecem de intervenção.
Características fundamentais:
1) Trata-se de uma avaliação multidimensional dos comportamentos, emoções e cognições;
2) Os comportamentos, emoções e cognições são vistos como uma amostra de um padrão mais vasto;
3) Importa estabelecer relações funcionais entre meio/eventos, comportamentos, cognições e emoções
(análise funcional);
4) Existe uma estreita ligação entre avaliação e intervenção: PROCESSO ATIVO e PERMANENTE;
FASE INICIAL
OBJETIVOS GERAIS
- Avaliação geral da natureza dos problemas/dificuldades, abrangendo meio/contexto/eventos,
comportamentos, cognições e emoções:
Como?
- Através da recolha de informação sobre o problema, sobre aspetos do passado e do
presente.
-
Estes dados são a base para a elaboração da conceptualização inicial do caso e para a formulação de um
plano de intervenção
- Importa estabelecer uma relação empática, segura e colaborativa:
- Diminui a resistência na revelação de comportamentos de segurança e das estratégias psicológicas
usadas no evitamento dos PAN indutores de ativação.
TERAPEUTA DEVE:
1) Desenvolver sentimentos de Aceitação, Suporte e Controlo;
2) Explicar a natureza do processo de avaliação;
3) Facilitar a comunicação (questões abertas, evitar interrogatórios e juízos de valor);
4) Ser coerente na sua linguagem verbal e não-verbal;
5) Evitar expressões que possam ser interpretadas pelo cliente como “fracassos pessoais”;
6) Monitorizar reações do cliente.
OBJECTIVOS GERAIS:
- Avaliação detalhada e multidimensional das áreas de dificuldade;
- Estabelecer um diagnóstico e delinear estratégias terapêuticas
Nesta fase, estabelecer uma relação empática avançada:
- Um alto grau de empatia é condição indispensável para explorar significados idiossincráticos,
continuar a diminuir a resistência/defesa dos clientes associada a vivências dolorosas e explorar
material novo;
- Análise topográfica (E.O.R.C)
- Análise funcional
- Significados idiossincráticos
TERAPEUTA DEVE:
- Aumentar os sentimentos de Aceitação, Suporte e Controlo
- Usar questões fechadas e socráticas para clarificar detalhes do material avaliado e significados
pessoais/idiossincráticos associados às dificuldades/problemas;
- Usar questões abertas para avaliar material novo
- Feedbak interpretativos (ex.: “O que me está a querer dizer é que...”)
- Monitorizar reações do cliente
- Monitorizar sentimentos negativos que o cliente desperta em si
- Recorrer a entrevistas estruturadas ou semiestruturadas
- Entrevistar outras pessoas significativas, sempre que se justifique
- Recorrer a diários
ANÁLISE TOPOGRÁFICA: E-O-R-C
- Análise descritiva dos componentes do comportamento (influência da tradição
comportamental)
- Recolher informação sobre “comportamentos-problema”
- componentes: cognições (pensamentos automáticos negativos - PAN), emoções, resposta
fisiológica/vegetativa e comportamento + frequência, duração, intensidade e grau de
invalidação
-Variáveis biológicas
(anteriores e atuais) próprio e/ou outros, autoadministradas
-História das aprendizagens passadas
importantes no DX diferencial
acontecimentos/situações/contextos/E ativadores
TRINÓMIO A.B.C
(Ellis, 1985)
ASPETOS A CONSIDERAR
- Comorbilidade
- Diagnóstico Diferencial
- Recursos disponíveis
- Áreas de bom funcionamento e gratificantes/de motivação/interesse
- Expectativas de vida
TERAPEUTA DEVE:
- Dar o racional sobre os factores predisponentes, precipitantes e de manutenção
- Explicar o(s) método(s) de intervenção que irá(ão) ser usado(s)
- Desenvolvimento de sentimentos de segurança e controlo
- Promoção da aceitação e confronto com as próprias dificuldades
- Apoiar a ação: maximização da possibilidade de aquisição de resultados positivos, desenvolver no
cliente competências necessárias à implementação do plano de ação, reforçando positivamente os
resultados conseguidos, etc.
- Monitorizar os efeitos do tratamento
FASE FINAL
OBJECTIVO:
- A avaliação também é parte integrante da fase final: avaliar se os objectivos estabelecidos foram alcançados.
RECORRER A:
- Relatos subjetivos do cliente, questionários de autorresposta, comparando com momentos anteriores;
- Entrevista com outros significativos.
Métodos de avaliação:
A) Indiretos: entrevistas; questionários/escalas;
B) Diretos: observação; registos de monitorização, medidas psicofisiológicas (ex. batimentos cardíacos)
MÉTODOS INDIRETOS
1) Entrevistas Clínicas Estruturadas ou Semiestruturadas:
- Usadas em todo o processo para avaliar e intervir;
- Nelas estabelece-se a relação terapêutica, recolhe-se informação, tomam-se decisões,
estabelecem-se objetivos e prioridades; método privilegiado de Avaliação CC.
- realizamos entrevistas com o cliente e com pessoas significativas: por vezes, ajudam na
manutenção dos problemas; conseguem descrever melhor as situações que determinam a ocorrência do
comportamento; é importante saber quanto é que a família é afectada; permite observação das interações em
consulta;
- Principal objectivo: estabelecer um diagnóstico - o clínico pode recordar critérios diagnósticos ou
usar entrevistas estruturadas (avalia o preenchimento ou não dos critérios que permitem identificar os quadros;
e.g.: SCID-I/SCID-II;
2) Testes/Questionários de Autorresposta:
- administração fácil;
- rápida interpretação: a importância de dados normativos
- utilizam-se antes e depois do tratamento: informam-nos da eficácia do tratamento, indicam a evolução;
- utilizados na clínica e em investigação;
- ajudam a estabelecer o diagnóstico: avaliam sintomatologia: e.g. BDI, SCL-90-R;
- permitem rentabilizar tempo.
MÉTODOS DIRETOS
1) Registos de Auto-monitorização (auto-registos): das situações, cognições e emoções (sua frequência,
duração; determinantes situacionais
- diários, gravações, folhas de registo adaptadas a cada caso;
2) Observação direta (in vivo/role-play): dispendioso, sobretudo para avaliar comportamento do cliente em
situações de interação social;
- criar situações credíveis e o cliente deve comportar-se da sua forma habitual!!
- útil para avaliar cognições, ver como interage com os outros, avaliar ciclos interpessoais!!!
3) Testes de evitamento comportamental (e.g. obsessivo com rituais de lavagem); os questionários ajudam
a complementar.
e.g. pedir que se aproxime do objecto o mais possível e depois utilize as Unidades Subjetivas de
Desconforto (valor sentido no momento de aproximação máxima);
- Permitem testar distância a que ficam dos estímulos temidos e/ou a capacidade de se
aproximar/tocar (com ou sem luvas, por exemplo);
- Porém, estes testes podem não “apanhar” todos os evitamentos (e.g., pode ter evitamentos mais
generalizados no ambiente natural).
PRODUTOS COGNITIVOS:
COGNIÇÕES/ PENSAMENTOS
- São habitualmente o primeiro foco da terapia;
- Nível mais superficial da organização cognitiva (nível mais direto de acesso);
- Facultam acesso a crenças nucleares/esquemas;
- Como identificar: estar atento a mudanças verbais (volume, tom, entoação) e não verbais (postura,
gestos, contacto visual, expressão facial);
REFERÊNCIAS
§ Dobson, K. (1988). Handbook of cognitive-behavioral therapies (Cap. 3). Guilford Press.
§ Gonçalves, O. (1999). Introdução às psicoterapias comportamentais. Coimbra: Quarteto Editora.
§ Westbrook, D., Kennerley H. & Kirk. J. (2007). Assessment and formulation. In D., Westbrook, H.
Kennerley & J. Kirk. An Introduction to Cognitive Behaviour Therapy: skills and applications. Sage
Publication Ltd.