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“ À todas as pessoas que como eu, descobriram cedo a dor e o

crescimento espiritual através do medo, mesmo não entendendo o


caminho “

“ Ao meu mestre espiritual, com toda minha gratidão por ter me


conduzido ao privilegio de servir aos outros”

“ Aos meus amados Eduardo, Matheus e Vítor - por todo o carinho


que sempre me dedicaram “

“ A todos os meus clientes, pela confiança de compartilharem suas


vidas comigo”

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................05

MINHA HISTORIA ...........................................................................07

I. ENCARANDO O MEDO E SUAS MÁSCARAS..............................09

MINHA HISTÓRIA .......................................................................... 15

II. DISTÚRBIO DO PÂNICO - O MEDO DOS MEDOS!..................17

- Mas, e o que é mesmo esse distúrbio?

III. A RELAÇÃO MENTE-CORPO NO DISTÚRBIO DO PÂNICO

- Aspectos fisiológicos do pânico

- Aspectos psicológicos do pânico

- Aspectos energéticos do pânico

IV. A CRISE DE PÂNICO - O TERROR DO DESCONTROLE...55

- O que fazer durante uma crise

- Como conversar sobre o pânico com os outros

- Para os familiares e amigos do pânico

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V. OS VÁRIOS TRATAMENTOS PARA O DISTÚRBIO.......................66

- Terapias químicas

- Terapias psicológicas

- Terapias holísticas - complementares

VI. INTEGRAÇÃO PSICO-ENERGÉTICA - UMA NOVA


ABORDAGEM TERAPÊUTICA........................................................81

- Energia, saúde e espiritualidade

- Psico-energia - a fonte de tudo

- Integrando-se ao cosmo

- O tratamento do pânico através da terapia integrativa

VII. EXERCÍCIOS PARA O EQUILIBRIO INTERIOR......................99

- Exercícios para um corpo saudável

- Exercícios de relaxamento emocional

- Exercícios de relaxamento mental

VIII. DIFERENÇAS DOS SINTOMAS DO PÂNICO..........................118

- As diferenças entre os sintomas da Sindrome do Pânico e outros


distúrbios emocionais

- Tratamento holístico complementar


IX. ÚLTIMAS PALAVRAS .................................................................... 126

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

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APRESENTAÇÃO
2ª Edição revisada

Sou o que se pode chamar de uma sobrevivente do medo, apesar de


ainda conviver com ele como um velho e conhecido amigo. Escrever este livro
foi um prazeroso desafio, porque não é fácil falar das coisas dolorosas que
vivi durante as crises que me acompanharam por quase todo a minha vida e
com certeza ainda me acompanha, apenas agora entendidas e vistas por
outro angulo, o que já não mais me assusta. Hoje convivo com meus medos
sem crise ou dor, porque aceitei a síndrome como uma “iniciação” a fases
mais profundas do meu ser. E é essa a experiência que desejo passar para
todos vocês.

Nesta segunda edição, no formato de e-book, melhorei e revisei alguns


capítulos da primeira edição do livro em 1998, e também acrescentei
mais um capítulo dedicado as diferenças entre os sintomas do
pânico e outros distúrbios emocionais.

Quero ressaltar que este livro é fruto não apenas da minha


experiência pessoal como portadora do distúrbio do pânico, mas
também, como psicoterapeuta holística. Um processo que me levou a
pesquisar e estudar muitos campos do saber humano, entre eles a
Psicologia Transpessoal, para mim, o grande caminho para a verdadeira
compreensão da alma humana. Na verdade, este não é mais um livro
auto-ajuda ou apenas sobre a minha história pessoal. É um livro sobre
as muitas pesquisas dos tratamentos complementares ou alternativos,
para o distúrbio do pânico.
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Tentei passar para você, que é portador da síndrome do pânico ou
familiar de um portador, que existe esperança e autocontrole para esse
distúrbio de tão difícil compreensão e aceitação.

Procure ler este livro, não como um simples manual, mas acima
de tudo como um livro que pode lhe ajudar a compreender como os
caminhos das emoções podem ser maravilhosamente estranhos.

Tente encontrar nessas páginas as pistas para você desenvolver


o seu caminho de equilíbrio e gestão dessa síndrome, que nada mais
é, como costumo dizer sempre, um caminho de iniciação ao
autoconhecimento e sabedoria em nossa vida.

Boa sorte e muita luz de cura e amor!

Fortaleza, janeiro de 2020

Isa Magalhães

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MINHA HISTÓRIA ...

- Eu estou morrendo! Eu estou morrendo! - Os gritos que


ecoaram pela casa foram de puro terror. Eu escutava minha voz
aterrorizada e sentia meu corpo trêmulo e dormente. A sensação de
estar meio flutuante aumentava a sensação de morte iminente. O
coração batia descompassado, parecendo querer saltar fora do
peito.

Eu tinha onze anos, estava no inicio da puberdade e não


entendia absolutamente o que estava acontecendo comigo naquele
dia. O único pensamento que passava pela minha mente de criança
era: estou morrendo!

Sai correndo do banheiro onde tomava banho, e esbarrei no meu


pai que já estava no corredor para acudir aos meus gritos.
Abraçou-me assustado, perguntando o que havia acontecido. Eu
não conseguia responder, só chorava e chorava.

De repente tudo passou. Era como se nada houvesse acontecido.


Em vão, tentei explicar a “coisa ruim” que tomou conta de mim.
Diante da total falta de nexo das minhas explicações, a família
passou a achar que tudo não tinha passado de nervosismo.

Aliás, todos me achavam inquieta e ansiosa. Extremamente


precoce para a minha idade, era o comentário geral. Como passei a
ter pequenas crises nervosas, meus pais me levaram ao médico. Fiz
uma infinidade de exames e tudo normal. Receita: água com açúcar
quando me sentisse mal!

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Nesse período passei a ter medo de sair sozinha, ir ao colégio ou
qualquer outro lugar estranho. Vivia com medo de sentir “a coisa
ruim” novamente. Acordava no meio da noite sentindo meu peito
apertado e um bolo subindo e descendo na garganta. Meus pais já
não sabiam que fazer e o médico receitou um antidistônico suave.
Tomei algumas vezes, mas como me sentia meio sonolenta tive
medo e só tomava o remédio quando era impossível me controlar.

Não me lembro direito de por quanto tempo fiquei sentindo os


sintomas, naquela época. O inicio do que viria a ser uma longa
jornada de medo e sensações físicas desagradáveis, foi cruel e
marcou profundamente minha adolescência, no entanto, era
alternante.

Havia espaços de tempo entre um período e outro das crises.


Tempos onde eu nem me lembrava que existia o medo. Era um
processo cíclico, que alternava tempos de "mal-estares" e tempos
normais onde a vida de adolescente seguia com todos os prazeres e
dores dessa idade.

E assim, começou a minha jornada como portadora de um


distúrbio, que eu só viria a descobrir anos mais tarde, do que se
tratava.

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I. ENCARANDO O MEDO E SUAS MÁSCARAS

“ Tenha muito cuidado para não usar o medo como justificativa para fugir
da vida. Fazer isso, gera programações subconscientes e você pode estar
programando o medo de perder o medo - ficando temeroso de que ao abrir mão dele
perderá algo. Mas é claro que sim. Você perderá o conflito, a raiva, as
preocupações e todas as outras emoções baseadas no medo” ( Dick Sutphen - “O

Oráculo Interior”- Ed. Record)

O medo é o mais natural de todas as emoções humanas. Assim como amor


ou o ódio, o medo é um sentimento organizador de nossas vidas desde que
também como qualquer outro sentimento, não se torne exagerado, doentio.
Aí vira neurose! Poderíamos definir esse sentimento como uma
profunda ou vaga inquietação que nasce de uma situação real ou imaginária.
As variações da tensão causada pelo medo são individuais, podendo ir do mais
leve temor interior ao verdadeiro pânico. Podemos ter medo de falar em
público, de tomar decisões, medo de intimidade, de envelhecer, de ficar
sozinhos... Ah, temos uma infinidade de medos!
Esse sentimento é tão antigo quanto o nascimento da humanidade.
Talvez tenha nascido mesmo antes de termos à compreensão do mundo em
que vivíamos, atordoados diante de uma natureza hostil e imprevisível,
quando ainda morávamos nas cavernas. Na mitologia grega Fobos (medo) era
irmão de Deimos (terror), filhos de Ares (deus da guerra) e Afrodite (deusa do
amor). Fobos e Deimos acompanhavam sempre seu pai aos campos de
batalhas, espalhando medo e terror aos homens. Como explica um forte deus
e a deusa do amor procriar tão indignos filhos? Somente a alma filosófica dos
antigos para criar esse mito. Era assim que eles explicavam as dualidades da

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vida e suas conseqüências, como também a relação amor e agressividade,
medo e descontrole.

E é também da mitologia greco-romana que surge Pã - metade homem,


metade animal, com seus cascos de bode e chifres, símbolo da obscuridade que
causava terror nas pessoas devido sua feia aparência. Conta à lenda que o
deus mitológico Hermes teve um filho com Penélope. A criança nasceu tão
feia que sua mãe saiu correndo! Essa criança recebeu o nome de Pã, e tinha o
estranho hábito de aparecer subitamente para os viajantes, que em geral
tinham uma reação de grande medo, de pânico. A palavra “pânico” originou-
se do nome desse semi-deus. O nome da síndrome do pânico nasceu dessa
lenda. E essa síndrome também é o nome médico para uma reação orgânica
de grande medo com sintomas extremamente desagradáveis, que aparecem
sem nenhuma razão aparente, como o terrível Pã da mitologia.

A sensação do medo remete-nos diretamente a situações de confronto ou


fuga, como também a uma perda de contato com nós mesmos gerando
pensamentos e emoções negativas que, por sua vez, geram ainda mais medo.
Nossa mente cria mecanismos de defesa diante de situações que não podemos
ou não sabemos como entender.

Esses mecanismos são a imaginação, a ansiedade, as preocupações. É


como se ao preocupar-nos com a situação da qual não temos controle,
pudéssemos controlá-la através da nossa ansiedade. Mas ao invés disso,
deparamo-nos com o sentimento de insegurança que acaba por provocar o
medo. Assim, o medo é uma energia sutil que desestabiliza nossos níveis mais
profundos: físico, psicológico e espiritual. E isso causa uma situação de
desarmonia diante da vida, nos levando a um angustiante sentimento de
solidão que não nos deixa reagir positivamente perante os problemas.

Infelizmente, porém, não podemos viver sem o medo. Ele é o limitador e


organizador da vida, como foi comentado no início. Sem ele colocaríamos em

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risco nossa segurança e as dos outros. Assim, o problema não é o sentimento
do medo, mas a intensidade desse sentimento e a forma como relacionamo-
nos com ele. É muito importante não negarmos o medo, caso o contrario
transformara-se em neuroses difíceis de serem tratadas, como a depressão, a
ansiedade fóbica, dores físicas inexplicáveis e o próprio distúrbio do pânico -
uma das formas mais crônicas do medo como doença.

A única saída é entendermos nosso medo e aprendermos a conviver


com ele de maneira segura e menos ansiosa. E isso é possível? Claro
que é. Aprendemos a conviver com nossas dificuldades como
aprendemos a dirigir, dançar, escrever, viver. Para uns são mais fáceis,
para outros não, como tudo na vida. O importante é não fugirmos, mas nos
naturalizarmos com esse sentimento. Não existe uma formula mágica para
isso. Existe sim, é a vontade de ser feliz, de aproveitar a vida de maneira
sadia e profunda.

O caminho é descoberto através do auto-conhecimento que nos leva


direto as nossas mais profundas necessidades, sem negação ou culpa. Essa
descoberta da essência fazer-nos descobrir também os condicionamentos
traumáticos que se originaram em muitos momentos do nosso passado,
principalmente na nossa “criança interior”, ou seja, na infância. São esses
condicionamentos, ou programações negativas, que fazem os circuitos
emocionais (inconsciente) e neurais (fisiológicos) do medo dispararem quando
menos se espera, e as vezes sem controle, como no caso do distúrbio do pânico.

Para harmonizarmos o sistema emocional será preciso


investigarmos profundamente as nossas emoções negativas que nos impedem
de agir com clareza na vida. O reconhecimento do nosso medo pode nos levar
a experiência de vivermos esse sentimento de frente, naturalmente, como
qualquer outro sentimento que habita nosso interior. Essa ação acaba
diluindo o padrão que nos aprisiona e apavora.

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Toda e qualquer negação dos sentimentos, fazem com que eles
cresçam, tornando-os maiores ainda. Em suma, quanto mais negamos, mais
fortificamos o sentimento que queremos acabar. A solução mais imediata
parece óbvia: aceitação!

Quando aceitamos algo, abandonamos o autojulgamento, a culpa,


a raiva e, resignadamente, aceitamos as nossas limitações, aprendendo
com elas a sermos mais humanos e amorosos. Na visão espiritualista do
mundo não existe nada negativo ou positivo na essência - tudo é o que
é. Tudo tem seu espaço e devemos respeitar e aceitar naturalmente isso. É
como dar um sim a vida e a tudo que ela vai nos proporcionar.

Naturalmente não evitaremos o sofrimento, mas aprenderemos com ele a


reconhecer nossos limites. Certo dia, uma cliente me perguntou porque
existia sofrimento. No momento fiquei sem saber o que responder, mas ai
lembrei-me da lei dos opostos que comanda nosso mundo: tudo tem seu
contrario - claro x escuro, grande x pequeno, etc. Então, felicidade x
sofrimento!

Parece-me que precisamos da lei dos opostos para termos noção de


limite. Se existe a dor e eu não gosto dela, vou fazer tudo para buscar o
prazer e a alegria. Esse impulso me faz crescer e evoluir.

Existem dois níveis básicos do medo: os externos e os internos. Os


medos a nível externo são aqueles onde a ameaça vem de fora.
São classificados como:
• Perda financeira

• Invalidez
• Mudanças (na carreira, de casa, de cidade, de relacionamentos, etc.)
• Acidentes pessoais

• Perda de pessoas queridas


• Acidentes externos (calamidades em gerais)

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• Relacionamentos (afetivos, sociais, profissionais)

• Do público (entrevistas, falar, apresentar-se)

• Medos de situações da vida.

Esses medos são traduzidos como “tenho medo de adoecer”, “tenho medo
de ficar pobre”, “tenho medo mudar e não dar certo”, “tenho medo de amar e
perder”, “tenho medo do mundo”, etc.

Os medos internos são aqueles aonde a tensão vem de dentro da pessoa,


como:

• Fracasso
• Rejeição
• Sucesso
• Morte

Existem uma infinidade de medos, mas a base sempre é o medo de


perder o controle, de ser humilhado, de ser abandonado. Por exemplo,
muita gente tem medo do sucesso porque acha que não vai agüentar a
responsabilidade desse sucesso.

O medo pode ainda ser tão forte, que invalida uma pessoa, são as
fobias (agorafobia - medo de lugares amplos, claustrofobia - medo de
lugares fechados, etc.). Em geral, os medos mais comuns podem ser
facilmente trabalhados através da autoconfiança interior. Mas os
medos mais profundos, como as fobias, precisam de um trabalho
terapêutico especializado e direcionado.

Reconhecer nossos medos significa antes de tudo, crescimento e


autoconhecimento. Significa também identificar a fonte emocional de nossas
dores. Por exemplo: atrás da dor da culpa existe o medo da punição

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(sentimos medo de ser punido por algo que acreditamos ter feito de errado,
então um forte sentimento de culpa se instala: “Puxa, se eu não tivesse feito
isso não estaria nessa situação! ”. Por trás da vergonha está o medo do
julgamento (“ Meu Deus! E agora, o que todos vão pensar de mim? ”)
E, assim por diante.

Mas para começar com o seu processo de auto-aceitação não conte em


demasia com seu lado racional, não faça julgamentos. Simplesmente
permita-se ter o sentimento, mesmo que ele seja apavorante como no
caso do distúrbio do pânico, e procure expressá-lo suave e
continuamente, até ele já não mais pertencer-lhe ou machucar-lhe. Então
respire, sinta, viva.

E deixe que o amor incondicional que habita o mais profundo do seu


ser flua e preencha sua vida com plena e sincera alegria por simplesmente
estar vivo.

Bloquear emoções é bloquear a energia do espírito e o conhecimento que ele adquire


percorrendo seu ser - e que perda seria isso! ( Phillip S. Mitchell)

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MINHA HISTÓRIA...
Fazia algum tempo que não sentia nenhum dos estranhos mal-
estares que me fazia tremer de medo. Estava com quinze anos e tinha
uma vida normal de adolescente de um período onde não existia
internet ou redes sociais, e sim, muitas festinhas, grupos de amigos
ouvindo música.

Assim como apareceu, as crises desapareceram e eu nem me


lembrava mais delas. Adorava praia, vestir roupas diferentes, estilo
hippie e me destacava no colégio como diretora de artes do grêmio,
escrevendo e atuando em peças teatrais.

Eu também desenhava e dançava super bem! Ou seja, era a


típica menina ousada, inquieta, que adorava ler uma revista
esotérica chamada Planeta, estudar numerologia e jogar tarô.

Dona de uma personalidade versátil e muito ansiosa, eu


vivia correndo, fazendo mil coisas ao mesmo tempo. Muito
criativa, todas as manifestações artísticas me interessavam:
escrever, desenhar, dançar, fazer teatro.

Era a filha mais velha de uma família de seis filhos, com uma
mãe que trabalhava o dia todo e ainda arrumava tempo para
fazer várias faculdades, extremamente dominadora, mas super -
carinhosa e cúmplice de todas as coisas que eu inventava de fazer.
Apesar dos sérios problemas familiares que me acompanhavam (meu
pai era alcoólico), eu não era infeliz.

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Minha personalidade sempre foi alegre e comunicativa. Vivia um
tanto estressada pela situação dos meus pais, contudo, achava a vida
boa demais para viver triste. Hoje, eu sei que reprimia minha dor
fingindo que estava tudo normal, que tinha uma vida normal. E
quando a pressão interior estava forte demais, apareciam as crises
como forma de aliviar meu organismo.

E assim foi. Um dia acordei cedo, era domingo e fazia um sol


maravilhoso. Enquanto espichava-me preguiçosamente na cama, um
desejo intenso de curtir uma praia tomou conta de mim. Levantei
rápido e acordei minhas duas irmãs mais novas para me
acompanharem na aventura. Embora fosse muito jovem, eu era
independente.

Pegamos o ônibus e quarenta minutos depois estávamos descendo


na praia. Tudo perecia bem, sem problemas e felizes olhávamos
aquele mar azul que se desenhava a nossa frente prometendo
divertimentos. Comprei um belo e grande sorvete e quando me
preparava para saboreá-lo... tudo aconteceu de novo!

Repentinamente fiquei tonta e parecia que uma cinta de


ferro prendia meu o peito não me deixando respirar direito. Meus
braços, mãos e rosto formigavam meios adormecidos. Entrei em
pânico! Já havia até esquecido dos mal-estares e estava apavorada.

Chamei minhas irmãs, pegamos um táxi e cheguei aos prantos


em casa. E novamente tudo voltou: os medos, a sensação de
morte, de insegurança, de pavor! Novamente as maratonas de
médicos e exames e as mesmas respostas: tudo normal. O medo de
morrer era tão grande, que chegava mesmo a desejar a morte para
acabar com aquele suplício!

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II. DISTÚRBIO DO PÂNICO - O MEDO DOS MEDOS

ALGUNS NOMES DE COMO O DISTÚRBIO É CONHECIDO:

Síndrome do pânico

Desordem do pânico

Distúrbio do pânico

Transtorno do pânico

Neurose ansiosa

E O QUE É ESSE DISTÚRBIO?

Segundo os especialistas, é uma profunda crise de ansiedade que surge


inesperadamente e provoca sintomas físicos e emocionais incontroláveis, como
o medo de morrer, enlouquecer ou perder o controle da situação. Tem curta
duração, contudo, as crises são frequentes e sem causa definida.

Para entender melhor como se forma a síndrome do Pânico, vamos


imaginar que você é um carro que tem um alarme contra ladrões. Esse
alarme é importante e útil para as situações de emergência. Porém, esse
alarme entra em curto-circuito e começa a tocar sem mais nem menos,
sem que realmente o “carro” esteja em perigo, ou seja, sem nenhum motivo
aparente. Quando esse alarme toca sem motivo, damos o nome de Crise de
Pânico.

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MAS ATENÇÃO, CRISE DE PÂNICO NÃO É SÍNDROME DE PÂNICO!

É importante saber, para um diagnostico real da síndrome do pânico, que os


sintomas só se caracterizam como a doença quando acontecem várias vezes de
forma inesperada, e que se tornem recorrente sem que não haja nenhuma
situação ou acontecimento externo para provocá-lo.

SINTOMAS QUE INDICAM SE VOCÊ TEM


SÍNDROME DO PÂNICO

1. Você terá que ter pelo menos de três a quatro crises de pânicos num
período de um mês, e em circunstâncias que não esteja fazendo esforço
físico intenso, correndo algum tipo de perigo ou sofrendo estímulo fóbico
(medo de algo concreto).

2. As crises de pânico manifestam-se com sintomas de profunda apreensão,


angústia e medo, apresentando as seguintes reações físicas:

 Dispnéia (falta de ar)

 Palpitações

 Dor ou desconforto na área do peito

 Asfixia ou sensação de sufocamento

 Tontura ou vertigem

 Desrealização (sensação de estar fora de realidade física)

 Parestesias (dormência nos membros do corpo, boca e rosto)

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 Ondas de calor e frio

 Suor intenso

 Desmaio

 Tremores ou sacudidas descontroladas do corpo

 Medo de enlouquecer, de morrer, de perder o controle

Geralmente, os sintomas do distúrbio do pânico acontecem sem que aja


nenhuma doença física ou psicológica específica, tipo depressão,
esquizofrenia ou neurose ansiosa, embora aconteça vários sintomas
confusos.

Uma crise é um grande processo de somatização diversas, mas não


está associada diretamente a uma fobia exclusiva, tal como o medo de
elevador ou multidão. A crise simplesmente acontece sem causa aparente. E
isso é enlouquecedor!

DURAÇÃO DE UMA CRISE

Isso é muito individual, mas geralmente uma crise dura de 05 a 20


minutos, mais ou menos. Entretanto, elas deixam um rastro de
somatizações na forma de várias “sensações” ruins durante muito tempo.
É o pensamento e a sensação de que algo vai acontecer a qualquer
momento, como por exemplo, uma doença séria conosco ou pessoas amadas.

E COMO DESCOBRIR SE VOCÊ TEM OU NÃO PÂNICO?

Em primeiro lugar o diagnóstico de um médico sobre a sua saúde física é


fundamental, para afastar a possibilidade de alguma doença que
cause sintomas parecidos com os do pânico (hipertireoidismo, arritmia
cardíaca, hipoglicemia, prolapso da válvula mitral, certos tipos de epilepsia).

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Somente depois de descartar toda e qualquer possibilidade de algo orgânico
é que se começa a pensar no distúrbio do pânico. Nesse caso, a opinião de
um psiquiatra será importante para a indicação do melhor tipo de
tratamento. Nessa etapa, dependendo do estado em que esteja a pessoa
portadora - crises intensas, médias ou suaves, é que o médico verifica que
tipo de medicação será necessário, e qual o tratamento que será usado.

Os médicos mais convencionais indicam a medicação acompanhada de


uma psicoterapia comportamental, mas já existem também muitos
profissionais da saúde indicando as terapias naturalistas e holísticas, como
a yoga, o tai-chi-chuan, relaxamento, homeopatia, massagem,
acupuntura, etc., como complemento do tratamento.

MAS O QUE É MESMO ESSE DISTÚRBIO?

O que realmente causa o distúrbio do pânico é ainda um mistério para os


médicos. A única coisa que se sabe com certeza, é que a nível orgânico o
distúrbio é causado pela descarga involuntária da noradrenalina - um
hormônio neurotransmissor idêntico à adrenalina, que é produzido na
estrutura cerebral chamada de “Locus Coeruleus” e que uma vez lançado no
organismo desordenadamente, causaria os sintomas da crise de pânico:
opressão no peito, suores intensos, ondas de calor ou frio, tonturas, sufocação,
tremores, sensação de morte ou que vai enlouquecer e uma vontade
irresistível de fugir - mas não se tem para onde fugir já que a ameaça vem de
dentro de nós mesmos.

O distúrbio do pânico é uma síndrome que só foi diagnosticada e


catalogada na American Psychiatric Association (DSM - III ) - a poderosa
associação de psiquiatria americana que legitima cientificamente os
distúrbios mentais, na metade da década de oitenta. Sabe-se no entanto, que

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essa doença acomete pelo menos 6% da humanidade nos grandes centros
urbanos. E embora os sintomas desse distúrbio venham sendo relatados já há
muito tempo nos consultórios médicos, eles não eram muito levados a sérios,
sendo tratados apenas como nervosismo, histeria, ou coisa do gênero.

Foi assim com Maria Helena, uma jovem de 26 anos, assistente


comercial de uma grande empresa. Ela contou-me a primeira crise, quando
iniciou um tratamento comigo, depois de ter consultado muitos médicos.
Aconteceu num final de semana, dentro de um supermercado. Estava fazendo
compras e no momento que se baixou para pegar algo numa prateleira, ficou
tonta, a vista turvou-se e o coração disparou numa taquicardia incontrolável.
Procurou respirar fundo, mas parecia que o ar não entrava. A boca começou a
ficar seca e um forte aperto no peito fez-lhe pensar que estivesse tendo um
ataque do coração. Largou o carrinho de compras e saiu correndo do
supermercado. Desse dia em diante começou o pesadelo e os “passeios” pelos
muitos consultórios médicos.

Um ataque de pânico pode durar de cinco a vinte minutos e os sintomas


podem ser muito parecidos com o de um ataque do coração, já que na maioria
das vezes a crise pode vir acompanhada de dores no peito, é apavorante! Mas,
o que é realmente cruel para o portador do distúrbio, é que ao chegar a um
hospital, no momento da crise, nada de anormal será encontrado no seu
organismo que justifique os sintomas dos quais se queixa. Isso faz com que a
pessoa passe a ter vergonha, depois de um tempo de “alarmes falsos”, de falar
sobre as sensações que lhe machucam o corpo e a alma. Nenhum dos mais
modernos exames laboratoriais, radiológicos ou eletrônicos será capaz de
diagnosticar nada de importante no organismo durante uma crise de pânico,
fazendo com que a situação pareça tão irreal, que acabamos achando que
estamos enlouquecendo. E quando finalmente, depois de perambularmos por
diversos médicos, centenas de exames, centros espíritas, terreiros de
umbanda, rezadeiras, psicólogos e o que mais indicarem, encontramos o

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diagnostico correto: síndrome do pânico, o tratamento nem sempre é o
indicado.

Tudo isso, porque o distúrbio ainda é muito pouco estudado pelos


médicos e psicólogos. Poucos sabem que o distúrbio do pânico é considerado
atualmente, assim como o estresse, a doença do século vinte e um. E que ele
não é um mal físico ou emocional apenas, ele é um conjunto de tudo. Porque
atinge o corpo fisiológico, as emoções, a alma, os corpos energéticos.

Esse distúrbio ainda é erroneamente confundido com nervosismo,


histerismo, “fricotes”, depressão ou com outras manifestações psico-
emocionais, como aconteceu com Luiza, outra jovem cliente. Uma moça
alegre, extrovertida, estudante de Direito. Estava no final do semestre,
muitas provas, quando sentiu sua primeira grande crise. Foi durante uma
aula, começou com uma sensação de peso sobre a cabeça e muita dificuldade
de engolir a saliva. As mãos e os pés começaram a ficar dormentes e levantou-
se trêmula, saindo da classe aos prantos, certa de que estava morrendo. A
partir desse dia começou a ter crises quase que diariamente, abandonou a
faculdade e só se sentia segura em casa. Os médicos que consultou depois da
primeira crise, não encontrando nada que justificasses os sintomas,
diagnosticaram como nervosismo e passaram a trata-la com um certo descaso.
Infelizmente para nós, portadores da síndrome do pânico, a visão cartesiana
da medicina considera a doença nervosa como algo secundário, porque
segundo essa visão, “nervosismo não mata”. Mas hoje sabemos que a maioria
das doenças orgânicas começam primeiro nas emoções, como veremos mais
adiante.

O distúrbio do pânico pode ser também confundido com fobias, o que


não é verdadeiro. Durante uma crise fóbica, a pessoa tem que ficar exposta a
situação que lhe cause medo para ter os sintomas físicos característicos da
crise . Como Luiz Eduardo, que tem pavor a elevadores, desde que ficou preso

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num quando criança. Quando entra num elevador, seu coração dispara,
começa a suar frio e a sentir falta de ar, mas basta sai da situação e tudo
volta ao normal. Para o portador do distúrbio, porém, não é preciso estímulos
externos. As sensações aparecem sem que nada de errado esteja acontecendo,
muito embora o distúrbio possa também vir acompanhado por processos
fóbicos que são geralmente desenvolvidos após as primeiras crises.

Maria Helena desenvolveu verdadeira fobia a supermercado.


Inconscientemente passou a associa-lo ao pânico. Ao que parece, a ansiedade
do portador do pânico não tem origem definida. Simplesmente se entra em
pânico e, na maioria das vezes, em situações tranqüilas como lendo,
descansando ou divertindo-se. O medo supera todo e qualquer pensamento
racional e, quando percebemos, o corpo já está tomado por todas as sensações
desagradáveis características da crise.

Muitas vezes podemos estar até mesmo dormindo e acordarmos de


repente com o coração disparado, boca seca, palpitações, suor frio, tremores,
peito apertado, sensação de falta de ar, e uma moleza geral ao ponto de
pensarmos que vamos perder a consciência. Essas sensações desagradáveis
tem uma explicação cientifica, a nível orgânico. Quando estamos muito
ansiosos, respiramos rápido e ligeiro, o que causa uma espécie de intoxicação
com oxigênio chamada de hiperventilação, que por sua vez provoca a alcalose
secundária - formigamento nas mãos, pés e em torno da boca, que pode
provocar a rigidez muscular nos braços e pernas (isso nos leva a achar que
estamos perdendo o controle do corpo). As descargas hormonais
descontroladas também causam mal-estares súbitos.

Embora, geralmente a crise de pânico não nos impeça totalmente de


atuar nas atividades básicas da vida (a não ser em casos muito graves), com
certeza vai interferir profundamente nos relacionamentos pessoais,
profissionais e cotidianos. Podemos sentir muita fadiga, dificuldade de

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concentração, medo de sair só, diarréias súbitas, pressão alta ou baixa e
muitos outros sintomas que variam de pessoa para pessoa. Outra
característica do distúrbio é a personalização dos sintomas.

Cada portador sentirá sensações pessoais que, embora parecidas com


o de milhares de outros portadores, terão características próprias de acordo
com sua personalidade e nível de ansiedade. Os sintomas das crises de Luiza
mudavam constantemente: hora sentia tontura e fraqueza nas pernas, hora
era um peso na cabeça e náuseas, depois eram as diarréias crônicas. Isso
torna ainda mais difícil o tratamento e requer do terapeuta ou médico uma
sensibilidade especial para descobrir a melhor maneira de tratar o paciente.
Para o médico, por exemplo, o diagnóstico é ainda mais complicado, já que
muitas doenças consideradas graves possuem sintomas parecidos com o
distúrbio do pânico, tal como infarto do miocárdio, hipertireoidismo ou
mesmos tumores no sistema endocrinológico, assim como também algumas
síndromes, o da fadiga viral, por exemplo.

Podemos observa ainda, que algumas deficiências vitamínicas ou


minerais, como de niacina, magnésio, cálcio, L-traptofano e vitaminas B em
geral, podem levar a um quadro profundo de ansiedade e outros sintomas do
sistema nervoso parecidos com o distúrbio do pânico.

Em suma, é importante antes de qualquer definição ou diagnóstico, um


estudo profundo e minucioso do organismo da pessoa queixosa, já que o
distúrbio do pânico é o conjunto de todos esses sintomas descritos sem que
nenhuma doença orgânica seja encontrada. As estatísticas revelam que as
mulheres seriam as mais propensas ao distúrbio, porém, sabe-se também que
os homens mascaram os sintomas fugindo deles com bebidas, calmantes ou
simplesmente não falando sobre o assunto, assim, pouco aparecem em
estatística sobre o assunto. Não existe a idade mais propensa para o
aparecimento do pânico, mas geralmente as primeiras crises acontecem entre

24
os vinte e quarentas anos. Isso não quer dizer que pessoas mais jovens ou
mais velhas não venham a sofrer com o distúrbio. Em qualquer faixa etária
estamos suscetível, basta termos propensão para isso.

O cliente mais velho que atendi tinha setenta e dois anos, e me disse
que já fazia uns dez anos que sentia aquelas “coisas”, mas não ligava porque
achava ser da idade. Sempre foi muito nervoso e irritado. Tinha dificuldades
para dormir e se alimentava muito de doces. Depois que aprendeu a relaxar e
melhorou sua dieta, as crises diminuíram.

A pessoa mais jovem que atendi tinha quinze anos, Luiz Eduardo,
que apresentava pânico associado a fobia. Seu pavor a elevador transformou-
se em claustrofobia – entrava em crise só em imaginar-se preso em algum
lugar. Quando começou o tratamento não ficava um minuto em qualquer
lugar fechado. Teve acompanhamento psicológico e terapêutico alternativo,
com reiki, massagem e relaxamento durante seis meses. A ansiedade reduziu-
se bastante. Ainda tinha medo de elevador, mas já não ficava em pânico ao
entrar num lugar fechado, quando interrompeu o tratamento porque mudou
de cidade.

Existem, atualmente, uma infinidade de tratamentos para a


síndrome do pânico. Pessoalmente, de acordo como minhas experiências
pessoais e pesquisas terapêuticas, considero que somente um tratamento
integrativo, onde possamos unir o corpo, a mente e o nosso sistema
energético, é passivo de sucesso. Nos próximos capítulos entenderemos
melhor esse processo.

Muitas pessoas com Pânico sofrem pela ansiedade do medo de ter uma nova
crise. E muitas vezes essas pessoas passam a evitar situações ansiosas, o que
acabam por restringir muito as suas vidas.

25
MINHA HISTÓRIA...
... Passei mais de um ano sentindo os sintomas desagradáveis
que mudaram completamente minha vida por aqueles dias. De uma
menina alegre e festeira passei a ser uma adolescente medrosa, que
andava com remédios calmantes na bolsa, dormia pouco a noite e
muito durante o dia, tinha medo de tudo. Apesar de teimar em
manter a vida normal, tudo era diferente. A qualquer momento,
independente de onde estivesse, poderia começar a sentir um medo
estranho e todo meu corpo vibrava entre calafrios e tremores
incontrolaveis, que faziam minhas mãos e pés ficarem dormentes.
Era horrível! Tinha pavor, mais até do que o próprio medo que
maltratava meu corpo e minha mente, das pessoas desconfiarem do
que se passava comigo. Tinha medo que achassem que era louca,
desequilibrada ou doente. Quase ninguém, fora minha família, sabia
das minhas crises.

Não me lembro quando tudo passou. Minhas crises se iam


como vinham: subitamente! Quando me dava conta já fazia dias que
não sentia mais nada. Mas o medo de ter os sintomas não me deixava
ficar tranqüila. Geralmente levava um tempo até a vida voltar
completamente ao normal. Depois desse período passei a observar
que as crises eram cíclicas. Passava de até dois ou três anos sem o
menor sinal do distúrbio e de repente... Naquela época eu não sabia
absolutamente o que tinha. Meus pais achavam ser “da idade”, que
eu era muito nervosa, ansiosa, tensa. Os médicos ironizavam e

26
diziam coisas do tipo “quando casar passa”. Eu me sentia
extremamente estúpida por não poder explicar realmente o que
sentia, e por ser considerada histérica pelas pessoas a minha volta.
Isso me fez esconder-me cada vez mais e, apesar da minha
personalidade extrovertida, eu passei a desconfiar de todos e me
sentia profundamente só. Era como se todo mundo fosse normal,
levasse uma vida normal e eu era a única desajustada, que sentia
“coisas” que não existiam. Tinha raiva de mim mesma e inveja das
pessoas que viviam “bem”...

27
III. A RELAÇÃO MENTE-CORPO NO
TRATAMENTO DO PÂNICO

Para a ciência tradicional, os seres vivos são apenas uma estrutura


funcional-química e todo e qualquer problema no organismo deve ser
entendido como um desequilíbrio nesse sistema químico. É como se o corpo
fosse apenas uma máquina com mil engrenagens e as doenças seriam os
defeitos que poderiam provocar danos nessa máquina.

Assim, quanto mais “mecânicos” especializados (médicos) em cada peça


da engrenagem mais fácil de detectar o problema e consertá-lo. Até aí esse
pensamento poderia estar correto, se não fosse por um pequeníssimo detalhe:
não somos uma máquina mecânica. Somos seres complexos e indivisíveis.
Não é possível tratar de o corpo pôr partes, isso faz com que a unidade seja
quebrada e a saúde fique desequilibrada. Não se trata aqui, de negar a
grande evolução da ciência nesses últimos séculos, principalmente na
medicina. São muitas curas importantes, aparelhos que investigam o corpo
por dentro analisando e detectando qualquer processo anormal, cirurgias
perfeitas, transplantes, vacinas, e até clonagens de seres!

Mas não podemos negar também, que o homem ainda não conseguiu
definir a centelha de vida que anima o corpo. De onde vem a vitalidade? Do
cérebro? Do coração? De outro lugar ou de todos os lugares? Que milagre
forneceu o molde de um corpo tão perfeito? São perguntas ainda sem
respostas, mesmo para uma ciência que já tem uma engenharia genética tão
avançada.

28
Nas últimas décadas surgiu um novo modelo de pensamento que
começa a interessar a comunidade cientifica e que, possivelmente,
influenciará profundamente a cultura do século XXI - é o paradigma holístico
sistêmico que mostra o mundo com uma unidade onde tudo é o todo, e todas
as partes se intercomunicam de forma a se auto influenciarem. É como se
tudo nesse mundo encaixasse-se como peças de um quebra-cabeça – se uma
peça faltar o jogo estará inutilizado.

Esse conceito holístico entende nosso organismo não apenas como uma
estrutura química, mas também como uma estrutura energética. No conceito
holístico a mente é energia e o corpo é química. Um influencia o outro como
duas polaridades que se completam numa perfeita comunicação. Até bem
pouco tempo a ciência tradicional não reconhecia essa comunicação. Era como
se mente e corpo fossem dois completos estranhos. Daí a maioria dos
tratamentos médicos serem feitos apenas com remédios químicos, mesmo
quando a origem da doença não fosse física.

Hoje sabe-se que o ideal é um tratamento em conjunto, mente-corpo,


energia e química, com terapias complementares. Esse é o pensamento da
ciência holística, do holos grego: que significa todo, conjunto. Na linha desse
modelo nasceu um novo ramo científico que se propõe estudar a influência
das emoções no sistema imunológico do nosso corpo e suas conseqüências na
saúde - a neuropsicoimunologia. Estudos como esse proporcionam abertura
para outras idéias, até então consideradas esotéricas demais, como por
exemplo, os campos de energia sutil (falaremos deles mais adiante), que
desempenham importante apoio ao sistema bio-elétrico humano ou seja, a
energia eletromagnética do corpo físico do Sistema Nervoso Central.

E o que tudo isso tem haver com o pânico? Acredito que já esteja
fazendo essa pergunta. Tem tudo haver. Uma vez que o distúrbio do pânico se
manifesta tanto a nível físico como emocional-mental-energético. E, para

29
compreendermos como um sistema influência o outro é necessário
conhecermos, mesmo que superficialmente, a estrutura do corpo-mente, o
palco onde acontece as crises de pânico.

Estudos recentes demonstraram que o corpo humano pode realizar


proezas não imagináveis sob efeito da hipnose, uma técnica que utiliza a
sugestão mental para alterar a consciência em vigília, levando a pessoa a
fazer coisas impossíveis num estado normal, como controlar a temperatura da
pele ou a dor, mudar o ritmo dos batimentos cardíacos e até mesmo curar
muitas enfermidades orgânicas sérias. E quem é hipnotizado? O corpo ou a
mente? Os dois, mas a mente é o veículo usado para hipnotizar o corpo. Como
também é a mente o veículo usado nos exercícios de biofeedbck – técnica que
tem como finalidade o controle neuromuscular do corpo, condição propícia
para um relaxamento profundo que pode proporcionar a cura do Sistema
Nervoso, que durante o pânico entra em curto-circuito.

A hipnose infelizmente sofreu muitos preconceitos trazendo


dificuldades para a pesquisa nessa área. Os antigos orientais conheciam bem
os efeitos da mente sobre o corpo, tanto que a maioria das técnicas de cura do
oriente usam a meditação como ponto fundamental no tratamento, mostrando
assim, que, como não podemos separar a luz do sol de seu calor, não podemos
dividir mente e corpo.

ASPECTO FISIOLÓGICO DO PÂNICO

O que acontece com nosso corpo durante uma crise de pânico?


Costumava fazer-me essa pergunta quando sentia aquele caldeirão de
sensações apavorantes. Bem, para começar nosso corpo é realmente uma
espécie “máquina” perfeita e admirável. Tudo se conecta com tudo numa
precisão absoluta, e o cérebro é o grande coordenador dessa máquina, no nível
fisiológico. É dele que parte todas as ordens de funcionamento do corpo
através do Sistema Nervoso Autônomo e de suas duas ramificações

30
principais: o Sistema Parassimpático – que produz relaxamento no corpo e o
Sistema Simpático – que ativa o organismo. A comunicação Cérebro e
Sistema Nervoso acontece através das moléculas mensageiras chamadas de
neurotransmissores, encarregadas de levarem as mensagens aos neurônios –
células do sistema nervoso influenciam os hormônios que ativam nosso corpo,
como a serotonina, adrenalina e noradrenalina.

Ilustração 01 - Sistema Nervoso Central

O Sistema Nervoso é como uma grande circuito energético do corpo,


e assim, o que acontece durante uma crise de pânico é que as moléculas
mensageiras recebem ordens para colocar o corpo em estado de alerta
lançando no organismo grande quantidade de hormônio para nos preparar
para uma possível reação.

O Sistema Nervoso Simpático é quem está no cumprimento das ordens,


ativando todo o organismo, deixando-o num grande estado de tensão para

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uma possível fuga ou ataque. Tudo isso acontece porquê uma glandulazinha
que fica no cérebro, o Hipotálamo, recebeu e passou a informação para outra
companheira, a Pituitária, de que estamos em perigo! E aí todo o organismo
prepara-se para esse perigo. Mas que perigo? Se estivermos realmente numa
situação de perigo, tudo bem, é natural o corpo está em alerta. Mas para os
portadores do Distúrbio do Pânico o problema começa aqui.

O corpo se prepara para algo que na maioria das vezes não existe. É
como se vestíssemos uma armadura para lurar com os moinhos de ventos,
feito Dom Quixote! Ou seja, para uma crise não é necessário estarmos em
perigo, embora o corpo acredite que estejamos. Assim, as sensações ruins que
nos faz sentir tão mal, na verdade são efeitos dos excessos dos hormônios no
corpo sem uma finalidade aparente. E a pergunta é: se não estou em perigo
por que meu corpo reage assim?

Um médico possivelmente nos responderá que nosso organismo está


recebendo informações erradas, como se o sistema de “radar” estivesse com
defeito! Agora, o porquê do defeito é que é o grande mistério para a medicina
clássica. Possivelmente a Neurociência esteja começando a responder.

Segundo esse novo ramo da ciência, as emoções nascem numa parte


primitiva do cérebro chamada de límbico. É um cérebro que se desenvolveu
quando ainda éramos muito primitivos, e assim, a sensações e emoções eram
as defesas principais na sobrevivência. No cérebro límbico existe outra
glândula chamada de Amigdala que é a interprete das sensações externas e
internas do nosso corpo. Ela manda mensagens para o Sistema Límbico, que
por sua vez são decodificadas pelo Neocórtex, uma parte mais moderna do
cérebro responsável pelo entendimento racional do mundo ao nosso redor.

32
Ao que parece, nós, os portadores do Distúrbio do Pânico temos uma
Amigdala, digamos, “inflamada”, sensível demais que interpreta as mais
variadas sensações emocionais como perigosas.

Na época em que desenvolvi meu processo da Síndrome do Pânico não


existiam estudos da Neurociência mapeando as emoções e suas reações. Por
isso, foi pesquisar as causas das “informações erradas” que meu corpo recebia
do meu sistema emocional, na medicina energética que estuda os campos de
energia sutis, tais como a Medicina Chinesa e Indiana, para entender
realmente o que acontecia comigo e milhares de portadores dessa síndrome.
Acredito ter encontrado algumas respostas interessantes para algumas
dessas perguntas, como veremos mais adiante, e décadas depois, a
Neurociência começa a validar.

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O importante para o portador do distúrbio do pânico é entender que
as sensações durante uma crise seriam normais em outras situações, caso
estivéssemos em perigo, por exemplo. Ou seja, são reações químicas dos
hormônios no corpo que, em situação de perigo, estariam naturalmente
cumprindo suas obrigações de nos alertar. Embora os sintomas sejam
desagradáveis e apavorantes, eles são causados pelo excesso de hormônios
que provocam reações no metabolismo do nosso corpo, como uma espécie de
intoxicação.

A compreensão desse fato pode nos dar força para enfrentarmos a


descarga hormonal, enquanto tentamos acalmar o Sistema Nervoso diante do
aceleramento que a adrenalina vinda da emoção do medo, provoca no corpo. E
isso é possível? Claro que é! E para aprendermos a enfrentar as sensações
desagradáveis o autoconhecimento do nosso corpo é fundamental, mas isso
pode levar algum tempo.

Diante da emergência que muitas vezes os ataques de pânicos provocam,


possivelmente um tratamento com remédios químicos faz-se necessário para
corrigir o “defeito” dos neurotransmissores mais rapidamente. Mas se outros
tratamentos complementares não forem realizados, algum tempo depois,
quando paramos com a medicação, tudo pode retornar. Esses tratamentos
complementares são terapia, meditação, exercícios de relaxamento e físico,
entre muitos outros que falarei mais adiante.

O mais importante nesse processo, é compreender as reações do nosso


organismo para mudarmos o ritmo dos nossos pensamentos que influenciam
as emoções que vão provocar o estresse durante as crises. Isso trará, com
certeza, maior auto segurança e equilíbrio para trabalhar a harmonia entre o
Sistema Nervoso Parassimpático (ativador) e o Sistema Nervoso Simpático
(relaxante) e assim, consequentemente, encontrarmos os caminhos para lidar

34
com essa doença tão difícil. O importante é sabermos que o desacelerar da
energia nervosa é primeiro caminho para a cura das nossas emoções.

ASPECTO PSICOLÓGICO DO PÂNICO

É difícil avaliarmos os transtornos do distúrbio do pânico sem


entendermos a estrutura psicológica da personalidade daqueles que são
portadores. Antigamente a classificação num diagnóstico, de uma pessoa com
esse distúrbio, seria a de uma personalidade neurótica.

O QUE UMA NEUROSE?

A neurose é definida pelo grau e a capacidade de tolerância aos estímulos emocionais


internos e externos, e essa sensibilidade é variável de pessoa para pessoa.

Porém, atualmente, não mais se discute que a neurose é uma


característica humana - somos todos neuróticos! Então, qual a diferença de
uma pessoa dita “normal” para uma outra que apresente distúrbio do pânico?
A diferença está no fato de que as pessoas, em geral, podem ser neuróticas,
mas levam uma vida sem apresentarem sintomas clínicos, enquanto o
neurótico que desenvolve pânico apresenta um estado reativo de certa
gravidade: fobias, angústias, medos, ansiedades crônicas, que pode
comprometer sua qualidade de vida, deixando-lhe, muitas vezes, até incapaz
de viver sua vida com o mínimo de qualidade. As causas? São diversas e
individuais.

O pânico é classificado no grupo dos distúrbios da ansiedade, sendo


considerado como uma enfermidade crônica. Ou seja, existem muitas pessoas
que se recuperam não mais apresentando os sintomas, porém, a maioria
continua sujeita a recaídas periódicas, como em qualquer outra doença
crônica do tipo enxaqueca, pressão alta, etc.

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Em geral, a pessoa muito ansiosa vive ligada ao passado de modo
automático, e essa ligação lhe faz perceber o presente de forma vaga e
confusa, projetando-o, inconscientemente, para o futuro. É como se só
existisse o passado (sente-se seguro com que já conhece) e o futuro (preocupa-
se com o desconhecido). O presente praticamente não existe. Para haver uma
integração que proporcione harmonia e entendimento dos três tempos:
passado, presente e futuro, é necessário submeter-se a uma terapia de apoio
que lhe dê base e estrutura interna suficiente para enfrentar os medos de
forma consciente e segura.

A personalidade das pessoas com pânico tem algumas características


marcantes, como a necessidade de intenso controle de suas vidas e da dos
outros a sua volta, tendência para a hipocondria, medo de conflitos diretos,
ansiedade em relação ao novo e ao futuro. Para alguns pesquisadores, o
pânico é uma alteração no desenvolvimento da personalidade da pessoa
portadora do distúrbio, possivelmente devido a uma disfunção (trauma)
ocorrida na infância, que marcou o sistema nervoso vegetativo (vide
Amigdala), provocando sintomas diversos na criança, como mãos frias ou
suadas, palpitações, rubor facial, entre outros, que prejudicará o
desenvolvimento da personalidade, ocorrendo insegurança, inibição e
dificuldades nos relacionamentos, quando na vida adulta.

Isso, porém, não tem comprovação cientifica, já que encontramos


pessoas com distúrbio do pânico que tem uma personalidade comunicativa e
alegre, apesar dos sintomas. De modo geral, é muito difícil traçar um perfil
psicológico do portador do pânico. Existem algumas características, como já
foi comentado, que são comuns nas pessoas que desenvolvem este distúrbio,
como:

 ANSIEDADE CRÔNICA: uma pessoa muito ansiosa vive com medo


de tudo a sua volta, sempre tentando se proteger de um “mundo

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ameaçador e perigoso”. Sua percepção é de um eterno conflito no
presente, o que lhe projeta angustiadamente para o futuro esperando
ou pressentindo “desgraças” para si e os outros. Isso pode causar crises
de ansiedade aguda.

 COMPORTAMENTO DEFENSIVO: a ansiedade em excesso leva a


pessoa a construir um “muro” de proteção a sua volta, na tentativa de
impedir as ameaças do mundo hostil. Essa atitude provoca dificuldades
nos relacionamentos, pois lhe deixa crítica ou agressiva com tudo que
lhe pareça ameaçador.

 HIPERSENSIBILIDADE ÀS TENSÕES DA VIDA: a pessoa é muito


sensível e tenciona-se diante das situações mais banais, sentindo-se
magoada a menor crítica ou opinião de outras pessoas, por exemplo.
Como tudo é ameaçador, sente-se rejeitada ou ferida mesmo quando a
situação aparentemente é neutra. Tem medo de errar, de vencer, do
sucesso, da vida. As situações desconhecidas são como provações do
destino.

 INCAPACIDADE PARA FORMAR RELAÇÕES ESTÁVEIS E


SATISFATÓRIAS: Sente-se como uma criança diante da vida,
provocando instabilidade nos relacionamentos em função da exagerada
preocupação consigo mesmo e sua segurança. Ou seja, a
hipersensibilidade provoca pensamentos de insegurança e respostas
incoerentes diante das necessidades e sentimentos das outras pessoas,
como exigências irreais, e caso não tenha autoconhecimento, não será
capaz de reconhecer e assumir suas verdadeiras responsabilidades.

 DIFICULDADE COM A AUTONOMIA: a pessoa acredita que é


incapaz de agir por si própria e, como não reconhece suas necessidades,
ver-se subjugada a tentar agradar para ser aceita, amada e protegida,

37
porque tem profundo medo de adoecer ou de perder o controle da sua
vida.

 TENDÊNCIA à AUTOPUNIÇÃO: a pessoa sente-se que não é


suficientemente boa para ser amada e cuidada, considerando-se
imperfeita, incompetente. Por isso, sente uma profunda culpa, achando
que merece as punições da vida. O pânico também pode representar
uma espécie de autopunição inconsciente.

 EXCESSO DE AUTOCONTROLE: o medo do desconhecido faz a


pessoa tornar-se muito controladora. Tenta se sentir segura
controlando sua própria vida e as vidas das pessoas que ama. Sofrem
muito com isso, pois geralmente está sempre muito tensa e ansiosa.

Poderíamos descrever muitas outras características, mas acredito


que estas são suficientes para mostrar as dificuldades da personalidade que
pode desenvolver o distúrbio do pânico e a sua profunda tensão diante da
vida.

É importante colocar que as características citadas são ilustrativas.


Algumas pessoas poderão apresentar apenas algumas das facetas descritas,
outras se reconhecerão por inteiro. Tudo é muito relativo quando se trata de
emoções e personalidades. Para traçarmos um perfil verdadeiro de uma
pessoa e suas dificuldades, a ajuda de um profissional da psicologia é
necessária.

Existe outro processo emocional muito confundido com o distúrbio do


pânico – a neurose da ansiedade fóbica, que é o medo incontrolável de algo
concreto (altura, elevador, etc.). A diferença da ansiedade fóbica para o
distúrbio do pânico está na exposição da situação, ou seja, o medo, no caso da
fobia, vem de algo concreto, de uma situação clara e definida: “estou com
medo do elevador!”, e o coração dispara, a pessoa sente-se fraca, ansiosa,

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angustiada. Mas quando a pessoa é afastada da situação tudo volta ao
normal. No distúrbio do pânico o medo é sempre indefinido e os sintomas
aparecem sem causa aparente, sem nada que justifique esse medo ou
sintomas.

Um diagnóstico seguro do distúrbio do pânico é o primeiro passo para


entender o que realmente está acontecendo e começar um tratamento para
curar algo que é muito comum em tempos de tanto estresse.

O processo terapêutico começa com o autoconhecimento, com o


alinhamento biográfico para entender possíveis traumas responsáveis pela
sensibilidade emocional, o conhecimento do sistema emocional para aprender
a lidar com as chamadas emoções negativas, o reequilíbrio da autoimagem
entre outras questões tratadas. Trabalhar e transformar as emoções é
transformar os pensamentos e posturas diante da vida.

A percepção da nossa necessidade de curarmos os distúrbios


emocionais nos fará sair de uma postura passiva: Eu sou assim mesmo, o que
fazer?, para assumirmos uma postura mais ativa: Sou eu que produzo e
comando minhas emoções. Eu posso me curar! Este é o primeiro passo no
caminho de uma cura verdadeira e profunda de qualquer distúrbio emocional,
mental ou físico.

O Drama do Eu Falador!

Todos nós temos vários pequenos “Eus” que convivem fazendo parte da
constelação do ego. São várias facetas da personalidade que nos faz agir de
maneiras diversas de acordo com a situação. Alguns desses “eus” quando em
desarmonia causam conflito, como é o caso do Eu Falador. As pessoas mais
ansiosas apresentam um Eu Falador pessimista que não para de gerar
pensamentos obsessivos.

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Assim, as pessoas ansiosas não conseguem ficar um minuto sem um
diálogo mental confuso. O Eu falador fica o tempo todo confundindo e criando
muitas situações: “Será que vou conseguir isso? Será que não é melhor
desistir? E se acontecer um acidente? É perigoso se envolver. E se eu
fracassar? ” É um diálogo constante e confuso, como se a mente não parasse
de falar e inventar mil desculpas ou interpretações. E o que é pior, o Eu
Falador é sempre pessimista: “Se estou sentindo dormência nas mãos é
porque estou tendo um derrame!”. Pronto, basta esse pensamento para que o
cérebro detecte perigo e mande um alerta que acabará por trazer uma crise
de pânico.

Para trabalhar o Eu Falador é necessário fortalecer o Eu Poderoso,


outra parte do ego que é forte, positivo e espiritual. Falaremos sobre como
trabalhar com esses eus no capítulo EXERCÍCIOS PARA O EQUILÍBRIO
INTERIOR.

ASPECTO ENERGÉTICO DO PÂNICO

No início desse capítulo, falamos do corpo e suas propriedades


físico-químicas e da sua parte energética composta pela mente. Porém, além
da mente existem ainda os chamados corpos ou campos sutis, que são cópias
holográficas do corpo físico, só que num estado de matéria diferente.

Vivemos num universo onde os movimentos da energia são centrífugos


(para fora) e centrípeto (para dentro), esses movimentos energéticos movem
tudo que conhecemos. Isso nos lembra da teoria da criação do universo, o Big
Bang, onde uma grande explosão deu origem as galáxias e planetas na forma
de grandes remoinhos de massas energéticas em incrível velocidade e força. E
ao que parece, o Universo repete eternamente esses movimentos de contração
e expansão na formação dos corpos celestes, que se mantêm coesos graças à
força gravitacional.

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Esse mesmo movimento acontece dentro de nosso corpo como um
microuniverso, mostrando que também somos energia. Dentro do nosso corpo
físico a dança da energia se faz perceber diante dos movimentos de contração
e expansão das células e dos órgãos como coração, pulmões, intestinos.

No corpo físico, segundo a Medicina Chinesa e Indiana, os campos


energéticos são como camadas circulando o corpo que se entrelaçam entre si.
Durante muito tempo a ciência tradicional negou a existência de tais campos
(e ainda nega), pelo simples fato de não termos tecnologia mecânica que
pudesse medir ou ver essas camadas de energia. E como a mente pragmática
da maioria dos cientistas não aceita nada que não possa ser exaustivamente
medido e comprovado dentro de um laboratório, a teoria dos campos
energéticos é para muitas “bobagens esotéricas”. Porém, desde a década de
trinta do século passado, que vários estudiosos pesquisam os campos de
energia existentes em torno das espécies vivas.

Entre esses cientistas, citamos do Dr. Harold Burr, da Universidade


de Yale (EUA), e o russo Semyon Kilian, descobridor da famosa máquina
kilian que fotografa a aura de seres vivos. Esses estudos comprovam que
existe algo em torno do corpo físico que não é observado pela visão normal, e
que essa energia é extremamente importante para a vida do corpo.

Felizmente, a física quântica tem comprovando a realidade dos vários


estados da matéria, ao mostrar que a matéria é apenas um dos estados da
energia em padrão vibratório diferente. Ou seja, nosso corpo físico e tudo que
podemos observar ao nosso redor com nossos cinco sentidos, nada mais são
que energia num estado de vibração compacta, como se fosse luz congelada.
Assim, a diferença entre o estado físico e o estado sutil está na freqüência
vibratória da energia.

Vejamos um exemplo: vivemos num mundo bombardeado por ondas de


rádio, tv, computadores, celulares, etc. Nós não vemos essas ondas, mas se

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abrirmos a televisão e ajustarmos a freqüência do canal que desejamos as
ondas eletromagnéticas, antes invisíveis aos nossos olhos e aos outros
sentidos, tornam-se visíveis na forma de imagens e sons na tela da TV. E a
internet? Que tornou o mundo concreto em virtual. Não vemos as ondas
eletromagnéticas, mas elas proporcionam várias ações físicas. Isso seria
considerado com magia há um século atrás! O que nos leva a crer que em
poucos anos teremos aparelhos que possam medir os campos sutis acoplados
ao corpo físico, de maneira tão banal como os atuais aparelhos de imagens por
ressonância magnética que vasculham o interior do nosso corpo de forma tão
natural.

Dentro de algum tempo os médicos poderão prevenir doenças a partir


de diagnósticos obtidos através de exames realizados nos campos energéticos,
observando assim, se o distúrbio está no campo sutil emocional ou mental e
como ele se manifestará no físico. Falei grego? Pois vamos decifrar esses tais
campos energéticos!

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A anatomia humana é multidimensional. Apresenta, além do corpo físico
e seu complexo sistema estrutural-químico, outros "corpos" como se
fossem um molde holográfico do corpo material. Esses outros corpos, também
chamados de campos sutis, são feitos de matérias energéticas em estados
de vibração diferentes, por isso não podemos vê-los. Você até poderia
perguntar-se: Mas, se não podemos vê-los, como sabermos se realmente existem?
Você pode ver as ondas eletromagnéticas da internet?

Nossos sentidos realmente tem limitações, no entanto, sempre existiram


pessoas dotadas de sensibilidade paranormais que conseguem ver outras
dimensões do nosso ser, ignorada pela maioria. E é graças aos relatos dessas
pessoas que os estudos dos campos energéticos influenciaram a milênios
a Medicina Oriental. Atualmente, os cientistas falam sobre a existência
desses vários campos sutis em estados de vibrações diferentes na chamada
Física Quântica.

Contudo, o conhecimento mais aprofundado nessa área ainda vem da


Medicina Oriental, que serve de base teórica para a medicina energética
ou vibracional. Vamos enumerar os corpos vibracionais mais conhecidos e
estudados na medicina vibracional, para termos ideia da importância desses
campos no tratamento da Síndrome do Pânico.

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• CORPO FÍSICO: composto de matéria sólida e responsável pela vida
no plano material.

• CORPO ETÉRICO: composto de matéria semi-sutil. È a ponte de


ligação entre o corpo físico e os outros mais sutis, conhecido também
como aura.

• CORPO ASTRAL (EMOCIONAL): sede das emoções. Liga-se ao


corpo físico através do plexo solar. Preside todas as emoções
a nível dos sentimentos, já que é nesse campo que são gravadas
as impressões emocionais da vida.

• CORPO MENTAL INFERIOR: sede dos pensamentos. Liga-se ao


corpo físico pelo cérebro e comanda todos os pensamentos da
mente. É o campo vibracional da energia dos pensamentos
inferiores e superiores.

• CORPO CAUSAL (Mental Superior): é o corpo dos relacionamentos. É


através da vibração desse campo que atraímos todas as nossas relações
importantes, já que deixamos gravadas aqui, as nossas programações
cármicas. Tem uma vibração muito sutil e, dependendo da evolução da
pessoa, será também a entrada para o corpo espiritual.

• CORPO ESPIRITUAL (Búdico): uma das mais altas vibrações de


energia. Dependendo da evolução da pessoa, chega a medir vários
metros de tamanho em expansão. Seu campo tem uma frequência que
emite irradiações necessárias para termos uma unidade espiritual com a
vida.

• CORPO ATMA: é o veículo para entendermos e alcançarmos a


iluminação espiritual divina. Os grandes mestres iluminados da
humanidade (Jesus, Buda, etc) tinham esse campo vibracional
extremamente desenvolvido.

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Os corpos ficam juntos uns aos outros como camadas da cebola, e
entrelaçam-se uns nos outros em estado de vibrações diferentes. Se partirmos
do corpo físico ao corpo búdico, veremos que vão ficando cada vez mais sutis
em termos de energia.

Cada corpo possui centrais energéticas que funcionam como


transmissoras, captadoras, armazenadoras e regeneradoras de energia
chamadas de chakras - palavra de origem sânscrito que significa “roda”.
Textos orientais antigos falam que temos mais de 360 chakras espalhados por
todo o corpo, interligando-se um ao outro através dos nádis – espécie de
canais que são como minúsculas veias que carregam energia ao invés de
sangue.

Os canais de energia (nádis) estão ligados ao sistema nervoso do corpo


físico influenciando a qualidade dos impulsos nervosos através dos chakras
que, por sua vez estão ligados ao organismo humano pelo sistema endócrinos,
responsável pela as glândulas.

Dos muitos chakras espalhados pelo corpo, temos sete que são os mais
importantes na captação e transmutação das energias úteis à nossa
existência, e cada um tem um nome específico de acordo com sua localização:

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Tudo leva a crer que os chakras estão envolvidos com o fluxo de energia
que reestruturam as células do nosso corpo físico. É como se eles atuassem,
transformando a energia que alimenta nossa chama vital, uma espécie de
filtro. Em termos fisiológicos, cada chakras está associado a um importante
plexo nervoso do nosso organismo.

CHAKRA PLEXO NERVOSO FISIOLÓGICO ENDÓCRINO

1º raiz Sacrococcígeo Geniturinário supra-renais

2º sacro Sacro Reprodutor gônada

3º solar Solar Digestivo/ S.Nervoso pâncreas

4º coração cardíaco Sis. circulatório timo

5º garganta Gânglios cervicais Medula e Sist. Respiratório tireóide

6º frontal Hipotálamo/pituitária Sis. Nervoso Autônomo Pituitária

7º cabeça Córtex Cerebral Cérebro Glândula Pineal

Associações Neurofisiológicas e Endócrinas dos Chakras no


Distúrbio do Pânico

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Como cada um dos sete importantes chakras está associado a um
sistema endócrinos do corpo, sugere-se que qualquer complicação energética
em um dos corpos é imediatamente comunicado ao organismo físico, causando
alterações hormonais no nível do chakra atingido.

Por exemplo, no distúrbio do pânico o 1º e o 3º chakras são os mais


sensíveis, porque estão ligados ao sistema endócrino que produz hormônios
relacionados às emoções responsáveis pelos sintomas das crises de pânico, as
Suprarrenais e o Pâncreas. A descarga de adrenalina produzida nas
glândulas suprarrenais, faz o coração bombear o sangue mais rápido,
enquanto os vasos sanguíneos se contraem deixando o fígado sob forte
pressão, isso aumenta o nível de glicose que força o Pâncreas a produzir mais
e mais insulina. Todo esse movimento interno causa um processo de estresse
muito desgastante para o organismo.

Mas todos os chakras de alguma forma estão envolvidos em qualquer


distúrbio, os dois chakras citados como importantes no distúrbio do pânico,
foram citados porque estão relacionados com a energia de força para
enfrentarmos o mundo físico instintivo (1º chakra) e a relação com o nosso
poder do ego na vida interpessoal e pessoal (3º chakra). Assim, qualquer
distúrbio nesses chakras, a glândula correspondente será atingida,
acontecendo as descargas químicas e energéticas observadas na crise de
pânico.

AS CENTRAIS DE ENERGIA DOS CAMPOS SUTIS (CHAKRAS)


Os chakras, ou centrais energéticas, estão relacionados a todas as
esferas importantes do nosso ser. Isso quer dizer que essas centrais
trabalham influenciando nossos níveis físicos, emocionais, mentais e
espirituais. Estabelecendo uma total comunicação entre nosso corpo, nossas
emoções e a mente através dos campos de energia que circulam nosso
organismo.

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1. PRIMEIRA CENTRAL (chakra raiz) - localiza-se no cóccix, e
influencia o nosso potencial humano e as necessidades de
sobrevivência instintiva no planeta. Rege os instintos mais
primitivos (fome, sono, sexo como procriação, medo, etc.)

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2. SEGUNDA CENTRAL (chakra sacro) - localiza-se na primeira
vértebra lombar e está associado aos impulsos sexuais, ao
inconsciente, aos relacionamentos de prazer com o mundo físico.

3. TERCEIRA CENTRAL (chakra solar) - situa-se na altura da oitava


vértebra torácica e comanda nosso poder pessoal, a identificação
egóica com o mundo a nossa volta e todas as emoções ligadas aos
relacionamentos inferiores.

4. QUARTA CENTRAL (chakra cardíaco) - localiza-se perto da


glândula timo, na altura da primeira vértebra torácica. É associada ao
amor incondicional e a compaixão ao próximo.

5. QUINTA CENTRAL (chakra da garganta) - situa-se na terceira


vértebra cervical perto da glândula tireóide. É associado a
expressão, a comunicação e a criatividade.

6. SEXTA CENTRAL (chakra frontal) - é muito conhecido como o


terceiro olho, e fica localizado entre as sobrancelhas, na altura da
vértebra primeira cervical, próxima a glândula pituitária. É
associado pensamento superior, a alegria da mente em harmonia, a visão
interior.

7. SÉTIMA CENTRAL (chakra coroa) - localiza-se no topo da cabeça, é


associado à glândula pineal e a sede da consciência superior.

Quando as centrais de energia estão em pleno funcionamento dizemos


que os chakras estão abertos, ou seja, temos uma harmonia energética que
proporciona saúde e paz. Quando as centrais estão bloqueadas, falamos que
os chakras estão fechados, sem energia, podemos ficar doentes ou
perturbados emocionalmente.

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O desbloqueio dos chakras se dá através de terapias específicas com o
uso de energia (reiki, polaridade, bioenergética, etc.), ou através da meditação
que proporciona uma vida rica em harmonia e tranquilidade uma vez que os
pensamentos influenciam profundamente os chakras, por isso, a meditação é
uma das terapias indicadas para manter o pleno funcionamento das centrais
energéticas.

Os bloqueios no processo de interação entre a energia dos chakras e


os campos sutis pode ser a origem real do distúrbio do pânico no nível
energético. Ou seja, o corpo sutil emocional comunica-se com o corpo físico
através do chakra do plexo que, por sua vez influencia o sistema nervoso
vegetativo. E como os hormônios influenciam profundamente a expressão
emocional da personalidade, qualquer perturbação energética nesse nível terá
algum tipo de resposta emocional no organismo, através das reações químicas
das glândulas.

O que desencadeia essa reação química orgânica é algum tipo de


desarmonia energética não percebida pela consciência em vigília. Isso explica
porque podemos estar bem num momento e, sem motivo algum, entrarmos
numa crise de pânico sem que nada aparentemente esteja acontecendo de
anormal. Não podemos esquecer, porém, que os centros energéticos estão
sempre atentos, percebendo tudo que acontece ao nosso redor mesmo que não
tenhamos consciência.

De maneira geral, só observamos o mundo através dos nossos cinco


sentidos, que são extremamente falhos, enquanto os corpos sutis vivem em
outro plano de tempo e espaço. Para eles não existem passado ou futuro. É
um eterno presente. Isso faz com que os corpos sutis captem todo e qualquer
fluxo de energia, seja positiva ou negativa, a nossa volta.

A energia das nossas emoções originam-se em dimensões muito


mais sutis e profundas do que a ciência atual reconhece ou conhece. Os

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chakras procuram filtrar a energia dessas dimensões para equilibrar a vida.
Tanto que, basicamente, o estado em que se encontra os chakras é
determinante para a saúde física, psicológica e espiritual de uma pessoa. Mas
nem sempre é possível o equilíbrio.

A matéria sutil é muito magnética e, geralmente, é atraída para


campos energéticos com os quais tenha afinidade. Assim, pensamentos ou
emoções negativas costumam atrair outros pensamentos emocionais
negativos, sejam pessoais ou de outros. É importante frisar que pensamentos
e emoções possuem vidas próprias, e assumem formas e características do
nível astral em que estejam. Complicou? Pois bem, como já falei antes, os
pensamentos e as emoções adquirem vidas próprias e também assumem uma
forma no campo energético de bolas, manchas ou outros formatos estranhos
que ficam presas ao corpo sutil qual tem mais afinidade. E, quanto mais
intensidade emocional, mais independente as chamadas formas-pensamentos
ficam, de seus criadores.

Essas formas podem também juntar-se aos corpos de outras pessoas,


que são chamadas de esponja psíquicas, já que absorvem tudo ao seu redor,
tanto de bom como de ruim. Ao que parece, as pessoas que desenvolvem o
distúrbio do pânico são esponjas. Você já entrou num determinado ambiente e
sem mais ou menos começou a sentir-se mal ou incomodado? Pois é assim que
funciona a teoria da esponja psíquica. Podemos absorver uma determinada
energia ambiental que provém dos níveis psíquicos das pessoas a nossa volta
ou mesmo da poluição ambiental (ondas de rádio, celulares, TV, micro-ondas,
etc.) e restos de emoções de situações diversas.

Segundo os estudiosos do assunto, as formas-pensamentos tem um tipo


de inteligência como se fossem vírus, e são atraídas para as pessoas que
tenham vibração similar a sua. Essas formas costumam ficar poluindo o corpo
emocional de quem as criou, alimentando-se como parasitas, chupando a

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energia vital da sua presa. O mais perigoso é que pessoas negativas não só
criam suas próprias formas-pensamentos, como também atraem outras
formas que estejam vagando no espaço sutil. Os paranormais dizem que se
pudéssemos ver a aura dessas pessoas, seria como se estivéssemos vendo um
viveiro de vermes repugnantes!

O pânico é um estado de desarmonia e desequilíbrio profundo entre os


vários níveis energéticos da pessoa, que provoca uma saturação ou bloqueio
no corpo emocional. Essas desarmonias provem de muitos pontos, desde as
formas-pensamentos até a poluições energéticas ambientais severas, como já
foi exemplificado acima. Sem falar, é claro, da própria energia mental-
emocional do portador do distúrbio, que pode vibrar em emoções como ciúmes
doentios, mágoas, raiva, insegurança, medos, negatividade em geral.
Portanto, podemos dizer que o distúrbio do pânico tanto provém da desordem
neuroquímica das atividades cerebral nervosa e hormonal, como também do
desequilíbrio no fluxo da energia dos corpos sutis (principalmente o emociona)
e os chakras.

Assim, como as emoções são compostas por matérias eletromagnéticas,


as doenças emocionais são difíceis de serem tratadas porque a pessoa infecta-
se constantemente devido seu campo eletromagnético atrair como imã, as
energias maléficas, alimentando sua doença energeticamente. Para haver
uma cura real é necessária uma completa higiene em todos os níveis: físico,
emocional, mental e espiritual, afim de se mudar radicalmente o padrão
vibratório.

Nos capítulos seguintes analisaremos algumas técnicas terapêuticas


que auxiliam no reequilíbrio psicoemocional e harmonização necessária para
a cura da síndrome do pânico. O importante é sabermos que somente através
de um conhecimento profundo de nós mesmos e uma reavaliação de nossas
vidas é que encontraremos a paz e a saúde verdadeiras.

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MINHA HISTÓRIA....

... Eu sabia que tinha que sobreviver, apesar do desespero


em que o medo transformara minha vida. Inventava mil truques
para driblar o pavor que subia pelo meu corpo vindo da minha alma.
Lembro-me de umas férias na casa de meus avós no interior, onde
passei o dia superbem, visitando pessoas amigas, conversando,
divertindo-me. Minha âncora era o vidrinho de tranqüilizantes na
bolsa. À noite, quase na hora de dormir, lembrei-me que havia
esquecido minha bolsa na casa de uma das visitas. Foi um desespero!
Imediatamente comecei a passar mal, somatizei o medo de não estar
com o remédio próximo e tive uma crise daquelas. Comecei a tomar
água, não só pela sede - ficava com a boca completamente seca
durante a crise, como também sentia que melhorava quando ingeria
líquidos. Tomei mais de um litro de água e depois um leite morno
com açúcar. Consegui dormir, mas acordei cedo e corri para pegar a
bolsa com meu precioso tesouro - o remédio tranqüilizante! Imagine
o que é isso para uma garota de quinze anos e o nível do estresse em
que eu vivia.

Para tentar superar as crises, comecei a prestar atenção nas


coisas que me faziam melhorar e nas que me faziam piorar. Tomar
água me deixava melhor, tomar café me deixava ansiosa, calor
demais podia trazer uma crise, lugares frios eram melhores. Gostava
de chá morno e água natural. Líquidos quentes não me faziam bem. E
por aí fui fazendo uma lista mental do que melhorava e piorava
minha situação. Foi ótima essa intuição, pois comecei a ter um
conhecimento mais claro do que poderia fazer durante uma crise

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para melhorar ou mesmo sair dela mais rapidamente. Isso aumentou
minha autoconfiança, deixando-me mais segura de tudo ao meu
redor. Apesar de ainda não saber absolutamente o que acontecia
comigo e o que causava aquelas desagradáveis descargas emocionais,
pelo menos sabia que alguma coisa podia fazer por mim mesma, e
isso já era um grande alento...

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IV. CRISE DE PÂNICO -
O TERROR DO DESCONTROLE

Infelizmente, não existe uma fórmula que acabe de uma vez com os
sintomas. Os remédios químicos só controlam os sintomas fisiológicos do
corpo, e podem nos fazer dependentes como um cego de uma bengala. Mas
quando as crises são muito agudas é a primeira alternativa, já que quem
agüenta “tempestade é rochedo” – escutei isso de um amigo e achei ótimo,
sabe por que? Porque me tirava a culpa se tivesse de tomar um remédio.

Nós, os portadores do distúrbio do pânico, muitas vezes temos pavor de


tomar remédio porque ele nos tira do controle da situação. Mas se pararmos
para pensar que o pânico também nos faz perder o controle, veremos que as
vezes tomar uma medicação para controlarmos os sintomas é bem melhor,
porém, com cuidado para não ficarmos só na medicação.

Enumerei algumas saídas a partir das minhas próprias experiências.


Isso não quer dizer que sejam as únicas. Como a síndrome do pânico é muito
pessoal e cada um desenvolve os sintomas de acordo com seu processo de
vida, sua personalidade e sua visão do mundo, é importante deixar claro que
a saída também é pessoal. Isso quer dizer que cada um deve buscar seus
pontos de apoio para controlar a ansiedade e, conseqüentemente, as crises.
Ou mesmo cura-las.

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O QUE FAZER NUMA CRISE?

1º - Em primeiro lugar, a conscientização de que nada mais grave vai


lhe acontecer durante uma crise, é fundamental. Claro que sei que os
sintomas são apavorantes e que, quando estamos sentindo aquele turbilhão
de emoções estranhas queimando nosso corpo, a razão vai embora e fica difícil
segurar o pavor. Só queremos fugir das sensações. Mas, se você adquirir a
confiança de que, por mais apavorantes que sejam os sintomas, eles não têm o
poder de destruir o corpo, com certeza conseguirá relaxar e segurar a onda!
Lembre-se de quantas vezes já sentiu os sintomas e nada mais grave lhe
aconteceu a não ser o desgaste emocional, que conseguiu sair vivo e bem! Sei,
com certeza, que você pode estar dizendo: “É, mas e se dessa vez for pra
valer? E, se realmente eu tiver um ataque do coração? ”. Realmente ninguém
pode lhe garantir nada. Mas aí você deve lembrar-se dos quantos exames já
fez e de como seu corpo é saudável, ou pelo menos não apresenta nada de
grave que justifique essas crises. Lembre-se ainda, você pode morrer de medo
de perder o controle, mas e quando foi que você já o perdeu? Tenho certeza
também que a resposta será: nunca! Raramente as pessoas portadoras do
distúrbio do pânico perdem totalmente o controle da situação. Costumo dizer
que somos controladores demais para dar-nos a esse luxo!

2º - Quando estiver começando os primeiros sinais de uma crise, ao


invés de se angustiar, pare um pouco, respire fundo, tome um pouco de água e
lembre-se do que acontece quimicamente com o seu corpo. Lembre-se que o
organismo está apenas respondendo a estímulos cerebrais, mesmo que seus
cinco sentidos não tenham observado nada de mais ao seu redor. Lembre-se
ainda de que não vivemos apenas no universo físico. Temos outros planos
energéticos que podem estar sendo abalados por processos que fogem à nossa
compreensão racional, como pensamentos negativos soltos no ambiente.
Assim, somente a calma pode devolver-nos a serenidade e o equilíbrio.

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3º - Durante uma crise, observe o ritmo da sua respiração. A nossa
respiração durante a crise de pânico, torna-se rápida e superficial,
provocando sensações de sufocação. Na tentativa de suprir o organismo de
ar, acabamos não mantendo um ritmo respiratório regular, assim, ficamos
intoxicados de oxigênio, o que faz o coração acelera-se e ficarmos com
dificuldade de respirar, daí pensamos que vamos morrer sem ar. É horrível!
Mas, se no momento que isso começar a acontecer, você conseguir manter a
calma e fazer um exercício de respiração para voltar ao ritmo normal (veja no
capítulo dos exercícios), ou mesmo colocar as mãos em concha e respirar
dentro dela, os sintomas podem diminuir e até mesmo sumirem. Podemos
também, massagear bem devagar o plexo solar (área do estômago), para
relaxar a musculatura dessa área e melhorar a respiração. Depois coloque um
pano úmido e morno, com algumas gotas de lavanda, sobre o estômago.

4º - Tomar água ou mesmo um chá calmante é uma boa saída. Pode


parecer simples demais, porém, muitas vezes, funciona maravilhosamente
bem porque o ato de beber um líquido devagar muda naturalmente o ritmo da
respiração, trazendo uma certa calma. Mas não se deve beber qualquer
líquido. Por exemplo, café, refrigerante, chá preto, entre outros, possuem
cafeína - uma substancia que provoca ansiedade. O ideal é tomar um bom
copo de água natural (gelada contrai a garganta e não relaxa), ou um chá do
tipo camomila, erva cidreira, hortelã ou alface, que têm propriedades
calmantes.

5º - Falar sobre o que está sentindo na hora que estiver em crise,


aliviará os sintomas. Eleja alguém que você sente confiança para ser seu
apoio durante uma crise e faça um pacto de ajuda. Verá que se sentirá mais
seguro se puder contar com alguém. Não tema falar sobre o pânico, mesmo
que seja difícil para os outros entenderem o que se passa com você. Se for
uma pessoa da sua confiança, irá com certeza respeitar seu processo, mesmo
que não saiba como ajudar.

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6º - Procure não fugir das crises. Isso além de não adiantar nada,
piora sensivelmente os sintomas. Enfrente seus medos. Descubra qual o
significado deles na sua vida. Não deixe que o desespero tome conta de você.
Lembre-se de que fugir dos sintomas do pânico é ficar cada vez mais
escravizado a eles. Se enfrentar o medo, verá que aos poucos se sentirá
vitorioso e mais confiante. Para trabalhar a segurança para ter calma no
momento de enfrentar as crises, procure um terapeuta ou psicólogo e assim,
obter autoconhecimento para fortalecer-se interiormente.

7º - Se os sintomas do distúrbio do pânico chegarem a níveis


insuportáveis, não tenha medo de procurar um bom psiquiatra para lhe
acompanhar num tratamento com medicação. Só não caia na ilusão de achar
que o remédio por si próprio vai lhe curar. Ele poderá aliviar-lhe os sintomas
temporariamente, mas se não buscar um trabalho de autoconhecimento
interior, tudo tenderá a voltar mais cedo ou mais tarde.

8º - Se começar uma crise num lugar público e aberto, procure um


lugar mais reservado (o banheiro, por exemplo), respire fundo e comece a
racionalizar o processo pensando em todas as saídas possíveis: se desmaiar,
alguém levara-lhe ao hospital; veja onde é a porta de saída mais próxima;
ligue para alguém que você confia; peça água e beba devagar, conversando
consigo mesmo sobre o quanto seu corpo é forte e saudável e que está tudo
bem. Trabalhe seu Eu Falador que já está lhe mandando mil pensamentos
negativos. Lembre-se, seu corpo emocional pode ter detectado alguma energia
negativa que fez com que seu radar interno disparasse. Para fortalecer
novamente sua energia, coloque suas mãos sobre seu plexo (estômago) e
mentalmente imagine-se coberto com um manto de luz azul. Isso lhe deixará
protegido de qualquer má energia ambiental.

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9º - Finalmente, procure encontrar suas próprias saídas para
enfrentar seu pânico. Perceba que geralmente suas crises têm a ver com
mudanças. Mas somente enfrentando o novo e mudando sua atitude diante da
vida conseguirá ficar bem. Observe você mesmo e veja que coisas lhe deixam
mais seguro e de bem com a vida. Essa será sua principal terapia. Faça
também os exercícios do final do livro, eles lhe auxiliaram a encontrar um
novo equilíbrio.

COMO CONVERSAR SOBRE SEU PÂNICO COM OS OUTROS

Geralmente, quem sofre com o distúrbio do pânico, sente-se tão


envergonhado da sua sensibilidade a ponto de esconder suas dificuldades de
todos, às vezes até dos familiares próximos.

Temos medo dos outros acharem que estamos loucos ou que não somos
normais, que somos histéricos, nervosos, enfim, que somos pessoas
perturbadas. Na maior parte das vezes o portador do pânico não sabe nem o
que tem. A maioria até acha que tem depressão ou algo extremamente grave.
E quando descobrem que seus sintomas têm um nome e que muitos outros
sofrem do mesmo distúrbio, sentem um profundo alívio, mas, mesmo assim,
ainda apresentam uma grande dificuldade em falar sobre o assunto com os
outros.

Como explicar para alguém que nunca sentiu pânico, o medo


enlouquecedor que invade a mente e provoca uma profunda vontade de fugir
de si mesmo? Como explicar o tremor que abate o corpo sem motivo aparente
e o pavor que não se sabe de onde vem? Ou falar das vezes que acordamos
com taquicardia, suando, tremendo o corpo, sentindo um medo horrível de
morrer ou enlouquecer? É realmente difícil. As pessoas que nunca passaram
por essa experiência, ficam sem saber o que fazer para ajudar ou mesmo o
que dizer diante de uma situação que não conhece.

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Os amigos e familiares que acompanham o problema sofrem
igualmente por não saberem absolutamente o que fazer. Às vezes até
atrapalham, quando na tentativa de ajudar, ironizam ou brincam com a
situação. É por isso, que na maioria das vezes, o portador do distúrbio do
pânico prefere calar e sofrer sozinho com as crises!

Pois muito bem, para início de conversa, é necessário conhecer o mais


profundamente possível sobre o distúrbio para conversarmos sobre ele com
alguém. Isso facilitará a comunicação e o entendimento sobre a situação.
Procure ler e se informar sobre todas as pesquisas e tratamentos disponíveis
no mercado, conversar com médicos, psiquiatras, psicólogos e terapeutas que
realmente tenham conhecimento sobre o assunto. Depois observe-se, veja em
qual época da sua vida os sintomas apareceram, qual o período do ano você
está mais sensível, qual a duração da sua crise e quais os sintomas. Enfim,
conheça-se e conheça o mais profundamente seu distúrbio.

Depois disso, procure as pessoas que estão mais próximas de você e


converse naturalmente sobre suas dificuldades, explicando abertamente seu
problema, sem medo ou vergonha. Lembre-se de o que você tem é muito
comum e já é considerado, infelizmente, o distúrbio do século XXI, e que,
principalmente, você não tem culpa de sentir o que sente.

Ter pânico não diminui ou torna alguém diferente. Pense: se você


tivesse outro distúrbio qualquer do tipo uma disfunção cardíaca, você teria
vergonha de comentar com alguém? Por que ter do pânico? Isso é um tabu
que devemos combater. As doenças emocionais não são contagiosas ou
estranhas. São processos desarmônicos como qualquer doença física.

Esses preconceitos nasceram na idade média quando as pessoas que


apresentavam sintomas diferentes e sem explicação, eram consideradas
endemoniadas ou loucas, sendo então expulsas da comunidade ou mortas.

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Isso gerou um forte preconceito que marcou muitas gerações e ainda está
presente nos atuais dias.

Fale, abra seu coração, seja o mais aberto que puder em relação aos
seus sentimentos e os sintomas do pânico. Verá como esses sintomas perderão
a intensidade. E, de repente, você poderá encontrar muitas outras pessoas
que sentem exatamente o que você sente, isso lhe deixará com uma enorme
sensação de normalidade!

PARA OS NOSSOS FAMILIARES E AMIGOS

Se você tem alguém na família ou um amigo que apresente o


distúrbio, não entre em pânico! Esse distúrbio é mais comum do que você
imagina e não torna seu familiar ou amigo um inválido. Ele é apenas mais
sensível que a maioria. Para ajudar, realmente, alguém com a síndrome do
pânico, observe algumas regrinhas básicas:

1º - Não demonstre pena ou trate diferente a pessoa portadora do pânico.


Detestamos piedade, apesar de muitos de nós usar o pânico para chamar
atenção sobre si mesmo!

2º - Quando presenciar alguém com uma crise de pânico, permaneça calmo e


apenas segure a mão da pessoa com carinho (se ela quiser), procurando
conversar com ela sobre a situação, sem ironias ou tentativa de diminuir o
que a pessoa está passando, mesmo que o propósito seja ajudar. Procure olhar
dentro dos olhos da pessoa, isso geralmente a traz de volta. Mas se não
souber o que dizer, não fale nada. Fique apenas do lado, logo tudo vai passar.

3º - Uma massagem suave nos pés ajuda a relaxar, assim como uma xícara de
chá calmante. Procure deixar a pessoa bem a vontade e confiante de que tudo
está bem.

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4º - Seja compreensivo sem paternalismo. Compreenda que os sintomas do
seu familiar ou amigo, não são propositais. É muito difícil para ele controlar
as sensações e para que o compreenda melhor, imagine que você está perdido
no meio de uma selva a noite e sozinho. Qual seria sua reação se começasse a
ouvir ruídos de animais selvagens e não tivesse como se defender? De certo
seu coração ia disparar, começaria a suar, a respiração ia ficar rápida e as
pernas ficariam moles – pois é isso que a pessoa com pânico sente, só que sem
motivo aparente.

5º - Leia sobre o assunto e converse com a pessoa. Ela vai sentir-se mais
confiante se perceber que você se importa com seu problema.

6º - Algumas pessoas durante uma crise de pânico ficam por demais sensíveis.
Às vezes não desejam falar ou ser tocadas. Respeite essa reação, é um
mecanismo de defesa natural. Fique apenas por perto e só interfira se ela lhe
solicitar. Coloque uma música suave e lhe ofereça água ou chá.

7º - Se a pessoa desejar ir para um hospital não se negue em acompanhá-la,


mesmo que já tenham ido várias vezes na semana. Procure apenas lembrá-la
das vezes que procuraram o médico e não era nada. Faça isso com carinho e
calma. Mas se mesmo assim ela desejar ir, acompanhe-lhe.

8º - Mas, a regra principal é: não deboche nunca dos sintomas! Nunca diga
que é bobagem ou que ela já sentiu isso várias vezes e não morreu!

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MINHA HISTÓRIA....

...O tempo passou. Fui estudar fora com dezenove anos e


morei sozinha em duas cidades grandes: Salvador e Rio. Nessa época
nem me lembrava das crises, elas simplesmente haviam desaparecido
novamente. Fiz teatro, posei como modelo vivo, estudei artes. Com
vinte e um anos casei-me com uma pessoa superinteressante, artista
plástico e muito boêmio, mas amoroso apesar de um tanto ciumento e
passional (E estamos casados até hoje!). Tive meu primeiro filho com
vinte e três anos e estava num momento de progresso e vitórias: fazia
um curso na Universidade, que gostava muito (História), tinha
recebido meu primeiro prêmio literário, dava aulas e adorava meu
filho. Apesar de muito movimentada e com problemas diversos
devido à bebida do meu marido e uma adaptação as
responsabilidades, minha vida agradava-me bastante.

Um dia, num final de tarde, estava deitada lendo uma revista


relaxadamente, quando virei de lado e tudo rodou. Sentei-me
apressada na cama e veio uma sensação de não estar ali, era como se
estivesse sonhando e tudo flutuasse ao meu redor. Apavorei-me!
Nunca havia sentido aquilo. Levantei-me correndo e me precipitei
pela porta da frente do apartamento. Queria fugir dali, daquela
sensação! A moça que trabalhava na minha casa, agarrou-me
impedindo que eu descesse as escadas de camisola. Eu gritava que
estava passando mal e que ia morrer, debatendo-me para fugir.
Finalmente, lembro-me, a moça conseguiu me acalmar dando-me

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água com açúcar. E novamente, como num filme que se repete mil
vezes, tudo voltou, os sintomas de medo, de angústia, de desespero.

Desta vez, ao invés de meus pais era meu marido que corria
médicos e laboratórios em busca de uma explicação racional para tão
estranhos sintomas. As crises de medo eram tão violentas que fui
para um centro espírita, convencida de que só poderia ser uma
obsessão espiritual ou uma mediunidade desregulada! Passei a
estudar a doutrina espírita cheia de esperanças de curar minhas
crises. Fui parar numa mesa de desobsessão no centro espírita e
acabei pior. Os medos aumentaram, vivia andando pela casa como
zumbi, sem conseguir dormir. Os pensamentos que tomavam conta
da minha mente eram os mais negativos possíveis. Pensava em
desgraças com meu filho, meu marido, em acidentes terríveis comigo.
Tranquei a faculdade e passei a ter medo de sair sozinha de casa.
Foram meses de pavor e desespero. Finalmente comecei a fazer um
tratamento a base de homeopatia e passes espirituais num outro
centro espírita de cura. Melhorei bastante. Sabia que tinha uma
mediunidade descontrolada, mas não era hora de envolver-me.
Naquela época os centros ainda não tinham a visão da importância
da pessoa estudar a doutrina e o fenômeno mediúnico antes dela
iniciar-se numa sessão espírita. Assim, fiz apenas um tratamento
com passe e água fluidificada e apesar dos sintomas não terem
acabado totalmente, já me sentia em condições de retornar para a
vida. Nessa época também comecei a fazer psicoterapia e a pesquisar
sobre a medicina alternativa. Sempre gostei da área mística, desde a
adolescência lia revistas e livros sobre o assunto. Estudava o tarô e
era adepta da alimentação natural sem radicalismos.

Estávamos no no final dos anos 80 quando li pela primeira vez


uma matéria sobre a síndrome do pânico. Identifiquei-me
totalmente com ada palavra que lia (ainda guardo até hoje todas as
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páginas amareladas da revista).
Vibrei de alegria em descobrir o que realmente tinha. A matéria
era com um médico paulista que estava tratando vários
pacientes que tinha os mesmos sintomas que os meus, com um
determinado remédio. Mostrei para meu médico e comecei a ter
coragem de conversar com as pessoas sobre o meu problema, porque
finalmente meus mal-estares súbitos tinham um nome.
Estávamos fechando a década de oitenta e aquela era uma das
primeiras notícias que saiam na mídia sobre esse estranho
distúrbio, que começava a ser estudado pela sociedade médica
devido aos inúmeros relatos de pacientes que lotavam os consultórios, apesar
de não ser algo novo, os médicos não estavam preparados para lidar com
distúrbios tão subjetivos!

65
V. OS VÁRIOS TRATAMENTOS PARA
O DISTÚRBIO DO PÂNICO

Um tratamento perfeito para um distúrbio tão complexo como é a


desordem do pânico, é naturalmente impossível. Cada organismo é único, é
um micro-universo complexo e o pânico se manifesta de diversas maneiras,
apesar dos sintomas serem clássicos e conhecidos. Enquanto algumas pessoas
só sentem tontura, náuseas e aperto no peito, outras sentem peso na cabeça,
angústia, sensação de morte. E por aí vai. Assim como não se pode definir
totalmente esse distúrbio, é impossível traçar uma linha terapêutica única
para todos.

Atualmente, existe um consenso geral de que o tratamento ideal é


aquele que leve o portador a um nível de equilíbrio e controle das crises,
podendo assim, levar uma vida normal. Entre os muitos tratamentos
existentes, procurei descrever alguns de comprovada eficácia, que serão
classificados em blocos para uma melhor compreensão.

Lembrando ainda, que a escolha de uma terapia é como um mergulho


no desconhecido, mas é o primeiro salto em direção a cura. Nada pode
garantir que a terapia escolhida vá funcionar, mas não se deve ter medo
dessa busca. O importante é escolher algo que tenha maior sintonia com seu
modo de vida e de pensar. Escolha o tipo de tratamento com qual se sinta
mais confortável e se não der certo, se você achar que não estar tendo o
resultado esperado, calma, não desista! Procure outro caminho, outra técnica,

66
mas não desista jamais da tão sonhada vida normal. VOCÊ VAI
CONSEGUIR!

O ideal é um tratamento holístico, integral, onde se possa mescla


algumas técnicas energéticas com a psicoterapia. E se necessário, procure um
psiquiatra também.

TERAPIA QUÍMICA OU MEDICAMENTOSA

Como o próprio nome indica, é uma terapia que usa o medicamento


para eliminar os sintomas do distúrbio do pânico. A medicação química atua
sobre os neurotransmissores cerebrais, regulando-os. Porém, toda medicação
deve ser ministrada e acompanhada por um médico, geralmente um
psiquiatra, devido a apresentação de efeitos colaterais. Para algumas pessoas
o resultado é bastante favorável em curto prazo. O problema é que para a
maioria, os sintomas retornam tempos depois de terem parado com a
medicação, sem contar as reações desconfortáveis que os remédios trazem.

Na terapia medicamentosa, os remédios usados são tranquilizantes


que atuam como redutores da adrenalina, e os antidepressivos que estimulam
a produção da serotonina, hormônio que traz sensação de bem-estar, e que se
encontra numa taxa muito baixa no organismo do portador do distúrbio do
pânico. Na década de noventa surgiram os chamados inibidores seletivos de
recaptura da serotonina, remédios que tem como função básica o estímulo
desse hormônio.

Nessa categoria de medicamentos encontramos o Prozac, o Cipranil,


o Flunoxamina e alguns outros. A vantagem desses últimos, em relação às
muitas drogas encontradas no mercado, é os baixos efeitos colaterais. No caso
dos antidepressivos usados no tratamento do pânico encontramos os
tricíclicos como o Anafranil e Tofranil, ótimos para interromper as crises,
porém com a desvantagem de nos primeiros dias agravarem terrivelmente os

67
sintomas levando a maioria a desistir do tratamento. Apresentam ainda
efeitos colaterais como calor exagerado, prisão de ventre, boca seca, etc.

Os tranquilizantes benzodiazepínicos, como o Lexotan, o Lorax e o


Frontal reduzem a ansiedade muito rapidamente, sendo considerado apoios
dos antidepressivos. Mas são perigosos, pois diminuem a concentração e
podem causar dependência.

Atualmente a maioria dos médicos concorda que apenas a medicação


não resolve o problema, e indicam o uso da terapia como apoio no
fortalecimento das emoções do paciente.

No entanto, a maioria dos remédios tem consequências não apenas


no corpo físico, mas também nos corpos energéticos, saturando-os e até dando
origem a outras doenças. Uma medicação indiscriminada pode resolver
momentaneamente os sintomas do distúrbio, porém, de maneira bloqueadora.
Suprem os sintomas como se fossem massa de cimento jogada as pressas num
muro muito rachado – aparentemente o muro fica normal depois do conserto,
mas a verdadeira causa da rachadura ficará, o que provocará seu
reaparecimento algum tempo depois.

Claro que não podemos ser radicais. Em alguns momentos a medicação


química é a saída, um alívio imediato. Por exemplo, se os sintomas estão
agudos e dificultando qualquer programa de controle e equilíbrio do pânico,
uma medicação bem ministrada irá deixar a pessoa mais tranqüila para
iniciar um tratamento psicológico ou energético.

Porém, sempre reforçando a importância da consciência de que só tomar


remédio não vai resolver o problema. O simples sumir dos sintomas não
indica a cura. Eles geralmente voltam com mais força tempos depois da
parada da medicação, como já expliquei antes. Somente um trabalho de

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integração corpo-mente-emoções trará o equilíbrio em qualquer que seja o
processo de desarmonia da saúde.

TERAPIAS PSICOLÓGICAS
São terapias que investigam e tratam o sistema psíquico humano. O
instrumento usado na psicoterapia é a comunicação terapeuta x cliente que
pode ser verbal, não verbal ou os dois juntos.

As técnicas usadas são diversas e classificadas como a que lida com a


palavra falada (comunicação verbal), a que lida com a linguagem do corpo
(comunicação não verbal) e a que lida com os dois tipos de comunicação.
Existem ainda as terapias que lidam com os símbolos do inconsciente e outras
técnicas sistêmica energéticas.

• TÉCNICAS VERBAIS - A palavra é o meio de comunicação


entre o terapeuta e o cliente, que vai falar sobre seu passado, suas
idéias, seus medos e desejos. O terapeuta geralmente escuta
passivamente, podendo interferir algumas vezes dependendo da
situação, sugerindo ou fazendo a pessoa perceber seu momento.
Mas em geral deixa que o cliente encontre suas próprias respostas e
conclusões na medida que vai falando. Pessoas muito racionais, que
tenham dificuldades de lidar com as emoções, sentem-se mais
tranqüilas falando sobre elas que experienciando-as. Todas as
técnicas verbais foram influenciadas pela psicanálise.

• TÉCNICAS NÃO VERBAIS - O corpo e as emoções reprimidas nele,


são o campo de trabalho dessas psicoterapias. Claro que a palavra
também se faz presente, mas a preocupação do terapeuta será com a
linguagem expressada pelo corpo. Para isso, o uso de vários exercícios
vivenciais é necessário para facilitar a pessoa entrar em contato com
suas emoções de medo, raiva, mágoas reprimidas ao longo da vida e
que se transformaram em couraças musculares por todo o corpo.
Dentre essa técnicas podemos sugerir a Bioenergética, Gestalt,
69
Análise Transacional, Psicodrama entre muitas outras onde a linguagem do
corpo é amplamente explorada e vivenciada.

• TÉCNICAS VERBAIS E NÃO VERBAIS - Aqui tanto o corpo


como a linguagem falada são importantes. O psicoterapeuta preocupa-se
em integrar corpo e mente como forma de proporcionar crescimento e
autoconhecimento. Na verdade, muitas das técnicas não verbais
podem ser colocadas aqui (Gestalt, Psicodrama, etc.).

• TÉCNICAS ESPECIAIS - Podemos considerar como técnicas


especiais, todas onde a postura holística do psicoterapeuta busca a
harmonização do cliente consigo mesmo, seu meio e todo o universo
de símbolos que compõe sua existência física e espiritual. O cliente
não é entendido ou visto como partes distintas, mas como uma
totalidade. O terapeuta segue o cliente, procurando nunca estar a sua
frente, mas participando amplamente de tudo, comentando, ajudando a
pessoa a se centrar e encontrar-se. Nessas terapias especiais vamos
encontrar a Análise Psicológica de Jung, a Psicossíntese de Roberto
Assagioli, a Psicologia Transpessoal – uma abordagem que procura
resgatar antigos conhecimentos de várias culturas na tentativa de
valorizar o ser humano na sua busca pela unidade e evolução espiritual.

É importante frisar que, independente da linha ou técnica usada pelo


profissional, o que realmente importa é a qualidade da relação entre
terapeuta e cliente. É a confiança, afetividade e seriedade no processo
terapêutico que realmente vai importar durante o tratamento.

No caso do distúrbio do pânico, o tratamento psicoterapêutico mais


indicado pelos psicólogos é a terapia comportamental – uma técnica onde o
psicoterapeuta vai trabalhar o problema central do cliente fazendo-o
enfrentar seus conflitos de forma vivencial. No processo do pânico, a terapia
vai girar em torno do comportamento adquirido pela situação e o que levou a

70
pessoa a desenvolver o distúrbio, sem no entanto, ficar buscando
indefinidamente a origem do problema.

É uma espécie de treinamento para readaptar a pessoa ao seu meio. Por


exemplo: o terapeuta pode levar o portador do pânico a enfrentar seu medo
colocando-o em situações em que os sintomas costumam aparecer. Esse
tratamento visa a aprendizagem prática de como enfrentar o pânico, como
também demonstrar a pessoa portadora que não existe nada de concreto no
seu medo - é uma espécie de reprogramação.

Seja qual for a opção de tratamento, o importante é encontrarmos


soluções de controle e equilíbrio dos sintomas do pânico.

TERAPIAS HOLÍSTICAS OU COMPLEMENTARES

Também conhecidas como terapias alternativas, são técnicas que não


possuem um rigor científico que as sustentem, mas como são técnicas
oriundas de antigas tradições e culturas, tem a validação na prática e
vivencia.

São compostas de elementos da sabedoria popular, da tradição de


vários povos, principalmente os orientais, como também de estudos da ciência
em geral. Apesar de para os leigos, essas terapias parecerem uma salada de
idéias, as técnicas holísticas, tem princípios próprios que as orientam e
podem ser muito eficientes no tratamento de enfermidades diversas, tanto a
nível físico como psico-emocionais.

As maiores vantagens dessas técnicas estão no respeito filosófico, ético e


moral com que busca tratar as pessoas, vendo-as por inteiro e não apenas
suas partes. Nesta prática está o conceito de não poluição orgânica. Portanto,
quanto mais natural e integral, quanto mais o corpo, a mente, as emoções e o
espírito forem respeitados, melhor.

71
Atualmente, existe um pensamento comum de que as terapias
holísticas são complementares. Ou seja, complementam as práticas médicas e
terapêuticas já existentes, com muito sucesso. Portanto, no momento que você
se submete a um tratamento holístico não quer dizer que deva abandonar seu
médico ou psicólogo, pois você pode estar complementando e aprofundando
seu tratamento de maneira a obter uma cura mais rápida e total.

Existem muitas técnicas consideradas holísticas e naturais, mas isso


não quer dizer que não possam ser nocivas ao organismo. Podem causar
sérios prejuízos a saúde física e emocional se não forem aplicadas por
profissionais realmente preparados. O único modo de evitar isso é buscando o
máximo de informações sobre o desempenho do terapeuta, com ex-clientes.

O universo das técnicas holísticas em relação ao tratamento do


distúrbio do pânico é muito diversificado, vamos classificar apenas algumas.

• TERAPIAS CORPORAIS - Técnicas que trabalham o corpo com


massagens e exercícios que visam melhorar o seu funcionamento.
Quando o corpo está estressado libera certas toxinas que vão se
alojarem principalmente nos músculos e órgãos internos,
provocando dores localizadas, dificuldades respiratória, digestivas e
muitos outros sintomas desagradáveis. A massagem pode aliviar e até
curar muitos desses sintomas. Existem diversos tipos de massagem:
terapêutica (para aliviar e curar processos musculares e ósseos),
relaxante (aliviar tensões musculares e devolver a calma), estética
(trabalhar a flacidez superficial dos músculos) e de autoconhecimento
(manipulações que trazem a consciência lembranças emocionais
presas ao corpo). Para o portador da síndrome do pânico o ideal
é uma massagem relaxante - terapêutica tipo californiana,
shantalla, reflexoterapia (massagem só nos pés), etc.. O importante
é liberar o estresse e as couraças musculares que dificultam a
respiração e outros processos físicos.

72
 TERAPIAS ENERGÉTICAS - Técnicas que utilizam a energia vital para
reequilibrar o organismo como um todo. As mãos são as principais
ferramentas de canalização dessa energia. Existem muitos tipos de
técnicas, as mais conhecidas são a Cura Prânica (canalização energética
direta para os chakras e corpos sutis através da visualização) e o Reiki
(sistema tibetano de cura através de toques suaves pelo corpo para
canalização de energia). Esta última técnica é muito simples e eficiente e
pode ser realizada por qualquer pessoa que tenha sido iniciada por um
mestre, mas não é um sistema religioso.

 TERAPIAS ORIENTAIS – as técnicas com alguma influência oriental


têm essa denominação. Muitas são bem conhecidas, como o Yoga
(exercícios físicos, respiratórios e de relaxamento ideais para trazer
harmonia), Tai-chi-chuan (classificada como uma luta marcial suave, quase
uma dança, que possibilita a paz interior), Meditação (exercícios de
relaxamento e autoconhecimento mental, com objetivo de trazer equilíbrio
para as emoções, partindo do princípio que pensamentos geram emoções e
emoções geram pensamentos, jogando-nos no eterno ciclo do desejo que nos
escraviza), são ótimas coadjuvantes no tratamento do pânico. Na linha
oriental temos ainda a Acupuntura, uma excelente técnica já bem
assimilada pela medicina atual, e baseada no equilíbrio da energia Ki e
dos nível energético yin (feminino) e Yang (masculino) do corpo. Usa
agulhas finíssimas que são penetradas suavemente na pele, gerando um
impulso elétrico que vai do sistema nervoso periférico até o cérebro. Esses
estímulos atingem principalmente o Hipotálamo - glândula que controla o
sistema nervoso central e todo o sistema hormonal do corpo.

 RELAXAMENTO PSICO-MUSCULAR - As emoções presas no corpo


físico congelam-se em determinadas partes e acabam formando as
chamadas couraças musculares. As pessoas portadoras do pânico têm
certas regiões do corpo, ou grande parte dele, doloridas e endurecidas - são

73
as couraças, que se formaram devido a grande tensão emocional. Essas
couraças provocam desconforto e dificuldades até de respirar, portanto,
com as técnicas de relaxamento psico-musculares a pessoa aprende a lidar
com seu nível de tensão e como relaxar durante uma crise.

 TERAPIA FLORAL - “Os distúrbios do ser humano nascem da sua


atitude mental “ – com esse conceito o Dr. Bach, médico inglês do início do
século 20, criou as essência florais para trabalhar os estados emocionais e
mentais negativos das pessoas. São 38 tipos de essências extraídas de
flores silvestres da Inglaterra, próprias para a automedicação. Atualmente,
já existem muitas outras essências captadas de flores de várias partes do
mundo: florais californianos, do deserto, do Alasca, de Minas Gerais, os
brasileiros, etc. Como as essências florais são ideais para os distúrbios
nascidos de estados mentais, são excelentes coadjuvantes no tratamento do
pânico.

 HOMEOPATIA - “Similar cura similar” – esse é o princípio da


homeopatia, sistema de cura físico-energético criado no século XVI pelo
médico Samuel Hahnemann. Desde então, tem sido aperfeiçoada e novos
remédios a base de plantas, minerais e outros materiais orgânicos tem
surgido para curar as mais diversas enfermidades de modo natural e
seguro. Curar o doente e não a doença é outro princípio da homeopatia, por
isso que se presta tão bem como um tratamento de base para a síndrome
do pânico. Existe o médico homeopata unicista - que só prescreve um
remédio de cada vez, o chamado remédio de fundo, e outros que trabalham
com vários remédios ao mesmo tempo, fazendo o que chamam de composto.
Algumas pesquisa indicam que certos remédios homeopatas são ótimos
para o tratamento do pânico, como o Acônito (ideal para estados ansiosos,
principalmente para pessoas que se sentem ansiosas quando estão na
companhia de outras pessoas, sentem-se melhor bebendo água fria e podem
ter um surto de suor gelado), Argenticum Nitricum (para os que

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costumam ter crises ao caminharem ao ar livre ou depois de comer),
Arsenicum (primordial para os que tem crise na cama, em torno da meio
noite e que são muito inquietos), Aurum Met. (para os que sentem
palpitações ou tem pavor de ataque cardíaco, têm fadiga pelo corpo e
ausência de sono), Bryonia (para os que sofrem crises antes da meia noite
e os medos giram em torno do futuro. A ansiedade concentra-se no meio do
peito e se sentem melhor ao ar livre, querem ficar sozinhos durante a crise)
Calcarea Carb. (remédio para os que são facilmente impressionáveis, que
vivem com medo de ficarem loucos e têm muitos medos em relação ao
futuro e a saúde. Sofrem crise com náuseas, palpitações e peso na cabeça),
Cânfora (utilizado quando a pessoa sofre perda de consciência durante as
crises, acompanhadas de prantos histéricos), Carbo Veg. (remédio para os
que têm tremores de ansiedade pela manhã ou quando se alimentam)
Chamomila (para aqueles muito intranqüilos, insatisfeitos com tudo e que
urinam freqüentemente por nervosismo), e por ai vai. São uma infinidade
de remédios e indicações para todo estado de ânimo mental, emocional e
físico. Porém, apesar de ter uma base naturalista, o remédio homeopata
deve se tomado sobre orientação profissional de um médico especializado,
já que cada medicação tem uma potencialização individual.

 TERAPIA ORTOMOLECULAR - Algumas deficiências vitamínicas e


minerais provocam mudanças químicas no cérebro e no sistema nervoso
que podem trazer alguns tipos de distúrbios emocionais, tais como a
depressão e a neurose ansiosa. Um tratamento de reequilíbrio orgânico
através de megadoses de vitaminas e minerais é a proposta básica da
terapia ortomolecular. A reconstituição das moléculas do corpo e dos
radicais livres que atacam o sistema imunológico e nervoso é possível
através de uma dieta específica e pessoal.

 TERAPIA DE INTEGRAÇÃO PSICO-ENERGÉTICA - Abordagem


terapêutica, elaborada pela autora, para o autodesenvolvimento e

75
reprogramação psíquica-emocional-espiritual, através do desbloqueio das
energias negativas tanto a nível dos chakras como dos corpos sutis,
utilizando-se técnicas diversas como a meditação visual, vivências
transpessoais de cura da criança interior, revisão biográfica, constelação
familiar e transgeracional, e canalização energética (ver o capítulo VI ).

Existem ainda muitas outras modalidades terapêuticas consideradas


importantes para o tratamento do distúrbio do pânico, como por exemplo, a
Hidroterapia (tratamento com uso da água) e a Fitoterapia (uso das plantas e
ervas), que são ótimas técnicas de apoio.

Todas essas terapias dão uma boa base para um tratamento


complementar, porém, não tentem usar tudo de uma vez! Não será a
quantidade e sim a qualidade, que lhe devolverá a saúde. Os critérios para a
escolha da técnica alternativa que melhor se adapte a você, são pessoais.
Conecte-se com sua intuição e busque dentro de você mesmo, qual das
modalidades aqui descritas superficialmente, tem a ver com seu momento.
Tenho certeza que a resposta será correta. Porém, se continuar em dúvidas,
procure um bom terapeuta holístico, com certeza será bem orientado para a
melhor terapia complementar, no que se refere ao seu caso.

Pessoalmente recomendo um tratamento sistêmico, ou seja, a


unificação de um trabalho psicoterapêutico com sessões de relaxamento (yoga,
meditação ou exercícios de relaxamento muscular e mental) e uma terapia
complementar de reequilibro da energia vital (reiki, massagem, acupuntura).
Esse conjunto tem se mostrado muito eficiente em programas de controle e
equilíbrio do pânico, porque trabalha a pessoa nos seus níveis físico,
emocional e mental, trazendo rapidez e qualidade ao tratamento.

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MINHA HISTÓRIA....

“No final dos anos oitenta, meu pânico havia atingido limites
insuportáveis, as crises agora estavam muito próximas uma da outra,
e já fazia quase cinco anos que convivia com o pânico sem muitas
tréguas. Se antes eu passava algum tempo livre das crises, nesse
período eu estava tendo crises quase diariamente.
Parecia que à medida que eu ficava mais velha mais os
sintomas da síndrome me dominavam. Fazia psicoterapia e
tratamento homeopático, porque tinha verdadeira fobia a
medicação química, embora vez ou outra tomasse alguns
tranquilizantes. Nada parecia funcionar.
As vezes melhorava por uns dias e depois as crises
retornavam com outros sintomas. As vezes sentia tontura e
sensação de não estar na realidade física, doutras sentia aperto
no peito, ansiedade, boca seca e medo de algo ruim que não
sabia o que era.
Estava nesse verdadeiro inferno quando me dei conta de
algo que simplesmente nunca havia me passado pela cabeça: eu era
a única responsável por minha vida e por tudo que nela estivesse!
Até então me entregava passivamente nas mãos dos médicos,
psicólogos e terapeutas diversos, como se deles viessem toda a
sabedoria do mundo e minha salvação.
Vivia apática e desesperançada, uma entrega em vida à
espera do grande milagre: o dia em que seria normal e igual a
todo mundo! A percepção de que a cura estava em mim mesma,
veio depois de uma viagem ao Rio de Janeiro, onde havia ido
descansar e acompanhar meu marido a trabalho.

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Foi um desastre total, passei quase quarenta dias trancada num
apartamento, com medo até de respirar. Às vezes me aventurava a ir
até a orla de Copacabana, então as pernas pesavam, o corpo
formigava e voltava para casa quase me arrastando. Era incrível
eu ter medo de uma cidade onde já havia morado anos antes!

Voltei da viagem com raiva de mim mesma. Foi aí que tive o


insight mais importante de minha vida: ‘Eu vou cuidar de mim! A
vida é minha, o corpo é meu, o pânico é meu e sou eu que vou achar a
saída!’ - E fui a luta!

Comecei a ler e pesquisar tudo que se referisse ao pânico.


Paralelo a isso, meus estudos metafísicos e esotéricos
progrediam, aliados também as técnicas naturais de cura. Sempre fui
uma interessada por tudo que se referisse a esoterismo, misticismo e
espiritualidade, desde a adolescência quando me iniciei no budismo.
Lia tudo quanto era livro dessa área, principalmente sobre
a medicina oriental. Passei a estudar também psicologia e comecei
a entender melhor meu organismo físico e emocional e, como
estava em terapia, meu autoconhecimento também melhorava.

Entendi que tinha que ter determinação e coragem para sair


do inferno que havia entrado nos últimos vinte anos. Fazia também,
um certo tempo que começara a fazer yoga, mas não praticava
regulamente. Como também a meditação, que conhecia desde a
adolescência quando frequentava o templo budista, mas que
raramente praticava. Simplesmente nunca havia pensado em
como essas práticas poderiam me ajudar.

Num rasgo de iluminação, gravei uma fita com exercícios


de yoga e meditação e comecei a realizá-los,
sistematicamente, duas vezes por dia. No inicio, os sintomas até
pioraram, mas pouco a pouco tudo foi mudando!

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Havia lido que, quando começasse a mexer na energia estagnada
do meu organismo, seria como uma lavagem de roupa - a princípio a
água sai muito suja. Foi assim comigo.

Minha intoxicação energética era tanta que precisei de muita


força de vontade para continuar. Porém, minha vontade de viver, de
ser livre e feliz eram maiores. Imaginem qual não foi a minha
felicidade quando ao término da segunda semana, comecei a sentir
os resultados.

Lentamente, as crises desapareciam e eu renascia. Nessa época


comecei também a tomar os florais de Bach que muito me
ajudaram. Ainda nesse período abandonei um emprego público que
me deixava infeliz, e assumi profissionalmente atendimentos com
o tarô e a numerologia, que eu já estudava desde a adolescência,
mas que não assumia porque morria de medo ou vergonha de
me expor, talvez até preconceito, não sei!

Mas assumir o trabalho com os símbolos me ajudou a


descarregar a profunda força energética da minha
sensibilidade psíquica e do meu inconsciente. Passei a dar
consultas numa linha mais psicológica, de aconselhamento,
orientação e autoconhecimento, o que fazia com que as pessoas
voltassem em busca de mais informações e conselhos. Paralelo ao
meu trabalho profissional, também crescia meu progresso
interior e isso me deixava muito feliz - e finalmente eu me
encontrava comigo mesma. Parecia até milagre!

Percebi então, uma coisa que me deixou maravilhada e


desconcertada ao mesmo tempo: a síndrome do pânico foi a coisa
mais importante da minha vida! Foi o meu caminho iniciático que
me ajudou não apenas nas descobertas interiores, mas também a
definir meu caminho profissional. Com a crise pessoal em
relação ao caminho anterior me aventurei noutra profissão
que apenas começava: terapeuta holística.

79
Por exemplo, os clientes faziam uma consulta e queriam retornar
semanalmente para trabalhar os problemas que foram
identificados com o tarô ou com o mapa numerológico,
e não adiantava mandá-los para psicólogos parceiros. Eles
queriam ficar comigo!

Diante dessa situação, resolvi fazer cursos focados na


psicologia e aconselhamento para me capacitar a atuar
como psicoterapeuta. A minha experiência pessoal de mais de 10
anos de psicoanalise e outras terapias, ajudavam em minha
formação. E assim, me aprofundei em diversas metodologias e
abordagens psicológicas e energéticas, como a Psicossíntese,
Psicologia Analitica, Neurolinguística, Gestalt, Reiki entre
muitas outras.

Simplesmente não tinha ânimo para voltar a universidade


e fazer um curso de psicologia tradicional. Não acreditava
nas teorias acadêmicas. E assim, resolvi fazer uma
formação livre que me desse ampla capacidade de pesquisa.
Escolhi a Psicologia Transpessoal sob orientação de uma
mestra maravilhosa, Lika Queiroz, psicóloga e
professora universitária baiana.

E foi graças a essa formação de três anos que idealizei


minha abordagem terapêutica intitulada Integração
Psicoenergética ou simplesmente IPE, que é baseada nas teorias
da psicologia tibetana e várias outras abordagens psicológicas.

80
VI. INTEGRAÇÃO PSICOENERGÉTICA -
UMA NOVA ABORDAGEM TERAPÊUTICA

ENERGIA, SAÚDE E ESPIRITUALIDADE

Energia é toda força que põe algo em movimento. Falamos no início, que
tudo no universo vibra com essa força e que a matéria nada mais é que
energia congelada, lembra-se? Assim sendo, tudo no nosso universo conhecido
é entendido em termos de movimento, fluxo e mudança. Essas são as
dinâmicas da energia. Os místicos de praticamente todas as religiões e
escolas filosóficas sempre falaram, numa linguagem subjetiva, sobre uma
força energética desconhecida e sua influencia na formação do nosso mundo
externo e interno, mas só agora os cientistas começam a descobrir, através da
bomba atômica, a extensão dessa verdade.

O universo está vivo, move-se, cresce e se transforma


constantemente, numa espécie de dança cósmica. Reconhecer esse movimento
é aceitar que nada está parado, tudo se movimenta eternamente.

Na filosofia budista e em muitas outras de raiz oriental, o incessante


movimento da vida é chamado de samsara (ilusão da matéria) - indicando que
não devemos nos apegar a nada material, porque tudo muda constantemente.
Reter algo é reter o fluxo da energia, o movimento natural da vida. Esse
pensamento também é aplicado em termos de saúde. Quando contraímos

81
nossas emoções diante do medo de perdermos algo e da dor que isso
representa, criamos bloqueios energéticos que mais tarde se transformarão
em doenças. A ilusão de que a vida é apenas manifestada no corpo físico e que
a realidade é somente aquela que podemos observar com nossos cinco
sentidos, representa a visão oriental de estarmos presos nas teias de
samsara. Isso cria muita ansiedade para nossa alma que se vê privada de
espaço no mundo material.

Para entendermos o conceito de energia na visão ocidental,


encontramos respaldo na moderna física e suas teorias de que a matéria
jamais está em repouso. Mesmo diante de objetos aparentemente mortos e
inertes como uma mesa, uma cadeira, um copo, uma pedra e etc., poderemos
observar a vida em movimento. Basta ampliarmos esses objetos milhares de
vezes para encontrarmos seus átomos e suas estruturas moleculares em
plena atividade e movimento. Isso ajuda-nos a entender que nada está
parado, que não existe a morte no sentido de finalização de algo.

Para nós, os seres humanos, a energia representa não apenas a vida,


como também todo o fluxo de forças positivas e negativas que alimentam
nossa psique, uma região coordenada pelo Self - o Eu Superior, que é neutro.
Temos ainda o Ego, nossa parte consciente que controla nossos
relacionamentos e a compreensão da vida que nos circunda. A observação do
mundo feita pelo Ego é complicada, já que sempre vamos entender tudo que
nos cerca através da educação, orientação e críticas das outras pessoas.

E para vivermos em harmonia, ou tentarmos viver bem, geralmente


refreamos grande parte das nossas emoções, dividindo nossa essência e
passando a fingir que somos uma coisa que não somos! Isso cria um medo
profundo de descobrirem quem realmente somos e não mais nos amarem,
fazendo então com que escondamos no mais fundo do inconsciente as nossas
tendências que julgamos erradas. Essa defesa do Ego foi apelidada
pela Psicologia de sombras - o resíduo de todas as emoções que negamos ao
longo da nossa vida.

82
Literalmente, a sombra representa todas as coisas que jogamos fora
para parecermos uma pessoa adaptável e encontrarmos apoio, aceitação e
amor de todos à nossa volta. Geralmente, a energia da raiva, do medo, da
hostilidade e dos traumas que reprimimos no inconsciente porque não
conseguimos vivenciá-los no dia-a-dia (as sombras), ficam presas em outros
níveis da nossa consciência, provocando todos os tipos de conflitos
emocionais, pois as sombras vêm a luz sem o controle de repreensão
do Ego.

As sombras negativas são expressas pelo Eu Falador a nível


consciente, e são responsáveis ainda, por parte das doenças físicas,
emocionais e mentais. Essa energia represada transforma-se em bloqueios
do fluxo da energia saudável no nosso organismo, criando verdadeiros
tumores nos corpos sutis e prejudicando a saúde. A doença é então, um
profundo estado de desarmonia energética bloqueada.

Infelizmente não aprisionamos apenas a escuridão (sombras


negativas), mas também a luz (sombras positivas). Geralmente, negamos
também as coisas boas porque alguém, ou nossos pais, disseram-nos quando
criança: não seja tão comunicativo! Não seja tão criativo! Não seja tão
amoroso! Não é bom ser sentimental! Ser honesto demais é ser bobo!
Recebemos essas mensagens constantemente de nossos familiares e da
sociedade como um todo. Então começamos a achar que o amor é pieguice,
que ser bondoso significa ser passado para trás, entre outras mensagens
confusas e duplas.

Somente podemos equilibrar nossa essência com ajuda das "sombras


positivas", que ao entrar em contato com as sombras
negativas, restauram o fluxo da energia psíquica. O processo com as
sombras positivas é realizado através dos arquétipos da espiritualidade
coletiva, ativando assim, nossa Inteligência Espiritual, a base da verdadeira
capacidade de transcendermos o medo e encontrarmos o afeto e a paz interior.

83
PSICOENERGIA - A FONTE DE TUDO

A humanidade é movida pelas emoções muito mais que pela razão. Os


desejos, paixões, magoas, raivas agitam nosso ser como ondas violentas
que nos congestionam e nos aprisionam ao medo. As vibrações energéticas
que surgem desse medo são as causas das doenças que bloqueiam os corpos
sutis. Quando estamos num processo de dor, seja qual for a dor - emocional ou
física, contraímos todo o sistema sutil e orgânico na tentativa de evitarmos
essa dor. Isso provoca uma reação energética em cadeia que vai terminar por
bloquear a energia dos sentimentos causadores da dor em algum ponto do
sistema sutil e físico. Por exemplo: se contrairmos constantemente a região do
estômago por causa do medo de errar, das críticas ou por dificuldades com
pessoas autoritárias, isso provocará depois de muito tempo um bloqueio
energético na região que poderá provocar uma gastrite, uma úlcera ou mesmo
um câncer! Nessa mesma região encontramos o chakra do plexo - a sede
psicológica das emoções - onde o distúrbio do pânico nasce.

Assim, percebemos como tudo encontra-se interligado: emoções


provocando tensões físicas que não deixam a energia circular, congelando-a ao
ponto de adoecerem o local ou o corpo todo. Isso chama-se força
Psicoenergética - a força da psique moldando e transformando nosso corpo.

A terapia de Integração Psicoenergética é uma abordagem


terapêutica que se baseia em antigas técnicas e milenares conhecimentos. É
um sistema de cura, de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, através
do desbloqueio das energias negativas oriundas das emoções. No processo de
desbloqueio são utilizadas as mais diversas técnicas integradas como meio de
compreensão e assimilação profunda das experiências armazenadas no corpo
emocional. A abordagem Integração Psicoenergética - IPE, busca na
Psicologia Transpessoal, na Psicossíntese, na Psicobiologia, na Física
Quântica, na medicina e na filosofia oriental e de diversos povos, sua

84
fundamentalização teórica enquanto processo terapêutico, para estudar e
tratar os fenômenos psicológicos, físicos e energéticos do ser humano, sem
limitar-se aos parâmetros da ciência oficial.

A Integração Psico Energética não procura afirmar ou negar nada com


radicalismo, porque entende que todo sistema que visa a cura e o estudo do ser
deve se manter aberto em respeito às diferenças culturais, psicológicas
e espirituais de cada pessoa. Ou seja, a IPE propõe-se a ser um sistema
holístico e multidisciplinar na sua base teórica, para assim, poder
compreender a evolução da humanidade e sua fenomenologia interior.

O princípio de cura da Integração Psicoenergética se


baseia, principalmente, na ideia de que matéria é energia num determinado
estado de vibração e que pode ser bloqueada no seu fluxo normal através
de outras vibrações energéticas. Como já foi explicado, nossos corpos
sutis são compostos de energia em estado de vibração diferente do nosso
corpo físico e podem ser bloqueados pelas emoções negativas (sombras
feitas de sentimentos negativos aprisionados) que cortam a passagem das
energias positivas e construtivas, principalmente do corpo emocional,
veiculo dos traumas psíquicos diversos.

O corpo emocional também funciona como uma espécie de campo


eletromagnético que vai atraindo para si, como um imã, todo tipo de
energia com o qual tem afinidade. Essas energias (principalmente as
emocionais) ficam gravadas no sistema áurico como uma programação que
atrai as mais diversas situações e pessoas, para que tenhamos as
experiências necessárias ao nosso crescimento.

Na terapia de Integração Psicoenergética trabalhamos a consciência


dessas programações diversas para assim, reorganizá-las e traçar novos rumos
na vida, de maneira mais consciente. Poderíamos dizer que a IPE funciona
como uma espécie de reprogramação do inconsciente ao trabalhar o
descongestionamento do corpo emocional, através da limpeza e compreensão
das emoções, pensamentos e vibrações psicoemocionais.
85
INTEGRANDO-SE AO COSMO ...

Algumas das técnicas usadas na Terapia de Integração Psicoenergética


são baseadas em antigos sistemas de cura de alguns povos, traduzidos
para a linguagem do nosso século e nossa cultura.

O importante na IPE é proporcionar autoconhecimento interior para


compreender e integrar a parte do eu que está em desarmonia (sombra), e
assim, provocando sintomas diversos.

É a compreensão, libertação e transformação dessas energias que


induzirá uma verdadeira união com o Eu Superior - a nossa parte
espiritual. Por exemplo: nosso sistema celular, assim como o energético,
está repleto com as memórias das mais variadas experiências,
causando toda espécie de bloqueios, como já foi explicado antes.

Quando usamos determinadas técnicas como a regressão (volta


à origem do problema), meditação ou visualização, libertamos as
energias bloqueadas nascidas de experiências emocionais dolorosas
e não compreendidas. A liberação dessas energias negativa deixa
espaço para novas energias, mais positivas e construtivas, que
inundarão nosso sistema de paz e alegria. Ou seja, nos aprisionamos e
armazenamos as lembranças psico-emocionais, que uma vez relembradas
conscientemente, são liberadas.

Para podermos entender como realmente funciona a terapia de


integração, é preciso explicar a relação entre o corpo mental e o emocional.
Por exemplo, uma pessoa tem um profundo medo de água e procura um
terapeuta de vidas passadas para tentar entender a origem desse medo. Ela
então descobre que numa vida anterior morreu afogada, vê as cenas
do acidente, mas não se envolve emocionalmente com o que está vendo.
Isso dar-lhe uma imediata compreensão intelectual do medo. Porém,
percebe que ainda está muito ansiosa em relação a água. Por que? O
motivo pelo qual o medo não se desfez é que a pessoa entendeu a situação
a nível mental, mas
86
sua memória emocional não foi tocada - o medo ainda estar a nível emocional.
Ela pensa que descobriu a resposta da origem do medo, mas não entende
porque não ficou curada. Tempos depois, a pessoa começa a ter dores de
estômago e descobre que tem uma gastrite, que piora quando se vê perto do
mar ou lagos. Isso indica que a energia do medo não liberada se encouraçou
na musculatura do estômago na tentativa de ser libertado. Nosso sistema tem
diversos mecanismos de defesas para controlar o medo, alguns desses
mecanismos consistem em liberar a energia da emoção para o corpo físico, o
que infelizmente provoca uma doença. Os sintomas da dor são mensagens de
que algo não está bem no organismo. Isso se dar também, para liberar uma
parte dessa energia através da descarga emocional que ocorre quando
sentimos dor. Se a pessoa conseguir continuar em tratamento terapêutico e
integrar sua mente intelectual com suas emoções, tanto pode ocorrer a cura
do medo como da gastrite. Porém, essa cura não acontece sem o
comprometimento da pessoa com seu processo. Porque a compreensão
emocional não é entendida pelo ego ou pela mente intelectual. Quero dizer
com isso, que temos vários níveis de memórias. A intelectual (consciente) e
outra emocional (inconsciente) são as principais. Somente através do
compromisso consigo mesma é que uma pessoa rompe as defesas do ego, e
chega a níveis mais profundos da sua psique, para se comunicar com seus
corpos sutis e os bloqueios energéticos que estão causando a desarmonização.
Uma compreensão emocional é sentida e apenas não entendida.

No momento dessa compreensão o corpo expressa, muitas vezes,


sensações fortes que vem na forma de arrepios, choros compulsivos,
dormência nos membros, falta de ar e muitas outras manifestações
emocionais indicando que a carga energética da emoção está sendo liberada.
É muito importante que nesse momento a pessoa permaneça aberta e
vulnerável para que as defesas sejam rompidas. A presença de um bom

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terapeuta facilitará essa abertura, já que o abandono dessas defesas provoca
muita dor emocional, sem a qual não haverá cura.

Esse processo é essencial na terapêutica de equilíbrio de todos os


níveis atingidos pela doença. A mente intelectual não pode fazer isso sozinha.
A integração da compreensão intelectual e emocional é que mudará o padrão
energético que produz a doença.

Vamos voltar ao nosso exemplo. A pessoa compreendeu que seu medo


de água tinha a ver com sua morte por afogamento numa vida anterior e todo
o trauma que o acidente provocou ficou preso no seu corpo emocional,
transformando-se em programação negativa de medo. Porém, necessitou de
outras sessões para liberar esse medo emocionalmente através de uma
catarse que lhe trouxe de volta toda a emoção de desespero e medo do
momento do acidente na vida passada. Isso modificou o padrão vibracional do
seu corpo emocional permitindo sua cura integral. A pessoa nem sequer
acreditava em vidas passadas, isso não é necessário para que a técnica
funcione. O importante é o envolvimento e o compromisso de aprofundar-se
em si mesma.

Entre as diversas técnicas usadas na Integração Psico-Energética,


destaco algumas mais importantes para um tratamento integrativo , sem
negar a importância de todas as outras.

 REGRESSÃO DE MEMÓRIA - A regressão ao útero, à infância, à


adolescência ou qualquer momento do passado que esteja em desarmonia
com o presente, é profundamente terapêutico. Toda a nossa estrutura, seja
celular, muscular ou emocional está repleta de memórias das experiências
diversas que passamos na vida. A memória de situações negativas
provocam desajustes no presente, necessitando de uma compreensão
profunda para não mais criar pressões psíquicas perigosas ao
desenvolvimento sadio da vida, sendo necessário uma volta a essas

88
experiências para integra-las de modo consciente. Na terapia de Integração
utilizamos a regressão aliada a fantasia. A pessoa volta as situações do
passado e depois recria essas situações como gostaria que tivesse sido - isso
produz uma nova reorganização nos conteúdos emocionais da memória.

 REGRESSÃO A VIDAS PASSADAS - Uma ótima técnica transpessoal


de autoconhecimento e cura psico-emocional. Mesmo para pessoas que não
acreditam na reencarnação, as experiências proporcionadas pela regressão
(que na verdade é uma rememoração) à vidas passadas são profundamente
transformadoras. Na IPE, utilizamos a regressão de forma simbólica para
curar a psique, através do conhecimento de traumas que ficaram
bloqueados no corpo emocional, causando doenças e sofrimentos na atual
vida. É uma técnica simples, realizada através do relaxamento profundo e
sem oferecer nenhum perigo físico ou mental, já que a indução é
espontânea e natural.

 MEDITAÇÃO - Antigo sistema de busca do equilíbrio da mente, presente


em muitas tradições como o budismo tibetano, a cabala judaica, a yoga, etc.
Quando utilizada na terapia, a meditação é um poderoso instrumento para
neutralizar tendências psicológicas nocivas através do aquietamento da
mente e reorganização psico-energética do sistema emocional. Isso acontece
devido aos exercícios que induzem vibrações espirituais de paz e integração
consigo mesmo e ao mundo interno e externo. Na terapia de Integração, a
meditação é usada como uma espécie de remédio para equilibrar a pessoa
de acordo com suas necessidades e dificuldades. Para cada problema existe
uma meditação específica. As visualizações meditativas são as mais
usadas no processo de cura e equilíbrio psico-emocionais. As imagens têm
um poder incrível sobre o corpo emocional, e para haver uma
reprogramação positiva, o uso de determinadas imagens são excelentes.

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 POSTURAS FÍSICAS INTEGRATIVAS - Toda emoção deixa marcas no
corpo, moldando nossa musculatura e provocando a chamada couraça
muscular. Nenhuma terapia que se proponha a ser holística pode negar um
trabalho integrativo corpo-mente. Assim, as posturas físicas de integração
são utilizadas na IPE como forma de se trabalhar o corpo, não apenas no
seu processo de relaxamento como também de transformação das emoções
que lhe moldaram. As posturas são adaptações livres da Hatha Yoga, da
Yoga Tibetana e do Chi-Kun (exercícios de origem chinesa), usadas para
melhorar o organismo como um todo e para fortalecer o corpo na busca da
integração pessoal.

 RESPIRAÇÃO CONSCIENTE - Respirar é viver. Apesar do ato de


respirar ser automático, podemos modificar nossa respiração, que é
moldada de acordo com as tensões e couraças emocionais no corpo. Uma
pessoa ansiosa respira com os ombros e tem o que chamamos respiração
curta, que induz ainda mais a sensações de ansiedade. Se essa pessoa
modificar sua respiração, com certeza estará modificando sua ansiedade.
Na terapia de Integração Psico Energética, usamos a respiração não
apenas para relaxar o corpo como também para induzirmos uma catarse de
liberação emocional e desintoxicação.

Existem ainda algumas outras importantes técnicas usadas na


terapia de Integração Psico-Energética, como a canalização de energia pelas
mãos, que é ótimo para a limpeza e desbloqueio dos chakras e corpos sutis; e
as essências florais do dr. Bach e californianas que produzem grande
benefícios ao equilíbrio emocional e mental nos estados psíquicos
desarmonizados. A hidroterapia e a fitoterapia, também são muito utilizadas
como apoio ao sistema fisiológico do corpo, muito fragilizado pelo pânico.

O diagnóstico inicial na terapia integrativa é realizado não apenas


através de entrevistas, como também com o auxílio da análise de símbolos,

90
onde o tarô e a numerologia são magníficos instrumentos no processo do
autoconhecimento.

Infelizmente, ainda existe um grande preconceito em relação ao tarô,


que nada mais é, do que cartas com desenhos simbólicos apropriados para
decodificar nosso inconsciente. A maioria das pessoas ainda pensam no tarô
como cartas de adivinhação vulgar. Numa sessão onde o tarô é utilizado como
instrumento terapêutico, a análise da pessoa é feita de forma direta, embora
subjetivamente. O tarô por ser composto de figuras simbólicas e arquétipos
(modelos) da nossa cultura ou inconsciente coletivo, consegue mostrar com
surpreendente clareza o interior da pessoa, o que possibilita um diagnóstico
profundo e indicações de como melhor encaminharmos o trabalho terapêutico.

A terapia de Integração Psicoenergética possibilita uma


compreensão pessoal de todas as dificuldades internas e de como integrá-las
na realidade externa de maneira multidimensional. Essa é a verdadeira
integração mental, emocional, espiritual e física.

TRATAMENTO DO PÂNICO ATRAVÉS DA TERAPIA INTEGRATIVA

No tratamento terapêutico para o distúrbio do pânico segundo a


abordagem da Terapia de Integração Psicoenergética, obedece a quatro
estágios ou fases:

1º ESTÁGIO - APRENDENDO A LIDAR COM O CORPO

O sistema fisiológico da pessoa portadora do distúrbio do pânico está


obstruído energeticamente devido às constantes descargas químicas causadas
pelo estresse do medo. Essa obstrução causa um nível de tensão muscular
muito alto e traz todo tipo de dificuldades ao organismo em geral, inclusive o
agravamento dos sintomas físicos: peito apertado, dificuldade de respirar,
dificuldade para engolir, etc.

91
O conhecimento das couraças do nosso corpo vai libertar-nos de
muito dos sintomas da tensão muscular. Por exemplo, uma forte sensação de
aperto no peito, muitas vezes tem a ver com uma grande tensão na área do
plexo que dificulta a respiração. Fazer alguns exercícios que liberte essa
região fará com que os sintomas melhorem consideravelmente. Conhecer as
partes do corpo que estão extremamente tensas é a maneira mais rápida de
curá-las e melhorar-se dos sintomas físicos, uma vez que esse conhecimento
propicia-nos também o aprendizado do relaxamento - uma das principais
técnicas utilizadas no tratamento do pânico.

Na terapia de Integração Psico-Energética, utilizamos exercícios de


respiração, de yoga, meditação visual e relaxamento para reestruturarmos o
corpo físico e criarmos um padrão forte e saudável para o organismo como um
todo.

Os exercícios físicos utilizados visam serem também instrumentos de


uso numa crise, como meio de sairmos mais rapidamente dos sintomas
apresentados.

Nessa fase é ainda trabalhado os chakras e os corpos sutis, através


do desbloqueio e energização com o uso do reiki, ou algum sistema de
canalização energética. Trabalhamos principalmente os chakras da raiz, do
plexo e o da garganta, sem esquecermos o do cardíaco - importante para o
equilíbrio geral das emoções positivas, procurando integrá-los com o uso da
meditação e das essências florais.

2º ESTÁGIO: A LIBERTAÇÃO DAS SOMBRAS EMOCIONAIS

Na segunda etapa do trabalho terapêutico vamos descobrir nossas


sombras, ou seja, tudo aquilo que está reprimindo nosso ser a partir do
inconsciente. A descoberta do nosso mundo interior, tanto a parte positiva
como a negativa, é fundamental no processo de integração e cura da

92
personalidade. Entendermos nossos medos, anseios e desejos reprimidos, é
descobrir nossa real intenção diante da vida.

As causas emocionais do distúrbio do pânico, como foi explicado no


capítulo V, nascem do exagero das defesas do nosso caráter que endurece as
estruturas da personalidade na tentativa de proteger-nos, deixando-nos
congelados na emoção e no mito do medo. Ou seja, quando congelamos a
energia da emoção que originou e deu sequência ao distúrbio do pânico, a
tendência é ficarmos repetindo a emoção como um antigo disco arranhado.

O medo da destruição total é equivalente ao medo da vida para o


portador do pânico. Temos medo de morrer, de perder o controle e também da
própria vida. Isso faz-nos ficar numa espécie de limbo, nem estamos mortos
nem vivos! Assim, tudo é feito para evitarmos o encontro com o medo, embora
ele viva dentro de nós mesmos. E os sintomas desagradáveis que sentimos
são as descargas energéticas do organismo contraído para evitar a dor que
esse medo causa.

Os exercícios de encontro com as sombras equivalem a uma espécie


de descida ao inferno interior de cada um. Isso é necessário para
trabalharmos o fortalecimento do sistema emocional, como também o
autoconhecimento e a conscientização das emoções bloqueadas pelas defesas
do caráter.

Nessa etapa, revivemos experiências de raiva, medo, ódio, mágoas,


geralmente esquecidas, mas que voltam ao presente constantemente em
forma de emoções descontroladas e distúrbios psicossomáticos. A nível
prático, quando encaramos essas emoções negativas ou desconhecidas, nosso
sistema orgânico começa a controlá-las, voluntariamente, numa espécie de
seleção natural, e não mais bloqueá-las por defesa que causam todos os
sintomas já comentados.

93
Para entrarmos em contato com as emoções reprimidas, usamos
algumas técnicas e exercícios específicos, tais como:

 Revivência de fatos dolorosos do passado, através da regressão espontânea


e do encontro com as várias fases de nossa vida (a criança interior, o
adolescente reprimido, o adulto magoado), que são trabalhadas através da
meditação e exercícios de bioenergética.

 Visualização dirigida e exercícios com a energia psicológica dos chakras,


onde estão presos os nossos principais traumas.

 Regressão consciente a vidas passadas para trabalharmos os traumas da


alma e integrarmos as muitas personalidades transpessoais do nosso ser.
Isto é, todas as memórias psico-emocionais de outras vidas estão presas no
corpo emocional e, para o portador do pânico, são memórias que causam
somatizações no corpo físico através do medo que não sabemos de onde
vem. Na terapia de vidas passadas, a herança somática que trazemos de
outras existências causa muitos problemas na atual vida. Quando
revivemos certas experiências passadas em outras vidas, nosso ego entende
o problema e nos curamos.

3° ESTÁGIO: INTEGRANDO O EU SUPERIOR

Quando chegamos ao terceiro estágio da terapia, o conhecimento de


boa parte das dificuldades emocionais e mentais é uma realidade. As emoções
reprimidas - as sombras, agora estão claras e perfeitamente compreendidas.
Pelo menos as que são responsáveis pelo distúrbio do pânico (é impossível o
conhecimento consciente de todo o universo interior de uma pessoa!).

É nessa etapa que começamos a trabalhar a integração das várias


subpersonalidades. Cada um de nós tem um núcleo central – o ego e
múltiplas facetas que são as chamadas subpersonalidades. Você já observou

94
como de repente mudamos diante das muitas situações que a vida nos
oferece? É como se fossemos muitos num só corpo. E somos! Para cada
situação temos uma subpersonalidade que usamos: como irmão somos um,
como amigo somos outro, como marido ou esposa somos outro ainda mais
diferente.

Isso é loucura? Não. Simplesmente precisamos adaptar-nos ao mundo,


por isso somos tão diferentes nos mais diversos papéis. Quando entendemos
isso, adquirimos uma visão integral do nosso ego, o que facilita colocarmos em
ação nossa parte mais criativa, a parte que vai nos deixar mais positivos e
amorosos na vida. O medo passa a ser entendido e aceito como algo natural e
não mais destrutivo.

Para chegarmos ao objetivo desse estágio, que é a integração do


nosso Eu superior e a libertação da nossa essência espiritual, usamos
meditações mais abstratas e profundas, como também vários exercícios para o
fortalecimento da personalidade.

4º ESTÁGIO: ELABORANDO UMA NOVA RELAÇÃO COM A VIDA

O trabalho da quarta e última etapa é centralizado na elaboração


de novas metas e valores que realmente venham a nos preencher e completar
como seres em desenvolvimento neste planeta. A descoberta de um novo
mundo e de novas oportunidades nos trás a completa Integração Psico-
Energética.

O processo terapêutico agora, é basicamente o trabalho de auto-


percepção de quem realmente somos e do que queremos desenvolver em nossa
vida para nos sentir em harmonia com o mundo ao nosso redor. Assim, a
elaboração das metas a serem atingidas com a construção de um novo eu
pessoal, serão passos importantes nesse estágio. Porque somente através da

95
identificação das metas e valores a serem atingidos é que descobrimos nossos
limites e potencialidades.

Nessa parte da terapia, aprendemos também a identificar nossos dons


natos e como utilizá-los no dia-a-dia para sermos felizes e realizados.

No quarto momento da terapia, usamos outros exercícios de


fortalecimento da vontade para colocarmos em prática tudo que descobrimos
durante o processo terapêutico.

A IPE é mais uma abordagem no meio de uma infinidade de outras.


Algumas pessoas adaptam-se bem ao processo terapêutico, outras não, e por
aí vai. Temos resultados maravilhosos num programa de controle e equilíbrio
do pânico com algumas pessoas, e com outras não conseguimos quase nenhum
sucesso.

Todas as abordagens terapêuticas são assim, porque existe uma


infinita quantidade de pessoas e cada uma é diferente da outra. O mais
importante é ressaltarmos que a terapia de Integração Psico-Energética não é
um sistema religioso ou místico, como pode parecer a princípio, devido a
linguagem e a base filosófica espiritualista. Também não é científica, pois não
possui o rigor metodológico de uma pesquisa acadêmica. Assim sendo,
consideramos a IPE como uma abordagem terapêutica da nova ciência
holística.

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MINHA HISTÓRIA
Depois de quase dez anos do início do programa e estudos
sobre o processo psicoenergético do pânico, sinto-me ótima! Já viajei
para a Europa, enfrentando horas a fio dentro de um avião sem o
menor problema. Dei até força para meu marido que detesta avião!
Raramente sinto alguns dos sintomas do distúrbio, mas tenho a
consciência de que não posso deixar de fazer os exercícios ou de
observar o nível do meu estresse, para não correr o risco de ter novas
crises. Isso não me assusta.

Sei da minha sensibilidade emocional e psíquica, e a cada dia


aprendo a conviver com ela, de maneira normal e otimista,
respeitando meus limites. Tenho consciência de que sou diferente
da maioria das pessoas no que diz respeito a essa sensibilidade,
mas as pessoas que têm diabetes ou outros distúrbios considerados
crônicos, também o são. E nem por isso parece virem de outro
planeta! Pelo menos, a síndrome do pânico é algo que posso
controlar sem alardes e não preciso tomar remédios que intoxicam
meu organismo.

O programa que desenvolvo comigo mesma é fácil e sem


mistérios. Quando acordo, faço alguns exercícios de yoga e
respiração durante aproximadamente meia hora. Quando vou
dormir, faço exercícios de meditação e relaxamento por, no mínimo,
quinze minutos. Claro que não tem nenhum problema se deixar de
fazer alguns dos exercícios por alguns dias, na verdade, eles
atualmente são mais preventivos que curativos, já que estou sem as
crises a bastante tempo.

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Evito comer carne vermelha, tomar café, refrigerantes ou qualquer
alimento que podem provocar ansiedade, mas sem radicalismo! Se
estiver em algum lugar que não "der para fugir" de alguns desses
alimentos, tudo bem, como com prazer. O importante é levar a vida
com alegria e leveza, tendo esperança e muita fé em Deus.

Continuo com as minhas sessões de reiki, massagem e biodança


(adoro dançar!) e quando me sinto ansiosa, tomo florais de Bach e
medito. Como falei durante quase todo o livro, não existe um só
caminho. Eu descobri o meu e estou tentando compartilhar com
todos, que assim como eu, sofrem com esse terrível mal
psicológico e energético.

Você que está lendo esse livro e que também tem síndrome
do pânico, procure fazer o mesmo: descubra o seu caminho e
compartilhe com todos! Isso abrirá um importante canal de troca
curativa em torno do distúrbio do pânico.

Atualmente, quando sinto algum sintoma do pânico, converso


comigo mesma buscando me tranquilizar e faço exercícios de
respiração, dou alguns comandos mentais através da meditação, para o
sistema nervoso central em busca do equilíbrio.

O importante é evitar que meu organismo entre em pânico. É


difícil? Nem tanto como parece à primeira vista. Tudo na vida é uma
questão de treino e aprendizado. Aprendi a dominar meu Eu
Falador (responsável pelo meu pessimismo) através do fortalecimento
do meu Eu Poderoso, impulsionando o otimismo e alegria.

Mas para vencer o medo e a dependência dele é preciso


disciplina e constância nos exercícios. Sei que hoje tenho maior
controle sobre a minha vida e sabedoria: aquilo que não
posso mudar simplesmente procuro aceitar da maneira mais positiva.

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VII. EXERCÍCIOS PARA O EQUILÍBRIO INTERIOR
Resumindo. as doenças na visão da medicina holística são causadas pelos
bloqueios energéticos em todo o sistema sutil (corpos e chakras), que acabam
transformando-se em algo agudo ou crônico no organismo físico, mental ou
emocional.

Mas como a vida não tem um equilíbrio no sentido estático da palavra, ou


seja, estamos sempre em movimento, para curarmos alguma doença
primeiro é preciso entender e dissolver o bloqueio por trás da doença. No caso
da Síndrome do Pânico, é fundamental seguir um programa de exercícios
físicos e emocionais com suporte de uma terapia comportamental e
complementar. E caso seja necessário, a ajuda médica medicamentosa também é
importante.

Porém, é importante frisar que, um programa de controle e equilíbrio


dos sintomas do pânico para o desbloqueio energético, requer paciência
e disciplina. Os exercícios devem ser feitos constantemente para surtirem
efeito de cura das sensações ruins. Como são exercícios de relaxamento,
posturas físicas inspiradas na yoga taoísta, meditações e respirações que
desintoxicam e elevam a energia do corpo, é preciso um protocolo rígido. Essa é a
visão do nosso programa.

Na terapia IPE usamos esses exercícios para o equilíbrio psico-


emocionais por meio da limpeza dos nódulos energéticos formados
através dos pensamentos e emoções negativas. São exercícios físicos
que primeiramente move a energia do corpo, e estão divididos em
três etapas: movimento, respiração e visualização meditativa.

A seguir, vamos descrever a serie de exercícios para a integração dos


corpos físico, emocional e mental, em três etapas, e que devem ser
realizadas em conjuntos, num ritmo pessoal.

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Mas antes dos exercícios físicos, vamos fazer uma auto-avaliação chamada
de Atualização Biográfica. São dez perguntas específicas para entender
nossa vida no passado, obtendo uma melhor visão de nós mesmos e da vida no
presente, para assim, idealizar planos futuros.

ATUALIZAÇÃO BIOGRÁFICA

Use um caderno para você escrever as respostas para as perguntas


abaixo, procurando ser o(a) mais honesto(a) possível consigo mesmo(a).

1. Faça uma análise profunda dos seus pais (pai e mãe). Procurando
perceber como você os via, quando criança, e como os vê agora, como
adulto.

2. Feche seus olhos, e procure voltar ao passado quando você era uma
criança. Escreva todas as lembranças que vierem a sua mente, na
forma de imagens e sensações.

3. Faça uma análise da sua infância. Você foi uma criança feliz ou
infeliz? Como era a sua relação familiar na infância?

4. E sua adolescência, como foi? Como era a sua relação familiar na


adolescência?

5. Quais são suas maiores frustrações vinda da infância e adolescência?

6. Faça duas colunas, A e B. Na coluna A escreva tudo de ruim que já


lhe aconteceu na vida, até o presente momento. Na coluna B, escreva
tudo de bom que já aconteceu na sua vida. Depois observe qual a
coluna que tem mais itens. Faça uma análise do fato, observando se
você é positivo ou negativo.

7. Analise sua vida atual. Como você definiria sua vida? Sente-se
realizado ou não? O que falta na sua vida para você se sentir feliz?

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8. Descreva seus medos, observando quando eles começaram a aparecer
e qual a consequência na sua vida presente.

9. Novamente feche seus olhos, respire fundo e entre em contato com seu
pânico. Observe qual o papel dele na sua vida. O que você ganha
tendo pânico (fuja das respostas rápidas: “ah, mas não ganha nada, se
sofro tanto!”. Ninguém mantém nada na vida se não estiver ganhando
algo com isso, mesmo a que a nível inconsciente). Procure entender o
que você deixa de fazer por causa do pânico e como ele o protege da
vida, ou das coisas que você considera ruim.

10. Escreva cinco saídas razoáveis para você enfrentar seu pânico e dez
metas, para quando você se sentir curado, realizar na sua vida.
Procure manter esse caderno sempre perto, para você anotar os sonhos, os
dias das crises e como se sentiu, etc. Anote também suas vitórias e
como se sente fazendo os exercícios do livro.
Ou seja, para fazermos um bom programa de equilíbrio e controle do pânico
devemos nos conhecer e sermos objetivos e sinceros.

I. EXERCÍCIOS PARA UM CORPO SAUDÁVEL (movimento)

O corpo necessita de movimento para se sentir vivo e forte. Como


diziam os antigos: corpo são, mente sã! Ou é o contrário? Bem, não importa
muito. Quando se trata de mente e corpo a ordem dos fatores não altera o
resultado. É tudo a mesma coisa, em sintonias diferentes. O importante é que
para haver um equilíbrio duradouro o corpo tem que estar em harmonia,
tanto na ação como no relaxamento.
Veremos que a utilização desses dois movimentos em conjunto, através
dos exercícios ativos e passivos, resultará num equilíbrio harmonioso – é
a integração das energias yin e yang, as polaridades do universo:
masculino e feminino. Todos os exercícios usados num programa de cura
devem ter esses dois movimentos em equilíbrio.

101
Para iniciar a série de exercícios do Programa de Controle e
Equilíbrio da Terapia de Integração Psicoenergética da Síndrome do Pânico,
é preciso primeiro escolher um lugar adequado onde possamos ficar à
vontade e não sermos interrompidos.

Se você não tiver esse lugar, seu quarto serve. Mas feche a porta
ou peça que não entrem enquanto faz os exercícios. Vista uma roupa
leve, de preferência de algodão (para deixar a energia circular
livremente. Roupa de material sintéticos retém a circulação natural da
energia). Coloque uma música relaxante e comece bem devagar,
tomando consciência de cada movimento do seu corpo, encontrando o seu
ritmo de acordo com sua saúde e idade.

Observe e siga a sequencia dos exercícios. Isso é importante.

1. EXERCÍCIO DE RELAXAMENTO DO PESCOÇO

Indicado para diminuir a tensão da musculatura do pescoço e dos


ombros, uma região geralmente muito tensa nas pessoas ansiosas. Na visão
da bioenergética, esse exercício proporciona desbloqueio das couraças
musculares do pescoço, que em termos psicológicos, deixam as pessoas muito
rígidas diante do mundo.

Para a Terapia de Integração Psicoenergética, os movimentos de


relaxamento do pescoço, além do desbloqueio muscular, produzem o
desbloqueio da energia presa no chakra da garganta, trazendo uma maior
consciência da comunicação com o mundo a nossa volta, criatividade e
vontade de viver.

A TÉCNICA

1. Sente-se confortável no chão ou numa cadeira, deixando a coluna vertebral


reta, mas relaxada. Feche os olhos e respire suavemente soltando os ombros,
braços e pescoço.

102
2. Deixe a cabeça tombar com suavidade para frente e depois leve-a para trás,
como se estivesse dizendo sim. O maxilar deve ficar bem relaxado, com a
boca ligeiramente entreaberta. Mova a cabeça bem devagar para frente e
para trás 06 vezes.

3. O próximo movimento é virar lentamente a cabeça para os lados, primeiro


para direita e depois para esquerda, como se estivesse dizendo não. O
movimento deve ser repetido 06 vezes, sempre com lentidão, sentindo bem a
musculatura do pescoço alongando-se.

4. O movimento seguinte consiste em tentar tocar o ombro com a orelha, ou


seja, incline suavemente a cabeça para a direita como se fosse encostá-la no
ombro e depois para esquerda, num movimento lento, sem mexer com os
ombros. Também repetir por 06 vezes.

5. Novamente, tombe a cabeça para frente e comece a girá-la lentamente no


sentido horário (como nos ponteiros de um relógio) por 03 vezes. Depois,
para o outro lado no mesmo número de vezes. Relaxe bem os músculos das
costas e ombros. Quando gira a cabeça, deixe-a bem pesada e solta.

2. EXERCÍCIO DE ENERGIZAÇÃO DOS BRAÇOS


Proporciona abertura muscular no tórax, trabalhando a respiração e o
chakra do plexo - responsável pelos relacionamentos interpessoais que, se
bloqueado, dificulta o nosso amor próprio, trazendo medo e fobias diversas.

A TÉCNICA

1. De pé, pernas separadas o suficiente para apoiar o corpo, joelhos semi-


flexionados. Feche os olhos e respire suavemente, procurando soltar bem o
corpo. Imagine então, a sua frente, um grande sol dourado. Você vai saldar a
imagem desse sol, sentindo-o como uma grande fonte de energia curativa.
2. Coloque as mãos na postura de prece (mãos postas) na altura do peito.
Respire profundamente enquanto vá esticando os braços para cima, mantendo
sempre as mãos unidas em prece. Leve os braços para cima da cabeça e
prenda a respiração.
103
3. Comece a baixar os braços pelo lado do corpo, enquanto solta suavemente a
respiração, fazendo um circulo no ar até encontrar novamente as mãos em
prece na altura do peito.

4. Repetir o movimento no mínimo dez vezes. O mais importante é manter o


ritmo da respiração: quando erguer os braços - respire; quando os baixar -
expire.

3. EXERCÍCIO PARA DESBLOQUEAR O TRONCO

No troco encontramos os bloqueios musculares e energéticos mais


poderosos, no caso do distúrbio do pânico. Esses bloqueios dificultam a
respiração e o relaxamento.

A TÉCNICA
1. De pé, pernas separadas, joelhos semi-flexionados. Relaxe o corpo e
imagine-se como uma pequena árvore de caule fino que se enverga para os
lados, em dias de vento forte.

2. Levante os braços acima da cabeça, enquanto respira suave. Prenda a


respiração e dobre seu tronco para direita, deixando que os braços
acompanhe o movimento e soltando bem devagar a respiração. Volte a
posição inicial, respire e se incline para esquerda soltando o ar. Faça o
movimento para direita e esquerda 06 vezes. Então baixe os braços e respire
um pouco sentindo a energia do corpo.

3. Baixe suavemente a cabeça em direção ao peito, e como tivesse um fio


invisível a puxá-lo em direção ao solo, comece a inclinar suavemente a
coluna e vá baixando-se em direção ao chão, soltando os braços como se fosse
tocar os próprios pés. Relaxe a cabeça e solte-a bem. Procure não tencionar o
corpo e fique nessa postura contando até 06. Suba o tronco e repita o mesmo
movimento 03 vezes. ATENÇÃO: pessoas com pressão alta não devem fazer
essa postura. Pule para a outra.

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4. Coloque as mãos na cintura e gire suavemente o tronco para direita,
inspirando profundamente, prenda o ar. Volte a postura normal e solte o ar.
Vire então para a esquerda, respirando suave, prenda o ar. Volte para o
início e solte o ar. Repetir esses movimentos por 06 vezes.

5. Braços soltos ao lado do corpo, olhos fechados, respirando profundamente.


Comece a fechar e abrir as mãos devagar, sentindo o movimento dos dedos.
Fique assim, até sentir as mãos formigando, então, abra os olhos e sacuda as
mãos e as pernas com suavidade.

4. EXERCÍCIO DE FORTALECIMENTO DAS PERNAS

Postura ideal para trabalhar a circulação e a energia das pernas,


desbloqueando o chakra raiz, para liberar o fluxo negativo que lhe impedem
de andar livremente pela vida.
A TÉCNICA

1. Deitado, corpo relaxado. Inspire fundo e levante a perna direita em direção


ao teto. Prenda a respiração e conte até 04. Baixe a perna soltando o ar.
Faça o mesmo com a perna esquerda. Então, levante as duas pernas,
inspirando e deixando que a musculatura da pélvis e as pernas façam
força, e não seus braços e coluna. Prenda a respiração e conte até 04, então
solte o ar e vá baixando as pernas lentamente. Faça esse movimento 04 vezes.
2. Ainda deitado, levante as pernas e abra-as para os lados o máximo que
puder, mas sem forçar a musculatura. Junte-as novamente e vá baixando,
suavemente. Faça esse movimento 04 vezes.
3. De pé. Pernas separadas, pés retos, joelhos semi-flexionados. Fechar os
olhos, respirar suave e profundo. Imagine então, que seus dedos dos pés
começam a transformasse em raízes, que entram na terra profundamente. São
raízes grandes, fortes, que trazem alimento do centro da terra. Sinta esse
alimento como uma energia branca que sobe por suas raízes e vai alimentar
todo seu corpo.

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4. Procure ficar nessa postura, visualizando essa imagem e respirando
suave, por no mínimo 05 minutos. Se as pernas tremerem um pouco,
não se preocupe - é a energia que está subindo!Cuidado apenas para
não tencionar o resto do corpo: ombros, braços e tronco.

5. EXERCÍCIO DE INTEGRAÇÃO DO CORPO


Um exercício para trabalhar a integração do fluxo energético do corpo por
inteiro. É o último exercício da série de movimentos e deve sempre ser
realizado, para terminar o ciclo.

A TÉCNICA
1. Sentado com as pernas cruzadas (postura da yoga), ou com as pernas
esticadas. Erguer os braços a cima da cabeça, respirando bem devagar. Unir
as mãos, sobre a cabeça, em prece. Prenda o ar, e deixe seu tronco e braços
caírem para frente. Solte o ar batendo com as mãos no chão suavemente. Fazer
esse movimento 04 vezes.
2. Ainda sentado, encolha as pernas tentando unir os solados dos pés.
Segure seus tornozelos, e comece a balançar as pernas como asas de borboleta
voando. Faça esse movimento por, no mínimo, 02 minutos.
3. Sentado, pernas unidas e esticadas para frente. Feche os olhos, respire
suave e una suas mãos na altura do peito, na postura de prece. Comece a fazer
movimentos circulatórios com as mãos (ainda na forma de prece), sobre o
peito, massageando suavemente seu timo - glândula importante para
o sistema imunológico do corpo e o chakra cardíaco. Então, deixe as
mãos caírem com suavidade sobre as pernas, e vá lentamente inclinado-se
para frente, arrastando as mãos em direção aos pés, procurando tocá-los.
Depois, suba o tronco novamente, arrastando as mãos sem retirá-las do
contato direto com o corpo, pelas coxas, quadris, peito, pescoço, face, como se
você estivesse acariciando sua pele. Quando chegar ao peito, cruze os
braços para poder acariciá-los também. Encontre as mãos sobre a cabeça,
unido-as na postura de prece. Então, traga-as de volta para o peito e repita a
mesma sequência por até 04 vezes.
4. E para finalizar, uma massagem suave e vigorosa: comece a passar óleo de
lavanda, ou outro que você quiser, por todo seu corpo com movimentos
circulantes. Comece pelas pernas, uma de cada vez, iniciando pelos pés,
massageando dedos, calcanhares. Vá subindo e apertando suavemente a
perna, como uma das mãos na parte externa e a outra na parte interna, até a
parte alta da coxa. Então massageie os braços, o pescoço e os ombros.
Finalmente, massageie a barriga e o peito. Termine, dando pequenas
batidinhas com o punho fechado (mãos fechadas e bem moles) por todo o
corpo, para ativar a circulação.
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Variações mais simples dos Exercícios

O alongamento lateral do pescoço é um exercício simples que ajuda a relaxar os músculos


laterais do pescoço.

Alongamento lateral do pescoço


1.Comece voltando a cabeça direita para frente.

2.Incline a cabeça para um lado, aproximando


suavemente a orelha do ombro.
3. Fique nessa posição durante 15 segundos.
4. Levante a cabeça de volta à posição inicial.
5. Relaxe e repita três vezes para cada lado.

Queixo ao peito
Queixo ao peito é um alongamento
Rotação do pescoço simples que ajuda a aliviar a dor e a libertar
A rotação do pescoço pode ser um exercício
a rigidez dos músculos do pescoço e ombros.
simples para alongar os músculos do pescoço e
à sua volta.
1. Comece por colocar-se
1.Comece colocando a cabeça em pé e direito, a olhar
reta e olhando para frente. para frente e com os seus
ombros direitos.
2. Devagar vire a
cabeça para a 2. Enquanto mantém as
esquerda e depois costas direitas, deixe oqueixo
para a direita. cair em direção ao peito até
começar a sentir uma
sensação de alongamento na
parte de trás do pescoço.
3. Aguente esta posição
durante 10 a 15 segundos.
3. Rode lentamente a cabeça, 4. Relaxe o pescoço e
primeiro olhando para cima e
volte à posição inicial,
depois para baixo.
4. Rodar para esquerda e olhando para a frente.
depois, para a direita, 5 vezes. 5. Repita este alongamento
duas vezes.

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Exercício: Borboleta

A borboleta é um exercício básico que ajuda a alongar o peito, músculos cervicais e


pescoço.
1. Comece em pé numa posição reta com os
braços ao longo do corpo e os ombros
direitos.
2. Junte as mãos por detrás da cabeça e enlace
os dedos, deixando as mãos em descanso
apoiadas na parte de trás da cabeça. Abra os
cotovelos de maneira a que fiquem paralelos
aos seus ombros.
3. Agora, inspire profundamente e empurre suavemente os ombros para trás até
sentir que os seus músculos se alongam. Mantenha esta posição durante 10-15 segundos.
4. Expire, e volte à posição de início.
5. Realize duas repetições completas do exercício.

Alongamento da cervical

Este exercício é um método simples e eficaz de estirar a zona cervical e os músculos


dos ombros.

1. Comece por sentar-se direito numa cadeira com os


pés bem assentes no chão.
2. Estique os braços para a frente com as palmas
das mãos viradas uma para a outra. Gire os punhos
para dentro 180 graus até que as palmas das mãos
estejam viradas para fora.
3.Agora cruze o seu braço direito com o esquerdo
juntando as palmas das mãos.
4.Estique os braços para a frente até que as suas
costas ganhem forma de arco. Relaxe a cabeça
enquanto contrai os músculos da barriga. Para manter a
posição correta, imagine que se estira sobre uma bola
de exercício, apertando-a entre os seus braços e
barriga.
5. Mantenha esta posição durante 10-15 segundos.
6. Relaxe e volte à posição inicial.
7. Repita o exercício.

Atenção: caso tenha algum problema na coluna, consulte sempre o seu médico
antes de começar um programa de exercícios. Lembre-se de parar se programa de
exercícios. Lembre-se de parar se estiver a sentir qualquer dor.
II. EXERCÍCIOS DE RELAXAMENTO EMOCIONAL (respiração)

Depois de realizar os exercícios físicos, você está pronto para fazer os


exercícios de respiração que visam promover um relaxamento profundo,
proporcionando-lhe tranqüilidade e paz emocional.

A respiração é o ato de levar o oxigênio que está no ar para alimentar


as células do corpo e ajudar na queima dos carboidratos, proteínas e gorduras
que produzem a energia vital do nosso corpo. Também nos desintoxicamos
nesse ato, quando eliminamos o dióxido de carbono, através da respiração.
Segundo alguns pesquisadores, a respiração é o elo perdido entre as funções
voluntárias e involuntárias do cérebro, sendo a única função que, apesar de
ser regulada pelo sistema nervoso, podemos alterar conscientemente. Uma
vez aprendido a controlar a respiração, podemos também controlar algumas
partes do nosso organismo, como os batimentos cardíacos, ondas cerebrais,
etc.

Para entendermos a respiração é necessária uma explicação mais


técnica. O ar entra no corpo através do nariz, ou boca, sendo esquentado pelas
vias aéreas até chegar aos pulmões. A traquéia é a primeira via aérea e tem
uma estrutura lisa, parecendo um tubo feito de anéis de cartilagem, termina
dividida em dois tubos menores: os brônquios (que terminam em ramos ainda
menores), os bronquíolos e os alvéolos (sacos de ar minúsculos dentro dos
pulmões). A troca de oxigênio em gás carbônico dar-se nos alvéolos. Quando
uma molécula de oxigênio entra na corrente sanguínea junta-se a uma outra
molécula – a hemoglobina, e começa sua viagem pelo corpo através do sangue
oxigenado. Nessa viagem, o sangue vai deixando pelo caminho o oxigênio que
transporta. Então, de vermelho vivo passa a ter uma cor azulada devido ao
dióxido de carbono, sendo necessário voltar as artérias do coração para ser
novamente oxigenado pelo o ar que está nos pulmões. E começa tudo de novo
– esse é o ciclo da vida!

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O ato de respirar envolve ainda os músculos da caixa torácica e do
diafragma, uma camada de músculos perto da cavidade abdominal. Durante o
processo de inalação do ar, o diafragma move-se para baixo, deixando espaço
para os pulmões expandirem-se. Isso produz um relaxamento na musculatura
do abdômen que o projeta para fora, é a chamada respiração baixa.

A maioria das pessoas, devido uma má postura ou condicionamentos


emocionais, respiram apenas na altura do peito, não deixando que o ar entre
totalmente nos pulmões, o que ocasiona sensação de ansiedade e muita perda
de energia.

Portanto, aprender a respirar é um dos principais exercícios no


processo de equilíbrio psicoemocional e físico. Nos exercícios de respiração
relaxante, encontramos quatro movimentos básicos:

1. Inspiração (levar o ar para dentro do corpo);

2. Retenção (prender o ar dentro dos pulmões);

3. Expiração (soltar o ar dos pulmões);

4. Retenção vazia (não respirar por alguns segundos).

Os exercícios a seguir devem ser usados na sequência indicada. É


importante avisar que ao mexer com a respiração, muitas vezes ficamos
tontos e até ansiosos. Pode até provocar o início de uma crise em pessoas que
estejam num estado muito sensível do distúrbio do pânico, pois a oxigenação
do sangue provoca sensações diversas. Não se preocupe com isso, é normal.
Essas sensações que os exercícios de respiração provocam são de liberação
das energias bloqueadas e as toxinas do organismo. Se por acaso as sensações
forem muito fortes, apenas diminua o ritmo dos exercícios, mas não pare! No
máximo, em alguns dias você estará sentindo-se muito bem.

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1. RESPIRAÇÃO DE PURIFICAÇÃO

Um exercício para ser usado principalmente depois dos exercícios


físicos, pois ventila, limpa e purifica os pulmões.

A TÉCNICA

1. Sentado, costas retas e relaxadas, olhos fechados. Inspirar profundo e


lentamente. Reter o ar nos pulmões contando até 04. Colocar os lábios na
posição de assobio e soltar o ar com força, pela boca.

2. Reter vazio ( não respirar), contando até 04. Inspirar novamente e repetir a
sequência 04 vezes.

2. RESPIRAÇÃO DE TONIFICAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO


Essa respiração acalma e elimina toda sensação de cansaço físico.
Mas as pessoas que sofrem do coração não devem reter o ar nos pulmões por
muito tempo ou fazer muita força nas mãos, para não o sobrecarregar. Para
os portadores de pânico esse é um ótimo exercício de liberação energética.

1. De pé, corpo reto, inspirar profundo e lentamente, contando até 04, e


estendendo os braços para a frente.

2. Reter o ar nos pulmões, trazer os braços até os ombros e apertar as mãos


com força, esticar os braços para a frente e para trás rapidamente, várias
vezes, enquanto conta até 04.

3. Solte o ar com vigor pela boca e, novamente, inicie a respiração. Faça 04


vezes esse movimento respiratório.

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3. RESPIRAÇÃO DE AUTOCONTROLE DAS EMOÇÕES

Essa respiração deve ser usada principalmente quando você estiver


em crise. É um exercício que promove uma profunda sensação de paz e
energia.

A TÉCNICA

1. Sentado, coluna reta, ombros relaxados, olhos fechados. Inspirar bem


devagar, sentindo o ar entrar no seu corpo e mentalmente, diga a palavra
PAZ.

2. Reter o ar nos pulmões, contando até 04. Expirar, suavemente, dizendo


mentalmente, a palavra SAI. Fazer essa respiração pelo tempo que quiser,
até se sentir melhor, quando em crise. No programa, faça 10 vezes.

4. RESPIRAÇÃO DE ENERGIZAÇÃO

Ideal para fortalecer e estimular energicamente todo o organismo.

A TÉCNICA

1. Deitado de costas, olhos fechados, corpo relaxado. Colocar as mãos sobre o


plexo solar (estômago) e inspirar bem devagar, sentindo o ar entrar no
corpo e imaginando que está respirando uma luz dourada parecida com um
raio de sol. Mesmo que não veja a imagem nitidamente, não tem problema,
continue a respirar e sentir seu corpo cheio de luz dourada.

2. Reter o ar nos pulmões contando até 04, e imaginando todo seu o corpo
ficando dourado.

111
3. Soltar o ar, suavemente, imaginando que ele sai na forma de uma fumaça
escura, carregando todas as impurezas do seu interior ( magoas, medo,
raiva, dores, tristezas). Fazer a respiração por no mínimo 03 minutos.

5. RESPIRAÇÃO DE RELAXAMENTO

Ótimo exercício para relaxar o corpo e a mente. Faça essa respiração


para terminar a série respiratória, e antes dos exercícios mentais.

A TÉCNICA

1. Deitado, costas retas, corpo relaxado, olhos fechados.

2. Inspirar, lenta e profundamente, contraindo os músculos do corpo inteiro


(Ex.: aperte as mãos, os pés, contraia a face, o maxilar, etc.)

3. Reter o ar contando até 04, enquanto permanece com o corpo contraído.

4. Expirar o ar pela boca aberta e relaxar todo o corpo, ao mesmo tempo. Fazer
05 respirações.

III. EXERCÍCIOS DE RELAXAMENTO MENTAL


( visualização meditativa)

A mente é a parte não física do ser. Ela é a consciência que reflete


todos os nossos pensamentos e questionamentos, sejam intelectuais, sejam
emocionais, assim podemos dizer que existe uma mente racional e outra
emocional, com características e memórias diferentes. A mente manifesta-se
no plano material, através da energia do corpo físico e do cérebro e se divide
em consciência sensorial (os cinco sentidos) e a consciência abstrata (as

112
experiências dos sentimentos, idéias intelectuais, memórias, sonhos,
emoções).

A mente emocional não entende a palavra falada, que faz parte da


função intelectual. Ela entende melhor as imagens, que são simbólicas e
subjetivas. Por isso, que a meditação visual é fundamental num tratamento
onde o inconsciente é trabalhado. Através das imagens podemos mudar
padrões emocionais estabelecidos e enraizados.

Os exercícios de visualização meditativas são usados no programa de


controle do pânico para equilibrar e controlar a mente na ilusão do medo. A
meditação é uma técnica antiga, que tem o propósito de tornar claro os vários
estados da consciência mental e trazer harmonia diante das muitas sensações
que o mundo interno e externo, nos provoca. Existe uma infinidade de
técnicas meditativas. Nesse livro, só usaremos a visualização, que é uma
modalidade mais suave para nós ocidentais, e indicada para o tratamento em
questão.

Os exercícios a seguir, são a última etapa do programa


complementar que sugiro no livro. Quando você terminar a série dos
exercícios respiratórios, permaneça deitado, relaxado e preparando sua mente
para entrar em contato com um novo mundo, o seu mundo interior. Indico
três visualizações importantes para o equilíbrio do pânico, porém, apenas a
primeira deve ser usada diariamente em conjunto com os outros exercícios.
As outras duas devem ser experimentadas, mas só usadas quando necessário.
Por exemplo, se você deseja relaxar mais profundamente, use a visualização
Lugar de Paz. Se deseja maior harmonia nas emoções, fortalecer e energizar
seu coração, para trazer segurança e bem-estar, use A Rosa Crística.

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1. VISUALIZAÇÃO DE CURA DO MEDO

Nossa mente emocional, como já foi comentado no início do capítulo,


entende melhor as mensagens das imagens. Assim, a visualização Cura do
Seu Medo, tem o poder de reprogramar suas emoções negativas vindas desse
medo que acaba por trazer os sintomas desagradáveis do pânico. Faça essa
visualização em conjunto com os movimentos e as respirações. Se estiver em
crise aguda, experimente fazer essa visualização de uma em uma hora, até
melhorar.

A TÉCNICA

1. Sentado ou deitado, feche os olhos e respire profundamente, soltando o ar


bem devagar. Entre em contato com todos os sintomas do seu pânico: o
medo, as sensações desagradáveis do seu corpo e sua mente.

2. Então, comece a imaginar que esse medo e essas sensações transformam-se


na imagem de um monstro muito feio. Olhe bem esse monstro, veja seus
detalhes, sinta toda a angústia que está presente nele.

3. Imagine então, que você está vestido como um guerreiro medieval:


armadura brilhante, dourada e uma longa e afiada espada na mão. Deixe
que toda a sensação de ser um guerreiro, ou guerreira, forte e corajoso tome
conta de todo o seu ser.

4. Imagine o monstro vindo, feroz e raivoso, ao seu encontro. Você é um


guerreiro, não tem medo de nada, tem sua espada e muita coragem no
coração. Lute com o monstro até matá-lo. Não aceite derrotas, você é muito
mais poderoso que ele, e só vai parar lutar quando ele estiver morto. Mas
não tenha raiva dele, pense que ele é um ser que luta para ficar vivo, só que
você não o deseja na sua vida.

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5. Faça uma fogueira. Corte o monstro em pedaços e jogue-os na fogueira. Veja
o fogo destruir para sempre o terrível monstro que tanto lhe atormentou a
vida. Sinta-se livre e vitorioso. Faça uma prece pelo monstro. Abra os olhos.

ATENÇÃO: não devemos ter raiva ou magoa do pânico, ele cumpre


uma função em nossas vidas, mesmo que pareça negativo. Elimina-lo de
nossas vidas é um direito, mas compreende-lo é fundamental.

II. CRIANDO O SEU LUGAR DE PAZ

A TÉCNICA

1. Sentado ou deitado, olhos fechados, corpo relaxado, respiração solta.


Imagine-se entrando num lugar com um cenário bem natural. Pode ser uma
praia, uma montanha, uma floresta, um jardim, não importa. Crie um
lugar que seja natural e lhe dê paz e segurança, onde você se sinta
confortável e acolhido - o seu lugar de paz!

2. Quando você imaginar o lugar, comece a explorá-lo, ficando atento a cada


detalhe dele. O ambiente, as cores, as sensações que ele lhe transmite.
Sinta-o como seu. Você pode modificar algumas coisas para se sentir mais
confortável. Trazer objetos que você goste, construir uma casa, enfim, deixar
o lugar o mais acolhedor que puder. Pode até cercar o lugar com muita luz
ou invocar a presença de seres espirituais, anjos, pessoas amigas que já não
pertencem a esse plano terrestre.

3. Então, deite-se, passei, brinque, delicie-se com o seu lugar de paz!

Esse lugar será seu refúgio interior, para onde você poderá ir quando
desejar sentir-se seguro e em paz. Para isso, basta fechar os olhos, relaxar o
corpo e deixar a imaginação solta. Essa visualização é ótima para fazer-se
quando sentir a proximidade de uma crise. Tente refugiar-se no seu lugar até
se sentir mais seguro. Geralmente uso essa visualização em conjunto com a

115
Curando o Medo, vou para meu lugar de paz e luto com meu monstro do medo
lá, pois me sinto mais segura.

III. A ROSA CRÍSTICA

A TÉCNICA

1. Sentado ou deitado, olhos fechados, corpo relaxado, respiração solta.


Imagine um ponto de luz sobre sua cabeça, como se fosse um pequeno sol.
Veja então, saindo dessa luz dois fios, também de luz, que vão cercar seu
corpo, fazendo um círculo de proteção ao seu redor - sinta-se protegido
dentro desse círculo.

2. Imagine que esse círculo é invadido por uma nuvem de luz rosa, que lhe
cobre por inteiro. Sinta que essa nuvem de luz começa a limpa-lhe todas as
energias negativas: as mágoas, as raivas, os medos, as angústias. A luz vai
absorvendo tudo de negativo que estiver na sua aura.

3. Então, veja e sinta um outro ponto de luz dourado, agora no centro do seu
peito - na altura do chakra cardíaco. O ponto de luz pulsa de acordo com as
batidas do seu coração. Comece a dizer para si mesmo, mentalmente: Eu
sou amoroso(a) e nutridor(a) - várias vezes, até começar a ver ou sentir
que o ponto de luz começa a transforma-se num botão de rosa dourada, bem
no centro do seu peito. E quanto mais você repete a frase, mais forte fica a
imagem da rosa, que começa a se abrir lentamente, pétala por pétala, até
transforma-se numa linda rosa aberta e radiante. Continue repetindo a
frase, e veja um raio de luz forte que sai do centro da rosa e projeta-se para
frente, iluminando totalmente seu caminho na vida.

4. Volte sua atenção novamente para a nuvem rosa que cobre seu corpo, dentro
do círculo de proteção. Sinta que a nuvem começa a sair lentamente,

116
levando com ela todas as negatividades da sua vida, do seu corpo, das suas
emoções.

5. Respire fundo e concentre-se somente na rosa no centro do seu peito - a sua


rosa crística, que exala amor e proteção. Recarregue-se com toda a energia
positiva que a rosa transmite, deixando que seu coração se encha do mais
puro amor espiritual por você mesmo e toda a humanidade.

6. Dissolva então, o círculo de proteção, e veja sua aura expandindo-se,


brilhante e forte, por muitos metros. Permaneça tranqüilo por alguns
minutos e abra os olhos quando sentir que voltou totalmente ao corpo.

Essa visualização meditativa é um pouco mais complexa que as


outras duas. Mas tem o poder de curar e desbloquear seu chakra cardíaco,
trazendo-lhe mais amor e confiança em si mesmo. Deve fazê-la durante um
ciclo de vinte e um dias seguidos, sem interromper um dia. Em algumas
pessoas, a meditação provoca dores leves no peito - isso acontece quando
existe muito bloqueio energético na região. Se acontecer com você, não se
preocupe. Continue que tudo passa logo.

Uma sugestão: grave os exercícios numa fita para você sentir-se mais
à vontade. Ou então, peça as fitas gravadas com minha voz (endereço e
telefone no final do livro), você vai sentir-se muito mais motivado para
realizar os exercícios.

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VIII. DIFERENÇAS ENTRE OS SINTOMAS DO PÂNCICO
E OUTROS DITÚRBIOS

Vivemos momentos de profunda ruptura cultural e mudanças de paradigmas, o que


implica em muitos processos emocionais desgastantes através de crises existenciais
constantes na maioria das pessoas. Isso gera muitas emoções negativas, que por sua vez,
determinam não apenas uma repercussão orgânica, como no processo da psicossomática,
mas, sobretudo, uma repercussão psicoenergética e emocional. Neste caso, o excesso de
ansiedade poderia se traduzir por Transtornos de Ansiedade, entre eles a Síndrome do
Pânico.
A questão é o reconhecimento através do diagnóstico diferencial dentre as muitas
manifestações neuróticas apresentadas, o verdadeiro distúrbio do pânico. Atualmente,
muitas pessoas com diferentes processos psíquicos são diagnosticadas com pânico,
porque esse termo virou moda.
O diagnóstico correto fará uma diferença profunda no tratamento a ser indicado,
principalmente medicamentoso. Assim, o conhecimento das classificações
internacionais (CID.10 e DSM.IV) sobre o assunto, trará maior segurança ao
profissional. Essas classificações indicam as seguintes manifestações clínicas como
derivações da ansiedade patológica:

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- Ataque de Pânico (Síndrome do Pânico): caracteriza-se por uma crise
súbita com os seguintes sintomas: apreensão, medo intenso ou terrores,
acompanhados habitualmente de sensação de morte iminente. Aparecem também
durante estes ataques, sintomas como palpitações, opressão ou mal-estar torácico,
sensação de sufocamento, medo de perder o controle, de ficar louco. Essas crises
devem acontecer sem nenhum motivo aparente, de uma a mais vezes na semana
para ser diagnosticado com Síndrome do Pânico. Outro detalhe, a pessoa pode ter
crises durante o sono, e acordar com as sensações características. Esse distúrbio
geralmente virá acompanhado de algumas fobias, mas a causa primária não será as
mesmas.
- Agorafobia: uma fobia que se caracteriza pelo aparecimento de grande
ansiedade que leva ao comportamento de evitação dos lugares e situações de onde
seja difícil ou complicado escapar, ou de onde seja impossível conseguir ajuda no
caso de se passar mal. A grande maioria dos portadores do pânico tem essa fobia. -
Fobia específica: é representada pela presença da ansiedade aguda, em resposta à
exposição a determinadas situações e/ou objetos específicos temidos
irracionalmente, que geram comportamentos de evitação e fuga.
- Fobia social: profunda ansiedade como resposta a situações sociais ou públicas,
que também se manifesta com comportamentos de evitação.
- Transtorno obsessivo-compulsivo: obsessões que causam a ansiedade crônica
e mal estar significativos, onde gestos ou ações compulsivas são usados com o
propósito de neutralizar essa ansiedade. As obsessões caracterizam-se por idéias
involuntárias, recorrentes, persistentes, absurdas e geralmente muito
desagradáveis que aparecem com grande freqüência sem que a pessoa tenha como
evitá-las. As compulsões são ainda representadas por comportamentos repetitivos
e litúrgicos que se realizam em forma de rituais específicos.
- Transtorno por estresse pós-traumático: caracteriza-se pela recorrência de
experiências ou de acontecimentos altamente traumáticos de natureza diversa, que
gera comportamento de evitação aos estímulos estressantes ou relacionados com a
situação vivida como traumática.

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- Transtorno por estresse agudo: sintomas parecidos com o transtorno por
estresse pós-traumático que aparecem imediatamente depois de um
acontecimento altamente traumático, e que podem gerar crises de pânico
momentâneas, que desaparecem logo que o organismo volte ao estado natural.
- Transtorno de ansiedade generalizada: caracteriza-se pela presença da
ansiedade e estado de preocupações excessivas e persistentes com duração de
pelo menos seis meses.
- Transtorno de ansiedade devido à enfermidade médica geral: caracteriza-se por
sintomas agudos de ansiedade como efeitos secundários dos sintomas
fisiológicos de uma enfermidade, geralmente em pessoas que também tem fobias
as doenças.
- Transtorno de ansiedade induzido por sustâncias: são sintomas de ansiedade
vidas como efeitos fisiológicos da ingestão de uma droga, fármaco ou tóxico.
Tanto pode ser devido efeito secundário da substância como efeito psicológico.
- Transtorno de ansiedade no especificado: termo para encaixar os transtornos
que se caracterizam por ansiedade ou evitação fóbica proeminentes, mas que não
reúnem os critérios diagnósticos dos transtornos de ansiedade já mencionados.

As respostas fisiológicas dos transtornos psico-emocionais têm sido objeto de muitas


pesquisas e teorias explicativas. A Síndrome do Pânico apresenta fortes reações
fisiológicas diversas, que confunde muito os profissionais da saúde. Entre as muitas
emoções com respostas fisiológicas importantes nesse distúrbio, destacamos a ansiedade, o
medo e a raiva – emoções que obtém respostas rápidas em termos fisiológicos com grande
comprometimento do sistema. Mas para desenvolver e mantermos um transtorno psico-
emocional-fisiológico característico, como os transtornos da ansiedade são
necessários dois fatores preponderantes:

1. - O primeiro, uma predisposição individual, na qual tendemos uma maior


sensibilidade e reação diante das emoções. Ou seja, nosso sistema nervoso
autônomo tem uma excitabilidade exagerada, como também o endócrino e imunológico.

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2. - O segundo fator, é uma tendência a reação fisiológica intensa e crônica diante de
emoções como a ansiedade, o medo ou raiva. Portanto, observamos que para
desenvolvermos transtornos ligados a ansiedade crônica, temos que ter fatores
predominantemente tanto a nível fisiológico como da personalidade.
As pesquisas sobre as características do perfil de resposta de pessoas com diferentes
transtornos psico-emocionais-fisiológicos ou psicossomáticos, como a hipertensão
arterial, a asma, a úlcera digestiva, as dores de cabeça tipo enxaquecas ou vários tipos de
dermatites, como também a Síndrome do Pânico, indicam que tais pessoas costumam ter
níveis mais altos de ansiedade do que outras pessoas da mesma idade e sexo.
Ou seja, a mesma emoção reativa pode se apresentar com características internas ou
externas diversas de acordo com a capacidade de controle e percepção da pessoa. As
pessoas com hipertensão, por exemplo, têm níveis internos de raiva acumulada ou não
expressas, maiores do que as outras pessoas sem hipertensão. Já os que desenvolvem
asma, podem apresentar níveis maiores de raiva externa. A raiva, neste caso, ajudaria a
manter níveis altos de ativação fisiológica. E as que desenvolvem a Síndrome do Pânico?
São pessoas com tendência repressiva de suas emoções reativas, e não costumam ter
consciência da sua alta sensibilidade e ativação fisiológica, mesmo que se percebam com
alto grau de ansiedade. Esta alta e continua ativação fisiológica é um fator importante no
desenvolvimento dos sintomas dos transtornos de ansiedade.
Embora as emoções sejam reações naturais com finalidade adaptativa, quando em
demasiada intensidade ou freqüentes, podem provocar alterações patológicas na saúde
como os sintomas psicossomáticos ou os psico-emocionais como no caso do pânico. Mas
existe um fenômeno interessante no caso da S. do Pânico, a maioria dos portadores não
desenvolvem patologias graves. Ao que parece, as crises agem como um fator de
organização interna no que se refere a circulação energética das emoções, aliviando a
carga do sistema.
Nosso Sistema Límbico tem a função avaliadora dos fatos e eventos da vida, nos
dando consciência do tipo de emoção que está se desenvolvendo no nosso interior. Esse
processo de avaliação depende de vários elementos, como a nossa personalidade, a
memória das experiências, as circunstâncias atuais e o tipo de cultura que vivemos.

121
É devido a esses aspectos que cada situação vivida é interpretada de maneira diferente de
pessoa a pessoa. Geralmente avaliamos à natureza do evento e sua possível ameaça, e a
escolha ou decisão da melhor maneira de enfrentamento de acordo com nossas memórias
emocionais.

Na década de 60, W. Selye desenvolveu uma serie de estudos sobre a influencia do


estresse no corpo humano, e dizia que a intensidade da resposta ao estresse era
determinada por fatores condicionantes internos e externos ao indivíduo, ou seja, depende
de características herdadas e adquiridas. De acordo com esses estudos, podemos entender
porque diante de situações semelhantes, as pessoas reagirão de forma diferente. Isso
refletirá no diagnóstico cada portador da S. de Pânico, pois cada um representará através
dos sintomas sua visão interna e externa do mundo que lhe cerca, conforme sua história,
circunstâncias, aptidões e personalidade.

Essas características nos oferecem maiores ou menores opções de enfrentamento da


situação, e tratamento dos distúrbios da ansiedade. Quando não é possível encarar a
situação objetivamente, seja porque o problema não está sendo consciente, seja
porquefaltam recursos disponíveis à personalidade, a tendência será lançar mão de outras
formas mais atípicas de enfrentamento, sendo as crises do pânico uma dessas
formas de enfrentamento. Reagimos como podemos diante do profundo estresse que nos
cerca.

A RELAÇÃO ENTRE O PÂNICO E A DEPRESSÃO

Nos anos noventa, alguns clientes chegavam ao meu consultório relatando que o
psiquiatra havia diagnosticado que eles estavam com síndrome do pânico. No
entanto, quando eu perguntava se os sintomas batiam com os sintomas clássicos do
pânico, percebia que na verdade eles estavam era com depressão!

Era a tal história do modismo. Qualquer sintoma que deixassem alguém ansioso
era logo denominado pânico. E qual é o diferencial da depressão e o Síndrome do
Pânico? Às vezes é meio difícil mesmo fazer um diagnóstico diferencial. É claro
que algumas pessoas podem apresentar depressão associada ao pânico, porém,
existem algumas diferenças básicas.

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A primeira está no próprio estado energético. O Pânico tem uma frequência yang (forte),
como o fogo, caracterizado pela ansiedade mórbida, estado de inquietação e medo
crônico. O estado de tristeza se caracteriza pela situação de falta de paz interior e provoca
forte baixar da excitação emocional, como veremos a seguir.

A depressão clássica tem muitas caras, o que dificulta sua interpretação. Existem
muitos tipos de depressão, a reativa, psicótica, neurótica, mascarada, fóbicas, bipolar,
etc.. A depressão é uma condição humana, sendo energeticamente yin (fria). Ainda não
existe definição final, classificação adequada ou explicação sobre as causas, isso gerar
uma série de confusões na cabeça de qualquer terapeuta, psicólogo ou psiquiatra.

Por isso algumas considerações precisam ser feitas sobre a depressão em pessoas que
desenvolvem o Pânico, que surge como resultante da baixa auto-estima, auto-
desvalorização e problemas gerado pelo medo com o meio familiar e social. Porém, há
outros fatores a serem considerados.

Na Síndrome do Pânico, a pessoa apresenta um limite de tolerância a estímulos


internos muito baixos, o que traz um risco de desorganização psíquica fazendo com que a
pessoa entre num estado de intensa angústia. A consciência é inundada por fluxos
emocionais que desorganizam a percepção e os leva a um estado tal de angústia, que os
deprime. Internamente, na verdade, está ocorrendo uma superexcitação interna, além do
que pode ser suportado, no sistema nervoso e consequentemente nos campos energéticos.
As crises começam nesse processo.

O que a pessoa não consegue entender são as reações desordenadas do corpo


(“enlouquecimento do corpo”), e a confusão mental do processo origina a angústia.
Quando entramos em pânico, somos invadidos por ondas energéticas e emocionais sem
sentido para a consciência. Encontramos no pânico, portanto, uma excitação psico-
energética além do que o corpo pode suportar. Assim, ao que parece, as crises são
benéficas, pois trazem uma tentativa de reorganização da homeostase orgânica, e
funcionam como descarga para a forte tensão interna.

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Costumo explica esse processo aos meus clientes, da seguinte maneira: imagine um
cachorro molhado tentando se livrar da água no seu pêlo. Ele vai sacudir-se todo até ficar
seco novamente. Pois o mesmo acontece com o corpo em estado de superexcitação, ele
vai tentar livrar-se do estado de estresse que pode ameaçar a vida, criando sintomas que
obrigam a energia a baixar, mesmo que pareça no momento que vamos explodir com as
sensações desagradáveis. A depressão pós-crise, que diminuir a energia através da
redução da própria vitalidade, é outra maneira de auto-proteção da homeostase do corpo.

Uma pessoa com Síndrome do Pânico que entra em depressão, se auto-protege


limitando sua energia para melhorar a excitação e evitar os sintomas do Pânico. Caso o
nível energético subisse em demasia, a pulsação emocional também aumentaria, trazendo
muitos riscos de uma total desorganização psíquica. Assim é melhor entrar no mundo
interno para não se excitar com o mundo externo, pensa inconscientemente, a pessoa com
pânico. E até conseguir aumentar a sua tolerância aos estímulos e emoções em sua vida,
ela permanecerá protegida através de sintomas diversos.

Um exemplo pessoal: ao fazer um exercício de Neurolingüística para descobrir o


porquê do meu pânico, entre outras coisas, me veio a idéia que eu o mantinha comoforma
de conter meu ímpeto diante da vida! Esta compreensão foi importante para
entender a necessidade do caminhar lentamente no trabalho terapêutico, em direção a
reorganização psico-energética, deixando crescer suavemente minha tolerância interna as
excitações emocionais. Isso amplia também na capacidade de elaboração interna.

A pessoa deprimida, sem apresentar antes os sintomas do pânico, também limita seu
nível de energia para organiza seus pensamentos e sentimentos. Esta pessoa também
necessita se reorganizar. Acredito que nenhum estado, mesmo que mórbido é negativo se
levarmos em conta a doença como tentativa de reequilíbrio orgânico. A depressão
geralmente é um estado de profunda frustração e raiva diante da vida. É como um fogo
que consome as entranhas, e certas pessoas não toleram essa excitação passando a
deprimir-se para não morrer, mesmo que muitos deprimidos mostrem essa vontade. Para
voltar a normalidade, é necessária uma reorganização que traga integração interior a nível
corporal, emocional e psíquica.

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TRABALHANDO TERAPEUTICAMENTE
No processo de desenvolvimento dos sintomas da Síndrome do Pânico, a influência
da genética parece ser uma teoria incontestável. Essa influência interfere também no seu
meio ambiente desde a infância, determinando sua formação. Um trabalho que possa
mapear antepassados, histórico familiar e da infância é fundamental em qualquer terapia
de apoio ao distúrbio do pânico.
A prática terapêutica tem mostrado que grande parte das manifestações somáticas
que encontramos no pânico pode ter como origem uma forma de expressão que não
conseguimos mostrar claramente a nível consciente. Na primeira infância aprendemos a
falar e defender nosso corpo, buscando atenção e cuidados que necessitamos. E é com o
corpo que expressamos nossos desejos, necessidades e fantasias, é com o corpo que
também enfrentamos as situações estressantes da vida, então nada mais claro do que
sentir no corpo nossas repressões psíquico-emocionais.
A utilização do corpo como forma de autopunição representa uma reação de defesa do
inconsciente ao estresse interior gerado por algum conflito íntimo nãoelaborado. Vamos
encontrar no distúrbio do pânico um componente de pulsão de morte, conceito descrito
por Freud, que dizia ser a pulsão “um conceito situado entre a fronteira do mental e do
somático”. No processo de pulsão de morte encontramos um grau de sadismo-
masoquista que nos lança a uma busca destrutiva.

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IX. ÚLTIMAS PALAVRAS ...
O que dizer agora depois de tudo que já foi escrito? Não sei... talvez desejar a
todas às pessoas portadoras do distúrbio do pânico que tenham muita força de vontade e
amor por si mesma, para lutar bravamente pelo equilíbrio interior. A vida vale a pena!

Não nascemos nesse planeta tão bonito e tão inseguro, a troco de nada. Acredito
que nascemos com o propósito de evolução e crescimento pessoal. Nossa alma necessita
de experiências para voltar ao seio do Grande Pai e da Grande Mãe, mais madura e
aprimorada. Assim, tudo que passamos, nada mais é do que situações criadas para que
possamos resolvê-las, como se a vida fosse um jogo de quebra-cabeça. Mas não percam a
calma se o jogo estiver difícil de ser entendido ou encaixado. Respire fundo, acalme a
mente e comece tudo de novo.

Quando escrevi este livro, pensei em algo que pudesse explicar e ajudar a
entender esse distúrbio de maneira simples. Porém, a medida que ia escrevendo fui
percebendo a complexidade do tema e da síndrome do pânico. Uma coisa é sentir-se o
distúrbio, outra é escrever sobre o assunto. Mas sou muito teimosa e continue a escrever,
na esperança de que o livro trouxesse esclarecimentos e esperança a todos que o leia e
nele encontre-se.

Não pensem que escrevi um manual da verdade absoluta sobre o pânico. Sou
adepta da filosofia budista que manda que desconfiemos de tudo que os nossos cinco
sentidos observam. A verdade é sempre camuflada e só existe no mundo interno de cada
um. Eu descobri a minha verdade, no que diz respeito a síndrome do pânico. Descubra a
sua. E se o livro for um ponto de partida para ajudar-lhe a descobrir essa verdade ou
caminho, terei cumprido minha missão e estarei muito feliz.

Esse livro foi escrito para você. Leia, releia, critique, elogie, faça como desejar,
mas não desista de ser feliz! De conquistar seu espaço no seu mundo interior, através do

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amor próprio, da realização e do amor por todos ao seu redor. Somente o amor importa. É
esse sentimento, atualmente tão banalizado e em descrédito, que move o universo. Todos
somos famintos de amor e atenção; não tenha vergonha de amar e de pedir para ser
amado.

Mas lembre-se, é o amor por você mesmo o ponto inicial de tudo. Você só poderá
amar o outro se amar a si mesmo em primeiro lugar, porque é a tal da velha frase: só
damos o que temos no nosso interior.

Que o Grande Deus Pai e Mãe, que habita o nosso ser imortal, possa orientar-lhe e
lhe guiar para sempre.

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SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

Amaral, Sônia - CHI-KUN - A RESPIRAÇÃO TAOÍSTA, Summus Editorial

Assagioli, Roberto - PSICOSSÍNTESE, Editora Pensamento

Baginski, Bodo J. - CHAKRAS - MANDALAS DE VITALIDADE E PODER, Editora


Pensamento.

Capra, Fritjof - O TAO DA FÍSICA - Editora Pensamento/ Cultrix.

Fromm, Suzuki e De Martino - ZEN-BUDISMO E PSICANÁLISE, Editora Cultrix.

Dethefsen, Thorwald e outro - A DOENÇA COMO CAMINHO - Ed. Cultrix.

Fadiman, James e outro - TEORIAS DA PERSONALIDADE, Ed. Harbra.

Gerber, Richard - MEDICINA VIBRACIONAL, Ed. Cultrix.

Gawain , Shakti - VISUALIZAÇÃO CRIATIVA, Ed. Pensamento.

Hill, Ann - GUIA DAS MEDICINAS ALTERNATIVAS, Ed. Hemus.

Hillix e Marx - SISTEMA E TEORIAS EM PSICOLOGIA, Ed. Pensamento.

Lewin, Kurt - TEORIA DINÂMICA DA PERSONALIDADE, Ed. Cultrix.

McNeely, Deldon Anne - TOCAR - TERAPIA DO CORPO E PSICOLOGIA


PROFUNDA, Ed. Cultrix.

Rohr, Wulfing Von - GUIA PRÁTICO DE MEDITAÇÃO, Ed. Siciliano.

Sherwood, Keith - TERAPIA DOS CHAKRAS, Ed. Siciliano.

Vaughan, Frances - NOVAS DIMENSÕES DA CURA ESPIRITUAL, Ed. Cultrix.

128
Woolger, Roger J. - AS VÁRIAS VIDAS DA ALMA - Ed. Pensamento.

Wilber, Ken - O ESPECTRO DA CONSCIÊNCIA, Ed. Cultrix.

129
SOBRE A AUTORA - ISA MAGALHÃES

Paulistana nascida numa família cearense, escritora especialista em desenvolvimento de


pessoas através da educação emocional, com Formação em Psicologia Transpessoal
(CDH) e especialização em Saúde Emocional e Mental Aplicada a Escola, Família e
Organizações – Instituto CRIAP, Portugal. Criou as abordagens Integração Psico-
Energética (terapia) e Educação Transcomportamental (pedagogia). Foi por mais de 25
anos psicoterapeuta, palestrante e facilitadora de Grupos. Atualmente é educadora
emocional.

Como escritora, publicou diversos títulos em áreas diferentes do saber humano


(educação, psicologia, organizações e literatura), tais como: Manual de Sobrevivência ao
Medo, Ed. Universalista, 1998 (Psicologia), Gestão Holística de Pessoas – Qualidade de
Vida e Bem-Estar no Trabalho, Ed. Flora Nativa, 2005 (Organizações), Sustentabilidade
nos Negócios – Valores, Comportamento e Relacionamento Humano no Trabalho, Ed.
Qualitymark, 2009 (Organizações), Vivendo com Alegria, Ed. Littere, 2011 (Educação),
Combatendo os Dragões das Drogas, Ed. Littere, 2011 (Educação), Eu Me Amo, Tu Te
Amas, Nós Amamos, Ed. Littere, 2012 (Educação), O Jogo do Amor, Sponti Editora,
2012 (ensaio/contos), Pedaços de Vidas, Sponti Editora, 2013 (contos). Pereba – O Índio
que não sabia Caçar nem Pescar (Literatura Infantil) – Ludis Editora, 2015. Maria
Chiquinha (Literatura Infantil) – Ludis Editora, 2015. Educação Transcomportamental,
Ludis Editora (2018)

Elaborou e escreveu os projetos educacionais Prevenção é Ação (prevenção as drogas


nas escolas públicas) e Educação Emocional para Educadores.

É sócia fundadora do Sistema Ludis de Educação Socioemocional e da Ludis Editora.

CONTATOS
WhatApp: (85) 98667.5166

E-mail: isamagalhes@yahoo.com.br
www.sistemaludis.com.br

E-mail: isa@sistemaludis.com.br

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