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Parapsicologia

Coletânea de temas
Textos extraídos da página de internet do Centro Latino Americano de Parapsicologia – CLAP

Julho de 20001

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ÍNDICE

Ordem Alfabética

A História da parapsicologia 006 Milagre Eucarístico de Lanciano 114


A importância da dor 017 Milagres pela invocação dos santos 116
A importância da parapsicologia 004 Milagres 095
A Parapsicologia e Ciência 007 Nª Sra. De Guadalupe 105
A Parapsicologia e o novo milênio 015 O Coxo de Calandra 103
A Parapsicologia 004 O Endemoninhado de Geresa 139
A Parapsicologia-Ciência libertadora 010 O Estudo dos milagres 098
Adivinhação por meio de objetos? 062 O que é o Sudário? 117
Adivinhações 062 Operações espirituais 093
Alucinações 071 Os Rostos de Belimez 149
Aparições de N. Senhora 124 Osmogênese Parapsicológica 036
Aporte 081 Pantomnésia 063
Cicatrização instantânea 102 Papa Bento XIV - Maior parapsicólogo de todos os tempos 146
Clarividência 052 Parapsicologia e hipnose 012
Comunicação com os Espíritos 141 Perguntas e respostas 161
Conclusões e Desafios 152 Pneumografia 051
Corpo cheio de agulhas 092 Possessão Demoníaca na Bíblia 135
Critérios p/ que uma cura seja considerada milagre 097 Possessão Demoníaca 132
Curandeirismo
Dermografia 021
044 Possessos
Precogniçãoe ou
Enfermos na Bíblia
Premonição 138
052
Desafio 018 Psicofonia 042
Desenvolver fenômenos parapsicológicos? 019 Psicografia 039
Divina providência 115 Psi-Gama 031
Divisão da personalidade 016 Quem é o SATÃ no Antigo Testamento? 137
Dogma de fé 094 Radiestesia 057
Ecto-Colo-Plasma 073 Reencarnação 145
Entrevista com Pe. Quevedo 153 Regressão à vidas passadas 082
Escotografia 047 Ressurreição do ser humano 127
Estigmas 083 Sansonismo 061
Explicação de fotografia de suposto “fantasma” 147 Sobre fenômenos parapsicológicos 003
Fantasmogênese 074 Sobrevivência da alma 130
Faquirismo 080 Sonhos que se realizam 053
Feitiço 086 Sta. Bernadete de Soubirous 113
Fenomenologia do Transe 064 Sugestão 030
Fotografias de Kirlian 148 Telecinesia 032
Glossário 002 Telepatia Teatral 035
Hiperestesia Direta do Pensamento 027 Telepatia 033
Hiperestesia Indireta do Pensamento 026 Telergia 028
Incorrupção de partes do corpo 115 Tipos de Transe 069
Incorrupção 108 Tiptologia 038
Invocando o nome do Senhor 096 Verdadeiros Dom de línguas 056
Levitação 076 Viagens astrais 078
Lúcifer 131 Xenoglossia e “Dom de línguas” 054
Milagre e Curandeirismo 100
3
4
ÍNDICE

Ordem de seqüência da páginas

Glossário 002 Levitação 076


Sobre fenômenos parapsicológicos 003 Viagens astrais 078
A Parapsicologia 004 Faquirismo 080
A importância da parapsicologia 004 Aporte 081
A História da parapsicologia 006 Regressão à vidas passadas 082
A Parapsicologia e Ciência 007 Estigmas 083
A Parapsicologia-Ciência libertadora 010 Feitiço 086
Parapsicologia e hipnose 012 Corpo cheio de agulhas 092
A Parapsicologia e o novo milênio 015 Operações espirituais 093
Divisão da personalidade 016 Dogma de fé 094
A importância da dor 017 Milagres 095
Desafio 018 Invocando o nome do Senhor 096
Desenvolver fenômenos parapsicológicos? 019 Critérios pra que uma cura seja considerada milagre 097
Curandeirismo 021 O Estudo dos milagres 098
Hiperestesia Indireta do Pensamento 026 Milagre e Curandeirismo 100
Hiperestesia Direta do Pensamento 027 Cicatrização instantânea 102
Telergia 028 O Coxo de Calandra 103
Sugestão 030 Nª Sra. De Guadalupe 105
Psi-Gama
Telecinesia 031
032 Incorrupção
Milagre Eucarístico de Lanciano 108
114
Telepatia 033 Incorrupção de partes do corpo 115
Telepatia Teatral 035 Divina providência 115
Osmogênese Parapsicológica 036 Milagres pela invocação dos santos 116
Tiptologia 038 Sta. Bernadete de Soubirous 113
Psicografia 039 Reencarnação 145
Psicofonia 042 Papa Bento XIV-maior parapsicólogo de todos os tempos 146
Dermografia 044 Explicação de fotografia de suposto “fantasma” 147
Escotografia 047 Fotografias de Kirlian 148
Pneumografia 051 Os Rostos de Belimez 149
Clarividência 052 Conclusões e Desafios 152
Precognição ou Premonição 052 Entrevista com Pe. Quevedo 153
Sonhos que se realizam 053 Perguntas e respostas 161
Xenoglossia e “Dom de línguas” 054 O que é o Sudário? 117
Verdadeiros Dom de línguas 056 Aparições de N. Senhora 124
Radiestesia 057 Ressurreição do ser humano 127
Sansonismo 061 Sobrevivência da alma 130
Adivinhação por meio de objetos? 062 Lúcifer 131
Adivinhações 062 Possessão Demoníaca 132
Pantomnésia 063 Possessão Demoníaca na Bíblia 135
Fenomenologia do Transe 064 Quem é o SATÃ no Antigo Testam.? 137
Tipos de Transe 069 Possessos e Enfermos na Bíblia 138
Alucinações 071 O Endemoninhado de Geresa 139
Ecto-Colo-Plasma 073 Comunicação com os Espíritos 141
Fantasmogênese 074
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GLOSSÁRIO
Fenômenos Parapsicológicos
Fenômenos Extra-Normais:
Hiperestesia Direta - Grande sensibilidade de nossos sentidos.
Hiperestesia Indireta do Pensamento (HIP) -"Leitura" do pensamento (através da linguagem corporal;
capacidade de "ouvir" o pensamento à curta distância, poucos metros).
Pantomnésia - Capacidade do Inconsciente de se lembrar de tudo.
Talento do Inconsciente - Inteligência e raciocínio do Inconsciente.
Xenoglossia - Falar línguas diferentes ou desconhecidas do Consciente. Não confundir com glossolalia que é
a língua das criancinhas (balbuciar) e manifestações histéricas.
Fotogênese - Luminosidade causada pela telergia.
Telergia - Exteriorização e transformação das energias fisiológicas de modo Inconsciente. Energia vital
dirigida na sua exteriorização pelo psiquismo inconsciente.
Psicofonia - Sons, vozes, músicas realizadas de modo inconsciente pela telergia ou ectoplasma.
Tiptologia - Batidas ou raps realizadas de modo inconsciente pela Telergia.
Telecinesia - Movimentos de objetos pela Telergia.(Fenômeno das "casas mal assombradas").
Pneumografia - É o termo utilizado para designar os fenômenos de raspagem, escrita, desenhos sem causa
aparente, por causa parapsicológica.
Aporte - Fenômeno Parapsicológico em que a telergia exteriorizada desmaterializa e depois materializa
novamente objetos; fazendo-os atravessar muros e outros obstáculos. (pedras caindo "do nada", agulhas no corpo,
lágrimas e sangue em imagens, etc).
Dermografia - A dermografia é uma ação cerebral sobre o sistema nervoso simpático que comanda os corpos
capilares da pele. A seleção destes corpos em vias de representar um desenho, é uma "maravilha" bem fora da fisiologia
normal. Agem em estados normais, de transe, de hipnose ou de exaltação profunda. É um fenômeno especial, à margem
da fisiologia normal, parapsicológico.
Levitação - Fenômeno em que a pessoa sustenta o próprio corpo no ar sob a ação da Telergia. Sempre do
próprio corpo e nunca levitando o corpo de outra pessoa.
Osmogênese- Como todo fenômeno parapsicológico de efeitos físicos, a osmogênese se deve à
exteriorização e transformação da energia somática. Esta energia que, segundo os físicos, é uma só com diversas
transformações. Em determinadas circunstâncias parapsicológicas a telergia deixa de ser tecido humano, ou térmica, ou
motora, etc, e se transforma em energia odorífica.
Escotografia - Fotografias ou filmagens do pensamento. O inconsciente em raras ocasiões pode emanar
imagens telérgicas invisível ao olho nu, mas possível de impressionar o filme(película) da máquina fotográfica ou
filmadora.
Ectoplasmia - Exteriorização visível da Telergia. (Fantasmas, aparição de objetos ou em formas de membros
do corpo).
Fantasmogênese - O inconsciente pode moldar em raríssimas ocasiões, imagens ectoplasmáticas em forma
de uma pessoa inteira. (fantasma)
Ecto-Colo-Plasmia - O inconsciente molda imagens ectoplasmáticas de membros do corpo, partes de objetos, etc...
Pirogênese - Exteriorização e transformação da energia humana (telergia) em energia térmica-calorífica. De
tal forma condensada que provoca fogo espontâneo.
Fenômenos Paranormais
Psi-Gamma - Faculdade Parapsicológica que ultrapassa o tempo e espaço, possibilitando a telepatia e outros
fenômenos; também chamada de ESP (Percepção Extra Sensorial) ou Conhecimento da Alma (de Psico-Gnosis, as
primeiras letras gregas).
Precognição - Conhecimento psigâmico do futuro (sempre um fenômeno incontrolável, involuntário e
inconsciente).
SIMULCOGNIÇÃO- Conhecimento paranormal do presente.
RETROCOGNIÇÃO- Conhecimento paranormal do passado.
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Telepatia -Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente pensamentos ou desejos de outra pessoa.
Clarividência- Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente acontecimentos físicos.

Sobre os Fenômenos Parapsicológicos:

Mediunidade propriamente falando não existe. Médium seria uma pessoa cujo corpo serviria de meio pelo
qual o espírito do morto quer se comunicar. Na verdade, é o espírito do chamado médium, isto é, certas faculdades
espirituais (fenômenos paranormais), como também certas faculdades sensoriais (fenômenos extranormais), todas
inconscientes, que se manifestam.

O chamado transe não é mais do que uma obnubilação das faculdades conscientes e uma exaltação e
manifestação de faculdades inconscientes.

E é perigoso desenvolver essa exaltação e manifestação de faculdades parapsicológicas. Trata-se de


faculdades inconscientes. Se as desenvolvermos (pode-se até aumentar a freqüência dos fenômenos, mas nunca terá
controle), o inconsciente pode "tomar lugar" do consciente, perdendo a autodeterminação consciente. Daí ao manicômio,
é um passo.

Sendo faculdades inconscientes, não as reconhecemos como próprias quando se manifestam. Daí a
necessidade psicológica de atribuir essas manifestações a algo ou a alguém: achamos que são resultados de possessão
de demônios, incorporações de espíritos, ou efeito de um "trabalho". Isto provoca uma cisão da personalidade, o que os
psiquiatras chamam de dupla ou múltipla personalidade, loucura. E conduzem à megalomania: achamos que somos
Napoleão ou um Exu, orixá, etc, etc, etc.

As manifestações parapsicológicas do inconsciente forçam os nervos, esgotam...

As manifestações parapsicológicas não devem ser fomentadas ou "desenvolvidas", mas curadas. Uma ou
outra vez, todos podemos ter alguma telepatia, por exemplo; mas, se são freqüentes, merecem cuidados. Para isso é
que o Clap abriu uma Clínica para curar casos parapsicológicos e quaisquer outros distúrbios nervosos ou psíquicos.

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Parapsicologia

É a ciência que tem por objeto, a comprovação e a análise dos fenômenos, à primeira vista
inexplicáveis, que apresentam porém, a possibilidade de serem resultados das faculdades humanas

É a ciência que estuda os fenômenos considerados incomuns, à margem do normal; com rigor
científico.

A Importância da Parapsicologia
Oscar G. Quevedo S.J.

A divulgação das explicações científicas dos fenômenos parapsicológicos traz ao campo da ciência o
que até agora se encontrava no terreno da superstição. Estabelece as verdadeiras dimensões da realidade. Evita
os perigos e conseqüências negativas das interpretações erradas.

Conforme se analisam os fenômenos, notam-se vinculações da máxima importância com os restantes ramos
da ciência. Como afirma Myers: "Estas perturbações da personalidade, não são para nós o que tem sido para outras
gerações precedentes, isto é, simples fatos extraordinários que os céticos tem o direito de não acreditar. Pelo contrário,
começa-se a considerá-los como problema de Psicologia do mais alto interesse, que nos darão uma visão da estrutura
íntima do homem."

Estamos pois tocando em um ponto central do Ser Humano que nos revela o íntimo do seu ser.
É a Psicologia a primeira a receber contribuições preciosas da Parapsicologia . Desejos, revoltas
inconscientes, ou mais ainda, o próprio inconsciente que vai se revelando através de todos estes fenômenos.

A Parapsicologia nos tem ensinado que o consciente não é mais do que uma pequena camada de
reduzida espessura que recobre um oceano.

O terreno da Psicopatologia é campo ainda pouco explorado. E os fenômenos parapsicológicos nos revelam
grande parte dessa área oculta do homem. Por isso "os que enfrentam as duras realidades das limitações médicas,
neste vasto setor que envolve uma parte tão grande das doenças da espécie humana, apreciariam a necessidade de
uma investigação cuidadosa do problema."

Claude Bernard escreveu: "O sábio que quer encontrar a verdade deve conservar seu espírito livre, calmo e,
enquanto for possível, não ter jamais os olhos umedecidos pelas paixões humanas; como diria Bacon...A superstição
ainda desempenha na medicina, um grande papel. Os feiticeiros, videntes, curandeiros são consultados como se
fossem médicos."

Muitos fenômenos classificados pelos católicos como místicos. E como do além por algumas doutrinas, são
perfeitamente idênticos entre si. (e idênticos aos surgidos em muitos outros ambientes: demonológicos, lslamismo,
tibetano, espírita, ufos, yoga, hindu, etc...). Na realidade trata-se de fenômenos puramente parapsicológicos de todas as
épocas e de todos os povos, fenômenos humanos, embora interpretados de maneira completamente diferente segundo
as diversas concepções das várias civilizações e culturas. Fenômenos autenticados com provas válidas de verdade
histórica.

"As levitações de D.D. Home se parecem muito com as levitações de São José Copertino. A fragrância
durante as sessões de Stainton Moses tem centenas de paralelos com os suaves aromas que se associavam aos
êxtases de santos como Santa Catarina de Ricci ou Santa Verônica Giuliane. Os muitos casos registrados nos quais o
Santíssimo Sacramento voou do altar, ou das mãos do sacerdote, para os lábios de uma comungante em êxtase; podem
ser considerados muitos semelhantes ao fenômeno chamado de Telecinesia. A irradiação luminosa (fotogênese) de que
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se fala, acontecidas nas vidas de alguns santos, tais como Santa Catarina de Sena e Cura d Ars, ocorreu também com
freqüência nas manifestações de Home, Eglington e outros médiuns. Os desenhos, ainda conservados, que foram feitos
pela Beata Crescência Hoss, no começo do século XVIII, são similares aos notáveis "desenhos de espíritos" realizados
por pessoas como Mr. R.L. Thompson e Miss Heron Maxwell que nunca receberam ensino artístico de nenhuma
espécie.

O Concílio Vaticano I declarou: " Quando o objeto da pesquisa permite é sempre possível
encontrarmos nas Ciências Naturais, auxiliar para o estudo da revelação."

Outro aspecto da importância da Parapsicologia é o estudo do Milagre . A ninguém escapa a


importância científica, social e pastoral que a Parapsicologia pode alcançar do estudo do Milagre. Dado que os milagres
tem um aspecto histórico e fenomenológico, em nosso mundo, também é objeto de estudo da Parapsicologia, que
precede ao estudo da Teologia.

E o cientista, por sua parte, não deve se afastar do estudo do milagre por receio das possíveis
conseqüências religiosas ou pelo ambiente religioso que cerca o possível milagre. Os milagres são de tal categoria,
importância e transcendência que seu estudo deveria ser tomado muito a sério por qualquer pessoa que tivesse
interesse e capacidade científicas, por todo sábio consciente de suas responsabilidades individuais e sociais.

Outro tema importante para a religião: O ser Humano possui uma faculdade espiritual que supera o
tempo e o espaço. A morte se concebe como o fim da vida física, temporal, espacial. Portanto, a sobrevivência deixa
de ser algo puramente hipotético , ou de necessidade teológica ou metafísica , para passar a se algo de necessidade
também.

Como resumo, podemos citar o Pe. Reginald Omez, O. P.: " Os parapsicólogos podem prestar à Igreja
um apreciável serviço, ajudando a determinar as fronteiras entre o maravilhoso sobrenatural, autêntico e os
falsos milagres que se multiplicam em nossos dias; e fixando critérios que permitam reconhecer o
parapsicológico explicável naturalmente apesar de suas aparências misteriosas.".

Trechos extraídos do artigo "Ambiente e influxo da Parapsicologia", da Revista de Parapsicologia Número 1 elaborada
P pelo CLA

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História da Parapsicologia

A explicação dos fenômenos misteriosos sempre foi uma preocupação da humanidade. De um lado,
encontramos as explicações supersticiosas que vão atribuir tais fenômenos ao sobrenatural (Demônios, fadas, espíritos
de mortos, etc) ; por outro lado encontram-se aqueles que estudam cientificamente tais fenômenos; este último é o
campo de estudo da Parapsicologia.

Charles Richet, em 1905, introduziu a denominação de Metapsíquica ao estudo dos fenômenos misteriosos.
Dividiu a história da Metapsíquica em quatro períodos. O primeiro período inicia-se com a própria humanidade e termina
com Mesmer (1778): é o período mític o.O segundo período é o magnético, que vai desd e Mesmer até as primei ras
manifestações espíritas das irmãs Fox (1847). O terceiro é o período espiritista: estende-se desde as irmãs Fox até
Willian Crookes (1847-1870). Finalmente o quarto e último período seria o período cientifico, que se iniciou com Willian
Crookes (em 1870) e se estende até a época atual.

Em 1870, um químico de grande projeção, Willian Crookes publicou o resultado das observações feitas
durante anos com as irmãs Fox e Daniel Dunglas Home. São as primeiras pesquisas sistemáticas com finalidade
cientifica sobre os fenômenos do espiritismo moderno, embora como não podia deixar de ser, com muitas falhas,
tratando-se de um campo novo e difícil.

Em 1882, abalizados investigador es fundaram a Society for Phychical Research (Sociedad e de Pesquisas
Psíquicas) em Londres. Em breve surgiu uma filial com o nome nos Estados Unidos. No decorrer dos anos, em vários
países surgiram sociedades semelhantes.

O termo parapsicologia, ao que tudo indica, foi usado pela primeira vez por Max Dessoir em 1889, sendo
Jules Bois, o principal popularizador do termo.

No começo deste século, investigações universitárias foram feitas na Universidade de Stanford e Harvard.
Em 1935, constituiu-se o primeiro laboratório de Parapsicologia na Universidade de Duke dirigido por J.B. Rhine.

O reconhecimento da Parapsicologia como ciência data de 1953 no Congresso Internacional de


Parapsicologia de
Posteriormente, Utrecht. Nessa
multiplicaram-se mesma
em várias data e Universidade,
Universidades surge a deprimeira
e Países a disciplina Cátedra de Parapsicologia.
Parapsicologia.

Finalizando, queremos corrigir um erro freqüente: a denominação Parapsicólogo se refere ao pesquisador de


fenômenos parapsicológicos, e não ao ser humano que os produz (metagnomo, dotado, médium, etc).

autores : Jayme J. Roitman e Sérgio Gobetti - Núcleo de Estudos e Pesquisas do CLAP

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Parapsicologia e Ciência

0 homem desde seus primórdios, trata de dar respostas satisfatórias aos inúmeros "por que ?", "o
que é ? ", "a que se deve ?", que assaltam a sua irrequieta mente. Também desde os primórdios, o homem
sempre tentou dominar e transformar a natureza. Dominar a natureza implica no conhecimento das leis que a
regem.

Dominar e saber são fins correlatos.0 conhecimento e análise das leis da natureza, as deduções lógicas
inferidas a partir delas, o domínio das leis, é o caminho trilhado durante séculos pela ciência.

Ciência vem de "scire"; saber, conhecer a realidade. Saber, não opinar; saber a realidade, não o mito.

O medo. eTerremotos,
respostas míticas a insegurança perante
eclipses, fenômenosepidemias,
cataclismos, aparentemente inexplicáveis
loucuras provocou durante
foram interpretados milênios
das maneiras
mais diversas e desconcertantes para o homem culto de hoje. Cada cultura, cada civilização revestiu de colorido
peculiar as explicações dadas a tantos fenômenos que pareciam superar a capacidade de compreensão
humana: deuses, demônios, espíritos, fadas, larvas astrais, bruxos, feiticeiros, etc foram durante muitos anos
responsabilizados por boa parte dos enigmas que a natureza apresenta.

0 homem precisava de uma resposta para sentir-se seguro; o nível de conhecimentos científicos
ainda não permitia descobrir os verdadeiros "porquês", conseqüentemente a falsidade das explicações dadas
provocou um delírio de s uperstições das quais, até nossos dias perduram os efeitos.

Frente às interpretações míticas do universo, da natureza e do homem, alguns povos da antiguidade


conseguiram avanços consideráveis em ciência: saber com argumentos, conhecimento da realidade. Perto de vinte
séculos antes da era Cristã, os Caldeus haviam fixado a duração do ano em 365 dias e um quarto, e sabiam predizer os
eclipses solares. As primeiras civilizações do Egito e Babilônia tinham umas unidades fixas para medições de peso,
comprimento e volume; e aplicavam princípios da aritmética e geometria nas medições da terra e engenharia.

Isso nos faz remontar a um período da história do mundo anterior ao ano dois mil e quinhentos A.C. Três
séculos antes
impulso de Cristoà floresceu
extraordinário na Grécia
matemática, física euma escola
biologia. filosófica
Euclides, (no sentidoHéron
Arquimedes, etimológico: amigos do saber) que deu um
e Pitágoras.

A filosofia escolástica medieval deu um grande impulso à razão, mas também nela se misturam
demasiadamente "argumentos" meramente da autoridade dos grandes mestres. A frase "Magistar Dixit (o mestre falou)
era invocada com muita freqüência pela escolástica; quando alguma pergunta comprometedora ameaçava a rígida
estrutura do sistema.

Platão, Aristóteles e a Bíblia foram a fonte sagrada e inabalável para explicar qualquer fato que provocasse
uma reflexão profunda. 0 método experimental nem sempre era levado a sério a as vezes era considerado tabu. A partir
de Copérnico (1473-1543 ), para citarmos um nome significativo, o estudo e análise dos fatos foi substituindo cada vez
mais a tendência medieval de racionar preferentemente em torno de questões que estivessem dentro dos limites da
autoridade dos grandes mestres e da Igreja. Depois dele, Galileu aplicou o telescópio à observação do firmamento e fez
descobertas escandalosas para a época, a tal ponto que as "autoridades" estavam convencidas de que ele deturpava os
fatos.

Com homens como Copérnico, Kepler, Galileu, Descartes, Newton e outros contemporâneos, foi se firmando
o espírito cientifico. Eles sustentavam que se investigava menos e se acreditava demais, e que os fatos eram tão
importantes confrontá-las,
precisavam quanto a razão.naMuitas
peneiradas
doscrenças e interpretações
fatos, quando o tema nãoexistentes podiam ser verdadeiras,
fosse exclusivamente masEsse
transcendente. os cientistas
espírito
de observação e análise do fato em si, permitiu a acumulação gradativa de dados, da qual resulta, em grande
parte, a ciência de nossos dias. As explicações míticas e supersticiosas dos fenômenos observáveis, sem base
no que é constatável, foram sendo revisadas com espírito de investigação, interessado em observar, medir,
pesar e empregar instrumentos de precisão para ajudá-lo a fazer observações exatas.

Este modo de estudar o fato veio a se consolidar definitivamente no século XIX, quando teve início, o que
comumente é chamada de "era cientifica". A partir deste momento srcina-se o imenso esforço de organização e análise
dos fatos, de medição exata dos fenômenos. Sistematizam-se os resultados; estabelecem-se leis. As teorias são
confrontadas com a realidade. Fixam-se princípios; criam-se regras e os métodos de investigação são criticados e

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depurados. 0 mundo envereda definitivamente pelo caminho da ciê ncia. E acredita-se que a descoberta da realidade
depende de um método rigoroso que incluiria, como geralmente se admite, os seguintes elementos:

1 - Coletas de fatos. Observação e medição, se forem mensuráveis. 2 - Elaboração de uma hipótese ou teoria
visando o agrupamento e melhor compreensão dos fatos e suas causas. lndução e invenção. 3 - Exame crítico da
hipótese, no esforço de torná-la razoável. Qual o significado da hipótese? Simplificação e dedução. 4 - Comparação das
deduções com os fatos observados. Verificação. Mas infelizmente, chega-se também ao exagero, a ponto de a palavra
ciência se transformar numa caricatura da ciência, confundindo verdade ou realidade com aquilo que pode ser
mensurável direta e materialmente. Imbuídos com este espírito de se aceitar como verdadeiro aquilo que possa ser
experimentado pelos instrumentos quantas vezes se quiser, muitos cientistas concentraram seus esforços na análise
daquilo, e só daquilo, que podia ser medido mais ou menos facilmente, pesado, tocado, etc. Concentravam-se esforços
para estudar a natureza e os fenômenos que a matéria apresentava. Daí o grande passo dado pela física, química e
biologia.

Mas as ciências que estudavam o homem, não progrediram ao mesmo ritmo que as ciências da natureza,
porque o fenômeno humano é em muitos aspectos, bem mais difícil de ser "medido" ou é mesmo imensurável,
intangível; etc. A realidade,
Medir materialmente por ser
é o único espontânea,
método invisível,
da ciência? imponderável, deverá
Paradoxalmente, ser excluída
mesquinho conceitodade
pesquisa
ciênciacientifica?
tem muitos
entusiastas da ciência.

Em meados do século XIX, estes mesmos cientistas que se esforçam por desentranhar os mistérios da
natureza defrontam-se também com uma série de acontecimentos, não menos misteriosos, que aparentemente se dão
com o homem: conhecimento do futuro, clarividência, comunicação à distância, entre duas ou mais pessoas, de
sentimentos, emoções, imagens, pensamentos, etc, sem intervenção dos sentidos, movimento de objetos à distância
sem causa aparente, etc. Homens de espírito inquieto, verdadeiros cientistas, dedicam-se ao estudo desta
fenomenologia. 0 objetivo deles é incorporá-la ao campo da ciência, isto é, estudá-la sistematicamente para
demonstrar se é real, se de fato estas coisas aconteceram e acontecem ou se são produtos da imaginação de
mentes doentias; e em caso posi tivo, a que se devem, quais as suas conseqüências... Surge assim, a
investigação psíquica. Em 1882 funda-se em Londres a S.P.R.("Society for Psychical Research"). Eminentes
personalidades no mundo da ciência formam parte desta sociedade de pesquisas. cujo objetivo é o estudo
sistemático dos fenômenos "misteriosos" relacionados com o homem. A S.P.R. dá os primeiros passos em
busca de um método adequado ao objeto do estudo. Recolhe milhares de casos espontâneos entre a população
inglesa; seleciona os mais significativos, após minuciosa triagem e inicia a difícil tarefa de propagar a urgência e
necessidade do estudo desta fenomenologia excitante, misteriosa e muitas vezes, aparentemente, em choque
com a bem comportada e auto-suficiente "ciência oficial". A exemplo da S.P.R. de Londres, outras sociedades de
pesquisas psíquicas surgiram em diversos países, como a "American Society for Psychical Research", publicando
revistas e periódicos cujo objetivo sempre foi interessar cada vez mais a opinião científica para empreender o urgente
trabalho de investigação séria e sistemática. Em 1934 Joseph Banks Rhine publica uma obra "Extra Sensory
Perception". A partir deste livro e devido ao uso da estatística matemática na avaliação das pesquisas, a Parapsicologia
começa a ser considerada pelos "deslumbrados" pela ciência. Como se a estatística matemática tivesse que ser o único
meio de verificação científica...!

Por que a Parapsicologia enfrentou, e em muitos países ainda hoje enfrenta, tantas dificuldades e
ataques para ganhar um lugar ao sol no mundo cientifico? As causas são vária s e complexas. Tentemos
sistematizar as principais:

1 -A confusão gerada pelos pseudo-parapsicólogos. Todas as ciências tiveram seus antepassados


"plebeus". A química é filha da alquimia; a medicina, do curandeirismo; a astronomia, da astrologia... A Parapsicologia
também tem seus antepassados no ocultismo, esoterismo, magia, feitiçaria, espiritismo, etc. Sendo a Parapsicologia
uma ciência recente, suas fileiras ainda estão poluídas por grande número de pseudo-parapsicólogos, que semeiam a
confusão e enganam a opinião pública, dando vazão às suas superstições e chantagens "científicas", encobertos sob o
manto novo e atraente do titulo "parapsicólogo". No Brasil é grande o número de "parapsicólogos por geração
espontânea". Se fizermos um levantamento para saber onde se formaram, descobriremos que a maioria adquiriu a
Parapsicologia por "graça especial do além". Qualquer astrólogo, curandeiro, ocultist a ou espírita se auto-intitula
"parapsicólogo". 0 resultado só pode ser o desprestígio da ciência e a falta de fé das pessoas esclarecidas que
confundem a Parapsicologia cientifica e universitária com a ´"parapsicologia esotérica" onde vale tudo.

2 - Os fracassos das experiências sistemáticas com médiuns: Os primeiros pesquisadores psíquicos


com o anseio de chegar rapidamente a resultados positivos, usavam freqüentem ente dos médiuns profissionais como
sujeitos de experimentação. Cedo perceberam que empregavam muito mais tempo e energias em descobrir os truques
usados pelos "profissionais do além", do que no trabalho de pesquisa dos fenômenos em si. 0 médium, geralmente um
megalomaníaco, muito mais preocupado em "aparecer", em triunfar do que no interesse honesto de servir à ciência.
Para obter sucesso sempre, usa dos truques mais diversos, dos mais refinados aos mais grosseiros. A mediunidade em
geral tornou-se desacreditada pela extrema dificuldade em traçar uma linha nítida entre a realidade parapsicológica e a
fraude deliberada, o auto-logro inconsciente, ou as pequenas trapaças das experiências de insucesso. "No entanto, as
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experiências em laboratório, para controle da pesquisa moderna de percepção extra-sensorial, por exemplo, destinam-se
a excluir o logro consciente ou inconsciente tanto quanto humanamente possível; e os controles são rigorosos às vezes,
até mais do que em qualquer outro campo de pesquisa. Tanto mais que os "sensitivos" são por definição sensíveis, isto
é, mais emotivos do que racionais, freqüentemente imprevisíveis, algumas vezes histéricos". Na realidade, a
possibilidade do truque dá mérito à pesquisa cientifica. A matéria não faz truques. 0 homem sim. Neste aspecto, e só
frisamos este, a física é fácil; a Parapsicologia, difícil. Pouca prova de espírito cientifico dão aqueles cientistas que se
afastam do difícil, que por temor de serem enganados, abandonam a busca da realidade. Devido a esta proliferação do
truque, tanto os pesquisadores como a aceitação dos fenômenos parapsicológicos caíram no desprestígio do povo e dos
cientistas que irrefletidamente não distinguiam o truque da realidade. Foi por isso que os pesquisadores trocaram os
pitorescos salões à meia luz, das sessões espíritas, pelas frias salas dos laboratórios de experimentação à prova de
fraude, e substituíram a experimentação em sessões espíritas programadas, pela análise dos casos espontâneos.

3 - 0 ponto de atrito com a ciência clássica: Os fenômenos parapsicológicos, pela sua relação e
vinculação histórica,despertam em muitas mentes, inclusive de pessoas cultas,um certo temor, chegando a confundir a
Parapsicologia com termos tais como mítico, esotérico, ocultista, mágico, ou em outra ordem de coisas, religioso,
diabólico, milagroso... Esta identificação prejudica o bom entendimento do que seja ou não seja a parapsicologia. Muitos
cientistas,
desse ainda hoje,
submundo não das
mórbido aceitam o cunho
chamadas científico
ciências da Parapsicologia
ocultas, por considerá-la
ou em outro plano, a priori, uma versão
do mundo transcendente moderna
do sobrenatural
e fora da verificação cientifica. Na realidade, relacionamento não significa identidade. Análise dos fatos, como fatos, do
nosso mundo, não implica numa imersão no religioso, demoníaco, divino, sobrenatural, como tais. Outra causa:(Certos
cientistas, diante de relatos aparentemente misteriosos, do tipo parapsicológico, reagem de uma maneira pouco
prudente: "isto não pode ser verdade porque contraria as leis estabelecidas pela ciência a respeito da natureza..." A
telepatia e a precognição, por exemplo, como "fatos brutos" e isolados, parecem inadmissí veis. 0 cientista é colocado
perante um dilema. Em primeiro lugar é obrigado a confiar na observação empírica. Em segundo lugar pensa que todos
os fatos observados devem se ajustar a um esquema único e ordenado, até hoje perfeitamente admitido pela ciência.
Que fazer quando depara que um fato observado, não se encaixa em nenhuma parte do esquema já ordenado e
estabelecido? A reação de muitos cientistas foi negar o fato e dizer: "É impossível". Mas não se deveria considerar
impossível um fato tão somente por ser estranho. A ciência opõe "é" a "deve ser". Um presunçoso ceticismo que rejeita
fatos, sem os examinar para ver se são reais é mais condenável, sob certos aspectos, que uma credulidade irracional. 0
físico Lord Kelvin afirmou corretamente que a ciência é obrigada, pela lei eterna da honra a enfrentar, sem temor, todos
os problemas que lhe possam ser regularmente apresentados". Séculos atrás, em nome da Bíblia, erroneamente
interpretada, negava-se a Galileu o direito do publicar a constatação dos fatos. Hoje em dia, em nome da ciência
clássica, nega-se o direito de existência a certos fenômenos constatados através de milhares do experiências. Trata-se
do mesmo tipo de dogmatismo: um causado pelo fanatismo religioso, outro pelo fanatismo científico.

4 - As dificuldades metodológicas: Aludimos anteriormente que muitos homens de ciência possuem a


tendência de afirmar que, para se esperar deles uma consideração séria dos fenômenos parapsicológicos, deve-se
provê-los de uma técnica experimental mediante a qual possam observá-los e repeti-los à vontade. Exigem que estes
tipos de fenômenos sejam equiparados com os fenômenos ordinários dos laboratórios físicos ou químicos. Ora, a
experimentação parapsicológica demonstra que os fenômenos parapsicológicos são espontâneos e diretamente
improvocáveis. Mas será que esta dificuldade implica em que estes fenômenos sejam realmente ilusórios?

Nas ciências físicas lidamos com fatos abertos diretamente à inspeção dos sentidos. E tais fatos podem ser
continuamente observados. Além do mais, mediante a intervenção direta dos nossos corpos podemos controlá-los e
variar suas condições. É fácil a experimentação e a observação.

Mas a situação muda quando nos encontramos com acontecimentos que não ocorrem nem no mundo físico,
nem na mente consciente. Os únicos meios que conhecemos para chegar a descobrir os fatos que acontecem no
inconsciente é esperar que estes se manifestem em nível de observação consciente. Tudo quanto podemos fazer é
colocar a pessoa nas condições em que a experiência demonstrou que costumam acontecer tais fenômenos. Isto, às
vezes, se consegue através de transe hipnótico provocado das maneiras mais diversas.

Mas não parece razoável, para que a observação possa ser válida cientificamente, exigir um controle
repetível à vontade, comparável aos obtidos nos laboratórios físicos. Em Parapsicologia, caminhamos como se fossemos
avançando em terras de um continente desconhecido, mas já se tem chegado a um grau de observação de importância
considerável.

A repetibilidade, à vontade, faz referência à facilidade da observação, não ao valor científico. É fácil
estudar um fenômeno físico. É infinitamente mais difícil analisar um fenômeno parapsicológico.

"Quanto mais difícil seja aceitar a existência dos fenômenos - disse Laplace, tanto maior é o dever de
investigá-lo minuciosamente". Não é de teor científico negar a existência real de um fenômeno porque este foge
às leis e parâmetros usados na penetração do mundo físico.

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Portanto, a objeção de que a Parapsicologia não é ciência porque os fenômenos que estuda não
podem ser repetidos à vontade, é inaceitável. Este mesmo "argumento" levaria a rejeitar o cunho do científico a
toda uma ordem de fatos que não apresentam o estrito determinismo da física - química. Existem, porém, fatos
naturais que fogem à reprodução experimental (a meteorologia, a astronomia, a história, por exemplo). Embora a
Parapsicologia estude os fenômenos à margem do comum, estas "anormalidades" podem ser observadas e
além do mais, classificadas e ordenadas em grupos naturais, fazendo analogia real e prestando-se a uma
classificação científica.

Apesar das dificuldades metodológicas, o rigor científico da moderna Parapsicologia é tão assombroso que
Arthur Koestler escreveu: "Tais acusações (contra a Parapsicologia) baseiam-se, em parte numa legítima repulsa à
superstição e às tranças com o Ocultismo". Mas procedem sobretudo, da falta de informação sobre a evolução recente
das ciências exatas e da Parapsicologia. A pesquisa parapsicológica tornou-se mais rigorosa, levantou
estatísticas, entrou nos computadores.

A Parapsicologia é uma disciplina tão científica como qualquer outra das consideradas ciências
clássicas. Sua metodologia, tão rigorosa que poucas ciências têm suas "verdades" tão provadas quanto as da
Parapsicologia. E sua importância
vivamente sua inclusão parauniversitários
nos currículos descobrirmos quem
com é o homem,
a máxima rapidezépossível.
tão urgente que é de se desejar

Pablo Garulo
Texto extraído da Revista de Parapsicologia nº 23 elaborada pelo CLAP

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Parapsicologia, uma Ciência Libertadora

Convivendo com pessoas; ouvindo-as, lendo jornais, revistas ou assistindo à televisão, constatamos que o
homem contemporâneo, embora tantos avanços da ciência e da técnica, é marcado por medos. Medos, por exemplo, de
demônios, de espíritos, de visões e comunicações do além, de fantasmas, de ameaças cósmicas, de homens com
poderes extraterrestres...

Chamam a atenção e a curiosidade dos homens, desde a mais remota antigüidade até nossos dias, fatos
tais como adivinhações, visões, fotografar o pensamento, telepatia, clarividência, radiestesia, quiromancia, psicografia,
astrologia, horóscopo, feitiços e despachos, possessões e espíritos encostados, ritual para fechar o corpo, incêndios
misteriosos, incombustibilidade, jejuns prolongados, hipersensibilidade, memória prodigiosa, falar línguas
desconhecidas, talento mais que genial, casas mal-assombradas e outros mais, fatos estes considerados, em geral,
como inexplicáveis e até ignorados pela ciência durante muitos século s. No entanto, cabe à própria ciência dar à
humanidade uma explicação real, objetiva e profunda sobre tais prodígios misteriosos.

Em se tratando destes fenômenos, encontramos diversas interpretações nas diferentes classes sociais,
inclusive entre intelectuais:

1) Temos os que logo acreditam e se deixam levar pelo fascínio, em si, dos fenômenos "parapsicológicos", ou
até pelas superstições ou ‘curas’, ‘falsos milagres’ e prodígios que alguns "paranormais" se atribuem fazer, sem
esquecer de dizer que há muitas fraudes espertamente planejadas e enganadoras do público.

2) Em segundo lugar, os incrédulos, que afirmam de antemão que estes fatos não existem e se existem são
sempre fraudes ocultistas. Esta atitude é cômoda e anti-científica, pois, na verdade, os fenômenos parapsicológicos
estão aí e merecem ser pesquisados a sério.

3) Ainda, os charlatões, aqueles que até têm o atrevimento de se intitular de ‘parapsicólogos’, dão cursos,
fazem ‘curas’, criticam os outros dizendo que são seus concorrentes e, assim, vão enganando pessoas com sua ciência
fragmentária ou mesmo falsa.

fraudulenta,4)nem
Por se
fim,deixam
temoslevar
os pesquisadores, os que
pela incredulidade. nãocontrário,
Pelo caem numa crendice imparcialmente
debruçam-se fácil, fasciniosa,sobre
supersticiosa ou
os fenômenos
buscando sua verdade numa postura objetiva, científica. Pesquisa e ensino em âmbito e metodologia universitárias.

As investigações destes fenômenos sempre interessaram a alguns sábios e estudiosos, mas como
interpretação científica só foi enfrentada a partir de 1882, pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, com a
chamada ‘Metapsíquica’. Até que, em 1953, a Parapsicologia foi reconhecida ‘oficial’ e universalmente como Ciência por
ocasião do Congresso Internacional de Parapsicologia, organizado pela "International Fundation of Parapsycology", pela
Universidade de Utrecht e pelo Ministério de Educação e Cultura da Holanda.

Como definição desta ciência podemos buscar em obra de pe. Oscar Quevedo, excelente parapsicólogo
brasileiro, criador e diretor do Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP): "A parapsicologia é a Ciência que tem
como objetivo a comprovação e a análise dos fenômenos à primeira vista inexplicáveis, que apresentam, porém, a
possibilidade de serem resultado das faculdades humanas". Ou "o conjunto dos ramos da Ciência que estudam os
fenômenos incomuns, relacionados com o homem". Ou "é o estudo científico para diferenciar o verdadeiro do falso
milagre". Ou, por fim, "A Ciência que estuda os fundamentos, verdadeiros ou falsos, de todas as religiões".

Com suas pesquisas, a Parapsicologia comprova que o homem possui forças e faculdades bem diferentes
das que senormal).
psicologia manifestam normalmente. Por isso são chamadas faculdades ‘parapsicológicas’: Para = à margem (da

Forças como a telergia, uma força psicofísica (bio-eletricidade), determinada e definida pela vontade do
inconsciente humano e que é capaz de produzir diversas ações (fenômenos extranormais), como movimentar objetos até
50 metros (telecinesia, comum nas casas mal-assombradas, ou poltergeist); golpes, pancadas (tiptologia); luzes, clarões
(fotogênese); desenho, escrita (pneumografia); vozes de pessoas humanas, música (psicofonia); a imagem de uma
pessoa ou de um animal (fantasmogênese e ecto-colo-plasmia), quando se diz "vi uma alma" ou "vi um bicho"); queimar
objetos (pirogênese); um objeto atravessar obstáculos como parede, vidro (aporte); levantar o próprio corpo (levitação).
Quanto às faculdades psíquicas de conhecimento (ainda extranormais, sensoriais) podemos citar a hiperestesia (leitura
sensorial do pensamento); o cumberlandismo (adivinhação por contato); a xenoglossia (falar língua que não estudou); e
a faculdade psi-gamma ou popular telepatia (fenômenos paranormais): conhecimento do passado (retrocognição), do

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presente (simulcognição) e do futuro (precognição). Há por fim, os verdadeiros milagres, exclusivos de Deus (fenômenos
supra-normais ou sobrenaturais, em contexto religioso divino).

Estas forças e faculdades psíquicas (menos os fenômenos supra-normais) têm sua srcem no inconsciente
humano, podendo uma pessoa passar a manifestá-las em determinada situação de sua vida. Evidente que é um uso
parapsicológico no sentido de que a pessoa que manifesta não consegue usá-las quando quer, pois é manifestação
espontânea, incontrolável e... perigosa (pois prejudica o psiquismo).

Uma preocupação básica e fundamentada da Parapsicologia é ajudar a pessoa que manifesta faculdade
parapsicológica (sofre de desequilíbrio psíquico ou físico-psíquico: psicorragia), a tomar consciência de que os
fenômenos que ocorrem vêm dela mesma. E esta conscientização é essencialmente libertadora da pessoa, libertadora
de desequilíbrios, medos, superstições, impressões como a de que estava possuída por demônios ou por um espírito de
alguém ou do além.

Basta citar casos de casas ‘mal-assombradas’, que fazem sofrer terrivelmente as pessoas afetadas e suas
famílias. Normalmente são chamados espíritas, macumbeiros, benzedores, rezadores, padres para fazer bênção ou
passes ou exorcismo no local e, em geral, estas pessoas não conseguem fazer parar os fenômenos. Entretanto, com a
visita de um parapsicólogo, que explique cientificamente o problema e ajude a pessoa ou a família a enfrentá-los,
resolve-se a situação definitivamente. Digo isto, como fruto de experiências, pois tenho acompanhado alguns casos com
estas características. Podemos pois, concluir que a Parapsicologia é uma ciência verdadeirame nte conscientizadora e
libertadora do homem que, consciente e livre, poderá tornar-se senhor de si e de sua vida, ser mais feliz e encontrar em
Deus sua plena realização.

Diante de tudo isso, podemos constatar, ainda mais, a grandeza do ser humano, suas potencialidades, o
poder do seu inconsciente que, melhor estudado, poderá trazer tanto bem para a humanidade.

A importância da Parapsicologia hoje é tamanha que, segundo o pe. Oscar Quevedo, "A Sociedade
Internacional para o Avanço da Ciência e a Unesco recomendaram que todas as Universidades do mundo dedicassem
ao estudo desta nova Ciência, chegando a afirmar que a Parapsicologia seria a Ciência do próximo Século, por abrir
novo campo de possibilidades para o homem, permitindo um maior conhecimento do ser humano e proporcionando uma
Religião racional".

José Coelho Soares Neto

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Parapsicologia e Hipnose

Caminhos semelhantes

Parapsicologia e Hipnose, duas disciplinas aparentadas, senão por seus


objetivos, ao menos pelo desenrolar de suas histórias agitadas. Poucos temas científicos
deram lugar a tantas controvérsias, denúncias, avanços e recuos. Quantas comissões de
investigação foram criadas desde o século XIX para dar veredicto científico dos fenômenos
hipnóticos e parapsicológicos; Quantos mistificadores alimentaram suas crendices na aura
de aparente mistério que envolve estas disciplinas.
O fim do século XVIII viu surgir um revolucionário método de cura criado pelo Dr.
Mesmer, médico de Viena, que lançaria a teoria dos fluídos ou magnetismo animal. Seus
pacientes, em contato com uma tina cheia de água "magnetizada", e em contato também
uns com os outros, entrariam em convulsões cada vez mais violentas até atingirem o "clímax", o relax e às vezes o
desaparecimento dos sintomas. Baldes com água, ímãs e outros objetos magnetizados serviam como instrumentos
terapêuticos.
A medicina oficial da época não aceitou as teorias bizarras de Mesmer e seus discípulos. Mas junto com a
negativa razoável duma teoria enraizada em velhas idéias ocultistas, a medicina oficial negou também a autenticidade
dos fenômenos ocorridos com os magnetizados. Se uma moça cega desde os 4 anos recuperava a visão, se um
hidrópico se desinchava, se um paralítico movimentava o membro inerte; tudo isso era, para a medicina da época, não
era real, mas fruto da imaginação dos presentes. Assim, os acadêmicos bem comportados negavam os fatos, não
porque estes não fossem reais, mas porque não sabiam explicá-los.
Quem não percebe a relação entre esta atitude de avestruz da medicina de 170 anos atrás e a atitude severa
dos cientistas do nosso século face a casos bem confirmados de clarividência, precognição, telepatia, movimentação de
objetos à distância, etc?
Com freqüência, a física oficial, não podendo enquadrar o fenômeno parapsicológico nos parâmetros de suas
leis, negava-o, classificando os corajosos pesquisadores do psiquismo humano entre a categoria dos charlatões.
Porém, os fatos existem para quem não quer fechar obstinadamente os olhos. Cientistas de prestígio
estudaram a hipnose, desmentiram as teorias mirabolantes de Mesmer, Puységur e outros iniciadores, mas não
puderam desmentir os fatos apresentados por aqueles. Analisando os fatos, formularam teorias mais de acordo com as
manifestações e encarando críticas, ceticismos e dúvidas conseguiram arrancar a hipnose da feitiçaria, encantamentos e
sobrenaturalismos gratuitos.
Também a Parapsicologia passou pela etapa de grosseiras interpretações dos fatos: espíritos dos mortos,
demônios, entidades do além foram tentados pela isca de pesquisadores menos avisados. Surgiram teorias que hoje
consideramos ingênuas. Mas, aos poucos, o joio foi separado do trigo, chegando-se a conclusões sólidas. A
Parapsicologia ganhou um lugar ao sol no restrito mundo da Ciência uma vez que conseguiu provar definitivamente os
fatos e suas relações com o ser humano vivo. Para uns, a hipnose é um fenômeno que somente pode ser descrito em
termos patológicos. Outros levam a hipnose a alterações histológicas e até bioquímicas do sistema nervoso central. Os
neurologistas e reflexologistas soviéticos, na linha pavloniana, interpretam a hipnose como uma exaltação particular de
certas áreas cerebrais. Ainda hoje, alguns afirmam que a hipnose é um estado de hiper-sugestão no qual as sugestões
são uma
era aceitas
dase mais
executadas comem
populares mitodécadas
mais amplitude
passadas que no estado
e ainda de vigília.
encontra A teoriaFinalmente,
defensores. da dissociação da personalidade
segundo a escola
psicanalítica, a hipnose provoca uma regressão parcial do sujeito passivo para um estado de dependência e de
credulidade infantil. O hipnotizador representaria então a imagem quase onipotente da autoridade paterna.
Ninguém sabe tampouco porque uma pessoa apresenta percepções extrasensoriais em determinadas
circunstâncias e não em outras. Para a telepatia, por exemplo, existem dois tipos de teorias radicalmente contraditórias:
os que tentam explicá-la em base de uma transmissão de energia qualquer (transmissão de ondas, energia psíquica,
teoria da ressonância, do tipo "sem fios", teoria do campo físico, radiações captadas pelo "sexto sentido", etc.); e aqueles
que não admitem a possibilidade física ou a sensorialidade do fenômeno telepático. Certamente, os defensores da não
sensorialidade das faculdades psi-gamma são os mais numerosos e de maior gabarito científico.

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Não obstante as relações e as interpretações mais recentes, ninguém pode ainda descrever com precisão
científica absoluta as modificações da personalidade e do cérebro de um indivíduo hipnotizado ou de uma pessoa no
momento de uma percepção extrassensorial.
Ambas disciplinas apresentam problemas ainda não resolvidos. As duas passaram também por períodos de
êxito e de decadência. E as dúvidas, objeções e críticas sobre elas lançadas devem-se também a seus contatos, às
vezes demasiado freqüentes, com a charlatanice, truques, comédias e ocultismo, o que levou muitos pesquisadores
sérios a se afastarem destes dois campos de investigação científica tão importantes e necessários para um maior
conhecimento do psiquismo humano.
Já desde os tempos do mesmerismo, os primeiros hipnotizados admiravam-se de alguns fatos acontecidos
com seus pacientes. Perceberam que certos sujeitos "magnetizados" podiam conhecer o passado, presente e futuro não
pelos canais comuns dos sentidos.
Os primeiros hipnotizadores constataram com bastante freqüência fatos parapsicológicos entre seus
pacientes em transe. Tanto assim que a Academia de medicina de Paris, na década de 1830, interessou-se vivamente
não só pela hipnose, mas principalmente por certos fenômenos incomuns e inexplicáveis na época.
Os modernos testes de ESP (percepção extra-sensorial) sob hipnose
A freqüência das manifestações PSI sob estado hipnótico levou alguns pesquisadores a classificarem o
fenômeno parapsicológico como uma conseqüência ou característica do estado sonambúlico. A tentativa de assimilação,
porém, mostrou-se incoerente desde o momento em que as pesquisas de laboratório evidenciaram que muitos sujeitos
obtinham resultados altamente positivos sem estarem hipnotizados.
A constatação experimental de que psi não precisa necessariamente da hipnose para se manifestar não
invalida, porém, o fato de que em inúmeros casos, hipnose e percepções extra-sensoriais apresentaram-se unidas.
Esta freqüente familiaridade levantou uma hipótese de trabalho geral: A hipnose favorecia as percepções
extra-sensoriais? Se assim fosse, tornar-se-ia um instrumento de trabalho inestimável nas experiências de laboratório.
Sabe-se que o fenômeno psi é essencialmente inconsciente. Às vezes estas percepções inconscientes
chegam à consciência dramatizadas em forma de sonhos, alucinações, intuições, etc. Sabe-se também que por meio da
hipnose pode-se mergulhar nas profundezas do psiquismo, trazendo à tona certos
processos inconscientes. Por que, então, o hipnotismo não seria o instrumento por excelência para "pescar",
nos abismos do EU subliminar, as percepções inconscientes da faculdade psi-gamma??
Haveria que estabelecer uma metodologia segura. Seria necessário discriminar numa mesma pessoa sua
capacidade de obter resultados significativos, primeiro em estado normal de vigília, depois em estado hipnótico. Se nesta
última condição os resultados superassem os obtidos em vigília, estaria confirmada a hipótese inicial.
Por outro lado, as pesquisas realizadas atendendo ao grau de motivação das pessoas, assim como a
disposição psicológica a favor ou contra a fenomenologia, provam que os melhores resultados em ESP estão em relação
direta com o maior grau de motivação ou aceitação nas pessoas. Uma nova possibilidade se abria, então, para
aproveitar o fator motivação, aumentando-o consideravelmente com a sugestão hipnótica.
O próprio Dr. J. B. Rhine, em 1936 realizou uma série de testes de psicocinesia com dados. Trabalhou com 5
sujeitos. Em estado de vigília, os resultados superaram um pouco o nível do acaso, com média igual a 4,19. Em hipnose
e com a sugestão pós-hipnótica de que logo obteriam melhores pontos, os resultados caíram por baixo do esperado pela
casualidade, 3,99. Por não se obterem resultados notavelmente diferentes dos conseguidos no estado de vigília, Rhine
abandonou o uso da Hipnose em suas pesquisas.

Algumas conclusões
Para analisar adequadamente qualquer tipo de fenômeno parapsicológico, as pesquisas quantitativas de
laboratório são absolutamente necessárias. Mas o ambiente de um laboratório apresenta a dificuldade, até o momento,
de desfigurar a experiência: diminui a espontaneidade do sujeito, obrigando-o a submeter-se aos controles exigidos pelo
pesquisador. As manifestações espontâneas de psi, na vida diária, respondem a circunstâncias existenciais dos sujeitos,
sendo acompanhadas, em geral de fortes cargas de emoção ou afetividade. No laboratório, a emoção e a afetividade
ficam praticamente no lado de fora. A análise parapsicológica dos casos espontâneos é tão importante quanto as
pesquisas de laboratório. Um naturalista poderá estudar até certo ponto o comportamento de um leão na jaula do jardim
zoológico, mas esse leão enjaulado não será o mesmo que vive em liberdade nas savanas da África. Ao naturalista de
gabinete lhe faltariam dados absolutamente essenciais para conhecer a fundo o comportamento dos animais.
Tirar conclusões da relação existente entre hipnose e parapsicologia, apenas baseados nas experiências de
laboratório seria correr o risco do naturalista de zoológico; o leão não poderá mordê-lo, nem perseguí-lo, mas também
não mostrará ao investigador toda sua força e comportamento.

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As experiências de psi e hipnose no laboratório não nos permitem tirar conclusões radicais. Apenas diria que
a hipnose parece mostrar-se como um instrumento de trabalho bastante promissor. Em vista dos fatos, a hipnose é
válida quando usada como instrumento de sugestão para conseguir uma atitude favorável por parte do sujeito face à
experiência. Como motivadora, a hipnose ajudaria a tirar possíveis barreiras psíquicas inconscientes.

A hipnose e a fantasia das recordações de vidas anteriores- Não é raro encontrar pessoas que identificam
experiências da chamada regressão de idade, como experiências parapsicológicas.
O folclore de ocorrências a respeito da "regressão de idade" é vastíssimo e, se encarado com humor, muito
divertido. As primeiras tentativas de transformar um adulto de 40 anos numa criancinha de colo foram praticadas pelos
americanos. Era evidente para eles que a pessoa hipnotizada e "regredida" assumia por completo as características e o
comportamento de um bebê: chorava, engatinhava, tomava mamadeira, etc...
Não satisfeitos com estas proezas, conduziram o hipnotizado às paragens úmidas e quentes de seus tempos
de feto. Nada permanecia oculto, era possível recordar tudo, até o momento da concepção; lembravam-se do choque
doloroso que o espermatozóide incutia no óvulo.

Em meio
que uma criança de 6aomeses
entusiasmo destas práticas,
seria incapaz de sabersó os mais
o que sensatos advertiram
o hipnotizador que um
está querendo. Porfeto nunca
outro lado,falou atéahoje
existia e
prova
que mais poderia desestimular este crescente mercado de rejuvenescimento: o adulto é capaz de imitar a posição fetal e
é capaz de imitar o comportamento de uma criança, e isto de uma maneira consciente. Surgiu então a maior objeção:
não estaria o adulto hipnotizado e "regredido" brincando de criancinha??
Não pretendo negar que a concentração da memória com a ajuda da hipnose, permita a algumas pessoas
encontrar de novo uns detalhes esquecidos ou reviver acontecimentos muito distantes e apagados de sua memória
normal. Isto não seria impossível. Mas o problema está no exagero ou na mistificação de uma técnica, que às vezes
pode ser útil, transformando-a na panacéia que ajudaria a curar todos os males do psiquismo. Poucos são os
psicoterapêutas que se servem dela nos tratamentos de problemas psicológicos. E os que ainda a usam são conscientes
de que o sujeito mesmo hipnotizado pode ser um excelente ator que usa a hipnose como palco de seus devaneios.
Obter, portanto, algumas recordações aparentemente apagadas até da primeira infância, pode ser...Mas não
pararam por aí os aventureiros deste "túnel do tempo" em miniatura. Descobriram "cientificamente" (a simples leitura
desta palavra é para muitos uma prova irrefutável) que a regressão na idade era um objetivo insignificante, pois
conseguiram "recordações" não só do comportamento arrojado do espermatozóide, mas de experiências passadas pelo
hipnotizado em "vidas anteriores".
Um americano chamado Morey Bernstein, divertia-se brincando de hipnotizador, por volta de 1955. Numa de
suas brincadeiras hipnotizou e "regrediu" a um tal de Ruth Simon, pseudônimo de Virgínia Tighe como mais tarde seria
comprovado. Mas a "regressão" foi tão eficiente que Virginia não só obteve lembranças de sua vida intra-uterina, mas
descobriu que viveu uma existência anterior como irlandesa, um século e meio antes, chamando-se na época Bridey
Murphy.
Como bom homem de negócios, Bernstein intuiu de imediato que o caso B. Murphy poderia ser uma fonte de
renda colossal, se adequadamente enfeitado e retocado num livro "científico". E o grande livro oi para o prelo. Numa
simples coleção atingia de saída 175.000 exemplares. Em edição de bolso passou dos 800.000. Era a prova "científica"
de que a reencarnação era um fato evidente. Virgínia descrevia com todo detalhe sua vida de camponesa irlandesa. Os
lugares e certas pessoas que ela citava, existiram, portanto não havia fingimento, mas para eles eram lembranças
autênticas.
Uma loucura coletiva se desencadeou na época. Em Louisiana, um americano descrevia sua vida de índio
em 1800 e de soldado espanhol em 1492. Em Toronto, uma senhora descobria ter vivido no século XVII. Em Búfalo, uma
mulher foi cavalo, porém numa época que ela não soube identificar. Em Oklahoma, um jornaleiro de 19 anos, chamado
Richard Swink, suicidou-separa ir ver por si mesmo, o que se passava do outro lado da morte...
O livro de Bernstein fomentou o uso da hipnose em milhares de reuniões onde se achava reencarnações à
vontade.
Um hipnotizador do Oeste fez, inclusiv e, publicar um anúncio no qual comunicava a possibilidade de ajudar
outras pessoas a encontrarem suas "existências anteriores" com prévio abono, naturalmente, de 25 dólares.
A verdade, às vezes, caminha capengando, mas sempre chega aos lugares onde é procurada. Comprovou-
se que tudo quanto dona Virgínia tinha falado de sua vida era falso e que os detalhes com que adornava as descrições,
lhe tinham sido contados por uma senhora idosa irlandesa que às vezes introduzia em seus relatos, frases em gaélico.
A hipnose pode despertar recordações adormecidas que servem para dramatizar ou fingir uma vida anterior.
Às vezes, no estado hipnótico ou em outros estados alterados de consciência, a pessoa poderá inclusive obter
informações do passado por via extra-sensorial (retrocognição). Veja mais sobre regressão às vidas passadas.

Por Pablo Garulo- Revista de Parapsicologia número 24, elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de Parapsicologia

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A Parapsicologia e o Novo Milênio

A Parapsicologia tem o mérito de demonstrar que toda uma série de fenômenos extraordinários, interpretados
supersticiosamente, são na realidade efeito de faculdades humanas.
Como por exemplo o conhecimento do futuro. Existem pessoas capazes de parapsicologicamente conhecer
(espontâneo, incontrolável e inconsciente) alguns fatos geralmente emocionais do futuro: precognição. É uma divisão da
popularmente chamada Telepatia.
Está, porém, muito bem comprovado cientificamente, que as previsões a longo prazo (mais de 200 anos) não
acontecem. Esse é o caso de Nostradamus, que formula suas previsões numa linguagem sibilina, ambígua. E, portanto,
podem ser interpretadas de maneiras diferentes e adaptadas por seus discípulos às conveniências.
Além de que outras "precognições" podem ser explicadas por fraude, astúcia, casualidades, inibição e
sugestão. Artimanhas que iludem são muito usadas por videntes, cartomantes, sortistas, horoscopistas, astrólogos..., e
os espertalhões e charlatões contam com a credulidade das massas.
Com o novo milênio, as pessoas sentem um misto de medo e esperança... Mas também esperança de uma
era nova. Essa incerteza leva à busca do transcendente, do sobrenatural. E quem não conhece uma resposta segura da
Religião e da Ciência, recorre à magia, à superstição... É o que vem acontecendo. Nunca se falou tanto em ocultismo,
gnomos, previsões, seres espaciais... Tudo sem fundamentação científica alguma. O final dos tempos anunciado na
Bíblia deve ser interpretado e identificado com a morte.
Cada um que morre, para este é o final de "seu" tempo. Será julgado por Deus e receberá seus prêmios
segundo seus méritos.
Que tem cultura religiosa lembra dos ensinamentos de Cristo a este respeito: "Atenção para que ninguém
vos engane... Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos dos céus nem o filho (ninguém está autorizado a
revelar), mas só o Pai" (Mt 24,3.36; Mc 13,32; Lc 21,7-9). E aquela outra frase: "Não vos compete conhecer os tempos e
os momentos que o Pai reservou" (At 1,6-7).
Márcia Regina Cobêro

21
A divisão da Personalidade

Muitas pessoas, a maioria, são dominadas por tendências conflitivas, e em ocasiões se comportam de
maneira que surpreendem aos que bem as conhecem e inclusive elas mesmas se admiram com o que fizeram ou
disseram.
Em algumas pessoas essas tendências podem ser agudamente incompatíveis. Nesses casos, junto à parte
conscientemente aceita, pode o inconsciente moldar com a parte não aceita uma espécie de segundo eu, tornar-se
independente e agir por conta própria.
Pode ser suficiente a comparação - um tanto simplificada, mas clara – no livro e filme O Exorcista: "Imagine
por um momento que a pessoa humana seja um impressionante transatlântico, e que as células cerebrais sejam a
tripulação. Uma dessas células está sobre a ponte. É o capitão. O capitão é sua consciência alerta. O que acontece no
desdobramento da personalidade é que as células da tripulação das cobertas de baixo (do inconsciente) sobem à ponte
e se fazem cargo do mando. Em outras palavras, um motim".
Sendo que a personalidade "oficial", e consciente, não reconhece aquela parte "amotinada" do inconsciente,
esta se apresenta disfarçada. O inconsciente se mascara (prosopopéia) como se fosse um demônio, um espírito, uma
pessoa reencarnada, um pitão, uma musa etc.
A "reação de fuga" é um tipo de dissociação com troca duradoura de personalidade. Uma pessoa não suporta
determinada situação, por exemplo, a familiar. Mas não quer conscientemente reconhecê-lo. Não reconhece outras
tendências e as reprime, as nega. De repente, um dia, viaja para um lugar longínquo, começa vida nova, trabalha, se
casa, tem filhos, completa e sinceramente esquecida do seu próprio nome, do trabalho e família anteriores...
Trocas duradouras de personalidade são raras, muito raras. Passageiras, porém, são freqüentíssimas.
"Outra" personalidade acompanha quase sempre os fenômenos parapsicológicos.
Em quase todos os casos considerados demoníacos ou espirituais há algo de parapsicológico. Se há
fenômenos parapsicológicos, agrava-se o aspecto externo.
Durante séculos a ciência se manteve à margem: só se interessou pelo curso comum da natureza, as leis, o
regular. Estes fenômenos à margem do comum, parapsicológicos, foram ignorados. E caíram no âmbito falsamente
religioso. Os doentes parapsicológicos (chamados "psíquicos") foram remetidos a outros doentes iguais, aos médiuns,
ou aos exorcistas... Erro da ciência, erro da religião.

Um que
Ele constatou professor da Universidade
a "possessão" de Tubinga
(desdobramento da estudou o tema prosopopéia)
personalidade, detidamente. Seu livro adquiriu
é freqüente, dá-sebastante
em todosdifusão.
os
países, em todas as épocas, em todos os tipos de religiões e pseudo-religiões, "incorporando" toda classe de deuses,
demônios, espíritos e mil outras entidades.
De preferência, maus. A prosopopéia tipo demônios é muito mais freqüente que qualquer outra prosopopéia
representando entidades boas ou indiferentes. A oposição ou antagonismo entre dois aspectos da personalidade, "bom"
e "mau", provoca a cisão. Às vezes o próprio psíquico sente e as testemunhas têm a ilusão de que duas entidades
diferentes lutam pela posse de seu corpo.
Pode haver também múltiplas personalidades. A síntese do eu "oficial" se cinde em três, quatro ou mais
pedaços. Pode dividir-se em numerosos frangalhos, simultânea ou alternadamente tomando a direção do "barco".
Passageiramente ou por muitos anos.
Luiz Roberto Turatti - Colaborador do C

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A Importância da dor

A dor é o S.O.S do organismo enfermo avisando que algo não está bem e que alguma providência dever ser
tomada imediatamente. Assim, quando um dente dói é porque nele deve existir cárie ou algum foco começa a se instalar
na sua raiz. A dor lembra logo doença e doença chama por tratamento imediato. Mas a pobreza do povo e a ineficiência
da Previdência Social dificultam a cura tão desejada. Para muitos resta o caminho da crendice que aponta para o
curandeirismo.
Dizem os entendidos que 36% das pessoas que se dizem doentes não o são de fato. Apenas são portadores
de doenças imaginárias. E nas doenças reais, 50% são de srcem psíquica, isto é, sintomas como diarréias antes de
tomar avião, dor no peito que a mulher sente toda vez que o marido chega bêbado, muitos casos de úlceras, colites,
taquicardia, asma, carregam um forte componente psíquico.
Problemas não resolvidos podem encontrar na doença uma válvula de escape. É o que se chama
somatização. Pois bem, quase sempre nestes casos, as preocupações se voltam para a doença, naturalmente. Numa
"sessão de cura", podem até desaparecer os sintomas da doença (por auto sugestão). Mas se o mal não foi atacado na
sua raiz, a somatização pode fazer eclodir outra doença e mais outra, num círculo vicioso interminável. Nestes casos a
cura seria facilitada com a resolução dos problemas que estão ocasionando todos estes males. Cessada a causa cessa
o efeito.
Hoje a Medicina reconhece que TODAS as doenças são influenciáveis pelo psiquismo e aconselha os
médicos a não tratarem apenas o órgão doente, mas o doente visto como uma pessoa que carrega consigo uma história
que deve ser levada em conta.
Existe até um medicamento chamado Placebo (falso medicamento sem efeito algum que é dado ao paciente
como se fosse o verdadeiro e aí se analisa as reações do paciente) que, na verdade, não tem nenhum efeito terapêutico.
Vem em forma de comprimido ou injeção e é receitado a pessoas que se consideram ‘muito doentes’, embora os
exames atestem o contrário.
Nas sessões de curandeirismo o paciente muitas vezes já chega exausto de correr de um lado para o outro à
procura dos recursos da Medicina. Está debilitado física e psicologicamente. Será facilmente influenciado.
Na verdade, o curandeiro não cura. É a fé (confiança) que o doente deposita nele, nos objetos que ele
apresenta como portadores de forças milagrosas (água fluidificada, defumações, etc) que exercem sobre o doente um
poder de sugestão capaz de fazê-lo sentir-se aliviado de suas dores.
A dor – dizíamos no começo – é importante porque nos adverte para um problema. Esta dor pode
desaparecer com uma forte dose de sugestão numa sessão de cura. O doente pode sair aliviado e até convencido da
cura. Quem garante que não está equivocado? A doença pode muito bem continuar instalada dentro do seu organismo,
mesmo que tenham desaparecido os sintomas que sentia antes. Sem dor, a tendência é dispensar os cuidados médicos.
Mais adiante, quando passarem os efeitos da auto-sugestão, o ‘curado’ poderá ter surpresas desagradáveis. Tudo pode
voltar à estaca zero. Talvez tarde demais...
Nossa missão é alertar nossos irmãos e irmãs sobre essas questões. Cada um tire suas conclusões.
Pe. Jayme de Moura Pereira

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Desafio

Em 21 de fevereiro de 1999, o jornal O Dia do Rio de Janeiro- Brasil, publicou a entrevista do Padre Oscar
Gonzalez Quevedo S.J.,na qual Quevedo se referiu aos truques do Senhor Thomas Green Morton de Souza Coutinho.
Na mesma edição Thomas afirma que "entortaria um trilho sem lhe por as mãos e faria de um ovo quebrado nascer um
galo em 40 minutos, diante do Padre Quevedo.
Thomas afirma ter dotes parapsicológicos, podendo controlar uma infinidade de fenômenos parafísicos e de
percepção extra-sensorial.(ESP). Conta que no dia em que completou doze anos, se encontrava a pescar em Pouso
Alegre- Minas Gerais, quando um raio bateu na ponta da cana de pesca e o atirou para cima a uma altura de quatro
metros, donde caiu ao chão. Após a queda, o corpo teria começado a levitar, ouvindo Thomas nitidamente uma voz a
dizer: a partir deste momento você vai ter um poder mental muito grande. (Já vi isso em muitas histórias de super-
heróis....)
O Padre Oscar Gonzalez Quevedo é diretor e presidente do Centro Latino Americano de Parapsicologia-
CLAP e presidente de Honra do CLAP-Portugal. Desvendou fraudes de muitos que afirmavam controlar fenômenos
parapsicológicos, tais como o curandeiro Nero, Uri geller, Muller (que dizia materializar objetos no algodão), etc. Padre
Quevedo sempre afirmou que os fenômenos parapsicológicos são espontâneos e incontroláveis, e quem se propõe a
realizar com hora marcada, faz truque.
Sobre Thomas, Quevedo diz: é um ilusionista, e nem sequer é muito bom, é um charlatão...
Thomas afirma entortar um trilho de trem e fazer nascer um galo de um ovo quebrado em 40 minutos. E
oferece 100 mil reais se o padre Quevedo o conseguir desmascarar. O Padre Quevedo de imediato aceitou e solicitou ao
jornalista responsável pela matéria que se registre em cartório o desafio. Thomas parece que recuou, mas recentemente
afirmou num programa de televisão: vou vencer o padre Quevedo..
Depois de anos fazendo demonstrações para pessoas que parecem desconhecer truques de ilusionismo
(mesmo sendo pessoas com grande projeção pessoal, principalmente artistas), é muito bom que Thomas tenha
finalmente concordado (será....?????) em demonstrar os seus "poderes" diante de um pesquisador da seriedade do
Padre Quevedo.
Alguns amigos opinam no sentido de que Thomas vai fugir, pois até agora, e já se passaram alguns meses,
ainda não foi definido onde e quando Thomas vai realizar os seus "prodígios".Recuso-me a admitir tal hipótese, pois ele
já fez um desafio público e se fugir estará definitivamente desmoralizado.
Aguardamos contato para definição de local, data e hora com a presença da imprensa...

Jayme Jacob Róitma

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Desenvolver Fenômenos Parapsicológicos ?

Desenvolver Fenômenos Parapsicológicos ?

Embora não seja possível apresentar aqui as provas e experiências que demonstram ser falsa a existência
da mediunidade, devemos dizer que ela não existe. Não é o "santo" que baixa, nem o espírito que incorpora; não são os
espíritos-guias que "encostam"... Não se trata do espírito do morto, e sim do espírito do vivo. É a própria pessoa, seu
inconsciente, suas próprias faculdades.

O chamado transe é um obscurecimento das faculdades conscientes; uma exaltação e manifestação de


faculdades inconscientes, e pode apresentar toda uma gama de graus: desde a total inconsciência, na qual, depois, não
se lembra absolutamente nada, até a total consciência, quando se lembra de tudo. O consciente ficou como testemunha,
embora sem poder intervir.

Muitas pessoas dizem que é preciso desenvolver a mediunidade, e se não a desenvolver trará algum
prejuízo. Faz-se necessário dizer que é falso afirmar que não desenvolver a mediunidade poderia causar-lhe algum
prejuízo. Este seria, aliás, muito maior desenvolvendo, e atingiria não só a você, mas também outras pessoas,
principalmente as que vivem ao seu lado.

O verdadeiro desenvolvimento, o amadurecimento, o progresso e a atividade normal de uma pessoa devem


efetuar-se na personalidade consciente. Não se trata pois se desenvolver o inconsciente: ele é desordenado e
irresponsável. A atividade humana precisa ser mais consciente e controlada possível.

Se facilitarmos a manifestação do inconsciente, talvez o consigam... Porém ele irá tomando cada vez mais a
direção da "máquina humana". Na melhor das hipóteses, a freqüente manifestação do inconsciente terminaria por tornar
a vida impossível.

Lembramos aqui uma dramática carta que escrevia uma ex-médium espírita que, mesmo tendo abandonado
o espiritismo, não conseguia retomar as "rédeas" da sua personalidade: "Sinceramente, eu me sentia cansada de tudo.
Os fenômenos aumentavam dia-a-dia. Ainda me sinto cansada. À medida que vou tendo conversas com uma pessoa ou
travo um conhecimento maior, começo a ter intuições, sonhos ou visões. Para lhe ser sincera, ainda não consigo ter
noites bem dormidas e tranqüilas; é como se eu não dormisse. Tenho as noites tão intensas quanto os dias, com
pesadelos horríveis... Enfim, espero que no futuro isso venha a terminar ou quase terminar". Só após quatro anos é que
essa pessoa começou a sentir-se bem. E como este, conhecemos muitos outros casos igualmente dramáticos, curáveis
somente com uma longa psicoterapia.

Além disso, o inconsciente pode chegar a tomar por completo as "rédeas" da atividade humana. E o homem
se tornará então um inconsciente... Perderá a autodeterminação consciente, passará a ser mero autômato,
desequilibrado. Daí ao manicômio...

As profundezas do inconsciente são incontroláveis. Por isso, junto com o desmaio e as conversas
inconscientes com quem está ao lado, paralela a qualquer outra manifestação inconsciente – psicológica ou
parapsicológica – pode surgir também uma série de efeitos e tendências doentias.

A interpretação espírita leva – como pela mão – a dupla personalidade ou, até mesmo, a loucura
permanente.
"O exercício das chamadas faculdades mediúnicas – escreve Dr. Leme Lopes – é o principal responsável
pela transformação psicológica que prepara, facilita e faz explodir alguns quadros mentais de doenças graves. Em se
tratando de pessoas com desajuste da afetividade – fronteiriços entre normalida de e doença psicológica – de pessoas
com tendências a neurose e a diversas psicopatias, as sessões espíritas constituem "a oportunidade de
desencadeamento de reações, que levam ao pleno terreno patológico".

Não há porque frisar que as manifestações do inconsciente, em especial as parapsicológicas (telepatia,


precognição, xenoglossia ou falar línguas, telecinesia ou movimento de objetos sem contato, etc.), forçam demais os
nervos. É comum que as pessoas que manifestam esses fenômenos cheguem a violentas crises nervosas.

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Nossos nervos pobres e fracos mal agüentam a vida moderna cheia de barulhos, dificuldades econômicas,
horários escravizantes, perigos... Diversas experiências tem demonstrado que os nervos se "queimam" com os
fenômenos parapsicológicos. É como fazer passar, por uma lâmpada para duzentos volts, uma corrente de dois mil.

Assim, é preciso tomar cuidado para não se deixar enganar por muitos que se apresentam como
parapsicólogos até, mas não tem para isso suficiente estudo. Estes, muitas vezes, apresentam argumentos infundados
que não podem convencer: "se Deus nos deu essas faculdades é para que as utilizemos", ou então, "podemos" fazer
bem aos outros", etc. No estado atual da ciência, este tipo de argumento não pode ser válido.

Deus permite também o câncer, a hanseníase e todas as outras doenças, no entanto, não nos cabem
fomentá-las, e sim curá-las. O mesmo se diga dos fenômenos Parapsicológicos e outras manifestações do inconsciente,
que são simplesmente, sintomas de desequilíbrio. Os fenômenos Parapsicológicos não são na verdade um dom, mas
um defeito a ser corrigido.

Muitos Parapsicólogos – os norte-americanos, principalmente – vinham realizando, em grande número,


testes parapsicológicos. As experiências pareciam inofensivas: eram feitas sem transe, alegremente, com um jogo de
baralho. A um determinado momento, foi Alen Cohen, de Berkeley University e os Drs. Alyce e Elmer Green, da
Menninger Foundation, comprovaram, com uma infinidade de provas, que as experiências Parapsicológicas – mesmo os
"brinquedos" com o Baralho Zener! – debilitam a saúde mental de quem a elas se submetem, pois exigem de seus
cérebros esforços muito superiores a sua capacidade normal.

Tentar desenvolver a manifestação do inconsciente (muitos usam o nome de mediunidade) pode prejudicar
gravemente quem convive com o "médium". A pessoa com manifestações do inconsciente descontroladas criará, em sua
casa, um ambiente insuportável.

Não é nada fácil conviver com quem entra em transe, fala línguas estrangeiras que não aprendeu, troca de
voz e de personalidade, mexe e golpeia objetos à distância, dá repentinos shows de crises nervosas... Além disso,
outras pessoas propensas podem ser contagiadas. Nas casas popularmente chamadas "mal-asso mbradas", é comum
constatar que, após algum tempo, outras pessoas unem-se à pessoa srcinal na manifestação de fenômenos.

Há perigo de reação em cadeia – verdadeiras epidemias psíquicas -, como tem acontecido muitas vezes ao
longo da história. Temos, no Brasil tristes experiências a respeito. Milhões de pessoas acham-se guiadas e dominadas
de "além túmulo".

Evidentemente, isto não fomenta a responsabilidade pessoal e leva à alienação:

"Despachos", "feitiços", "encostos", "Karma" e outras superstições, escravizam multidões incalculáveis. E o


resultado é constatação de o Brasil ser o país de pior índice de saúde mental do mundo!

Por todos esses motivos, o II Congresso Internacional de Ciências Psíquicas, celebrado em Varsóvia, em
1923, assinava o pedido de proibição de quanto facilitasse a propagação desses fenômenos. "O Congresso emite um
voto para que todas as tentativas de produções mediúnicas (em público), assim como as demonstrações públicas dos
fenômenos ditos ocultistas, sejam proibidas igualmente em todos os países, em virtude da influência nociva que podem
exercer sobre o estado psíquico e nervoso das pessoas mais ou menos sensíveis que as presenciam".

Lamentavelmente, este voto foi esquecido, se não boicotado, por interesses escusos; e até na televisão e
nos cinemas se propaga o transe, a manifestação do inconsciente, inclusive defendendo as mais supersticiosas
interpretações.

Oscar G. Quevedo S.J. (Padre Quevedo)

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Curandeirismo

O curandeiro, na verdade, não cura nada.

Ou a pessoa se sente curada pela auto-sugestão (perigoso, pois tira-se a dor mas não tira a doença);

Ou a pessoa é "curada"de uma doença psicossomática, que voltará mais tarde; pois atacou o efeito e
não a causa (causas psicológicas). O necessário nestes casos é um tratamento psicológico/psiquiátrico.

Por Oscar G. Quevedo S.J.

Os curandeiros são inumeráveis. Em todas as épocas e civilizações tem-se sofrido com os


curandeiros. Cai-se facilmente em um círculo vicioso: superstição, curandeirismo; e onde mais superstição,
mais curandeirismo.

O mito dos poderes especiais dos curandeiros constitui uma herança universal de superstição, um arquétipo
dia Jung, por atavismo. Está como que infiltrado na humanidade.

Encontram-se inscrições nas cavernas do homem primitivo referindo-se à arte mágica de curar. Vários
hieróglifos egípcios aludem ao curandeiro mágico. Nos livros históricos do povo judeu, tanto do velho como do novo
testamento, referem-se casos de "profissionais " do curandeirismo.

O recorde mundial em números de curandeiros, em números de clientes e em prestígio, lamentavelmente


pertence ao Brasil.

O Brasil sempre foi uma terra fecunda para o curandeirismo. Entrou na história do País, Antonio Conselheiro,
sem dúvida, um paranóico, que arrastou ingentes multidões atrás de si, principalmente pelos "poderes de cura" que se
lhe atribuíam. Parte do País, fanatizada, chegou à convulsão social. O exército teve que intervir violentamente,
terminando por matar Antonio Conselheiro e muito dos seus seguidores.

As seitas curadoras
Magnetismo

Formaram-se ambientes absolutamente extravagantes e alienantes.Vamos citar a época do Mesmerismo: O


ambiente de Paris era propício. Em Paris ainda se acreditava na teoria de Paracelso, segundo a qual, o corpo humano
teria as características de um verdadeiro imã, sendo o pólo norte constituído pelos pés e o pólo sul pelos órgãos sexuais.

Durante dois séculos e meio, a partir de Paracelso, se empregava o imã com mirabolantes êxitos na "cura"
de secreções oculares, do nariz ou dos ouvidos, em casos de fístulas e corrimentos; servindo o inofensivo imã, inclusive
para repor hérnias e reparar fraturas, "curar" icterícias, remover anasarcas, etc...

O Padre Maximiliano Hell, jesuíta e professor de astronomia acreditava no magnetismo universal, que ele
dirigia por meio de imãs, " curando " toda classe de doenças.

Magnetismo animal

Influenciado pelos êxitos e teorias do Padre Hell, o Dr. Franz Anton Mesmer infestou a França e toda Europa,
da crença em maravilhosos poderes curativos de um misterioso magnetismo animal.

Mesmer publicava sua tese doutoral em medicina sobre o magnetismo em 1766.

O abade Lenoble construiu imãs de grande poder que se vendiam amplamente em Paris, onde eram
encontrados sob formas apropriadas para pulsos, tórax, assim como pulseiras e cruzes magnéticas. Mesmer defenderia
depois que não era preciso o imã metálico; bastaria a imposição das mãos sobre o doente para que este recebesse os

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fluídos magnéticos. O magnetismo animal poderia passar das mãos às árvores, varinhas, cubetas, a qualquer
instrumento para transportar os fluídos magnéticos dos mesmeristas: dos curandeiros aos pacientes sugestionados.

Mesmer propagava que ele próprio era quem melhor manejava o magnetismo animal. Não podendo tratar
individualmente a tão numerosa clientela, passou a "curar" por grupos, usando o seu famoso "baquet", uma espécie de
tina de carvalho contendo limalha de ferro, vidro moído e outras substâncias. Também distribuía garrafas cheias de água
magnetizada pela imposição das suas mãos.

As sessões mesméricas
Da tampa da tina, ou melhor, do gargalo de garrafas magnetizadas que estavam na tina saíam varinhas que
os próprios doentes aplicavam nos lugares do seu sofrimento. A tina estava colocada no centro de uma grande sala,
obscurecida por espessas cortinas.

Durante a sessão terapêutica se escutava música de piano ou harmônica com a qual se distribuíam melhor
os eflúvios
por meio demagnéticos,
uma corda segundo
que lhes se afirmava.
passava Os doentes,
ao redor dispostos
do corpo. em filaficavam
Os pacientes concêntrica em torno
de mãos da segurando
dadas, tina, eram mantidos
ao
mesmo tempo as varinhas magnetizadas. Cada sessão comportava 130 pessoas, separados homens e mulheres em
compartimentos contíguos. Havia várias sessões por dia.

Uns pacientes queixavam-s e de calor, transpirav am, apresentavam alterações dos batimentos cardíacos e
da respiração, imitan do os estertores dos moribundos. Outros sentiam suas pálpebras pesadas. Fechava m os olhos e
podiam cair em transe profundo. Primeiro, alguma pessoa mais sugestionável ou mais histérica, depois cada vez mais
pessoas contagiadas apresentavam convulsões, não raro, violentas, acompanhadas de gritos, soluços, acessos de
choro ou riso; soltando-se da "corrente", rodopiavam ou atiravam-se para trás a contorcer-se em convulsões
espasmódicas, etc...

No meio dessa multidão agitada, Mesmer, vestido de seda lilás e auxiliado pelos seus assistentes, passeava
pela sala, orientando, dirigindo...fixando os olhos sobre os doentes, transmitia-lhes fluídos magnéticos que dizia escapar
das pontas de seus dedos. Os pacientes sentiam dor ou prazer...

A verdadeira explicação

São inumeráveis
pela fé no charlatanesco e de variadíssimos
e inexistente tipos
magnetismo asgarrafas
das "curas" erealizadas pelo poder
da tina. Mesmer, do psiquismo,
embora surgidopor
muito combatido
vários cientistas e no fim, desacreditado, desterrado e abandonado, chegara a ter enorme prestígio entre o povo,
a alta sociedade e inclusive, ante determinados médicos e perante o governo.

É claro que nada sentia quem não se sugestionava. Assim, pesquisadores sérios como Lavoisier,
Bailly, Benjamim Franklin, etc... nada sentiram.

A teoria (e os efeitos) de passes e fluídos, com maiores ou menores modificações, ainda hoje é muito usada,
principalmente no Brasil, por determinados curandeiros e ambientes supersticiosos.

Religião e superstição

As superstições são idéias incorporadas do meio ambiente. Emocionalmente estão vinculadas à


potente e primitiva tendência, instintiva ou ancestral, de reagir com pavor a tudo aquilo que possa ter alguma
relação com forças sobrenaturais. Tal tendência, claramente manifestada na criança e no homem primitivo,
continua latente no adulto civilizado, estando prestes a aflorar em circunstâncias críticas, mesmo em pessoas
de elevado nível cultural, se não são maduras e objetivas. Por outro lado, a superstição se associa ao temor
relacionado com importantes necessidades e desejos, como o te mor pela saúde, etc...
Estas idéias super-valorizadas de superstição tiranizam a inteligência e a vontade de milhões de
pessoas, facilitando (dentro das próprias superstições de cada indivíduo) enormemente a indução hipnótica, a
sugestão e o conseqüente afloramento do psiquismo inconsciente e subjetivo.

Freud, no seu materialismo apriorístico, sai pela tangente dizendo que o religioso constitui uma neurose
obsessiva universal. Segundo a moderna Escola de Psicologia Profunda, com Victor Frankl e Igor Caruso, nunca se
deve menosprezar a tendência humana ao transcendental, ao religioso, porque se exporia a personalidade
humana a graves desequilíbrios. A religiosidade é um fator precípuo no equilíbrio humano. Na medida que os
conceitos religiosos de uma pessoa não são suficientemente adultos e objetivos, arraigados e vitais, são
substituídos imediatamente pela superstição.
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É por isso que a imensa maioria das superstições tem aspectos pseudo-religiosos; são um substituto
desviado e perigoso da religiosidade. E pelo mesmo motivo de estarem substituindo algo que pertence à
essência do homem, as superstições, na mesma medida que em cada pessoa substitua a religião, são emotivas,
fanatizantes e alienantes.

É por isso que a quase totalidade dos curandeiros e seus propagandistas criam ao redor, um ambiente
pseudo-religioso, evidentemente de diversíssimas modalidades e tendências.

As doenças
Doenças imaginárias

É sumamente importante se ter em conta que, de acordo com pesquisas sérias, 36% das pessoas que
procuram hospitais, clínicas ou consultórios médicos são portadores de "doenças" meramente imaginárias. Não digo
psicógenas ou funcionais, senão meramente imaginárias. De 422 pessoas que nos últimos tempos apresentaram-se à
procuravivia
porém, de tratamento
angustiadaem
e aum centro
sua de cancerologia,
depressão apenasque
lhes fez imaginar 8 estavam afetadas
eram vítimas de câncer. Uma grande porcentagem,
do câncer.

Evidentemente, que o médico em caso de doenças meramente imaginárias, não encontra causas, nem
sintomas físicos ou psíquicos, capazes de fornecer um quadro de doença. A doença simplesmente não existe; é
imaginada pelo paciente . Que fazer em um caso destes? O médico dirá : " honestamente, você não tem nada" ou "é a
sua imaginação que lhe faz sentir doente". Ora, o paciente sofre e para ele é inadmissível que não exista doença
nenhuma. O paciente não conhece o poder de convencimento da imaginação.

A Histeria.

Progredindo no nosso caminho, após havermos falado das doenças meramente imaginárias, devemos
referir-nos às doenças histéricas.

Podemos definir a doença histérica como "doença por representação" ou "representação de uma
doença". Imagina-se doente e faz "encenações" com seu corpo.

Tal doença se caracteriza precisamente porque aparece ou desaparece, de acordo com os desejos
conscientes ou inconscientes do paciente. Daí o nome de "pitiatismo" proposto pelo Dr. Babinski para designar
a histeria.

A doença histérica surge porque o paciente se acredita doente e, em conseqüência, sente-se doente. Nada
do que faz, no fundo, está longe de uma simulação, que se leva a cabo com grande domínio de si mesmo. Diríamos que
toda a vontade está concentrada em fingir a doença, não restando vontade para mais nada.

Entretanto, o histérico é sincero e sofre realmente. O seu anseio, por exemplo, de despertar admiração e
compaixão ou de auto-realizar-se, ou qualquer outro motivo psicológico (é erro muito difundido, mas certamente simplista
e falso, reduzir o motivo da histeria ao desejo de proteção) empurra-o mais ou menos conscientemente, mais ou menos
irresponsavelmente, a imitar a doença, ou o transe espírita ou a possessão demoníaca ou estigmas, ou êxtases, ou
atitudes imaginadas (pois a histeria não se refere unicamente a doenças).

São possíveis todas as gradações desde a simulação plenamente consciente, até a mais
inconsciente. O histérico é essencialmente, ao menos em relação à sua "especialidade" histérica, um auto-
hipnotizável. Entre as pessoas com a mesma "especialidade", o contágio psíquico é praticamente inevitável.

A doença ou sintomas que imaginam, realizam-se. Esta participação orgânica ou funcional como parte
integrante do pensamento consciente ou inconsciente, chama-se idioplasia, isto é, a idéia plasmada no organismo.

Doenças e moda - As doenças histéricas estão de acordo, muitas vezes, com a sintomatologia da doença
real, que se pretende imitar, como também poderão ser de sintomatologia completamente diferente, ou apresentar
"sintomas" de uma enfermidade realmente existente. Neste caso, os sintomas serão os que a imaginação popular lhes
tenha atribuído. Pelo mesmo motivo, as doenças ou sintomatologia histérica depende da moda.

No fim do século passado, quando se começava a estudar a histeria, ainda estavam na moda os "stigmata
diaboli", ou marcas da possessão demoníaca, como últimos estertores da mentalidade medieval da bruxaria. Ainda se
acreditava que o demônio marcava suas vítimas com zonas de anestesia e que provocava crises convulsivas com arco
de círculo. Milhares de pacientes apresentavam essa sintomatologia.

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No famoso hospital de Salpetriere, o dr Charcot e seus colaboradores consideravam os"stigmata diaboli" e as
convulsão, como característicos de "grande histeria".

Após demorados estudos e experiências, o Dr. Berheim não titubeou em afirmar que se tratava de uma
histeria cultivada: o médico encontrava no paciente aqueles mesmos sintomas que esperava encontrar. Só com isso,
provocava-os no histérico. Hoje, na maioria dos países, tem-se perdido o conceito de possessão diabólica em grandes
áreas da população. E de fato, desapareceram desses países as outrora tão abundantes "possessões diabólicas".
Nesses países, a idioplasia manifesta-se em doenças de acordo coma "moda": paralisias, espasmos, atrofias
musculares, tiques, tremores, coréias, afonia, tosse dispnéica, crises asmáticas, náuseas, vômitos e em geral, as mais
diversas doenças do aparelho digestivo; dores precordiais e taquicardias, asfixia, suores, urticária, edemas, erupções,
estigmas, etc.

No Brasil, a "possessão demoníaca" tem sido substituída pela "possessão de espíritos e entidades" (mas
também aumentam a possessão demoníaca em certas seitas). Estão na moda os transes convulsivos, gritos, rodopiar
sobre um só pé, olhos esbugalhados, tremedeira, insultos, falar imitando entidades ou espíritos, fumar cachimbo, beber
pinga, etc; terminando todo o teatro com um " deixar-se cair no chão, no mais completo relax (evidentemente que se
abusou do esforço, também o histérico precisa descansar)
Curandeiros diplomados-
Compreender-se-á que devem ser catalogados entre os curandeiros, também aqueles portadores de título
universitário de medicina que, estando imbuídos de idéias supersticiosas; na prática esquecem seus conhecimentos
médicos para agirem como vulgares e irresponsáveis. Lamentavelmente, em um país como o Brasil, inundado de
superstição, são muitos os médicos que na realidade "queimaram" seu diploma e devem ser considerados e
processados legalmente como curandeiros

A doença da "cura"-

Mas, na realidade, mesmo quando "curam"(por sugestão, uma doença também sugestionada), os
curandeiros e seus propagandistas merecem o apelativo de "criminosos inconscientes". O descontrole da imaginação e a
histeria são causados em grandíssima parte pelo ambiente em que se encontram essas pessoas psiquicamente débeis.
Os supersticiosos, vivendo um mundo de fantasia, perdem toda autodeterminação e senso crítico. Ademais,
destituídos de senso objetivo, deixam-se levar pela sua imaginação; e a emotividade e a sugestionabilidade lhes
fazem imitar as doenças. Doente imaginário ou histérico, "curado" do que realmente não padecia ou
simplesmente fingia (inconscientemente), aprofunda-se ainda mais nas redes da imaginação e fingimento, sendo
posteriormente ainda com mais facilidade, vítima de doenças imaginárias e histéricas...

É um círculo vicioso, verdadeira doença do ambiente em que vivem milhões de pessoas. Responsáveis
principais são os curandeiros (e seus propagandistas) que na sua ignorância ainda se vangloriam de seus êxitos
terapêuticos.

Na cura psíquica, o médico bem formado, saberá servir-se dos recursos psicológicos adequados, na justa
medida, sem incursões no perigoso campo da imaginação e da histeria alienante.

Normal e histérico-

Notemos que não há propriamente falando, pessoas histéricas, mas atitudes, fatos, sintomas, doenças
histéricas. A pessoa mais normal por outros aspectos, pode ser vítima (ou agente) de uma doença histérica. O ambiente
em que se vive, as idéias que abraçam, principalmente se são emotivas, são de suma importância. O supersticioso é, ou
pode ser em outros aspectos, a pessoa mais normal do mundo, mas acredita no feitiço. Nesse aspecto é um candidato à
histeria. Nesse tema (feitiço), o supersticioso não reage com senso crítico, objetivo. Mais ou menos conscientemente
simula estar " enfeitiçado" e com seu corpo fabula (fantasia) toda a sintomatologia que ele acha própria do enfeitiçado.
O simples perguntar pelos sintomas, será capaz de ocasioná-los.

Doenças orgânicas de srcem psíquica

É claro e demonstrado que uma doença que parece orgânica, mas que na realidade é de srcem psíquica
(psicógena), pode curar-se psiquicamente. Se o problema emocional causador da doença é sublimado, contornado,
superado, desviado, transferido,etc; podem desaparecer as reações orgânicas específicas que srcinou.

Perante uma doença psicógena, o curandeiro pode ter um êxito que, embora na análise global é pernicioso,
na aparência externa e na análise simplista é considerado sensacional..
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Paralíticos andam-

Um paralítico de ambas as pernas. Não se encontrava causa orgânica que justificass e a paralisia. Durante
um mês se lhe inculcou a idéia de que em determinado dia, no momento em que o relógio diante dele badalasse as três
da tarde, ele se levantaria.

Mas, horas antes ao momento designado, o homem esperava. Seu olhar estava fixo no relógio e o seu corpo
era sacudido por ligeiros estremecimentos. De repente, o som do relógio! O paralítico levantou-se e começou a caminhar
pela casa..

Suas pernas, atrofiadas por uma paralisia de quatro anos, não o mantiveram mais do que uns instantes,
porém, foi o suficiente para ele compreender que podia caminhar e, pouco tempo depois, fortalecidos seus músculos
pelo exercício de hábeis massagens, as pernas recuperaram o vigor normal.

Em determinadas ocasiões, é suficiente uma simulação de incêndio em uma sala de hospital e um "salve-se
quem puder" proferido pelos médicos e enfermeiros correndo precipitadamente; para devolver o movimento a muitos
paralíticos, bruscamente impelidos pela idéia de correr também eles, a fim de livrar-se do perigo.

Tem-se visto exemplos parecid os nos bombardeios. Pessoas paralisadas ou com enormes dificuldad es de
caminhar, desceram tão rapidamente aos refúgios, que elas mesmas se surpreenderam ao ver-se lá.

Hoje, a ciência médica especializada reconhece amplamente que inumeráveis doenças


aparentemente orgânicas, podem ser muitas vezes de srcem psíquica.

É impossível fazer a lista completa das doenças que são ou podem ser psicossomáticas, isto é, de
srcem psíquica com conseqüências orgânicas. A lista seria quase interminável.

Além das úlceras, são freqüentemente psicógenos os vômitos, falsas peritonites e sintomas de apendicite,
colites, insuficiência hepática, falta de apetite(anorexia), ar no estômago (aerofagia ou aerogastria), distensão do
abdome por gases produzidos nos intestino (meteorismo), constipação com espasmo ano-retal, etc.

Temos apresentado exemplos e experiências com referência às verrugas, eczemas, urticária e, inclusive,
tumores nos seios. Convém ainda incluir toda classe de edemas ou tumefações, vermelhidões, inclusive escamosas
(psoríase), furunculose, estigmas, etc.
Falsas causas orgânicas

Embora o exame somático e as análises clínicas freqüentemente não mostrem a menor alteração nos órgãos
(sua integridade pode ser absoluta), o que faz confusão no diagnóstico e tratamento, muitas vezes, os exames de
laboratório confirmam os sintomas orgânicos das doenças que citamos (e de outras muitas que poderíamos citar).
Revelam, por exemplo, certas anomalias da tensão arterial, secreções gástrica s, assim como índices de desequilíbrio
neuro-vegetativo e glandular, etc; e que na realidade são também expressão de desajustes psíquicos. Não causas, mas
efeito.

A hiper-tensão arterial, por exemplo, encontra-se freqüentemente entre as pessoas fechadas sobre si
mesmas.Com emoções refreadas (mesmo que ás vezes escape em estado de cólera), disfarçando seus sentimentos. O
conflito latente entre os sentimentos reais e o papel que se desempenha cria um estado de tensão permanente que
provoca uma secreç ão excessiva de adrenalina. Esta, por sua vez, provoca, por intermédio do sistema nervoso
simpático, uma constrição dos músculos lisos das paredes arteriais, gerando-se a hiper-tensão.

Os mesmos efeitos, causas diferentes

Muitas outras explicações referentes ao modo pelo qual as emoções ou o psiquismo em geral "se disfarçam"
como doenças orgânicas, tem sido esclarecidas pelas pesquisas do Dr. Selye e seus continuadores.

O Dr. Selye comprovou que o organismo tem uma maneira fixa de reagir a muitos estímulos diversos, e não
de maneira específica. O stress tanto pode ser provocado por intoxicações, infecções, golpes, fadiga, etc, como por
qualquer motivo psicológico.

De muitas maneiras se desequilibra o funcionamento normal do sistema endócrino. Estimula-se, de maneira


ainda insuficientemente conhecida, a glândula hipófise; conseqüentemente se hipertrofiam e segregam excessivamente
os córtex supra-renais, diminuindo paralelamente a atividade química-linfática. A conseqüência é que o estômago não

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digere os alimentos que contém proteínas e diminui muito o aproveitamento dos alimentos ricos em açúcares; libera-se o
fósforo e potássio intracelular. O paciente logo se sente débil, desanimado, esgotado.

Por outro lado, a falta de proteínas diminui a produção de anticorpos, levando o paciente a padecer reações
alérgicas, formação de tumores inflamatórios, infecções de toda classe, perda de peso, etc.

É evidente que além das doenças antes citadas, psicossomáticas, isto é, de srcem psíquica, mas com
repercussão orgânica, devemos citar outras muitas doenças, freqüentemente ainda com maior porcentagem psíquica:
insônia ou pesadelos, sonambulismo, temores e fobias de toda espécie, estados morosos, amnésia, enxaqueca; hábitos
nervosos como tiques, crispações ou roer as unhas (onicofagia); fumar, comer ou beber excessivamente, irascibilidade,
cleptomania e outros tipos de tendência anti-sociais.

Falsamente orgânicas, a maioria das doenças.

O Dr Allen Stoller afirmou recentemente que ao menos 50% dos doentes que procuram médico não
apresentam motivo orgânico capaz de explicar as perturbações de que se queixam. O Dr. Dale Groom indica a mesma
porcentagem. Tal porcentagem com respeito ao número de doentes

Com respeito ao número de doenças, os especialistas afirmam que 85% das doenças que até agora
foram consideradas orgânicas, são na realidade, resultado direto do impacto sobre o corpo, de um pensamento
carregado de afetividade (ou psicógenas, de modo geral). Tal afirmação pareceria fantástica se não estivesse
fundamentada por dados clínicos irrefutáveis.

Não iremos discutir aqui o significado que se deve dar às doenças de srcem psíquica: será meramente
conseqüência do funcionamento cerebral e seu influxo no funcionamento das vísceras? Será, como pretendem os
psicossomáticos da escola Norte-americana, mera histeria, devendo-se aplicar à maior parte das doenças, o que
conhecemos sobre histeria; ou as doenças são o modo de expressar-se do histérico, "a linguagem do corpo"? Ou, os
doentes psicossomáticos serão, em maior ou menor grau, neuróticos, traduzindo-se no seu organismo seus complexos,
seus conflitos, suas repressões, ou, simplesmente se trata só de pessoas que fatigaram excessivamente seu cérebro?

O fato é que existe um grandíssimo número de doentes e de doenças; por influência do psiquismo
sobre o organismo. E É SEMPRE GRAVE FOMENTAR O DESCONTROLE E INFLUXO DO PSIQUISMO, COMO
FAZEM OS CURANDEIROS.

Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 3 e 5, elaborada pelo CLAP.

32
Hip - Hiperestesia Indireta do P ensamento

Em primeiro lugar, os mecanismos da faculdade chamada HIP, ou Hiperestesia Indireta do Pensamento.


Todos os nossos atos psíquicos, de qualquer espécie, conscientes ou inconscientes, pensamentos,
recordações, sentimentos; se traduzem ou são acompanhados por reflexos físicos de diversas ordens . Por
exemplo, um falar muito diminuído, muito suave, muito subterrâneo; umas emanações do tipo magnético detectadas hoje
e medidas pelos russos, de uma hiperfrequência notável; uns reflexos na pele, reflexos também motores, etc.

Através deste mecanismo, os pensamentos de qualquer pessoa passam às pessoas que estão presentes;
tudo o que nós sentimos e imaginamos passa e não pode deixar de passar às pessoas que estão presentes. Essas
pessoas, inconscientemente, captam de uma forma direta, os reflexos sensoriais e indiretamente os pensamentos ou os
atos psíquicos que os provocaram. Este é o mecanismo da Faculdade Hiperestesia Indireta do Pensamento, a HIP,
mecanismo certamente complexo, impossível de ser explicado em poucas palavras.

Tudo o que as pessoas presentes sabem, o inconsciente também sabe. É lógico, portanto, que algumas
vezes o manifeste. A HIP se revela de duas maneiras: por contato ou sem contato. Quando é por contato, chamamo-la
cumberlandismo, por ser Eduardo Cumberland, o primeiro a descobri-lo e a apresentá-lo, inclusive, em demonstrações
públicas.

Muito conhecida tornou-se a menina Ilga K, de Trapene (Letônia). Filhas de pais sãos, desenvolveu-se
normalmente, mas intelectualmente, permaneceu muito atrasada. Aos oito anos balbuciava como uma criança de dois.
Nunca aprendeu a ler, nem a calcular. Não passou do conhecimento isolado das letras e dos algarismos. Pois bem, aos
nove anos, apesar de ser incapaz de ler e calcular, quando se concentrava, Ilga lia qualquer parágrafo em qualquer
língua incluindo Latim e Grego antigo; resolvia problemas matemáticos, contanto que alguém (principalmente sua
mãe) os tivesse em sua presença, lendo mentalmente o mesmo parágrafo ou pensando na solução do problema.
Discutia com professores universitários sobre qualquer tema: "sabia" (sem compreender nada) ; tanta matemática quanto
os professores de ciências exatas; discutia com os catedráticos de medicina... (captava por HIP, a resposta dos
próprios pesquisadores)

Investigações sucessivas, rigorosas, continuadas; de especialistas de vários países demonstraram


que se tratava de um caso de manifestação de HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento- Nosso inconsciente, às
vezes, pode manifestar (casos especiais ou pessoas especiais) tudo o que as pessoas presentes (a poucos metros,
pois depende dos sentidos) conhecem, incluindo conhecimentos inconscientes. Nosso inconsciente é um sábio
prodigioso.

Texto extraído do livro "O que é Parapsicologia"de Oscar G. Quevedo- Edições Loyola.

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Hiperestesia Direta

A percepção hiperestésica- Hiperestesia (de hiper=sobre; estesia=sensação) significa exaltação da


sensação. Hiperestésico é quem capta e pode manifestar estímulos mínimos. As pessoas que manifestam com
alguma freqüência esse fenômeno e por extensão outros fenômenos extra-normais, são chamados "sensitivos".
(Metagnomo seria quem manifesta fenômenos paranormais).

A hiperestesia em certos animais - se olharmos para certos animais, ficaremos pasmados com a
hipersensibilidade que podem ter seus sentidos, fundamentalmente iguais aos nossos. As borboletas machos da espécie
"Arestias selene" são atraídas pela fêmea, na época do cio, até a distância de 11 quilômetros. Um cachorro de caça se
guia por uma admirável hiperestesia do olfato sobre o mínimo cheiro de que fica impregnado o chão pisado há uma hora
ou mais por um coelho por exemplo, que passou por lá.

A sensibilidade dos sentidos de certos animais serve para alertar-nos e obrigar-nos a admitir a
possibilidade da hiperestesia no homem, ao menos uma hiperestesia inconsciente.

De algum modo, todos somos hiperestésicos, isto é, todos somos capazes de captar com os
sentidos, estímulos mínimos. Ás vezes estes estímulos são tão pequenos que o consciente não tem modo de
reagir e cair na conta da percepção hiperestésica inconsciente. São sensações inconscientes.

O doutor Hereward Carrington descreve uma experiência interessante a respeito de algumas destas
sensações inconscientes (no caso, subconscientes):

Introduzida uma pessoa numa sala na qual nunca tinha estado, damos-lhe somente uns quatro ou cinco
segundos para que observe tudo o mais que puder. Após sair da sala, poderá se lembrar de uns 15 ou vinte objetos.
Mas se for hipnotizada em seguida, para aproveitar as sensações que de fato teve e das quais não consegue lembrar
conscientemente, observaremos que poderá lembrar, sob o efeito da hipnose, que faz surgir certas sensações
inconscientes, mais uns 40 ou 50 objetos que estavam na sala e dos quais só inconscientemente teve conhecimento.

Todas estas sensações, tão pequenas que o consciente não percebe habitualmente, são tipos do que
chamamos hiperestesia.
Precisamente porque o consciente não capta, direta ou normalmente, tais sensações, é difícil determinar o
número e qualidade delas. Existem, porém, e são, entre outras coisas, o fundamento da tão discutida "propaganda
subliminar".

Exemplo: Numa fita de filme de cinema, grava-se num só fotograma e em segundo plano, suavemente a
palavra "sangue". Num outro fotograma, e também pouco nítido, uma caveira. Quando a fita for projetada, numa cena de
horror, ninguém poderá dar-se conta nem da palavra "sangue" nem da caveira. A ínfima sensação porém ser captada
inconscientemente e, surgindo à tona, a impressão de terror do filme, é ou pode ser aumentada.

Hiperestesia Consciente Também o consciente pode chegar, pelo treino, por exemplo, a graus
fantásticos de hiperestesia. Os marinheiros chegam a enxergar objetos a distâncias muito superiores às que
atingem pessoas dedicadas a outras profissões. Alguns pintores chegam a distinguir matizes nas cores
completamente indiferenciáveis para a maioria das pessoas. Certos selvagens possuem, pelo exercício, um
ouvido que supera a sensibilidade do mais sensível microfone, e um olfato que lembra o dos cac horros de caça.

Por Oscar G. Quevedo S.J. - Livro: "A face Oculta da Mente" - Ed Loyola

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Telergia

Telergia é a causa invisível, a força que golpeia ou move os objetos. Telergia é a energia somática
transformada e exteriorizada, que depende do indivíduo vivo.
Ao longo da história, a telergia ou aspectos dela mais ou menos precisos, com mais ou menos "adornos" tem
recebido diferentes nomes segundo as diferentes pesquisadores que "as descobriram". Zoroastro fala do "fogo vivente",
Heráclito, de "fogo gerador"; as antigos ocultistas, do `espírito de vida"; Sto Tomás, de "força vital"; Mesmer de
magnetismo animal"; Cazzamalli, de "antropoflux". 0 prof. Blondot falou de raios "N", a maior fonte de tais raios se
encontra no homem.
O primeiro cientista que cunhou a palavra telergia foi Myers, um dos fundadores da S.P.R.: Tele= longe,
Ergon= trabalho. Toda a atividade muscular e nervosa, da mesma maneira que as idéias e as emoções, vão
acompanhadas ou comandadas por atividades elétricas. Há mais de trinta anos se sabe que o organismo humano
produz correntes elétricas. Ora, pela física se sabe que toda corrente elétrica produz um campo magnético.
Eis um primeiro passo na compreensão do "magnetismo animal" ou o que a Parapsicologia chama de
telergia. É lógico pensar que numa pessoa normal esse magnetismo ou algo equivalente, seja normalmente
imperceptível, mas será que em estado de transe certas pessoas "especiais", dotadas parapsicológicas, não poderiam
manifestar mais "magnetismo" mais telergia?
Em 1947, o dotado Angelo Achille foi estudado pela "Societá taliana di Metapsichica", sob a direção do Dr.
Maurogordato, comprovando-se por meio de um eletrodo em cada mão, em contato com um medidor, que na realização
dos fenômenos parapsicológicos manifestava um potencial elétrico de 200 milivolts, enquanto que nas pessoas normais
oscila entre vinte e quarenta. Os fluidômetros. construíram-se múltiplos aparelhos para demonstrar a existência de
"fluidos" (um aspecto da telergia). Entre outros podemos citar o magnetômetro de Fortin, o estenômetro de Joire, o
biômetro de Baraduc, o zoomagnetômetro de La Fontaine, o zoomagnetômetro de Wall, o motor de fluído de Tromelin, a
ventonhia de Geoagriault. Também se recorreu à câmara fotográfica.Foram muitos os pesquisadores que trabalharam
com este método: Chaigneau, Colombés, Majewski, Dargetz, Braudt Girod, Bonnet, Le Fanc, Lancelin, Durville... entre
outros.
0 Coronel Albert de Rochas comprovou, muitas vezes, com dotados,que "quando estes estão suficientemente
perto da placa, o fluido que se desprende deles influi sobre a película sensível, assemelhando-se em tudo a "fotografia"
aos eflúvios que os sensitivos desprendem dos dedos". Rochas, e já antes, o inventor do método, o físico russo
Narkiewicz Iodko,
eletricidade normal,comprovaram
pois esta eraem milhares
sempre de experiências
a mesma quemuito
e a fotografia a impressão
diferentena
emplaca fotográfica
intensidade não dependia
segundo da
as diversas
pessoas. E somente os dotados de faculdades parapsicológicas as vezes, conseguiam impressionar a placa de modo
notável. Mais ainda: os dotados, as vezes, conseguiam impressionar a placa imediatamente, enquanto as outras
pessoas demoravam até meia hora para conseguir um efeito mínimo. Também se efetuaram experiências com a mão de
um cadáver, comprovando-se que não produziam nenhum efeito. Pouco importa se esta telergia é uma condensação, ou
condução da eletricidade ambiente, ou de qualquer outra causa normal. É um efeito "à margem do normal", é próprio de
pessoas em situações "especiais". Se os efeitos fossem normais devidos a causas físicas ou químicas em atuação
comum, como defendiam os adversários do fluído; ou se tratasse de uma energia humana especial, manifestada por
todos os homens, segundo o evidente exagero de alguns "fluidistas", todas as placas fotográficas seriam veladas na sua
fabricação devido as numerosas manipulações que sofrem. Mas, este é um efeito que só os dotados conseguem: é um
efeito parapsicológico. Psicobulia. De Bulia = vontade; Psijé= alma. Esta energia depende da vontade inconsciente do
dotado. 0 Dr. Ochorowicz estudou com um galvanômetro a famosa dotada Stanislawa Tomczyk, que, "quando queria"
(muitas tentativas), mas não sempre que queria, mudava o sentido da corrente elétrica, desviava a agulha de vinte a
cinqüenta graus; Ochorowicz mudava as conexões com um "comutador invisível", e o desvio da agulha continuava no
mesmo sentido porque a doada ignorava a mudança. Trata-se, em todos os casos até agora citados, de comprovações
mínimas e por isso, mais freqüentes, da telergia. Várias teorias foram lançadas.
A teoria da bio-eletricidade (a telergia seria análoga à eletricidade com algumas variantes própria da biologia
humana). Outras teorias visam mais a transformação da energia somática, como as teorias metabiótica, biopsíquica,
ezopsíquica... As teorias psicodinâmica, anímica, etc. apesar da terminologia menos material, referem-se na realidade, à
energia corporal. A teoria atomística também expressa os mesmos conceitos com nomes mais modernos... Bem
analisadas, todas as teorias concluem que a telergia é uma energia fisiológica; todos estão de acordo em que é uma
exteriorização e transformação das energias fisiológicas. Para a física moderna a energia é uma só, que se conserva e
que se transforma segundo os diversos efeitos que realiza. A energia térmica, por exemplo, nos organismos vivos, que
pela sua vez provém da energia química da combustão do oxigênio do ar, transforma-se em energia mecânica de onde
provém os movimentos. A mesma energia térmica pode se transformar em energia luminosa, como nos animais
fosforescentes (o pirilampo), ou em energia elétrica como na raia, por exemplo.
Os fenômenos extra-normais de efeitos físicos (fenômenos telérgicos), sejam quais forem, não são outra
coisa que exteriorizações e transformações diversas do organismo do dotado. Essa energia fisiológica exteriorizada e
transformada para realizar fenômenos parapsicológicos é a que chamamos telergia. Assim já o compreendera, por

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exemplo, Mackenzie que identificara as teorias bioelétrica, metabiótica e atomística. Crookes confirma o anteriormente
exposto, sob os nomes de força psíquica e força vital. Dizia: "penso ter descoberto o que se utiliza para desenvolver esta
força psíquica (responsável pelos fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos). Depois de ter sido testemunha do
penoso estado de prostração nervosa e corporal em que algumas das sessões deixaram a Home (grande dotado),
depois de tê-lo visto num estado quase completo de desfalecimento, estendido no chão, pálido e sem cor, quase não
posso duvidar que a emissão da força psíquica vai acompanhada do esgotamento correspondente da força vital".
A telergia pode completar-se com a colaboração dos assistentes. Se é assim, recebe o nome de efeito
polipsíquico, isto é, colaboração de forças "psíquicas" (em realidade, físicas) de várias pessoas para produzir um
determinado fenômeno (Polys= muitos; Psijé= alma, psiquismo). Ochorowicz tinha-o chamado mais exatamente
»=`simbiose psicofisiológica". A telergia é algo material; sua sutileza pode, porém, ser em algumas circunstâncias muito
notável. Assim Jouriovitch constatou que a telergia (ou como a chamava ele, raios "Y")emanada de certos dotados,
atravessava as chapas metálicas com um poder do penetração superior ao dos raios X mais puros e dos raios gamma
do radium. Esta telergia atravessava até placas de chumbo de três centímetros de espessura colocadas a um metro de
distância do dotado em transe, embora a interposição destas chapas diminuísse os efeitos dos raios "Y". Chapas mais
espessas, essas mesmas, à maior distância, não eram atravessadas.
Exagero nos USA. Se todos os fenômenos parapsicológicos de efeitos físicos devessem a uma força mental
(?), como exageradamente pretende a escola norte-americana, os fenômenos seriam plenamente independentes da
natureza dos obstáculos que se interpusessem entre os dotados e os objetos a serem influenciados, e seriam também
independentes da distância, do tempo...
Na realidade, pouquíssimos (ou nenhum) fenômeno parapsicológico de efeitos físicos (por exemplo, tiptologia
ou telecinesia, que imediatamente estudaremos, podem ser detectados (com gravadores ou filmadoras automáticos, por
exemplo...) na ausência de pessoas (de dotados). Por isso nós denominamos estes fenômenos de extranormais, isto é,
sensoriais, físicos.

Revista de Parapsicologia número 14, elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de Parapsicologia

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Sugestão

Todos somos sugestionáveis. Uns mais, outros menos. Existem pessoas que se habituaram, desde cedo, a
só agir em obediência às idéias e aos sentimentos dos outros. Têm vontade fraca e aceitam, sem questionar, as
sugestões que lhes são dadas. São as famosas ‘vaquinhas de presépio’. Morrem de dificuldade na hora de dizer NÃO.

Somos essencialmente imitadores. A força de persuasão da moda está aí e não me deixa mentir. As novelas
e alguns comunicadores têm conseguido mexer com a cabeça de muitos e até alterar comportamentos e o jeito de falar.

A sugestão pode vir também pela repetição. O provérbio diz que " água mole em pedra dura em pedra dura
tanto bate até que fura ". E é verdade. Certas coisas afirmadas repetidas vezes acabam por ser aceitas como
verdadeiras. Cuidado, portanto.

As forças sugestivas também têm graus. Existem indivíduos que jamais serão bons vended ores ou
candidatos bem-sucedidos no campo da política. Seus argumentos e seu todo não conseguem impressionar os ouvintes.
Por outro lado, sabemos de pessoas que têm tanta confiança em si que conseguem influenciar favoravelmente os que
estão à sua volta.

Hoje a propaganda virou arte. Há todo um aparato que pode reforçar a idéia que se quer passar. A voz deve
transparecer a convicção de que o orador está imbuído. O tom deve ser natural e vigoroso (sem autoritarismo). A
escolha das palavras também é importante. Tem palavras que são fortes por sua natureza. Os gestos e a postura
exercem também grande influência. Tudo é válido quando o objetivo é impressionar.

O sucesso da sugestão está no fato de ser um apelo dirigido ao sentimento e às emoções mais do que à
razão. É o sentimento a mola que faz mover as multidões. A História tem exemplos interessantíssimos de líderes que
levaram milhares de pessoas a agirem de maneira impulsiva em obediência ao comando do chefe.

A AUTO-SUGESTÃO é quando a pessoa passa uma ordem à sua própria mente. Os casos de auto-sugestão
multiplicam-se nestes tempos atribulados de crise. Cito alguns.


A jovem que perdeu o sossego porque ‘viu um vulto na casa’. Pode até ter visto mesmo, mas é bom
lembrar que a sugestão e o medo fazem ver o que não existe (alucinação).
• A família que ficou apavorada com o aparecimento de feitiço na soleira da casa. Adeus paz...
• Outra jovem católica que passou a sentir calafrios e perturbações quando voltava de um terreiro,
impressionada com as várias estátuas de Exu que lá encontrou.
•Outras pessoas que julgavam-se muito doentes e que melhoraram sensivelmente quando o último
exame médico apresentou resultado negativo. Com a notícia, as dores e os achaques desapareceram como por
encanto.
• Muitas simpatias podem influir nas pessoas sugestionando-as, embora não tenham nenhum valor
terapêutico.

Muitos distúrbios psicológicos graves que são levados aos divãs dos psiquiatras começaram pela auto-
sugestão.

Que lições tirar de tudo isso? Diria apenas que a sugestão é uma poderosa arma de dois gumes. Oxalá o seu
potencial fosse canalizado sempre para a construção de um mundo justo e fraterno, do qual as novas gerações
pudessem dizer orgulhosamente, no futuro, "aqui vale a pena se viver".
Pe. Jayme de Moura Pereira

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Psi-Gamma

A Parapsicologia demonstra que existe a Psi-Gamma, também chamada de " Percepção


Extrassensorial"(ESP).

Em todas as épocas e povos há circunstâncias em que se conhecem fatos longínquos e mesmo futuros. Tal
conhecimento não pode se atribuir aos sentidos.

Apesar das grandes dificuldades encontradas; em laboratório se demonstrou que o homem pode manifestar
conhecimentos extrasensoriais, tanto para adivinhar pensamentos (telepatia), como acontecimentos físicos.
(clarividência)

Psi-Gamma
parapsicologia amplia oé espaço
inconsciente e incontrolável.
da realidade. Este novo mundo
Esta descoberta não material
revoluciona (logo, aespiritual)
os valores, conduta descoberto
humana e pela
as
instituições sociais.

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Telecinesia

Telecinesia. De tele= ao longe; kinesis= movimento. Consiste em utilizar a telergia para mover objetos
"à distância", isto é, sem contato normal. Experiências de Laboratório. 0 primeiro dotado em telecinesia que foi
estudado cientificamente foi Angélique Cottin, moça de catorze anos. Começou com telecinesias, no dia 15 de janeiro de
1846, "assombrando" a casa onde vivia; uma mesa próxima a ela começou a se agitar sem causa aparente; um pesado
cortiço e os mais variados objetos realizavam os movimentos mais inverossímeis. 0 Dr. Tanchou, depois de estudar o
fenômeno, declarou autênticas as telecinesias, sem poder apresentar, contudo, explicação alguma.

A academia de ciências do Paris nomeou uma comissão que declarou que as experiências com a menina
deviam ser consideradas nulas, e tudo porque a menina não tinha realizado diante deles nenhuma telecinesia. Estamos
cansados de repetir à saciedade que os fenômenos parapsicológicos são espontâneos e que não podem efetuar-se à
vontade. Negaremos por isso a autenticidade do fenômeno? Mais tarde o Dr. J. E. Mirville, analisando os argumentos em
prol e em contra manifestou-se decididamente a favor da telecinesia real no caso de Angelique Cottin.

0 mais importante dotado da história foi Daniel Dunglas Home. Com este dotado, as primeiras experiências
realizaram entre 1867 e 1868, dirigidas pelo Visconde Adare, na sua residência particular. Em certa ocasião uma mesa
ficou suspensa, a quase meio metro de altura, durante bastante tempo, facilitando a observação. Em outra oportunidade
esta mesma mesa foi pousar sobre outra cheia de objetos. Em outras ocasiões se levantou a sessenta centímetros,
deteve-se elevando-se até chegar à altura de 1,52 metros. Home realizava as experiências em plena luz. Home, no fim
da vida, foi estudado pelo grande físico-químico, pesquisador dos raios catódicos, William Crookes e pela Sociedade
Dialética de Londres que confirmaram o fato inegável de que alguma vez Home movia objetos sem contato normal.

Outra grande dotada foi Eusápia Palladino, apanhada várias vezes em truque, mas todos os pesquisadores
sem exceção, terminaram por reconhecer que também, muitas vezes, fazia telecinesias autênticas. Tal ponto que
Howard Turston, considerado o melhor mágico da sua época, ficou convencido, depois de estudá-las e ofereceu uma
soma de mil dólares a uma instituição de caridade se algum fosse capaz de demonstrar que Eusápia Palladino não era
capaz de levantar uma mesa sem o recurso de algum truque. Diversos aparelhos para medir movimentos ou pressões,
situados longe do médium, faziam registros diretos das sessões. Estas costumavam efetuar-se com freqüência no
laboratório do Instituto Geral de Psicologia de Paris ou no Laboratório de Psiquiatria da Universidade de Turim.
Geralmente Eusápia avisava no momento em que pressentia que se iam produzir as telecinesias. Não havia surpresa, a
atenção dos pesquisadores se multiplicava incentivando-se uns aos outros a tomar as precauções para evitar qualquer
fraude.

Os irmãos Scneider, Willy e Rudy, a Srta. Gollinger, Pasquale Erto, a menina Florrie, Guzik, etc. Entram
dentro do número dos melhores dotados nesse tipo de fenômeno. O último, Guzik realizou trinta sessões em 1922 e
cinqüenta em 1923. Os pesquisadores foram selecionados entre os melhores. Passavam de oitenta, e entre eles, trinta e
cinco eram especialistas. Após longos anos de estudo nesta matéria, homens de ciência, de reconhecidos méritos,
assinaram um documento famoso que a não ser pelos preconceitos, deveria ter valido como definitivo em favor da
telecinesia.

Casos espontâneos semelhantes, são relativamente freqüentes. A telecinesia é realizada pela telergia. A
força que movimenta os objetos é material, física, com peso, massa e estrutura. Em maior ou menor grau, mais ou
menos densa, mais ou menos perceptível; mas sempre material. A telecinesia realiza-se sempre nas proximidades
do dotado; a distancia dificilmente supera os dez metros e este fato é raro . Estando sempre os efeitos em
proporção com a quantidade de e a natureza dos obstáculos interpostos entre o dotado e o objeto.

0 mais freqüente é que a força motora não seja visível (telergia); algumas vezes o é (ectoplasma) ..
Mas quando invisível, pode se descobrir sua presença graças às suas qualidades materiais, por exemplo, feixes de raios
infra-vermelhos são absorvidos.. ou desviados pela telergia, como nas experiências do Dr. Osty. Sua identidade é
verificável. Price construiu um aparelho ao qual chamou telecinescópio. Tratava-se essencialmente, de um contato
elétrico para fazer soar uma campainha, encerrado dentro de um recipiente fechado salvo na direção da possível
influência telérgica do dotado. Dentro deste recipiente havia outros dispositivos especiais para descobrir se a força física
entrava no interior. A campainha soava insistentemente no transcurso de algumas experiências e os outros dispositivos
detectavam que algo físico tinha penetrado no aparelho.

Concluindo, podemos dizer que a telecinesia é o nome técnico que se tem dado à telergia quando
esta movimenta objetos.

39
Revista de Parapsicologia número 14, elaborada pelo CLAP.

40
Telepatia

Telepatia significa, a rigor, etimologicamente, "sofrimento à distância". Myers comprovou que era por
ocasião de acontecimentos tristes que, com mais freqüência sucedia o conhecimento de aparência paranormal.
Mas logo a palavra telepatia se tomou no sentido mais geral de "sensação à distância ou percepção à distância".

Definimos a telepatia como a "percepção paranormal do conteúdo de um ato psíquico". A transmissão


do pensamento ou a adivinhação do pensamento é só um aspecto da telepatia, não abrangendo todos os tipos de
telepatia.

Na telepatia sobre o inconsciente aparece freqüentemente o mecanismo em "L" ou a "três". O percipiente


capta em meu inconsciente, por exemplo, idéias que eu captei inconscientemente em outra pessoa ou na realidade
física. O(B)
pessoa inconsciente de uma
que está junto com pessoa
(A) pode(A) captapor
captar algo por telepatia,
simples maso seu
HIP em (A) que consciente não telepatia.
(A) captou por fica sabendo. Uma outra

Exemplo: Foi notabilíssimo o sensitivo sueco Emanuel Swedenborg. Em estado absolutamente normal, ao
menos aparentemente, em vigília, enquanto jantava com um industrial, Swedenborg anuncia a seu anfitrião que a fábrica
estava pegando fogo. Comprovou-se imediatamente que o aviso era certo e oportuno. Provavelmente foi o próprio
industrial quem captou inconscientemente o incêndio: a desgraça interessava a ele; os amigos do industrial que
assistiam ao incêndio tinham o pensamento voltado para o industrial, não para Swedenborg. Parece muito provável que
a percepção clarividente (do incêndio) ou telepática (pensamentos, atos psíquicos das pessoas que estavam sabendo do
incêndio) fosse realizada pelo inconsciente do industrial. A faculdade psigâmica do industrial captou o fato, o aviso, mas
ficou no inconsciente. Foi lá que Swedenborg captou, por HIP (Hiperestesia Indireta do Pensamento), a mensagem e a
passou para o consciente.

Da observação e análise dos casos espontâneos, pode-se deduzir que:

"Adivinhar" (por Telepatia ou HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento) as idéias excitadas no


inconsciente de outra pessoa é mais fácil e freqüente do que "adivinhar" as idéias conscientes.

inconscienteAmesmo
excitaçparanormal,
ão no incons
etc.ciente pode dever-se a associação de idéias, emotividade, percepção

A captação por parte do percipiente (pessoa que capta) pode ser paranormal, embora freqüentemente
seja só Hiperestesia Indireta do pensamento. Sendo porém, o aspecto externo do fenômeno, idêntico; ambos os
tipos de captação são reunidos por nós na classificação TIE (ou HIE) " Telepatia (ou Hiperestesia) sobre o
Inconsciente excitado.

A TIE (Telepatia sobre o inconsciente excitado) freqüentemente é a "três" ou em "L", isto é, quando se capta
em uma pessoa o que esta pessoa captou em outra (Telepatia) ou na realidade física (Clarividência).

Exemplo: Uma senhora tinha saído para passar o fim de semana com uns amigos que viviam no campo, a
várias milhas de distância.O marido ficou em casa, ligeiramente indisposto. A senhora, já ao cair da tarde, experimentou,
de repente, um impulso irresistível de voltar para casa. Os amigos se opunham: a hora era desapropriada. A senhora,
aliás, não podia dar nenhuma explicação racional de seu súbito e absurdo desejo. Só experiment ava a sensação geral
de que algo não ia bem com o marido. Voltou. Ao chegar encontrou a casa em chamas, devido, segundo se investigou, a
uma faísca que tinha pulado da lareira. O marido dormia no andar superior totalmente alheio ao que acontecia. Se a
senhora tivesse demorado mais, o acidente teria sido fatal.

Tudo indica que devemos classificar este caso como TIE, Telepatia sobre o inconsciente excitado: o
pequeno cheiro, barulho, etc, do incêndio que começava no andar térreo, sendo captado mais ou menos
hiperestesicamente, excitou o inconsciente do homem adormecido. A idéia do esposo inconscientemente excitado pelo
perigo foi captada pela esposa, preocupada, e pode chegar a tempo de evitar a catástrofe.

A nebulosidade, a sensação indefinível experimentada pela receptora, é característica freqüente,


especialmente na recepção em estado de vigília (acordado, desperto). É o inconsciente que capta a mensagem e
não é fácil em pessoas normais, que esta percepção incon sciente "suba" até o consciente. Por isso a
necessidade, em muitos casos, de alguns dos sistemas de manifestação: escrita automática (psicografia),
pêndulo (radieste sia), mesa giratória, bola de cristal, etc... Em sonhos, porém, e em outros estados nos quais

41
está mais "aberta" a porta do inconsciente, como no transe, hipnose, histeria, delírio, etc, pode-se alcançar uma
claridade quase fotográfica na alucinação correspondente à percepção da mensagem te lepática.

"Antes de Myers, a telepatia era denominada "transmissão de Pensamento", dando a impressão de


que algo havia sido transferido através do espaço, oferecendo certa confusão em sua compreensão.

Se a Telepatia fosse radiação física deveria ser gerada por uma matéria transmissora. Ora, a telepatia pode
alcançar enormes distâncias e até agora não se encontrou um transmissor capaz disso nem no corpo nem no cérebro
humano. Do mesmo modo deveria existir um receptor correspondente. Toda radiação física conhecida obedece à lei que
relaciona inversamente com o quadrado das distâncias. Ora, a telepatia não obedece a essa lei.

Os físicos possuem instrumentos instrumentos sensibilíssimos e nunca captaram radiações


telepáticas. Admitir uma teoria física da telepatia seria admitir entre emissor e receptor uma cadeia de causas e
efeitos físicos perceptíveis. A realidade mostra que o espaço em nada influi na telepatia.

A causa da telepatia deve ser espiritual e não física pois a telepatia não tem forma, nem tamanho,
nem dimensão e independe de posição no espaço." (Revista de Parapsicologia número 15, pg 23)
Por Oscar G. Quevedo S.J.- livro: "A Face Oculta da Mente" - Ed. Loyola.

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Telepatia Teatral

Parque do Ibirapuera, domingo por volta das 15.00 h, entre a Praça da Paz e ponte sobre o lago. Um círculo
formado por pessoas que compõem uma platéia; no centro, um sujeito sentado de olhos vendados- "o professor"- e outro
de pé que circula em volta do público, muito falante-"o apresentador".
O Show- Na primeira parte, o apresentador comunica que farão números de telepatia. Para isso, solicita à
platéia que lhe entreguem documentos de identidade. Várias pessoas lhe apresentam documentos; pega-os, seleciona
aleatoriamente um deles e começa a fazer perguntas ao "professor". Perguntas sobre o número do documento, nome da
pessoa, data de nascimento, filiação; e o professor rapidamente responde corretamente. O mesmo é feito com relação
aos outros documentos e o índice de acertos é de 100%. Final da apresentação- suponho que como todos os bons
artistas de rua (e estes são competentes e hábeis) irão "passar o chapéu" (pedir contribuição). Ledo engano.
Algo mais que Show- Inicia-se a segunda parte da apresentação. O apresentador diz que o professor é um
paranormal, que está ali para provar a existência e a verdade do espiritismo. Que tem poderes de revelar qualquer coisa
sobre o passado, presente e o futuro das pessoas; sabe tudo sobre quem e o que as estão atrapalhando, e como
"derrotá-los". "O professor pode ver se você está sendo traído, como ganhar dinheiro, porque está desempregado, a
razão de sua infelicidade"(sic).
O professor levanta-se e retira a venda, e o apresentador afasta-se. O professor pergunta: quem gostaria de
fazer uma consulta? Muitas mãos levantam-se. Ele anuncia que irá atender 13 pessoas e como tem muitas despesas, irá
cobrar cinco reais (aproximadamente cinco dólares) de cada uma. distribui senhas em troca do pagamento e aponta um
lugar no parque onde fará a consulta individual. Depois da consulta, o consulente recebe um cartão com endereço e
telefone do "consultório do dotado" e é orientado no sentido de marcar outra consulta.
Análise do Acontecimento- A primeira parte da apresentação é basicamente composta de um número bem
feito de telepatia teatral (Show de Adivinhação), técnica conhecida há muito tempo. Até aí, estamos diante de uma
apresentação de mágica. Na segunda parte, utiliza-se da impressão causada no público pelo número de magia para
denominar-se paranormal e ludibriar sua boa-fé, apropriando-se de seu dinheiro. Sabemos da existência de fenômenos
paranormais (telepatia, clarividência e precognição) mas com hora marcada e a bel-prazer do dotado, é prudente
suspeitar-se de truque. Lembremos que a primeira hipótese a se analisar diante de um fenômeno de aparência
parapsicológico é a fraude.
Sabendo-se que esse tipo de prática está disseminando na cidade de São Paulo (semanal no parque do
Ibirapuera
nossa e diária naque
interpretação Praça da deparar
ao se Sé), bemcom
como por vários lugares
o "telepata"solicite em todo
a este o País.
adivinhar Sugerimos
o número ao leitor ainda
do documento queduvidoso de
se encontra
em seu próprio bolso e que não seja do conhecimento de nenhuma outra pessoa que se encontre na situação.
Certamente, o "dotado" irá utilizar todo o tipo de justificativa, mas não dirá o número do documento.

Jayme J. Roitman

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Osmogênese Parapsicológica

Osmogênese Parapsicológica
Entende-se por osmogênese o aparecimento parapsicológico de odores (do grego
gêneses=produção; osmé=odor).

Passaremos por alto falsas osmogêneses obtidas por truques, as vezes grosseiros

Como todo fenômeno parapsicológico de efeitos físicos, a osmogênese se deve a exteriorização e


transformação da energia somática. Deve-se à tele rgia. De uma maneira até hoje não bem conhecida e ainda não
bem compreendida, esta energia, que segundo os físicos, é uma só com diversas transformações; em
determinadas circunstâncias parapsicológicas deixa de ser tecido humano, ou térmica, ou motora, etc e se
transforma em odorífica.

Neste artigo focalizamos a osmogênese entre os místicos católicos, por ser muito mais freqüente. Não
damos importância à diferença numérica; no entanto, a vida dos místicos e santos católicos tem apresentado,
incomparavelmente mais casos de fenômenos parapsicológicos do que qualquer outro grupo.

Destaquemos que a ação da telergia para a osmogênese pode ser indireta, isto é, em vez da própria telergia
apresentar-se como cheiro, poderiam, em certos casos, acontecer aportes de partículas odoríferas de flores próximas.

Osmogênese Milagrosa
Em cadáveres de santos-

Se certos fenômenos de osmogênese em vida são difíceis de serem explicados, muito mais o são na
morte e depois, quando pela lei natural, segue a deteriorização e conseqüente estado de putrefação. Quando se
poderia esperar emanações fétidas provenientes da decomposição, surge do cadáver de muitos santos, um
aroma próprio, caracterí stico, não identificável com aromas naturais ou artificiais , perdurável. É a isto que se
denomina "odor de santidade". Durante toda a história este fato só foi verificado com o corpo de alguma pessoa
santa, sempre no meio católico.

Um dos casos melhor comprov ados é de santa Teresa de Jesus. Durou a osmogênese pelo menos 6 anos
após sua morte com muitas verificações

Uma sucinta relação de nomes de santos mais conhecidos que se verificou a osmogênese em seus corpos:

São João de Deus: Vinte anos depois da sua morte, seu corpo exalava suave perfume.

São Pascoal Bailão: 19 anos depois, por exumação do corpo incorrupto emanava suave fragrância.

São João Facundo : 54 anos após sua morte, por ocasião de sua transladação, emanou extraordinária
fragrância.

São Vicente de Paula: 77 anos após a morte, apesar de estar seu corpo reduzido a pó, dele provinha o típico
"odor de santidade".

São Tomás de Vilanova: 27 anos depois, uma fragrância notável.

Santa Teresa de Ávila : com maravilhosa fragrância, 6 anos após.

São João Câncio: 130 anos após, do corpo reduzido a pó, emanavam suaves odores.

Os exemplos citados, para não aumentar indefinidamente o número, são bastante para dar uma idéia da
extensão do fato inexplicável do "odor de santidade" verificado em cadáveres, incorruptos ou não, em meio católico.

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Se é possível que em vida de algumas pessoas, santas ou não, se verifique o fenômeno da osmogênese e
que este fato tenha uma explicação natural, telérgica, exteriorização e transformação da energia somática em
determinadas situações de excitação psicológica ou parapsicológica, esta mesma explicação se torna insustentável ao
se tratar de um corpo morto.

Poderia ainda pretender-se alguma explicação natural desconhecida quando o fato é verificado logo depois
da morte ou poucos dias depois: talvez fosse uma continuação ou conseqüência no cadáver do influxo sobre o
organismo. Mas nenhuma ciência poderá explicar o fato, verificado há muitos séculos, que continua ocorrendo e
que está confirmado por estudos aprofundados, do "odor de santidade" nas suas características específicas e,
significativamente, fenômeno relacionado exclusivamente com santos católicos.

Em lugares-

Embora muito rara, a osmogênese supranormal ou milagrosa, como pode ser verificada com determinados
cadáveres de santos, é também verificada em determinados locais, independente de pessoas, mas ligada a alguma
manifestação divina. No dia 12 de Abril de 1947 Bruno Cornacchiola acompanhado por seus três filhos, Isola de 10 anos,
Carlo de 7 e Gianfranco de 4 anos estava dando um passeio pelo campo, nas proximidades de uma gruta. Gianfranco
olha para a gruta e cai de joelhos, com as mãos postas dize ndo: "Que bela Senhora, que bela Senhora".
Sucessivamente acontece com os demais e finalmente com o Pai que era totalmente indiferente religiosamente. A
"aparição" (visão) dizia chamar-se Nossa Senhora da Revelação. O local ficou sendo conhecido como : " A gruta das três
fontes", e as curas de sucederam contando-se entre elas verdadeiros milagres, milagres atestados e bem verificados por
médicos e parapsicólogos. Neste local, conforme relata o médico Dr. Roberto Alliney,além de outros milagres, constatou-
se a osmogênese milagrosa. O odor suave foi percebido nas mais diversas horas do dia, em várias temperaturas
diferentes, com chuva ou com sol, com vento ou sem ele.O que poderia se esperar da gruta seria justamente o contrário,
uma vez que a gruta era local de despejo de lixo, cheia de imundice.

Esta osmogênese sobrenatural (milagrosa), tão claramente superior à osmogênese natural (parapsicológica),
foi um dos milagres que deu fundamento científico-parapsicológico ao teólogo para deduzir que aquela "aparição"
(visão), alucinatória em si mesma era providencial, pretendida por Deus.

Todas as circunstâncias naturais verificam-se em outras pessoas, só a doutrina é diferente. Seria


absurdo atribuir o "odor de santidade" à doutrina em si mesma. Não fica, pois, senão aceitar que o "odor de
santidade" (assim como todo Milagre autêntico) é realizado por Deus para confirmar precisamente a Doutrina.

É inútil dizer que excluímos qualquer possibilidade de explicação natural ao afirmar uma osmogênese
milagrosa. Não nos referimos à prática dos primeiros cristãos de jogarem nos corpos dos mártires, suaves
perfumes como símbolo de imortalidade. Esta explicação racionalista poderá solucionar talvez alguns casos
antigos.

Concordamos também com o bolandista Victor de Buck em que alguns casos de fragrância exalada da
tumba podiam proceder de ervas aromáticas colocadas no ataúde.

Tais não são as explicações científicas do fenômeno em outros casos, tantas vezes verificados, e onde é
excluída qualquer possibilidade de faculdades humanas. (de ser um fenômeno natural); ou seja não tem explicação.

São fatos de todo fora de série, inexplicados e inexplicáveis, em ambiente religioso, divino católico; perante
os quais é impossível permanecer indiferente, cético, ou simplesmente negar a realidade.

Cabe à ciência, uma vez que o fato é perceptível pelos sentidos, analisá-los e tentar explicá-los,
estabelecer a superação das possibilidades de uma explicação natural.

Corresponderá então à ciência verificar o ambiente em que aconteceu tal fenômeno sobrenatural,
deixando após isso, o fato à teologia.

José Lorenzatto-Revista de Parapsicologia, número 29, elaborada pelo CLAP.

45
Tiptologia

Tiptologia. (Tipto = golpear; logos = tratado). Nomenclatura usada pelos especialistas para designar o
estudo(ou o mesmo efeito) dos "raps", plural da palavra inglesa "rap" (choque, golpe, batida)que em forma
verbal significa bater, golpear repetidamente. Tiptologia: a telergia produzindo ruídos.

Truques e efeitos comuns . 0 neoespiritismo, ou espiritismo moderno, nasceu de um caso de tiptologia


fraudulenta, efetuado pelas irmãs Fox, Cathy e Margaret, no estado de Nova Yorque quando contavam entre sete e oito
anos e meio de idade respectivamente. Este fenômeno acontecia em 1847. Anos mais tarde, em 1888, as irmãs Fox
confessavam publicamente a fraude, consistente em produzir estalos, por meio da articulação do dedo grande do pé,
além de utilizar, também, as articulações dos joelhos e dos tornozelos, servindo como caixa de ressonância, uma mesa,
uma cadeira de madeira, etc. Inclusive, pode se efetuar com os tendões, placas de ferro (escondidas entre as tábuas de
uma mesa ou no próprio corpo do deitado), e assim por diante.

Omitimos outros inumeráveis truques como os desmascarados pelo famoso metapsíquico Hodgson, ou pelos
grandes ilusionistas Davis e Houdini.

Não se pode negar que o calor e outras energias físicas comuns, como, a umidade, a eletricidade estática,
etc.,podem ser responsáveis normais de muitos "raps". Muitas vezes, porém, a srcem desses "raps" é a Telergia.
Alguns exemplos: Em janeiro de 1956, uma casa "mal assombrada", em Saint-Lupicin, Jura, tornou-se conhecida em
toda a França através dos jornais. Chamaram o sacerdote do lugar para que benzesse a casa. 0 sacerdote aceitou, mas
como homem culto que era, aconselhou que afastassem da casa a menina Juliette R., na qual ele via o dotado
responsável de tudo. A família seguiu o conselho do sacerdote, e esta "benção" surtiu efeito: daquele dia em diante
desapareceu o encantamento... Antes, muitos pesquisadores, pessoas cultas, a polícia, etc tinham observado tudo e
cada coisa sem encontrar nem o mínimo vestígio de fraude.

Economia de Energia. René Sudre, para explicar a economia de energia que pode apresentar a tiptologia
(violentos "golpes", mas que podem não deixar marcas, exemplifica: "Quando se dá um golpe de martelo sobre um
prego, originam-se três efeitos principais: um efeito mecânico, (a introdução do prego); um efeito térmico (o
aquecimento); um efeito vibratório(que se percebe como ruído-som). Os dois primeiros absorvem quase toda a energia.
Ora, este desperdício em movimento e em calor é muito limitado nos ruídos parapsicológicos e por isso a algazarra
horripilante que se ouve nas casas "mal assombradas", não exige mais que um pequeno desgaste de energia".

Tipos de ação. Podemos classificar a telergia sob dois pontes de vista. No primeiro, observamos que os
ruídos se podem efetuar em contato ou à distância; e no segundo, o do ruído, em superficiais e profundos. 0 mais normal
é que se efetuem os "raps" em mesas de madeira, encontrando-se mais dificuldades sobre objetos de metal. Também
observamos que a intensidade dos sons produzidos estão em razão inversa à umidade e densidade da madeira. Sob a
ação da telergia as mesas costumam ficar carregadas de eletricidade, tendo-se comprovado(por exemplo, René Sudre
com a sua teoria Iloclástica, e anteriormente, em 1872, o Dr. Serilar) que a tiptologia se deve não a um esforço de
pressão ou de torção, senão as ações estritamente localizadas e espalhadas em centros.

Permita-nos citar também a Allan Kardec (codificador de espiritismo latino), que teve que reconhecer que
quando se ouvem golpes nas mesas ou em outros lugares, não é que o espírito esteja golpeando com a mão ou com
qualquer outro objeto. Dirige somente um feixe de fluído ao ponto de onde vem o ruído, e este produz o efeito do um
choque elétrico". Não é preciso dizer que o "espírito do morto" é na realidade, unicamente o inconsciente do
dotado vivo. Mas existe também o golpe externo, Crawford verificou unicamente ruído sobre a superfície. Era devido a
golpes por formações ectoplasmáticas em todos os graus de visibilidade.(Podemos descrever o ectoplasma como uma
telergia condensada e visível).

No Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP) temos observado fenômenos das duas classes:
tiptologia de srcem superficial e tiptologia de srcem profunda. Também se verifica o efeito poli-psíquico. À grande
distancia ou com grandes obstáculos entre o dotado e a mesa, por exemplo, o fenômeno desaparec e. É um fenômeno
parapsicológico que como tal só se manifesta nos "sensitivos" e segundo o grau de "dons" que possuam. Aparece e
desaparece subitamente, seguindo a mutabilidade típica das condições psicológicas e parapsicológicas.

Todo este conjunto do características da tiptologia, assim como os fatos (freqüentemente


observados) de perda de peso do dotado na produção dos "raps" e de ser freqüentemente acompanhado
perceptivelmente por movimentos musculares do "médium" (dotado), coincidem com o que caberia esperar de
um efeito de telergia. As manifestações inteligentes expressadas pela tiptologia não superam a inteligência do
dotado (levando-se em conta o que logicamente se pode esperar do inconsciente e seu talento e faculdades,
inclusive, parapsicológicas).
46
Revista de Parapsicologia número 14, elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de Parapsicologia.

47
Psicografia

Muitas pessoas encostando levemente um lápis no papel bem liso, para facilitar o movimento, após o espaço
de 10 ou 15 minutos imóveis e concentrados, sentirão uma impressão estranha no braço e na mão até então imóveis.
Começarão então a sentir impulsos desordenados, produzindo riscos caprichosos no papel. Depois se formarão letras e,
após algum treino, palavras cada dia mais legíveis. Passando o tempo, as pessoas mais propensas a este perigoso
automatismo e cisão da personalidade, poderão escrever inconscientemente e à velocidade muito rápida, páginas
inteiras.

O que com treino muitas pessoas podem conseguir, algumas pessoas logo o adquirem sem ou com
pouquíssimo treino, embora, com o exercício, a psicografia possa desenvolver-se até limites insuspeitados.

execução deAssim como


música, há psicografia
dança, ou escrita
etc. totalmente automática,O há
inconscientes. também
operário desenhos,
Agustín escultura,
Lesage foi um composição e
excelente pintor
sem haver estudado pintura. A senhorita Helena Smith desenhava, em transe, estranhas paisagens, que ela dizia
serem de Marte. Em sono hipnótico induzido por Emile Maguin, a jovem Magdalena executava danças de uma
incontestável beleza plástica. Yola Catera foi um destacado músico automático. Os exemplos são inumeráveis.
Fenômenos equivalentes são os movimentos do pêndulo ou varinha nos radiestesistas e rabdomantes, oui-já ou
"brincadeira do copo", os movimentos da mesa por contato, etc.

Automatismo-
Na psicografia ou escrita automática devemos distinguir de início três aspectos: A escrita, o escrito e o
escritor; ou em outras palavras, o ato de escrever, o conteúdo do escrito e o agente intelectual.

A escrita ou ato de escrever, a ação mecânica da escrita não é propriamente parapsicológica, por
mais maravilhosa que possa parecer a velocidade com que se escreve. Pode -se escrever da direita para a
esquerda, invertendo as letras de forma que só olhando-as no espelho se possam ver, imitando-se perfeitamente
a letra de outra pessoa, etc.

Todas essas maravilhas não passam de habilidades que em si mesmas, nada tem de propriamente
parapsicológico. São habilidades que até conscientemente podem ser adquiridas e treinadas.

O psicógrafo escreve " automaticamente". Quando um pianista executa com brilhantismo uma sonata
difícil, é evidente que não está conscientemente transmitindo a cada um dos dedos das duas mãos, as
instruções precisas sobre cada tecla que deve ser pressionada naquela vertiginosa sucessão. Trata-se,
evidentemente, como em outros muitos hábitos, de automatismo em maior ou menor grau, devido à atividade
inconsciente, subliminal. Estes automatismos, verdadeira ostentação de memória, agilidade, comando, precisão,
etc...do inconsciente, podem impressio nar os supersticiosos que ficam surpreendidos pelas habilidades
externas do psicógrafo. Como o pianista, o psicógrafo não se ocupa conscientemente do que sua mão faz. O
autômato ouve as conversas das pessoas presentes ou fala de outra coisa... É fenômeno "simples" que pertence
à Psicologia e não diretamente à Parapsicologia.

Não negamos que a psicografia é um automatismo mais desenvolvido do que a radiestesia ou a "brincadeira
do copo" ou os movimentos da mesa por contato. Estes automatismos constituem, enquanto movimentos, as formas
menos diferenciadas da resposta motora. São simplesmente uma espécie de gesto. A resposta motora é, como no
gesto, susceptível de desenvolvimento em duas direções: o desenho e a palavra. Tal é a psicografia: gestos
inconscientes desenvolvidos.

Inconsciente-

A psicografia, para ser verdadeira psicografia e não um truque mais ou menos irresponsável, tem que surgir
do inconsciente. O psicógrafo escreve sem saber o que escreve, "automaticamente". Pode dar-se conta de que está
escrevendo mas não do que está escrevendo. O consciente do psicógrafo assiste à experiência da mesma forma
que as pessoas presentes.

Sendo escrita inconsciente, é impossível que o psicógrafo se lembre do que escreveu. Ou então é truque.
Mas isto não quer dizer que o inconsciente não se lembre do que inconscientemente escreveu. O psicógrafo em estado
normal não lembra conscientemente nada do que psicografou, mas em qualquer outra situação de inconsciência (sonho,
hipnose, transe, outra psicografia, etc) pode aparecer a lembrança que parecia estar totalmente ausente do cérebro.
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Esta singela característica de ser inconsciente, já basta para que a superstição pretenda dar à
psicografia uma transcendência que não tem em absoluto. A inconsciência da psicografia só prova isto: que é
inconsciente.

O termo automatismo, escrita automática, frisa precisamente este aspecto: trata-se do resultado de
uma criação espontânea na qual o consciente não intervém.

Ao ler, ou quando se lhe diz o que sua própria mão escreveu, o psicógrafo pode ficar tanto (ou mais)
surpreso que qualquer outra pessoa.

O conteúdo-

Assim como a "mecânica" e a inconsciência da escrita automática não passam de um fenômeno


simplesmente psicológico, da mesma maneira o conteúdo da psicografia, geralmente só indiretamente, pertence à
Parapsicologia. A regra geral é que o psicógrafo não manifesta mais do que conhecimentos normais, arquivados
no seu inconsciente.

Uma pessoa não lembrava absolutamente nada do que lhe fora dito durante o estado hipnótico profundo.
Posteriormente escreveu inconscientemente tudo o que lhe fora dito pelo médico durante o estado hipnótico. Ao mesmo
tempo que escrevia, este psicógrafo lia, completamente acordado, um livro de história, sem ter consciência nenhuma do
que a mão estava escrevendo.

Casos como este provam suficientemente, não só que o inconsciente arquiva quanto lhe é dito durante o
transe, apesar da amnésia consciente, mas também que é o inconsciente que dirige a mão e manifesta os
conhecimentos nele arquivados.

É claro que os dados arquivados no inconsciente geralmente surgem dele modificados, como é típico
nas manifestações do inconsciente. Os sonhos por exemplo, são às vezes completamente ininteligíveis àquele
que sonha, mesmo quando claríssimos para o psicanalista.

Talento do Inconsciente
Inconscientemente podemos pensar e elaborar com admirável talento, bem superior ao consciente.

Embora o conteúdo da psicografia geralmente seja de absoluta simplicidade, há exceções quando o


psicógrafo é dotado (melhor seria dizer vítima) de rica e brilhante vida inconsciente.

No livro "A Face Oculta da Mente", dedicamos um amplo capítulo ao Talento do Inconsciente; vimos com
detalhes, o famoso caso da língua marciana; que era perfeita, completa, com sintaxe, gramática , combinação especial
de caracteres, letras predominantes, etc, psicografada por Helena Smith. Enganou a todos os especialistas da Europa e
América, até que Flournoy desvendou o mistério e provou inapelavelmente que se tratava unicamente de elaborações
inconscientes de Helena Smith (pseudônimo da Srta Muller) a partir do francês, única língua que ela conhecia.

Caso semelhante é o da famosa médium Sra. Smead (pseudônimo também) pesquisado pelo professor
Hyslop, professor nas universidades de Columbia e Indiana e um dos pioneiros da Parapsicologia. Ela acreditava que
suas psicografias eram devidas aos espíritos de seus filhos falecidos.

Estes casos mostram até que ponto o inconsciente pode ser novo, srcinal, criativo, talentoso...

Não há dúvidas, o inconsciente precisa de se "alimentar" com dados ouvidos, lidos, recebidos
normalmente através dos sentidos. Mas, uma vez de posse desses dados, o inconsciente "digere-os", mistura-
os, combina-os, compara-os, tirando suas próprias conclusões com notável força de imaginação, vivacidade e
talento.

Atividade Febril
Um outro aspecto ou tema relacionado com o Talento do Inconsciente é a velocidade, não só quanto à
própria escrita, mero automatismo já estudado, mas também (o que na aparência é mais surpreendente) quanto ao
brotar das idéias e da composição das frases.

49
Tal atividade febril, esse avançar das frases como numa enxurrada, é muito freqüentemente observável
também em outras manifestações do inconsciente.

No sonho, por exemplo, em um minuto podem percorrer-se cenas, conversas, situações que para
serem simplesmente contadas, estando a pessoa acordada, seriam necessárias muitas horas. E para serem
vividas na vida real, muitos dias e até semanas ou meses. Também a chamada inspiração artística apresenta
muitas vezes este mesmo aspecto.

Tem sua aparência de lógica atribuir ao além, o conteúdo da psicografia, da mesma maneira que os
gregos e romanos atribuíam às Musas a inspiração, e desde tempo imemorial se atribuíam certos sonhos às
divindades. Mas está errado. É superstição. A ação, na verdade, é do Inconsciente.

Conteúdo Parapsicológico-
Embora geralmente o psicógrafo só manifeste elaborações do seu inconsciente a partir dos dados
captados
por normalmente no ambiente,
vias parapsicológicas. nas leituras,
Richet se negou a incluiretc... excepcionalmente
a psicografia pode de
no seu "Tratado aparecer algum dado
Metapsíquica" captado
(Nome antigo da
Parapsicologia) por ser geralmente, como temos visto até agora, meramente automatismos mediante os quais se
expressam lembranças diversas e talento do inconsciente. Na excelente expressão do Dr. Eugêne Osty, estamos
somente nas fronteiras entre a psicologia clássica e a parapsicologia.

Mas, repetimos, há exceções, raras relativamente, mas absolutamente numerosas, dada a enorme
quantidade de pessoas que com a prática da psicografia vão desequilibrando-se cada vez com mais freqüência as
faculdades parapsicológicas. Como muito bem acrescenta o mesmo dr. Osty "misturadas ou não com manifestas
construções da imaginação", aparecem às vezes " lampejos de incontestável conhecimento paranormal".

Frisemos antes de mais nada, que é característico das manifestações do inconsciente "especializarem-se"
num ramo para o qual tenha mais queda e maiores oportunidades: Muitos curandeiros chegar iam a ser bons médicos;
muitos psicógrafos teriam sido literatos... Pela Psicografia dão vazão às suas tendências frustradas...

Para uma completa compreensão, a colaboração das faculdades parapsicológicas nas "mensagens"
do inconsciente, é evidente que se deverão ter presentes, uma a uma e em conjunto, todas as diversas
faculdades parapsicológicas de conhecimento.

A psicografia é, neste aspecto, uma das tantas técnicas ou pragmáticas ou mancias de manifestação
dos conhecimentos parapsicológicos, equivalente à radiestesia, movimentos do copo ou da "mesa girante", etc.
(o que não quer dizer, por outro lado, que tudo o que se manifesta nas pragmáticas ou adivinhações seja
parapsicológico; podendo ser qualquer outro conhecimento, como invenção, suposição, dedução, desejo ou
aberta falsidade do inconsciente).

Por Oscar G. Quevedo S.J

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Psicofonia

Hoje fala-se muito da gravação de vozes sem que alguém as tenha gravado... Gravadas
assim"diretamente" sem causa aparente, constitui-se em Parapsicologia o chamado fenômeno da Psicofonia.
Partindo dos conceitos atuais e tentando dar uma explicação científica das psicofonias gravadas, as hipóteses dos
investigadores são muitas, desde aquelas que nos falam de comunicações dos espíritos dos mortos até aquelas que
relacionam estas mensagens com a antimatéria e os antimundos.

Acreditamos contudo, que na investigação desta fenomenologia, subestimaram-se, para não dizer
que foram totalmente esquecidas, as grandes possibilidades de nossa atividade inconsciente. . Não devemos
esquecer que os fenômenos parapsicológicos são fundamentalmente do homem, e com raras exceções, por
exemplo, os milagres divinos.

Desde as mais remotas épocas , o homem, preocupado por conhecer o destino que o espera após a morte,
tentou por muitos meios, entrar em comunicação com os mortos. Assim, a crença na possibilidade da comunicação
persistiu através dos séculos. Entre os povos da antiguidade, os sonhos eram considerados como mensagens diretas do
mundo dos espíritos, de srcem divina ou diabólica. Os bruxos e feiticeiros das sociedades primitivas tentaram impor a
idéia de que eles possuíam a faculdade de comunicar-se com os mortos e que por meio de seus ritos ancestrais
invocaram os espíritos. Na época moderna, o espiritismo, movimento "religioso" criado pelas irmãs Fox, levou ao auge
essa crença e, apesar de sua confissão de que os golpes(tiptologia) eram produzidos fraudulentamente, o número de
adeptos e crentes foi sempre aumentando. A este movimento aderiram inclusive alguns homens de ciência, pelo menos
no início das investigações. Victor Hugo "comunicava-se" com os personagens mais famosos da história. William Blake
afirmava que muitos de seus poemas eram compostos pela intervenção daqueles que ele chamava "amigos da
eternidade" (?). E com eles, uma lista de personagens, por exemplo, Conan Doyle, Garland, Flammarion, etc.

De forma idêntica, alguns povos sustentaram que os espíritos dos mortos rondam o ar, a terra e os céus e
que são capazes de entrar em contato com os homens e ainda mais, de penetrar no interior dos indivíduos a fim de
inspirá-los e tomar completa posse deles, acreditando, inclusive, que podiam falar em animais e objetos naturais.

É claro que a "comunicação dos espíritos" não deve ser confundida com a sobrevivência do homem
após sua morte. Tudo que antecede pode-nos levar a uma importante conclusão. Embora, propriamente falando, o
consenso universal se refira à sobrevivência, este conceito facilitou em muitas pessoas, a crença supersticiosa
na comunicação, unificando a crença universal na sobrevivência, com a crença na possibilidade de
comunicação direta com os espíritos.

A sobrevivência é parte dessa configuração ancestral estendida a todas as raças e povos, inerente
aos mistérios da história geral dos homens e alheia à reminiscência pessoal.

Portanto, esta "cultura-histórico-inconsciente-coletiva" que preexiste ao nosso nascimento, influi e


predispõe ao ser humano para uma situação propícia à superstição da comunicação.

O experimentador, crendo na possibilidade de "comunicação" entra nas condições mais favoráveis


de sugestão: silêncio, desligamento do ambiente exterior, etc... e mentalmente expressa o desejo de estabelecer
contato com o "outro mundo", formulando perguntas concretas a familiares desapareci dos ou invocando
personagens históricos.

Estas tentativas de penetração no além costumam ser, em certas ocasiões, muito dificultosas, mas uma vez
estabelecido o "contato", o diálogo é natural. O experimentador está excitando seu inconsciente e este estímulo se
traduz numa mensagem pergunta que requer uma resposta por parte do próprio inconsciente que tratará de
corresponder indagando seu arquivo pantomnésico (memória de tudo: o inconsciente não esquece nada) com o
objetivo de procurar algum dado que possa resolver o conflito a que o experimentador o submeteu.

A resposta, freqüentemente, irá dramatizada com o fator da crença da "comunicação" com os


mortos.A partir deste momento, o inconsciente do agente ativará qualquer palavra ou frase registrada que
encaixe, não necessariamente no nível consciente, na pergunta do experimentador e a emitirá para o exterior.

As formas mais comuns pelas quais podem ser exteriorizadas estas vozes pelo próprio
experimentador são: a ventriloquia - subliminar em estado sonambúlico e de semi-transe. -emissão provocada
pelo movimento inconsciente das cordas vocais ao transmitir, ainda que em forma de pensamento, a resposta
mensagem. Esta é a mais comum das explicações das psicofonias.

51
O movimento dos órgãos da fonética, ou melhor, a emissão das palavras internas que pensamos foi
demonstrado experimentalmente. Por exemplo: Os doutores Lehmann, diretor do laboratório de psicofísica e
seu colega Hansen, ambos da Universidade de Copenhague, colocaram frente a frente dois grandes espelhos
côncavos metálicos, a uma distância de dois metros um do outro. No foco de um deles, uma pessoa encostava a
boca ao pensar em alguma coisa e no foco do outro espelho, outra pessoa encostava o ouvido.

As experiências foram feitas de três maneiras: com a boca semi-fechada, quase fechada e inteiramente
fechada, operando-se sempre a respiração pelo nariz.

Os resultados obtidos foram idênticos nas três modalidades da experiência, tendo havido apenas um
fracasso de 25%. A pessoa que colocava o ouvido no foco de um dos espelhos, ouvia o que o outro pensava,
estando no outro espelho. Houve, portanto a articulação das palavras correspondentes aos pensamentos,
fossem coisas concretas ou abstratas, imagens, números, etc; apesar de não ter havido movimento algum
externamente.

Essa mínima onda sonora é captada por um bom gravador que, depois a ampliará e a reproduzirá.
Omitimos aquelas psicofonias produzidas por uma atuação direta da telergia sobre o gravador, assim como
aquelas que se referem às formações ectoplasmáticas; trata-se de realidades capazes de reproduzir o fenômeno,
mas excepcionais e que indubitavelmente são muito complexas para justificar a abundância de psicofonias que
com toda a facilidade muitas pessoas produzem. É curioso observar como após as primeiras experiências
psicofônicas, não é necessário muito tempo para conseguir registrar novas vozes. É claro, pois o inconsciente já está
treinado e conhece o mecanismo, não necessitando, portanto de uma "prévia digestão de idéias".

Na prática, quando as mensagens psicofônicas parecem ter algum sentido, estas não se destacam
precisamente por sua transcendência, mas trata-se sempre de frases carentes de profundidade. Mais um aspecto que
convida, dada sua pobreza intelectual, a rechaçar a idéia de uma comunicação superior com os espíritos.

Deve-se finalmente ressaltar que as vozes quase nunca são perfeitamente audíveis sendo normalmente
breves e confusas.

Francisco Gavilán Fontanet- Revista de Parapsicologia, número 16, elaborada pelo CLAP.

52
Dermografia

O termo é uma composição proveniente das palavras gregas "dermos"=pele e "grafia"=escrita

Estigmas divinos e diabólicos

O fenômeno é tão antigo quanto a própria humanidade. Sua explicação esteve sujeita às mais diversas
interpretações. Ora era tido como um sinal ou castigo de Deus, ora como uma atuação e demonstração do próprio poder
do demônio. As interpretações variavam conforme a época e o misticismo próprio do meio sócio-religioso ou
supersticioso.
Certas dermografias eram atribuídas a Deus, como é o caso de muitos sinais dermográficos de
estigmatizados.
Outras dermografias eram atribuídas ao demônio, na época clássica da bruxaria. Exemplo: Eram variados os
estigmas dos feiticeiros ou "endemoninhados" da Idade Média ou do Renascimento. Podiam consistir em "marcas" sob a
forma de lua crescente, uma garra, um par de chifres, uma pata de gato ou de um sapo. Algumas vezes - segundo
afirmam as atas da Inquisição- os "estigmata diaboli" estavam simulados sob a língua, por debaixo das pálpebras, no
nariz, embaixo dos cabelos ou nas "partes secretas do corpo". Na concepção dos juízes e inquisidores, as marcas
diabólicas podiam ser também frias e insensíveis. Costumava-se por isso, para descobri-las, raspar o acusado, e
introduzir agulhas nas regiões suspeitas. Caso ele não gritasse em cada nova picada, era um aprova cabal de sua
culpabilidade.

Influência da imaginação
A preocupação,
Tuke, Toussaint o medo,
e Barthelemy, a angústia
contam e outros
o caso de sentimentos
uma senhora, que agem
vendosobre o organismo.
seu filho passar porOs
umneurologistas Hacke
portão de ferro, quee
caiu no exato momento em que ele atravessava, assustou-se, receando que os pés do menino tivessem sido atingidos.
Resultou que no corpo da mulher, nos lugares correspondentes a que ela imaginara o acidente, e principalmente nos
calcanhares, apareceram riscas vermelhas.
Outra mulher teve o pescoço marcado por um círculo eritematoso, por ter receado que um suporte de ferro da
chaminé caísse sobre a nuca de seu filho.
Nestes dois casos vemos claramente uma sinalização dermográfica relacionada com um sentimento, com
uma imagem.

Até no feto
Pesquisas feitas no "Antioch Colleg" (USA) resultam numa prova indireta a esse gênero de ocorrências, ainda
muito contestadas. Com o auxílio de aparelhos registradores muito sensíveis, os fisiologistas do Instituto demonstram
que dentro do útero materno, a criança reage por movimentos muito nítidos, à aceleração das batidas do coração ou
soluços, a determinados estados psíquicos da mãe, tais como medo repentino, ansiedade, irritação e cólera. Um simples
ruído pode provocar agitação na criança.
O Dr. Sontag considera que à influência da cólera, da irritação ou do medo, o organismo materno projeta no
sistema circulatório, uma quantidade maior de adrenalina e de acetilcolina. Essas substâncias hormonais atravessariam
a placenta e excitariam o sistema nervoso da criança.
Sabe-se que a criança não só reage ante os estados psíquicos da mãe, como pode ficar seriamente
influenciada e marcada por esses estados. Um medo, uma idéia fixa da mãe poderá não apenas afetar o psiquismo da
criança, mas poderá afetar igualmente o próprio organismo em formação.

Até em animais
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E, não é de se admirar se tal influência pode verificar-se em seres humanos, quando influência idêntica é
constatada até no reino animal. Um fato verdadeiro, espantoso foi estudado em 1921 pelo "Institut Metapsychique
International".
Em 1921, o Sr. Duquet, um dos veterinários mais conceituados de Nice, foi incumbido pelo jornal local, o
"Eclaireur" de Nice, para examinar um fenômeno estranho ocorrido no interior de uma padaria da cidade. Uma gata tinha
parido um gatinho marcado no peito com o número : "1921".
O fato foi verificado pelo veterinário e publicado naquele jornal devidamente ilustrado por fotografias do local
e dos números impressos no gatinho, que apareciam perfeitamente nítidos.
O Instituto enviou ao local um dos seus correspondentes, o Sr. Prozor assistido pelos senhores Duquet e pelo
secretário do Consulado da Rússia em Nice.
No documento escrito ao Instituto, os encarregados declararam:" as manchas cinza-escuros estão dispostas
como algarismos sobre um fundo mais claro e são formados por pelos naturais sem nenhum vestígio de corante".
"Os algarismos, pela sua forma, imitam os que se encontram escritos nos sacos comprados em uma fábrica
de massas alimentícias, pelo Sr. Davic, que é padeiro.Alguns desses sacos tem em cima do número, três estrelas.
Verificamos
A ninhada à também que o número
qual pertencia o gato, constante no peito
estavam ainda trêsdooutros,
gato apresenta
dos quaisem
umsua parte superior
cinzento, três manchas
igual à mãe pequenas.
e tem a mesma
inscrição, localizada mais abaixo, atravessada na barriga, porém menos visível."
"Fotografamos os dois gatos e os sacos. Atestamos formalmente que o exame por nós realizados, não dá
margem à suposições ou a qualquer outra espécie de fraude".
E qual havia sido o processo de formação? O Conde Prozor soube que já na metade da gestação, a gata
perseguia um rato, que se escondeu atrás de um saco de farinha que não tinha nenhuma inscrição. Para impedir que a
gata, com suas garras rasgasse o saco de farinha, a Sra. Davic jogou um saco vazio para proteger o cheio. Tendo sido
sua caça parcialmente impedida, mesmo assim a gata não desistiu da caçada e durante horas a fio, ficou à espreita, com
os olhos fixos no saco vazio que levava a inscrição "1921" e acima três estrelas.
A realidade da influência do pensamento, das idéias das mães sobre os filhos era conhecida das antigas
matronas gregas e romanas. Acreditando que este fenômeno parapsicológico raro, fosse mais comum, passavam elas
horas inteiras contemplando as estátuas de seus deuses e ídolos, certas de que esta contemplação produziria efeitos
semelhantes nos fetos em gestação. Entre a classe média, era comum ter no quarto, estátuas de rara beleza, na
convicção de que a beleza da estátua se refletiria no filho mediante a contemplação da mãe. É chamada ideoplasmia
das mães, que tanto pode ser positiva quanto negativa, dependendo da idéia dominante.

Experiências científicas
Muito importante é o fato da pele, por si, constituir um dos órgãos mais influenciáveis por ações psíquicas. As
emoções, como nós todos estamos acostumados a observar, tornam o indivíduo pálido ou corado, com muita facilidade.
Dado o contínuo desenvolvimento da ciência, a dermografia encontrou uma explicação humana: " Aos muitos
fenômenos de estigmatização religiosa e demoníaca, pode-se acrescentar as inúmeras experiências de queimaduras,
equimoses, dermografia por sugestão que foram realizadas ou estudadas por muitos pesquisadores.
A pele pode apresentar manifestações patológicas, criadas tanto pela hipnose, quanto pela simples auto-
sugestão inconsciente. Charcot, empregando a sugestão hipnótica, conseguiu obter grande inchação de uma das mãos,
enquanto que a outra se conservava normal. Jendrassik fez a aplicação de um ferro, que provocou sinais de
queimaduras, deixando inclusive cicatrizes, quando na realidade era pura sugestão. Brunermann demonstrou ser
possível criar, por meio de sugestão hipnótica, furúnculos, eczemas, úlceras e outras manifestações cutâneas que
também podiam desaparecer pelo emprego de sugestão contrária.

Com hipnose nos histéricos


Se a sugestão ou a auto-sugestão é capaz de produzir determinados efeitos sobre o próprio corpo, ou no
caso de mães sobre a criança; a hipnose viria confirmar a realidade e traria uma enorme contr ibuição para a
compreensão de fenômenos tidos como exclusivamente operados por Deus ou pelo demônio. Estas constatações
produziram uma grande luz sobre o problemas dos estigmatizados.
Possivelmente, o tema mais debatido na experimentação sobre a fenomenologia hipnótica, é o que se refere
à possibilidade de obter bolhas cutâneas pela simples ação de estimular representações mentais.

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Grande precisão

A vesicação hipnótica, como é chamada, foi suspeitada, no começo por diversos especialistas que buscam a
explicação racional do fenômeno de estigmatização religiosa.
Os doutores Bouru e Burot de Rochefort, Liebault e Focachon realizaram experimentalmente a
estigmatização, sugerindo-a pura e simplesmente. Depois o fenômeno tem sido freqüentemente repetido.Encontram-se
numerosos exemplos nas obras sobre o hipnotismo médico.
A precisão que se pode alcançar na vesicação sugerida, não fica devendo em nada aos estigmas religiosos.
Para realizá-la, traça-se com a ponta de uma espátula, uma palavra, uma figura ou marca sobre a pele do
hipnotizado e lhe sugere que sangrará em todos os lugares onde tiver sido tocado com a ponta da espátula. E a
inscrição, primeiramente invisível, vai gradativamente avermelhando-se; depois o sangue começa a aparecer.
O professor Artigalas sugeriu a um paciente sujeito a hemorragias naturais pelos ouvidos e olhos, que o
sangue iria brotar das palmas das suas mãos. A sugestão surtiu efeito e foi preciso outra em sentido contrário para fazer
desaparecer esses sintomas.
Em 1885, os doutores Bouru e Burot apresentaram no congresso de Genoble o caso de um doente no qual
provocaram por sugestão, uma dermografia intensa de exsudação sanguínea. Por outro lado, o Dr. Mabille obteve com
toda facilidade, em Louis Viré, a aparição de um "V" sanguinolento no braço.
Parece pois, completamente fora de dúvida que a dermografia é um processo ideoplasmático (idéia plasmada
no organismo), possível de ser provocado com pessoas de tendências histéricas.
O Dr. Eugene Osty pensava uma palavra ou um símbolo; a senhora Karl adivinhava às vezes, o pensamento
de Osty, transcrevendo-o dermograficamente na pele.
A dermografia demonstra categoricamente o poder espantoso do psiquismo sobre o organismo

A explicação fisiológica

Que a causa da dermografia é o influxo do psiquismo sobre o organismo é evidente. Mas não se conhece, no
estado atual da ciência, o processo desse influxo. O Dr. Osty, explicando as fantásticas dermografias da Sra. Kahl e
logicamente, outras dermografias afirma: "acontece que ela, para realizar a dermografia de seu pensamento consciente
ou inconsciente, deve por meio de um ato engenhosamente seletivo das células piramidais de seu cérebro, agir com tal
precisão sobre a hierarquia dos centros vasculares do sistema nervoso vegetativo, centros estes dispostos nos núcleos
cinzentos subcorticais, na protuberância, no bulbo, na medula espinhal, nos gânglios da coluna vertebral, etc. resultando
finalmente numa dilatação dos únicos vasos capilares; devendo servir ao traçado do que deve ser inscrito, continuando a
circulação sangüínea contígua a e efetuar-se normalmente, sem "codificação" do tônus.
Ora, a exatidão atingida parece extraordinária, quando se sabe que a rede capilar microscópica
excessivamente enovelada, que espalha a substância do sangue no interior dos tecidos, se fosse estendida na superfície
cobriria aproximadamente sete mil e trezentos metros quadrados.
O fisiologista Pavlov supõe que um novo caminho se forma entre os centros nervosos excitados pelas
sensações que provocam o reflexo condicionado e o caminho normal que desencadeia o reflexo absoluto.
E Robert Tocquet afirma: "Nos casos de estigmas, acontece a mesma coisa.A visão alucinatória de uma
chaga, seja de Cristo ou de outrem, as sensações dolorosas imaginárias que se srcinam, permitem de maneira
verossímil ao influxo nervoso de se abrir progressivamente um caminho até os centros cérebro-espinhais que
comandam, por um lado, a irrigação vascular cutânea, e por outro lado, os fenômenos de fagocitose."
"Aliás existem chagas com aparência de estigmas provocadas por uma doença da medula, e tendo uma
srcem nervosa. Seja como for, a sensação inicial provocará uma congestão local dos vasos, seu rompimento e a
destruição da derme por fagocitose, sendo que este último fenômeno pode ser provocado pelo primeiro."
Conclusão
A dermografia é uma ação cerebral sobre o sistema nervoso simpático que comanda os corpos capilares da
pele. A seleção destes corpos em vias de representar um desenho, é uma maravilha bem fora da fisiologia normal. Agem
em estados normais, de transe, de hipnose ou de exaltação profunda. É um fenômeno especial, á margem da fisiologia
normal, parapsicológico.
Por José Lorenzato- revista de Parapsicologia Número 23, elaborada pelo CLAP -Centro Latino Americano de Parapsicologia

55
Escotografia

Escotografia (Skotos=obscuro e grafein=escrever), é o termo proposto por Felícia Scatcherd no Primeiro


Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas realizado em Copenhague. Seria impressão no escuro, em oposição à
fotografia propriamente dita, que é a impressão pela luz.
Poderíamos classificar a escotografia, como método de ajuda para pesquisar a fenomenologia
parapsicológica, visando o processo técnico por meio do qual se obtém as fotografias. Ou mais exatamente, segundo a
natureza das radiações pelas quais seria impressionada a chapa fotográfica.
Deste modo, a classificação é a seguinte:
-Fotografias de objetos visíveis capazes de impressionar não só as chapas fotográficas como também nossa
retina.

-Fotografias
vestígios nas de objetos invisíveis que apesar de incapazes de impressionar nossa retina, deixariam seus
chapas fotográficas.
As primeiras seriam chamadas fotografias parapsicológicas. As segundas, objeto de nosso estudo, são as
escotografias, ou também chamadas "fotografias espíritas", "fotografia transcendental", "fotografia do pensamento",
"psicofotografia".
Tudo o que é visível para a objetiva da máquina fotográfica e susceptível de ser reproduzido na fotografia,
deve necessariamente, por essa mesma razão, ser visível ao olho humano??
Devemos responder que realmente existem coisas totalmente invisíveis ao olho humano, e que, porém,
podem ser fotografadas. Por exemplo, num quarto ao qual só tem acesso os raios ultra-violetas do espectro solar, uma
fotografia pode ser tirada por meio dessa "luz escura". Num quarto assim iluminado, os objetos são claramente visíveis
para a lente da câmara escura; em todos os casos eles podem ser reproduzidos sem que a mínima claridade seja
percebida pelo olho humano.
A dramatização mais freqüente foi a de atribuir as escotografias aos espíritos dos mortos. Com isto, houve
uma grande dificuldade no campo da pesquisa, dado que a maioria da bibliografia existente denota uma grande falta de
objetividade por estar mesclada de paixões religiosas que dificultam um trabalho objetivo e eficiente.
Truques

1861. Mumler William H. Mumler


dedicava é tidodecomo
seu tempo lazeroàprimeiro experimentador
fotografia. Certo dia, viu neste
numa gênero
de suasem Boston
provas, (Estados
uma Unidos) em
figura estranha ao
grupo que fotografar a. Foi o nascimento "oficial" de um dos fatos mais discutidos e polêmicos que lembra a história da
Parapsicologia.
A explicação "lógica" que se encontrou foi que se tinha conseguido finalmente fotografar os "espíritos dos
mortos". Segundo Alexandre Aksakof, o Sr Mumler obteve escotografia inclusive quando a experiência foi dirigida por
quatro fotógrafos profissionais que se encarregaram de efetuar pessoalmente as operações, do lavado da chapa até o
revelado; e ainda utilizavam seus próprios aparelhos.
Mas o caso Mumler tomou um rumo diferente no conceito dos sábios quando o Doutor Gadner (espírita),
enganado longo tempo, descobriu que tudo fora devido à dupla exposição. O método é muito fácil e serve para fazer
acreditar que se obteve "um corpo astral exteriorizado".
Suponhamos que o mistificador quer produzir um fantasma ao lado de uma pessoa real. Um modelo real ou
um manequim vestido de roupas claras será fotografado diante de um fundo preto e com luz tênue. Depois, se servirá da
chapa ou do filme assim preparados para fotografar o cliente que deseja ter perto dele uma "imagem espiritual". Se o
cliente tiver apresentado uma fotografia da pessoa falecida antes de ser fotografado, tudo é mais fácil: substitui-se a
cabeça do manequim pela da fotografia e todos ficam contentes.
Por ser fácil de fazer e de grande efeito, este truque tornou-se famoso entre alguns "médiuns". Entre eles se
tornou
chamado tristemente célebre
a comparecer o francês
perante Buguet.
a justiça, Trabalhou
efetuou na França
uma série e Inglaterracom
de experiências onde fez fortuna.
a viúva Pouco
de Allan antes
Kardec de ser
e Leymarie.
(Leymarie era o sucessor oficial de Allan Kardec e Diretor da Revue Espirite". Buguet tinha se associado a Leymarie) No
dia 12 de maio de 1874, apareceu na experiência o falecido esposo e famoso codificador da doutrina espírita, com a
frase: "Obrigado minha querida esposa, obrigado Leymarie, coragem Buguet".
Mas...um senhor de Montrevil-Surmer pediu a Buguet a fotografia do "espírito" de seu filho morto na idade de
dez anos e meio. Apareceu a fotografia de um homem de cinqüenta anos.
Erros como o citado, em grande número, ocasionados pela quantidade de clientes que atendia assiduamente,
obrigaram o governo francês a intervir. Buguet foi submetido a julgamento em 1874, juntamente com Leymarie. Buguet
teve que confessar o truque perante o acúmulo de provas apresentadas. Foi condenado.

56
Explicou que enquanto o cliente se encontrava na sala de espera, ele procurava no arquivo alguma imagem
que se assemelhasse ao pedido para ser depois evocada. A sobreposição era trabalho fácil.
Mas não acabaram as discussões. Houve inclusive no julgamento, momentos cômicos. Buguet chegou a
confessar às pessoas que tinham acreditado nele, a maneira pela qual realizava o truque, mas foi impossível convencer
as "vítimas", que, mesmo assim continuavam acreditando nas fotografias do além.
Segundo a "Revista Inglesa de Fotografia" somente na década de 1870 na Inglaterra enriqueceram-se trinta e
cinco fotógrafos profissionais de fotografias do além.
Para demonstrar como era fácil trucar (enganar),numa experiência dessas, o engenheiro McCarthy (membro
da "Society for Phychical Research") avisou que ia fazer uma foto e que trucaria no transcurso dela. Os investigadores,
no transcurso da sessão, celebrada em 1934 na filial da "S.P.R" de Sheffied, não puderam perceber nada estranho
durante toda a experiência. Porém, trucou fazendo aparecer quatro linhas da Bíblia em Chinês e vários"representantes
do "outro mundo". Realizou isto, como depois explicou, por meio de um minúsculo aparelho emissor de radiações ultra-
violetas escondido entre os dedos, com o qual projetava um micro-filme do tamanho de uma cabeça de alfinete ou um
pouco maior.
Deve ter-se presente a grande credulidade dos clientes destas sessões de "fotografias de espíritos". Basta
mostrar a uma dessas pessoas, uma fotografia fora de foco, circundada por um aro branco, para que imediatamente eles
reconheçam na fisionomia um de seus parentes falecidos.E com freqüência, dá-se o caso de ser a mesma imagem
identificada por uma pessoa como sendo o pai e, por outra como sendo a do seu irmão; e o srcinal não é de nenhum
dos dois, mas foi tirado de outra pessoa, não relacionada em coisa alguma com qualquer um deles.
Por outra parte, em certas ocasiões, a casualidade vem reforçar admiravelmente a crença de que umas
manchas combinadas fortuitamente são a imagem verdadeira de algum defunto da família.
Para a dupla imagem que produz uma série de silhuetas mais ou menos transparentes, o mais freqüente é
um minúsculo buraquinho na objetiva da câmara ou um deslocamento lateral da pessoa fotografada.
Outro truque: as cortinas que servem de fundo enquanto se tira a fotografia podem esconder qualquer
artifício. É fácil pintar, desenhar silhuetas com soluções de sulfeto de quinino, de fluoresceína, ou poções de "marrão" da
Índia, de frexo, etc. Invisíveis ao olho nu, as silhuetas aparecem sobre o filme fotográfico, à luz do flash da máquina
fotográfica.
Além do filme todo o material pode ser trucado: a câmara, a objetiva que produzirá uma imagem
acrescentada, as dobras; impregnando-as com um material fosforescente, etc.
A hipótese do truque (consciente ou inconsciente, mais freqüente mente consciente) embora não tenha sido
constatado em todos os casos, tem sido em tão grande número que justifica uma grande desconfiança.
Tornou-se célebre uma fotografia de Conan Doyle na qual aparecia também seu filho, morto na guerra de
1914. Esta foto foi apresentada no congresso espírita Internacional de 1928, celebrado em Paris.
Conan Doyle, ardente defensor das idéias espíritas, aparece aos nossos olhos como uma pessoa
profundamente afetada pela morte de seu filho, perante a qual sente necessidade de acreditar em comunicação com o
além, como elemento consolador.
Na obra"O espiritismo desmascarado", Doyle conta como seu filho lhe apareceu numa sessão, esquecendo-
se de que algum tempo antes, o médium confessou que um empregado seu aparentou ser o defunto que Doyle
reconheceu como seu filho, sem dúvida nenhuma.

A foto tinha sido tirada por William Hope, famoso "fotógrafo espírita" inglês. Hope já tinha
sido desmascarado por Harry Price, Diretor do "National Laboratory of Phychical Research", em
1923. Apesar do desmascaramento realizado por harry Price, Hope seguia sendo considerado pelos
espíritas ingleses, liderados por Doyle, como o mais eficiente e digno de confiança para a produção
de "fotos de espíritos".
Paul Heuzé descobriu que na realidade, a fotografia não passava de uma vulgar fraude
de dupla exposição; mostrou tratar-se de uma reprodução da fotografia de um jornal. Mais tarde
Eugene Osty, Diretor do Instituto Metapsíquico Internacional de paris, pediu para realizar uns testes
com o médium com máquinas fotográficas fechadas, seladas, invioláveis. Hope, naturalmente, não aceitou.

A dança das fadas. Com estas fotos tentaram convencer aos pesquisador es da existência real destes seres
fantásticos. (Truque)

Charles Richet e o Dr. Geley experimentaram com o dotado Pasquale


Erto, em condições muito satisfatórias. Obtiveram escotografias para o Instituto
57
Metapsíquico Internacional de Paris. O célebre investigador René Sudré concluiu: "O controle exclui absolutamente a
possibilidade de fraude. Trata-se de autênticos fenômenos de escotografias".
A Telergia, energia somática pode se exteriorizar e tornar-se inclusive visível (ectoplasma) dirigida pela
psicobulia (vontade inconsciente).
O ectoplasma, pouco denso, e por isso invisível, formaria a imagem, a idéia plasmada que aparece nas
fotografias. Esse ectoplasma que forma a imagem tem sido visto e fotografado, no começo, em forma de vapor nebuloso,
luminoso, condensando-se depois, pouco a pouco e adquirindo contornos mais definidos.
O agricultor Felipe, de temperamento introvertido vivia com sua mulher e seu filho Eduardo de 5 anos em
Goiás-Brasil.Numa das suas raras visitas ao povoado ficou apaixonado por uma mulher de nome Laura, com a qual
começou a ter relações. Por influências dela, matou a mulher e o filho, enterrando-os no jardim da sua própria casa,
dizendo no povoado que tinha sido abandonado por eles, coisa que não estranhou a ninguém, pois todos conheciam o
relacionamento existente entre Laura e Felipe. O caso foi comentado por alguns dias e depois o assunto esfriou,
passando Felipe a viver abertamente com sua amante. Para ter uma lembrança da feliz união com Laura, Felipe levou-a
certo domingo ao povoado, onde posaram para uma fotografia. Na quarta-feira seguinte, quando Felipe voltou para
buscar as fotografias, levou um grande susto. Além do casal, apareciam duas figuras transparentes. Felipe fixou o olhar
sobre a fotoo crime.
confessou e reconheceu suatempo
Laura teve esposadeefugir.
filho assassinados por ele. A cena foi rápida: o assassino caiu de joelhos e
Felipe enlouqueceu.
Outro caso: Sebastião Sá Barreto, ex-diretor da equipe de futebol Leon XIII, de Recife (Brasil), morreu em
1969, em conseqüência de uma trombose. Em 1970, ao serem reveladas as fotografias do casamento de sua filha, ele
apareceu nas mesmas. Os parentes, amigos e colegas da infância não duvidaram em identificá-lo pelas orelhas abertas
e unidas ao rosto, pelo corte de cabelo, e pela maneira relaxada de sentar-se, etc. Não havia nenhuma dúvida: a única
pessoa estranha à cerimônia fora o fotógrafo, Joaquim de Souza, que diz não ter dúvidas da não presença daquela
pessoa, já que foi uma cerimônia simples, com poucas pessoas, sem convidados e só com a família presente. Todos os
assistentes reconheceram que durante a cerimônia seus pensamentos estavam voltados,é lógico, para o falecido.

"As melhores experiências são fortuitas,


isto é, sem a intenção de efetuar uma escotografia;
e constata-se infalivelmente, que a imagem gravada
na chapa fotográfica passa instantes antes pela
mente do experimentador (pessoa que projeta a
imagem).
As faculdades parapsicológicas pertencem ao inconsciente da psique.Por isso, o
consciente não pode utilizar essas faculdades a não ser de modo excepcional ou rudimentar. É
mais fácil que apareçam na escotografia as imagens inconscientes do que as conscientes.
A Srta Scatcherd, numa experiência saiu fotografada ao lado dela mesma, com
outra roupa, porque justamente pensava em que, vestida daquela outra maneira, estaria
melhor para a fotografia. (mais uma prova que não é fotos de espíritos mas do próprio
pensamento)
O pensamento tem a faculdade de exteriorizar-se e as imagens mentais podem em
raríssimas ocasiões, impressionar filmes fotográficos.
A diferença entre uma aparição visível (Fantasmogênese) e uma não visível, mas
fotografável (escotografia) é o grau de condensação do ectoplasma.
As escotografias,
normalmente são tênues, saindo
nas chapas"uma ligeira forma
nebulosa".
Sudré Conclusão
quando diz acertada
que são de
fenômenos telepáticos e telérgicos com um caráter evidente
de inteligência.
O sensitivo Ted Serios, estudado na
Universidade de Denver (Colorado) pelo Dr. Eisembud
confirma todo o exposto, podendo ser assim resumido:
Apesar dos inumeráveis truques (mais ou menos
responsáveis), ocorre realmente o fenômeno da fotografia
do pensamento ou escotografia. O dotado exterioriza a
telergia. A Telergia se condensa em forma de ectoplasma.

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Mas não sendo a condensação do ectoplasma suficiente, não consegue impressionar o olho humano. Mas uma boa
câmara fotográfica pode captar esse ectoplasma.

A última foto é o modelo em que Ted Serios se concentrou para impressionar o filme com seu pensamento.E
as outras fotos anteriores é a seqüência de fotos até chegar numa incrível semelhança.

O ectoplasma, substância orgânica, somática, humana, é dirigida pela c=vontade inconsciente do dotado. A
idéia do dotado é plasmada pelo ectoplasma, sofrendo diversas modificações até chegar a parecer um todo compacto,
representando em alguns casos, embora vagamente, uma pessoa ou objeto. Depois o ectoplasma volta a ser
reabsorvido pelo dotado.

Do ponto de vista experimental, ou da pesquisa sistemática em laboratório universitário, o caso Ted serios é
decisivo. As numerosas experiências feitas com toda a técnica moderna, estabelecem a realidade das escotografias.
Tinha razão Heredia, Richet e os pesquisadores antig os que esperavam com certeza que algum dia a ciência
comprovaria a existência real das escotografias.

Seu mecanismo também foi demonstrado. O ectoplasma responsável pelas escotografias de Ted serios tem
sido perfeitamente comprovado em inúmeras fotografias e filmagens durante as experiências.

Numerosos e célebres parapsicólogos como Hans Bender (Friburgo-Alemanha), Andreas Resch


(Lateranense-Roma), Pratt (Duke Durhan), etc; presenciaram e colaboraram com sua autoridade para as pesquisas do
Dr. Jules Eisenbud (Dember-Colorado).

Antonio Elegido. Revista de Parapsicologia número 16, elaborada pelo CLAP-Centro Latino Americano de Parapsicologia

59
Pneumografia

Pneumografia é termo utilizado para designar os fenômenos de raspagem, escrita, desenhos, sem causa
aparente, sem causa normal, por causa parapsicológica.

O fenômeno tem sido também designado segundo os diferentes contextos com os nomes de : escrita direta,
escrita dos espíritos, escrita espiritual, escrita de entes transcendentes, escrita de seres de outras dimensões,
pragmametagrafia (escrita metapsíquica em objetos), pneumofotografia (impressão pela luz psíquica), etc.

Já se usam o termo Teleplastia para fenômenos de pneumografia, mas não é um termo adequado. É outro
fenômeno. Teleplastia, ectoplasmia, ecto-colo-plasmia fazem referência à formação ectoplasmática de membros ou
objetos. Teleplastia é a formação (com ectoplasma) de rostos (por exemplo) e não impressão ou desenhos de rostos.

Utilizaremos o termo pneumografia por considerá-lo mais ortodoxo (pneumo=psíquico; grafia=impressão ou


escrita).

Já de muito antigo têm-se notícia da existência desta fenomenologia. Como todos os fenômenos
parapsicológicos, tem acontecido em todas as épocas e em todas as culturas.

Na Bíblia (Daniel 5, 25-26) conta-se a aparição de uma mão (teleplastia, ectoplasmia, ecto-colo-plasmia)
durante a festa do rei Baltazar. A mão escrevia na parede as palavras "Mane, Tecel, Fares" (pneumografia), as quais
traduzidas pelo profeta Daniel, significariam: "Deus contou teu reino e o terminou. Pesado na balança foi encontrado em
falta. Teu reino foi dividido e entregue aos medos e aos persas".

Lousas - O Barão Ludwig von Guldenstubbe efetuou experiências com lousas onde apareciam escritas
misteriosas, sem contato algum. O fato teve grande repercussão em 1850.

Posteriormente, pesquisaram o fato metapsíquicos como Charles Richet, William Crookes, Myers, etc. A
Metapsíquica, ou período pré-parapsicológico, tinha começado a analisar estes "fenômenos ocultos", já com o intuito de
dar-lhes uma explicação rigorosa, fora de toda a mitificação pseudo-científica.

Segundo o meio de produção dos fenômenos pneumográficos, poderíamos dividi-los em duas classes:

1) Aqueles fenômenos ocasionados com "instrumento": uma mão ectoplasmática que pega uma
esferográfica, lápis, giz ou qualquer objeto real, mas "misteriosamente" movida pela Telergia.

2) Os casos em que a escrita aparece sem que se tenha visto mão nem objeto nenhum realizando-a: são
clássicas as escritas em ardósia.

São conhecidos muitos e fáceis truques para este fenômeno que tanto surpreendeu antigamente.Pode ser
trucada com ajuda do pé ou da boca, ou inclusive, pela substituição da ardósia ou folha de papel sobre o qual a escrita
deve aparecer. Substitu ição que todo prestidigitador(mágico) hábil é capaz de realizar de uma maneira absolutamente
invisível.

Podem-se empregar também tintas e substâncias químicas apropriadas, não abertamente aplicadas.

Enfim podem-se utilizar acessórios trucados, caixas de fundo duplo, de aparência honesta que podem ser
examinadas, envelopes com compartimento secreto, etc, etc, etc. As técnicas para truques não faltam.
A pneumografia alguma vez é real. As mesmas causas que demonstram a telecinesia fazem possível
alguma vez a pneumografia. A explicação é a telecinesia por telergia.

Prescindimos do conteúdo da mensagem, da imitação da letra e outros aspectos que escapam ao aspecto
puramente pneumográfico aqui visados.

Existe um mecanismo muito conhecido na execução dos fenômenos físicos da Parapsicologia


denominado polipsiquismo pelo qual vários assistentes à sessão podem colaborar na prestação de telergia. Se a
isto acrescentamos a psicobulia (vontade inconsciente da pessoa que srcina o fenômeno), regendo assim os

60
movimentos do lápis, dentro da ardósia teremos explicado os aspectos principais e mais gerais do fenômeno da
pneumografia em ardósias.

Nesta Segunda classe de fenômenos, a telecinesia e conseqüente pneumografia pressupõe uma ecto-colo-
plasmia (uma mão ectoplasmática, ou seja o ectoplasma moldado na forma de uma mão) mais ou menos visível.

Não há dúvidas que certos fatos pneumográficos efetuados por ecto-colo-plasmia, para quem desconhece
Parapsicologia, parecem difíceis de acreditar; mas foram testemunhados por alguns dos mais sábios e afamados
pesquisadores.

Na realidade não é o caso de demonstrar agora a ecto-colo-plasmia (ectoplasma moldado em forma de


membros do corpo: pés, mãos, cabeça) que é indiscutível em Parapsicologia

A conclusão é bem clara: Existe a Telergia. Existe a Telecinesia. Existe a Ecto-colo-plasmia. A


Pneumografia não é mais do que uma aplicação dessas faculdades. Uma conseqüência lógica.

Antonio Elegido- Revista de Parapsicologia, número 21, elaborada pelo CLAP.

61
Clarividência

Clarividência- é o conhecimento psigâmico de coisas objetivas, físicas. Diferente da Telepatia, que


consiste em conhecer não diretamente a realidade física, mas o conteúdo de um ato psíquico subjetivo: os pensamentos,
imaginações, sentimentos ou desejos de uma pessoa.

A Clarividência é designada hoje (proposta do Dr. Rhine) com a sigla PC (pura Clarividência)

Por Oscar G. Quevedo S.J.- livro: "A Face Oculta da Mente" - Ed. Loyola

Precognição
Precognição, no sentido estrito, é o conhecimento direto do futuro.

Chamamos espontâneos os casos de precognição realizados fora dos laboratórios de Parapsicologia. Nos
últimos anos têm-se reconhecido milhares de casos espontâneos de conhecimento paranormal do futuro.

A precognição é um aspecto de Psi-Gamma que hoje está científica e absolutamente comprovada. As


tragédias ou mortes coletivas, naturalmente são mais emotivas em geral do que as mortes particulares e, pelo mesmo
motivo, desequilibram mais, facilitando a manifestação da precognição.

Os casos mais empolgantes e freqüentes são espontâneos. E surgem completamente de improviso. Não é o
homem que vai à procura da precognição; é a precognição que encontra o homem e o surpreende. Costumam surgir em
circunstâncias especiais, como durante o sono natural ou em delírios causados pela febre, etc.
A precognição é mais fácil (ou menos é difícil) e mais freqüente (ou menos rara) com referência a
acontecimentos fortemente emocionais: terremotos, suicídios, duelos, mortes, acidentes; ou impressionantes em sentido
inverso: coroações de reis, bodas faustosas, vitórias após duras guerras. Entretanto, há precognições também de
acontecimentos de pouca importância.

Sempre é necessária uma grande dose de desconfiança diante de qualquer suposta faculdade paranormal.

Fizeram-se milhares de experiências em laboratórios, cientificamente arquitetadas que demonstram sem


nenhuma dúvida, que de fato, existe no homem, esta faculdade de conhecer o futuro.

A ciência internacional examinou de todos os pontos de vista, os resultados obtidos, manifestando em


sucessivos Congressos, a constatação da existência da precognição.

Prazo existencial

entre PG e oTanto
tempopela
só análise
pode serdos casos espontâneos
formulada como por
com uma restrição comprovações
final: e estudos
PG não depende em laboratórios,
do tempo, a relação
mas só dentro do prazo
curto ou "existencial", isto é, pouco mais ou menos dois séculos entre passado e futuro.

Por Oscar G. Quevedo S.J. - Livro: "A face Oculta da Mente" - Ed Loyola.

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Sonhos que se realizam

Psicanaliticamente, o sonho seria uma realização ilusória de um desejo (Freud). Só o desejo mais ou menos
recalcado provocaria o Sonho, por isso não haveria sonhos sem significado. Mas certamente Freud e seus seguidores
erram profundamente nessa simplificação. O sonho tem outras muitas causas: Dramatização de mínimos estímulos
então captados, lembranças e associações do acontecido durante a vigília. O sonho é também necessário para a
realização pelo inconsciente, da sua análise e síntese da personalidade. E também o sonho pode ter causas
parapsicológicas: Talento do Inconsciente, HIP, Psi-gamma (Telepatia e Precognição).

Em Parapsicologia se chama Percepção Extra-Sensorial (ESP) ou Psi-Gamma (das letras gregas psi, início
da palavra Psiché, que significa alma, e gamma, primeira letra da palavra gnosis, que significa conhecimento), o
conhecimento próprio da alma.

A ESP ou Psi-Gamma, precisamente por ser espiritual, não tem as barreiras do tempo, distância,
obstáculos...que limitam os conhecimentos sensoriais. Concretamente, o conhecimento extra-sensorial ou psigâmico do
futuro chama-se precognição, e a sigla é Pcg.

O sonho é uma situação de inconsciência. Quando dormimos não temos consciência do que se passa. Esta
descida do consciente facilita, como por vasos comunicantes, a subida e manifestação das faculdades inconscientes.
Alguma vez pode manifestar-se em sonhos uma Pré-cognição(Pcg). Especialmente (não exclusivamente), quando esse
conhecimento se refere a pessoas ou acontecimentos emotivos. Pela força da emotividade, por exemplo, a mãe pode
sonhar (psigamicamente) com um acidente automobilístico que dias depois o filho sofrerá.

Em alguns sonhos também se dá, o que, em Psicologia se chama, paramnésia. Mais do que defini-la,
podemos descrever a paramnésia como um fenômeno psíquico pelo qual, entre duas coisas parecidas, caímos na conta
das semelhanças e não percebemos as dessemelhanças; e isto não é Precognição e nem se trata de fenômeno
parapsicológico. Exemplo: "No caso de uma pessoa sonhar com alguém que não conhece e depois acredita que
encontrou a pessoa do sonho". Pode acontecer que o sonho simplesmente reflita o ideal que uma pessoa têm de
alguém...composição imaginária de diversas qualidades físicas e psíquicas que tem admiração nas pessoas. Quando
posteriormente conhece uma pessoa parecida com a composição idealística, acreditou que essa era a pessoa com que
sonhara. Na realidade era uma pessoa parecida, efeito da paremnésia.

Resumindo: Existem sonhos precognitivos, que se realizam de forma idêntica ao que foi sonhado.
Mas assim como todos os fenômenos parapsicológicos: são incontroláveis, involuntários e inconscientes, além
de serem raros.

Oscar G. Quevedo S.J. (Padre Quevedo)

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Xenoglossia
É um fenômeno parapsicológico que consiste em falar (empregar) sem fraude, línguas reais que o
consciente não conhece.

Falar (empregar) línguas estrangeiras sem tê-las aprendido. O fenômeno foi chamado por Richet
(Charles Richet -Parapsicólogo) de Xenoglossia (do grego xenos=estrangeiro, e gloto=falar). Fora da ciência
experimental o fenômeno é mais comumente chamado "glossolalia" (falar línguas) ou "dom de línguas".

Usamos o termo empregar para incluir a xenoglossia falada, escri ta, ou qualquer outro sistema de
expressão. A xenoglossia escrita, etc, não se diferencia da xenoglossia falada. A única diferença é meramente
extrínseca, ficando tudo no âmbito do inconsciente.

Exemplo: Uma senhora, em um acesso de broncopneumonia, começou de repente a exprimir-se em um


idioma desconhecido por todos os presentes. Depois se comprovou que era o idioma industani. A senhora desconhecia
completamente aquela língua. Foram necessárias longas e trabalhosas investigações para comprovar, depois de muito
tempo, que até a idade de quatro anos, aquela senhora viveu na Índia. Desde aquela data haviam passado 60 anos.

Há muitas fraudes , talvez até inconscientes, ou ao menos irresponsáveis, e explicam muitos casos de
xenoglossia "aparente".

Também não é xenoglossia entender línguas, embora geralmente os autores incluam no conceito de
xenoglossia o fenômeno de entender línguas desconhecidas.

Outro tipo de pseudoxenoglossia é o de inventar línguas novas, mesmo perfeitas. Isto é Talento do
Inconsciente mas não é xenoglossia.

São mais freqüentes os casos de xenoglossia meramente "mecânica", com a repetição de palavras
guardadas no inconsciente; porém sem a pessoa entender o que está falando.

Xenoglossia Experimental- Não é muito raro que no sonambulismo hipnót ico surjam espetaculares
xenoglossias
estados de inconsciência, provocadas
mais ou menosnos pelo hipnólogo
quais o fenômeno surge. Aespontaneamente:
inconsciência da hipnose é bastante
febre, transe, parecidatraumatismo
narcótico, com outros
psicofísico.

Exemplo: Uma moça quase analfabeta,posta artificialmente em estado de sonambulismo hipnótico, recitou
um longo trecho oratório em latim, língua da qual ela não sabia uma palavra sequer. Comprovou-se porém, que anos
atrás, um tio da jovem recitara um dia aquele mesmo trecho perto do quarto de dormir da moça, que então se achava
doente. (O inconsciente não esquece nada- Pantomnésia)

Plurixenoglossia- Dizemos que há monoxenoglossia quando se fala uma só língua que o consciente
desconhece. Plurixenoglossia é quando se empregam várias línguas desconhecidas . A pantomnésia e a
hiperestesia, direta ou indireta, bastam para explicar muitos destes casos.

Exemplo: Uma jovem de 17 anos, Ninfa Filituto, siciliana, sofria de uma forte crise de histerismo com
sonambulismo espontâneo. No primeiro dia da crise assegurava que era grega e escrevia com letras gregas, mas frases
italianas...Ela desconhecia a língua grega. No dia seguinte, falava corretamente o francês, conhecendo dessa língua, em
estado normal, só os rudimentos. No terceiro dia falava algo de inglês. No quarto dia da crise, a doente falava
corretamente o italiano, que normalmente falava bastante mal e com muito sotaque. Durante estes quatro dias,
esqueceu
dialeto no consciente,
siciliano, completamente
esquecendo o siciliano,
por completo seu dialeto
os espantosos natal. No quinto
progressos sai, grego,
feitos em porém, francês,
passada inglês
a crise,erecobra
italiano.o
Desconhecia o grego, mas consta que pouco antes da crise, esteve folheando uma gramática grega. Para o
inconsciente, pantomnésico, basta pouco tempo para aprender o vocabulário grego. O estudo do francês e a prática
diária de falar italiano e conviver com italianos, foram suficientes para que o inconsciente aprendesse corretamente
essas línguas. Falava algo do inglês.Sendo a Itália um país de turismo, haverá alguém que nunca ouviu falar inglês?

Causas- Entre as causas da Xenoglossia, como explicação total ou explicação parcial completando a
pantomnésia, parece que a HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento (ou a Telepatia, em último caso) é o
fenômeno parapsicológico que mais freqüentemente intervém.

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Há muitos casos de xenoglossia por HIP-Hiperestesia Indireta do pensamento. A pessoa capta o
pensamento (as respostas) da pessoa que faz perguntas e responde corretamente sem entender o que está
falando.

O pensamento captado por hiperestesia indireta pode ser o pensamento inconsciente (sentimentos,
lembranças, associações). Aliás, é mais freqüente captar o pensamento inconsciente do que o consciente.

Xenoglossia inteligente- (A pessoa entende o que ela está falando) Ao inconsciente hiperestésico chegam inúmeros
dados lingüísticos. Os fenômenos paranormais de atividade inconsciente podem colaborar no descobrimento e apresentação de
dados. A Pantomnésia (memória do inconsciente) conserva para o inconsciente esses dados, como também os dados
captados por "vias normais", em número imensamente maior do que pode conservar o consciente. E o inconsciente possui
um assombroso talento: pode elaborar complicados raciocínios, fazer descobertas prodigiosas, comparar e combinar dados,
etc em uma proporção que o consciente dificilmente pode alcançar. O resultado de tudo isso em determinadas
circunstâncias é uma xenoglossia verdadeiramente "inteligente", ás vezes de freqüente uso.

Por Oscar G. Quevedo S.J.- Livro "A Face Oculta da Mente" Ed Loyola

Existe Xenoglossia paranormal? Não! A xenoglossia sempre é por HIP (Hiperestesia Indireta do Pensamento), por
Pantomnésia (O inconsciente se lembra de frases ou palavras um dia ouvidas), por Talento do Inconsciente (O inconsciente pode ter
a capacidade de formular ou aprender uma língua em pouquíssimo tempo)... nunca se aprende uma língua por telepatia! Uma
palavra, pode ser. Uma frase, pode ser. Uma língua inteira, se não há alguém por perto, não aprende. Aprende-se na rua, no cinema,
cruzando na rua com alguém que fale a língua... não existe xenoglossia por Psi-Gamma.

A xenoglossia sempre é extranormal, em todos os fenômenos; ou xenoglossia supra-normal, (Milagre) enormemente


superior.

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Verdadeiro Dom de Línguas

A xenoglossia supra-normal (Milagre) é enormemente superior (impossível confundir) com a xenoglossia


extranormal, ou com o que o povo pensa ser o Dom de Línguas (falar frases ou palavras sem sentido).

São Pedro, no dia de Pentecostes falou, ao mesmo tempo, em 18 línguas diferentes! Ou nenhuma; ou numa
só! Mas, foi entendido em 18 línguas diferentes, contando as 3.000 pessoas que se batizaram e as que não se
batizaram.

São Vicente Ferrer falou em todas as línguas e dialetos da Europa de seu tempo. Ia a um lugar e pregava o
dia inteiro, sem sotaqu e, na língua daquela nação. No dia seguinte ia a outro lugar, a mesma coisa. Ia a um lugarejo e
pregava no seu dialeto, sem sotaque, o dia inteiro. Em todas as línguas e dialetos de todos os lugares que visitou. Isso é
milagre!
São Francisco Xavier falou em QUATROCENTAS línguas da Índia de sua época! Pregava o dia inteiro em
um lugar. Ia a outro lugar, a língua dele... 400 línguas e dialetos!

São Antônio de Pádua, no Consistório, falou, ao mesmo tempo, em latim, grego, hebraico, italiano, francês,
alemão, russo, inglês, espanhol, português e outras muitas línguas da época. Repito, falou ao mesmo tempo em todas
essas línguas; ou em nenhuma, ou numa só! Mas foi entendido em todas! Isso é o Dom de Línguas!!!

Isso de ficar "blábláblá" (repetindo frases ou palavras sem sentido, que ninguém entende, balbuciando), é
xenoglossia de todas as épocas, povos e ambientes (ocorre em todos os ambientes, sendo um tipo de transe). Não tem
nada haver com espíritos dos mortos, demônios, etc... todas as religiões têm isso!

Agora, casos como esses que citei, milagres, só o catolicismo! Pela ordem na história: ambiente Judaico-
Cristão-Católico.

Oscar G. Quevedo S.J

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Radiestesia

Por Pablo Garulo

Movimentos musculares inconscientes -

Varinhas e pêndulos em radiestesia não se movimentam pela ação direta


de radiações, seja qual for sua natureza, nem pelo influxo de espíritos, minerais,
aqüíferos,
Se dos mortos,
o instrumento nem por ação
se movimenta do diabo
é porque ou deque
a pessoa Deus, como alguns
o segura imprimeatribuem.
uma ação
muscular provocada por idéias ou percepções inconscientes.
A realidade destes movimentos involuntários e inconscientes que
acompanham a todo ato psíquico é incontestável. A vasta pesquisa psicológica
acerca do assunto já é de longa data. Estudos interessantes e definitivos sobre os
movimentos reflexos das idéias conscientes ou inconscientes foram realizados por
Chevreul, Ampère, Arago, Babinet, Moigno, Pierre Janet, Pavlov, o próprio Jung,
Lehmann e Hansen na Universidade de Copenhague, Vasiliev, na Rússia, etc.
Leonid Vasiliev descreve algumas experiências neurofisiológicas
probatórias dos atos ideo-motores: "Aparelhos muito sensíveis de registro eletrográfico constataram que a idéia de um
movimento ou de um objeto visual vinculado a um determinado movimento, vem acompanhada de uma série rítmica de
impulsos que atuam sobre os músculos responsáveis pelos movimentos imaginados. Tais impulsos são enviados aos
músculos através das vias nervosas piramidais, pelos neurônios do córtex, cuja atividade se acha associada à idéia
motora imaginada pelo sujeito da experiência. Por exemplo, só a idéia de um objeto muito alto faz com que os impulsos
estimulantes convirjam para os músculos dos globos oculares, que tem por função fazer com que os olhos girem para
cima. Um galvanômetro suficientemente sensível, é capaz de registrar as fracas correntes elétricas que acompanham os
impulsos estimulantes criados pelas palavras pensadas (linguagem muda)
A fim de poder ser registrado, os eletrodos ligados ao galvanômetro são aplicados nos lábios, na língua e nos
músculos da pessoa, isto é, nos órgãos responsáveis pela fala.
Os cientistas do Instituto Prótese de Moscou usaram as correntes bioelétricas construindo um modelo de mão
humana de metal com os dedos móveis. O mecanismo acha-se ligado, por fios, a uma tomada de corrente em forma de
aro; quando a mão é colocada como se fosse uma pulseira no pulso de uma pessoa, faz os movimentos imaginados pelo
individuo. Se pensar que está fechando sua mão, a mão artificial fará o movimento. O "milagre" técnico desenvolve-se da
seguinte forma: O cérebro, ao pensar no movimento, envia aos músculos da mão, os impulsos correspondentes, ou seja,
as correntes bioelétricas que produzem a contração de tais músculos. As biocorrentes da mão são captadas pela tomada
de correntes e são por sua vez transmitidas ao amplificador, que possui um dispositivo especial para por em movimento
os dedos da mão mecânica.
O Dr Jean Jarricot realizou em grande número de experiências com a ajuda de aparelhos que registravam
automaticamente o ritmo respiratório e os movimentos do pêndulo. Chegou à seguinte conclusão: O ritmo respiratório
anima o pêndulo.
Parece lícito pensar, conclui Jarricot, que as oscilações do pêndulo estão relacionadas por uma parte, aos
tremores dos músculos que sustentam em semi-contração o braço. Mas estas oscilações mudam de ritmo e de
intensidade quando o radiestesista estima que o comportamento do seu pêndulo é significativo. É impossível não admitir
o concurso de uma influência psico-motora sob o fundo dos tremores de srcem mecânica.

No atual estado das coisas, podemos tirar uma conclusão de bastante


importância. Parece inútil apelar à forças misteriosas para explicar os movimentos do
pêndulo. Neste fenômeno tão simples só encontramos a transmissão do automatismo
respiratório e das manifestações emocionais
Estas manifestações emocionais foram muito bem analisadas por Chevreul. Há
pouco mais de um século, este sábio francês estudou os movimentos do pêndulo a partir de
experiências pessoais. Observou que seu pêndulo oscilava sobre um recipiente cheio de

67
mercúrio e que ficava parado quando retiravam o mercúrio. Interpunha chapas de vidro ou de resina, maus condutores
de eletricidade, e o pêndulo se imobilizava.
Chevreul pensou ter controlado o fenômeno porque podia fazê-lo aparecer à vontade. Porém, uma dúvida o
levou a realizar novas experiências: se o pêndulo se movimentava não seria porque ele mesmo queria que se
movimentasse?? Começou novas pesquisas, desta vez com os olhos vendados: as indicações do pêndulo resultaram
incoerentes. Estas experiências provaram que as manifestações emocionais provocadas por uma percepção consciente
ou inconsciente (ou por uma pseudo-percepção) estavam na base dos movimentos do pêndulo.
É tal o acúmulo de fatos comprovados e de estudos acerca dos movimentos involuntários e inconscientes que
o Dr. Bain enunciou a seguinte lei: " TODO FATO PSÍQUICO DETERMINA UM REFLEXO FISIOLÓGICO E ESSE
REFLEXO SE IRRADIA POR TODO O CORPO E CADA UMA DE SUAS PARTES".
Se levarmos em conta que estas descargas bioelétricas que põem em movimento determinados músculos
podem ser provocadas por um ato psíquico inconsciente, compreenderemos que a vara do rabdomante (aquele que
executa a radiestesia) ou o pêndulo movimentam-se em decorrência de impulsos inconscientes.
O radiestesista percebe ou capta que em determinado lugar encontra-se o objeto por ele procurado. Esta
percepção, mais ou menos inconsciente,,provoca no adivinho uma reação fisiológica muscular, capaz de movimentar o
instrumento mantido em equilíbrio instável.
Recorrer portanto à varinha ou pêndulo é recorrer a uma linguagem particular para expressar as mensagens
provenientes do inconsciente. Nenhum cientista ousaria hoje afirmar que os aparelhos de radiestesia se movimentam
pelo influxo direto de radiações, sejam estas de natureza conhecida ou não.
O problema não se coloca mais em tentar explicar a causa do movimento da varinha, mas em descobrir qual
seja a srcem da percepção inconsciente captada pelo cérebro do operador.
A ação radiestésica-
Existem inúmeros procedimentos usados pelos rabdomantes em suas pesquisas, mas todos eles obedecem
essencialmente a uma sistematização que pode ser resumida nos seguintes itens:
Um reflexo-
Uma perturbação física que aciona o instrumento. É o modo que o operador tem de perceber se está no
caminho certo ou errado na sua busca. O movimento da varinha seria o indicador deste reflexo inconsciente que alertaria
o dotado acerca da existência ou não do objeto por ele procurado. Este reflexo depende de uma certa sensibilidade mais
ou menos viva em cada um.
Os instrumentos de radiestesia são forquilhas de madeira ou metálicas, pêndulos, simples varetas ou em
geral qualquerdoobjeto
manifestação reflexo que fique emque
inconsciente, equilíbrio
mesmo instável quando
sendo fraco, podesegurado peloo dotado.
desequilibrar A instabilidade
instrumento. facilita
É uma técnica que a
serve para manifestar sensivelmente que o psiquismo do adivinho foi atingido por uma percepção real ou imaginária, que
o ajudará a resolver o problema apresentado.
Uma convenção mental-
O radiestesista atribui previamente uma significação aos movimentos do pêndulo provocados por este reflexo.
O pêndulo poderá se mexer em várias direções, mas uma delas, precisa e determinada, terá para o adivinho, um
significado especial.
A varinha ou pêndulo responde com um movimento já esperado e combinado de ante-mão: "caso o pêndulo
se movimentar no sentido das setas do relógio estarei no lugar certo", poderá ser a convenção mental de um
radiestesista; para outro, o sinal positivo será um movimento perpendicular...
Várias outras convenções mentais podem ser "escolhidas" por outros operadores.
Nestes diferentes casos, a hipótese das sensações alucinatórias deve ser considerada porque o
conhecimento intuitivo pode corresponder a uma sensação alucinatória, em relação com uma convenção involuntária.
Certos buscadores de água mexicanos pretendem experimentar uma sensação de calor quando passam por
cima de uma corrente subterrânea. Outros, como o marroquino Sidi Tayeb bem Abdallah pretendem ver uma espécie de
vapor que emanaria das fontes subterrâneas.
Em ambos os casos, a convenção involuntária que provocaria a alucinação pode ter se formado a partir de
uma coincidência entre uma sensação e a percepção de um objeto; ou devido à confiança do aluno em seu mestre que
lhe ensinou que tal sensação correspondia a um sinal positivo.
Uma questão corretamente formulada-
Graças à atenção seletiva, o equilíbrio do instrumento somente é perturbado por reações psicofisiológicas
selecionadas pelo cérebro do operador. O pêndulo não descobre o objeto da adivinhação, manifesta as reações
psicofisiológicas com que o inconsciente justifica ou rejeita uma hipótese.
É muito importante que o radiestesista formule clara, objetiva e corretamente a pergunta para a qual ele quer
dar uma solução. As perguntas formuladas devem ser concisas e susceptíveis de serem respondidas com SIM ou NÃO:

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exemplo - existe água nesta depressão do terreno, sim ou não?? Esta pergunta renova-se inconscientemente ao longo
de toda a experiência.
O pêndulo ou varinha não indicam o lugar do objeto perdido; o remédio eficaz, a solução ideal...; ampliam
simplesmente a resposta motora inconsciente a uma pergunta muito precisa, muito concreta, apresentada sob a forma
de dilema: sim ou não; verdadeiro ou falso; a direita ou à esquerda: esta direção é boa para encontrar água? Este
remédio convém a tal doente? Esta solução é a melhor para este assunto?...
Diversas técnicas
As formas de operar de rabdomantes e pendulistas são variadíssimas. Não existem normas comuns que
regulem a prática desta arte. Cada operador, um pouco por aprendizado, e
muito pela sua experiência pessoal, encontram um modo próprio de usar os
instrumentos para melhor manifestar as reações físico-mentais
inconscientes.
Existem mais de 4.000 modelos diferentes de pêndulo e a cada
um deles se atribuem propriedades específicas na captação dos objetos
ocultos procurados.
As justificativas que dão para usar tal instrumento e não outro
semelhante ainda conservam um forte sabor de irracionalidade. Afinal, qual
a vantagem ou desvantagem entre usar um pêndulo feito de chifre de boi,
de aço ou de madeira, ou entre usar uma varinha de madeira, arame ou de
osso de baleia?? Cada um dá sua resposta. Com lógica meramente
aparente, mas do conjunto delas, não se pode tirar nenhum rastro de
verdade.
Alguns radiestesistas usam aparelhos (ondobiômetros,
cauterizadores, detectores de pontos da acupuntura, sintonizadores-
testemunhas, etc) alegando terem a máxima garantia de sucesso; mas isto
não tem nenhuma consistência científica.
A única justificativa razoável está em relacionar o instrumento
com a confiança que o adivinho deposita nele.Certos dotados, para provocarem um fenômeno parapsicológico precisam
de condições psicológicas e ambiente adequados: penumbra, concentração em superfícies brilhantes, músicas, cantos,
barulhos de atabaques, etc... Assim também, um instrumento específico pode ser para o radiestesista, condição
necessária para ele se sentir à vontade, seguro e auto-confiante.
Esse estado psicológ ico de maior confiança nos resultados esperados é conseguido por outros com a ajuda
da "testemunha". Exemplo: se o adivinho quer buscar uma mina de ouro usará um objeto deste metal. A explicação que
ele dá é meramente subjetiva: para sintonizar mais facilmente com a mina de ouro, a "testemunha" enviaria suas
"radiações", estas voltariam ao lugar de partida, assim que tivessem atingido "ondas gêmeas" emanadas do objeto
oculto na mesma amplitude de onda...e mil outras razões (que podem até parecer impressionantes) sem absolutamente
valor real nenhum...
Se levássemos a sério o método da "testemunha", como poderia ser usado pelos radiestesistas "médicos"
para determinar o remédio específico?? Seria necessário crer que a úlcera de estômago, por exemplo, tem a mesma
"longitude de onda" que o carbonato de bismuto...
Nenhuma relação existe entre a "testemunha" e o objeto procurado. Trata-se apenas de uma maneira de
estimular o inconsciente ou de manter a atenção constantemente fixa naquilo que se procura. O desejo de perceber e
selecionar a influência do objeto foi chamado por Emile Christophe de "Orientação Mental".
Certos operadores trabalham por "impregnação". Eles aplicam o pêndulo sobre algum objeto da pessoa que
faz a consulta à distância. O objeto estaria impregnado pelas emanações vitais do dono e estes "restos vitais" seriam a
base sobre a qual agiria o pendulista.
Às vezes acertam, mas o sucesso nada tem a ver com tais "impregnaç ões". O objeto, torna-se um estímulo
para o inconsciente do radiestesista, que poderá, mas não sempre, ter uma adivinhação parapsicológica.(Telepatia,
precognição).
A inconsistência dos resultados-
Sendo a radiestesia um método de adivinhação, comparável no fundo, a todas as técnicas multisseculares de
abordagem do oculto, seus resultados não podem ser garantidos.
Seria imprudente afirmar que todas as adivinhações radiestésicas sejam fruto de meras coincidências. Às
vezes, participa na descoberta um fator diferente do puro acaso. Este fator poderia ser uma percepção extra-sensorial ou
hiperestésica. Mas é um grande engano usar a radiestesia como método infalível. Os adivinhos às vezes acertam, outras
muitas erram, embora acobertem o erro com explicações sutis, aptas para convencer os menos alertados. (e inclusive,
para enganar-se a si mesmos)
A" pendulomania" chega a extremos de ser aplicada a qualquer tipo de problema. Até para descobrir defeitos
no funcionamento do automóvel.
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Se os resultados práticos da radiestesia fossem tão seguros quanto seus defensores deixam entrever, o
espírito pragmático de nossa época teria adotado a radiestesia como um método insubstituível. Mas o homem prático
não se deixa ofuscar por alguns êxitos fascinantes e coloca também na balança o grande número de erros e os enormes
gastos em tempo e dinheiro decorrentes de adivinhações falidas.
Muito mais perigoso que a perda de dinheiro e tempo é o risco de perder a vida guiando-se pelos conselhos
do pêndulo aplicado à medicina. Um mesmo doente receberá tantos diagnósticos diferentes quantos forem o número de
radiestesistas consultados.
Nada mais fácil do que testar a "infalibilidade" dos adivinhos de varinha em mão
Em 1935, La vie Catholique, um periódico francês, ofereceu um prêmio de mil francos a quem descobrisse
uma massa de prata de 850 gramas que seria escondida sucessivamente em 10 lugares diferentes de uma mesma
habitação. O radiestesista deveria acertar ao menos 8 vezes em 10 tentativas. O resultado constituiu um fracasso
completo. O melhor concorrente não conseguiu acertar senão 4 vezes, havendo apenas 86 soluções corretas nas 860
apresentadas. A proporção estava de acordo com o cálculo de probabilidades.
O médico francês Augusto Lumiére fez experiências com radiestesistas que determinavam o sexo de animais
e pessoas, trabalhando somente com fotografias. Foi feito o diagnóstico do sexo masculino em 44% dos casos e do
feminino nos 56% restantes. O erro foi enorme, pois Lumière só forneceu fotografias de meninas...
Em outra experiência, Lumière enviou 30 amostras de sangue a um radiestesista famoso que diagnosticava à
distância. Vieram 30 diagnósticos diferentes, apesar de terem sido as amostras tiradas de 10 pessoas, 3 de cada uma.
O Dr. E. Pascal apresentou a um famoso radiestesista uma mecha de pelos negros, pedindo-lhe o
diagnóstico O radiestesista colocou o pêndulo sobre os pelos, enquanto com a outra mão, movimentava um lápis sobre
uma gravura anatômica do corpo humano. Eis o resultado, confirmado por carta após um segundo exame: "Trata-se de
um homem moço, cuja faringe é fraca, existindo bacilos no sangue, estado febril e carcinoma do pâncreas." - Na
realidade, tratava-se de pelos de um cachorro buldogue jovem e robusto.
A descoberta radiestésica poderia ter diversas causas: 1) uma dedução lógica, consciente, com base na
experiência prática do rabdomante. 2) Percepção de radiação ou "sinais" (geológicos, topografia, etc) que são captados
hiperestesicamente e interpretados pelo dotado, mesmo que seja de uma forma inconsciente. 3) Percepção paranormal
do objeto procurado; por telepatia ou por clarividência.
Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 21, elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de Parapsicólogo

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Sansonismo
Por José Lorenzatto

A palavra sansonismo deriva do nome bíblico "Sansão". O capítulo 13 do livro dos juízes narra o nascimento,
a vida e as façanhas de Sansão; entre as mais conhecidas podemos enumerar o despedaçar um leão como se fosse um
cabrito; com a queixada de um jumento matar mil homens; arrancar e carregar os batentes da porta de Gaza; romper
todas as ataduras com que era enovelado, como se fossem teias de aranha, e por fim, derrubar, sacudindo as colunas
onde se encontrava mais de três mil pessoas, perecendo todas elas com a queda e perecendo também Sansão. A força
de Sansão conforme o relato do Livro Sagrado residia nos seus cabelos e uma vez raspados, perdeu totalmente sua
força.

Não é nossa intenção analisar o texto do livro sagrado, em outras palavras, fazer uma exegese, mas apenas
orientar para a srcem do termo. Também é verdade que ninguém interpretará ao pé da letra as façanhas de Sansão que
são evidentemente exageradas e não se poderia justificar uma ação direta de Deus para matar tantos inimigos de
Sansão e de Israel. O texto sagrado queria insinuar que Sansão era um homem ágil, forte e temido, mais que os homens
de seu tempo.

Paralelo idêntico e conteúdo semelhante encerra a palavra "hercúleo". Hércules, herói grego, filho de Júpiter
e da mortal Alomena. Para expiar seus crimes, ofereceu seus serviços ao Rei Eristeu que lhe determinou doze trabalhos,
todos eles superando qualquer possibilidade humana. O décimo, por exemplo, era buscar os bois de Geridião na Eritréia,
uma ilha do oceano ocidental. Em seu caminho, partiu ao meio uma montanha e assim formou o estreito de Gibraltar; as
formações escarpadas de ambos os lados eram chamadas pelos antigos de Colunas de Hércules. É apresentado nas
esculturas como um gigante barbado, coberto com uma pele de leão e segurando uma enorme clava. Constitui o símbolo
clássico da força.

Saindo do lendário, do mítico e do símbolo, passemos à realidade.

Quem já não ouviu falar de loucos ou de pessoas histéricas possuidoras de uma força descomunal e
normalmente desproporcional ao físico e que se manifesta em determinadas condições?

É claro que tal força é decorrente do aproveitamento máximo da força muscular pela excitação
nervosa. É preciso excluir os Truques, que são muitos...:
O Hiperdinamismo ou sansonismo é muito comum nos epiléticos, nos loucos, nos bêbados e em
momentos de desequilíbrio psíquico. Mas pode ser também encontrado em ambientes em que incentivam o
estado alterado de consciência (transe, etc), tais como centros de incorporações, exorcismos, etc.

Fenômenos Parapsicológicos de sansonismo-

Existem também autênticos fenômenos parapsicológicos de sansonismo por telecinesia. Para a explicação
destes fenômenos, nada melhor do que a palavra de René Sudré: " A forma de energia mais habitual nos fenômenos
metapsíquicos (parapsicológicos) é a energia mecânica. As mesas se erguem e retornam, os objetos se deslocam, os
móveis, etc. A força misteriosa (telergia) que produz esses movimentos, constata-se que é análoga á força humana. (em
intensidade). Se é capaz de realizar efeitos delicados, também por outro lado não supera a força do homem mais
vigoroso.

Entretanto, a literatura registrou casos excepcionais, em que ela (telergia) superou a força humana. Stainton
Moses, por exemplo, levantou uma pesada mesa (Telecinesia) que dois homens mal e mal podiam mexer;e Daniel
Dunglas Home provocou a levitação de um piano; Eusápia Paladino levantou uma mesa com um homem em cima; a
mesma Eusápia, na presença do pesquisador Lombroso, movimentou um dinamômetro com força equivalente a 110 Kg.

Nestes casos, acontece o fenômeno chamado de Polipsiquismo, em que na realização do fenômeno em


questão (telecinesia) são empregadas a telergia também de alguma pessoa que está perto assistindo o fenômeno, se
impressionando com ele, e que inconscientemente, deseja a realização do fenômeno e acaba também realizando o
fenômeno em "parceria" com o agente. (sem saber, é claro).

Deve-se registrar que a força empregada nunca supera a força humana. Jamais se viu, mesmo nas
manifestações mais violentas, derrubar uma parede.

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A realidade objetiva e sem paixões, nos mostra que qualquer fenômeno em que de alguma forma entra em
jogo uma força especial, esta força é humana, desencadeada consciente ou inconscientemente, mas sempre humana,
com ou sem a pequena colaboração polipsíquica. O fantástico e o inexplicável será fruto da imaginação ou de interesses
particulares, excluídos os truques.

Trata-se do aproveitamento, inclusive ao máximo da força muscular e nervosa numa dimensão


humana. Tenha-se em conta que certas situações parapsicológicas podem aumentar a tensão nervosa e
muscular, bem mais notavelmente do que um ataque histérico ou de loucura.

Portanto, nem Sansão, nem Hércules, nem demônios, nem qualquer ser do além ou sobre-humano; mas o
próprio ser humano, mesmo franzino, é o autor de forças, em certas situações, superiores ao normal.

Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 28, elaborada pelo CLAP

72
Adivinhação por meio de objetos?

Quem já não ouviu dizer ou mesmo assistiu em filmes, de pessoas que adivinham fatos ou acontecimentos,
tocando, ou mesmo apenas em presença, de algum objeto que pertencia à pessoa que se quer descobrir algo?

A superstição tratou de dar explicações sem fundamento algum, que os objetos poderiam ser impregnados
por energias tais (popularmente energias negativas ou positivas) e que alguns adivinhos ou pessoas especiais (?)
poderiam decodificar estas "energias" impregnadas no objeto, podendo adivinhar passado, presente e futuro do dono do
objeto, ou de quem estivesse perto ou tocado o mesmo.

Na realidade, o que realmente ocorre, excluindo as fraudes ou truques e mesmo a casualidade, é um


fenômeno parapsicológico paranormal -psi-gamma- espiritual (telepatia ou RC (retrocognição) adivinhação do passado,
SC (simulcognição) adivinhação do presente ou Pcg (precognição) adivinhação do futuro).
O objeto só serviria para estimular o inconsciente sendo na verdade como que uma pergunta implícita ao
inconsciente: "Que posso adivinhar em relação ao dono deste objeto?"

Qualquer que seja o objeto, não tem em si, nenhuma espécie de impregnação ou emanação do que
popularmente se fala de energias espirituais (contraditório até no nome) positivas ou negativas. Pura superstição.

A este tipo de fenômeno paranormal, sendo o objeto necessário apenas no sentido de estimular o
inconsciente e desencadear o fenômeno de psi-gamma, deu-se o nome de Psicometria Parapsicológica ou Criptestesia
Pragmática (do grego pragma=objeto) ou Metagnomia Táctil (porque tocando ou em presença de um objeto).

Convém frisar que, como todo fenômeno parapsicológico, a Psicometria Parapsicológica não pode ser
controlada, sendo de srcem inconsciente.

Oscar G. Quevedo S.J (Padre Quevedo)

Adivinhações
Adivinhações

As ADIVINHAÇÕES que tanto impressionam as pessoas e que podem ser do passado, presente, futuro, de
fatos ou pensamentos na grande maioria das vezes é CHARLATANICE e/ou truque dos adivinhos e médiuns, que
usam de esperteza e da linguagem de múltiplos significados para enganar e lucrar com as pessoas.

- Outro recurso muito usado chama-se Paremnésia; o adivinho "prediz" muitas e muitas coisas (fala sem
parar), e a pessoa vai lembrar apenas as poucas coincidências.

- Outro ponto muito importante é que as pessoas e a mídia elevam os "adivinhos" pelas mínimas
"adivinhações" e nunca os derrubam pelas maioria esmagadora de ERROS.

- EXISTEM, porém, os FENÔMENOS PARAPSICOLÓGICOS de Precognição (conhecer o futuro)


-Retrocognição (passado) - Simulcognição (presente) - Telepatia (captar pensamentos e desejos à distância) -
Clarividência (captar acontecimentos físicos) e HIP -Hiperestesia Indireta do Pensamento (" Leitura" do Pensamento à
curta distância, poucos metros) que é mais freqüente.

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- Mas estes Fenômenos são INCONTROLÁVEIS (ninguém controla), INVOLUNTÁRIOS (não depende da
vontade) e INCONSCIENTES, além de serem RAROS, de pouca freqüência; e geralmente ocorrem em sonhos ou
estado de transe ou sonolência, e NUNCA COM HORA MARCADA E FREQÜENTE como "querem os adivinhos".

Carlos Orlando- Pós-graduado em Parapsicologia - CLAP

74
Pantomnésia

Além de sábio, o inconsciente não esquece nada. Outra faculdade inconsci ente, comum a todo gênero
humano, é a chamada pantomnésia, memória de tudo. Um jovem açougueiro, em um ataque de loucura, recitava
velozmente paginas inteiras da "Fedra" de Racine. Curado da loucura, por mais esforços que fizesse, não conseguia
recordar-se de um só verso. Declarou que ouvira unicamente uma vez, a leitura dessa tragédia, quando pequeno.

Para saber até onde chega o poder mnemônico do inconsciente, um passo importante, sem duvida, é a
comprovação de que nosso inconsciente nos recorda coisas que conhecemos quando nem possuíamos o uso da
razão. Este fato se comprovou muitíssimas vezes.

O dr Maury, por exemplo, conta que certa noite sonhou que era criança e vivia num povoado chamado
Trilport. Ali,
sonhos. Aindaimaginou
que nãovertivesse
um homem uniformizado,
a menor quehomem,
idéia daquele dizia chamar-se..."fulano de tal".onde
nem daquele povoado, Maury apreciava
pensava não analisar
ter nuncaseus
vivido, havia no sonho uma vaga sensação de "já visto". Passado algum tempo, se encontrou com a antiga ama seca.
Ela lhe disse que, sendo ele muito pequeno, foram à mencionada localidade, onde o pai devia construir uma ponte, e
que ali existia um policial com o mesmo nome que soubera através do sonho.

Por meio da hipnose ou de associações, testes,drogas, etc, o psiquiatra poderá obter algumas vezes
do inconsciente, recordações que o auxiliem na recuperação do paciente. O advogado poderá obter preciosos
dados para a reconstrução dos fatos do seu cliente, etc. Pela hipnose, se chegou, às vezes, a bastante profundidade do
arquivo inconsciente. Uma experiência quase de rotina é a comprovação da memória do inconsciente durante a
hipnose.E conseqüentemente, a imaginação se exalta também, dando à linguagem dos pacientes um brilho e um
colorido notáveis. A memória reproduz, com extraordinária precisão, cenas e pormenores que, em estado de
vigília, estão completamente esquecidos ou jamais fixa dos.

Texto extraído do livro "O que é Parapsicologia"de


Oscar G. Quevedo S.J.- Edições Loyola

75
A Fenomenologia do Transe

A Fenomenologia do Transe
Tão velho quanto o ser humano-

Estados de transe e possessão formam parte do quadro religioso de quase todas as civilizações existentes.
A raridade das manifestações psicofisiológicas que acompanham o transe serve de base para todo tipo de
interpretações, geralmente relacionadas com causas sobrenaturais ou misteriosas.

Muitos povos primitivos da atualidade usam o transe na sua experiência religiosa; é de se supor portanto que
este tipo de alteração da consciência venha sendo provocado pelo ser humano desde os primórdios de sua história.
Os chineses do séc XVIII a/C praticavam o culto aos antepassados. Para entrarem em comunicação com os
parentes desconhecidos submetiam-se a um ritual acompanhado de músicas e danças giratórias que conduziam a um
frenesi coletivo de convulsões, saltos, e corridas desenfreadas, até que conseguissem cair no transe como meio de
participação com o mundo dos mortos. Nos santuários de adivinhação da Grécia antiga, adolescentes do sexo feminino,
as pitonisas, eram escolhidas para serem possuídas por Apolo. Os momentos de transe representavam a descida de
deus. Para os "aissauis" do Islã, o transe lhes propiciaria estados de insensibilidade à dor e para alcançá-los recorrem ao
djedjeb, movimento violento que se imprime à cabeça de esquerda à direita enquanto os braços permanecem pendentes
e as pernas marcam o ritmo.

Na atualidade, o transe faz parte da prática religiosa de milhões de pessoas. Para o espiritismo, é condição
necessária para possibilitar a comunicação com os espíritos dos mortos; o médium, em transe, emprestaria seu corpo
para que um espírito o usasse como veículo de manifestação aos vivos. De maneira semelhante, os cultos afro-
americanos (vudú, macumba, umbanda, candomblé, etc) vêem nele o caminho mais fácil para atrair as divindades e
outras entidades sobrenaturais (orixás, exus, pretos-velhos...) até os terreiros de celebração. Nestes casos, o médium
serve de "cavalo" à entidade incorporada.

Os cristãos de todas as igrejas interpretaram freqüentemente estes estados alterados de consciência como
uma prova da graça de Deus ou como um sinal de possessão por parte de algum espírito imundo. Hoje em dia são muito
comuns os cultos ao Espírito Santo; neles os participantes, após uma série de práticas carregadas de forte emotividade,
chegam ao estado de êxtase religioso, manifestando-se então, por boca dos fiéis, mensagens do espírito e até o
chamado "Dom de Línguas". Se bem que, as igrejas que tem sua fé estruturada num alto grau de reflexão teológica
encarem o êxtase com muitas reservas, sendo raríssimos os casos em que os interpretam como uma reação orgânica
perante uma possível manifestação divina.

Em ambiente profano, a psicologia das multidões também nos apresenta exemplos freqüentes de massas
em transe, empolgadas pelas palavras dum líder político ou pelo som alucinante dum conjunto de música moderna.

Muitas são interpretações ou justificativas que os estudiosos dão para o transe. Todas elas naturalmente,
dependem do ponto de vista com que são encaradas e também das circunstancias em que se manifesta o fenômeno.
Para o antropólogo, o transe poderia simbolizar a morte da carne em vistas a renascer a uma vida, uma sensibilidade ou
uma vivencia nova. O sociólogo pode ver nele um meio usado por determinados grupos para aliviar tensões, fortalecer
crenças ou estruturas sociais. O psicólogo talvez o interprete como um mecanismo compensatório do individuo (sentir-se
alguém, escolhido, agraciado, em intimidade com o além...) ou como um sintoma de cisão da personalidade para o
psiquiatra. Enfim, o teólogo pouco avisado poderá interpretá-lo como uma prova da graça divina ou como um sinal de
condenação eterna.
Quando a consciência se ofusca-

O transe pode ser considerado como um estado hipnóide de dissociação psicológica que libera, em maior ou
menor grau, o inconsciente do controle total da consciência. Este estado de dissociação se caracteriza pela ausência de
movimentos voluntários e com freqüência pelo automatismo da atividade ou do pensamento. A etimologia da palavra,
transitus, nos está indicando o sentido de passagem; passar dum estado de consciência a outro.

Como nos estados hipnóticos profundos, verificam-se também no transe profundo três características
psicológicas:

76
A sugestionabilidade, a memória alternante (lembranças do acontecido em estado de transe anteriores e
esquecimentos durante a vigília e amnésia ao acordar.

Também em ambos os estados costumam manifestar-se as mesmas características fisiológicas: contrações


e relaxamentos musculares, perdas de reflexos, etc.

Por esta identidade em transe e hipnose, a psicologia os considera como um mesmo fenômeno. O Doutor M.
E. Pascal em 1935, fez um estudo exaustivo mostrando a total identificação psico-fisiológica entre transe, hipnose e
êxtase. Sua conclusão foi esta: o Transe é pura e simplesmente um estado de sono hipnótico.

Verificada esta identidade, chega-se à conclusão de que não existem diferentes tipos de transe (hipnótico,
mediúnico, espírita, metapsíquico ou parapsicológico) do ponto de vista psico-fisiológico, mas um só: o transe.

"Quando aludimos a fenômenos metapsíquicos podemos denominar o transe, por conveniência de


expressão, estado metapsíquico ou parapsicológico. De acordo com sua forma de indução, pode ser o transe auto-
provocado (concentração voluntária, invocação de espíritos, etc.). Em ambos casos, o que presumivelmente se obtém é
um certo grau de dissociação da consciência, acompanhado de manifestações hipnóticas, ou de tipo de possessão
espírita (personificações) segundo as crenças do sujeito e a forma de indução.

Em parapsicologia, entendemos por transe o estado de inconsciência mais ou menos profundo no transcurso
do qual se manifesta ou pode manifestar-se uma atividade parapsicológica.

Diferente do sono, o transe ou sono hipnótico, mesmo sendo profundo, é algo diferente do sono ordinário.
No sono normal perde-se qualquer vínculo com a realidade exterior ao sujeito, enquanto que no transe se mantém um
vínculo ou ponto de referência ativo entre o sujeito e o hipnotizador ou entre o sujeito e as circunstâncias ambientais que
propiciaram o fenômeno.

"Os psicólogos Wible e Jenness, após minuciosas experiências com estudos eletrocardiográficos e
respiratórios, chegaram à conclusão de que a ação do coração e dos pulmões durante a hipnose(ou transe) era mais
semelhante ao do estado de Vigília que a do sono fisiológico natural. Nygard, medindo a circulação cerebral durante a
vigília, a hipnose e o sono, chegou a conclusão de que a circulação sanguínea durante a hipnose (ou transe) era mais
semelhante a do estado de vigília que a do sono. Bass descobriu que o reflexo rotuliano diminuía durante o sono real,
mas era quase o mesmo no estado hipnótico e no de vigília".

Com métodos de investigação diferentes, o Dr. Fernando Cazzamalli, na época professor de psiquiatria e
neurologia da Universidade de Roma, chegou a mesma constatação que os anteriores. Só que suas experiências
apontam um fator novo. Mediu as ondas eletromagnéticas emitidas pelo cérebro em dotados parapsicológicos em transe,
no momento em que manifestavam suas faculdades: rabdomantes, psicômetras, clarividentes, adivinhos em geral. Nos
estados de repouso cerebral, no sono p.ex., não captou nenhuma atividade eletromagnética, sendo que teria
estabelecido a existência destas radiações no caso de dotados em transe. "Sua conclusão é que o estado fisiológico do
cérebro nestes casos, no que diz respeito a emissão dessas radiações, é comparável aos estados de intensa atividade
psíquica, que se produzem durante as criações artística e literária.

Na Argentina, o Dr. Canavésio, teve o mérito de ser o primeiro a aplicar o eletroencefalograma nos dotados
parapsicológicos quando os sujeitos manifestavam suas faculdades. Mesmo estando os sujeitos em estado de transe
mais ou menos profundo no momento das percepções extra sensoriais, o estado elétrico do cérebro não era o de sono
natural, mas o das etapas que precedem ao sono:

crepuscular ou de semi-consciência.

Esta descoberta reforça a opinião generalizada de que a manifestação de qualquer fenômeno


parapsicológico requer uma alteração na consciência do sujeito, que provocaria um estado de inconsciência, maior ou
menor, dependendo da idiossincrasia de cada dotado.

Uma constatação final se torna evidente: Os registros encefalográficos modernos são da mesma natureza
nos sujeitos em transe, seja este de tipo hipnótico, mediúnico ou parapsicológico, independentemente de se o sujeito
atribui seu estado à ação de entidades espirituais, à sugestão direta dum hipnotizador ou à sua capacidade de auto-
sugestão.

Muitas são as maneiras de alcançá-lo –

Os métodos usados pelos hipnotizadores para levarem seus pacientes ao transe são tão variados quanto
possamos imaginar. Não existe um método padronizado que sirva de base aos outros ou que atinja melhores resultados.
77
Na hipnose, o método é criado pelo próprio hipnotizador e os sucessos dependem mais de sua autoridade, prestigio ou
segurança que do método em si mesmo.

Mesmer foi o primeiro a induzir no transe como meio clinico de "curar" certas afecções. 0 objeto de suas
sessões de "cura" era provocar grandes crises convulsivas consideradas na época extremamente saudáveis. Nenhuma
diferença encontraríamos, a não ser na forma de indução, entre as crises mesméricas e o estado de transe convulsivo.
Mesmer valia-se de toda uma encenação impressionante: a crença em eflúvios magnéticos ricos em virtudes curativas;
música suave e penumbra na sala; silêncio absoluto por parte dos pacientes enquanto ele andava vestido com uma
túnica de seda lilás; toques com uma vara de ferro nas partes afetadas pela doença; passes e toques com as mãos; a
tina cheia de água "magnetizada"; enfim, todo um ambiente que oferecia condições reconhecidamente encorajadoras do
transe em sujeitos predispostos.

Nas crises mesméricas, porém, assim como em qualquer outro método hetero ou auto-sugerido de indução
no transe, nada há além dos condicionamentos ambientais ou da capacidade de auto-sugestão dos sujeitos.

A Academia Francesa de Medicina demonstrou que: "a imaginação separada do magnetismo produz
convulsões, e o magnetismo sem imaginação nada produz".
Hoje, além da sugestão ou imaginação, a bioquímica, medicina e psicologia encontram outras explicaçõe s
cientificas para o uso de inúmeras técnicas alteradoras do campo da consciência. Enumero algumas entre as mais
usadas:

Danças rítmicas e saltos: Estão entre os principais métodos de induzir a estados de êxtase em que uma
pessoa se sente dominada por uma força ou um ente superior. Vimos antes como eram praticadas por chineses e
aissauis do Islã. 0 grande feiticeiro da Caverna de Trois Freres, talvez a mais famosa gravura pré-histórica de um
dançarino, este revestido com despojos de animais, imitando na dança os movimentos destes, provavelmente para
sentir-se possuído pelo "espírito" do animal que será caçado. Nos cultos africanos e afro-americanos, a dança rítmica é
parte integrante do ritual, e assim em todas as culturas e civilizações a dança é um método dos mais empregados para
chegar ao transe.

0 movimento rítmico prolongado exige muito esforço muscular e logo começa a causar exaustão física e
nervosa. Isto provoca um alto nível de álcalis no sangue, e que conduz a alcalose cerebral. "Sabemos - diz Sargant - que
a alcalose cerebral tende a produzir transe e comportamento sugestionável. Sem dúvida, as batidas fortes com os pés e
as danças rítmicas criariam mais ácido láctico no fluxo sanguíneo, por causa do excessivo esforço muscular envolvido.

Respiração anormal: A alcalose cerebral pode também ser provocada por uma respiração intensa e rítmica;
nestes casos, o carbono, em um ácido, é eliminado do fluxo sanguíneo, e isto freqüentemente conduz à dissociação
histérica e a estados de sugestionabilidade aumentada"

Esta técnica é muito freqüente em tribos africanas.

Os ioguis usam também técnicas respiratórias para atingir estados alterados de consciência, visando
essencialmente absorver e dirigir através do corpo uma hipotética força cósmica, o prâna. "Consiste, em efeito, por regra
geral, em aspirar forte e longamente conservando depois os pulmões cheios de ar durante um lapso de tempo que vai de
vários segundos até um minuto ou mais. A duração da retenção do sopro deve ser quatro vezes a da exalação,
recomenda o Hatha-Ioga. 0 método é muito perigoso, pois dilata muito os alvéolos pulmonares e determina perturbações
circulatórias capazes de provocar por si mesmas uma diminuição da oxigenação cerebral, tonturas e síncope. Pode
também surgir, nos sujeitos predispostos, crises epiléticas ou de hemoptise".

Brados e cantos prolongados: Podem produzir resultados semelhantes aos anteriores, ainda que menos
acentuados. A menos que sejam muito exercitados, os cantores tendem a expirar mais ar do que inspiram e, em
conseqüência, a concentração de CO2 nos alvéolos pulmonares e no sangue é aumentada, o que produzirá, como já
vimos,uma redução da eficiência do cérebro tornando possíveis experiências de dissociação.
"No canto do curandeiro, do feiticeiro, do conjurador de espíritos; no infindável entoar de salmos e sutras dos
monges cristãos e budistas; nos gritos e gemidos, horas a fio, dos pregadores itinerantes... o propósito psico-quimico-
fisiológico permanece constante: Aumentar a concentração de dióxido de carbono no organismo a fim de diminuir a
eficiência da válvula redutora, o cérebro.

A diminuição desta eficiência no órgão diretor de nossa atividade consciente levará a uma queda da
capacidade crítica e a um dissenso da tensão intelectual, condições propícias para a entrada no transe.

78
0 jejum prolongado: Nos países do Hemisfério Norte, antes da invenção das frigoríficos e antes de que o
desenvolvimento das comunicações facilitasse o transporte de alimentos na escala que hoje conhecemos, as
populações, durante cerca da metade de cada ano, não comiam frutas e hortaliças verdes, faltando também, em maior
ou menor grau, leite, ovos e carne fresca. No fim de cada inverno, o escorbuto (falta de vitamina C) e a pelagra (falta do
complexo vitamínico B)eram freqüentes nessas regiões.

Se a esta carência natural de recursos alimentícios acrescentarmos, em ambiente cristão, os jejuns


voluntários ou obrigatórios prescritos na Quaresma (fim do inverno, começo da primavera) compreenderemos que
natureza e normas religiosas preparassem um terreno muito propício para as mais diversas manifestações de exaltação
psíquica, não faltando entre elas os êxtases ou transes freqüentes.

Huxley, quer ver na subnutrição uma das causas que facilitam certas experiências aparentemente místicas.
"0 sistema nervoso é mais vulnerável que os demais tecidos do corpo.

Em conseqüência, as deficiências de vitaminas tendem a atuar sobre o estado de espírito antes de agirem,
ao menos de modo ostensivo, sobre a pele, os ossos, as mucosas, os músculos e as vísceras. A primeira conseqüência
duma dieta imprópria é uma redução da eficiência do cérebro como instrumento de sobrevivência biológica. 0 subnutrido
tende a ser dominado por ânsias, depressões, hipocondrias e sentimentos de angústia. capaz também de ter visões,
pois quando a válvula redutora – o cérebro - diminui sua eficiência, muito material biologicamente inútil flui para o
consciente.

Em muitas áreas do mundo, a subnutrição é um mal crônico. É fácil constatar que nestas áreas de fome
permanente, ou nas camadas sociais menos favorecidas economicamente de alguns países, o transe está
freqüentemente associado a cultos de tipo religioso. Seria lícito concluir que a subnutrição predispõe para os estados de
alteração psicológica favoráveis ao transe, pelo menos come um elemento de reforço entre outros fatores: crenças,
costumes, tradição, acontecimentos históricos-sociais, etc.

De qualquer maneira, o jejum prolongado esgota as reservas do cálcio e a taxa de açúcar disponível no
organismo e a psique parece mais apta para perceber seus próprios pensamentos, o próprio corpo, ter alucinações,
transes e outras experiências do gênero.

Os castigos corporais: Para os cristãos, a mortificação da carne foi sempre um meio de purificar o espírito,
mantendo-o alerta contra o assalto das paixões desordenadas. Houve, porém, ao longo da história, períodos em que se
supervalorizou a mortificação corporal, dando lugar a grandes exageros. Os castigos brutais praticados contra o próprio
corpo tornaram-se freqüentes em um tipo do ascetismo mal entendido.
Apesar da brutalidade, sempre havia uma parte de compensação psicológica proveniente da experiência, em
geral pseudomística, que o sofredor às vezes experimentava: êxtases acompanhados de visões, da sensação do perdão
total, da participação na paixão de Cristo. Antigamente, estes fenômenos aparentemente extraordinários que
acompanhavam os grandes penitentes eram interpretados, com não pouca freqüência, como manifestações
sobrenaturais. Hoje em dia haveria outras explicações mais de acordo com os conhecimentos científicos, invalidando,
pólo menos na maioria dos casos, a hipótese transcendentalista.

Sabemos, p. cx., que a flagelação com chicotes do couro ou arame provoca feridas que podem desorganizar
o equilíbrio químico do organismo. Enquanto dura o suplício, as glândulas liberam grande quantidade de histamina e
adrenalina; e quando as feridas começam a supurar, várias substâncias tóxicas, produzidas pela decomposição da
proteína, penetram na corrente circulatória. A histamina produz o choque que atua sobre a mente com a mesma
intensidade que sobre o corpo e as toxinas das feridas desorganizam os sintomas enzimáticos reguladores do cérebro,
reduzindo sua eficiência. Além do mais, grandes quantidades de adrenalina podem provocar alucinações.

Isto poderia explicar por que alguns ascetas costumavam dizer que quando lhes era dado flagelar-se sem
piedade, "Deus nada lhes recusava".

Outros meios: Objetos brilhantes (luzes, jóias vistosas, bolas de cristal, espelhos...), quando olhados
insistentemente, podem induzir ao transe por fadiga ocular resultante em exaustão nervosa, sempre que outros
estímulos intervenham na experiência, p. ex., a expectativa do transe, o ambiente, as palavras e gestos dum
hipnotizador, etc.

A concentração prolongada numa idéia ou num pensamento, o monoideísmo, pode levar a dissociações
mais ou menos profundas. É freqüente em pessoas que se dedicam a uma tarefa intelectual abstraírem-se por completo
do ambiente que as rodeia, nada ouvem, nada sentem, parecem estar num outro mundo.

79
Conhecemos também a enorme quantidade de drogas naturais (ópio, maconha, coca, beladona, estromônio,
mandrágora, estrato de lobeliáceas, mescalina, cafeína...) ou de produtos químicos (ácido lisérgico, adrenocromo,
escopolamina cloratosa, cloruro de amônio, amital do sódia, pentotal...) e até os de mais fácil aquisição (café, chá,
álcool, fumo), toda esta longa lista do produtos poderia m ser, e com freqüência o são, excelentes meios de indução ao
transe.

Não devemos esquecer a enorme eficácia que a expectativa, a crença, a simples vontade ou o ambiente
contagiante tem, em vistas a atingir estados de dissociação psicológica, assim como as condições psicofisiológicas do
sujeito: manias, sífilis cerebral, epilepsia, endocrinopatia, histerias, conflitos internos, etc.

0 transe dos grandes médiuns. -


Especial interesse supõe para a parapsicologia o estado psico-fisiológico no qual os médiuns mais famosos
realizavam seus prodígios. Todos eles, para manifestar qualquer fenômeno, necessitavam cair no transe. Este não
guardava as mesmas características ou mostrava a mesma intensidade em todos os grandes dotados.

Para uns, como D. D. Home ou madame D Esperance, era bem suave, quase imperceptível, sem perder por
completo a consciência. Bastava-lhes colocar-se num ligeiro estado de concentração ou de ausência para que seu
dinamismo parapsicológico pudesse se manifestar com relativa freqüência. Outros, como a Palladino, a Piper, Rudi
Schneider, Ossowiecki, etc, caiam num estado de estupor geralmente acompanhado de amnésia e outros efeitos
fisiológicos familiares à

hipnose profunda.
Naturalmente, nem sempre a fenomenologia parapsicológica acompanha o transe dos médiuns. Muitos
pesquisadores da era da metapsíquica perderam horas e dias a fio esperando que o médium em transe manifestasse
algum fenômeno. 0 transe ou qualquer estado semelhante de inconsciência, mais ou menos profundo, é condição
necessária para o fato parapsicológico acontecer, mas não oferece nenhuma garantia do que o fenômeno acontecerá
inevitavelmente. Se assim fosse, todos poderíamos ser grandes dotados apenas com a condição de ficarmos
inconscientes.

Neste sentido, a frase de Osty - "todo ser humano poderia transformar-se possivelmente em médium
(dotado), se fosse capaz do obter o estado psico- fisiológico do transe"- deve ser interpretada, a julgar pelo contexto de
sua obra, não como uma relação causa-efeito entre transe e fenômeno parapsicológico, mas apenas como sendo o
transe um meio que pode facilitar a fenomenologia. Este ponto de vista foi confirmado posteriormente pelas experiências
de ESP sob hipnose no laboratório.

0 transe dos grandes dotados, embora atribuído por quase todos eles a forças sobrenaturais, em nada difere
do conseguido pelos hipnotizadores. Cada médium o atinge o e experimenta de maneiras diversas.

A Piper, p. ex., alcançava o transe profundo em várias etapas. Primeiro segurava a mão do pesquisador ou
do consulente, permanecia silenciosa e concentrada durante 10 minutos. Nesta fase era tomada de pequenos
movimentos convulsivos que iam aumentando de intensidade até assemelharem-se a um ataque de epilepsia.

Saia desta fase com um grito, mudando então sua voz para dramatizar a personalidade supostamente
encarnada por ela. Posteriormente, seus músculos ficavam tensos, a boca torta e os olhos revirados, passando a um
estado de desvanecimento em que ela perdia a consciência de si mesma e de seu ambiente. Fisiologicamente, o pulso
diminuía, a respiração descia de 22 por minuto a 7 ou 10. 0 corpo permanecia inerte e insensível.

0 transe de Eusapia Palladino vinha sempre acompanhado das violências próprias de seu caráter
temperamental. Pelo jeito, os "espíritos" que nela encarnavam não conseguiam domar sua tempestuosa personalidade
real "Ao entrar em transe – segundo o diagnóstico de Morselli -

-Sua voz era rouca e todas as reações, suor, lágrimas, inclusive a menstruação, aumenta... Faltam os
reflexos papilares e tendinosos, tem tremores, miastenia... Igual que os faquires, respira com lentidão, passando de 28
inspirações a 15 e a 12 por minuto, o coração aumenta as pulsações de 70 a 90 e até 120; suas mãos ficam tremendo e
as articulações se tornam rígidas. Palidez, olhos em branco, movimentos espasmódicos, deglutição freqüente.

"Morselli notou no seu transe todas as características do histerismo:

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Amnésia; confusão de sua personalidade com a de John King, em cujo nome falava; gestos passionais,
ora eróticos, ora sarcásticos; obsessões, sobretudo as de não sucesso nas sessões; alucinações.

Embora cada médium ou dotado experimente as alterações do transe de modo peculiar, contudo, parece
existir uma série de características comuns: aumento das pulsações, diminuição da respiração, esfriamento dos
membros, aumento das secreções, excitação da atividade genésica.

Não há espaço nestas linhas para abordar os aspectos fraudulentos do transe ou transe fingido, praticado
com mais freqüência do que poderíamos esperar. De qualquer maneira, basta salientar que está muito ligado a casos de
histeria, e sabemos a dificuldade existente para diagnosticar quando um histérico está num acesso real ou fingido.

Os perigos para a saúde mental e física decorrentes da prática indiscriminada do transe hipnótico, sem o
auxilio de especialistas, merecem comentário à parte.

Pablo Garulo

Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 25 elaborada pelo CLAP

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Tipos de Transe

Conceito: Na escola fenomenológica, o transe é um estado alterado de consciência, enquanto na escola


freudiana (Dr. Freud) é um estado de inconsciência dominado por pulsões. A teoria dos sistemas fala de estados
sublimiares. No código 10 das doenças mentais, o transtorno de transe ocorre quando há uma perda temporária tanto do
senso de identidade pessoal quanto da consciência plena do ambiente. Em psiquiatria, o transe ocorre quando há
dissociação da consciência de si mesmo e a consciência vigil. O transe é um estado semelhante ao sono.

Histórico: o transe ocorreu desde os xamãs mais primitivos passando pelos hinduístas antigos com estados
de transe da yoga, pelos templos de sono dos sacerdotes egípcios e a força mágica do olhar do sacerdote caldeu. Os
xamãs em viagens de transe com drogas ou por indução do ritual tribal manifesta vivências de terror, temor e angústia.

oráculos comoHá otranses de "incorporação",


de Delphos, como
nas consultas parana Gréciaacreditavam
o povo, antiga realizada pelas opitonisas,
incorporar que nos
próprio deus templos
Zeus com
ou o deus
Esculápio, fazendo adivinh ações sobre a saúde ou a vida existencial da pessoa. No antigo Israel são descritos alguns
grupos de sacerdotes com êxtase repetindo salmos. No islamismo também aparecem alguns grupos místicos. O mesmo
fenômeno ocorre com os monges católicos com o êxtase místico.

Nestas religiões monoteístas, o transe é isolado porque a base da oração ou reza é de caráter consciente e
intencional com agradecimentos, súplicas, pedidos e reflexões sobre Deus e para Deus. Os sacerdotes chineses,
africanos, japoneses tinham e tem transe em reverência aos mortos. Nas catacumbas de Roma, os cristãos conviveram
com rituais de transe tipo espírita, dos romanos. Os romanos levavam oferendas para os mortos se alimentarem. Isto
ocorria também em alguns templos gregos e influenciaram os romanos. O transe é retomado pelas bruxas em seus
rituais na idade média. No século 18 é Mesmer com os transes magnéticos, rudimento da ciência, sem implicações
sobrenaturais. No século 19 o transe espírita é retomado por duas escolas espíritas divergentes, uma francesa, a escola
de Kardec, outra inglesa, a escola de Davis. Permaneceu a terapia de varinhas, águas e mãos magnetizadas do
mesmerismo. A ciência aparece com o cirurgião inglês Dr. Braid que descobre o método da hipnose provocando
analgesia, hemostasia e anestesia em 1841. Utilizado por Janet, Charcot, Bernheim, Breur e Freud nas últimas décadas
do século 19 na França, Áustria e Suíça nas melhores clínicas psiquiátricas. Começa a teoria de Charcot sobre a doença
histeria.

Etiologia do transe:
1) psicogênica (a histeria e a dissociação)

2) organogênico com disfunções e lesões relacionadas ao cérebro

3) sociogênicas envolvendo aspectos sociais, religiosos e pseudo-religiosos

4) Psico-espirituais; onde estão a liberdade e os valores

Classificação: 4.1-Transe psicogênico: envolvendo desde o vácuo existencial do Dr. Frankl, a histeria como
apelo pela doença de dr. Sonnenreich com as formas clássicas de múltipla personalidade e despersonalização com a
perda da identidade de si mesmo.

4.2- Transe orgânico: com a dissociação e o delirium que são estados alterados de consciência. O transe
orgânico pode promover confusão mental, idéias delirantes, alucinações, estados crepusculares da consciência com
várias causas como alteração do equilíbrio ácido-básico, hidroeletrolítico com as bombas de sais da membrana da célula
nervosa
Tumoresnocerebrais,
jejum prolongado e alterações cerebral,
SIDA, blastomicose ácido-básica de acordo comeo outros
neurocisticercose ritmo respiratório
processos mais lento ou
cerebrais acelerado.
como epilepsias
específicas e equivalentes epilépticos podem provocar estados alterados de consciência. Desde desnutrição com falta
de vitaminas, sais minerais como a vitamina B, sódio, potássio, cálcio até alterações endócrinas da hipófise, tireóide e
supra-renal provocam ou facilitam o transe. O messias Cristo apresentou alucinações com estado alterado de
consciência no deserto. Joana D Arc apresentou alucinações com transe orgânico de cunho místico. O apóstolo São
Paulo apresentou estado crepuscular em sua conversão. O profeta Maomé apresentou alucinações de cunho religioso.
Os sacerdotes do Oriente distante, dos Andes, da Amazônia utilizam drogas como cocaína, heroína, maconha para
provocar alucinose e estados alterados de consciência.

4.3- Transe psico-socio-religioso: onde o transe tem base mística ou religiosa. É o transe espírita de Davis,
Kardec, africano ou oriental. É também o transe demonófilo das bruxas medievais, da carismática ou dos pentecostais.
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Ocorre no êxtase místico dos católicos, religiões orientais principalmente da Índia, dos africanos e religiões afro-
brasileiras. Neste transe a pessoa altera a consciência acreditando que recebe ou incorpora um orixá, um morto, um
demônio ou o espírito Santo. Ocorre uma indução hipnótica de massa e simbiótica com um sentido religioso ou pseudo-
religioso. Os símbolos são bizarros, depressivos, surrealistas, amaneirados, extravagantes, como o exu caveira (mal
total), pomba-gira (prostituição), mortos famosos (Einstein, Mozart)

5) Facilitadores do transe e as conseqüências:

5.1- estado s doentios: a encefalopatia de forma histérica, a despersonalização, a astenia, o transe e


possessão, sansonismo ou hiperdinamismo com agitação psicomotora, automatismos psicomotores, personalidades
múltiplas e dissociação mental.

5.2-adivinhação por psi-gamma (percepção extra-sensorial)

5.3-Adivinhação por Hiperestesia indireta do pensamento-

5.4-Xenoglossia ou glossolalia

5.5-anestesia à dor e temperatura

5.6-Fenômenos de efeitos físicos ou telérgicos como telecinesia e tiptologia

5.7-Curandeirismo como prática de medicina de forma ilegal, inclusive caindo no declínio de acreditar em
terapia ou hipnoterapia de vidas passadas.

5.8-psicografia: movimentos corpóreos da escrita sublimiares, automáticos e involuntários.

Conclusão- O transe ou é sintoma ou é a própria doença, sendo de índole perigosa para causar ou
desencadear doenças. Os transes com fator psicogênico, organogênico exigem intervenções médica geral, médica
psiquiátrica e psicológica o mais breve possível. O transe psico-socio-religioso pode promover ou desencadear doenças
mentais, além de poder ocasionar encefalopatias induzidas, simbióticas ou coletivas (epidemia psíquica).

A descoberta do método da hipnose pelo Dr. James Braid em 1841 levou a indicações claras em medicina
psicossomática, dissociação histérica, amnésia histérica, anestesia cirúrgica, encefalopatias com formas sexuais de base
histérica.

Creio que o ato religioso fica facilitado com os conhecimentos psicológicos, psiquiátricos e parapsicológicos
e deva ter o perfil de reza ou oração de modo consciente, lúcido, livre e intencional , com súplicas, diálogo do eu com o
Tu maior e reflexão sem transes que envolvem perigos organo-psíquicos graves.

Dr Victor Eugênio Arfinengo, Médico Psiquiatra, logoterapêuta e professor do CLAP

83
Alucinações

As alucinações podem se manifestar em todos os domínios da atividade sensorial. Encontramos


alucinações visuais, auditivas, olfativas, gustativas, da sensibilidade geral, genitais, multissensoriais, etc...

Quando as alucinações se traduzem em impressões vagas e indiferenciadas, são chamadas de elementares


(resplendores, luzes, barulhos, fulgores, murmúrios indefinidos...). Quando se identificam com objetos precisos (animais,
personagens, palavras claras, músicas, cheiros definidos, etc) são chamadas de complexas ou figuradas.

As alucinações podem ser positivas ou negativas. Nas alucinações positiv as se percebe o que não
existe. Nas negativas não se percebe o que de fato deveria estar impressionando os sentidos.

ilusão não éApesar da estreita sem


uma percepção relação existente
base entre alucinação
na realidade, e ilusão, há porém,
mas uma deformação uma diferença
da percepção. se apóia na a
fundamental:
A ilusão
realidade, transformando-a.

As alucinações, a percepção sem objeto, compreendem um estado psicológico particular, diferente em cada
caso concreto. Às vezes, não tem significado patológico. No estudo clínico das alucinações deve-se levar em conta
não só a intensidade das mesmas, o maior ou menor grau de clareza na percepção sensorial, mas também a
qualidade ou conteúdo delas . Não é a mesma coisa perceber claramente um santo, os demônios, animais
aterrorizantes ou um ruído, um resplendor, ouvir vozes, músicas ou um cheiro indefinido. Sob esta disparidade, oculta-se
uma significação que não pode ser negligenciada. O que o médico procura é desvendar, atrás das aparências
sensoriais, a tendência, a significação oculta e as causas psicológicas ou psicofisiológicas das alucinações.

A manifestação freqüente de alucinações pode ser um sintoma patológico indicador de uma


personalidade desintegrada.

Alucinações Visuais - Podem ser reproduzidas experimentalmente em circunstâncias favoráveis, por isso,
seu estudo é mais fácil.

A srcemOdesse
do córtex cerebral. tipo de
Dr. Fedor alucinações
Krause, pode serdediverso.
neurocirurgião Berlim,Às
fezvezes se reproduzem
experiências com umem laboratório
ferido pelaProvocando
de guerra. excitação
estímulos elétricos sobre a esfera visual occipital esquerda, o ferido declarava perceber figuras análogas àquelas do
cinema.

O tipo mais comum de alucinações visuais são as chamadas imagens hipnagógicas. Consistem
numa aparição que se manifesta no momento do semi-sono ou estado crepuscular.

Em geral, a imagem alucinatória é absolutamente estereotipada: a visão de um ser fantástico, rostos, um


olhar familiar, etc. Quase sempre o paciente as reconhece como alucinações; sabe que está sendo enganado pelos
sentidos.

A visão freqüentemente é instantânea ou extremamente curta, e também freqüentemente acompanhada de


um sentimento de angústia. Em regra, repete-se com freqüência e pode ser até quotidiana. Em pessoas submetidas a
uma prolongada vigília; a s onolência provoca imagens hipnagógicas.

Nos campos de batalha, quando os soldados são forçados a passar vários dias sem dormir, são freqüentes
as perturbações deste gênero. Uma modalidade pitoresca de alucinação visual é a liliputiense. O alucinado percebe um
mundo de personagens diminutos semelhantes aos de Gulliver. O paciente chega a regozijar-se com este pequeno
mundo achando-o divertido. Qualquer tipo de alucinação, inclusive as liliputienses tem sido observadas em pessoas que
aparentam boa saúde. Parece, porém que a senilidade forma uma condição especialmente favorável para as
alucinações. Também são bastante comuns no curso de intoxicações exógenas e especialmente no alcoolismo sub-
agudo.

Os traumatismos cerebrais das últimas guerras possibilitaram inúmeras comprovações de alucinações


visuais. Um soldado ferido na região occipital esquerda; quinze meses mais tarde, começou a ter crises caracterizadas
pela aparição de luzes brilhantes e intermitentes. Estas crises foram seguidas de outras alucinações complexas; com
imagens em movimento, vivas, representando cenas vividas pelo ferido e que haviam-no impressionado fortemente.

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O Delirium Tremens é uma outra situação propícia à alucinação visual. O alcoólatra, em delírio, crê perceber
formas em movimento, silenciosos seres estranhos, animais bizarros, que podem se apresentar com os detalhes mais
realistas. As formas esquisitas parecem ameaçar o alcoólatra, confundindo-o ao ponto de desorientá-lo e aterrorizá-lo.
Outros sentidos, como a audição e o olfato também podem ser alucinados. A combinação de diversas alucinações
provoca no sujeito um sentimento de realidade total, tão intenso, que o alcoólatra pode chegar ao desespero.

Alucinações Auditivas- São tão freqüentes quanto as da vista, combinando-se às vezes com estas.
Principalmente nas intoxicações, mas podem ocorrer, como toda alucinação, em circunstâncias aparentemente
normais.

Realizaram-se experiências em laboratório para provocar alucinações auditivas. Por exemplo: esfriando com
cloruro etílico a circunvolução cerebral correspondente à audição num mutilado cujo ferimento permitia uma ação direta
sobre o cérebro, vozes estranhas eram ouvidas pelo paciente. Em pessoas submetidas à eletrização da parte posterior
temporal, ou excitando zonas cerebrais correspondentes à audição, tem-se produzido alucinações verbais,ou inclusive,
até complexas peças musicais.

Nas alucinações auditivas verbais, o que o sujeito percebe não é outra coisa que sua "linguagem
interior". É "ouvir de dentro para fora". Mas com a característica toda especial de que o alucinado não
reconhece como própria, sua "linguagem"; não conseguindo identificá-la como proveniente de seu EU pessoal.

Esta não identificação da "linguagem interna" leva o sujeito, em muitos casos, a atribuir como
realidade, a alucinação auditiva, acreditando ser os espíritos dos mortos, Deus, o diabo ou qualquer entidade
sobrenatural a causa ou a srcem destas audições. O Alucinado, então, julga-se um "escolhido", um profeta, ou
um médium em diálogo constante com o "além".

As pessoas que sofrem este tipo de alucinações, salvo exceções, manifestam profundas
perturbações da personalidade, geralmente de desagregação psíquica de dissociação dos laços que garantem a
unidade do EU.

Alucinações do gosto e do olfato- São em geral, muito elementares e monótonas: sabor ou cheiro de algo
queimado, de peixe, de matéria fecal, gostos ou odores acres, repulsivos, etc. Jogam um papel importante no
desenvolvimento de idéias de perseguição. Suscitam idéias de envenenamento, de rechaço dos alimentos.

Nos casos de alcoolismo ou nas neuroses e psicoses de perseguição, tornam-se particularmente penosas.

As mais diversas causas- As causas das alucinações são muito diversas. Umas originadas por
traumatismos: lesões cerebrais, golpes na cabeça, mutilação, pressões em alguma região cortical... Outras, por
intoxicações do organismo provocadas por álcool ou por substâncias alucinógenas: LSD, mescalina, ácido lisérgico,
peiote mexicano, cocaína, etc. Todavia, sabe-se que certas neuroses e psicoses vão acompanhadas de freqüentes
alucinações; isto indica que desequilíbrios psicológicos, perturbações mentais e a demência estão também na base de
falsas percepções. Estados de fadiga física ou mental são também causa freqüente de uma alucinação.

Fora as causas específicas, cujo diagnóstico dependerá de cada caso concreto, o ambiente sócio-cultural e
religioso determina certas formas alucinatórias. Temos assim, as alucinações dos endemoninhados ou as que
acompanham a prática do espiritismo.

Alucinação dos endemoninhados- Sempre insistimos que o endemoninhado antes de mais nada, é
um doente.

Os grandes casos de endemoninhados na história mostram que os protagonistas eram mais ou menos
desequilibrados, sofrendo alucinações da índole mais diversa. O Pe. Surin, exorcista e "endemoninhado" de Loudun,
assim escrevia: "Estou em conversa perpétu a com os diabos...De 3 meses para cá, eu nunca passei um dia sem ter o
diabo ao meu lado. O diabo passa do corpo da pessoa possessa e entrando no meu, me agita e me atravessa
visivelmente durante várias horas..." Surin tentou suicidar-se e foi considerado, nos registros de sua ordem religiosa,
como um enfermo mental.

O mais notável nas "pseudo-possessões" demoníacas é a violência, a diversidade e a impetuosidade das


alucinações. Os pacientes vêem, sentem, cheiram, ouvem e obedecem ao "demônio". Entre as alucinações do tipo
demoníaca, se destacaram pela sua vivacidade, as da esfera genital: Os famosos íncubos e súcubus. O alucinado
pensava estar em contato sexual com demônios machos ou fêmeas. Estes delírios sexuais foram mais freqüentes em
ambientes onde existia grande repressão ao sexo.

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Alucinação em ambiente espírita- Diversas vezes, a crença na comunicação com os espíritos dos mortos
dispara os mecanismos da auto-sugestão que estão na base das mais diversas alucinações. O médium, sentindo-se
invadido pelo "espírito do morto", chega a vê-lo, conversa com ele, escuta as mensagens que o "espírito" lhe comunica,
dramatiza um relacionamento irreal que, com toda a propriedade, pode ser chamado de alucinatório, isto é, sem base na
realidade.

Em todos os casos, uma análise psicológica destas falsas comunicações com os espíritos revela que
seu conteúdo não é mais do que a manifestação dramatizada das idéias, afetos, tendências e desejos da
personalidade do médium ou se fazendo eco do ambiente em que vive.

Uma percepção paranormal pode estar na base de uma alucinação sensorial. O sentimento mais ou
menos confuso de que algo de ruim tem acontecido, captado parapsicologicamente, pode manifestar-se por
meio de uma dramatização do inconsciente, sob a forma de alucinação visual, auditiva, etc.

Não deve confundir-se a alucinação com a fantasmogênese, ecto-colo-plasmia, aporte, fotogênese,


psicofonia e tantos outros fenômenos parapsicológicos. Nestes casos, a visão, audição ou qualquer outra
impressão dos sentidos é real; corresponde a objetos externos reais.

Pablo Garulo -Revista de Parapsicologia número 19, elaborada pelo CLAP

86
Ecto-colo-plasmia

Argila Psíquica- O ectoplasma, como "argila psíquica". Teoricamente ao menos, poderia ser moldável para
representar diversas figuras. Conforme fossem os tipos de reproduções, o fenômeno seria classificado sob diversos
nomes.

Ecto-colo-plasmia é o ectoplasma moldado em formas de membros ou partes de pessoas, animais,


ou objetos. No conceito de ecto-colo-plasmia veremos que deve incluir certo rudimentarismo na reprodução. O
membro ou parte é reproduzido rudimentarmente, imperfeitamente,sem a verdadeira densidade e configuração
da realidade que se trata de reproduzir.

Transfiguração consiste em uma simples modificação do próprio corpo do dotado. É o próprio


dotado revestido de ectoplasma e inclusive corporalmente modificado, representando outra pessoa.
Formamos a palavra ecto-colo-plasmia simplesmente incluindo na palavra ectoplasmia, o termo colo,
do grego "kólon" que significa membro de pessoa ou animal, por extensão, parte de um objeto. Ecto-colo-
plasmia, etimologicamente significa bem o conceito em vista: a telergia condensada e maleável (plasma),
exteriorizada (ecto) para formar um membro ou parte de algum ser (colo).

Como sempre, também em ecto-colo-plasmia, a fraude deve ser levada em conta, entretanto, deixar a
investigação porque é difícil, dadas as muitas fraudes e querer negar todos os casos de ecto-colo-plasmia, como muitas
vezes se tem feito, é atitude comodista e pouco científica.

Seria interminável enumerar todos os tipos de fraude realizados consciente ou inconscientemente pelos
médiuns para trucar a ecto-colo-plasmia. Finíssimos retalhos de seda, convenient emente desenhados , máscaras
dobráveis, balões de borrachas pintados, que depois se enchem pouco a pouco, e lentamente se esvaziam após a
"misteriosa" aparição.Todos estes materiais se escondem facilmente na boca, no salto oco do sapato, etc...

Logicamente, devemos incluir em fraudes, todos os casos em que aparecem mãos ou rostos ou qualquer
outros membros perfeitos, com circulação sanguínea, vivos... E não há dúvida de que são vivos mesmos, ou seja, são
fraudes, membros autênticos do próprio médium ou de algum de seus cúmplices.
Por Oscar G. Quevedo S.J- Livro: As Forças Físicas da Mente (Vol.1)- Ed. Loyolla

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Fantasmogênese

Fantasmogênese é a produção ectoplasmática de um fantasma ao menos aparentemente inteiro, de


pessoa, animal ou coisa. O verdadeiro fantasma não é uma aparição meramente subjetiva, mas é imperfeito na
reprodução do "modelo": o fantasma tem certa consistê ncia materia l, porém é mais ou menos tênue, mais ou
menos transparente, com pouquíssimo peso, em comparação com o peso do modelo reproduzido.

Como sempre em Parapsicologia, também na fantasmogênese deve-se ter muito em conta a fraude.

A fantasmogênese é feita pela ectoplasmia,que é a matéria prima para moldar as imagens do


inconsciente do dotado: (ideoplastia). Da mesma maneira como se pode plasmar um rosto, um braço, (ecto-colo-
plasmia) etc, pode-se plasmar a imagem mais ou menos completa de um ser. Até se faz compreensível que a
imagem
pelo é mais ou menos
inconsciente). tênue, leve,
O que aumenta emtransparente,(mesmo que fosse só por motivo de economia de ectoplasma
tamanho diminui em densidade.

Assim considerada, a fantasmogênese nem precisaria de uma demonstração específica: é simplesmente


uma modificação da ecto-colo-plasmia, um outro aspecto da i deoplastia.

A densidade do fantasma, às vezes é tão pouca que só é visível para os hiperestésicos.(pessoas com maior
sensibilidade nos sentidos); quando não seja mera alucinação.

Até fantasmogêneses de monstros-


O Dr Osty realizou 41 seções (experiências). Sentiram o contato de monstros peludos lambendo os
presentes, mordendo ou arranhando vestidos. Osty, modelo de investigador, conclui que pessoalmente está convencido
da realidade dos fenômenos de Guzik.

A célebre adivinha madame Freya sentiu a presença de um animal peludo e mal-cheiroso.


Excepcionalmente, naquela ocasião tirou-se uma fotografia. A fotografia, porém, não captou absolutamente nada.

Como há fantasmas (produções ectoplasmáticas inteiras) de animais, há também fantasmas de coisas


inanimadas (objetos)

Exemplo: William Crookes presenciou algumas fantasmogêneses realizadas pelo mais famoso de todos os
dotados D.D. Home. As qualidades típicas do fantasma (tênue, vaporoso, não bem acabado) são muito bem descritas:
"Ao declinar o dia, durante uma seção do Sr. Home, na minha casa, vi, agitarem-se as cortinas de uma janela que estava
a uns três metros de distância do Sr. Home. Uma espécie de sombra, meio transparente, semelhante a uma forma
humana foi percebida de pé, por todos os assistentes. Esta forma agitava a cortina com a mão, e enquanto a olhávamos,
ela se desvaneceu e as cortinas cessaram de se mover.

Como se vê, a fantasmogênese apresenta a forma de sombra; é meio transparente, porém sua densidade é
suficiente para movimentar cortinas.(telecinesia causada pelo ectoplasma)

Aparecimento Gradativo-
Começamos a análise interna da fantasmogênese. Temos visto que nos casos tanto de
fantasmogênese como de ecto-colo-plasmia, a formação aparece e desaparece de maneira gradual. Mostra-nos
muito bem que a fantasmogênese se srcina do ectoplasma, e que o fantasma (ectoplasma moldado) é de
constituição vaporosa.

A constituição vaporosa, tênue, às vezes tenuíssima dos fantasmas é reconhecida por todos os autores de
alguma seriedade e competência científica que investigaram o fenômeno.

O transe da famosa médium D Esperance era tão superficial que ela conservava durante o fenômeno, quase
completa consciência do que se passava: "O começo das manifestações é uma sensação de teias de aranha... Quando
um ponto de luz atravessa as cortinas, posso ver a massa branca e vaporosa mover-se como o vapor de uma
locomotiva. Várias vezes coloquei a mão nesse vapor, para senti-lo e examiná-lo., mas não poderei dizer que tive a
sensação de tocar alguma coisa."

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O perispírito (como algumas pessoas defendem) é inadmissível. Trata-se só de ectoplasma, energia
do corpo e nunca de "matéria no espírito"ou espírito "semimaterial" ou matéria "semi-espiritual, o que implicaria
uma contradição de termos. A ideoplastia nada tem a ver com os espíritos ou os "perispíritos"dos mortos. Pelo
contrário, ela explica como o inconsciente do dotado pode também plasmar a imagem de um morto. (ou de um
animal, ou de um objeto)

Fantasma completo é raro-


Em comparação com a ecto-colo-plasmia, claro está que a fantasmogênese é muito mais rara: requer-se
maior ideoplastia e mais ectoplasmia para a produção de um corpo inteiro do que para a produção de um só membro.

É do médium (pessoa em transe) e não do além.

Como todo fenômeno parapsicológico em geral e ectoplasmático em particular, também a fantasmogênese,


evidentemente, depende do ectoplasta (dotado).

Já resumia admiravelmente Geley (Gustave Geley- L Ectoplasmie): " Durante todo fenômeno de
materialização (isto é, fantasmogênese e fenômenos ectoplasmáticos em geral) o produto formado está em óbvia
conexão fisiológica e psíquica com o médium. A ligação fisiológica por vezes é perceptível sob a forma de um fino
cordão ligando a imagem ao médium, o que pode ser comparado ao cordão umbilical que liga o feto à mãe. Mesmo
quando esse cordão não é visível, a relação fisiológica é sempre estreita. Cada impressão recebida do ectoplasma,
reage sob o médium e vice-versa. A sensação reflexa da estrutura coexiste com o do médium. Numa palavra, tudo
prova que o ectoplasma é uma parte exteriorizada do próprio médium.

Relações de peso
Embora de difícil experimentação, existe relação de peso entre o fantasma e o ectoplasta, o que confirma
que o ectoplasma, para a formação do fantasma, é exteriorizado do corpo do dotado (sendo possível a pequena
colaboração (inconsciente) dos assistentes, em efeito polipsíquico)

Conseqüentemente, sem negar que a pesagem indica que o corpo do ectoplasta perde peso para emprestar
ectoplasma ao fantasma, não devemos porém, cair no erro, freqüente entre os experimentadores, de considerar que o
número de quilos perdidos pelo dotado corresponde exatamente ao peso do fantasma.

Influências externas
Mesmo quando os aparelhos atribuem ao fantasma menos peso do que ao dotado, mas ainda assim um
peso bastante considerável, não devemos pensar que, de fato, o fantasma possua tanta matéria, porque sempre há
várias possibilidades de que os números não indiquem o seu peso real. Há que considerar a possível ação telecinética
sobre a balança. Tudo indica que o fantasma, tênue, vaporoso, ás vezes suspenso no ar e intangível, na realidade
possui um peso reduzido.

Sede exagerada
A relação da dependência fantasma-dotado deduz-se também da enorme sede que alguns ectoplastas
(dotados) experimentam durante as sessões de fantasmogênese. Este fato é mais uma confirmação de que a substância
para plasmar o fantasma é tirada do corpo do dotado. Pois é lógico que a perda da substância é o principal responsável
por essa sede insaciável. Outros fatores secundários responsáveis pela sede, são o próprio esforço realizado parta
exteriorizar e dirigir o fantasma com a conseqüente transpiração, as modificações estruturais ou fisiológicas
experimentadas pelo organismo, etc.

O agente psíquico das fantasmogêneses é o inconsciente do próprio dotado. Os impulsos e esforços


motores são também os do dotado. A energia orgânica do dotado se exterioriza e molda, dirigida e
acompanhada pelas faculdades psíquicas inconscientes do próprio dotado.

Sendo a fantasmogênese um fenômeno extranormal, compreende-se perfeitamente que a densidade do


fantasma seja inversamente proporcional ao afastamento do organismo que o produz.

Por Oscar G. Quevedo S.J- Livro: As Forças Físicas da Mente (Vol.2)- Ed. Loyola

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Levitação

Por levitação, designa-se o levantamento- acompanhado ou não- de um movimento de transladação do corpo


humano no espaço.

Truques de levitação são inúmeros e com várias técnicas de realização.Mas existe a levitação autêntica.

Truque de Levitação

Padre Quevedo realizando um truque de levitação

Os maiores dotados de fenômenos parapsicológicos de


todos os tempos pesquisados, raramente conseguiram levitar-se.
Entretanto, se julgarmos os resumos das experiências, vemos que
D.D. Home, Stainton Moses, Eusápia Paladino e outros menos afamados, tiveram levitações. As mais completas, as
mais observadas e as mais extraordinárias, foram certamente as de Daniel Dunglas Home.

Em nenhuma levitação, considerada autêntica, sem truque, é levantada outra pessoa. Só pode levitar-se o
próprio dotado. Outra pessoa só será levitada, se o dotado atuar sobre o instrumento onde aquela estiver sentada, como
uma cadeira por exemplo.. É que o ser humano pode atuar parapsicologicamente, por força física sobre si mesmo, não
sobre outra pessoa.

Muitos casos de autêntica levitação aconteceram e acontecem em


ambientes sem conotação de nenhum tipo de religião. Ou, em outras palavras, na
mais diversa variedade de conotações religiosas: católica, protestante, hindu,
maometana, demoníaca, espírita, ocultista, etc.

O conjunto de todos os casos, principalmente dentro da hagiografia


católica, onde o fenômeno mais se verifica, é de valor incontestável em prol da
existência da levitação.Exceto raras ocasiões, as levitações dos santos se deram
em plena luz do dia. Nunca existiu por parte do santo(místico), o desejo de
impressionar ou de atrair a atenção sobre o que estava se passando. Possuímos,
pelo contrário, muitas provas de que os expostos a estes êxtases, fizeram o
possível para ocultar o fato às demais pessoas. Sua humildade sentia-se ferida pela
atenção que atraia e pela veneração de que eram objeto. Casualmente suas
levitações foram observada por uma ou mais pessoas.

São José de Copertino

Alguns parapsicólogos modernos da chamada escola norte-americana, negam a levitação, inclusive o


veredicto da verdade histórica, ou existência científica, simplesmente pelo fato de não ter-se medido com estatística
matemática, em laboratórios. É simplesmente ridículo: em laboratório e por estatística matemática, poder-se-ia obter
alguma ótima confirmação em mínima escala, de que todas ou quase todas as pessoas tem algumas mini-manifestações
iniciais ou vislumbre de faculdades parapsicológicas. Mas, verdadeiros fenômenos
parapsicológicos, principalmente de efeitos físicos, jamais poderão ser obtidos em
laboratório e menos ainda com a freqüência que exige a estatística matemática.

Querer submeter a História, a Parapsicologia, como ciência e


como verdade, à estatística matemática e laboratório, é um erro gravíssimo. É o cientista
que deve adaptar-se às exigências da realidade e não a realidade aos preconceitos de
determinados "cientistas". Em outros ramos da ciência, por exemplo, físicos, é possível;
nos psíquicos e principalmente nos parapsicológicos, certamente não o será.

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O fato da levitação é um assunto muito apto para a verificação, porque existindo, não requer testemunhos de
peritos para comprová-lo.É só chegar perto e rodear com as mãos e braços o corpo da pessoa levitada e verificar se não
há fios ou suportes. Qualquer pessoa (de boa fé) pode verificar... A cura de um cego, a de um tumor maligno-canceroso
e em outros casos, a revitalização de um morto, oferece maior dificuldade de verificação, necessitando de peritos.

Seria ilógico admitir, de um lado a telecinesia, e de outro, negar a levitação, dadas as conexões
comprovadamente estreitas entre as duas categorias de fenômenos.

É conveniente frisar que a levitação não pode ser apresentada como um dos milagres exigidos para a
beatificação ou canonização. Após o processo sobre a heroicidade das virtudes como testemunho divino em prol da
santidade de um servo de Deus, os milagres hão de realizar-se após sua morte.

A explicação parapsicológica-

A Levitação poderá ser exercida por alavancas ectoplasmáticas apoiando-se no chão. Por esta teoria
mecânica, a gravidade seria equilibrada por uma força igual dirigida de baixo para cima. Por ectoplasma se entende a
energia corporal exteriorizada e visível. Não conhecemos nenhum caso de levitação autêntica na qual se tenham visto o
ectoplasma.

Pela telergia- Embora os autores melhor informados não sejam unânimes na explicação, parece que a
explicação por telergia é não só a preferida, senão também a mais plausível entre todas as aventadas.

De fato, se um médium em estado de transe é capaz de soerguer uma mesa, uma cadeira, um objeto
qualquer através da transformação e exteriorização invisível da sua energia somática (ás vezes visível- ectoplasma), que
chamamos telergia, não poderia com a mesma força aplicada, não já à mesa, mas a si mesmo??

O estado de transe e de êxtase (A diferença entre transe e êxtase é mais oral que real; ambos são efeitos
somáticos do "entusiasmo" interno) facilita a liberação da telergia comandada pelo psiquismo inconsciente. Não existe
nenhuma contradição na aplicação da telergia no próprio corpo, da mesma maneira que atua sobre qualquer objeto. E,
da mesma maneira, que na telecinesia, os objetos nunca golpeiam diretamente outras pessoas (só se for por ricochete-
indiretamente); a levitação só pode ser do próprio corpo do dotado e não do corpo de oura pessoa. (se vir alguém levitar
outra pessoa, já saiba de antemão que é truque).

Compreende-se que a levitação venha acompanhada por outros fenômenos se estes se devem à telergia. É
comum um fenômeno telérgico vir acompanhado de outro também telérgico, por exemplo: telecinesia, acompanhada de
luzes (fotogênese), de pancadas (tiptologia), de odores (osmogênese), etc.

São Bernardino Realino, estando levitado, estava cercado de luz: É mesma telergia que se manifesta de
modos diferentes, na levitação ou na fotogênese.

Torna-se mais plausível supor que a levitação provenha da criação - afirma Robert Toquet - de um campo de
força eletromagnética, oposta à gravidade.

Não é impossível que um efeito de anti-gravitação ou mesmo de anti-massa, seja, pela sua interpretação, a
base das levitações. Essa energia física, qualquer que seja, capaz de provocar esse efeito anti-gravitacional no homem,
é incluída no que, sem mais determinações, chamamos de telergia.

Conclusões –

Sem negar que excepcionalmente certas levitações de santos e místicos (por cima das nuvens, como Jesus
cristo, evidentemente rompendo qualquer dimensão humana) sejam de srcem sobrenatural, a Levitação, em geral é:

1) Um fenômeno real

2) Humano

3) Provocado por energia somática humana (Telergia)

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José Lorenzatto - Revista de Parapsicologia, número 27, elaborada pelo CLAP-Centro Latino Americano de Parapsicologia

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Viagens Astrais
Os ocultistas, espíritas, esotéricos, teósofos, etc falam da "Viagem Astral" e designações semelhantes. Uma
pessoa segundo eles, poderia exteriorizar seu periespírito, corpo astral, duplo, alma, espírito, etc, etc, etc a qualquer
distância.
Os sonhos de viagens por lugares distantes ou desconhecidos são interpretados por alguns como uma
"viagem astral", mas na verdad e nada mais é que a imaginação do inconsciente.A sensação de O.O.B.E. ou
"experiência fora do corpo é puro sonho.
"Viagem Astral" não existe.Em casos onde se vê uma pessoa estando ela em outro lugar, pode se tratar de
Fantasmogênese; ou Psi-Gamma combinada com Fantasmogênese ou alucinação.
"Entendemos por Fantasmogênese a produção ectoplasmática, ao menos aparentemente inteiro, de pessoa,
animal ou coisa. O verdadeiro fantasma não é uma aparição meramente subjetiva, mas é imperfeito, porém é mais ou
menos tênue, mais ou menos transparente, com pouquíssimo peso em comparação com o peso do modelo
reproduzido..." (Oscar G. Quevedo: "As Forças físicas da mente")
Essas exteriorizações sempre foram observadas nas proximidades do homem e nunca a distâncias
superiores a 50 metros no máximo.

Se por bilocação entendermos a presença simultânea da


mesma pessoa em dois lugares, tanto próximos quanto distantes,
atuando aqui e lá, estaríamos diante de uma duplicação do ser
material-total, isto é, a criação de um novo ser com todos os órgãos
e faculdades.Mas não isso que ocorre:
Santo Afonso de Liguori, mal havia terminado o santo
sacrifício da Missa, quando triste e silencioso se deixou cair numa
poltrona, prostrado por um sono profundo. Suas funções vitais
pareciam suspensas. Permaneceu neste estado durante um dia e
uma noite sem que ninguém ousasse interromper seu sono. No dia
seguinte ouviu-se uma campanhia tocar; todos correram ao seu quarto e ele se maravilhou de ver tanta gente ao seu
redor e quando
assistindo ao Papalhe disseram
que estavaque há dois diasSuas
agonizando". não palavras
dava sinal
sealgum de vida,
divulgaram emele respondeu:
Santa Àgueda." Com
Ah! Éasverdade, estiveque
informações
depois chegaram, soube-se que o Papa Clemente XIV tinha dado o último suspiro no dia 22 de setembro de 1797 ás 7
horas da manhã no exato momento em que Afonso de Liguori retornara a si.
A descrição nos leva a crer e nos sugere que houve um transe hipnótico e que ele por telepatia ou
clarividência teria participado dos últimos momentos da agonia do Papa.
Para uma melhor compreensão do que seja a projeção da ESP-Percepção extra-sensorial ou Psi-Gamma,
um exemplo: Uma jovem, em Campinas (SP), acorda de súbito e verifica no relógio de cabeceira serem 6,35 da manhã.
Ao sentar-se na cama, vê no espelho do guarda-roupa refletida imagem de seu noivo. Que deveria então estar a 300
Km. verificou-se que o moço sofrera um acidente de caminhão, sendo quase atropelado. Seu relógio quebrara-se no
momento do acidente; e marcava exatamente 6,35 da manhã.
Há uma captação de uma "mensagem". O noivo acidentado pensou na noiva na hora do acidente e esta
captou inconscientemente o apelo do noivo (sugestão telepática). A forma de passar ao consciente essa percepção foi
na forma de uma alucinação: "visualização" no espelho, facilitada pela superfície lisa e brilhante. A este mecanismo
chamamos de "projeção da ESP".
As "viagens astrais" não seriam mais do que projeções da ESP, mas sem "viagem" de qualquer espécie; ou a
curta distância, uma projeção ectoplasmática em forma de fantasmogênese.
À curta distância –
A idéia que uma pessoa tem de um morto ou de um vivo, de um
ser legendário ou mitológico, ou qualquer outra imagem, pode alguma vez,
espontânea e parapsicologicamente ser plasmada externamente
(ideoplastia, fantasmogênese) com a exteriorização e transformação da
energia orgânica (ectoplasma- telergia em sua forma densa, visível).
Essa imagem pode ser a que a pessoa tem de si mesma. É uma
exteriorização à curta distância porque o ectoplasma depende e, portanto,
não pode se afastar muito da pessoa que o exterioriza. É certo que não é
uma bilocação no sentido estrito da palavra.
À longa distância-
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Uma pessoa (A) capta por Psi-Gamma (Telepatia, clarividência) atos físicos ou psíquicos referentes a uma
outra pessoa ausente (B), a qualquer distância.
Esta captação recebida por (A) é plasmada com a forma da pessoa (B) a curta distância do próprio (A) que
está exteriorizando o ectoplasma.
Pareceria a um terceiro (C), se estivesse presente, que (B) se bilocou. Na verdade, (B) pode estar
absolutamente sem saber de nada do que se passa.
Trata-se de ideoplastia e fantasmogênese produzida por (A). Temos portanto o mecanismo a três, ou em "L".
Trechos extraídos da revista de Parapsicologia -elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de Parapsicologia

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Faquirismo

Falar em faquirismo é lembrar fenômenos mirabolantes, normalmente impossíveis e milagrosos. Tal a


associação popular ao mencionar este tema.
Charles Godard assim se exprime: "Os faquires,
segundo se diz, possuem apesar de sua condição humilde, o
poder de secar os rios e os mares, de abater as montanhas,
dominar o fogo, as chuvas e as tempestades; de conhecerem o
passado, o presente e o futuro e de encerrarem num círculo
mágico todos os espíritos maus do universo.
É claro que tudo isto e muito mais que se refere dos
faquires, se nos afigura, com toda razão, como fantástico. Não
obstante, é forçoso reconhecer que em alguns casos pode haver
fenômenos parapsicológicos. O erro está em generalizar...
A força motriz dos faquires é uma vontade fanática de
inspiração religiosa. A isto unem os truques e um enorme poder
de sugestão e hipnotismo sobre os espectadores. Essa magia
constitui eficiente propaganda para o seu culto. No fundo também
descobrimos um doentio exibicionismo e autopromoção diante do
público, como inconsciente compensação pelas torturas que
masoquisticamente se infringem.
Um especialista (Louis Jacolliot) em problemas relativos aos faquires escreve: "Alguns desses fanáticos
passam a vida presos dentro de uma jaula de ferro; outros vivem cobertos de pesadas correntes; alguns fecham as
mãos para nunca mais abri-las, de maneira que as unhas crescem, surgindo no dorso, depois de atravessarem as
carnes. Uns levantam os braços para cima, seguram-se no galho de uma árvore, e assim permanecem até que os
braços fiquem duros, secos, como dois pedaços de pau; outros fixam uma longa e pesada corrente nas partes pudentas
e com ela caminham pelas ruas. Há os que se conservam de pé sobre uma só perna durante o dia inteiro, encostando-
se à noite contra uma corda esticada, assim como aqueles que viram a cabeça para um lado e se conservam assim até
que o pescoço fique duro, imobilizado nessa posição.

São verdadeiras penitências a que eles se submetem por um falso ascetismo.


Pequena amostra dos supostos fenômenos: Eis alguns dos principais fenômenos observados por Jacolliot
com um determinado faquir de nome Convindasamy, e que podem ser agrupados em sete categorias: 1) levitações;
2)Transportes 3) Aderências ao solo; 4) Mediunidade musical 5) Escrita mediúnica; 6) Vegetação (crescimento)
acelerada e 7) Materializações.
Com referência a levitações, é o próprio Jacolliot que narra: "Pegando um bastão que eu trouxera do Ceilão,
o faquir apoiou a mão direita sobre um ponto do corpo e pronunciado s alguns conjuros "mágic os" se elevou a dois pés
do solo, com as pernas cruzadas à moda oriental, em posição muito similar às das estátuas de Buda. O fenômeno durou
vinte minutos".

Truque da levitação- A impressão é que o faquir está no ar, mas há


suportes camuflados entre os véus
E assim narra diversos casos por ele presenciados, tais como a
aderência ao solo, de uma harmônica que toca espontaneamente, o fenômeno
da escrita direta, um caso interessante de aceleramento do crescimento da
semente de um mamoeiro, de um sepultamento e pseudo revitalização.
César Lombroso refere o seguinte caso de sepultamento, que aqui
incluo por ser um "fenômeno" muito comentado. "O faquir declarou estar pronto
para sofrer a prova. O marajá, o chefe "sike" e o General Ventura reuniram-se
junto de um túmulo de tijolos, expressamente construído. Sob suas vistas, o
faquir tapou com cera todos os orifícios do corpo que pudessem dar entrada ao
ar, exceto a boca. Foi envolto num saco de pano, e segundo seu desejo, se lhe
revirou a língua para trás, de modo a tapar-lhe a garganta. Rapidamente caiu
em estado de letargia. O saco continha o corpo bem fechado, e o marajá pôs seu selo. Colocou-se depois o saco numa
caixa de madeira, fechada a chave e selada, que foi introduzida na tumba, pondo-se-lhe em cima terra socada, na qual
semeou cevada, e por fim, mandou sentinelas com ordem de vigiar dia e noite...

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Decorridos dez meses, fez-se a exumação O General Ventura, o Capitão Wade e outros vieram abrir os
cadeados, romper os selos e retirar a caixa do sepulcro e destapar o corpo do faquir. Nenhum batimento no coração,
nem no pulso, indicava presença de vida. Uma pessoa introduziu o dedo na boca do desenterrado e restabeleceu a
posição normal da língua. Unicamente na parte superior da cabeça permanecia um calor sensível. Derramando-se com
lentidão água quente na cabeça dele, obteve-se, pouco a pouco, algum sinal de vida. Ao termo de duas horas de
cuidados, o faquir se ergueu e começou a andar.

Truque do faquir sendo enterrado, porém com um túnel de saída

Truques do faquirismo-
O Pe. Carlos Heredia atribui toda fenomenologia faquírica a truques e fraudes. Num capítulo em seu livro "As
fraudes espíritas e os fenômenos metapsíquicos", onde fala do "poder" ouscópico dos faquires, ele revela todo segredo
do sepultamento vivo e outros truques que tanta admiração causam.

O professor
famosos fenômenos Baldwin era
produzidos umfaquires,
pelos prestidigitador (mágico)
e ver, se americano
na realidade eramque foi à Índia com
extraordinários o intuitoardis.
ou apenas de estudar os
Aos poucos
foi ganhando a confiança de vários grupos de faquires aos quais impressionava com suas mágicas "incompreensíveis
para eles". A troco de ensinar-lhes algumas destas, mas principalmente dando uma boa quantidade de rúpias, conseguiu
Mr. Baldwin ir descobrindo um a um os ardis de que os faquires se valiam para efetuar seus "extraordinários
fenômenos"; e de volta aos Estados Unidos, publicou em 1885 um livro chamado "The Secrets of Mahatma Land
Explained" (Os segredos da terra dos Mahatmas explicados). Nele conta e explica o crescimento das plantas em poucas
horas, e tantos outros fenômenos que na Europa e na América, tanto deram que pensar.

Paul Brunton, no seu livro "A search in Secret India", conta-nos que os faquires são numerosos, formando
uma multidão obscura de acrobatas espirituais, contorcionistas, ilusionistas, prestidigitadores, profetas desequilibrados,
que se servem de toda sorte de truques, circulando no meio de um povo de credulidade exagerada e cuja falta de
espírito crítico ultrapassa todos os limites do imaginável. Mas fora disso, afirma que lá também se observam fenômenos
parapsicológicos.

Isso é evidente, pois entre tantos, haverá sempre algum dotado de faculdades parapsicológicas.

A descrição dos faquires é triste, quase repugnante, pela pobreza e imundície em que vivem, sendo mantidos
à custa de esmolas, que pela sua tradição religiosa, possuem a virtude de abrir as portas do céu.
Só mesmo quem acredite ingenuamente nas "maravilhas" dos faquires, lamas e derviches da Índia, pode
afirmar que eles possuem segredos que a ciência está longe de suspeitar

Edvino A. Friderichs S. J

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Regressão às Vidas Passadas

NÃO EXISTE REGRESSÃO ÀS VIDAS PASSADAS , e quem acredita, deveria estudar PSICOLOGI A,
HIPNOLOGIA e P ARAPSICOLOGIA.

Pela Hipnose, é possível ativar a memória do Inconsciente (que não esquece nada) e lembrar fatos da
infância e outras etapas da vida totalmente esquecidas pelo Consciente, podendo até ser um apoio à terapia Psicológica,
mas daí, a dizer que pode lembrar de outras Vidas, já é Ignorância.

Pelo estado hipnótico, a pessoa fica totalmente sujeita à sugestão direta e indireta do Hipnólogo,
além do que o Subconsciente aflorado pode ser delirante e imaginativo, dependendo do estado emocional da
pessoa.

Assim sendo, se uma pessoa que crê em Vidas Passadas, passa por uma regressão, é claro e lógico que
seu Subconsciente irá fantasiar histórias. Se a pessoa não acredita, mas o hipnólogo sim, este também, facilmente a
influenciará.

EXEMPLO CLARO = Se uma pessoa acredita em ETs e que foi ET em outras vidas, pela regressão,
fantasiará histórias de ETs, Naves Espaciais, etc. Se acredita em outras dimensões, gnomos e duendes,
fantasiará esse tipo de história, dependendo da crença, a gosto do consumidor.

É lamentável que as pessoas que acreditam em Regressão às Vidas Passadas não conheçam e nem
querem conhecer os mecanismos da Mente humana e a capacidade de Confabular do Inconsciente.

CONFABULAÇÃO é o nome dado a fatos imaginários que se apresentam na forma de relato mais ou menos
coordenado em torno de um tema principal resultante de uma compensação imaginativa de complexos de inferioridade
ou de fracassos afetivos, seguidos de rejeição. constrói-se todo um enredo que, mais tarde, conforme a complexidade
espiritual e as tendências da pessoa, pode produzir estados delirantes ou imaginários.

As histórias narradas nas Regressões de Vidas Passadas que mais são divulgadas em livros e que
dizem
(explicaconstituir
das) pelaProvas
PARAIncontestáveis
PSICOLOGIA; daa existência
maioria code
moVidas
puraPassadas
fantasiajáeforam totalmente
alguma s combindesmistificadas
adas com HIP,
Xenoglossia e Pantomnésia (Fenômenos Parapsicológicos). Mas isto não é divulgado pela mídia... Por que será?

Carlos Orlando
- Pós-graduado em Parapsicologia -CLAP

97
Estigmas

Por José Lorenzatto

Estigmas: Fenômeno Histérico

Comprovações Científicas
Uma jovem austríaca de nome Elisabeth, luterana, cliente do Dr. Adalf Lechler, ele também luterano e
psiquiatra. Elisabeth não parece ter inclinações viciosas, e possui um caráter profundamente religioso.
Era sumamente neurótica. Esteve em mais de uma dezena de clínicas para tratamento. Esteve por algum
tempo aos cuidados do Dr. Lechler que fez um relato minucioso dos acontecimentos. Para facilitar-lhe a cura e ao
mesmo tempo para estudar o caso, ele a aceitou como empregada doméstica.
O fato mais importante se dá na Sexta-feira Santa quando ela assiste a um filme que representa vivament e
as cenas da Paixão de Cristo. Ao regressar para casa, queixava-se de dores nas mãos e nos pés. Como havia feito
anteriormente e muitas vezes, o Dr. Lechler hipnotizou a jovem, mas desta vez sugeriu-lhe que ela, como Nosso Senhor,
tinha as mãos e os pés perfurados com cravos.
Fez-lhe esta sugestão repetidas vezes e o resultado foi altamente satisfatório. Ele documenta o resultado
com fotografias onde aparecem claramente as feridas nas mãos e nos pés. Posteriormente, por meio de sugestões
repetidas a transportou para um estado em que as lágrimas de sangue fluíam livremente de seus olhos, aparecendo
também os sinais da coroa de espinhos. Sobreveio também uma ferida nos ombros causada pela sugestão de que
carregava a Cruz.

Sugestão e Neurose
A sugestão e a neurose estão muito presentes, para não dizer que são a causa dos estigmas produzidos na
jovem Elisabeth.
O Pe. Thurston S.J., que narra o caso, na introdução diz:"Não encontrei até o presente momento, um simples
caso de estigmatização num indivíduo que tenha estado isento de sintomas neuróticos.Existe uma forte presunção em
todos os casos de que o sujeito dos estigmas tenha sido altamente sugestionável."
O mesmo Pe. Thurston estudou pessoalmente entre 50 a 60 casos de estigmatizados e as circunstâncias em
que apareceram: "A impressão que tive foi de que os sujeitos foram tão favorecidos como afligidos, e todos sofriam de
uma acentuada e as vezes extravagante neurose histérica. Muitos deles eram fervorosos devotos de personalidades que
eram verdadeiramente estranhas e pouco edificantes. Acho muito difícil que Deus pudesse operar milagres para creditar
tais pessoas como seus escolhidos."
Neuróticos até o extremo- Para confirmar citaremos ainda três casos típicos de pessoas extravagantes e
neuróticas am alto grau: Domenica de Lazzari, Elisabet Herkenrode e Beatriz D Ornacieux. A primeira, Domenica de
Lazzari, foi visitada logo após ter recebido os estigmas, pelo Dr. Cloche, Diretor de um hospital de Trento (Itália) e é ele
que nos conta certos acontecimentos incríveis: permanecia horas inteiras com movimentos convulsivos que afetavam a
todas as partes do corpo a tal ponto que no fim parecia uma morta. Durante essas convulsões, Domenica, com os
punhos fechados desfechava inúmeros golpes em seu peito e era incrível o ruído que produzia. Numa oportunidade
desferiu tal golpe no queixo que feriu as gengivas e o sangue jorrou abunda ntemente. Os golpes que se desferia eram
tão violentos que eram ouvidos não só dentro de casa mas também pelos vizinhos. Houve quem contasse, numa
ocasião, os golpes que se desferiu e chegaram à soma fabulosa de 409. "Masoquista e histeria"
Elisabet, freira cisterciense. Quem nos relata as fases histéricas é Filipe, Abade de Claraval, que a visitou no
ano de 1275. Conta que nas representações que fazia semanalmente de toda a Paixão, em determinados momentos
desferia em si mesma tão violentos murros que o corpo tremia; batia violentamente com a cabeça no chão e desferia
inúmeros golpes no peito, enquanto jazia no chão de costas.
Ainda mais impressionante e curioso é o caso da freira Lukardis, de Oberweimer, nascida em 1276 e falecida
em 1309. Um extraordinário relato de suas experiências "místicas"foi feita por um religioso anônimo que a conheceu bem
e escreveu por ocasião de sua morte. Relata o autor anônimo que ela era objeto de constantes êxtases e tinha recebido
os estigmas com pouca idade"desferia com o polegar- que substituía o martelo- fortíssimas pancadas nas chagas que
trazia em suas mãos, pés e no lado.

98
Grande histeria- A respeito de Teresa Neumann, o psiquiatra Dr. Madeyski enviado pela Sagrada
Congregação dos Ritos, para estudar cientificamente os fatos, conclui pela "existência de histeria constatada em Teresa
Neumann. Idêntico é o parecer de outros médicos que a visitaram em 27 de fevereiro de 1920: Histeria muito grave com
cegueira e paralisia parcial".
E a comissão composta por Buchberger, Bispo de Ratisbona; Kiel, Bispo sufragâneo e pelos professores
Killermann, Hilgenreiner, Stokl e pelo professor Martini, Diretor da Clínica Médica da Universidade de Bonn, conclui
assim : estado histérico grave com todos os fenômenos inerentes à doença e com toda a parte habitual de simulação". O
professor Jean Lhermite, da Academia de Medicina, conclui: Assim termina a história de Teresa Neumann. Grande
histérica com a parte de simulação, que comporta a grande nervosa.
É interessante notar como em muitos casos de estigmatizados, temos testemunhos de que precederam
sérias doenças e distúrbios orgânicos.
Deve-se acentuar que isto não implica em que as pessoas não fossem piedosas ou santas; trata-se
simplesmente de uma questão de condições patológicas.
Clemente Dominguez- com a chaga no peito. Misticismo exacerbado e histeria, são em geral, o pano de
fundo que facilita fenômenos dermográficos
Complexo de Crucificação- Existem outros muitos detalhes na análise dos estigmatizados, que ajudam a
comprovar a srcem puramente humana e natural dos estigmas.
É surpreendentemente que até o início do século XIII não se falasse de estigmatizados; não consta nenhum
caso. Com a divulgação dos extraordinários fenômenos que caracterizam os últimos dias de São Francisco, começou a
ocorrer em pessoas muito simples, casos indiscutíveis de estigmas, e desde então se verificou uma sucessão
interminável de casos.
O exemplo de São Francisco criou um"complexo de crucificação". Uma vez dada aos contemplativos a idéia
da possibilidade de se conformarem fisicamente com os sofrimentos de Cristo levando suas cicatrizes nas mãos,pés,
lado e na cabeça. A idéia adquiriu forma na mente de muitos e de fato chegou a ser uma piedosa obsessão, de tal
maneira que em alguns indivíduos excepcionalmente sensíveis; a idéia concebida na mente se realizou também no
corpo.
Este "complexo de crucificação"é real e muito conforme à sugestionabilidade do indivíduo e se conforma
plenamente com o protótipo imaginado. É conhecido o fenômeno de que a forma e a posição destas chagas varia
muitíssimo: em alguns, a chaga do lado encontra-se à direita e em outros, à esquerda; uns trazem um corte arredondado
e outros, um talho reto e em alguns casos em forma de meia lua.
Quando Gema Galgani mostrou as chagas dos açoites, que sangravam profusamente, as feridas
correspondiam
costumava orar.perfeitamente,
Quando Ana C. emEmmerich
tamanhofoi
e marcada
posição, às
pelachagas pintadas
primeira num
vez com umagrande crucifixo
cruz em perante
seu peito, esta otinha
quala ela
forma
de Y, reproduzindo a forma de um crucifixo de Coesfeld que ela tinha em grande veneração desde sua infância.Tudo
isso indica um efeito de auto-sugestão.
Chama-se ideoplasmia a faculdade de plasmar a idéia, a imagem. A imagem pode plasmar-se em ecto-colo-
plasmia, em fantasmogênese, em transfiguração, em pneumografia e tantos outros fenômenos parapsicológicos.
Ou na pele: este fenômeno se chama dermografia (escrever na pele). A estigmatização, a reprodução das
chagas da paixão de cristo, por conseguinte, não é mais do que um caso particular da dermografia.

Estigmas: Fenômeno de Sugestão


Parece que não incorremos em erro ao afirmar que a srcem dos estigmas sempre foi atribuída a fatores
externos à pessoa: a causa era Deus ou demônio, ou mais simplesmente, religiosa.
Convenhamos que tanto a medicina quanto a igreja, e principalmente a mentalidade popular desconhecia por
completo qualquer outro mecanismo capaz de dar uma explicação que satisfizesse.
Esta explicação da fenomenologia dos estigmas perdurou séculos, tanto no meio cristão como não cristão. A
palavra mágica e explicativa era o "Milagre". Esta atitude não implicava em buscas científicas e atendia perfeitamente à
ânsia do maravilhoso, do sobrenatural, do espiritual e do religioso.
É claro que a intervenção sobrenatural não deve ser uma pressuposição, mas uma demonstração que exclua
positivamente a explicação natural...
A bem da verdade, deve-se dizer que não faltaram no mundo e principalmente na Igreja, inteligências
esclarecidas e lúcidas que parecem terem vislumbrado um caminho mais seguro e mais natural para a interpretação dos
estigmas.
O Papa Bento XIV (1675-1759) chegou a explicar como naturais os fenômenos da estigmatização.

99
A tese de atribuir a estigmatização autêntica a certas forças psíquicas já a formulava abertamente Giordano
Bruno, em 1595: " Sabemos bem que algumas pessoas vão tão longe nas suas convicções religiosas, que chegam fazer
aparecer em seu próprio corpo, as chagas da divindade crucificada, cuja imagem estava gravada em seu espírito,
justamente devido ao poder de sua ardente imaginação".
Influência na pele. A pele é influenciada pelo controle psíquico no sangue, tanto assim que se pode verificar a
ausência ou o acúmulo do mesmo. O dermografismo simples, vermelhidão ou palidez em determinados pontos do corpo
é relativamente fácil de se conseguir pela simples sugestão ou auto-sugestão.
O empalidecer ou o avermelhar da pessoa é resultante de emoções psíquicas sobre os vasos sanguíneos.
Palidez ou vermelhidão, ausência ou maior circulação de sangue são provocadas pelo psiquismo.
Estes extremos são os verificados nas estigmatizações. Os estigmatizados freqüentemente fazem sangrar
sua feridas em determinados dias e outros dias mantém a ferida em completa ausência de irrigação sanguínea.
Desde os tempos de Charcot observaram-se muitos eritemas, queimaduras, produzidas pela sugestão
hipnótica. Há diversas experiências de feridas provocadas por sugestão hipnótica, sem referência a idéias religiosas.
O médico inglês Wrict relata de si próprio que era capaz de provocar à vontade, em si mesmo, urticária nos
braços e pernas.
Exemplos: Santa Rita de Cássia, embora não completamente estigmatizada, teve em sua fronte, pelo espaço
de sete anos(1443-1450) uma ferida que se supunha ter sido causada milagrosamente pela coroa de espinhos de Nosso
Senhor.
Outro caso sugestivo e esclarecedor é o de santa Verônica Juliani: seu confessor podia dar-lhe ordens de
que cessassem ou aparecessem...
Esta ferida se inflamou e os seus Superiores proibiram-na, por esta razão, que participasse do jubileu de
1450, em Roma. Em face da proibição, pediu a Deus que suprimisse o estigma, o que realmente aconteceu.

Completamente Natural
É demais supor que o Milagre pudesse ser manuseado com tanta facilidade e com tanto capricho, tanto pelos
"pacientes" quanto por outras autoridades, que com um simples pedido ou ordem, mandem a Deus que faça aparecer ou
desaparecer determinado fenômeno.
Ora, se algumas pessoas podem psiquicamente formar os estigmas, os outros casos não são sobrenaturais,
não superam, evidentemente, o poder do psiquismo sobre o organismo...
Dizer que o fenômeno é raro, e mesmo raríssimo, não é o mesmo que demonstrar que é milagroso...
Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 22 elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de Parapsicologia

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Feitiço
A parapsicologia tem demonstrado que o feitiço não existe; ninguém pode influenciar-nos à
distância, causando-nos dano pelo feitiço. Mas também se sabe que o medo do feitiço (mesmo telepaticamente
adivinhado que exista o feitiço) tem causado muito dano a muitas pessoas s upersticiosas.

Por Pedro G. Quevedo

Um pouco de história
Perdem-se na história os testemunhos acerca do sempre presente feitiço e é raro o povo, rara a raça
ou cultura onde não se encontra presente.

Desde atenha
menos no princípio, era paleolítica
sido usado é possível detectar quer
"positivamente", a presença do elemento
dizer, com mágico naOs
intenção benéfica.. vida diária,
belos embora,depelo
desenhos
homens, membros e animais que decoravam profusamente as cavernas pré-históricas, raramente foram inspirados por
motivos estéticos: pintando, por exemplo, o cervo a ser caçado, atravessado por setas mortais, o homem paleolítico
acreditava conseguir o domínio sobre o animal, facilitando assim a sua captura.

Os principais motivos do homem primitivo, tais como grandes caçadas, enfermidade s, nascimento, mortes
eram acompanhados de cerimônias mágicas, desde então dirigidas por um bruxo-feiticeiro, dos quais ainda se
conservam representações.

Apesar dos inícios "benéficos", não tardou o homem primitivo em descobrir que o "poder" que acreditava
conseguir com a magia, poderia ser usado em direção oposta: como arma contra os rivais ou inimigos de qualquer tipo.

A utilização da magia como arma ofensiva ou defensiva em todo caso, sempre abusiva, generalizou-
se rapidamente, convertendo-se assim em inesgotável fonte de poder político, econômico e até religioso. No
Egito, por exemplo, os faraós se serviram da magia até depois da morte para assegurar a inviolabilidade de faustosos
mausoléus: chegaram até nós um bom número de papiros, com milhares de anos de antiguidade, nos quais se ameaça
com a vingança, sempre terrível, do Deus Ka contra aqueles que ousassem romper os selos de seus túmulos.

Da pujança que a magia alcançou em civilização tão sofisticada como o do antigo Egito e do destacadíssimo
papel social e político desempenhado por seus praticantes, conservamos uma infinidade de relatos, inclusive bíblicos.

Nem sequer a avançada cultura do mundo grego conseguiu se libertar do elemento mágico. Grandes
pensadores como Tales de Mileto, Platão, Heráclito, Píndaro, Apuleu e Sócrates, não conseguiram romper o círculo
encantado. Demócrito recomenda um particularíssimo ritual para livrar-se do veneno do escorpião: se alguém era
picado, deveria montar num asno e dizer no ouvido do animal, "fui picado por um escorpião"e com isso, os efeitos do
veneno passariam automaticamente para o asno.

Na antiguidade clássica, talvez o Império Romano foi uma exceção digna de ser mencionada. Sem poder
afirmar que entre os romanos a magia não constituísse uma realidade, é certo que sua função foi muito diminuída,
principalmente nas classes dirigentes. Roma desenvolveu uma cultura prática e racional que deixava pouco espaço
para a prática da magia: sua obra magna, por exemplo, o Direito Romano, dificilmente pode compartilhar com a
alienação supersticiosa da mitologia.

O extraordinário avanço do cristianismo, por outra parte, foi um fator decisivo para o retrocesso da
magia. Entre os cristãos dos séculos I e II, tais práticas não só estavam proibidas, mas muito desprestigiadas;
magos
cortes. e feiticeiros tiveram então que resignar-se à pouca influente função de procurar divertir os reis e suas

Não estava, contudo, completamente banido, o elemento mágico, mas estava latente e à espera de tempos
mais propícios... e estes não tardaram em aparecer... Cultura e superstição, ciência e magia são forças antagônicas
e que se excluem. Bastou que começasse o eclipse da primeira para que aparecesse a Segunda, iniciando seu retorno
nas camadas sociais mais baixas, das quais nunca tinha sido completamente extirpada. Seu reaparecimento, tímido e
lento no começo, foi progressivamente se impondo pela ousadia e pela velocidade, graças àqueles que pretendiam
impedir seu avanço; cremos que tenha sido um lamentável erro cometido pelo Concílio de Elvira, no ano de 305, o
declarar e repudiar solenemente e ainda débil e pouco fortalecida existência dos cultos demoníacos. Semelhante
"oficialização" foi um tácito reconhecimento da capacidade e solidez das ainda tímidas investidas da magia, que a partir

101
de então seria chamada de magia negra; foi uma implícita aceitação do valor do oponente que não fez outra coisa senão
robustecê-lo.

Daqui para a frente assistiremos a um progresso ininterrupto do elemento mágico, que aproveitou de
outros elementos conjunturais favoráveis: o aumento do comércio, a presença árabe na Europa, a presença
Cristã no Oriente através das Cruzadas, favorecendo a progressiva penetração no Ocidente das culturas
orientais, fortemente impregnadas de magia e ocultismo. Os séculos XII a XVII marcaram o período áureo da
mentalidade mágica na Europa.

Neste ambiente de alienação onde qualquer tipo de desatino poderia ser esperado, surge uma das maiores
epidemias de loucura coletiva da História. Ninguém escapa das funestas conseqüências de tal situação e os maiores
despropósitos e excessos aparecem dos sois lados antagônicos: a repressão brutal que não se fez esperar, surtiu efeito
contrário e fez explodir ainda mais a ousadia dos fanáticos defensores, como seus rivais, da mentalidade mágica.
Feitiços, bruxarias, missas negras, satanismo estão na ordem do dia e com tal virulência que os sabats, por exemplo,
superavam em muito as antológicas orgias dionisíacas. Estava em marcha o círculo vicioso: a ação e reação tornaram-
se tragicamente evidentes. A contra-ofensiva, a anti-magia, cega pelo medo, protagonizou os mais brutais e
inimagináveis episódios
Mas não é intenção deste trabalho enveredar por tais caminhos que nos levariam longe demais, mas ater-
nos ao aspecto concreto do feitiço, dentro do panorama geral do elemento mágico. Contudo, antes de deixar-nos o
ângulo abordado, seja-nos permitido um esclarecimento que nos parece justo: foi toda a sociedade ocidental em peso, e
não somente a hierarquia eclesiástica que se lançou furiosamente no torvelinho da loucura coletiva. Está fora de
qualquer dúvida que a crença nos temidos malefícios era geral e que os processos por bruxaria eram mais numerosos e
mais cruéis nos tribunais civis que nos eclesiásticos..

Tudo indica que a intenção mais ou menos consciente dos magos, bruxos, feiticeiros ao estruturar
seu cerimonial era a busca de um ambiente apropriado para alcançar "emoções de impacto" . Se para o espírito
simples do homem medieval, a missa era, por excelência, a cerimônia cume na qual se encontrava o respeito, o temor e
o mistério propici ados pela solene, culta e poderosa imagem do sacerdote que detinha o "poder mágico" de pôr-se em
contato com o sobrenatural; nada mais útil que uma brutal e sacrílega paródia da missa. Numa sociedade fortemente
influenciada pela espartana expulsão do sexo da literatura, da arte, numa palavra, da vida pública, haveria algo melhor
do que uma explosão erótica, como os sabats ??

Fascínio e repulsão, sadismo e masoquismo foram sempre sabiamente dosados como elemento chaves de
fanatização dos espíritos
todas as épocas. Enquantosimples,
e ondenão só magia
existe medievais,
estãoclientes e vítimas
presentes: ao mesmo
se existe tempo,existe
magia negra, dos bruxos
também e feiticeiros de
a magia branca.
Se o bruxo pode castigar com malefícios, também pode fazer filtros encantadores. Se existe o amuleto que liberta de
influxos prejudiciais, também existe o talismã que atrai as influências positivas e benfazejas.O próprio rei Afonso X de
Castela apelidado de "sábio" decidido adversário da magia negra, acreditava piamente que fazer feitiços bem
intencionados era inclusive algo digno de recompensa.

Assim se restabeleceu o antigo e despótico domínio da magia sobre a sociedade, sem distinção de
classes. Amigos e inimigos, pobres e ricos, campesinos e reis caíram sob o influxo temido dos encantamentos.

Reis e rainhas foram na onda... Fernando IV, rei de Castela e Leão passou à história como o "emprazado";
tendo condenado à morte dois irmãos acusados de assassinato; estes, antes de enfrentarem o verdugo e, protestando
inocência perante o tribunal, deram ao rei trinta dias de vida;; o rei morreu dentro deste prazo, fatalmente
"assassinado"...por seu próprio medo.

Guichard, Bispo de Troyes sofreu um processo acusado de ter sido causador da morte da rainha da França,
Joana de Navarra, por meio de feitiços; teria modelado uma figura de cera e a teria batizado com ritual e padrinhos com
o nome da rainha e em seguida a flechou várias vezes.

Esta modalidade de feitiço, servindo-se de reprodução em estatuetas de cera e outros materiais é um


exemplo do que o Prof. B. Fantoni denomina "Rito de Transmissão".

A psicose do feitiço chegou a ser insuportável e coletiva.

Não faltaram contudo vozes discordantes no clamor geral, tentando pôr um pouco de sensatez nesse
ambiente, apesar deles mesmos, como filhos da situação, não escapar por completo da crença mágica. Paracelso Von
Hohenheim protestou repetidas vezes contra as falsas acusações, que ele chamava de superstições, e das quais tantas
criaturas foram vítimas inocentes.

102
Vanini, Cornélio, Agrippa e Van Helmont atribuíam o efeito dos amuletos e encantamentos, não ao poder
destes mas à vontade do feiticeiro. Provavelmente, uma das mentes mais sensatas e mais objetivas da época com
relação a estes temas foi Johannes Weier, médico afamado e que por primeiro enfocou o problema da bruxaria como um
sombrio e desapaixonado observador psiquiátrico.

O supersticioso vive perpetuamente num grande temor de ser vítima de todo tipo de "influências"
que ele mesmo inventa, exista ou não alguém desejando-lhe o mal.

Por clarividência ou por telepatia, o supersticioso poderia captar os objetos do feitiço ou a má


intenção do feiticeiro.

A própria vítima se auto-sugestiona, embora se encontre na captação, ao menos inconsciente, da má


intenção do feiticeiro.

Emissão às claras-
Tal captação pode-se dar de diversas formas, às vezes, nem sequer parapsicológicas. Claramente se vê nas
expressões de alguns, o desagrado por outras pessoas. A vítima logo vê as intenções do feiticeiro e se auto-sugestiona.

Captação parapsicológica do feitiço


Exigem uma percepção do tipo inconsciente, parapsicológica, que pode ser sensorial (sentidos) através da
Hiperestesia Indireta do Pensamento (HIP), ou extra-sensorial (sem envolver os sentidos), através de Psi-Gamma
(telepatia ou clarividência)

Se o feitiço "funciona" somente nas pessoas supersticiosas (leia-se sugestionáveis), devemos também
acrescentar que a manifestação de fenômenos parapsicológicos exigidas para esta modalidade é muito mais freqüente
em pessoas com algum tipo de desequilíbrio psíquico (somente nestas pessoas é lícito referir-se à certa freqüência. São
essas pessoas, pois que se tornam as" vítimas" naturais e obrigatória dos feitiços.

O emotivo é a chave
A emotividade é um fator fundamental, quase imprescindível para a manifestação de todo tipo de
faculdades parapsicológicas e mais ainda no tipo de captação da qual nos ocupamos; até ao ponto de que a
própria palavra telepatia (etimologicamente, sofrimento à distância), deve sua existência ao compreensível erro
dos antigos estudiosos, que chegaram a pensar que somente informações emotivas eram suscetíveis de ser
objeto de tais captações, tal sua altíssima porcentagem de freqüência.

Não existe nenhuma dúvida entre os estudiosos: os casos de telepatia referentes à morte de entes
queridos (dupla razão para a emotividade) são com grande diferença, os mais numerosos. Serão poucos os
leitores que não tenham conhecimento de algum caso desse tipo.

Captação mortal-
Inclusive, em casos especiais de predisposição, pode dar-se a morte do receptor da notícia. Exemplo: O
General Serrano, vítima de uma prolongada enfermidade, estava paralítico. Somente com a ajuda de outros podia
levantar-se. Certa noite, porém, com surpresa de todos os presentes, levantou-se sozinho e estando firme em pé,
exclamou: " Que um ajudante monte a cavalo e corra ao Pardo. O Rei morreu. " Os presentes pensaram que se tratasse
de delírio e tentaram acalmá-lo. Serrano entrou num estado de torpor. Pouco depois, tornou a pôr-se de pé e com voz
débil disse: " Meu uniforme, minha espada. O rei morreu. Deve-se acrescentar que o estado de saúde do rei tinha sido
mantido em segredo. Neste caso, obviamente, a morte de Serrano, bem como sua repentina e efêmera "cura" da
paralisia, foi precipitada pela emotiva captação telepática.

Relação pais-filhos
A emotividade da mãe supersticiosa, assustada por pensar que lançaram "mau-olhado" em seu filho,
comunicará à criança, sua preocupação e a criança assimilará isso em seu organismo e psiquismo.

103
Beleza contagiosa- Na Grécia (e Roma) clássica, uma das tarefas principais das futuras mães, durante a
gestação, era passar horas inteiras na contemplação da estátua Apollon (Apolo ou Febo) e outras tantas horas
admirando a de Afrodite (Venus) com a ingênua intenção de que os filhos nascessem com características de beleza
como os das estátuas. Podemos dizer e é evidente que a quase totalidade das matronas perdiam seu tempo, mas sem
dúvida, alguma vez, uma delas teria um filho que herdaria a influencia parapsicológica materna, nascendo com
características da imagem que durante vários meses a mãe manteve emotivamente em seu pensamento

Esse tipo de influencia dos pais sobre os filhos é mais evidente em criaturas recém-nascidas.Tenha-se em
conta o papel que desempenha a sugestionabilidade... e a importância que a mesma tem, juntamente com a imitação na
patologia infantil. As crianças não só são profundamente sugestionáveis, mas, para um bom número de especialistas, a
sugestionabilidade neles é tanto maior quanto menos a idade.

Por outra parte, hoje é amplamente aceito o fato de que os bebês vivem praticamente "por osmose", isto é,
captando em alto grau, todo tipo de influências do ambiente que as rodeia.

Experiências em orfanatos, tristemente famosas, provaram a necessidade vital que as crianças tem de
carinho, atenção pessoal e um ambiente familiar sadio, livre de superstições.
Relata-se por exemplo, um trágico erro de Frederico I, da Prússia, que desejando criar uma raça forte,
ordenou que as crianças de um orfanato recebessem boa alimentação, mas sem nenhum tipo de carinho. Resultado:
Todas elas morreram decorridos pouco tempo.

Freud defendeu expressamente as profundas experiências emocionais dos recém-nascidos e a sua grande
necessidade de serem amados.

De um grupo de 55 bebês de um orfanato, todos eles devidamente atendidos no que se refere à totalidade
de suas necessidades físicas, exceto a necessidade de carinhos, 100% deles decaiu visive lmente após três meses de
separação dos pais, 27 crianças morreram antes de alcançar um ano e outras 7 no decurso do segundo ano. Os 21
sobreviventes (pouco mais de 38%) ficaram todos eles marcados por deficiências físicas e mentais.

Trata-se da típica "reação de demissão", tipo de desespero que se traduz numa negativa para o esforço; uma
falta de interesse por qualquer aspiração e quase por toda necessidade. Esta reação, muito freqüente em orfanatos e
asilos, tem seu equivalente inclusive em animais: a inanição voluntária (contra o forte instinto de conservação) de alguns
animais enjaulados e cães separados de seus donos.

A criança que vive num ambiente supersticioso torna-se vulnerável aos perigos do contágio psíquico
familiar.

Os estudos dos Drs. Spitz e Wolf em 170 crianças observadas durante o primeiro ano de vida levaram-nos a
concluir que a mãe e a criança constituem praticamente uma unidade funcional de modo que "muitas das funções da
criança estão em íntima interação com as atitudes e comportamento materno". Existe uma espécie de encadeamento
emocional entre criança e mãe (ou substituta).

Normal ou parapsicológico?
Alguns autores pretendem que as idéias maternas inconscientes se transmitem através de sinais concretos que podem
ser captados pela criança mediante a percepção sensorial ordinária (comum). Outros afirmam que é difícil que é difícil aceitar tal
afirmação durante a primeira infância, quando as vias nervosas não estão desenvolvidas por completo e as funções motoras e
sensoriais mostram somente um grau muito pobre de organização, o que impossibilita possuir os poderes de observação para tal tipo
de observação.

O encadeamento
expressões claras emocional
de emoção, tais como oentre mãe
sorriso, e criança
a palidez existe
ou um antes
ar de de estar ooubebê
preocupação suficientemente maduro para perceber
tristeza.

Portanto, o único ponto em desacordo entre os especialistas não é com referência à captação (dos sentimentos e
preocupações da mãe); o desacordo versa exclusivamente acerca da modalidade, ordinária(comum) ou parapsicológica.

Assim sendo, vimos o mecanismo através do qual se processa o "funcionamento" do feitiço sobre crianças, na primeira
infância. Nestes casos, sem dúvida, pode-se falar de um mecanismo em "L" ou indireto; a vítima não é a responsável pelo processo
que se movimenta, mas aqueles que compõem seu pequeno e influente universo: seus parentes e, de modo especial, seus pais.
Basta por exemplo a mãe imaginar, saber, adivinhar parapsicologicamente, que seu filhinho foi objeto de um feitiço qualquer (nestes
casos, o mais comum é o mau olhado); e se por desgraça a mãe é uma fanática convicta da efetividade dessas superstições, é fácil
imaginar a que exageros pode chegar a emotividade, imaginando mil desgraças, uma mais assustadora que a outra. Regressando

104
para casa, encontra reforço no resto da família e aí temos o ambiente mais propício e ideal para fazer crescer e "comunicar" ao bebê,
todo tipo de influência... que terá conseqüência mais ou menos graves dependendo do grau de sugestionabilidade.

Do exposto se deduz uma vez mais que basta que a pessoa viva num ambiente livre de superstições e não
acredite nelas, para estar livre de auto-sugestões (influências do psiquismo sobre o organismo). que possam prejudicar sua
saúde psíquica e orgânica.

Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 15 elaborada pelo CLAP

105
Aporte

O aporte existe e é relativamente freqüente. Depende do homem e é produzido pela sua telergia.
Pode-se até fazer a análise do que o inconsciente quer manifestar com esses fenômenos: desejo de chamar a
atenção, de vingança, de comunicar uma notícia desagradável ou um perigo que adivinha, manifesta carência
afetiva, inveja, etc.

Mas como é que a telergia realiza o aporte? Ou seja, como é que a telergia faz objetos atravessarem
sozinhos, corpos e obstáculos sólidos e depois fazer com que os objetos aparecerem novamente? Como é que
um objeto pode sair de um lugar fechado e a parecer fora dele? Como é que um objeto se desloca sozinho de um
lugar para outro? Como é que agulhas podem se desmaterializar, e em forma de energia entrar no corpo e logo
materializar-se de novo? Sem infecção, sem ferida, sem perigo... E a vítima corre, caminha...sem dor? Nenhum
fisiólogo seria capaz de fazê-lo artificialmente.

No entanto não há impossibilidade na física moderna. O problema é prático.

Uma tentativa de explicação:

1) Trata-se de um efeito físico: um corpo físico em movimento no espaço-tempo e através de obstáculos


físicos.

2) A extensão dos corpos (macroscópios, visíveis) é devida a velocidade em movimento circulatório das
partículas que os constituem (em função de três variáveis: massa, energia e vetor velocidade)

3) É pela maior ou menor velocidade das suas partículas que os objetos são mais ou menos extensos e que
nos dão a ilusão de continuidade.

4) Mas os corpos, na realidade profunda, são como redes de partículas microscópicas (massa-energia).

5) A massa (quantidade de matéria, coeficiente de inércia) é mínima em relação à energia e velocidade.

6) Ora, todo corpo é permeável para qualquer forma de energia e velocidade superiores à sua. Por exemplo,
o magnetismo: a energia radiante do campo eletro magnético atravessa qualquer campo porque tem a velocidade da luz
(300.000 km/s) que é superior à velocidade molecular (27.000 km/s) dos corpos atravessados.

7) Mais ainda, a própria massa dos corpos em movimento varia com a velocidade, segundo um dos teoremas
da teoria da relatividade de Einstein.

8) Também está demonstrado por experiência de laboratório (desintegração de átomos, etc) que a massa
pode se transformar em energia.

9) Se a velocidade de um objeto supera a velocidade molecular, então esse objeto desintegra-se, porque
vence a força de atração das partículas que o constituem.

Tendo-se tudo isto em vista, o aporte seria explicado teoricamente pelo influxo do homem na velocidade. O
doente parapsicológico poderia exercer um influxo dentro do seu campo de forças, em forma de energia neuropsíquica
(dinâmica cerebral) sobre a velocidade e atração das partículas (ou moléculas) que constituem os objetos.

Cabem três hipóteses:

a) O doente parapsicológico imprime ao objeto do aporte velocidade superior à das partículas que constituem
determinada área do obstáculo: o objeto atravessa então esta área do obstáculo.

b) Transforma a massa do objeto em energia: o objeto "desaparece" e a sua energia atravessa qualquer
obstáculo.

c) Exerce o influxo em determinada área do obstáculo, diminui ndo ou neutralizando (durante um décimo de
segundo), a velocidade molecular: essa área do objeto ficaria praticamente sem massa, permeável.

106
Estátuas de Virgens que choram e de Cristos que sangram

Foram ou não, realmente Milagres, os fatos relatados sobre imagens das virgens que choram e
Cristos que sangram?

Certamente Não.

Jamais uma estátua de Virgem chorou ou um crucifixo sangrou estando a mais de 50 metros de
distância de alguma pessoa. Geralmente a menos de três ou quatro metros de um doente parapsicológico.

São lágrimas e sangue desta pessoa.

Na cidade de Akita (Japão), ninguém ligaria para as pretensões de uma religiosa de 40 anos, quando
assegura receber mensagens da SS. Virgem. Mas o fato que deixou perplexo ao senhor Bispo, ao capelão, à
comunidade, aos "técnicos" em mística.É que uma estátua da SS. Virgem, perante aquela pessoa, às vezes sangra
numa mão, chorou várias vezes e até tem suado profundamente. Analisados por um professor da Universidade de Akita,
verificou-se que eram sangue, lágrimas e suor humanos.

Unicamente o jesuíta Pe. Antonio G. Evangelista me consultou e compreendeu que a história cheia de
fenômenos histéricos e parapsicológicos da "vidente" é um forte argumento a favor da origem meramente
parapsicológica do fato.

"Não foi fraude. São muitos e dignos de fé os testemunhos. Inteligentemente acha, com toda razão, um dado
psicológico interessante: é que a vidente está sempre por perto quando acontecem estes fenômenos e sente medo,
como senso de culpabilidade."

Lastima porém, que não analisaram as lágrimas, sangue e suor da própria vidente. Seriam sem dúvida, do
mesmo tipo que as gotas que corriam sobre a imagem as SS. Virgem.

O que vem causando maior desafio, sem dúvida, é o de N. Sra da Rosa Mística, em Louveira(SP), que
chamou a atenção do arcebispo de Jundiaí, o qual procurou peritos da Universidade de Campinas (UNICAMP) para
estudarem o caso.

Várias vezes a estátua lacrimejou e não somente no dia 13 de cada mês.

Os técnicos da Unicamp estão querendo tomar o caminho mais plausível: transladar a imagem para os
laboratórios da UNICAMP, onde haveria recursos para maior rigor no acompanhamento científico do fato.

Feito isso, o caso estaria praticamente solucionado e o fenômeno certamente deixaria de acontecer,
pelo menos enquanto a imagem estivesse na UNICAMP, pois ela estaria a mais de 50 metros da pessoa
causadora do fenômeno.

É realmente admirável, mas a realidade é que o ser humano, inconscientemente, sem nem sequer suspeitar
que ele mesmo é o autor, pode fazer com que um objeto atravesse qualquer obstáculo e apareça de novo.

Agulhas atravessam a própria pele sem fe rida, o sangue sai do corpo, passa pela roupa sem manchá-
la, e cai sobre o Cristo. Os objetos (copos,talheres, etc) atravessam paredes, vidros, madeiras, sem rompê-los, e
de novo aparecem repentinamente do outro lado, a uns metros de distância. O fenômeno é chamado Aporte, em
Parapsicologia.
Em Itu (SP), dentro de uma urna de madeira e vidro, chorava um santinho de N. Sra Aparecida, e sangrava
abundantemente, uma estatueta de Cristo.

Foi muito fácil verificar que o aporte era realizado por Dona Hermínia, a dona da casa. Nem a virgem
chorou, nem o cristo sangrou quando Dona Hermínia estava longe.

Estando ela a bem menos de 50 metros, suas lágrimas e seu sangue chegavam ao santinho e à estátua
através da parede, ou da porta fechada, através da madeira e do vidro da urna que eu mesmo tinha lacrado. Eram
mesmo lágrimas de Dona Hermínia: o mesmo fator RH, o mesmo número de glóbulos brancos e glóbulos
vermelhos...como verificamos depois.
107
Escolhi alguns dos muitos caso sem ambiente religioso. É claro que há casos análogos em todos os
ambientes. No Brasil se fez famoso o caso do pôster de D. "Santinha" (Maria das Neves Marques). Sobre a fotografia da
defunta e perante toda classe de testemunhas, escorriam lágrimas. Eram lágrimas mesmo. O fenômeno começou
quando a dona da casa D. Maria das Neves Medeiros, no quarto onde estava a fotografia da mãe, contava um sonho
que tivera a respeito dela. Logo muitas pessoas vieram com explicações mirabolantes como por exemplo: os
mortos estariam se comunicando.

Será necessário lembrar que os mortos não tem sangue dos vivos???

Um detalhe importante em todos os casos de aporte (e para qualquer fenômeno parapsicológico de


efeito físico): afastem da casa, a mais de 50 metros, todas as pessoas; e encham a casa de filmadoras,
gravadores, máquinas fotográficas automáticas, sensores de movimento, sensores de calor, etc...NADA
ACONTECE.

É absolutamente necessário a presença do ser humano. Porque é a sua Telergia, a sua energia
corporal transformada e exteriorizada (dirigida pelo inconsciente) a responsável pelo fenômeno aqui e agora.
Não age sobre o passado, nem no futuro.
Oscar G. Quevedo S.J

108
Corpo cheio de agulhas

É o caso, por exemplo, de dona Lucrecia, Lorena – SP.


Seu corpo apareceu cheio de agulhas. Braços, pernas, barriga... tinha agulhas de todos os tamanhos. Numa
radiografia foram constatadas, só no peito, mais de 200 agulhas.
Segundo dona Lucrecia, um feiticeiro, um dia lhe fez propostas
imorais que ela, aterrorizada, recusou. Depois de uns dias apareceu em sua
porta um despacho, que ela, curiosa, abril e viu uma porção de agulhas de
todos os tamanhos. Vingança do feiticeiro, ela pensou.
Este fato é fácil de analisar psicologicamente. Mas como Explicar?
Você já ouviu falar em aporte? É um fenômeno parapsic ológico que se explica
da seguinte forma: Nós temos uma força, uma energia corporal, somática, vital,
que se transforma e se exterioriza, invisível. É dirigida pela vontade do nosso
inconsciente. Esta força imprime tal velocidade nos átomos de um objeto que
pode transformar esses pequenos objetos em energia. Essa energia pode
atravessar qualquer obstáculo e pouco tempo depois, pelo processo inverso, o
objeto volta ao seu formato normal. Com essa força chamada telergia, que
todos os seres humanos tem, se explica o aporte, que é a explicação para
muitos fenômenos que acontecem. Por exemplo: Virgens que choram, Cristo
que sangra, pedras que entram pelo telhado de uma casa que as pessoas
chamam de mal-assombrada, agulhas e pregos que aparecem no corpo de uma
pessoa, sem dor, etc. Este fenômeno freqüentemente é atribuído aos demônios,
aos espíritos dos mortos ou a qualquer superstição que se queira. Mas a
parapsicologia explica que é pela telergia de um ser humano vivo. O aporte só é
possível sobre objetos pequenos, a menos de 50 metros de distância da que inconscientemente o realiza.

José Coelho Soares Neto- pesquisador do CLAP -Centro Latino-Americano de Parapsicologia

109
Operações Espirituais

NÃO EXISTEM Operações Espirituais, nem Incorporações de Espíritos, nem Curas Espirituais.
- O médium, Inconscientemente ou não, REPRESENTA que está incorporado por um espírito. (Os famosos
Drs Fritz, pois existem muitos, não esqueceram a profissão e nem o sotaque; mas não sabem falar Alemão; e quando
falam alguma palavra ou frase, já foi previamente ensaiada.
- Não existem Curas Espirituais; o que pode acontecer, além das fraudes
e truques, separada ou conjuntamente é o seguinte:
-Desaparecimento da Dor, mas não da Doença (facilmente conseguido
pela Hipnose ou Auto-Sugestão).
O ambiente e a ansiedade contribuem gerando uma sugestão coletiva ou
auto-sugestão,em
sangramento dealgumas
modo que na "cirurgia"
regiões da pele.(embuste), a dor
Isto é muito desaparece,
perigoso, e não
pois a Dor há
é um
SINAL da Doença; tirando a dor (pela auto-sugestão, hipnose), a doença progride
sem sintomas de dor podendo até causar a morte...
Antes dos defensores das Operações Espirituais falarem, eles deveriam
estudar um pouco de PSIQUIATRIA, PSICOLOGIA, MEDICINA E HIPNOLOGIA;
Padre Quevedo mostra como se faz um truque de "falsa operação"
- Repararam que não há Incorporação de Dentistas Espirituais. Por que
será? As dores de Dente são terríveis.
Acontece que as cáries e inflamações bucais são visíveis (Pontos pretos,
odor, pus, sangramento), e não adiantará apenas tirar a dor (perderá o dente ou a inflamação aumentará visivelmente (é
só abrir a boca para ver...).
DESAFIO: O mais simples possível, porém eficaz. Que qualquer médium incorporador consiga curar uma
simples CÁRIE dentária.
-Também ocorre muito que as pessoas são curadas pelo tratamento Médico tradicional (Verdadeira
Medicina),muitas vezes longo, e atribuem os méritos de sua cura aos curandeiros charlatões.
-Também pode acontecer que Doenças de srcem psicológica (doenças Psicosso máticas) são curadas por
auto-sugestão, e não por aquele TEATRO todo.

Carlos Orlando- Núcleo de Estudos e Pesquisas-CLAP

110
Dogma de Fé?
Intervenção Demoníaca
Nem teológica e nem cientificamente se poderá jamais demonstrar validamente uma possessão, uma
intervenção ou um "milagre" do demônio. Tudo o que na ordem natural tem-se atribuído ao demônio (possessões,
íncubos ou súcubus, aparições do demônio, casas ou lugares "mal-assombrados", feitiços, doenças, etc) tem
explicação completamente natural e não se encaixam de maneira nenhuma numa ação demoníaca.

Dogma de Fé
Isto só indiretamente pertence à Parapsicologia. Mas a parapsicologia, para não ser manca, deve ter em
conta outros ramos do saber, e concretamente, a Teologia. A existência (não a atuação) do demônio é tema
exclusivamente teológico. A ciência não pode afirmar nem negar.

E a Sagrada Escritura, à luz e acompanhada pela Tradição judaico-cristã, assim como pelo Magistério
Eclesiástico, constitui uma base suficientemente firme para que o judeu, o cristão e o católico possam acreditar na
existência (não a atuação) dos demônios.

Mas não é lícito qualificar de herege a quem negue a existência dos demônios. Nem herege do
judaísmo, nem herege do cristianismo e nem herege do catolicismo.

Objetam que Cristo, nos Evangelhos e a Bíblia em geral falam muitas vezes dos demônios. É de fato, esse, o
principal argumento em que se fundamenta a Teologia; e sem esta base, perderia muitíssimo do seu valor, a Tradição da
existência do demônio.

Mas será esta mesma a intenção de Cristo, afirmar a existência do demônio tal como a Tradição e o
Magistério Eclesiástico o entendem?

Os judeus
autêntica (isto e protestantes
é, autorizada) da Bíbliadeixam muita
pertence liberdade na interpretação. Para os católicos, a interpretação
à Tradição.

Ora, a Tradição para ser infalível (dogma) segundo os católicos, tem que ser clara, universal, entre
todos os católicos (Igreja), constante e ininterrupta desde as srcens do Cristianismo.

Por sua vez, como porta-vozes e intérpretes autênticos dessa Tradição, estão os Concílios e o Magistério da
Hierarquia Eclesiástica. Mas nem tudo quanto afirmam os Concílios ou os pronunciamentos da Hierarquia da Igreja é
infalível. Para que um Concílio seja infalível deve ser ecumênico (da Igreja Universal com o Papa); deve pretender
definir com toda sua autoridade recebida de Cristo e diretamente aquela proposição. O mesmo se dá com a
suprema autoridade eclesiástica da Igreja, o papa ("ex-cátedra").

Isto suposto, o que eu sempre afirmei e afirmo é que não existe definição papal ex-cátedra ou de
algum Concílio Ecumênico claramente pretendida e direta, a respeito da existência dos demônios (com respeito
a possessões, intervenções, etc, certamente não há nenhum dogma).

No texto do Concílio Lateranense IV, não há certeza nenhuma de que se pretenda dar alguma
definição sobre a existência dos demônios. No texto Conciliar ("Os diabos foram criados por Deus bons por natureza;
eles,
de queporém,
Deusfizeram-se maus pelo pela
fosse responsável pecado") é realmente
criação de seresmuito
mausmais provável que
por natureza, se alguns
como pretendesse condenar
pretendiam a teoria
acerca dos
demônios: tudo o que Deus criou é bom; se alguém se torna mau é tão somente pelo uso indevido de sua
liberdade.

Afirmar que com esse texto clara e diretamente se pretenda definir a existência do demônio, é no
mínimo, discutível.

Portanto não é certo qualificar de herege a quem negar a e xistência dos demônios.

Grandes teólogos negaram a possibilidade da possessão demoníaca . E o exorcismo não é uma lei
disciplinar universal da Igreja. A bula que o proclamou tem apenas um sentido de exortação e não o obriga
111
dogmaticamente em termos de fé, nem sequer como ordem disciplinar universal. Ela foi publicada no tempo das
bruxarias e das superstições, quando a ciência não tinha condições de interpretar fatos de fundo
parapsicológico e os atribuía ao diabo. A possessão de uma pessoa pelo demônio é filosoficamente e
psicologicamente impossível. É impossível que o corpo seja animado por outro espírito que não seja a alma.
Mesmo o diabo existindo é heresia acreditar que ele possa fazer milagres. Todos os teólogos afirmam que o
milagre é exclusivo de Deus: Não se pode deturpar Sua "assinatura". A Bíblia também afirma que ninguém pode
ser tentado acima de suas forças.

Nunca vi uma pessoa emocionalmente equilibrada ficar possuída pelo "demônio". Só os histéricos,
epilépticos e outros doentes acreditam estar possuídos. As mulheres parecem acreditar mais que os homens e a
puberdade é a idade mais vulnerável a essas ilusões. Trata-se sempre de distúrbios psicofisiológicos.

É a ciência e não a Igreja que cabe dizer se um fato pertence ou não aos fenômenos naturais deste
mundo.

Oscar G. Quevedo S.J.

112
Milagres
A Parapsicologia também estuda os Milagres (também chamados de Fenômenos Supranormais). O
Milagre é superior às leis(forças) da Natureza e não tem explicação científica (é superior).

Devem ser estudados por todos os ramos da Ciência e a conclusão, para ser um Milagre autêntico, é
de não ter explicação. Se tiver explicação natural, não é Milagre.

A Parapsicologia estuda as características e ambiente em que ocorrem os milagres. Com esse estudo
se chegou a conclusões Fantásticas.

Corresponde à Ciência, a verificação e a análise dos fenômenos que ocorrem em nosso mundo.
Antes do estudo, não se pode nem afirmá-los e nem negá-los . Nenhum fenômeno deve ser relegado com receio
de suas implicações. Esta é a atitude própria de um cientista. É igualmente próprio da ciência observar o
contexto (ambiente) em que se realiza o fenômeno.

Conceito e Características
O Milagre é uma intervenção livre de Deus, fora do curso normal da natureza.

Santo Tomás de Aquino

A parapsicologia possui uma divisão específica para casos que transcendem os fenômenos
humanos. São chamados de fenômenos Supranormais, sobrenaturais (SN)- (Milagres) -

O cientista não pode ver a Deus atuando. A Divindade e as conseqüências religiosas dos fatos, não são
objeto direto da ciência. Esta se limita aos aspectos fenomenológicos, aos fatos. Determina também, o ambiente e o
contexto histórico, como um aspecto a mais dos fatos.

A Parapsicologia estuda as características e ambiente em que ocorrem os milagres. Com esse estudo
se chegou a conclusões Fantásticas.

Tal verificação científica demonstra que os prodigiosos fenômenos sobre-humanos, SN, ocorrem,
única e exclusivamente, num contexto religioso-divino-cristão-católico.

Os Milagres são, pelo seu contexto, a assinatura (PROVA) de DEUS para toda sua Doutrina. Não são
favores particula res de Deus em sua essência (é claro que acaba sendo para quem recebe ); mas num sentido
amplo e que vale para toda a humanidade, são as provas irrefutáveis da existência de Deus e sua assinatura
para toda sua Doutrina.

Cada aspecto da Doutrina está confirmada por milagres através da História. Por exe mplo: a Eucaristia
(Confirmada por muitos Milagres Eucarísticos.

Poderíamos descrever a Parapsicologia, como um dos ramos da ciência que estuda o incomum. E que
interessa muito à religião por dois motivos: primeiro, porque muitíssimas religiões fundamentam-se nestes fenômenos,
sem jamais tê-los estudado. Segundo, para se ter uma religião racional, culta.

Robert Amadou, padre melquita-maronita (católico), que é parapsicólogo, define a Parapsicologia como o
estudo dos fundamentos, verdadeiros ou falsos, de todas as religiões. Podemos dizer que é um estudo dos milagres
verdadeiros ou falsos. A partir desse estudo sobre milagres, a ciência comprovou que os únicos fenômenos
supranormais verdadeiros, os ditos milagres, só ocorreram em ambientes do antigo judaísmo e no mundo
católico.

113
Após o cisma ou reformas protestantes, os milagres cessaram nos ambientes cismáticos e
protestantes, enquanto na Igreja Católica eles continuaram em profusão.

Os racionalistas, principalmente no século XIX, organizaram uma campanha mal intencionada, arrastando
multidão de pessoas cultas, inclusive teólogos protestantes (chamados liberais) e católicos (modernistas). Deturparam
caluniosamente até a definição de milagre, como se fosse violação, suspensão ou derrogação das leis da
natureza. A maioria dos "especialistas" (?) acreditam hoje que essa falsa definição é a verdadeira, e por tão
crasso erro opõem-se ao milagre.

Na realidade, até o senso comum popular sabe que milagre é um fato no nosso mundo devido à
intervenção de uma força sobrenatural. O milagre, por essência, não tem explicação natural. Tem que ser
superior às forças da natureza. Por ser fato observável pertence às Ciências de Observação . O conjunto dos
ramos da ciência que estudam o maravilhoso chama-se Parapsicologia . E por ser devido a um agente
sobrenatural interessa à Teologia.

Antes da pesquisa, o milagre poderia, hipoteticamente, dever-se a demônios, espíritos, fadas, deuses... "A
gosto do consumidor". Após as pesquisas – hoje podemos dizer: – comprovou-se que milagres só acontecem em
ambiente – religioso divino. Mais: sucessivamente só em ambiente judaico antigo, depois cristão até a
separação de protestantes e cismáticos; depois só em ambiente católico.

Neste ponto há descobertas muito significativas. Por exemplo, na incorrupção verdadeira de


cadáveres (diferente de mumificação, saponificação, congelamento, etc, etc); na Catedral de Canterbury
(anglicanos) há um cadáver incorrupto; e muitos cadáveres incorruptos na antiga Rússia (cismáticos). Mas
todos esses cadáveres são de santos antes do protestantismo e do cisma! Depois continuou havendo muitos
incorruptos, só no catolicismo...

Concretamente o "Dom de línguas". No dia de Pentecostes São Pedro falou, ao mesmo tempo, 18 línguas
diferentes. Ou nenhuma. Ou uma só. Mas foi entendido, cada um na sua própria língua, por milhares de pessoas.
Milagre. Ambiente divino. Daí se deduz que Deus é o autor.

Nunca em nenhum outro ambiente, em nenhuma parte do mundo, em nenhuma época, alguém falou ao
mesmo tempo nem sequer duas línguas.

O que pode ocorrer é o fenômeno parapsicológico humano chamado xenoglossia. Por esta faculdade,
uma pessoa pode falar uma língua estrangeira – ou várias línguas sucessivamente -, sem nunca tê-las aprendido
conscientemente. Deve-se à memória total e faculdades de adivinhação inconscientes. Causa forte impressão, mas é
fenômeno natural.

Todos os apóstolos falavam o dia inteiro as línguas e dialetos das regiões que visitavam. São Vicente Ferer
pregava o dia inteiro em todos os inumeráveis dialetos da Europa do século XV, etc. Milagres.

Há outros muitos tipos de milagre: revitalização de mortos; reparação instantânea com recuperação
de substâncias óssea, muscular... (até pernas inteiras após anos de cortadas e enterradas); cura instantânea e
definitiva da gangrena; cura de cegueira por atrofia ótica ou mesmo falta do olho; multiplicação de alimentos;
tempestades do mar instantaneamente acalmadas, etc. Fenômeno por fenômeno, a Parapsicologia conhece hoje
os limites naturais, superados imensamente pelo milagre ou poder divino. Muitos e claríssimos milagres.

114
Comprovou-se que a finalidade do Milagre é sempre e principalmente confirmar e fundamentar a fé
racional na única Revelação e Religião verdadeiras.

Pe. Oscar G. Quevedo, S.J.

Invocando o nome do Senhor


Ao verdadeiro cientista, ao observador dos fatos, uma circunstância logo chama a atenção, antes mesmo de
debruçar-se na análise
los por uma força dos
própria oupróprios
usando milagres.
as forças No
da Antigo Testamento,
natureza: invocavamos ofazedores
nome dede milagres
Iahweh- jamaisde
oração pretenderam
petição- e afazê-
Ele
atribuíam os Milagres. Os textos são inumeráveis. Por exemplo:"O povo murmurou contra Moisés... Moisés clamou a
Iahweh e Iahweh lhe mostrou... pois Eu sou o senhor que te ama" (Ex 15, 24-26)

Exatamente igual os apóstolos e discípulos. Oram antes de "realizar" o milagre: "Pondo-se de


joelhos, orou" (At 9,40). Invocam o nome de Jes us para realizar os milagres: "Senhor, até os demônios (doenças
internas, que na época eram mais misteriosas e difíceis de abordar) se nos submetem em Teu Nome" (Lc 10-17);
"Sabei todos vós, assim como todo o povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo Nazareno..., é por Seu Nome e
por nenhum outro" (At 4,10)

E a mesma circunstância se observa em todos os "fazedores de milagres" (quem realiza é Deus) ao longo da
história.

Jesus pelo contrário, nunca orou para realizar um milagre, fazia-os pelo Seu próprio poder, porque
"Eu e o Pai somos um" (Jo 10,30). Menos na revitalização de Lázaro, quando antes, Jesus orou e agradeceu ao
Pai, mas "digo isto por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que Me enviaste". (Jo 11-42)

Pág 348 e 349 - Livro: "Milagres- A Ciência confirma a Fé"-Oscar


Autor:
G. Quevedo S.J.- Ed. Loyola

115
Critérios para que uma cura seja considerada Milagrosa

Critérios para que uma cura seja considerada Milagrosa

O Papa Bento XIV é o melhor parapsicólogo da história, é claríssimamente um milagre de Ciência


Infusa, ele escreveu dezessete volumes enormes (De Canonizatione), onde, tudo o que a Parapsicologia
moderna descobriu, ele já sabia. O Papa Bento XIV morreu dia 15 de maio de 1758, nem o nome Parapsicologia
existia e tudo o que a Parapsicologia moderna descobriu ele já sabia! O que a Parapsicologia moderna ainda
está pesquisando, ele já sabia.

O Papa Bento XIV, Próspero Lambertini tinha plena consciência dos problemas que envolvem a
verificação da natureza milagrosa das curas súbitas e, por isso estabeleceu critérios, hoje seguidos pela Igreja :

• A deficiência ou moléstia deve ser grave. Isto é, a condição deve ser tal que a cura pelo
tratamento convencional se revele difícil ou impossível. Casos diagnosticados como fatais, especialmente,
entram nessa categoria.
• O paciente não deve ter melhorado ao tempo da cura, nem sofrer de uma condição cuja remissão
se possa esperar. Não se sabe ao certo que papel o sistema imunológico do corpo desempenha na "cura" de
uma condição que ocasionalmente regride.
• O paciente não deve estar em tratamento ortodoxo na ocasião. Bento XIV sabia que os
medicamentos às vezes provocam efeitos latentes ou a longo prazo no corpo humano. Chegou a sugerir que o
investigador obtenha uma declaração jurada do médico e do farmacêutico sobre o tratamento administrado ao
paciente e o momento em que ele foi suspenso, antes de avaliar a natureza miraculosa da cura. Também
estipulou que, se o paciente está sob tratamento da cura, cumpre demonstrar positivamente que ele não
funcionou.
• A cura deve ser súbita e instantânea. O sistema imunológico do corpo precisa de tempo para
combater uma infecção ou um ferimento. Um dos indícios de cura milagrosa é a instantaneidade, isto é, o
processo se revela rápido demais para ser resultado de uma atividade biológica qualquer do tempo.
• A cura deve ser perfeita e completa. Mesmo doentes em estado grave tem períodos de melhora e
as vezes a moléstia sofre remissão temporária. A cura não pode ser considerada milagrosa se o paciente apenas
melhora. A afecção tem de desaparecer totalmente para que a cura seja considerada sobrenatural.
• A cura não deve ocorrer nas ocasiões em que uma crise provocada por causas naturais haja
afetado o paciente ou o curso da doença. Já no século XVIII Bento XIV constatou o nexo que existe entre a
mente e o corpo, notando que um choque súbito sofrido por um afeta o outro. Procurou persistentemente
determinar o efeito do trauma sobre a doença humana. Também não ignorava que certas medicações podem
produzir poderoso efeito na condição de um paciente, fazendo-o parecer pior quando na verdade lhe estão
sendo benéficas.
• A cura deve ser permanente. O paciente precisa ver-se livre de todos os sintomas de sua doença
por anos seguidos de acompanhamento médico, antes que o milagre seja declarado, e no caso de revitalização,
10 anos.

116
O Estudo dos Milagres
Milagres e Ciência
Por Oscar G. Quevedo S.J.

O Estudo dos Milagres pertence à Ciência.

Não podemos deter-nos agora a expor o verdadeiro conceito de ciência. Só indicaremos alguns pontos para centrar o
tema do estudo do Milagre.

É manifesto que o sobrenatural e o espiritual, como tais, estão completamente excluídos do campo das ciências naturais
e experimentais. Deus, a graça santificante, os anjos, os demônios, a alma, a atividade sobrenatural e espiritual, etc; são temas em si
mesmo inobserváveis. Diretamente a respeito de qualquer tema sobrenatural ou espiritual, o cientista não pode nem afirmar ou negar.
Constituem o campo de que a tradição teológica chama" sobrenatural essencial", e poderíamos falar também do "espiritual essencial".

Mas suponhamos...(mera hipótese. Não é nenhum absurdo. Sem discutirmos o fato, nos referimos à hipótese) que Deus,
os anjos, os demônios, os espíritos dos mortos realizassem algum efeito perceptível no mundo.

Um efeito perceptível, de uma causa imperceptível, é o campo do "sobrenatural modal" na tradicional nomenclatura
teológica. A causa não é diretamente observável; somente o efeito; e de todas as circunstâncias, indiretamente, é deduzível a causa.

Em artigos anteriores, vimos que não há fenômenos observáveis que se devam comprovada ou deduzivelmente a
uma força demoníaca ou espírita. Não há "milagres"dos demônios, nem dos espíritos dos mortos. Os "efeitos perceptíveis a
ele atribuídos, tem explicação em parapsicologia (na qual incluímos e devem ser incluídos todos os aspectos relacionados com
qualquer outro ramo da ciência).

Existem efeitos observáveis que possam por dedução, serem atribuídos à força Divina? Existe o Milagre?

Além da parapsicologia, outras ciências estão relacionadas com o estudo do Milagre; por exemplo, a história, a medicina,
a física, etc. Mas o tema, no seu conjunto pertence à Parapsicologia, que muito destacadamente em relação a qualquer outra ciência,
não pode ser abordada como constituindo um compartimento estanque, sendo "o estudo do Maravilhoso numa definição popular, mas
de grande significado, deve abordar o possível Milagre de todos os ângulos das diversas ciências que freqüentemente estão
implicadas em cada caso.

A verificação da hipótese do milagre contra o que poderia se opinar numa consideração" à primeira vista" e
contra a opinião lamentavelmente muito difundida, não pertence à teologia, mas sim à ciência, embora a teologia esteja
relacionada com o estudo do milagre . Da mesma forma que o cientista não pode imiscuir no "essencial sobrenatural", que pertence
à revelação e a análise da revelação pertence à teologia, da mesma maneira, não é de hoje que cérebros bem formados, ao menos
neste aspecto, tem protestado contra os teólogos que se imiscuem na análise dos fenômenos observáveis, como o Milagre, a
possessão demoníaca, etc.

Com muita razão escrevia já no começo do século 18, João Batista Van Helmonte, protestando contra um padre jesuíta
que queria atribuir ao demônio, as curas magnéticas de Paracelso: os teólogos devem ocupar-se das coisas que estão em Deus
(revelação, doutrina), deixando aos naturalistas (cientistas) as coisas que estão na natureza. Este episódio é digno de ser
meditado tanto pelos teólogos que querem abarcar todo o estudo do Milagre, como pelos cientistas que não querem abordar os
amplos e fundamentais setores do possível milagre, que a eles correspondem.

Quando a igreja aprova, por exemplo, uma aparição ou uma revelação privadas; está afirmando que podem ser aceitas
com critério meramente humano científico (e que não atenta contra o patrimônio da revelação divina pública.A igreja nada mais
afirma. Ela não se manifesta com caráter infalível com referência às aparições ou revelações privadas. A diretriz da igreja se
fundamenta numa conscienciosa pesquisa e madura reflexão científica . A aprovação ou proibição da igreja pertence ao
ministério pastoral, mais do que ao docente. Deve ser recebida com o respeito a que tem direto e nada mais. O cientista pode
discordar, pode inclusive manifestar externamente seu dissentimento se tem causas científicas para isso, sempre que se salve a
devida subordinação e discrição.

Os cientistas que não querem estudar o possível milagre, contradizem-se afirmando:" Pertence à religião". Estão,
portanto concedendo que aquele fato acontecido no nosso mundo, fato observado, comprovável, supera as forças da natureza? Mas
como afirmam sem tê-lo estudado? Esta ciência define e endossa o milagre pelo fato mesmo de excluí-lo do seu âmbito. O conceito
de milagre é na realidade um produto da ciência por que se determinam seus atributos em relação as suas leis.Quem, para julgar um
fato, o caracteriza como contrário ou superior a um princípio está julgando ainda em nome deste princípio.Tal julgamento e tal
veredicto, portanto surgem da ciência e pertence à ciência.

Outras vezes, certos cientistas, negam qualquer possibilidade de qualificar determinado fato maravilhoso como
milagre, considerando-o simplesmente como um "fato de explicação ainda desconhecida". O chamado milagre- dizem- na

117
realidade não supera as leis da natureza, senão só as leis da natureza que conhecemos. Mas a ciência está avançando. Nada pode
garantir que o que hoje aparece como uma exceção ou superação das leis da natureza, venha amanhã a enquadrar-se perfeitamente
nas leis que ainda faltam por descobrir. Na expressão de Claude Bernard, "o que hoje chamamos de exceção é simplesmente um
fenômeno do qual uma ou várias condições são ainda desconhecidas".

Não discutiremos agora se é científico ou não este modo de argumentar. Discutiremos isto mais adiante, após o estudo
dos Milagres. O que agora queremos frisar é que seria contraditório excluir da ciência o estudo do possível Milagre. Porque
se de fato se tratasse simplesmente de leis ou condições ainda não conhecidas pela ciência, se assim pensam estes
cientistas, isto constituiria um novo motivo poderosíssimo para que tais cientistas se dedicassem com todo o empenho ao
estudo do chamado Milagre. Se for preciso, deixem outros estudos menos importa ntes e dediquem todo o seu tempo, esforç o e
fundos econômicos para descobrir, quanto antes, essas leis ou condições ainda desconhecidas. Desse desconhecimento, depende,
para o bem da humanidade e da Ciência, a ressurreição de um morto, a recuperação instantânea de um órgão e tantos outros
fenômenos tão maravilhosos e úteis.

Se o fato chamado Milagre existe, por que rejeitá-lo? Por que não submeter a um estudo rigoroso os fatos
"inexplicáveis"??

que formam aPor que se espantar


armadura da razão de acontecimentos
estabelecida? contrários,
Se esses ao menos aos
fatos espantam em aparência
cientistas,aatrairão
todo esse cômodo
mais conjunto
ainda aos de elementos
espíritos ávidos de
extravagância. E o mundo estará cada dia mais cheio de superstições. A humanidade e a verdade estarão separados por um maior e
mais profundo abismo. A verdade será mais difícil de ser estabelecida. A culpa é, principalmente, desse espanto dos cientistas mais
supersticiosos do que as mesmas "superstições" de que tratam de fugir

Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 26 elaborada pelo CLAP

118
Milagre e curandeirismo

O curandeiro, precisamente por ser curandeiro e charlatão, a todos diagnostica,a todos receita e a todos diz
que "cura". Os que vão embora sem ação "terapêutica", constituem exceção.

Nos santuários Cristãos, porém, a ninguém se diagnostica,a ninguém se receita. E o que constitui exceção é
a cura milagrosa. O Milagre não é regra, não é comum, é rara exceção. A finalidade do milagre não é substituir ou
colaborar com a medicina. Trata-se unicamente de alentar a Fé e confirmar a doutrina revelada.

Os que fazem a propaganda dos curandeiros dizem, sem verificação científica nenhuma, que ocorrem
milhares e milhares de curas de cada curandeiro.

Em contrapartida, após intermináveis verificações, a Igreja aprovou, em 100 anos de história de Lourdes,
apenas 60 milagres. Sesse nta curas entre milhões de pessoas que se dirigem a Lourdes primordialmente para rezar e
honrar a Sma. Virgem.

Entre catolicismo e curandeirismo, há notáveis diferenças nos métodos empregados, por mais que o
curandeiro queira, freqüentemente, se disfarçar com aparências de ritos católicos.

Não há dúvida de que uma grande parte do "êxito" dos curandeiros se deve a que eles influenciam seus
"clientes" rodeando de mistério (sugestionando) as mais singelas práticas e os remédios mais inoperantes. Ritos
emprestados do catolicismo tem sido associados freqüentemente a processos "terapêuticos" postos em prática por
adivinhos-curandeiros... Inclusive certas superstições difundidas entre os cristãos, como uma paródia dos sacramentais,
tem sido também usadas pelos curandeiros ou por eles recomendadas, segundo os casos, com maiores ou menores
modificações: unções (bênçãos) em forma de cruz, beber ou lavar-se com água benta, colocar sobre a parte doente do
corpo uma relíquia ou qualquer outro substitutivo ou amuleto, orações mágicas ou "fortes" receitando-as aliás, durante
um tríduo ou novena, etc.

Desta imitação, por curandeirismos, dos sacramentais católicos, alguns pretendem identificar o milagre com
a "cura" mágica. Mas, na realidade, essas caricaturas empregadas pelos curandeiros são muito diferentes do verdadeiro
sentido dos sacramentos e sacramentais.
Os sacramentos são infalíveis pela promessa divina, mas promessa unicamente da graça espiritual, nada
tendo a ver com a saúde do corpo.

Alguns autores citam o sacramento da extrema-unção (chamado também de Unção dos enfermos) como
incurso em certo modo no curandeirismo, e citam o texto de São Tiago.

Isto é um erro. O texto de São Tiago refere-se a algo bem diferente. O Texto visa principalmente o âmbito
espiritual, sobrenatural, religioso, e só em um bem definido segundo plano, à saúde. "Está doente algum entre vós?
Chame aos presbíteros da Igreja que orem sobre ele e o unjam com óleo no nome do Senhor. E a oração da fé salvará o
doente, e o Senhor o levantará e lhe serão perdoados os pecados que tiver cometido" É principalmente no terreno da
salvação religiosa, do perdão dos pecados e do crescimento espiritual.

Assim o tem entendido teórica e praticamente a Igreja, a intérprete autorizada, nos seus 20 séculos de
história.

Há quem, sectária e inconsideradamente tenha acusado ao próprio Cristo de curandeirismo. Cristo respeitou
todas as leis do seu tempo, mesmo o injusto tributo aos romanos. Não sabemos que houvesse então na Judéia,
legislação contra o curandeirismo, mas em todo o caso a atitude de cristo é bem diferente da dos curandeiros.

Cristo não levou as massas à histeria emocional esperando a "cura". Ele não excitava a sugestionabilidade,
não precisava da presença do doente, como demonstrou com a cura do filho de um oficial ou com a filha da Cananéia
(Mc VII, 24-30) Curava mesmo quem não sabia quem Ele era, como no caso do cego de nascença (Jo IX, 35-38) ou do
paralítico da piscina de Betesda (Jo V, 12-13). E os mortos que Cristo ressuscitou dificilmente poderiam ser
sugestionados!

119
Não houve nenhuma Campanha publicitária de "curas" e nenhum anúncio de tais demonstrações. Cristo até
proibia que os agraciados publicassem sua cura, porque advertia o perigo de que os interesses egoístas do povo
quisessem desviar sua Missão para o lado utilitarista da cura e outras vantagens meramente humanas.

Assim, por exemplo, após ressuscitar a menina de doze anos, filha de Jairo, "ordenou-lhes severamente que
ninguém o soubesse"; (Mc V, 43) após curar um surdo-mudo, "proibiu-lhes que o dissessem a alguém";(Mc VII, 36) após
curar dois cegos, recomendou-lhes Jesus em tom severo: Vede que ninguém o saiba", etc. (Mt IX, 30)

Os Milagres que Cristo fazia eram exclusivamente para confirmar sua Doutrina, para que os homens, "por
causa das obras", cressem Nela como revelada por Deus. Cristo não fez milagres para substituir ou completar a
medicina, como é a pretensão de todos os curandeiros. É bem esclarecedora sua frase: "Não são os que estão bem que
precisam do médico, mas sim os doentes".

Há em Jerusalém, perto do pórtico das abelhas, um tanque, chamado em hebraico "Betesda" e que tem
cinco pórticos. Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que
esperavam o movimento da água. Pois, segundo se dizia, em tempos, um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se
punha em movimento, e o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficaria curado de qualquer
doença que tivesse. Estava ali um homem, enfermo havia 38 anos. Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo
que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: "Queres ficar curado? O enfermo respondeu-lhe: "Senhor, não tenho ninguém
que me ponha no tanque quando a água é agitada. Enquanto vem, já alguém desceu antes de mim". Ordenou-lhe Jesus:
Levanta-te, toma o teu leito e anda". No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando".
(Jo V, 2-9)

Nenhuma semelhança com o curandeirismo. Como nos Santuários Cristãos, uma pessoa curada basta para
confirmar a Doutrina Revelada e manter a Fé. Cristo não se dirigiu a todos: dentre aquele "grande número", curou a um
único doente. E nada de diagnósticos, nem de explicações pormenorizadas da doença e nem excitações de emotividade
histérica. Era manifesta a Fé sobrenatural daquele homem que há 38 anos esperava lá a intervenção divina e por isso
cristo nem sequer lhe perguntou algo sobre sua fé em Deus; simplesmente deu-lhe a ordem de caminhar...

Concluindo: Nos tempos antigos como nos tempos modernos, a "cura" dos curandeiros (sugestão) responde
fundamentalmente aos mesmos truques e às mesmas técnicas: além de ser anticientífico, é desaconselhável e
perigosíssima. A "cura" sugestionada dos curandeiros é responsável pela multiplicação de doenças psíquicas e o
ambiente doentio da superstição.

Pretender identificar tal curandeirismo, com as curas (Milagres) para confirmar a Fé realizadas por Cristo,
pela intercessão dos santos e nos Santuários Católicos é manifesta miopia e cegueira.

Oscar G. Quevedo S.J


Revista de Parapsicologia número 15 elaborada pelo CLAP

120
Cicatrização Instantânea
Muitos e muitos casos; porém somente num único ambiente. A natureza pode cicatrizar uma ferida. Mas não
pode cicatrizá-la tão rapidamente como no milagre.

Comenta o Dr. Assailly, em Lourdes : " É aí, e somente aí, onde radica o problema do milagre. É como se
Deus fizesse que a pessoa, no milagre, se beneficiasse de um sopro criador suplementar e que se produza uma
verdadeira recriação.

Instantaneidade
Deus não faz "milagreszinhos", indiferenciáveis ou dificilmente diferenciáveis do que a natureza pode. Tem
de ser, e são claríssimos, como "assinatura" infalsificável d Ele.

Nos milagres de cicatrização instantânea não se trata de uma feridinha, embora feridinhas a natureza
também não possa cicatrizar instantaneamente. Trata-se de feridas profundas, chagas extensas em estado altamente
degenerado, fístulas amplas, cavernas múlti plas e inveteradas, etc. Em todos esses milagres, houve perda notável de
substância. Nesses casos, a reconstrução das células e tecidos exigiria à natureza um trabalho (citológico e histológico,
respectivamente) semelhante ao da primeira formação.

Para reparar essas perdas de matéria orgânica, há que engendrar bilhões de células novas. Vão surgindo
das bordas da ferida botões carnosos formados por capilares envolvidos em células embrionárias. Cada célula nova
forma-se no seio de uma outra célula mãe a partir dos nutrientes que, trazidos e saindo dos vasos sanguíneos, penetram
no protoplasma da célula mãe. Este protoplasma e seu núcleo vão engordando pouco a pouco até se segmentarem:
uma célula converte-se assim em duas. Assim, pouco a pouco, diríamos "com muita paciência", bilhões destas células
novas, microscópicas, de poucos milionésimos de milímetros, unem-se formando parte de um tecido.

O processo de cisão de cada célula demora no mínimo meia hora. A divisão celular necessariamente é
sucessiva.

Que aceleração poderia ocasionar uma cicatrização instantânea?? Isso equivale a afirmar que as
inumeráveis cisões fizeram-se simultaneamente. O que equivale a uma nova criação. Só Deus pode criar.
E mais tempo é necessário para as células se diferenciarem especificamente, segundo o seu lugar e
finalidade: parte do osso, da cartilagem, da mucosa, do epitélio, do nervo, da artéria...

Assim, por exemplo, "o trabalho de cicatrização das artérias"-escreve o professor Lecène no seu " Précis de
pathologie chirurgicale"- "é sumamente longo, demanda de quarenta a cinqüenta dias. Quando um nervo é
completamente secionado, pode, após um certo tempo, três ou quatro meses ou mais (segundo o tipo e tamanho do
nervo), cicatrizar e recuperar suas funções perdidas após a seção."

"Toda solução de continuidade no esqueleto cicatriz a mediante a formação de um tecido intermediár io que
se vai ossificando, e recebe o nome de calo. A constituição do calo(ósseo) passa por quatro fases que se sobrepõem
uma sobre a outra: formação do calo célulo-fibroso, formação do calo fibrocartilaginoso, formação do calo ósseo
provisório, formação do calo ósseo definitivo. No homem, esta fase se prolonga durante meses e anos."

Ainda é necessário que todas estas células diferenciadas segundo o tecido que vão formando parte, estejam
harmonicamente subordinadas a todo o conjunto do organismo, o que se realiza pela influência diretriz de
complicadíssimas terminações nervosas. Diríamos que estas terminações nervosas, em número de centenas de
milhões, distribuídas por todo o corpo, são uma espécie de rede intricadíssima de fios.Uns, os nervos centrípetos ou
terminações protoplasmáticas, para levar aos centros cerebrais as impressões provindas de todo o organismo; outros, os
nervos motores ou cilindrácidos, para levar as respostas ou despachos diretores provindos dos centros cerebrais.

Para todo esse complicadíssimo trabalho de cicatrização, mesmo de uma chaga de poucos centímetros, a
natureza precisa de seu tempo. A extrema pequenez das células exige um número imenso delas e gerações sucessivas
para poder cobrir toda a área lesada; antes é preciso que as células sadias levem os nutrientes às células-mães, em
contínuas e numerosíssimas viagens com infinitésimas cargas, todos os nutrientes necessários, antes é preciso que o
próprio sangue absorva dos pulmões os elementos gasosos. E do aparelho digestivo os princípios minerais e azotatos
sólidos, sendo antes necessária a elaboração, secreção e ação dos sucos digestivos; a digestão tem de elaborar esses
nutrientes, para o qual antes as bactérias precisam de tempo para extraí-los quimicamente dos alimentos, e antes é

121
preciso tempo para o nascimento dessas bactérias que haverão de entrar em ação; e antes de tudo é necessário tempo
para comer e respirar todos os elementos necessários...

Todos sabemos por experiência que um homem sadio precisa por volta de uma semana para repor
completamente um pouco do epitélio arrancado por um raspão.

-A natureza, para cicatrização tais como as dos milagres de cicatrização instantânea nos casos menores,
precisaria semanas, meses, anos.

-Nos milagres de cicatrização instantânea, em casos mais amplos, simplesmente "não foi jamais" realizada
pela natureza. Dito de outra maneira: nunca em outro ambiente diferente daquele em que claramente todas as
circunstâncias apontam para Deus como Autor do milagre.

Livro " Milagres, a Ciência confirma a Fé" Autor


Oscar G. Quevedo S.J.pág 391 a 394

122
Coxo de Calanda

0 veredicto pertence à ciência

COXO DE CALANDA.

0 jovem Miguel Juan Pellicer, 19 anos, de Calanda, vilarejo da Província de Teruel (Espanha), trabalhava na vizinha
cidade Castellón de la Plana. No inicio do mês de agosto de, 1632, conduzia urna carreta puxada por duas mulas,
Acidentalmente caiu da sua montaria.
Uma das rodas da pesada carreta carregada com uns 2.500 quilos de trigo, passando por cima da perna
direita de Migud Juan, partiu-a no meio. Não só os músculos, senão também a tíbia e fíbula ficaram amassados. Foi
imediatamente levado ao Hospital de Castellón. 0 pequeno hospital encontrava grandes dificuldades para continuar
adequadamente o tratamento iniciado ao ferido. Então Jaime Blasco, tio e patrão de Miguel Juan Pellicer, fez que fosse
transferido para o Hospital Geral de Valencia.

Durante cinco dias permaneceu naquele hospital, mas o tratamento aplicado, também em Valencia, resultou
ineficaz. Então, a pedido do próprio Miguel Juan Pellicer, foi autorizada sua remoção a Zaragoza, ao renomado Hospital
Real. 0 que na realidade interessava ao paciente era a Basílica da Padroeira da cidade e de toda Espanha, a Virgem do
Pilar, pela qual tinha urna profunda devoção desde a infância. Miguel Juan Pellicer ingressou no Hospital Real de
Zaragoza nos primeiros dias de outubro.

A natureza do ferimento, o deficiente tratamento dos primeiros dias, e as penosas remoções a um e a outros
hospitais, já tinham ocasionado terrível gangrena. 0 Chefe de Cirurgia no Hospital Real era o Dr. Juan de Estanga, de
renome nacional como hábil cirurgião e titular da cátedra de cirurgia na Universidade de Zaragoza. Em fins de outubro, o
próprio Dr. Estanga, auxiliado pelo cirurgião Dr. Diego Millaruelo, procedeu à amputação da perna direita de Miguel Juan
Pellicer. "Foi cortada
ajudara também, comquatro
outrosdedos abaixo
aspirantes da rótula." 0 na
e enfermeiros, residente Dr. Juan
amputação, quisLorenzo García,pessoalmente
encarregar-se aspirante a cirurgião que um
e junto com
enfermeiro enterrou a perna amputada no cemitério do hospital.

0 cirurgião Dr. Juan de Estanga atendeu o jovem coxo antes de dá-la de baixa e continuou depois
atendendo-o durante os dois anos e meio que o mutilado permaneceu em Zaragoza, sempre que voltava ao hospital
para os curativos. 0 próprio cirurgião testemunhou, também ele, de teve que repreender severamente a Miguel Juan pela
imprudente devoção e teimosia no perigosíssimo "curativo" que se aplicava: todos os dias, na Basílica de Nossa
Senhora do Pilar, quando abaixavam as lâmpadas para o reabastecimento de óleo, Miguel Juan Pellicer soltava a perna
de pau e, na sua simplicidade mas admirável amor e confiança filial na proteção da Mãe Celestial, untava a chaga com o
óleo que restara em alguma das lâmpadas.

0 médico lhe advertia que, além da possível infecção, o óleo mantinha uma umidade que retardava a
completa cicatrização da ferida. Durante toda sua estadia em Zaragoza, Miguel Juan Pellicer passava o dia pedindo
esmola na porta da Basílica do Pilar. À noite ia dormir no "Mesón de las Tablas" quando tinha dinheiro para pagar ao
proprietário; se não, dormia num banco do hospital. Em marco de 1640, Miguel Juan Pellicer, esgotado pela vida
miserável que levava, decidiu voltar a Calanda apesar do seu desejo de ficar junto à Basílica de "La Virgen del Pilar."

Todos em
esmola, conheciam Calanda
o jovem seme anas vilasdireita.
perna limítrofes
Doispor onde
anos Miguelcinco
e quase Juanmeses
Pellicer, montado
após num jumento,
a amputação ia pedindo
da perna direita.
Precisamente no dia do 16 centenário da visão que teve de Nossa Senhora, ainda viva, o Apóstolo Santiago e do
aparecimento do Pilar na quinta feira 29 de marco de 1640. Ao redor das dez horas da noite, Miguel Juan Pellicer
abandonou a conversa e, foi deitar, pois se encontrava especialmente cansado.

Pouco depois, Da. Maria Blasco, a mãe, foi ver se o filho mutilado estava bem coberto. Deu um grito de
estupor Acudiu o pai. Por baixo das cobertas apareciam dois pés ! Após os primeiros instantes de surpresa, levantou
as cobertas: aí estava de novo, inteira e sadia, a perna direita, da qual até momentos antes Ihe faltava a metade. Miguel
Juan só sabia explicar que se havia encomendado, como todas as noites, à Virgem do Pilar, e que sonhara que estava
na Basílica untando a,ferida uma vez mais com o óleo das lâmpadas. Nessa mesma noite acudiram a ver o incrível
milagre o soldado Bartolomé Ximeno, e os vizinhos Miguel Barraxina e esposa Úrsula Means.
123
Os três minutos antes, estiveram conversando com o coxo e vendo como tirara a perna de madeira e os
panos antes de retirar-se a dormir. Naquela mesma noite foi chamado e veio o pároco Pe. José Herrera. No dia seguinte
de manhã a Igreja estava cheia de pessoas que viram e agradecera m a Deus a recuperação da perna direita de quem
todos conheciam privado dela até a véspera. Reconhecimentos posteriores mostraram que a perna direita,
milagrosamente recuperada, conservou sempre cicatrizes perfeitamente fechadas das feridas que tivera antes
de ser amputada, principalmente a da grande ferida provocada pela carreta e que ocasionara a gangrena. Havia
também a cicatriz, perfeitamente fechada como todas as outras, onde se havia feito a amputação. Tratava-se da
mesma perna que havia sido amputada!

A mesma perna que havia sido enterrada quase três anos antes! Ficara "a marca"!, a conhecida
condescendência divina para urna insuperável observação científica... Quando a noticia do milagre chegou a Zaragoza,
mandou-se verificar no Cemitério do Hospital Real.

Sob a direção do Dr. Juan Lorenzo García comprovou-se que a perna, ou os ossos que deveriam ficar dela,
havia desaparecido, sem que ninguém antes tivesse mexido na terra! A recuperação de Miguel Juan Pellicer, como em
todo milagre, foi instantânea... e também "por etapas" ( a delicada e conhecida condescendência de Deus para
melhor observação e acompanhamento científicos, e talvez também purificação, exercício da fé...):
A perna direita, durante os três primeiros dias após a recuperação instantânea, estava fria. Sua cor era
apagada, algo roxa. E os dedos do pé estavam permanentemente curvados, os nervos contraídos, de forma que durante
estes três dias Miguel Juan Pellicer, perante todas as autoridades e numeroso povo que o visitava, não podia apoiar a
perna firmemente no chão, nem podia prescindir da muleta que usava.

Passados esses três dias, as mesmas autoridades e o povo puderam constatar que Miguel Juan Pellicer
agora caminhava perfeitamente, o pé ficara normal. Mas faltava ainda outra etapa? Ou era outra marca?: A largura ou
espessura da perna direita, a recuperada, era claramente menor que a grossura da perna esquerda... Miguel Juan
Pellicer, a 25 de abril, viajou com seus pais a Zaragoza para agradecer à Virgem do Pilar.

Durante o trajeto, um cirurgião lancetou o talão nas suas pesquisas, fato que obrigou Miguel Juan Pellicer a
mancar um pouco novamente. Mas logo passou. Miguel Juan quis permanecer em Zaragoza por algum tempo. Ia com
freqüência à Basílica do Pilar, onde confessava e comungava cada sete dias, e comprazia-se em continuar ungindo sua
perna direita, mais débil, com o óleo das lâmpadas. "Pouco a pouco a perna direita ficou igual à esquerda (...). Quando
voltou a Calanda, os vizinhos maravilha ram-se de vê-lo caminhar e correr alegremente. Como deram testemunho (...).
Notaram também que o jovem podia realizar movimentos de estiramento até levantar o pé à altura da cabeça. Assim
completara-se
David Hume: "0o único
milagre
(?!)até
quea fala
perfeição
disso étotal"(48).
o Cardeal***De
Creio interessante
Retz4". Ele contacitar
queinclusive
passandoa referencia negativa
por Zaragoza, queda
quando fezsua
fuga a Espanha, lhe foi mostrado na catedral um homem, o qual havia servido lá como porteiro durante sete anos e era
conhecido de quantos viviam na cidade. Costumava fazer suas devoções na referida igreja.

Por todo este tempo ele havia sido visto primeiro sem urna perna, depois a havia readquirido fazen-do com o
óleo bento fricções no toco. 0 Cardeal assegura que ele o viu c o m ambas as pernas. Este milagre foi atestado por
todos os cônegos da Catedral. Para investigar o fato foi chamada toda a sociedade da cidade, e o Cardeal a firma
que todos acreditavam inteiramente no milagre"(50) . - Oh!, Hume, além das tergiversações na vesânia de negar a
realidade palmária dos milagres, agora recorres inclusive a deslavada mentira? "0 único que fala disso"? Na realidade o
próprio depoimento de Hume cita que multidão de pessoas testemunharam o fato... Citei Hume como mais uma
confirmação da realidade histórica, apesar da mentira com que começa o tabelião real, Dr. Miguel Andreu, levantou ata
notarial com abundantes testemunhos só quatro dias após o milagre no conhecido coxo. A Prefeitura de Zaragoza, a 8
de maio de 1640, reuniu-se em conselho extraordinário e plenário, e nomeou três procuradores para pesquisar o caso,
além de solicitar do Sr Arcebispo que instaurasse um acurado processo canônico, a expensas da Prefeitura Conservam-
se todas as atas de ambos os inquéritos.

0 inquérito da Prefeitura começou só dois meses depois do milagre. 0 canônico, só após três meses. Bem

contemporâneos
conheceram dos fatos. com
e conviveram Inquéritos
Migueldetalhadíssimos. Muitas
Juan Pellicer, antes comprovações.
e depois Depoimentos
do acidente, de multidão
antes e depois de pessoas
da amputação. que
Vi um
grande tapete que há no Palácio Real de Madri, representa o Rei Felipe IV beijando a perna regenerada de Miguel Juan
Pellicer. Lord Hopton, embaixador da Inglaterra na Espanha, certificou independentemente que esteve presente quando
El-Rei se ajoelhou, descobriu a perna recuperada e beijou a cicatriz da amputação.

Foram realizadas recentemente novas pesquisas históricas a respeito, com levantamento abundante e
irrefutável de documentos(51). 0 milagre com "0 coxo de Calanda" foi em 1640. Somente em 1959 se realizou com
sucesso a primeira operação de recolocar uma perna cortada. Os cirurgiões do Hospital Mont-Eden, de Hayward
(Califórnia - USA), conseguiram recolocar uma perna, mas imediatamente ao acidente (não três anos depois), sadia (não
gangrenada) e que ficara ainda unida ao corpo por consideráveis partes de carne (não uma perna enterrada!). E o
maravilhoso êxito da cirurgia humana precisou meses de cuidados médicos antes de o paciente ser dado de alta.

124
Extraído do Livro "Os Milagres e a Ciência" de Oscar G. Quevedo S.J. - Edições Loyola -págs. 268 a 273

125
Nossa Senhora de Guadalupe

Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe

A história- Conforme a lenda e tradição, no Sábado, 9 de dezembro de 1531,


pelas seis horas da manhã, quando o índio Juan Diego se dirigia de sua aldeia para a de
Tolpetlac para assistir uma função religiosa na missão franciscana de Tratetolco, ao chegar
ao monte Tepeyac, às margens do Texcoco, encontrou-se com uma jovem de uns 15 anos
que lhe ordenou ir ter com o Bispo a fim de pedir-lhe que construí-se um templo no vale
próximo.
O índio Juan Diego, cujo nome asteca era Cuauhtlatohayc, nasceu em 1471, perto
da cidade do México, na aldeia de Cautitlán, pertencente aos índios Mazehuales.
Era então Arcebispo da cidade do México, Dom Juan de Zumárraga, franciscano
basco. Era o segundo bispo da Nova Espanha.
Zumárraga, após a visita do índio, pediu provas acerca do que lhe disse. O índio,
por sua vez, pediu as provas à jovem que lhe tinha "aparecido".
No dia 12 de dezembro, após a Quarta "aparição", Juan Diego leva em seu poncho, como prova, rosas
frescas de Toledo e isto em pleno inverno mexicano. Na hora que abriu o poncho onde estavam embru lhada as flores,
estava a imagem: "A Virgem de Tequatlaxopeuh". A mesma que hoje se venera na Basílica de Guadalupe.
Proporções do poncho- A imagem estampada é de 140 cm de altura sendo o comprimento do cobertor de
106 cm. Aparece uma jovem morena, aparentando 15 anos e trajando um vestido comprido. O poncho é composto de
três lados e confeccionado de cacto, chamado "maguey", grosseiramente confeccionado, assemelhando-se a um saco
de estopa. Cada lado mede perto de 50 cm de largura. Ocupando dois desses lados está desenhada a imagem da
jovem. O terceiro lado está dobrado para detrás das outras.
Exames científicos- Em 1966 reuniu-se uma comissão de sete pintores, os mais famosos de então, que após
um estudo demorado, deram seu parecer sobre o desenho do ponche, perante escrivãos e dignitários.
Em 1751, Miguel Cabrera, chamado também de "Miguel Angelo mexicano" e mais três outros pintores de
renome voltaram a realizar novos estudos sobre a pintura. Desde então, repetidamente, vem sendo realizado este
trabalho científico, cada vez com meios mais adequados (tais como raio X, análises químicas e novas modalidades de
investigação) na medida em que a Ciência avança e facilita melhores técnicas.
No transcorrer do tempo, os homens tentaram realçar as cores para que fossem vistas melhor de longe e
pretenderam introduzir outros "enfeites". Nas nuvens foram pintados anjos-(d esapareceram com o tempo) Os raios de
sol foram recobertos de ouro- o ouro está descascando. A lua branca foi "iluminada com prata- (ficou preta e o preto está
descascando) Pintaram uma coroa sobre a cabeça- (com dificuldade pode ser vista ainda)
As tintas- Pintores e análises químicas não desvendaram ainda a srcem das tintas empregadas. Mauel
Garibi, um perseverante examinador da pintura, resume assim a estranheza dos investigadores, principalmente quanto
ao dourado que aparece nos perfis do vestido, nas quarenta e seis estrelas, nos arabescos e nos 129 raios de sol..
"O dourado é transparente e sob estes se vêem os fios do poncho. E como não exista nenhum material que
seja transparente, nem sequer o cobre e o ouro, elementos indispensáveis para que o homem possa executar um
dourado. Esse dourado,dotado de transparência, não pode ser obra humana".
Incorrupção- A pintura resistiu à umidade e ao salitre, muito abundante e muito corrosivo naquela região,
antes de ter sido secado ao lago Texcoco. Quadros de contextura mais firme, perderam a cor e se danificaram em
poucos anos
O tecido da tela é de tão má qualidade que deveria ter se desintegrado em questão de 20 anos. Atualmente
tem 469 anos. Até as madeiras e metais (prata, ouro e bronze) não duravam então, mais que um século.
O tramado da tecelagem é tão separado e tão imperfeito (comprovado cientificamente em 1751) que olhando
por detrás do poncho, pode-se ver através, como se fosse uma peneira, podendo, sem que o tecido atrapalhe, ver os
objetos e a claridade. Esta experiência foi realizada várias vezes, conforme testemunho de Cabrera.
Durante 116 anos, de 1531 a 1647, a pintura esteve desprotegida e exibida em várias procissões solenes. A
veneração popular levou piedosos e doentes a que beijassem as mãos e a face da pintura ou que fosse tocada com
objetos cujo material deveria tEr deteriorado ou destruído o tecido e a pintura.
Carlos Maria Bustamante conta que em 1791, quando os peritos estavam limpando o ouro que enquadra a
imagem, foi derramado um vidro de ácido nítrico, de extraordinário poder corrosivo. "Onde está a força corrosiva do
126
ácido? (pergunta Bustamante) que derramado de alto a baixo no poncho, deixou apenas um vestígio como testemunho
do prodígio para a posteridade.
Hoje percebe-se, de perto, uma leve mancha como de água, no lado esquerdo da jovem e salpiques em
vários outros lugares. A análise química confirma: é ácido nítrico.
Reflexo nos olhos - No ano de 1929, o fotógrafo Alfonso Marené Gonzáles, enquanto realizava o exame de
uns negativos fotográficos, muito ampliados, descobriu uma figura refletida nos olhos da jovem de Tequatlaxopeuh.
Naquele tempo, as autoridades eclesiásticas pediram-lhe prudentemente que não publicasse suas observações até obter
uma comprovação científica.
Em 1951, Carlos Salinas fez uma descoberta semelhante e o Arcebispo do México, Dom Luis Maria Martinez,
nomeou uma comissão para estudar o fenômeno.
Foi somente em 1955 que o México soube pela rádio a notícia de que nos olhos da Virgem de Guadalupe
aparecia uma pessoa espelhada- a exemplo do que acontece com os olhos vivos de uma pessoa. É um fenômeno muito
comum no mecanismo normal da visão humana. Não se produz apenas um reflexo das figuras que vemos, mas três
diferentes e superpostas. Esta tríplice imagem leva o nome de seus descobridores: Sanson (Oftalmólogo de Paris) e
Purkinje (médico de Breslau-Alemanha).
Estudos feitos em épocas diferentes e posteriormente confrontados e formando uma só teoria, foram
cientificamente comprovados e admitidos por todas as escolas de oftalmologia.
Tal como toda imagem se reflete em nossos olhos, assim a de Juan Diego se refletiu nos olhos da "Virgem de
Guadalupe". Tríplice imagem em cada olho, no lugar exato, com a curvatura exata... O índio Juan Diego, tal como estaria
sendo visto pelos olhos da jovem que lhe "apareceu", saiu refletido nos olhos da imagem que ficou gravada no poncho.
Ampliação do olho direito da imagem onde se vê a figura de um homem com barba..
Não parecem olhos pintados, mas olhos naturais, humanos, vivos.
Diversos oftalmólogos examinaram os olhos da "Virgem de Guadalupe". Deixemos
a palavra ao Dr. Rafael Torrija Lavagnet: "Utilizei um Oftalmoscópio como fonte luminosa e
lente de aumento, que me permitiu uma percepção mais perfeita dos detalhes. Certifico: -que o
reflexo de um busto humano é observado no olho direito da imagem. -Que o reflexo desse
busto humano se encontra na córnea. -que a distorção do mesmo corresponde à curvatura
normal da córnea. -que além do busto humano, observam-se no dito olho dois reflexos
luminosos correspondentes às imagens de sanson-Purkinje. -que esses reflexos luminosos
tornam-se brilhantes ao refletir a luz que é enviada diretamente. -que os reflexos luminosos
mencionados demonstram que o busto humano é uma imagem refletida na córnea e não uma
ilusão de se
imagem ótica, causada
percebe, pelasuficiente
com contexturaclaridade,
do poncho. -que na correspondente
o reflexo córnea do olho esquerdo
do citadodabusto
humano. É impossível obter esse reflexo numa superfície plana e escura."
Testemunhos- o Dr. Torroella Bueno, o Dr. Guillermo Silva Rivera, o Dr. Ismael Ugalde Nieto, o Dr. Jayme
Palacios, o Dr. Charles J. Wahlig e o Dr. Joseph P. Gallagher, todos oftalmologistas, após terem feito exames
separadamente, também eles chegaram às mesmas conclusões.
Uma ampliação de 25 a 30 vezes do olho da imagem permite ver com maior clareza o busto humano.

Detalhe do rosto de Nossa Senhora de Guadalupe


A presença de uma figura humana nos olhos da Imagem da Tilma
asteca e a descoberta do brilho e profundidade deles, deixaram os
oftalmologistas assombrados. Do ponto de vista da Ciência, eles nada
puderam explicar. Entretanto, a Jovem Rainha em atitude de oração ainda
não dissera tudo.
O Dr. José Aste Tonsmann, especialista em engenharia de
sistemas ambientais pela Universidade de Cornell (EUA), em fevereiro de
1979 iniciou a trabalhosa e minuciosa pesquisa no Centro Científico da IBM.

Não podendo os computadores trabalhar sobre uma superfície


rústica e sinuosa como a da tilma, o Dr Aste tirou muitas fotografias. O
estudo dele concentrou-se em fotografias das íris dos olhos da imagem de
Guadalupe. Ampliou as fotografias dos olhos a diversos tamanhos: de 2 a 5
milímetros de altura por 3 a 7 milímetros de comprimento. O computador dividiu cada milímetro quadrado entre 1.600 até
27.778 micro-quadradinhos, e depois ampliou cada micro-quadradinho entre 30 até 2000 vezes.
Começou pelo olho esquerdo. Os computadores trabalharam e forneceram a primeira ampliação, na
extremidade direita do olho, uma figura de pouco mais de 1 milímetro de largura e 4 milímetros de altura: um índio
127
sentado sobre as pernas; sandálias de couro, calção, dorso descoberto, cabelos raspados até o meio da testa segundo o
costume da época, ampliando a fronte, recolhidos na nuca, brincos em forma de aro...brilhantes!
A segunda figura que aparece no computador foi a do esperado homem de barba(veja foto acima) descoberto
em 1929, na parte da menina ocular mais próxima do nariz. Um espanhol com uma mão na barba, a outra na espada,
com a boca aberta como extasiado pelo que olhava, virado para a tilma de Juan Diego. Em tripla imagem, em relevo, em
cores. E no olho direito aparece com maior clareza do que no esquerdo, como já haviam percebido e explicado os
oftalmologistas.
A terceira figura, de um velho, vestido de franciscano, com lágrimas escorrendo pelo nariz! Pareceu-lhe de
alguém conhecido. Não conseguia lembrar-se (o Dr. José Aste Tonsmann). Procurou nos museus, pinturas, livros, algum
rosto semelhante. Um dia ocorreu-lhe um famoso quadro do pintor Miguel Cabrera, do século XVIII, no qual o bispo Juan
de Zumárraga, ajoelhado, admirava a Imagem no poncho do índio Juan Diego.Aquela figura no computador
assemelhava-se demais com a pintura do velho bispo: seus olhos eram fundos, como também as bochechas, o nariz
típico dos bascos, a barba branca,a calva grande e reluzente, com algum cabelo com o corte clássico dos franciscanos
da época, isto é, uma franja ao redor da cabeça. Era o bispo Dom Juan de Zamárraga.
Descobriu um outro índio, com um chapéu típico em forma de cone, e com uma tilma amarrada no pescoço.
Seu braço direito estendia-se sobre o poncho, e os lábios pareciam entreabertos. Juan Diego!!
Atrás de Juan Diego, surgiu uma mulher negra que parecia observar atentamente. Negros no México no
século XVI? O engenheiro ficou depois sabendo que o conquistador Hernán Cortés recebera e entregara ao bispo
Zumárraga e que este concedera liberdade a escrava negra, que o servia como empregada. Era também a história
sendo recuperada.
À direita do "ancião", os cérebros eletrônicos localizaram um jovem franciscano que olhava quase de frente.
Comprovou-se de[pois que era o intérprete frei Juan González.
Mas havia mais gente no olhar calmo da Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Precisamente do centro
de ambas as pupilas, os computadores resgataram um "grupo familiar indígena" (veja foto abaixo). Era constituído por
uma jovem índia, de perfil, finas feições, brincos em forma de aro, também brilhando, um adorno de madeira
atravessando o penteado.Levava um bebê amarrado nas costas. Havia um homem com chapéu também em forma de
cone, uma criança em pé junto e na frente da mulher, e outro casal que apreciava a cena.
Fotografia ampliada com microscópio do olho direito
da imagem. Se percebe claramente um grupo de pessoas.
Todas as privilegiadas personagens estavam em
ambos os olhos. Diferindo apenas tamanho, ângulo e
luminosidade, o que se encaixava perfeitamente na fenômeno
da visão estereoscópica. Os alongamentos de algumas das
imagens correspondem à reflexão das mesmas numa superfície
convexa como é o olho humano.
Ainda faltava outra surpresa. Das duas personagens
que estavam no extremo mais externo do semicírculo, o
espanhol com barba e o índio sentado, o computador só podia
ampliar os olhos do índio, porque o espanhol estava meio
virado. E em ambos os olhos! (nos olhos do índio que está no
olho da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe) em tripla
imagem! em cores!, os computadores comprovaram a mesma
cena de outro ângulo!
Apresentamos alguns aspectos principais do fenômeno de Guadalupe. Existem muitos outros detalhes
fantásticos. Apresentamos as conclusões obtidas por especialistas nos respectivos campos da ciência.

Textos extraídos da Revista de Parapsicologia número 23 elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de Parapsicologia; e do
livro "Nossa Senhora de Guadalupe" de Oscar G. Quevedo - Edições Loyola

128
Incorrupção

No livro do Eclesiastes, se lê esta frase: "Lembra-te que és pó. E ao pó retornarás". Além de lembrar ao
homem sua condição perecível e transitória, esta sentença recorda a aniquilação física, a decomposição do organismo,
após a morte. A realidade é constatada quase universalmente. Digo quase universalmente, por se darem exceções,
embora raríssimas, de não decomposição física. Exceção esta conhecida pelo nome de Incorrupção.
A Incorrupção é a preservação do corpo humano da deteriorização que comumente afeta todo organismo
poucos dias após a morte. É evidente que são excluídas as mumificações, as saponificações e outros processos
químicos de preservação dos corpos dos mortos; seriam incorrupções artificiais.

Corpo incorrupto de Santa Bernadette Soubirous


O primeiro documento de autenticidade
indiscutível que relata uma Incorrupção, data do século IV e
é redigido por Paulino, secretário de Santo Ambrósio, Bispo
de Milão: este documento é redigido em forma de carta
dirigida ao Bispo de Hipona, Santo Agostinho. Paulino
descreve o descobrimento feito por Ambrósio: "Por este
tempo, ele (Ambrósio) encontrou o corpo do mártir Nazário
que se encontrava enterrado num jardim fora da cidade de
Milão; recolheu o corpo e o transladou para a Basílica dos
Apóstolos. No túmulo foi encontrada a cabeça que fora
decepada pelos inimigos, em perfeito estado, como se
tivesse apenas sido colocada junto ao corpo, do qual
emanava sangue vivo e uma fragrância que superava todos
os perfumes. Tinham transcorrido 200 anos do martírio.
Mais preciso e mais digno de crédito é o relato de Eugippius acerca do corpo de São Severino, bispo de
Noricum, morto em 482. Seis anos após sua morte, o corpo foi encontrado incorrupto. Embora existam muitos outros
casos a partir do século IV até o século XVI, interessam-nos mais as preservações a partir do século XVI, por
possuirmos fontes históricas mais comprovadas e mais fidedignas.
Em 19 de outubro de 1634, falecia a Madre Inês de Jesus, priora de Langeac. Seu corpo, sem sofrer qualquer
processo de extração de entranhas ou de embalsamento, foi sepultado na sala capitular, ao lado de outros membros da
comunidade. Passados alguns anos, o Sr. Bispo, em vista do processo de Beatificação, ordenou que seus restos fossem
exumados. O corpo foi encontrado sem sinal de decomposição. Transladações e verificações foram realizadas até o ano
de 1770. Em 1698 e 1770, cientistas, cirurgiões e médicos declararam que humanament e, a preservação do corpo era
inexplicável.
São Vicente de Paula faleceu em 1660, para atender aos pedidos de canonização a exumação do corpo foi
feita em 1712, depois de mais de 50 anos de sua morte. Aberto o túmulo, na expressão de uma testemunha ocular "tudo
estava como quando foi enterrado". Quantos puderam vê-lo, observaram que seu corpo estava em perfeitas condições e
os médicos atestaram que o corpo não podia ter sido preservado por meio natural algum, durante tanto tempo.
A beata Maria Ana de Jesus, terciária da ordem de Nossa Senhora da Redenção, nascida em Madrid e
falecida na mesma cidade em 1642; teve o corpo preservado da decomposição. Pouco depois de sua morte, o Cardeal
Treso, Bispo de Málaga e presidente da Castela; que a conhecera pessoalmente em vida, no processo de beatificação,
declara ter estado presente na primeira exumação e afirma: "Eu vi e me assombrei ao presenciar que o corpo morto há
anos, sem que tivessem sido retiradas as vísceras ou embalsamado, pudesse estar tão perfeitamente conservado que
nem sequer o abdômen e nem as faces oferecessem sinal de deteriorização, com exceção de uma mancha nos lábios,
embora esta já a tivesse em vida".
Em 1731, tendo já transcorridos 107 anos da morte da Serva de Deus, teve lugar uma inspeção oficial e mais
completa, por ordem das autoridades eclesiásticas interessadas na causa da Beatificação. Os restos mortais se
apresentavam suaves, flexíveis e elásticos ao tacto. Esta investigação teve lugar em Madrid, tendo sido fácil reunir
médicos e peritos. Nove professores de medicina e cirurgia tomaram parte nas investigações e depuseram como
testemunhas. Foram feitas incisões na parte carnosa e no peito; foram estudados os orifícios naturais por onde poderiam
ter sido introduzidos preservativos contra a putrefação. Foi uma verdadeira dissecação.
Após completar as investigações, os médicos declararam: " Os órgãos internos, as vísceras e os tecidos
carnosos, estavam todos eles intactos, sãos, úmidos e elásticos".

129
Baseada nesse testemunho, a Congregação dos Ritos aceitou a preservação como fato milagroso, apesar de
35 anos mais tarde, antes que fosse publicado o decreto de beatificação, uma terceira inspeção revelasse que na
oportunidade, o corpo já não era mais flexível e brando. Os tecidos tinham endurecido, mas não estavam decompostos.
Do relato aparece claramente que o corpo da Beata fora preservado da corrupção, não devido a um processo
de saponificação ou de mumificação. Seria incrível que competentes cirurgiões, após as incisões e os exames das
vísceras, descrevessem os tecidos como sãos e intactos se os mesmos se tivessem se convertido numa massa
adipocera. Além do mais, eles insistem que o corpo, cem anos depois da morte, estava elástico e perfeitamente flexível,
enquanto que outros corpos enterrados na mesma cripta, tinham seguido a lei natural da decomposição.
Uma outra narração nos chama a atenção; é a do mártir jesuíta André Bobola, que tendo combatido com sua
palavra, os cismáticos russos, tornando-se conhecido como o "apóstolo de Pinsk", atraiu o ódio de seus adversários, os
cossacos; e foi submetido a um cruel martírio. Em mãos dos cossacos, e recusando-se a aceitar o cisma russo, foi
açoitado, ultrajado de uma maneira incrível. Foi praticamente esfolado vivo, cortada uma mão, enfiados estiletes de
madeira por debaixo das unhas, arrancada sua língua, e sua fisionomia tão deformada que mal parecia homem.
"Sangrava, afirmava uma testemunha, como um boi no matadouro". Após horas de tormento, saciados já os
sanguinários e dando apenas sinais de vida, desferiram-lhe um golpe de espada na garganta. Após jogar o deformado
cadáver numa esterqueira, retiraram-se os cossacos e os católicos recolher am os restos mutilados e os enterraram às
pressas na cripta da Igreja dos Jesuítas, em Pinsk.
Quarenta e quatro anos mais tarde, o reitor do colégio dos jesuítas de Pinsk, por uma visão ou sonho que
acreditou ser sobrenatural, fez uma investigação para encontrar o corpo do mártir. Foi encontrado, segundo todas as
aparências, exatamente no mesmo estado em que fora depositado: com as mutilações, continuava integro e incorrupto;
as articulações continuavam flexíveis; a carne, nas partes menos afetadas pelas mutilações era elástica e o sangue que
cobria o cadáver parecia recém-coagulado. O último exame ordenado pela Santa Sé, teve lugar e 1730- setenta anos
depois da morte. Seis eclesiásticos e cinco médicos mantiveram as declarações anteriores. Também eles declararam
que o corpo, exceto as feridas causadas pelos assassinos, estava intacto; a carne conservava-se flexível e que sua
preservação não poderia ser atribuída a uma causa natural. Em 1835, a preservação do corpo foi aceita pela
Congregação dos Ritos, como um dos milagres exigidos para a beatificação. Segundo testemunhas, nenhum corpo dos
depositados na cripta onde se encontrava o corpo de André Bobola foi preservado.
Não se pode afirmar que tal fato pertença somente aos séculos passados; Santa Madalena Sogia Barat,
fundadora da sociedade do Sagrado Coração, faleceu em 1865; vinte e oito anos mais tarde, seu corpo foi encontrado
quase perfeitamente inteiro, embora o ataúde estivesse parcialmente podre e recoberto de mofo. Imunidade idêntica foi
outorgada a João batista Vianney, o célebre Cura De Ars que morreu em 1859 e foi beatificado em 1905. Idêntico
privilégio coube à vidente de Lourdes, Bernadete Soubirous; faleceu em 1879 com a idade de 34 anos. Em 1909,
passados 30 anos, o corpo foi exumado e uma testemunha afirma:"Não havia o menor indício de corrupção. Seu rosto
aparecia levemente escurecido e os olhos um tanto afundados, parecendo estar dormindo. O corpo foi novamente
encerrado num ataúde juntamente com um informe do estado em que foi encontrado.
Poderíamos continuar a enumerar fatos, mas os já citados são suficiente para dar um idéia do fenômeno da
Incorrupção e sua inexplicabilidade. Digo inexplicabilidade, porque, apesar de existirem outros tipos de incorrupção, não
coincidem com a exposta.

Corpo incorrupto de Santa Catarina Laboure

Corrupção total do corpo e preservação integral de certos


órgãos- Se a preservação total ou parcial da corrupção de alguns
corpos é um assunto intrigante para a ciência e enigmático também
para a Igreja, para a qual a simples constatação da incorrupção não
é critério de santidade, e portanto, milagre evidente, muito mais
intrigante e enigmática é a preservação de um determinado membro
de um corpo que foi reduzido a pó. Será, logicamente, muito mais
difícil para a ciência encontrar uma explicação para tal preservação e um caminho muito mais aberto e claro para a Igreja
afirmar o fato como miraculoso.
Nenhum exemplo poderia ser mais sugestivo para discernir a Providência Divina do que a preservação
parcial do coração de santa Brígida, da língua de Santo Antonio, de São João Nepomuceno e da beata Batista Varani.
Santa Brígida, da Suécia faleceu em 23 de julho de 1373. Seus restos mortais foram exumados; tudo estava
reduzido a pó encontrando-se o coração incorrupto.
A atitude da Igreja Católica mostrou-se sempre muito cautelosa perante fatos inusitados, inclusive perante a
incorrupção dos corpos de pessoas santas. Num levantamento feito pelo competente e autorizado estudioso de
Parapsicologia, Pe. Herbert Thurston. S.J, com 42 santos célebres por sua vida, obra e santidade, entre os quais muitos
foram encontrados incorruptos depois de anos, assevera o mesmo autor que nenhum deles foi canonizado por ter sido
preservado da corrupção.

130
Há aqueles que afirmam que a sobriedade na comida e na bebida, característica de todos os ascetas, podem
modificar completamente as condições do metabolismo normal e tende a eliminar certa classe de micróbios que são
mais ativos no processo de putrefação; poderíamos replicar que existem muitas pessoas pobres ou doentes ou por
opção que são abstêmias, e uma vez mortas, a lei da decomposição as acompanha normalmente.
A experiência comum mostra que não concorrendo condições extremas excepcionais, por exemplo, um frio
intenso, a decomposição chega, mais cedo ou mais tarde e que antes de passados 15 dias da morte, são visíveis os
primeiros sinais.

Corpo incorrupt o de S ão João V ianney

E o problema tornar-se-á ainda mais insolúvel para o


cientista ao constatar que as incorrupções são verificadas em
místicos e santos. (em ambiente religioso.).
Muitos segredos da natureza já foram desvendados,
dado o contínuo
entretanto, que são progresso dasporque
indecifráveis diversas ciências.
não só superamHáasoutros,
forças
e leis da natureza, como também, e isto é significativo, são
característicos do catolicismo, e só dele.

Não consta historicamente, apesar de aprofundadas


pesquisas na procura, que pessoas de outros credos e em qualquer
outro tempo, tenham manifestado ausência de rigidez cadavérica.
No catolicismo, ela é exclusiva de pessoas que em vida,
manifestaram uma santidade excepcional, mas não de todos os grandes santos, pois nenhum milagre tem regras fixas.
O primeiro caso de que temos notícias data de 1160 e a primeira pessoa em que foi verificado foi Rainerio de
Pisa. Quem relata o fato é um contemporâneo e,ao que tudo indica, digno de crédito. "Seus membros não
demonstravam depois da morte, nenhum sinal de rigidez. Pelo contrário, conservavam-se úmidos e molhados de suor e
eram tão flexíveis como os de um homem vivo".
Pouco mais de meio século depois (1226), ocorreu a morte de São Francisco e Assis. O novo superior da
Ordem, o irmão Elias, num comunicado aos demais confrades, descreveu minunciosamente como durante os últimos
dias, Francisco era incapaz de levantar a cabeça. Seus membros "estavam rígidos como os de um morto". Mas depois
de sua morte... os membros antes rígidos se tornaram flexíveis.
Pelo menos 50 casos bem estudados de ausência de rigidez cadavérica existem entre santos da Igreja
católica, desde o século 12 até nossos dias.

EXEMPLOS...
Parece oportuno agora falar um pouco sobre o aspecto fisiológico da questão do "Rigor mortis".

Thurston revisou os manuais clássicos ingleses, franceses, alemães, espanhóis e italianos sobre
jurisprudência médica: "Não descobri nenhum que reconhecesse a possibilidade de alguém estar isento da rigidez
cadavérica".
Há alguma variação com respeito a hora do aparecimento e término da rigidez: pode variar algumas horas
dependendo do clima e do continente. Para a Inglaterra, por exemplo, o Prof. Glaister declara: "Ordinariamente a rigidez
começa no pescoço, mandíbula e no rosto, cinco ou seis horas após a morte. Após dez horas, abrange toda a parte
superior do corpo, e doze a dezoito horas após a morte, afetará todo o corpo". Segundo E. Harnack, médico alemão, na
maioria dos casos, a rigidez chega a ser completa no prazo de 5 a 6 horas após a morte.
"Com toda a probabilidade, a rigidez terminará na maioria dos casos, transcorridas 36 horas", dando srcem à
corrupção. Segundo os clássicos alemães, porém, a rigidez cadavérica dura habitualmente 72 horas.
O "rigor mortis" pode demorar em aparecer até 16 horas após a morte e permanecer até 21 dias, mas ambos
são casos e circunstâncias raríssimas, como determinadas substâncias usadas na medicação. Nas doenças de
consumação, de curta ou prolongada duração, a rigidez pode começar imediatamente após a morte e desaparecer logo,
iniciando-se imediatamente a putrefação.
O número de casos em que não se verificaram traços de rigidez cadavérica é grande para enumerar e discutir
um por um.

131
Cadáveres que destilam óleo-
Surpreendente constatação: Certos cadáveres, anos após a sepultura e até séculos depois, destilam um
líquido semelhante ao óleo vegetal. Outros, em idênticas condições, sem causa que o justifique, emitem água.
É relativamente comum que este líquido brote de qualquer incisão feita nos corpos preservados da corrupção.
Os católicos gregos, antes do cisma da Igreja oriental, tinham um nome especial para determinados e
numerosos casos de cadáveres de santos: "movoblútai", isto é, "destiladores de óleo".
O Papa Bento XIV exige (e garante nestes casos) para afirmar a realidade do prodígio da água e do óleo, que
tenham sido removidas todas as causas naturais, como a infiltração da água ou a possibilidade de ter sido colocado
algum líquido. Os restos mortais devem ficar em lugar apropriado e completamente seco, excluindo-se qualquer
possibilidade de intervenção humana.
Aqui nos defrontamos com um fenômeno de todo inusitado e inexplicável para o qual a ciência não pode
encontrar nenhuma explicação razoável e satisfatória, apesar de tratar-se de casos fáceis de examinar e constatar
qualquer vestígio de explicação, caso esta fosse possível. A evidência do fato é indiscutível.
A Parapsicologia não encontra sequer uma hipótese que possa dar uma pista ou tênue esperança de
solução. A Parapsicologia no seu caminhar no estudo do maravilhoso, se defronta, uma vez mais, com o absoluto
Senhor da Vida, que pode manifestar-se igualmente na morte, para testemunhar a Doutrina e santidade de seus santos.

Texto extraído da revista de Parapsicologia número 30, elaborada pelo Clap- Centro Latino Americano de Parapsicologia

Incorrupção de parteS do corpo

Incorrupção de parte do corpo


Com efeito, ninguém pode deixar de perguntar-se: por que precisamente ficou incorrupta uma parte?

Algumas vezes, estando todo o corpo consumido, está e se encontra incorrupta, aquela parte do corpo a que
principalmente se deve o dom da perfeição e a prerrogativa da virtude de alguém.

A mão incorrupta simboliza a caridade que o santo expressara em vida - S. Estevão e São Nicolau.

S. Estevão, Rei da Hungria . Foi o primeiro rei daquela nação e foi ele que conseguiu que toda nação dos
anteriormente terríveis hunos aderissem ao Catolicismo. Morreu a 15 de agosto de 1038. Sua caridade para com os
pobres chegou a ser proverbial. E Deus assinou em prol da caridade: quando 45 anos mais tarde exumaram os ossos,
encontraram a mão direita completamente incorrupta, como símbolo e sinal; assinatura divina das generosas dádivas e
caridade do santo rei.
São Nicolau de Mira (na antiga Lícia). Sua vida foi uma ardorosa luta para combater o paganismo ou
idolatria, como também a heresia do arianismo. Foi também o grande paladino para a condenação de outras heresias
pelo primeiro Concílio Ecumênico da história, o de Nicéia.

O Santo bispo de Mira brilhou com inumeráveis milagres, inclusive com revitalização, em diversas
oportunidades, ao menos de seis mortos. Foi cognominado pelos seus contemporâneos em todo o mundo "Nicolau, o
taumaturgo".

E às inumeráveis assinaturas divinas durante a vida e ao redor do túmulo de São Nicolau, Deus acrescentou
a do "óleo" que durante 11 séculos emanava do túmulo de São Nicolau.
132
E, por último, quando 11 séculos após o sepultamento queriam transladar os "ossos" de São Nicolau de Mira,
descobriram que a mão direita continuava incorrupta. E incorrupta está ainda hoje. Assim Deus destaca a caridade
incansável e mesmo, às vezes arriscada, enfrentando as autoridades civis e militares em defesa dos mais necessitados.

Oscar G. Quevedo S.J (Padre Quevedo)

133
Santa Bernadette Soubirous

LOURDES * Santa Bernadette Soubirous. Irmã Marie-Bernard, nome na Congregação de Irmãs da


Caridade e da Instrução Crista. Morreu aos 35 anos de idade, no dia 16 de abril de 1879, precisamente no
aniversário da última "aparição" (visão) de Nossa Senhora.

Uma primeira exumação foi realizada a 22 de setembro de 1899, isto é, 20 anos após a morte. Durante os
processos de beatificação e de canonização, por ordem do tribunal eclesiástico, seu corpo foi minuciosamente
examinado em mais três exumações a 22 de setembro de 1909, 3 de abril de 1919 e 18 de abril de 1925,
respectivamente 30, 40 e 46 anos após a morte da santa. Na segunda exumação desta série, 40 anos após a morte, já
apareciam sinais do incipiente cartonamento.

negativos: o0corpo
Dr. Comte, médico de tendência
está inscipientemente claramente
ou "quase racionalista,
mumificado. A pelefica feliz de poder
permanece encontrar
na maior parte edodestacar pontos de
corpo, coberta
algum mofo, de camadas bastante notáveis de sais que parecem ser sais calcários (...). As unhas das mãos estão todas
pouco mais ou menos conservadas, mas estão muito móveis (...). As partes moles do nariz estão em algumas partes
destruídas”.

“As pessoa s que assistiram à primeira exumação diziam que (nesta segunda) o corpo estava mais
escurecido, principalmente as partes descobertas, como o rosto as mãos e os pés. E principalmente que elas estavam
recobertas de mofo e de sais calcários.” - Na realidade, o próprio Dr. Comte, a seu pesar, teve de reconhecer que o
enegrecimento e possivelmente também o iniciar-se e a aceleração do cartonamento - “pode explicar-se pela lavagem
feita pelas irmãs quando do primeiro exame de reconhecimento, lavagem que forçosamente deixou uma forte umidade”.
0 enegrecimento é decorrência da absorção pela pele da carbonização superposta.

Após a terceira exumação, o Dr. Comte, é claro, consegue encontrar novament e aspectos negativo s e não
deixa de salientar novamente "uma bastante forte camada de cristais e de sais calcários”. - Na realidade tanto o mofo
como os sais calcários dão “mérito” à incorrupção, porque provam a excessiva umidade do túmulo. Após a segunda
exumação - e o racionalista não deixa de frisá-lo por cima de tudo o mais -, “um artista recobriu o rosto com uma
máscara de cera com muito êxito, porque o rosto, bem mumificado (?), escuro, com os olhos e o nariz escavados,
produziria sem dúvida sobre o público uma impressão desagradável.

Pelo mesmo motivo, as mãos foram também recob ertas de cera mas conservando a atitude que tinham no
túmulo”.

Hoje o corpo de santa Bernadette Soubirous está e xposto num sarcófago de vidro, no coro da Capela
do Convento de São Gildardo (Saint-Gildard), cm Nevers. 0 corpo está completo, salvo alguns pequenos ossinh os
retirados pelos médicos já na primeira exumação, para relíquias! - Pode comprovar-se perfeitamente que o corpo esteve
totalmente incorrupto e, posteriormente, artificialmente facilitada a conservação no cartonamento inicial. Porque todos
esses pontos “negativos” destacados pela preconcebida atitude dos racionalistas e dos seus sequazes, na
realidade constituem admiravelmente “a marca” permanente da milagrosa incorrupção anterior, fato que os
racionalistas “esquecem”:

“Até o sepultamento, isto é, durante três dias completos, os membros conservavam toda sua
flexibilidade as mãos sua cor natural, e a extremidade dos dedos estava rosada, como se o sangue lá circulasse!

Tanto os operários como os agentes de Polícia, que viram os últimos preparativos para a colocação no
túmulo (pelas leis francesas precisava-- se licença especial para enterrar fora de cemitério oficial), ficaram maravilhados
da flexibilidade dos membros. Foi neste momento que o Comissário de Polícia pediu uma medalha que houvesse tocado
no corpo de nossa irmã.

Enfim, não se observou nem secreção nem cheiro que denunciasse a menor decomposição". Na
aludida e primeira exumação “privada”, em presença de autoridades eclesiásticas locais e de dois médicos, em
1899, 20 anos após a morte, todos os presentes assinaram "um protocolo onde se fazia constar sob juramento
que o corpo de Bernadette estava completamente incorrupto, que inclusive puderam verificar pela boca
entreaberta que todos os dentes estavam em perfeitas condições, e que também as partes mais propensas,
como os olhos, as mãos e as unhas, estavam perfeitamente preservadas da decomposição que nos seus braços
a forma das veias era claramente visível. Logicamente o cadáver estava sujo pela umidade do túmulo, foi por isso que
as irmãs 0 lavaram minuciosamente e 0 revestiram de roupas secas”. Na primeira exumação oficial (contando a anterior

134
exumação “privada :", esta seria a segunda) da série de três durante os processos de beatificação e canonização, o
corpo de santa Bernadette Soubirous continuava perfeitamente incorrupto.

Os médicos ficaram convencidos de que foi claríssimamente milagre que o cadáver “se conservasse
preservado de toda mácula”. "Não havia o menor indício de corrupção nem algum mau cheiro despedia o corpo
da amada irmã. Mesmo o hábito com que a enterraram estava intacto. Seu rosto estava um pouco escurecido” (podia
ser simplesmente sujeira, como se comprovou depois, quando novamente a lavaram). Os olhos ligeiramente afundados
(como eram pela doença, antes da morte). “Parecia estar dormindo.” “As roupas, úmidas, foram trocadas por outras
novas.” “Parece que acaba de adormecer, e seu rosto é de uma admirável beleza.” “0 aspecto impressionante da
pequena morta lembra o das jovens virgens dos primeiros séculos encontrada s (nos desenhos) das catacumbas. ” “As
mãos ainda seguravam o crucifixo profundamente estragado e coberto de verdete, e o terço quase completamente
corroído pela umidade e pela ferrugem. ” “Seu corpo tão puro, ele mesmo triunfou da corrupção do túmulo.”

“0 corpo mostra não haver sofrido a putrefação nem a decomposição cadavérica habitual e normal,
após uma tão longa permanência numa cova escavada na terra.” - E este último depoimento é... do próprio Dr.
Comte! “Passaram o corpo a um ataúde de chumbo, revestido por dentro com seda branca e por fora com um invólucro
de carvalho.
Depois Colocou-se
o corpo lá umnovamente
foi depositado certificado dentro de um
na capela vidro referindo
mortuária de nossoajardim.
abertura
” do ataúde e as condições do corpo.

A incorrupção, após as rigorosas análises exigidas pela Pontifícia Congregação dos Ritos, foi aceita
como um dos milagres para a beatificação de Bernadette Soubirous”.

Sem deixar de ser milagre, a incorrupção pode ser total, ou parcial; durante muitos anos e inclusive
séculos ou durante poucos anos e inclusive por só umas semanas. A incorrupção pode superar as dificuldades
especiais da natureza e mesmo as agressões livres do homem, ou após algum tempo sucumbir a elas. 0 corpo
incorrupto pode passar depois ao cartonamento ou sem passar por ele sucumbir por fim à corrupção normal.
Igualmente “a marca”, o cartonamento, pode permanecer por séculos, ou em grande variedade de distâncias no
tempo a força da natureza terminar por corromper o cartonamento anterior. E corrompê-lo totalmente ou
respeitando plenamente um ou poucos órgãos.

Pág 388, 389 e 390 do Livro "Os Milagres e a Ciência" - Autor Oscar G. Quevedo- Edições Loyola.

135
O Milagre Eucarístico de Lanciano
Por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano (antigamente Anciano), viviam no mosteiro de São Legoziano, os monges
de São Basílio e entre eles havia um cuja fé parecia vacilante e ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a Hóstia
consagrada fosse o verdadeiro corpo de Cristo e o vinho, seu
verdadeiro sangue.
Foi quando, certa manhã, celebrando a santa Missa, mais do
que nunca, atormentado pela sua dúvida, após proferir as
palavras da consagração, ele viu a Hóstia converter-se em carne
viva e o vinho em sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo
temor diante de tão espantoso Milagre
A Hóstia-carne apresentava, como ainda hoje se pode
observar uma coloração ligeiramente escura, tornando-se rósea
se iluminada pelo lado oposto e tinha uma aparência fibrosa; o
sangue era de cor terrosa, coagulado em cinco fragmentos de
forma e tamanhos diferentes.
O protagonista do Milagre foi um monge basiliano que estava
celebrando a Missa em rito Latino. Os especialistas concordam
em que o Milagre aconteceu no século VIII.
O Milagre Eucarístico permanente, durante os cinco séculos que esteve custodiado pelos monges basilianos e depois pelos
beneditos estava exposto num precioso relicário de marfim sobre um altar lateral da Igreja.
A partir de 1713 até hoje, a carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e o sangue, num cálice de cristal.
Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o pronunciamento da Ciência Moderna através de
minuciosas e rigorosas provas de laboratório.
Foi em novembro de 1970, que os frades menores conventuais, sob cuja guarda se mantém a igreja do Milagre (desde 1252
chamada de São Francisco) decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome profissional e idoneidade moral, a
análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Doutor Odoardo Linoli, chefe de serviço dos hospitais reunidos de Arezzo e
livre docente de Anatomia e Histologia patológic a e de Química e Microscopia Clínica, para, assessorado pelo professor Ruggero
Bertelli, Professor emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames.
Após alguns meses de trabalho exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo o
resultado das análises:
• A carne é verdadeira carne.

O sangue é verdadeiro sangue.


• a carne do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago).
• A carne e o sangue são do mesmo tipo sanguíneo (AB) (o mesmo tipo de sangue analisado no Sudário) e pertencem à
espécie humana.
• Fato extraordinário: Trata-se de carne e sangue de uma Pessoa VIVA, vivendo atualmente, pois que esse sangue é o mesmo
que tivesse sido retirado naquele mesmo dia de um ser vivo.
• A conservação da carne e do sangue deixados em estado natural durante 12 séculos e expostos à ação de agentes
atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário.
Verificações Científicas
Vários estudos já haviam sido realizados ao longo dos tempos. Nos tempos mais modernos devem destacar-se o seguinte:

Significados
O milagre de Lanciano (e todos os outros numerosos milagres eucarísticos) confirma clarissimamente a Revelação sobre a
Eucaristia como a entendem os Católicos. São rejeitadas, não combinam de maneira nenhuma com o Milagre de Lanciano, as
diversas interpretações protestantes e cismáticas e enquanto divergentes da Igreja Católica:
• na Eucaristia, está realmente presente Jesus Cristo sob as aparências de pão e vinho (transubstanciação). Não se trata
somente de "presença" pela graça significada pelo sacramento, nem se trata de um ato meramente de comemoração simbólica como
afirmam os protestantes.
• E Jesus Cristo permanece nas Hóstias consagradas conservadas nos sacrários.(não presença só durante o momento da
comunhão como interpretam os protestantes
• O milagre de Lanciano aconteceu precisamente no momento da Consagração. Assim consta de todos os documentos
antigos.Esse é portanto, o momento da Transubstanciação
• A igreja cismática considera inválida a comunhão sob uma só espécie.Mas sob uma só espécie, a de pão, dava-se a
comunhão na época em que o Milagre foi realizado, como também geralmente hoje, no catolicismo.
O Milagre Eucarístico de Lanciano é categórico e decisivo. A ciência, com técnicas e meios excepcionais e precisos, fornece a
certeza do Milagre.

136
Contém textos extraídos do Livro "Os Milagres e a Ciência"de Oscar G. Quevedo S.J. - Editora Loyola.

137
Divina Providência
Divina Providência Ordinária - Do ponto de vista filosófico-teológico, isto é, por raciocínios a partir da ciência
de observação e da Revelação, tudo é providencial. TUDO ACONTECE PORQUE DEUS QUER OU PERMITE. Divina
Providência Especial - Deus se serve especialmente de algum acontecimento em si mesmo natural. Ou o conjunto de
acontecimentos irrecusavelmente mostram que Deus está dirigindo essas forças da natureza com um domínio que só o
Deus da natureza pode ter, ou então um fato natural está assinado por um Milagre e isto garante que este acontecimento
natural é especialmente Providencial. Ex. visões religiosas.

Recuperação Óssea
Recuperação Óssea

Este éindicamos
muitos milagres, apenas um dos "Milagres-
o livro muitos milagres verificados
a Ciência confirmade recuperação
a Fé"- de Oscar óssea . Para
G. Quevedo conhecer
S.J. outros
- Ed. Loyola

Os ossos inteiros das duas pernas – O fato foi testemunhado, no processo de canonização de São
José de Leonessa, pelo próprio médico que o verificara, e mais de seis outras testemunhas oculares. Mais outro
médico, entre outras numerosas testemunhas, juraram ter ouvido as testemunhas oculares.

Dona Clara Cricchi Dionisi declarou no processo ser ela mesma a mãe da criança: "era seu quarto filho. Os
três primeiros nasceram saudáveis, mas no quarto filho, José, logo que nasceu após um parto difícil, verifiquei, e a
parteira comigo, que não tinha qualquer força nas pernas. Porque na metade inferior do corpo, desde o quadril, percebia-
se que na coxa, na perna e no pé não tinha osso nem algo consistente". O dr Herculano Ercolari, primeiro cirurgião de
Leonessa (Abrúzios, Itália), analisou conscienciosamente o menino e por fim confirmou para a desolada mãe o duro
diagnóstico: "Que quer que faça à criancinha? Não percebe que a parte inferior do corpo não tem ossos, nem
consistência, nem força?. Não posso receitar nada, pois para este caso, os medicamentos não fazem nada."

Dois anos mais tarde, o dr. Jacinto Ercolari, também cirurgião, filho do dr. Herculano então já falecido, viajou
para interessar-se pelo caso do menino aleijado. "Pô-lo ao colo e apalpou-o uma e outra vez.. depois pegou-o pelas
coxas, e em seguida a criança se dobrou como se fosse de massa e (o médico) mostrou-me que na coxa, nas pernas e
nos péslado
um ao nãodoexistia
outro absolutamente nadaum
como se amarrota que oferecesse
lenço. resistência;
Terminou dobrou
dizendo que os membros,
era impossível queretorceu-os,
o meu filhoenrolou-os
se curasse.juntos
Não
havia processo de lhe fazer crescer os ossos que não existiam".

O Dr. Jacinto acrescenta no processo: "À vista aparecia uma continuidade pura e simples da carne. Não
tinha ossos, embora externamente parecessem indicados e os membros estivessem formados e configurados". E
completa o Padre Francisco Rossi: "Sem qualquer coisa dura, mesmo sem nervos e cartilagens que poderiam ao menos,
vir a ser um início da formação de ossos, conforme o cirurgião Jacinto Rossi me disse. "Ali só havia" – como afirma o
cônego Aluisio Carocci da Colegiata de Leonessa- "uma porção de carne sem ossos e susceptível de se enovelar".

Continua a mãe: "Comecei logo a invocá-lo a São José de Leonessa, tanto em casa como na Igreja, onde se
rende culto ao seu venerável corpo. Por fim já não era capaz de agüentar a minha tristeza e as incriminações de meu
marido. Peguei a criança e levei-a sozinha, porque me envergonhava a igreja ao túmulo do santo quando lá não havia
ninguém, e coloquei-a sobre o altar. No domingo e também na segunda feira de Páscoa de 1739.

A minha prece não foi escutada. Na terça feira de Páscoa fiz a mesma coisa: coloquei-o outra vez sobre o
altar. Ajoelhei-me perante o corpo do santo e disse: Aí o tem São José, tomai-o morto ou curai-o, porque eu já não mais
o quero assim. Depois dessas palavras fui para a porta da Igreja. Deixara o menino sobre o altar com a intenção de
abandoná-lo lá, mas
voltei sobre meus eis que
passos, o ouço chorar
ajoelhei-me sobreeocom
altarreceio
e rezeide que José
a São alguma
comcoisa
maispior lheainda
fervor estivesse
. Eacontecendo,
então vi meu
filho que do altar me estendia um pé que antes nunca pudera mexer. Desci de lá, segurei-o como sempre
debaixo dos braço mas vi muito bem que ele apoiava perfeitamente os pés sobre os degraus do altar enquanto
com uma das mãozinhas se agarrava ao meu vestido.

Estourando de alegria, abracei-me a ele. Agradeci a São José este grandíssimo Milagre e fui correndo para
casa para mostrá-lo ao meu marido dizendo: "Tens de fazer uns sapatos a este menino pois São José o curou por
completo como vês". E comigo também ele chorou de alegria.

O meu marido que é sapateiro fez-lhe os sapatos. E desde então sempre a criança andou e anda
livremente.É bonito e forte como todos vêem.
138
No dia seguinte, quarta feira de Páscoa, peguei meu filho José e ele caminhou até a casa do meu cunhado
João Crisóstomo. Admirou-se este ao ver o pequeno como também o padre Francisco Rossi, capuchinho, que estava
presente e o vira muitas vezes aleijado."

Alguns dias depois, a senhora Clara Cricchi Dionisi e seu marido Marco Dionisi receberam a visita do
cirurgião Dr. Jacinto Ercolani, o mesmo que desenganara o menino José como incurável. Verificou uma e outra vez que
José tinha todos os ossos que antes faltavam completamente nos pés nas pernas e nas coxas. Sem sair de sua
admiração,o médico viu a criança caminhar de um lado para o outro sem a mínima dificuldade. O médico garantiu e em
toda Leonessa e seus arredores falou-se daquele verdadeiro e indubitável milagre.

Trecho extraído do livro "Milagres-A ciência confirma a Fé- de Oscar G. Quevedo S.J. - Ed Loyola. págs 197 a 199

139
Milagres pela Invocação dos Santos

Nos processos de beatificação e canonização são muitas as curas instantâneas e perfeitas de paralisias com
atrofia, aprovadas como milagres alcançados pela invocação dos santos após sua morte.

A propósito, conversando em Diamantino, Mato Grosso, com uma senhora finíssima, ela me objetou:

Nós protestantes rejeitamos a invocação e intercessão dos santos, porque segundo a Bíblia "há um só Deus
e um só mediador entre os homens, Cristo Jesus" (1 Tm 2,5)

Respondi-lhe: Mesmo que o Amazonas seja o maior afluente do mar, mesmo que fosse o único, isso não
significa que ele próprio não tenha muitos afluentes...

Os católicos- respondi também, entre outros vários detalhes- temos presente que segundo a Bíblia, a grande
dignidade de haver sido em vida, íntimos servos e amigos de Jesus, não se perde, antes se incrementa, na casa do Pai.
São Pedro perguntou a Jesus: "Eis que nós deixamos tudo e Te seguimos. O que é que vamos receber?...disse-lhe
Jesus: "Em verdade vos digo que, quando as coisas forem renovadas, e o Filho do Homem se assentar no Seu trono de
glória, também vós, que Me seguistes, vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele
que tenha deixado casas ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou filhos ou terras, por causa do Meu nome, receberá muito
mais e herdará a vida eterna"(Mt 19,27-29). Invocando a intercessão de Maria, Mãe de Jesus, e dos santos, Seus
amigos, nós católicos reconhecemos a dignidade e poder que o Rei concede à Rainha e aos príncipes do Céu.

Nesse mesmo texto se vê que Cristo quer que os santos exerçam poder perante a divina Majestade.

Deus, muitas vezes assinou com milagres a dignidade em vida, desses seus herdeiros e filhos prediletos. É
um fato observável, pertence à ciência. E Deus realiza muitos milagres pela invocação e intercessão dos santos que já
herdaram a vida eterna.

É a assinatura de Deus, na ordem dos fatos, e não a soberba humana que deve decidir como é que se deve
interpretar a Sagrada Escritura e neste caso são os milagres que decidem qual é a verdadeira Revelação entre tantas
religiões que se dizem reveladas.
"Nunca pensei nisso", respondeu-me com um sorriso. Pareceu-me que aquela finíssima senhora protestante
ficou pensando...

Oscar G. Quevedo S.J (`Padre Quevedo)

140
O que é o Sudário?

A palavra "Sudário"provém do Latim Sudarium, lenço com que se enxugava o suor do rosto e pano com que
se cobria o rosto dos mortos; posteriormente, passou a designar o lençol usado para envolver cadáveres ou mortalha.
Conservado em Turim há mais de 4 séculos, o Sudário é um pano retangular de 4,36 metros de comprimento e 1,10
metros de largura.
O tecido, firme e forte é de puro linho e cor amarelada. A espessura do tecido é de cerca de 34/100 de
milímetros, macio e fácil de dobrar. O peso avaliado aproximadamente, é de 2,450 Kg. O linho usado na tecedura do
Sudário foi fiado à mão. Cada fio do tecido composto de 70-120 fibras tem um diâmetro variado e a torcedura em Z no
sentido horário.

Incêndio
Em 1532, sofreu um incêndio, o qual causou queimaduras que percorrem todo o lençol. Estava dobrado duas
vezes no sentido da largura e quatro vezes no sentido do comprimento, formando 48 sobreposições. estava guardado
num relicário revestido de prata, da qual fundida, caíram gotas que queimaram em um dos cantos as várias camadas do
tecido. Quando foi desdobrado, viu-se que estava danificado de modo simétrico.
Além disso, a água usada para apagar o incêndio e esfriar a caixa incandescente deixou muitos halos
(marcas) na forma de losango, as quais circunscrevem as zonas que permaneceram enxutas.
Os triângulos claros são os remendos dos pontos queimados completamente, feitos pelas irmãs clarissas de
Chambéry.

A Imagem no Tecido
O que interessa mais a quem observa o Sudário são sem dúvida, as duas figuras de corpo humano em
tamanho natural. Elas se prolongam cabeça contra cabeça, uma de frente, a outra, de costas.
O sudário deve ter sido posto longitudinalmente em torno do corpo, para que as imagens pudessem formar-
se daquele modo: o cadáver que deixou as duas marcas foi deitado sobre uma metade do lençol, o qual depois foi
passado por cima da cabeça e estendido até os pés.
As duas figuras humanas foram formadas por manchas de dois tipos e de cores diferentes.
Dois estudiosos americanos, o engenheiro Kenneth E. Stevenson e o Filósofo Gary R. Habermas,
sintetizaram assim a descrição do homem do Sudário: "a imagem é de um homem com barba e com mais ou menos
1,80m de altura. A idade é calculada em 30-35 anos e o peso em cerca de 80 Kg. É um homem bem constituído e
musculoso.

Um Homem Torturado
O exame dos sinais visíveis sobre o corpo permite deduzir que o Homem do Sudário foi torturado, flagelado e
crucificado. Na imagem de frente, o rosto apresenta sinais bastante claros de muitos traumas: tumefações na testa, nas
arcadas superciliares, nos zigomas, nas faces e no nariz- este traz uma escoriação na ponta. No conjunto, o rosto tem
um aspecto composto e sereno.
Os ombros estão erguidos. Nota-se uma grande equimose no nível da omoplata esquerda e uma ferida no
ombro direito; poderiam ser atribuídas ao transporte de um patibulum (travessão da cruz). Os joelhos, especialmente o
esquerdo, estão escoriados por quedas violentas. Fios de sangue estão presentes em todo crânio, e são mais evidentes
na nuca e na testa.
São bem visíveis os antebraços e as mãos, cruzadas sobre o abdome, a esquerda sobre a direita. No pulso
esquerdo há uma grande mancha de sangue causada por uma ferida grave. Embora a mao direita esteja parcial mente
ocultada pela outra, o fio de sangue que escorre pelo antebraço indica que também o seu pulso devia ter ferida
semelhante. São lesões provocadas por grandes cravos. Os dedos, bem visíveis estão alongados. nota-se que os dedos
polegares não aparecem; isto porque a lesão do nervo mediano, provocada pelos cravos fincados nos pulsos, na altura
do espaço de Desdot, obrigou os polegares a se contraírem e oporem-se a palma das mãos.

141
No lado direito da caixa torácica - no Sudário, é o lado esquerdo, porque a imagem é especular (como em um
espelho, o lado direito é o lado esquerdo e vice-versa) em relação ao corpo - nota-se uma grande ferida que deve ter
sido causada por uma ponta de lança.
Nas duas figuras, na anterior e na posterior, notam-se decalques de sangue que formam desenhos bastante
regulares em todo o corpo. O sangue se coagulou em lesões lácero-contusas ensangüentadas de modo diferente,
muitas vezes aos pares em sentido paralelo, causadas por chicotadas repetidas, cerca de 120. Evidentemente foram
produzidas por dois homens (carrascos) postados um de cada lado do Homem do Sudário.
O pé direito devia estar apoiado diretamente no madeiro da cruz; o esquerdo estava posto sobre o direito;
ambos foram pregados juntos nessa posição, e assim os fixou a rigidez cadavérica.

A Imagem em Negativo

As fotografias tiradas do Sudário determinaram uma reviravolta no interesse e no conhecimento dele, que até
então era considerado como simples objeto de devoção. Em 1898, Secondo Pia, advogado e fotógrafo, com sua
aparelhagem técnica daquele tempo, fotografou o Sudário. Levou logo as chapas à câmara escura para revelação. Aos
poucos, começaram a revelar-se os primeiros contornos, e depois, o resto, cada vez mais evidente e rico de
pormenores. Com grande surpresa, viu que a imagem da chapa era muito mais nítida e compreensível do que se via
diretamente no sudário.
Como bom fotógrafo, Pia sabia que no negativo devia aparecer somente a inversão das luzes e das sombras
em relação com a realidade: as zonas claras deviam sair escuras e vice-versa, a direita devia aparecer a esquerda e
esta a direita. Como resultado, apareceria uma caricatura grotesca, a qual teria sentido só depois de passada para o
positivo. Aí ao contrário, no negativo, estava a imagem positiva, tão real quanto outras que pia tivesse visto. O próprio
afirma: "fechado em minha câmara escura e absorto em meu trabalho, senti uma emoção fortíssima, quando, durante a
revelação, vi aparecer pela primeira vez, na chapa, o Sagrado Rosto, com clareza tal, que fiquei aturdido".
Aquela primeira fotografia revelou esse segredo imprevisto e imprevisível e desde então se estuda o Sudário
como um dos mistérios mais apaixonantes da antiguidade.
Posteriormente, usando um computador, realizaram-se várias elaborações da imagem presente no Sudário.
Preparou-se um reforço e uma nova limpeza com o emprego de filtros. O uso de um procedimento matemático particular,
permitiu certificar que a imagem não tem nenhum sinal de direção, e que portanto não pode ter sido pintada.
Durante as averiguações em 1978, fizeram-se milhares de fotografias, com as técnicas mais modernas, e
macrofotografias científicas, radiografias, termografias, fotografias por transparências, etc.Muitíssimas outras fotografias
foram feitas em 1988 durante a retirada de tecido para o exame com o carbono radioativo C14.

Análise com Microscópio


Em 1973, nomeou-se uma comissão para autenticar as fotografias tiradas em 1969; participava da comissão
também um cientista protestante suíço, Max Frei Sulzer, perito em microvestígios e criminólogo de fama internacional,
fundador e durante vinte e cinco anos diretor do serviço científico da polícia de Zurique.
Ele encontrou no sudário notável quantidade de pó atmosférico muito fino e tirou doze amostras de pó,
usando fitas adesivas especiais, que podiam retirar os microvestígios do tecido sem danificá-lo.
As espécies de pólen identificadas no Sudário por Frei são 58; 17 delas se encontram na França ou na Itália.
Três quartos são de plantas na Palestina, sendo muitas delas típicas e freqüentes em Jerusalém e arredores. Isso
comprova que o Sudário estivera em Jerusalém. Toda a coleção das amostras de Frei Sulzer se encontra nos Estados
Unidos desde 1988.

Uma Moeda de Pilatos


Graças a elaboração tridimensional, notaram-se dois objetos
arredondados postos sobre as pálpebras (costume usado na época) ; logo se supôs
que poderia tratar-se de pequenas moedas. A confirmação veio dos estudos
aprofundados de Francis L. Filas, docente na Loyola University de Chicago.
Ele identificou a moeda que esteve sobre o olho direito do Homem do
Sudário como um lepton, precisamente como um dilepton lituus, cunhado sob
Pôncio Pilatos entre 29 e 32 d.C.
142
Com a técnica da sobreposição em luz polarizada, foram contados 74 pontos de congruência entre a moeda
de Pilatos e a imagem sobre o olho direito. Como comparação, pode-se considerar que, para identidade de duas
impressões digitais são suficientes 14 pontos coincidentes em sobreposição.

Rosto da imagem em negativo fotográfico

As duas imagens do Sudário-

Conclusão
O Homem do Sudário é
Jesus Cristo

O Sudário não é uma


falsificação. Com nenhuma técnica se
poderia fabricar na Idade Média
(como alguns afirmam) alguma coisa
semelhante, nem hoje, com toda
técnica moderna.
Esse pano tem as
características de um tecido funerário
hebraico do século I, proveniente da
área palestinense.
Esse Homem sofreu uma
crucifixão romana do século I, com
particularidades desconhecidas na
Idade Média, mas
descobertas em sintonia com as
histórico-arqueológicas
posteriores.
Esse corpo sofreu os
tormentos descritos nos evangelhos,
também nas particularidades
personalizadas.
O sangue humano se
coagulou sobre a pele ferida e passou
para o tecido, com modalidades
irreproduzíveis com pincel.
Esse cadáver, posto no
lençol cerca de duas horas depois da
morte, permaneceu por 30 a 36 horas
sem sinais de putrefação.
Essa imagem em negativo não é pintura, nem estampa, nem chamuscadura. É uma projeção do corpo, a qual
codificou em si, a informação tridimensional e é como se houvera sido impressa no tecido por um fenômeno
fotorradiante.
Esse lençol não tem sinais de deslocamentos; ele se afrouxou e se abaixou porque ficou vazio.
A questão do Sudário se torna uma questão aberta- dizia o escritor Ítalo A. Chiusano- O ônus da prova
compete aos cientistas. Caberá a eles, explicar-nos todas as questões: dos polens, da tridimensionalidade, da imagem
em negativo, das coincidências históricas e arqueológicas, das moedas de Pôncio Pilatos sobre os olhos do cadáver, da
ausência de decomposição, da impossibilidade de que a imagem tenha sido pintada, etc.

Mensagem
A existência dessa imagem vigoros a no tecido sugere questões profundas. Resta a pergunta: "E vós, quem
dizeis que eu sou?" por isso, o Sudário continua a apaixonar a opinião pública, desafiando a Ciência, e provocando
143
crentes e não-crentes com o fascínio de um mistério que cada um gostaria de ver definitivamente descoberto. No silêncio
da Morte, o Homem do Sudário interpela a Humanidade como Cristo há dois mil anos: "E vós, quem dizeis que eu sou?"
A resposta não é fácil, porque reconhecer Cristo morto e ressuscitado significaria abalar a existência. O Sudário, como
Cristo não tem pressa. Parece não temer o tempo. Tem paciência e espera. Não pode ser cancelado. É mudo, mas
interroga-nos com seu silêncio. O Sudário se cala, mas faz a ciência falar.
Não foi por acaso que João Paulo II afirmou: "O Sudário é um documento que parecia esperar os nossos
tempos". João Paulo II definiu assim o Sudário: " Uma relíq uia extraordinária e misteriosa, e se aceitarmos os
argumentos de muitos cientistas- uma testemunha singularíssima da Páscoa, da Paixão, da morte e da Ressurreição.
Testemunha muda e, ao mesmo tempo, surpreendentemente eloqüente".
Naquela mísera carne, refletia o escritor François Mauriac-," saída de um abismo de humilhações e de
torturas, Deus Resplandece com uma grandeza suave e terrível, e aquele rosto venerável, pede talvez mais Adoração do
que Amor."
Está nu; deu tudo para resgatar-nos. Está mudo; falam por ele suas chagas. Olha-nos com os olhos
fechados, de trás daquele pano que um dia Ele atravessou. E nos acolherá quando, por nossa vez, nós o atravessarmos.
Trechos extraídos do Livro "O Sudário- Uma imagem impossível" de Emanuela Marinelli -Editora Paulus.

A Verdade sobre o Santo Sudário


I -O Sudário de Turim e o Carbono 14
O Santo Sudário de Turim, é um pano de linho de 4,36 por l 10 cm, tecido em forma de peixe. Traz a imagem
de um homem em frente e verso, de 1,80 m de altura, morto na cruz. Tudo indica tratar-se do sudário que envolveu o
corpo de Cristo conforme JO.19,28- 42 e 20,3-10.
Apareceu em 1357, em França, como um objeto antigo. Foi levado à catedral de Turim em 1578. Alguns
textos falam da presença da relíquia em Jerusalém no ano de 640 e em 1150, em Constantinopla..

Teste do carbono 14
Em Outubro de 1988, um pedaço de 7 por 1,2 centímetros, foi tirado do Sudário, cortado ao meio e uma das
metades
de dataçãodividida em três.
de objetos muitoSeriam submetidas
antigos. aoéteste
O carbono do de
a base Carbono
toda a14. Comoorgânica
matéria é sabido,
daeste teste
r erra. é um moderno
O carbono sistema
14 é chamado
de traçador radioativo. O acompanhamento da sua degradação é utilizado para se medir a idade de qualquer matéria
orgânica.
O teste foi aplicado aos três pedaços por equipes independentes, em universidades de Oxford, Inglaterra;
Tucson, Arizona, USA; e Instituto de Tecnologia de Zurique, Suíça. O Museu Britânico, de Londres, supervisionou,
analisou os três pareceres e elaborou o relatório final e definitivo:
"Idade não superior a 723 anos. Data entre 1260 e 1390. Século XIII". O então cardeal-arcebispo de Turim,
Anastácio Ballestrero, revela ao mundo que o Sudário não era uma relíquia dos tempos de Cristo como se pensava, mas
uma pintura medieval. O que causou espanto entre a comunidade científica e católica, pois contrariava os resultados de
praticamente todas as demais pesquisas até hoje realizadas.

Historiadores e Cientistas retomam o estudo da relíquia lan Wilson (Historiador)


No seu livro "Holy Faces, Secret Places" (Doubleday), o Dr. Wilson cita toda a demonstração de Isabel Piczek
(artista profissional de Los Angeles) de como é impossível a um artista ou falsificador ter criado uma imagem do tipo do
Sudário.
Foi ainda o Dr. Wilson que descobriu em 1973, na imagem do Sudário, um rabicho de cabelo mais comprido
nas costas, costume dos judeus no século I.
Em relação ao Carbono 14, o Dr. Wilson relata exemplos que provam que o teste do Carbono 14 não é
exatamente infalível. A datação, por exemplo, da erupção da ilha Egeia chamada Thera, tem diferença de 2000 anos
entre um e outro laboratório que analisaram o mesmo tipo de amostra...
E em entrevista ao "Shopping News"(Jornal Brasileiro), em 04/10/92 ele alerta para fatos históricos que
poderiam ter contribuído para erros no teste C-14, como o incêndio que o Sudário sofreu em 1532. E o mais
impressionante: alguma forma de energia radiante, termonuclear que lampejou a imagem sobre o Sudário, poderia ter
causado um desvio dos isótopos do C-14.

144
Jérôme Lejeune (Cientista -geneticista)
Trata-se de um dos mais ilustres geneticistas do mundo. É membro da Pontifícia Academia de Ciências que
conta entre os seus 80 membros 25 prêmios Nobel!
Em entrevista à revista 1130 dias" (ed. brasileira, Setembro/93) ele afirma que houve um verdadeiro complô
organizado para desacreditar o Sudário. E que a objeção do C-14 é anticientífica. Por quê?
O Dr. Jérôme Lejeune relata erros absurdos de datação com C-14, entre outros, até pelos laboratórios que
analisaram o Sudário. Na revista "Science", 1988, o teste com C-14 atribuiu a idade de 26 mil anos à carapaça de
caracóis que ainda estavam vivos!
Mais engraçado o erro publicado na revista "Radicarbon", especializada no ramo. O laboratório de Zurique
deu 350 anos para uma toalha de linho que não teria mais do que 50. Deixar a datação do Sudário, sem um estudo
interdisciplinar, só para o Carbono-14, é irresponsabilidade ou então intencional campanha de descrédito.
Outro dado importante do Dr. Lejeune, é o manuscrito de Pray, o mais antigo manuscrito existente na
Hungria, conservado na Biblioteca Nacional de Budapeste. Foi encadernado em 1192. Portanto, século XII. Nesse
manuscrito, o desenho que representa o embalsamento de Cristo, coincide com as características do Sudário. De onde
se conclui que o Sudário já existia antes de 1192. Isso é uma certeza histórica definitiva contra a objeção do C-14.

Dimitri Kuznetzov
Cientista russo ganhador do Prêmio Lenine, o mais importante da União Soviética, graças às suas pesquisas
precisamente com o Carbono-14.
Não sendo cristão, não tem interesse pelo Sudário como relíquia sagrada, se- não como um dos mais
intrigantes problemas arqueológicos que se podem apresentar a um cientista, segundo palavras suas.
kuznetzov acusa aos objetores pelo C-14 de preconceito. Inclusive reproduziu em laboratório as condições
traumáticas semelhantes a um incêndio (recordamos que o Sudário de Turim sofreu um incêndio em 1532, na capela de
Chambéry, em França). Mais, o Dr. kuznetzov calculou o enriquecimento do C-14 que se seguiu ao tratamento do linho
para transformá-lo em tecido, somando as conseqüências do incêndio. Demonstrou ainda que, o Sudário de Turim não
podea ter
fica menos
parecer de 1900
muito maisanos. Provou
recente haver
do que é nauma modificação no resultado do teste C-14 que falseia a datação: o tecido
realidade.

Congressos:
Paris (1989) e Roma (1993) Organizados pelo CIEL r -Centro Internacional de Estudos sobre o Lençol de
Turim. Estes Congressos mostraram evidências da veracidade da relíquia. A maior parte destas provas são as mesmas
dos cientistas da NASA, que desde 1977 estão a estudar o Sudário. Somadas às outras evidências levam à constatação
do resultado do teste com C-14 realizado pelos três grupos de pesquisadores objetantes.
Um mínimo de bom senso!
-Um teste do tipo C-14 deve ser repetido várias vezes para se chegar a um resultado confiável.
-A datação fica prejudicada pela enorme quantidade de substâncias orgânicas alheias que durante séculos se
foram depositando sobre o lençol. Como eliminar tais impurezas?
-Exposição aos raios e luz do sol, vento, poeira, fumaça, velas, círios acesos... -Além de tocado por milhares
de mãos em igrejas frias e úmidas, locais
fechados, ambientes carregados de dióxido de carbono...
-Já conhecido no século VI, a partir de onde e até hoje, os retratos são com o rosto sempre de frente.
Um mínimo de bom senso e espírito científico garantem que os três grupos de objetantes com o C-14, não
tiveram nenhum espírito cientifico em procurar a verdade, dado que não poderiam ser tão desconhecedores de como há
de fazer e interpretar o teste do C-14.
Nenhum cientista ou qualificado que tenha estudado o Santo Sudário pode negar sinceramente a sua
autenticidade.
II -A Pesquisa Histórica no Lençol de Turim Secondo Pia (Fotógrafo)(1898)
No dia 28 de Maio de 1898 o Sudário foi fotografado pela primeira vez. No negativo da fotografia, ele
descobre espantado o positivo óptico!

145
É totalmente impossível que se conseguisse pintar em negativo, cinco séculos antes da máquina fotográfica
ter sido inventada. Não seria possível uma inversão positivo/negativo nessa época. O mesmo argumento é também
defendido por Ives Delage e Paul Vignon.
Além de que ninguém, em épocas passadas, poderia reproduzir no desenho características anatômico-
fisiológicas das que a Medicina tomou conhecimento só há 150 anos, no início do século XIX.

José Euric (1931)


Nova bateria de fotos com inúmeros detalhes novos.
Inspirados em Secondo Pia o mundo inteiro começou uma verdadeira onda de pesquisas sobre o Sudário.
Ashe (1966) e Willis (1969) Estes dois cientistas, procuraram perceber o modo como foi "impresso" o Sudário
e a conclusão irrefutável é empolgante: a impressão no lençol de Turim deu- se por uma radiação luminosa-térmica.
Explicando melhor: ao ressuscitar, ou seja, a passagem do corpo morto ao estado vivo e glorioso, há uma
espantosa produção de energia, que se pode comparar a uma explosão atômica. Uma explosão atômica controlada. Em
relevo, segundo a profundidade da queimadura. E está de acordo ponto por ponto, com a distância do corpo que
"explodiu atomicamente".Mais tarde essa descoberta foi confirmada pelos especialistas da NASA.
Dr. Max Frei (1973) Trata-se da maior autoridade mundial em identificação de pólens. Encontrou oito tipos de
pólens só encontrados na Palestina: algumas plantas hoje raras, outras cada vez mais antigas e algumas inclusive que
só existiam na época de Cristo.
E mais ainda: pelo estudo do pólen de outras plantas que aparecem no Sudário pode-se determinar, ou
melhor, reconstituir o itinerário do Sudário: saiu da Palestina, esteve em Edesa (Turquia), Chambéry (França) e por fim
Turim. Exatamente com se sabia pela história.

NASA (1977)
Uma equipe com mais de quarenta cientistas, onde só quatro eram católicos. Subvencionados pela NASA,
gastaram mais de dois milhões e meio de dólares em equipamentos. (Fato curioso: alguns cientistas, entusiasmados
com o estudo, chegaram a vender o seu próprio carro para completar a subvenção. Entre todos devemos destacar Eric
Jumper -Professor de Aerodinâmica e John Jackson - Professor de Física).
Analisando o Sudário de Turim, destro em a sensação de falsificação: não encontram sinal algum de
pigmento, corante ou tinta.
Qualquer teoria de impregnação é absurda. Alias pela própria análise do Lençol, se prova que Cristo já
estava morto na cruz. O sangue está todo coagulado. É inadmissível a impregnação por sangue, teria que estar líquido...
Nem se trata de impregnação por ungüentos. Só por "luz", como aconteceu com a explosão atômica em
Hiroshima!... E "queimou" só a parte interna do pano...
A impressão, tridimensional (caso único dentre todos os objetos analisados pela NASA até hoje) do Sudário,
deu-se por radiação de um milionésimo de segundo. Mais um milionésimo de segundo de exposição a tão forte radiação
térmico- luminosa e teria sido volatilizado todo o lençol !
A impressão é uniforme e dependendo da distância, maior ou menor, do corpo. Não há contato. Não há
marcas de decomposição.

Muitos foram os que aprofundaram os estudos da NASA...Continua em estudo o abundante material


recolhido, com cada dia maiores confirmações e novas descobertas.

Francisco Filas (Jesuíta especialista em História)


Os judeus tinham o hábito de enterrar os seus mortos colocando uma moeda nos olhos. Pois o Pe. Francisco
Filas S.J., descobriu marcas de moedas nos olhos do Homem do Sudário, tal como enterravam os judeus. O peso da
moeda servia para manter a pálpebra fechada.
Analisadas as marcas encontradas, verificou-se ser de moedas cunhadas por Pôncio Pilatos, nos anos 30-32!

Dr. Gall Adler

146
Afirma que o material vermelho, pela parte de fora, é sem dúvida nenhuma sangue e não pintura de óxido de
ferro. E o sangue é típico de judeu, grupo AB.
E segundo as análises fisionômicas, o homem do lençol é do tipo físico judeu.

Leitura do que está impresso no linho


Deixamos, agora de lado, a conservação no incêndio de 1532 que pode e deve ser considerada milagrosa.
Toda a bibliografi a fala disso e poderemos voltar ao assunto. Hoje o Sudário está muito bem guardado contra roubo e
profanação.
O conjunto de todos os fatores: não decomposição, sangue intacto, chamuscadura por luz, etc., mostra a
meticulosidade histórica dos Evangelhos. Mostra em detalhe a Paixão. E milagrosamente, a Ressurreição, que ficou
"impressa " no Lençol. E mostra sobretudo, que as disquisições e elucubrações de certos cientistas e exegetas
racionalistas e modernistas contra a veracidade dos Evangelhos nada têm de científico.
Concretizemos com alguns fatos:
1.0 Nos ombros da imagem há sinais de feridas e escoriações causadas pela pressão de um objeto pesado e
duro: certamente a travessa grande de madeira da cruz.
2.0 No total 121 chicotadas, por todo o corpo, principalmente nas costas, que foram feitas pelo "flagrum"
romano, um chicote com dupla ponta de ferro.
3.0 A ferida nos pulsos das mãos I no chamado buraco de Destot, corresponde ao local onde foram
colocados os pregos. A palma da mão não sustentaria o corpo, e rasgar-se-ia com o peso deste. Um só prego
atravessava ambos os pés.
4.0 A perna esquerda está levemente dobrada no joelho e os pés estão unidos um sobre o outro. Assim era a
crucificação romana.
5.0 O rosto levou golpes violentos. Tem um inchaço no pômulo direito. A cartilagem do nariz quebrado por um
golpe de vara de 1 cm de largura. Um espinho atravessou uma sobrancelha, ferindo a pálpebra. Marcas de sangue em
todo o corpo (lembremo-nos da exsudação no Horto das Oliveiras, além dos açoites). Há também sulcos de sangue no
rosto, que correspondem a veias furadas por espinhos.
6.0 Pela ferida do costado, dá para definir a trajetória da lança: inclinação de 29 ° entre a 5! e 6! costelas.

7.0
8.0 Tem terrao no
Quando calcanhar,
corpo joelhos
de Jesus e ponta doem
se transformou nariz,
luzinvisíveis
e saiu, o aLençol
olho nu, dasachatado
ficou quedas carregando a cruz.
e oco. O Sudário
enrolado, dentro. Ressurreição milagrosa "Visível".

Alguém pode não aceitar , por problemas pessoais, a divindade de Cristo. O que não se pode é negar que o
Santo Sudário de Turim envolveu um homem judeu, do século I, que sofreu a mesma paixão descrita pelos Evangelhos,
e que exatamente 36 horas depois ressuscitou glorioso.
E toda uma mensagem para que acreditemos na nossa ressurreição. À sua doutrina, Deus acrescentou uma
página "autografada" com a luz da sua Ressurreição e assinada com o próprio sangue.
E graças a estudos tão sérios, com a ajuda do computador, podemos passar o rosto de Jesus a cores,
suprimir parte do sangue e certos machucados, abrir os olhos e saber como era o rosto de Cristo quando vivo. E de fato
é assim representado Jesus desde o começo do Cristianismo até hoje pelos melhores pintores, como por exemplo
Ticiano, Velázquez, Hoffmann...

A quem quiser mais dados, recomendo:


1.0 "EI Ultimo Reportero" Etxeandia, José Luis Carrerio Pamplona, Ed.
Dom Bosco, 1977, 3! edição
2,0 "0 Sudário de Turim" Hei ler, John H. Tradução: Fonseca, Thea Rio
de Janeiro, José Olympio, 1985
3.0 "A verdade sobre o Sudário" Stevenson, K. e Habermas, G.
Tradução: Ferreira, Isabel Fontes Leal -São Paulo, Paulinas, 1983, 3! edição
4.0 "0 Santo Sudário" Wilson, lan Tradução: Deola, Nestor e Ayako Ed.
Melhoramentos, 1979
Marcia Regina Cobêro

147
As palavras "Jesus"embaixo do queixo, e"Nazarenus" em um lado, foram destacadas em vermelho.

As últimas e mais dramáticas descobertas envolvem um pedaço de escrita no próprio lençol. Há anos as
pessoas vêm perguntando por que abaixo e aos lados do queixo há três linhas claras e regulares onde nenhuma
impressão está prese nte. A organização Ciert -Centr e International D Études Sur Le Linceul de Turin (Cent ro
Internacional de Estudos do Lençol de Turim),sediada em Paris, que eu represento na Itália, conduziu estudos no
instituto mais avançado da Europa em análise de imagens via computador, Institut Optique D Orsay, cujo diretor é o
professor André Marion. Todas as fotografias oficiais do lençol foram divididas em dezenas de milhares de quadrados
que receberam uma densidade óptica correspondente e depois foram transferid os para um programa de visualização.
Por meio de um programa extremamente avançado, algumas letras emergiram gradualmente, em latim e em grego:
embaixo do queixo, nós vimos escrito "Jesus" e no outro lado "Nazarenus". Qual é a explicação para isso? O centurião
Extractor Mortis, encarregado de garantir a execução dos condenados, desenhava faixas decola no tecido, onde ele
escrevia o nome do falecido com um líquido vermelho. Nos locais em que essas faixas foram feitas, o tecido estava
impermeável e não seria sujeito ao processo químico que posteriormente formou a impressão.

148
Aparições de Nossa Senhora

Das Aparições
Com o advento do novo milênio, muitas são as pessoas que dizem ter sido agraciadas com aparições
de Santos, Anjos e especialmente da Virgem Maria.

Os "videntes", portadores dessas mensagens, trazem aos demais fiéis católicos, mensagens de conversão,
exortações à oração e algumas vezes, revelações particulares que não podem ser disseminadas ao público em geral...

Diante de tais circunstâncias, o fiel católico pergunta: qual a posição da Igreja perante estas
inúmeras aparições? Como devem se comportar os fiéis Católicos diante destas "revelações"?
Primeiramente, o Cristão culto deve estar familiarizado com a verdadeira doutrina Católica e os avanços da
ciência para poder fazer um correto juízo das ditas aparições, seguindo o ensinamento contido no próprio Evangelho : "E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".

Num primeiro enfoque, notamos que somente algumas pessoas percebem o fenômeno, portanto
conclui-se que não se trata de aparições , as quais seriam a manifestação sobrenatural de um ente, percebida
por todas as pessoas presentes no local e hora em que a mesma ocorre, mas de visão , algo percebido e
compreendido apenas pelo vidente que, posteriormente transmite a outros, a mensagem recebida.

Trata-se, no entender da Igreja, de uma "revelação particular", ou seja, a mensagem é percebida


apenas pelo vidente ou videntes, e, em nada se relaciona com a Revelação Divina, universal e obrigatória, como
esclarece o Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Dei Verbum, n° 4:

"Portanto a economia cristã, como nova e definitiva aliança, jamais passará, e não há de se esperar
nenhuma outra Revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo"(cf. Tm 6,14;Tt
2,13)

Se os fiéis católicos tomarem por premissa que as declarações conciliares são de cunho dogmático,
portanto de observação obrigatória, verificamos que não pode haver aparições verdadeiras, ou seja, intervenção
sobrenatural direta de nenhum Santo neste mundo, por mais belas e edificantes que pareçam ser as mensagens
proclamadas por tais videntes destas aparições, visto que toda a revelação está na Bíblia (e na tradição
Apostólica).

Diante disso, pergunta o fiel cristão uma vez mais: como se manifesta a Igreja?

É evidente que, pelos aspectos já apresentados, a Igreja, em hipótese alguma, confirmará a


ocorrência de uma aparição, até porque isso seria afrontar a própria revelação Bíblica, nos termos já
apresentados pelo Concilio Vaticano II já cita do.

Poderá, contudo, a Igreja , em vista dos frutos espirituais colhidos pela propagação de uma possível
aparição, abonar (aprovar) a devoção e o culto prestado ao ente que está sendo "visualizado" no local onde
ocorrem as manifestações, em especial se a própria Divina Providencia já os tiver reconhecido, permitindo que
ali ocorram Milagres verdadeiros, como curas sem causas conhecidas e fenômenos espetaculares.

Esse é precisamente o posicionamento da Igreja em relação às aparições de Fátima, Lourdes,


Aparecida, que chegaram mesmo a entrar no seu calendário litúrgico, sem que fossem confirmadas quaisquer
das aparições propriamente ditas.

Ressalve-se que, antes de endossar este culto, a Igreja observa os seguintes critérios:

1. se a mensagem recebida está em harmonia com as verdades de fé, o credo e a moral católica;

2. se os videntes gozam de boa saúde física ou mental;

3. se há honestidade, humildade e amor cristão nos videntes e naqueles que propagam suas mensagens;
149
4. quais são os benefícios que tais visões trazem ao meio católico, como conversões e curas. Pode ocorrer
também que após vasta averiguação, a Igreja conclua que a manifestação de uma aparição e suas conseqüências sejam
contrárias à doutrina e moral católica; neste caso a Igreja rejeita a manifestação da mesma e exorta seus fiéis a não
propagar o acontecimento, como em Garabandel na Espanha, onde os bispos declararam espúrias as aparições de N.
Senhora.

1.Verificar publicações sobre os "segredos de N.S. de Fátima.

2.Jo 8, 32

3.Confrontar com as aparições de Cristo após sua ressurreição, presenciada por várias pessoas.

4.Verificar volumes 1 e 2 do Livro dos Milagres de Oscar G. Quevedo S.J.

Fernando F. Queiroz - Núcleo de estudos e Pesquisas do CLAP

"Com efeito, a Virgem Maria é reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e do redentor.
Ela é também verdadeiramente "Mãe dos membros (de Jesus Cristo) porque cooperou pela caridade para que na
Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça, Mãe de Cristo e Mãe da Igreja."

Por isso, a Ela pertence um culto especial. "Todas as gerações me chamarão bem-aventurada" (Lc
1,48): "A piedade da Igreja para com a Ssma. Virgem Maria é intrínseca ao culto cristão". A Ssma. Virgem é
legitimamente honrada com um culto especial pela Igreja. Com efeito, desde remotíssimos tempos a bem
aventurada Virgem é venerada com o título de "Mãe de Deus" sob cuja proteção os fiéis se refugiam suplicantes
em todos os seus perigos e necessidades. Este culto embora seja inteiramente singular, difere essencialmente
do culto de adoração que se presta ao Verbo encarnado e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas o favorece
poderosamente; esse culto encontra a sua expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração
Mariana, tal como o Santo Rosário, "Resumo de todo o Evangelho".

(Catecismo da Igreja Católica, números 963, 971)

A Parapsicologia
teológico. Excetuando-se explica asdeinúmeras
as aparições "aparições"
Cristo após de Nossa
sua ressurreição Senhora
e antes dentro
de sua de um conceito
ascensão, as outrascientífico-
"aparições"
são meras alucinações mentais de pessoas que possuem alto grau de sensibilidade. Na realidade, não são parições, são
projeções de figuras que estão gravadas muito vivamente no consciente e no inconsciente da própria pessoa. Nestas
alucinações não existe nada; são visões sem objeto real.

A pessoa vê Nossa Senhora, mas Nossa Senhora não está realmente aparecendo: é o inconsciente da
pessoa que dramatiza como se fosse aparição.

Este tipo de alucinações visuais pode ser reproduzido e analisando em condições experimentais favoráveis.
São fenômenos naturais; não são milagres divinos.

O povo facilmente qualifica fenômenos que não compreende de súbito tão claramente de
milagres.Quando um acontecimento é considerado milagre divino?

O milagre é um fenômeno sobrenatural, supranormal que supera as forças da natureza. O Milagre não tem
limites porque é Deus agindo em nosso mundo. Ele, pelo milagre, deixa sua assinatura para confirmar a sua doutrina.
Milagres autênticos acontecem raramente e só em ambiente divino-religioso-cristão-católico; como tem confirmado as
pesquisas parapsicológicas.
As pessoas tão facilmente dizem ter visões que os psicólogos chamam de alucinações. O que
provoca as alucinações visuais?

As causas das alucinações visuais são muito diversas. Há causas fisiológicas, como a fadiga, lesão cerebral,
golpes na cabeça, drogas, pressões corticais. Há causas psicológicas como a grande sensibilidade, estados de hipnose,
de transe, de transe, de êxtases "místicos"...

Um ambiente religioso muito emocional pode desencadear em pessoas muito sugestionáveis, visões como
as de Nossa Senhora, dos santos, do anjo da guarda, do Sagrado Coração, das almas do purgatório e até de demônios.

150
Certas neuroses e psicoses vem acompanhadas de freqüentes alucinações que podem indicar desequilíbrios
psicológicos e perturbações mentais.

Como se explica o que aconteceu em Fátima? Teriam tido uma alucinação aquelas três crianças?

Em Fátima houve uma alucinação coletiva. As três crianças, por contágio psíquico, tiveram as visões de
Nossa Senhora, sem o objeto real presente, ou seja, Nossa Senhora não apareceu fisicamente. Foram projeções
endógenas, do interior das crianças para o exterior. Elas acreditavam ver a Santíssima Virgem. Como visões, como
alucinação, foi um fenômeno natural.

A história nos diz que milhares de pessoas viram o sol girando, entre as quais até descrentes. Como
se explica?

Evidentemente que o sol não girou. Foi uma alucinação coletiva de milhares de pessoas; e aí que está o
milagre. Em Psicologia se sabe que não existe alucinação coletiva destas proporções; três ou quatro pessoas, no
mesmo ambiente e nas mesmas condições, podem alucinar-se coletivamente, porém isto não acontece com milhares de
pessoas. A alucinação coletiva em Fátima foi provocada por Deus, foi um milagre divino; ela rompeu os limites naturais;
foi uma alucinação coletiva providencial, de srcem sobrenatural dando autenticidade às visões naturais.

Na Bíblia, são narradas várias aparições de Jesus cristo após a sua Ressurreição aos apóstolos. Há
alguma diferença entre as "aparições" de Nossa Senhora e as aparições de Jesus Ressuscitado?

Em Fátima, em Lourdes, em Guadalupe, Nossa Senhora não apareceu; se ela tivesse aparecido todas as
pessoas poderiam vê-la e não apenas os "videntes". O Cristo ressuscitado apareceu mesmo; o mesmo corpo que fora
crucificado ressuscitou gloriosamente: Milagre! Milagre acompanhado de outra série de milagres confirmativos. O Cristo
ressuscitado comia realmente. Todas as pessoas podiam vê-lo, com Ele estar e verificar sua atuação de fato no nosso
mundo material.

Quando um local é marcado por uma aparição de Nossa Senhora, logo vai se tornando um centro de
romarias de pessoas que mais buscam saúde através de curas milagrosas. Poderia nos dizer se realmente
acontecem milagres de curas. Não seria nesses milagres uma confirmação da presença de Maria nesse lugar de
forma mais especial?

Sim. As curas milagrosas são cientificamente comprovadas como milagres divinos. São milagres, como já
dissemos, que comprovam a autenticidade das visões. Em Lourdes, todo processo de cura é rigoroso. Sempre há
exames médicos feitos por especialistas de todos os países e de todos os credos, até ateus. Os exames são feitos antes
e após o milagre. Conforme o caso, psicólogos, psiquiatras e parapsicólogos, também dão seu parecer. Lourdes é um
exemplo de seriedade científica e religiosa; até 1959, a Igreja reconheceu oficialmente somente 58 milagres em Lourdes.

Quando se estuda a história de uma aparição de Nossa Senhora, se constata que a Igreja se vê entre
a parede e a espada. Poderia nos esclarecer qual a postura da Igreja Católica em relação às chamadas
"aparições" de N. senhora?

A norma da Igreja católica é de que não se deve procurar uma explicaç ão milagrosa, sobrenatural, quando
há explicação natural, científica. A Igreja aprova o culto a Nossa Senhora, mas desaprova aos fanáticos movimentos
religiosos; não estimula a romaria a estes locais em atitude doentia de busca de milagres, sem o comprometimento com
a vontade de Deus. A Igreja não exclui, no entanto, a possibilida de de que Deus possa se servir de dons naturais para
uma ação providencial.

Parapsicologia é uma ciência que vem explicando tantas coisas que pareciam misteriosas ou
sobrenaturais. Tem esta ciência interesse em explicar esses fenômenos? A sua explicação daria tranqüilidade e
impediria tantos fanatismos?

Fenômenos como o das "aparições" de Nossa Senhora se constituem o objeto de estudo e análise da
Parapsicologia. Como Ciência, ela se interessa pela veracidade histórica dos fatos para verificar se são naturais, e, com
preocupação evangélico -pastoral possibilita à teologia, extrair as conseqüências religiosas e doutrinárias que os fatos
expressam.

Todo o ser humano pode ser vítima desses fenômenos. Uma alucinação passageira e esporádica
todo o indivíduo terá experimentado alguma vez. Agora, aqueles que se sentem perseguidos por tais aparições,
que são vítimas dessas alucinações, que deveriam fazer para sua tranqüilidade e sua retidão de conduta?

151
Estas pessoas precisam de tratamento, A cura não é tão difícil desde que elas colaborem com o
psicoterapêutica. O CLAP presta este atendimento esclarecendo as pessoas sobre a srcem dos fenômenos, suas
causas, os fatores desencadeadores, as circunstâncias próprias aos mesmos. As pessoas são também orientadas no
sentido de não fomentarem estas manifestações do inconsciente para que possam viver e conviver socialmente de forma
equilibrada e sadia e possam vivenciar uma verdadeira devoção e religiosidade sem misticismo e superstições.

O MILAGRE NÃO TEM LIMITES PORQUE É DEUS AGINDO

Oscar G. Quevedo S.J. (Padre Quevedo)

152
A Ressurreição do Ser Humano

A Ressurreição do Ser Humano


Pergunta: o senhor falou que a alma não se separa do corpo, então o que acontece com ela após a morte?
Se o corpo vai para o cemitério.

Primeiro, há que demonstrar-se que temos alma. Temos alma? Temos!

De 1934 para cá, nos Estados Unidos, a Escola Norte Americana de Parapsicologia.(microparapsicologia de
laboratório). De 1953 para cá, em todo o ocidente, a Escola Européia, para esta tiro o chapéu. (Uma escola teórica). De
1960 para cá, em todo o mundo. Todos são unânimes:
O homem tem uma faculdade ESPIRITUAL de conhecimento, que se chama Psi-gamma. (provando a
existência da alma no homem)

É cientificamente comprovado que o homem é corpo e alma, numa peça só, não se pode separar, são
inseparáveis. Cientifica, filosófica e teologicamente.

Mas, para raciocinar, só para raciocinar, vamos separar. Estou falando apenas conceitualmente.

Vamos imaginar que a alma do homem pode se separar do homem. Absolutamente que não pode. (E os
hinduístas, os budistas, nos mostraram, para minha surpresa, que eles nunca foram reencarnacionistas.) Não existe
reencarnação, não é possível a alma se separar do corpo...).

Mas vamos imaginar, vamos separá-la do corpo. Pergunto: o que acontece com esse elemento espiritual?
Morre? Quando o corpo vai para o cemitério, o que acontece com esse elemento espiritual? Estou começando pela
Filosofia, para tentar ser mais simples. Há muitos argumentos, muitos. Mas alguns são difíceis para quem não sabe nada
de Filosofia. Este, até uma pessoa de 14 anos vai entender.

O que acontece com esse elemento espirit ual (alma) quando o corpo vai para o cemitério e é comido pelos
vermes, ou queimado pelo fogo e se torne pó?

Evidentemente, uma das duas possibilidades: ou continua eternamente ou não continua. Logicamente,
deveria continuar eternam ente, porque é espiritual; e se é espiritual não se pode dividir em partes, porque não as tem;
não se pode desgastar, porque é espiritual; não se ponde corromper, porque o que é espiritual não se corrompe; não
pode ser comido pelos vermes, porque é espiritual.

Dizem os reencarnacionistas, que a reencarnação é para que a alma evolua, ora..estudem! A alma não pode
evoluir porque é espiritual.

Evolui o homem, porque tem corpo; como evoluiu os primeiros hominídeos ao homem das cavernas. Até
hoje, quanto evoluiu a humanidade. Através de gerações, assim como os animais, e as plantas. Através das gerações e
não através da reencarnação!

Um bebê até ser adulto, quanto não evolui,... a alma?...Não! A alma de um bebê e a alma de um Prêmio
Nobel évira
estalo, potencialmente a mesma
um gênio; evolui coisa!a Dá
o cérebro, umnão!
alma golpe na cabeça do Prêmio Nobel e ele vira imbecil; e o imbecil, num

A alma só não seria eterna se fosse aniquilada! Qualquer outra hipótese é impossível. E o que é aniquilar? O
contrário de criar! Criar é, do nada, fazer alguma coisa. Aniquilar é, de alguma coisa, fazer nada! Qual ser finito pode
criar? Nenhum.

Nós podemos separar, juntar, cortar, transformar... Na natureza nada se cria, nada se perde..tudo se
transforma...(Lavoisier)... mas quem pode criar? Do nada fazer alguma coisa? Ninguém! E quem pode aniquilar?
Ninguém. Criar e aniquilar é a mesma potência em sentido inverso.

Só o Criador pode, pois é a mesma potência!


153
Só um ser infinito pode criar e aniquilar. A alma só não seria eterna se Deus a aniquilar, (não adianta
queimar o corpo, destruir)... mas Deus NÃO PODE aniquilar a alma, (Mas Padre! Deus não é onipotente?)

Exatamente por isso! Deus pode fazer tudo que seja bom para todos. Ele não pode fazer uma circunferência
quadrada, porque quadrada não é circunferência. Deus não pode deixar de ser Deus, não pode! Portanto, Deus não
pode aniquilar a alma, NÃO PODE! Porque isso é contraditório! Mas por que?

Muito fácil, prestem atenção: se Deus é infinito, tem que ser perfeito! Porque se lhe falta alguma coisa já não
é perfeito, é limitado. Se é perfeito, não pode cometer imperfeições intrínsecas. E se aniquilasse a alma estaria
cometendo uma imperfeição enorme, um pecado contra a natureza. A alma é espiritual, "indesgastável", indestrut ível,
"indesgenerada", inevoluível. E agora vem o Autor, o Idealizador e a aniquila? Isso é uma violação à mais profunda
natureza da alma!

A natureza não faz nada em vão! Quem disser que após a morte acaba tudo, tem que ganhar o Prêmio
Nobel da Burrice! Isso é contraditório. Então, o que faz a alma eternamente? Fica, como dizem os espíritas;
"desencarnada"? esperando um corpo para se encarnar?

Sem o corpo a alma não pensa, não sente, não existe! A alma, por sua natureza, EXIGE não separar-se de
seu corpo. E isto não tem nada a ver com reencarnação! Reencarnação é a mesma alma em diversos corpos, não seria
a mesma pessoa! (Onde está a base, os argumentos da reencarnação?? Um coelho gera um coelhinho, da mesma
natureza. De uma roseira é tirada uma roseirinha, da mesma natureza. Um ser humano só vai gerar um ser HUMANO!
Não existe isso de a alma vir de um canto e o corpo de outro! O que é que é isso?

Nós somos como uma vela acesa. A vela, vamos chamar corpo e a chama, alma. De um pouquinho dos
pais, unem-se espermatozóide e óvulo. Junte os corpos que a alma se funde! Aí está formada a pessoa. E multiplica o
corpo e a chama vai se multiplicando.

Vocês geraram um ser humano. Dizer que o ser humano gera o corpo e a alma é gerada em outro lugar não
tem base. (E tanta gente acredita nisto só porque ouviu falar ou acha bonito).A alma está exigindo não reencarnação,
mas RESSURREIÇÃO!

A mesma alma com a mesma pessoa, isso é o que se chama ressurreição. Mas alguém diz: AH, Não! Agora
é que não dá. Eu morro, me enterram, os vermes comem meu corpo, os vermes apodrecem; libera-se fósforo, carbono,
nitrogênio, e isto é reciclado constantemente pela natureza; cadê meu corpo?

Eu admiro a fé dos cristãos, mas no Brasil, quando os padres rezam o Creio, se diz: "... creio na ressurreição
da carne...", me dá uma vontade de levantar os olhos e dizer: Eu não... E continuar rezando. Em grego, a palavra que
está na oração não significa carne, significa ser humano,..."creio na ressurreição do homem...", não da carne.

Mas e a ressurreição de Cristo?, pois Ele ressuscitou exatamente seu corpo que havia sido sepultado...

Com Cristo, havia um motivo especial para que ressuscitasse precisamente aquela energia corporal (corpo),
com a mesma idade, características, chagas, etc de quando Ele foi crucificado (e não ressuscitou criança ou mais velho
ou diferente) : para que todos entendessem a ressurreição, Cristo venceu a morte. Senão os apóstolos não iam entender
nada! Para ensinar o Dogma da Ressurreição do homem, e não da carne, Cristo fez o milagre de ressuscitar
precisamente igual àquele corpo da cruz.

Cristo ressuscitou aqui, no plano material (e com isso ensinou e provou aos homens, sua Divindade, a
Ressurreição e a Vida Eterna), e depois "subiu aos céus", foi para o Pai (plano sobrenatural); mas conosco,
ressuscitaremos não aqui, mas na eternidade, no plano sobrenatural.

Nósé estamos
que a matéria uma só, continuamente renovando nossa
nós estamos continuamente energia renovando,
morrendo, corporal; a matéria
estamosé perdendo
uma só, todos os físicos
energia sabem
fonética e
estamos recuperando-a pela respiração e pela alimentação; desprendemos energia motora e a recuperamos,
continuamente vamos renovando, desprendendo energia e renovando. Os ossos demoram, em média, 06 a 07 anos
para renovarem-se completamente; dos ossos que eu tenho aqui, nenhum pedacinho existia 08 anos atrás. E todo o
resto do corpo, uns mais outros menos, as células cerebrais demoram 03 dias, etc. Mas, em 06 meses, renovamos
completamente toda a nossa energia corporal; hoje não há aqui nada, absolutamente nada, do que formava meu corpo
06 meses atrás, (com exceção dos ossos). Mas a herança genética é a mesma.

E porque tem que ressuscitar exatamente aquela energia material que terá meu corpo quando eu morrer?
Aquela que vai ser enterrada? Que direito tem ela sobre todas as energias corporais que formaram o meu corpo ao
longo da minha vida? (desde bebê até a velhice)

154
Então, quando o médico diz: morreu, morte clínica. O cérebro apaga até no máximo em 05 minutos, mas até
que morra todo o organismo; crescem as unhas, crescem os cabelos, as células vão se transformando... 21 dias, alguns
um pouco mais, outros um pouco menos. 21 dias em média, até que morra tudo; Pergunto: As 11.000.000 de células que
ainda estão vivas num corpo clinicamente morto, estão animadas por quem?

Resposta: Pela alma espiritual! E por quem mais seria? ".

"À medida que vamos morrendo, vamos ressuscitando". Só agora, a Teologia pode entender dezenas de
textos do Antigo e do Novo Testamentos na Revelação sobre a ressurreição eterna. Não podia entender porque não
tinha Ciência, agora se entende muito bem! E agora se pode traduzir muito bem, porque sabemos do que se trata.

Diz, por exemplo, São Paulo: "Nós não morremos, nos transformamos à medida que vamos morrendo, num
corpo corrompido, vamos ressuscitando num, corpo incorruptível, vamos morrendo, num corpo de trevas, e vamos
ressuscitando, num corpo de luz..." (Depois irei explicar essa luz). Deixamos um corpo lento e vamos ressuscitando num
corpo ágil, deixamos um corpo pesado, físico, e vamos ressuscitando num corpo sublime, espiritualizado, vamos
deixando um corpo passível e, na mesma proporção, vamos ressuscitando num corpo impassível, até que, morreu tudo,
se consumou a ressurreição.
Agora começa a eternidade, com um corpo espiritualizado, mas, porém, nem por uma fração de segundo, há
corpo humano sem alma ou alma humana sem corpo. Vocês são pais e mães de um ser humano, corpo-alma, ele nasce
um ser humano inteiro, está um ser humano inteiro e, à medida que morre, ressuscita um ser humano inteiro e por toda a
eternidade!

Morte e Ressurreição

A humanidade sempre acreditou na sobrevivência do ser humano. Todos os povos, todas as raças, em todas
as épocas. Sempre se acreditou na sobrevivência, na purificação, no prêmio e castigo cada qual segundo seus méritos.
Esse miolo que se chama consenso universal de todas as épocas, de todos os povos e de todas as raças, não pode ser
falso. Esse é um argumento. Há outros argumentos que tenho apresentado aos padres, como o da ressurreição, já
comprovado cientificamente, filosoficamente, experimentalmente. Pela análise do lençol de Turim, que envolveu Jesus
Cristo descido da cruz, por exemplo, a NASA demonstra que aquele corpo ressuscitou. Se transformou num instante
numa luz, num corpo glorioso.

A ressurreição está anunciada religi osamente e demonstrada pelos milagres. E só no catolicismo, e antes o
judaísmo, tem Milagres. Toda essa doutrina da ressurreição está documentada com muitíssimos milagres. O consenso
universal não pode ser falso. Assim, podemos dizer que existem pelo menos três argumentos: filosófico, científico e
teológico para afirmar a sobrevivência e a ressurreição do homem. Nem por uma fração de segundo existe alma sem
corpo.

À medida que vamos morrendo, vamos ressuscitando. A mesma alma, com o mesmo corpo,embora em outra
situação: um corpo "espiritual". Nem por um instante a alma é separada do corpo. Todos os que morreram já
ressuscitaram. Isto é sobrevivência na ressurreição, não na reencarnação. E os que livremente escolheram a Deus,
estão no céu (presença de Deus). Os que livremente rejeitaram a Deus, estão no que se chama inferno, ou seja
afastados de Deus.. Há todo um processo para a ressurreição. Nós não morremos num instante. Entre a morte clínica e
a morte real (morte de todas as células) há alguns dias, em que vamos morrendo e ao mesmo tempo ressuscitando. Ou
seja, vamos abandonando um corpo corruptível e ressuscitando num corpo incorruptível. Vamos deixando um corpo
físico e ressuscitando num corpo espiritualizado.

Nos primeiros dias a pessoa fica apagada. O cérebro se corrompe. Ela não vê, não sente, não ouve. Mas tem
células vivas. A pessoa ainda está sendo animada para o corpo espiritual. A energia corporal vai sendo substituída por
uma energia espiritualizada.

Isto é um Milagre, mas apenas em termos, porque a natureza já foi feita assim por Deus (A natureza do
homem exige a ressurreição).

Oscar G. Quevedo S.J.

155
Sobrevivência da Alma

Sobrevivência
É uma verdade quase geralmente aceita em Filosofia, assim como incontestada e incontestável em
Parapsicologia, que o homem tem uma faculdade espiritual (alma) -a famosa faculdade Psi-Gamma ou Percepção
Extra-Sensorial.

A partir deste dado, o tema central e que deu srcem à Parapsicologia, o estudo da sobrevivência
recebe uma confirmação lógica: Uma potência espiritual (alma) não pode destruir-se, corromper -se, deteriorizar-se,
dividir-se, desgastar-se...

A alma espiritual só deixaria de ser eterna se fosse aniquilada. Mas para aniquilar, é preciso o mesmo poder
como para criar. Criar é fazer algo do nada, e aniquilar é fazer de algo, nada. A mesma potência em sentido inverso.

Um poder finito pode modificar, transformar, dividir, desagregar, analisar, etc mas não criar nem
aniquilar. Só um poder infinito pode criar e só um poder infinito poderia aniquilar : e esse poder é DEUS.

Ora, se Deus pretendesse aniquilar a alma, naturalmente eterna por ser espiritual, estaria desrespeitando a
essência espiritual dela. Implicaria uma desordem, uma imperfeição, um "pecado" contra a natureza ou essência da
alma.

Deus não seria perfeito. Se imperfeito , não seria infinito. Se não infinito, não teria poder para aniquilar nem
para criar. Portanto a aniquilação da alma é impossível,implica contradição.

Ressurreição
É uma verdade incontestada e incontestável que no homem, do ponto de vista de vista da ciência,
"não
é outrahásubstância
função sem órgão"; do
incompleta, paraponto
ambasdeformarem
vista filosófico, "a alma
uma perfeita é substância
unidade no homemincompleta
; só estaque precisa
unidade do corpo
pode agir";que
do
ponto de vista teológico-religioso, a mesma verdade, que a alma precisa do corpo, foi definida nos Concílios
Ecumênicos Vienense e Lateranense Quinto.

É uma verdade científica, filosófica e teológica, incontestada e incontestável que "nada há sem razão
suficiente", que "a natureza não faz nada em vão". ("Natura nihil facit frustra")

A alma é eterna. Sem corpo não poderia agir; (Não levando em consideração a ordem sobrenatural: A
Graça santificante com a que a alma pode conhecer a Deus) naturalmente ficará eternamente em vão sobrevivendo
sem atuação nenhuma, eternamente frustrada?... Impossível. Contraditório.

Portanto a essência da alma está reclamando seu corpo, para poder agir. A mesma alma e o mesmo corpo.
O mesmo ser humano. A mesma pessoa. A "Ressurreição da carne". Essa exigência essencial também não pode ser
frustrada.

Do ponto de vista do corpo, a ressurreição da carne é preter-natural, gratuita. Devendo acompanhar


eternamente a alma, o corpo gratuitamente deve receber também a impassibilidade, sutileza, etc : "Corpo
espiritualizado". (Corpo Glorioso)
Ora, morrendo, saímos do tempo para entrar na eternidade. Na eternidade não há tempo. Portanto, a
ressurreição da carne tem que ser imediata à morte. Saída do tempo. Todos os que já morreram já ressuscitaram. E, não
pode ser de outra maneira, sem implicar em contradição.

A verdade nunca se opõe à verdade. Entre verdadeira ciência e verdadeira religião nunca há verdadeira
oposição. A verdade ajuda a verdade. A ciência ajuda a religião. E vice-versa. Concretamente, entre os parapsicólogos,
são muitos os que hoje se dedicam ao estudo do relacionamento entre Parapsicologia e Religião.

Oscar G. Quevedo S.J.

156
157
Lúcifer!

Lúcifer é o príncipe dos diabos ???!", de onde tiraram isso, queridos cristãos? Anglicanos, luteranos,
metodistas, católicos... de onde vocês tiraram isso?

Lúcifer só está uma única vez, em todo o Antigo Testamento (A.T)., e Isaías (Is 14,12) compara a queda de
Nabucodonossor, um rei muito brilhante, com a queda de Lúcifer, ("que leva a luz, a estrela da manhã, o mais brilhante,
o planeta Vênus, que desaparece de repente no céu). "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como
foste lançado por terra tu que prostravas as nações!" (Is 14,12)

Então Isaías compara a queda do rei Nabucodonossor à Lúcifer! (A queda do rei seria semelhante a queda
da estrela da manhã (planeta Vênus no céu), muito rápida.

E nós cristãos, sem estudar, convertemos Lúcifer, "caiu?", em um anjo rebelde. O chefe dos anjos rebeldes!
Teria havido uma guerra dos anjos; os anjos bons capitaneados por São Miguel contra os anjos maus, capitaneados por
Lúcifer e, como em todo filme, ganharam os bons e perderam os maus!

Cristãos, de onde vocês tiraram isso? Onde isso está na Bíblia? Onde está a guerra de anjos na Bíblia?

Alguém pode dizer: "No apocalipse de São João!", realmente está! São João compara, tudo metafórico!,
compara o dragão "com sete cabeças, com sete diademas... com sua calda derruba 1/3 das estrelas do firmamento , o
antigo satã... da boca do dragão saem os maus profetas que ensinam doutrinas erradas", o apocalipse é um livro de
profecia, está descrevendo uma profecia para os cristãos; não está descrevendo uma guerra de anjos, que teria havido
antes da criação do mundo (lenda)! Está se referindo a uma lenda do século II A.C., o livro de Enoc, um livro de lendas;
os judeus tinham muitas lendas e os primeiros cristãos, sem estudar; pensaram que o livro de Enoc era um livro da
Bíblia. Não é! É um livro de lendas. Então os judeus diziam que todos os povos pagãos faziam guerras de deuses e
pensaram: "Como é que pode haver guerras de deuses se só há um Deus?" . Então, os cristãos converteram guerra de
deuses em guerra de anjos, os bons capitaneados por São Miguel e os maus por Lúcifer. Isso é uma lenda!!!

Sabem quem São João compara à estrela da Manhã (Lúcifer) ?

São João no Apocalipse diz de Jesus (Apocalipse 22, 16): " Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar
estas coisas a favor das igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã."

Comparando Jesus ressuscitado com o brilho da estrela da manhã (Lúcifer).

Concluindo: Lúcifer não tem nada a ver com anjo rebelde e nem com Príncipe dos Demônios. A palavra
Lúcifer significava a estrela da manhã, a estrela que mais brilha no céu a noite, e hoje sabemos que é o planeta Vênus.

E foi comparado por Isaias à queda do rei Nabucodonossor (por sua rápida queda) e comparado à Jesus
Ressuscitado, por São João no Apocalipse por seu brilho intenso.

Oscar G. Quevedo S.J

158
Possessão Demoníaca

Na Igreja Católica, o exorcismo deve ser com licença expressa, e para cada caso, do Bispo da
Diocese. Raríssimamente concedido.

No Ritual Romano se lê: "Os sinais de possessão demoníaca são... falar várias línguas
desconhecidas...revelar coisas distantes ou ocultas... manifestar forças superiores à idade ou aos costumes."

Nenhum destes sinais hoje é válido. A Parapsicologia explica como perfeitamente naturais a
xenoglossia, a adivinhação e sansonismo.

Xenoglossia- Ilga K. de Trapene (Letônia) apesar de sofrer de deficiência mental, era às vezes capaz de
falar em qualquerEralíngua,
correspondentes. contanto que
uma adivinhação alguém
na base na sua sensoriais
de escapes presença (HIP-
pensasse, ou lesse
Hiperestes mentalmente,
ia Indireta as frases
do Pensamento). E,
na ausência de qualquer pessoa, ou no isolamento da emissora de rádio da Universidade de Riga, era incapaz de
qualquer xenoglossia. Será que o demônio não pode entrar no isolamento de uma emissora de rádio???

Sobre a adivinhação, além da citada HIP, temos também a percepção extra-sensorial e suas diversas
divisões... A telepatia não te m nenhuma relação com o demônio.

Sansonismo- Os psiquiatras falam em hiperdinamismo . Um louco, sem camisa de força, numa crise de
fúria, dificilmente poderá ser contido, mesmo por várias pessoas. Numa situação parapsicológica, o aproveitamento ao
máximo das energias musculares e nervosas pode dar a impressão de "força superior à idade ou aos costumes". Na
realidade é só isso: aproveitamento ao máximo, parapsicologicamente, da força muscular (sansonismo) e nada
de sobre-humano; é sempre numa dimensão humana. Se alguma vez, uma menina tivesse levantado um
automóvel com um dedo, ou derrubado uma parede com a mão, então poderíamos pensar em força sobre-
humana, demoníaca... Mas isso nunca aconteceu.

Poderá parecer que eu esteja desrespeitando a autoridade do Ritual Romano no tema dos
exorcismos. Toda lei disciplinar universal da Igreja, obriga os católicos ao assentimento interno. O católico
poderá discordar,
Romano emde
não se trate casos evidentes,
doutrina mas
religiosa não publicamente.
propriamente A Igreja
dita, uma ordemé disciplinar
hierárquicauniversal
e mesmoobriga
que no
aoRitual
respeito
e acatamento inclusive nos conceitos teóricos pressupostos.

Mas a parte do Ritual Romano que se refere aos exorcismos não é uma ordem disciplinar universal,
como o são todas as outras partes do Ritual. Expressamente na bula em que se promulgavam os exorcismos,
Gregório IX dizia: "Hortamur", isto é, " Exortamos ", recomendamos, que o costume que se tinha na Alemanha
se estenda a todo o mundo. É uma exortação, aliás antiqüíssima, e antiquada, e não uma ordem disciplinar
universal.

Aliás, a própria evolução dos exorcismos mostra que a Igreja neste tema científico e não propriamente
religioso, e portanto fora do alcance direto da Igreja, foi acompanhando a evolução da Ciência . O termo "
argumentos " (de possessão diabólica) foi substituído pelo de " sinais ". Mais adiante, a Igreja colocou um "
talvez sejam" em vez de "são sinais". Depois acrescentou " não creia facilmente que se trate do demônio".
Modernamente a Igreja proibiu administrar os exorcismos (a não ser com licença expressa do Bispo da
Diocese).

E esta licença só será concedida a um exorcista oficialmente nomeado, que se supõe, saiba o que
tem em
trinta mão.
anos Aí, já depende
na Diocese muito
de Paris, não da culturanenhum
encontrou do exorcista.
caso de O Padre José
possessão de Tonquedec,
demoníac exorcistaa oficial
a. Ele conhecia durante
Parapsicologia
daquela época, anterior a 1930. E escreveu um livro intitulado " Possessão Demoníaca ou Doença ? ", que já por si é
todo um símbolo.

Posteriormente, a Igreja reduziu, e praticamente suprimiu os exorcismos do Ritual do batismo e das


outras bênçãos oficiais. Atualmente tirou inclusive a própria ordem menor de exorcista. Hoje ninguém se ordena
exorcista, como anos atrás e durante tantos séculos se vinha fazendo.

O exorcismos, segundo as normas, deveria ser raríssima exceção. Mas na realidade, muitos padres,
mais ou menos supersticiosos, dão exorcismos por conta própria.

159
Em conclusão: Não se pode invocar a autoridade do Ritual Romano para defender a possessão
demoníaca, porque o próprio Ritual Romano e a prática da Igreja foram bem claramente acomodando-se à
ciência na sua evolução. Fica portanto plenamente autorizado o cientista a continuar " forçando" a evolução da
Igreja neste tema que só indireta e escassamente pertence à religião, e direta e principalmente à ciência.

É claro que a Igreja se acomodou e se acomoda à ciência no erro científico do passado e no


progresso moderno. É claro também que não corresponde à Igreja adiantar-se à ciência: a parapsicologia é
muito nova e pouco conhecida; seu influxo ainda é escasso entre a maioria dos cientistas. Seria prematuro a
Igreja negar já a possessão demoníaca; deve se esperar que a Parapsicologia se imponha...

Algumas pessoas dizem em favor da possessão, que os exorcismos curam. " Por Poder Divino, se expulsam
de fato os demônios".

Na realidade, os exorcismos "curam" (por s ugestão) ou agravam...

Os endemoninhados de Ilfurt foram cada vez manifestando maiores fenômenos parapsicológicos à medida
que se lhes iam aplicando os exorcismos.

As freiras de Loudun também foram complicando as suas manifestações e só se curaram quando depois de
grandes tragédias (houve até suicídios), a igreja abandonou o caso. As freiras, deixadas em paz, esqueceram o tema da
demonologia (e chegaram inclusive a uma vida muito piedosa e regular no seu convento. Por acaso, o demônio se
converteu em apóstolo?).

Os irmãos Pausini manifestavam fenômenos após assistirem a uma sessão espírita. O vigário pensando
tratar-se do demônio; aplicou os exorcismos, e aí se complicou tudo: começaram a manifestar cada vez maiores
fenômenos.

No cemitério de São Medardo, sobre a túnica do Diácono Paris, muitas pessoas foram se contagiando com
"possessões" e contínuos exorcismos até que o rei enviou o exército e acabou com a "possessão demoníaca". Os
exorcismos estavam agravando cada vez mais a situação. Foi a dispersão, evitando o contágio psíquico, que com o
tempo "curou" o fenômeno. E um engraçadinho colocou um cartaz na porta do cemitério: "Por ordem do rei se proíbe a
Deus fazer milagres neste local"

Muitos casos ao longo da história, foram se complicando, justamente porque as crianças (geralmente) eram
tidas por endemoninhadas, e se assustavam ao pensar que tinham o demônio dentro de si e o desequilíbrio foi cada vez
maior, em conseqüência também maior, a manifestação parapsicológica.. Até que, tranqüilizadas por outros métodos, ou
pelo passar do tempo, desapareceram, inclusive por si sós, os fenômenos parapsicológicos.

Tudo Sugestão

O exorcismo é uma arma de dois gumes. Pode "curar" por sugestão, como pode também complicar as
coisas... E, quando "cura", sempre o exorcismo tem aspectos negativos, como toda "cura" (sugestão) por
métodos de curandeiros...

E o endemoninhado pode "sarar" de outras muitas maneiras...

Exemplo: Com água de santo Ignácio se acalmava um endemoninhado que acreditava tomar um remédio
muito eficaz. Sarava pela fé no remédio. Também "curam" os "endemoninhados" com defumadores dos umbandistas,
com o círculo mágico dos ocultistas, com os passes dos espíritas, com os gritos e danças dos feiticeiros africanos, etc....
Exemplo: Um endemoninhado procurou o Bispo. Como não estava, o criado com a estola, leu em latim um discurso de
Cícero: e o exorcismo "ciceroniano" expulsou o "demônio",

La Fontaine, com hipnotismo curou 23 endemoninhados, e entre eles, a famosa "endemoninhada" Vouillet,
que estava sendo muitas vezes exorcizada e que apresentara levitações, xenoglossias, sansonismo, etc.

E não há endemoninhado em pleno ataque que resista a uma dose suficiente de calmante. Antigamente não
existiam essas injeções. Será que o demônio também se acalma com uma injeção??

Invocar o fato de que os exorcismos às vezes "curam", como argumento de que se trata de
possessão demoníaca, resulta, pois, completamente absurdo.

Muita gente "cura" com os exorcismos?? Aqui teríamos que explicar todo o tema do curandeirismo...Sem
negarmos a possibilidade da intervenção da divina providência, em resposta á oração e fé dos fiéis, duvidamos que nas
160
circunstâncias concretas da administração dos exorcismos solenes e públicos, possa alguma vez atribuir-se a eles
alguma cura. Talvez seria imputar a Deus excessiva condescendência com um erro manifesto e germe de superstições.
Em todo o caso, a intervenção especial da Divina Providência, na cura dos "endemoninhados" não deve ser
pressuposta, mas, demonstrada. E, nos casos reais, há sempre uma explicação natural, e portanto bem mais
plausível.

O curandeirismo é sempre perigoso porque pode tirar os sintomas, deixando intacta a doença; fazer
mera transferência da somatização de um órgão a outro, etc.. E, mesmo quando fosse eficaz o curandeiro (o
exorcista) seria "crime", não só por confirmar os pacientes na sua superstição alienante, mas também, porque
na realidade, o que se faz é aumentara influência do psiquismo, deixando o "curado" cada vez mais vítima ou
mais propenso às novas doenças de srcem psíquica, a novas "curas", e a novas doenças...

Mas a Bíblia...

A Bíblia é um livro de Doutrina Religiosa. Não é um livro de psicologia, Medicina, Psiquiatria ou


Parapsicologia, nem de qualquer outro ramo da ciência relacionado com os fenômenos ou fatos atribuídos
tradicionalmente ao demônio. Nem de antropologia, Biologia, zoologia, evolução ou qualquer outro ramo da
ciência relacionado com a srcem do homem. Nem sequer diretamente de história.

Dados que existem na Bíblia podem confirmar, talvez, esporadicamente, alguma verdade científica.

Mas, simplesmente, não se deve procurar na Bíblia argumentos contra quaisquer dados científicos.
Religião é uma coisa, ciência é outra.

A religião é de âmbito sobrenatural, a Ciência, de âmbito natural. Nem a religião pode afirmar ou
negar nada no campo natural, nem a c iência pode afirmar ou negar nada no campo sobrenatural.

Um tema científico que, indiretamente se relacione com a religião, não autoriza ao exegeta ou teólogo a
considerá-lo exclusivamente tema religioso. Não é o teólogo a máxima autoridade nesse tema, mas a mínima.

Religião e ciência, sim, em temas fronteiriços, podem e devem cooperar, mas dentro de seus campos
específicos.

especialista Nos temas


a quem de que não
direito lhelhe pertencem odiretamente,
corresponde tema. o cientista e o teólogo devem dar primordial importância ao

Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 14, elaborada pelo CLAP

161
Possessão Demoníaca na Bíblia

A possessão demoníaca na Bíblia


De fato, o motivo principal de considerar o demônio como a força que realiza "possessões" em certas
pessoas, são as descrições bíblicas. Foi a Bíblia a causa do erro da "possessão demoníaca", principalmente na Europa
(a história da Igreja tem sido muito européia) e da Europa, o erro se estendeu a todo o mundo.

Mas, repetimos, temos que ter presente, nós, cientistas do século XX,, que a Bíblia não é um livro de ciência.
Simplesmente, não há por que invocar a Bíblia na interpretação de fatos observáveis do nosso mundo que, como tais,
pertencem à ciência.

Chama muito a atenção, que em todo o Antigo Testamento, sendo tão comprido e relacionado com tantos
séculos, não há nenhum caso de "possessão demoníaca" (ao menos claro; existe o caso de Sara, que alguns
interpretam, não claramente, como de "possessão demoníaca"). E no Novo Testamento, por ser tão curto,
correspondendo a tão poucos anos, existem descrições de "possessões demoníacas". Além dos casos concretos
citados, como o endemoninhado de Geresa, o endemoninhado lunático, o endemoninhado mudo, o endemoninhado
epiléptico, etc; há frases de ordem geral como: "deu poder aos seus discípulos de expulsar os demônios", e todos os que
tinham possessos levavam lá para que Cristo os curasse", etc.

No Antigo Testamento não há nenhum. No Novo Testamento são inúmeros. Por que essa diferença? Alguns
teólogos, sem fundamento, manifestamente para salvar a situação, explicam: "É que na época em que Cristo veio
combatê-los, Deus concedeu mais liberdade aos demônios..." de onde se tira essa afirmação?...é pura invenção.

Sabemos pela história o porque desta diferença. Foi precisamente nesta época em que a Cabala Judaica
fortaleceu muito o influxo das idéias demoníacas dos povos mesopotâmicos, vizinhos de Israel, porque a Cabala trouxe
dos gregos e romanos o erro de atribuir ao 'daimos', daemonium, demônio, certos tipos de doenças. Os gregos e
romanos atribuíam certas doenças e fenômenos aos demônios, aos demíurgos, isto é, às forças semi-divinizadas da
natureza (na Palestina falava-se também a Koiné, o grego comum, e era uma colônia romana).

Por influxo da Cabala, os judeus começaram a chamar endemoninhadas às pessoas que apresentavam
aquelas doenças ou fenômenos. Confundiram então e até hoje, os demônios dos gregos, romanos e dos países vizinhos
com os anjos rebeldes da Bíblia.

(Para não entrar em discussão de menor interesse, estou dando por suposto que os judeus identificavam o
demônio com os anjos rebeldes, como fazemos hoje, os cristãos.)

Na realidade, não fica nada claro que os demônios dos judeus fossem precisamente os anjos rebeldes. É
mais provável, que na mentalidade popular judaica e inclusive na mentalidade dos rabinos da época, os demônios
correspondiam ao conceito greco-romano e mesopotâmico. Considerava a cultura (ou incultura) da época, que havia no
ar uma série de entidades, demiurgos, semideuses, bons ou maus. Esses seriam os demônios para os judeus e não
precisamente os anjos rebeldes.)

Cristo, os apóstolos e a Bíblia empregaram a terminologia da época. Lógico. Que outra terminologia
empregariam?? Nem Cristo, nem a Bíblia e nem os apóstolos deveriam se meter e nem se meteram em ciência. Não
correspondia nem à Cristo, nem aos apóstolos, nem à Bíblia explicar e analisar os fatos do nosso mundo, o que
corresponde à ciência.

No Antigo Testamento
Uma palavra com referência à pouco provável descrição de "possessão demoníaca" no Antigo Testamento.
No livro de Tobias se descreve que Sara ("possuída pelo demônio"?) teria sido a causa da morte de nove
maridos. E o anjo, que acompanhou Tobias, curou a sua mãe, Sara. De possessão demoníaca?

Todo o livro de Tobias é metafórico. Não se trata de um episódio histórico. No máximo, teria uma mínima
base histórica, como inspiração para o escritor bíblico fazer uma ampla e linda metáfora poética.

162
Nesse livro, é narrada a morte dos maridos, ou a doença de Sara, dramatizadas como devidas ao
demônio (não precisamente "possessão", ou não claramente), da mesma maneira que todos os fenômenos bons
se dramatizam também como devidos à força divina, ou dos anjos. O anjo teria expulsado a Asmodeu e o teria
confinado no deserto do alto Egito onde o teria deixado acorrentado para sempre. Acorrentado até o fim do
mundo pelo Arcanjo Rafael.

Mas como dizíamos, não se trata de um livro histórico. É um livro de valor moral. Foi escrito depois de um
exílio do povo judeu. Durante o exílio, entraram os judeus em contato com civilizações pagãs, que atribuíam aos
demiurgos, deuses ou demônios deles, muitos dos fenômenos da natureza, doenças, etc.

Influenciado por esta civilização, o povo judeu começou a ter medo de demônios, ou espécie de deuses
menores, separando-se um pouco da confiante dependência da Providência do único Deus. Por isso veio o livro de
Tobias, para frisar enfaticamente que por cima de todos os demônios e ídolos pagãos, estava o poder de Deus. O livro
de Tobias, citando as intervenções demoníacas, não as afirma; citando os ídolos, não confirma seu poder. E, diríamos,
um livro de "Utilidade Pública", para alentar aos judeus assustados com as teorias e práticas demonológicas, mágicas e
idolásticas que tinham observado nos povos pagãos circunvizinhos.

Não se trata, repetimos, de um livro histórico, mas de um livro moral e metafórico.

No Novo Testamento
Assim como Jesus esclareceu os discípulos sobre a causa da cegueira do cego de nascença, (os discípulos
perguntaram ao Mestre, se o cego ou os pais dele haviam pecado) dissipando o erro segundo o qual toda doença era
conseqüência pessoal ou da família do enfermo (Jo 9, 1-3), ele também não esclareceria se os endemoninhados fossem
doentes psíquicos?

Cristo não ensinava ciência, ensinava religião. No caso do cego de nascença, tratava-se de uma doença.
Cristo não entrou no campo científico determinando se tal cegueira tinha como causa a atrofia, uma lesão, um corte ou
escasso desenvolvimento do nervo óptico ou a ausência do líquido humoral no cristalino, desprendimento ou ausência
da retina, lesão na circunvolução cerebral correspondente à visão, ou qualquer outra causa ou força observável ou
deduzível, deste ou do outro mundo. Cristo não diagnosticou nem a doença nem sua causa.

Mas havia, isto sim, um erro doutrinal próprio da época . "As doenças e as suas causas seriam enviadas
por Deus
para comoCristo
castigar". castigo dos pecados.
corrige Mesmo
esse erro sendoNão
doutrinal. causa natural,
é um castigoa Divina Providência
e também se serviria
não é uma dessaespecial.
providência força natural

A mesma distinção deve ser feita com relação à "possessão demoníaca". Nós nem sequer entramos em
discussão se poderia tratar-se de uma Providência especial de Deus (ou até do demônio).

O que afirmamos é que a causa, a força que ocasionou as chamadas possessões, são forças
naturais, doenças, desequilíbrios, faculdades parapsicológicas. A força não é demoníaca, e portanto não é o
demônio que atua.

A interpretação dos fenômenos que se dão no nosso mundo, a localização das forças que atuam
neles é objeto da ciência. Cristo não entrava neste campo. Não correspondia a Cristo diagnosticar a causa
daqueles fenômenos. Nisso usava, tinha que usar, a ciência (ou a ignorância) do seu tempo.

Oscar G. Quevedo S.J.

163
Quem é Satã no Antigo Testamento?
É provável que haja relação da palavra hebraica satã com a posterior palavra árabe shaitan, que
srcinalmente – ao que opinam alguns – significava serpente. Alguns povos vizinhos de Israel representavam
seus ídolos sob a forma de serpente. Satã, serpente, ídolo seriam sinônimos. A serpente do paraíso seria assim
compreendida de outro ângulo: representação de um ídolo, uma divindade.

A palavra satã nada tem a ver com os anjos caídos, ou demônios no conceito clássico cristão.

Em 15 oportunidades – dependendo das versões – aparece o termo satã no a ntigo testamento:

1. Com referência a Davi diziam os prín cipes filisteus: "Não se volte con tra nós no com bate". de acor do
com o srcinal hebraico seria: "Não se torne satã (inimigo) nosso no combate" (1Sm 29,4)

benjaminita2.queDavi aplicaSatã
o injuriou. o termo satã aos
significa homenshumana
a oposição que se aopõem
Deus. àAvontade
Bíblia dedeJerusalém
Deus tentando
traduzopor
rei adversários
para qu e mate
do o
próprio Davi, no sentido de tentadores: "Davi disse: ‘Que tenho eu convosco filhos de Sarvia, para que vos torneis hoje
meus adversários? Poderia ser alguém condenado à morte hoje em Israel?’ " (2Sm 19,23)
3. A Bíblia de Jerusalém traduz simplesmente por adver sário onde o srcin al hebraico diz sat ã; Salomão
afirma que "agora não tenho satã nem infortúnio" (1Rs 5,18 ou 5,4 da Vulgata)
4. Pouco depois já há dois sa tãs para Salomão. A palavra satã apa rece três vezes. A Bíbl ia de Jeru salém
volta a substituir satãs pelas palavras adversário e inimigo (1Rs 11,14.23.25)
5. No primeiro livro dos Reis (21,13) o termo satã qualifica duas falsas testemunhas. A Bíblia de Jerusalém
traduz sua atitude em satã, por inescrupulosos.
6. O salmo 108 (ou 107 , 12-13) chama de satã os ini migos em gera l e o acusador no julg amento. A Bíblia
de Jerusalém emprega as palavras rejeição e opressão.
7. Igualmente satã é para o salmista,mais uma vez, um acusador no julgamento: "Designa um ímpio contra
ele, que um acusador (satã) se poste à sua direita" (Sl 109,6)
8. Depois do exílio, satã personifica o promotor que no tribunal divino é encarregado de acusar. Iahweh "me
fez ver Josué, sumo sacerd ote, que estava de pé diante do Anjo de Iahweh e Satã que estava de pé à sua direita para
acusá-lo..."
deles tem o (Zc 3,1s).
cargo Imagina-se
de satã, o Supremo
de acusador. Satã Juiz
é umcomo
cargo,umnãoreiuma
terreno rodeado
pessoa. Não de suanome
é um corte. Dentreéos
próprio, umservidor
título. es, um
9. O livro de Jó (1,6) re fere que um dos fil hos de Deus se apre senta diante do trono de Iahweh. O nom e
que lhe é dado é satã. O nome comum representa o cargo de acusar, e também a adversidade, a inimizade, a oposição
que é permitida ou sancionada por Iahweh.
10. No Eclesiástico, emprega-se a palavra satã no sentido de alguma espécie de inimigo. Trata-se
provavelmente do próprio instinto mau interior: "Quando o ímpio maldiz Satã, ele maldiz a si próprio" (Eclo 21, 27)
11. Em Habacuc (2,5), Satã designa a peste. Na Bíblia de Jerusalém é traduzido por Xeol, o lugar da mor te.
12. No primeiro livro dos Macabeus, designa-se com o term o satã, a "gente ímpi a" e os "homens perver sos"
(1Mc 1,34). A Bíblia de Jerusalém traduz o termo satã por adversário maléfico: "Aquilo era uma emboscada para o lugar
santo, um adversário maléfico para Israel constantemente" (1Mc 1,36)
13. O termo satã é aplicado a um ser sobrenatural no Livro dos Números: é a oposição feita por Iahweh. O
texto diz que o anjo de Iahweh, mensageiro de Iahweh, isto é, o próprio Iahweh, se interpõe no caminho de Balaão. "Sou
Eu que vim barrar-te a passagem", segundo a Bíblia de Jerusalém. No srcinal em hebraico é: "Sou eu que vim contra ti
em satã" = em oposição (Nm 22,32).
14. Como em Jó e em Números, o Satã das crônicas (1Cor21,1) é representante de Deus.
15. O Livro da Sabedoria foi escrito em grego, ignoramos qual seria a palav ra escolhida pelo autor sagrado
se escrevesse em hebraico. O autor utiliza a palavra grega diábolos, termo com a qual os Setenta normalmente
traduzem a palavra hebraica satã: "É por inveja do Diabo que a morte entrou no mundo" (Sb 2,24). Como Paulo
(Rm5,12) ensina que pelo pecado de Adão entrou a morte no mundo e o pecado pela tentação da serpente, o termo satã
designaria aqui a serpente do Paraíso.

Portanto, no Antigo Testamento satã não representa um ser que possamos considerar um demônio
no sentido cultural cristão de um ser sobre-humano e perverso. O nome Satã, ou Satanás, no Antigo Testamento
personifica a inimizade, dificuldade, contradição.

A palavra satã, na sua forma verbal, stn em hebraico, aparece seis vezes no Antigo Testamento (Zc
3,1; Sl 38,21; Sl 71,13; Sl 109,4; Sl 120,29). Poderíamos traduzi-lo por "satanizar". Os Setenta (Estudiosos que
164
traduziram o Antigo Testamento antes de Cristo) geralmente traduzem o verbo stn por endiabállo, em grego;
caluniar nas línguas vernáculas (e o substantivo satã, os Setenta geralmente o traduzem por diábolos, que
significa caluniador). A Bíblia de Jerusalém geralmente traduz por acusar.

Oscar G. Quevedo S.J.Livro


- "Antes que os demônios voltem" Edições Loyola- pág. 279 a 281

165
Enfermos e Possessos na Bíblia

Jesus distingue entre enfermos e possessos? Como explicar as passagens Mt 10,8 "Curai os enfermos....,
expulsai os demônios"; e Mc 16,17: "Em meu nome expulsarão os demônios...Imporão as mãos sobre os doentes e
estes ficarão curados".

De fato, 8 vezes os evangelhos usam de modo distinto os termos "doentes" e "endemoninhados". Mas,
destes textos não se pode deduzir que a Bíblia pretendesse distinguir entre doentes e endemoninhados . Tal exegese
não é válida. Quem fizer tal exegese, ao pé da letra, está adulterando a exegese, também ao pé da letra, bem mais
documentada, do que os chamados endemoninhados que são simplesmente doentes.

Com efeito, em 54 oportunidades a Bíblia fala de endemoninhados e em regra emprega as palavras curar e
sarar.

Curam-se os doentes e não os demônios

Com igual ou com mais direito daqueles que tomam endemoninhados ao pé da letra, podemos nós tomar os
termos curar e sarar também ao pé da letra.

Nos textos que usam por separado os termos doentes e endemoninhados, trata-se evidentemente de estilo
literário, pomposo, repetitivo, ponderativo, muito próprio não só dos orientais, mas, em geral, da linguagem precisa,
matizada, ponderada, com todo o rigor científico.

Assim, por exemplo, mesmo nesses textos, percebe-se claramente o estilo reiterativo : em Mt 10,8 se diz "
Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Daí de graça o que de
graça recebestes. Não leveis nem ouro nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem alforje para o caminho,
nem duas túnicas, nem calçados, nem bordão". Igual estilo e numerativo, ponderativo, no outro texto citado , Mc
16,17. "Expulsarão
algum veneno, não os demônios
lhes fará mal;em meu nome,
imporão falarão
as mãos aosnovas línguas,
enfermos manusearão
e eles as serpentes,
ficarão curados". e se
Trata-se de beberem
acumular
prodígios e não de estabelecer diferenças.

A futilidade da exegese que diz que a Bíblia pretende diferenciar doentes de endemoninhados, aparece
ainda mais claro em outros textos paralelos. Assim, no próprio Evangelho de São Mateus (Mt 10,1) se lê: "Deu-lhes
Jesus poder sobre os espíritos imundos para os expulsarem, e para curarem todas as doenças e todas as
enfermidades".

Acaso as doenças não são enfermidades?

Em outra passagem se diz que "Jesus curava doentes e limpava leprosos".

Acaso os leprosos não são doentes?

E no Evangelho de São Lucas "Jesus curava a muitas de suas enfermidades e doenças e achaques e
atormentados por espíritos maus e restituía a visão de muitos cegos." (Lc 7,21)

É claro que não se pretende diferenciar enfermidade ou doença ou achaque ou cegos, e portanto também
não se pretende diferenciar endemoninhados.

Tudo isto não quer dizer que os hebreus atribuíssem todas as doenças aos demônios . É possível que só
atribuíssem a ele alguns tipos de doenças mais "misteriosas", certos tipos de doenças que hoje chamamos psíquicas e
especialmente as doenças que iam acompanhadas de fenômenos parapsicológicos que para eles eram completamente
incompreensíveis. Daí que na enumeração fosse lógico separar doenças e endemoninhados, como se separam os
leprosos de outros doentes comuns, e até as doenças dos achaques e enfermidades .

Mas certamente, não pretende a Bíblia dar, com essas distinções, doutrina religiosa. E não corresponde a
Bíblia ensinar Medicina e Parapsicologia, ou expor as causas dos fenômenos observáveis do nosso mundo.

166
Oscar G. Quevedo S.J

167
O Endemoninhado de Geresa

O endemoninhado de Gerasa não se enquadra de maneira nenhuma numa interpretação demonológica e


sim perfeitamente numa interpretação natural, até por senso comum.

A Bíblia diz que um homem fora expulso da cidade por ser louco. Se tomarmos endemoninhado ao pé da
letra, também haveria que tomar louco ao pé da letra. A Bíblia usa as duas expressões. Diríamos, a expressão popular
(endemoninhado) e a expressão um tanto mais culta ou científica (louco). A Bíblia não entra em interpretações
científicas. Nunca entrou durante todos os séculos em que foi escrita. Serviu-se inclusive de erros científicos e opiniões
contraditórias da cultura da época, para, através desse instrument o de linguagem ensinar doutrina religio sa. A Bíblia é
um livro de doutrina religiosa, não um livro de ciência.

Aquele homem
cemitério. Aproximava-se apresentava
Jesus uma
Cristo com os série de fenômenos
apóstolos misteriosos. começou
e o "endemoninhado" Expulsoa da cidade
gritar: refugiou-se
"Filho de Deus num
Altíssimo..."

Ora, se realmente fosse o demônio, o menos que se poderia esperar é que não se converta em apóstolo e
faça propaganda da Divindade de Cristo. Isto não encaixa numa interpretação demonológica.

Mas perfeitamente numa interpretação natural: Aquela pessoa possuía manifestações parapsicológicas e
adivinhou, ao menos naquela ocasião, o pensamento de Cristo e gritou: "Filho de Deus Altíssimo"... Hiperestesia Indireta
do Pensamento (HIP) ou qualquer outra faculdade de adivinhação. Explicação lógica e sem a contradição de supor que
se fosse o demônio faria propaganda da divindade de Cristo.

Depois pergunta Cristo ao "endemoninhado": - Qual é o seu nome? -E o "endemoninhado" responde:


"Legião é o meu nome porque somos muitos".

Ora, discutiríamos se aquela pessoa poderia ter dentro do seu corpo um demônio. Discutiríamos por discutir,
porque a possessão demoníaca ou espírita, etc é metafisicamente impossível. Um corpo está animado por um espírito, a
alma e nenhum outro espírito pode animá-lo. Seria contraditório. Absurdo. Não há argumento nenhum para poder admitir
que outro espírito
impossibilidade de diferente
tal fato. da própria alma anime a um corpo. E há muitos argumentos que provam a absoluta

Mas sem entrar nesta discussão de se poderia haver um espírito dentro do corpo do chamado
"endemoninhado" de Gerasa, certamente é absurdo pensar que havia nele uma legião de demônios. Absolutamente
absurdo, para ser entendido demonologicamente.

Mas muito compreensível na típica, conhecidíssima, e característica megalomania compensadora. Em outros


casos, outra pessoa, para não ter um complexo de inferioridade, se defende personificando-se megalonicamente em
Napoleão, Joana D arc, a rainha Maria Antonieta e outras personalidades importantes.

Neste caso, o "endemoninhado", expulso da cidade, tendo que viver num cemitério, na sua loucura, se
defende do seu sofrimento psicológico com a mania de grandeza compensadora de incorporar-se nele uma legião de
demônios. Em questão de endemoninhado, ninguém ganha dele. Como diria o povo: "Ele é o tal". Estas pessoas que se
defendem com megalomania, deveriam ser internadas, mas vivem felizes. Quem sofre é a família, ao passo que eles se
sentem como sendo Napoleão, Júlio César, ou uma legião de demônios.

Os "demônios" entrariam em pânico ao perceber que poderiam ser expulsos do corpo do possesso.
Começaram a dizer a Jesus: "Por que nos atormentas, que tem que ver conosco?...

Ora, também isto não combina com uma interpretação demonológica. Não se encaixa com o senso comum
supor que eles poderiam entrar em pânico vendo que iriam perder sua morada.

Mas se explica perfeitamente pela mentalidade primitiva da época, que mesmo sabendo que os demônios
eram puramente espíritos, os imaginavam com algo de corpo, mais ou menos tênue, e que precisariam de um corpo
para habitar.

Depois levanta o "endemoninhado" os olhos e vê os porcos. Achando ele, na sua dramatização


demonológica que estava possuído pelo demônio, pensou logicamente: se o demônio vai abandonar o seu corpo,
precisa de outro corpo para morar, e por associação de idéias, pode entrar nos porcos.
168
Não vamos nos deter agora a explicar o chamado mau-olhado ou influxo sobre as plantas e animais
pequenos. Mas ao menos como hipótese de trabalho. Entre a hipótese demonológica e a hipótese parapsicoló gica de
mau-olhado, temos de escolher. Muitos leitores terão ouvido falar de alguma vez,alguma pessoa olha com admiração e
secreta inveja uma planta, e no dia seguinte, a planta está murcha. Ou quando uma pessoa olha com inveja um
passarinho, e no dia seguinte o passarinho está morto. É telergia, a nossa energia somática transformada e
exteriorizada. Pode atuar sobre plantas e animais pequenos; e não atua sobre o homem e animais grandes.

Nas casas "Mal-assombradas", as pedras que se mexem ou voam, nunca batem a não ser na própria pessoa
que as movimenta telergicamente. Mas é muito raro que o dotado de faculdades parapsicológicas pretenda se destruir a
si mesmo. Geralmente, quer "destruir" a outra pessoa, ou chamar atenção de outras pessoas. Daí que as pedras vão
"assustar" a outras pessoas. O mais que se pode acontecer é que se sinta um pequeno toque por efeito da inércia, ou
um vento do objeto ou telergia que passa.

O "endemoninhado" não pode influir sobre os porcos com a telergia, mas pode sobre um ou dois porcos.
Dramatizou o inconsciente do "endemoninhado a "passagem dos "demônios" pela telergia para os porcos e isto bastou
para assustar um ou dois porcos.

Assusta-se um porco ou dois e se assustam todos. Igual quando se assusta um boi e temos o estouro da
boiada. Assusta-se um peixe, e assusta-se todo o cardume. Assusta-se uma pomba e, entram em pânico todas que lá
estão...

Assustados os porcos, correndo em pânico, chegam onde termina o terreno e sem poder parar (mesmo que
os primeiros porcos tentassem parar, os que vem por trás os empurram) e caem pelo barranco ao lago e se afogam.

Mas isso não se encaixa numa interpretação demonológica: se (hipoteticamente) fossem os demônios que
estavam procurando uma "casa" (corpo), cuidariam dos porcos. Do contrário, perderiam sua "casa"...

Todo o conjunto se interpreta perfeitamente por forças naturais. Nenhum fenômeno há no caso que supere
as forças naturais. E além do mais, resulta contrad itório numa interpreta ção demonológica. Todos esses fatos são
absolutamente naturais. Não há milagres do demônio.

Em tudo o que até aqui foi dito, estamos dando por suposto a interpretação literal ou histórica do fato
fundamental, o que realmente aos olhos da ciência é inegável.

Alguns exegetas, sem dúvida, bons exegetas e teólogos, mas ao parecer deslumbrados com o aspecto
teológico-doutrinário deste episódio (e de outros), desnorteado s pela impossibilidade para eles de explicar os fatos de
um ponto de vista científico e esquecendo ou não conhecendo plenamente a crítica histórica, pensam que o episódio
poderia ser meramente simbólico. O caso inteiro não teria acontecido, ou ao menos o "incômodo" fato dos porcos, seria
só para indicar a degradação a que leva o pecado.

Não cabe dúvida que em todos os fatos cientificamente históricos da vida de Jesus, há do ponto de vista
religioso e doutrinal, um significado mais profundo: Jesus, como claramente expressou santo agostinho, era verbo
(palavra) não só na sua doutrinação, mas também nos seus fatos. Mas isto não tira, não deve tirar, a ciência não permite
que se tire, que o fundamental do caso foi um fato histórico.

E do fundamental do núcleo histórico do fato, não é lícito excluir o detalhe dos porcos, porque era ele
precisamente o que mais impressio nou as testemunhas, ou que motivou que os habitantes da região pedisse depois a
Jesus que se retirasse.

A explicação que temos dada do ponto de vista parapsicológico, não é certamente a explicação tradicional.
Mas, como nos séculos passados algum intérprete da Bíblia por sábio ou santo que fosse, poderia dar uma explicação
científica do fato? Houve algum teólogo ou exegeta, no passado que soubesse Parapsicologia? Além do mais,
repetimos, a interpretação dos fatos como tais não pertence à doutrina religiosa, à teologia, à exegese, senão à ciência.
Fique o teólogo na interpretação doutrinal e deixe a interpretação dos fatos ao cientista.

Oscar G. Quevedo S.J.

169
Comunicação com os Espíritos

A Parapsicologia prova que não existe comunicação, de qualquer espécie, de espíritos de pessoas mortas
com vivos.
Não há NENHUM caso de "Supostas" Comunicações de Espíritos com Vivos que não seja facilmente
explicado pela Parapsicologia, por mais EXTRAORDINÁRIA e CONVINCENTE que possa parecer.
Há um estudo muito grande sobre o tema para se poder afirmar tal fato.
Tal estudo se baseia na análise dos fatos e em milhares de experiências, utilizando-se de diversas ciências;
além de uma série de desafios.
Vamos sucintamente abordar alguns aspectos deste estudo:

Diversos Aspectos:
As Senhas
O que esperavam que fosse ser uma prova da comunicação dos espíritos, na verdade se tornou exatamente
o contrário: Milhares de experiências feitas com senhas: Nenhuma foi revelada.

Por Oscar G. Quevedo S.J.


O romancista brasileiro José Bento Monteiro Lobato, antes da sua morte, acontecida em São Paulo em 1948,
deixou duas senhas em envelopes lacrados: uma com Dona Ruth Fontoura, filha do célebre magnata dos laboratórios
farmacêuticos de São Paulo, e outra com o juiz e também famoso romancista Dr. José Godofredo de Moura Rangel, de
Três Pontas (Minas Gerais), grande amigo de Monteiro Lobato, com quem manteve correspondência durante anos.
Pretendendo imitar, mais ou menos bem, o estilo do grande escritor, o psicógrafo Francisco Cândido Xavier
afirmou que sua mão escrevia movida pelo espírito de Monteiro Lobato. Espalhou-se por todo o Brasil, e pelo mundo, o
grande feito do médium de Pedro Leopoldo e Uberaba. O que, porém, nem Chico, nem seus propagandistas sabiam, era
da existênciadodas
comunicaria senhas
além, ou secom
tudoasnão
quais Monteiro
passava Lobato queria
de qualidades que se verificasse
psicológicas se realmente
e parapsicológicas era ele quem se
dos médiuns.
Tive nas minhas mãos, cópias dos escritos de Chico Xavier atribuídos a Monteiro Lobato assim como as
senhas conservadas por Dona Ruth Fontoura: nada, absolutamente nada, nem de longe, de semelhante pude encontrar
naquela cópia, nem em outro escrito de Chico Xavier.
Também não apareceu a senha deixada com o Dr. Godofredo Rangel. Ele próprio o noticiou amplamente.
Pessoalmente prefiro publicar a respeito um documento inédito que recebemos do senhor Cecílio Karam, ex-suplente de
deputado estadual, fundador e primeiro prefeito do município de Santana da Ponte Pensa(SP) e Diretor de Publicidade
do Jornal Federal "A Noite" de São Paulo: : "Tendo sido amigo do saudoso Monteiro Lobato e seu companheiro na luta
do petróleo e tendo o conhecimento do pacto entre ele e Godofredo Rangel, desejo dar o meu testemunho com
referência a esse acontecimento."
"Realmente houve o acordo entre ambos e ficou assentado que o primeiro entre eles que morresse enviaria
do além uma mensagem ao sobrevivente. Combinou-se fazer cada um uma senha e para evitar possíveis fraudes, as
senhas foram fechadas em envelope lacrado e guardadas em cofre."
"Falecido Lobato, e sendo algum tempo depois publicada uma mensagem atribuída a Monteiro Lobato e
"recebida"por Chico Xavier, apressou-se Godofredo Rangel a examiná-la. Declarou, a seguir, à imprensa: "Não é o estilo
de Monteiro Lobato e a senha combinada não foi dada". Os jornais fizeram amplos comentários."
O Dr. Godofredo Rangel morreu em 1951 sem ter recebido a senha, apesar de já aberto o envelope e
conhecida, em segredo, por ele.
Outro exemplo- O dia 19 de maio de 1954 foi a data designada por Sir Oliver Lodge para que se abrisse o
envelope lacrado que continha a sua senha.
Sir Joseph Oliver Lodge foi professor de Física e Reitor da Universidade de Londres, Presidente da
Associação Britânica de Sábios, da Sociedade de Física da Grã-Bretanha e da Sociedade Rontgen. Apesar de sua
indiscutível capacidade intelectual, Lodge, após a morte de seu filho Raymond na guerra de 1915, acreditou, de uma
maneira verdadeiramente delirante, na comunicação dos mortos. Seu filho lhe falava de que estava tendo a terceira
dentição astral; que no além, bebia whisky, fumava ótimos charutos e outras "comunicações" assombrosas.
Após 14 anos, conservando o espírito científico, Sir Oliver Lodge pretendeu apresentar à humanidade uma
prova da comunicação com os espíritos.
170
Escreveu sua senha a 10 de junho de 1930. Morreu a 22 de agosto de 1940.
Houve que esperar até 14 anos até a data que Lodge marcara para abrir o envelope ("Tomara-se,
precavidamente, bastante tempo para recuperar a calma após a sua desencarnação".). A SPR (Sociedade de pesquisas
psíquicas) fichou 130 médiuns que acreditavam ter recebido mensagens contendo a senha transmitida pelo espírito de
Sir Oliver Lodge. Na data marcada, a 19 de maio de 1954, a SPR abriu o envelope. A senha eram 15 notas musicais (de
um exercício de piano a cinco dedos).
Nenhum dos médiuns tocara a música, nenhum escrevera as notas, nem sequer tinha descrito ou feito a
mínima alusão a qualquer coisa que ao menos de longe pudesse sugerir a senha escolhida por Sir Oliver Lodge.
O grande Mágico- Para novembro de 1976 estava marcada a data de abertura do envelope com a senha
deixada pelo mais famoso dos mágicos de todos os tempos, Harry Houdini.
Filho de um rabino húngaro, Houdini nascera a 6 de abril de 1874 em Appleton, Wiscosin, nos Estados
Unidos.
Seria supérfluo afirmar que Houdini, cujo verdadeiro nome era Enrich Weiss, sempre se interessou pelo
"maravilhoso". Alguma parcela da fama de Houdini se deve a que desmascarou todos os abundantes truques que
freqüentemente, consciente ou inconscientemente, realizam os médiuns.
Mas se Houdini desmascarou tantos médiuns, era porque ia freqüentemente observá-los: ela estava muito
interessado com a possibilidade de comunicar-se com o espírito de sua falecida mãe que ele amara ternamente. Muitos
médiuns lhe transmitiram mensagens em nome de sua mãe. Mas nenhuma convencera a Houdini, nem a qualquer
pesquisador imparcial e experimentado.
Seguindo seu interesse pelo maravilhoso e muito especialmente por verificar se havia comunicação dos
espíritos, o próprio Houdini deixou com sua esposa uma série de mensagens secretas a serem abertas em diferentes
datas. Umas por espaços regulares nos dez primeiros anos seguintes à sua morte. Anos durante os quais esperava
Houdini que sua viúva poderia verificar. A última senha, em envelope lacrado, para ser aberto em 1976 pelos membros
da "American Society For Psychial Research".
Houdini morreu em Detroit, Michi gan, a 31 de outubro de 1926. Sua viúva,Wilhelmina Rahner (que levava o
nome artístico de Beatrice Houdini), durante dez anos, recorreu paciente e ansiosamente toda classe de sessões de
espiritismo e acumulou inúmeras correspondências. Centenas e centenas de pretendidas comunicações do seu falecido
esposo. Mas jamais apareceu nenhuma das senhas combinadas. Ainda pouco antes de sua morte, em 1943, Beatrice
Houdini declarou aos jornalistas que jamais recebera a prometida comunicação de seu marido.
Para fim de 1976- Já pouca gente esperava que algum médium aposentasse a senha para abertura do último
envelope em novembro de 1976. Mas a "American SPR" tinha que verificar. Nada: Fracasso
Absoluto.
Houdini, que sempre tão meticuloso fora em sua vida para o cumprimento de seus compromissos, depois de
morto não acudiu jamais à prometida senha.
Poucos jornalistas fizeram eco deste episódio já sem graça e sem nenhuma novidade.

Milhares de experiências
Em agosto de 1960 criava-se "The Psychical Research Foundation", que começou a trabalhar arduamente
em 1961. Presidente Dr. J. G.. Pratt, o conhecido pesquisador dos inícios da Parapsicologia na Duke University, USA; e
o também prestigioso Dr. H.H. Price, parapsicólogo da Universidade de Oxford, ocupou a vice-presidência. Em abril de
1963, tendo como diretor o parapsicólogo Dr. W. G. Roll, começaram a publicar a revista "Theta" (primeira letra da
palavra grega Zánatos=morte).
Pretendia a fundação pesquisar a sobrevivência da alma. Até fins de 1973, pretenderam estudar o problema
da sobrevivência pela alegada comunicação dos espíritos dos mortos. Os fenômenos que pareciam advogar pela
intervenção dos espíritos é que qualificaram como Psi-Theta.
Entre outras verificações, o Dr. Pratt propôs uma experiência semelhante à da
senha, ou uma experiência da senha em versão eletrônica.
O Dr. Pratt, já durante a Segunda Guerra mundial lançara a idéia: Milhões de
soldados e pessoas civis foram feridos e milhares de feridos acabaram morrendo. Antes de
morrerem, deveriam ditar uma senha a máquinas automáticas que as transformariam em
símbolos eletrônicos. E estes seriam arquivados em computadores. Após a morte, tentariam
por todos os meios comunicar as senhas. As máquinas automáticas de novo os
transformariam em símbolos e os computadores verificariam se houve ou não em alguma
ocasião, alguma coincidência.

171
Robert Thouless-inventor do sistema da senha por frases cifradas
Evidentemente, as coincidências deverão ser em número significativo. Não basta alguma coincidência
isolada. Porque a possibilidade de explicação por adivinhação parapsicológica não fica totalmente excluída, embora
bastante dificultada: A adivinhação deveria ser precisamente sobre o autor da senha no intervalo entre a invenção e a
morte; sobre o computador não haveria possibilidade de adivinhação porque este só arquiva símbolos eletrônicos
praticamente indecifráveis.
Pois bem, até agora, não houve nenhum caso positivo; nenhum espírito de morto se comunicou com o
mundo, nunca apresentou a senha que jurara.
Não sabemos se no futuro alguém pretenderá perder mais tempo continuando ou ampliando a experiência
das senhas. Em todo caso, a "Fundação de Pesquisas Psíquicas" desistiu desta experiência, assim como de qualquer
outra de Comunicação dos mortos ou Psi-Theta. Agora, dedicam-se a estudar a sobrevivência, não pela já comprovada
inexistente comunicação, mas pela análise das faculdades parapsicológicas dos vivos.
Como muito bem expõe o Dr Roll, esta análise poderá levar à confirmação da espiritualidade da alma e
conseqüentemente a uma dedução lógica da sobrevivência.
Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 29 elaborada pelo CLAP- Centro Latino Americano de
Parapsicologia.

Brincadeira do copo
A famosa brincadeira do copo não tem nada de brincadeira; é sempre muito perigoso fazer isso. Pode acabar
sendo o estopim que faz explodir distúrbios psíquicos latentes no inconsciente. Além de ser super perigoso para a saúde
fomentar (estimular) qualquer fenômeno parapsicológico...
A respeito desse tema, devemos distinguir dois aspectos:
1) As respostas obtidas;
2) O movimento do copo
Sobre as respostas podemos dizer que pode haver fenômenos tais como telepatia, clarividência, HIP, etc;
que são responsáveis pelo êxito, sucesso nas respostas.
Sobre o movimento do copo; não é o copo que mexe e leva os dedos juntos. São os dedos que mexem o
copo. Se colocar óleo em cima do copo, verão que escorregões dão os dedos, e o copo não se mexerá.
Também é verdade que, raras vezes, pode haver o fenômeno parapsicológico da telecinesia (movimento de
objetos pela atuação da telergia dirigida pelo inconsciente) ; mexer o copo sem contato. Não são os mortos, nem
nenhum espírito de classe alguma; é uma energia física exteriorizada em raras ocasiões. Se afastássemos a mais de 50
metros todas as pessoas, nada disso acontecer ia. Se fossem os espíritos ou qualquer entidade que se queria chamar,
demônios, etc) que mexessem ou golpeassem, que importaria se as pessoas ficassem a mais de 50 metros??

Mas não são espíritos. São as energias


inconscientemente exteriorizadas pelos "dotados" (note-se:
exteriorizar fenômenos não é um Dom, como se fosse um poder;
pelo contrário se for freqüente qualquer manifestação
parapsicológica, deve procurar tratamento, pois isto prejudica a
saúde psíquica.) Essa energia física, precisamente por ser física,
não pode se exteriorizar a grandes distâncias.

Se por outro lado, são os dedos que mexem o copo; são


movimentos automáticos, inconscientes, feitos pelas pessoas que
colocam os dedos sobre o copo. O que o inconsciente pensa, sabe,
imagina, supões, inventa ou adivinha parapsicologicamente, pode manifestar-se ou movimentos inconscientes. Os
movimentos inconscientes ou automatismo podem chegar a extremos surpreendentes. Já repararam na habilidade com
que mexemos os lábios quando falamos? Desafiem qualquer pessoa a descrever os movimentos que tem que fazer para
pronunciar as palavras. Não saberá. Consciente e reflexivamente somos incapazes de comandar esses movimentos. Já
observaram a agilidade com que um pianista mexe com os dedos das mãos, e ainda também os pés, e fala com as
pessoas sobre outras coisas?? Também o ato de dirigir ; quantos movimentos fazemos sem pensar que os estamos
realizando...

172
Não é de se estranhar, pois, que em momentos de "concentração", de emoção, de exaltação do
inconsciente, este possa dirigir com bastante precisão, os movimentos do copo.
É melhor duas ou mais pessoas do que uma só, porque assim, se somam os impulsos de todas ao impulso
que imprime a pessoa, que inconscientemente dirige o copo, impulso que pode ser insuficiente.
Não são os espíritos dos mortos que dirigem nossos dedos. Não se trata de nada do além, mas unicamente
de manifestações de fenômenos surgidos do inconsciente dos vivos...

PERGUNTA:
"Gostaria de saber se a Igreja Católica admite ser possível que, em raras e especiais condições, possa
algum tipo de comunicação entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos".
Sobre o tema, muito amplo, "Os mortos intervêm no nosso mundo?" publiquei cinco volumes, demonstrando
cientificamente que NUNCA. Mas vejo que sua pergunta concretiza-se a dois aspectos: 1) A posição da Igreja Católica,
2) A respeito de alguma rara e especial exceção. A este tema concreto dedico quase todo o quinto volume que tem o
subtítulo "Palavra de Iahweh".
A Igreja (e a Bíblia), como tal, não tem autoridade direta em ciência; na constatação e análise de fatos de
nosso mundo, senão unicamente em doutrina sobrenatural revelada. Por isso não é de estranhar que alguns santos e
mesmo excepcionalmente prestigiosos teólogos, tenham caído no erro científico de acreditar em alguma comunicação
‘espírita’.
Na Bíblia refere-se que a Pitonisa de Endor teria evocado o morto profeta Samuel diante do rei Saul (1Sm
5,20). Refere o fato e não lhe corresponde a interpretação. Na realidade a Pitonisa só disse o que captou
parapsicologicamente no próprio Saul. E nesse pecado gravíssimo e heresia de Saul pretender consultar um morto, é
condenado severíssimamente (1 Cr 10,13s) e castigado com a perda da realeza e pena de morte.
Pelo contrário, no mesmo livro de Samuel mostra-se que ao rei Davi nem lhe passou pela cabeça essa
absurda idéia de que um morto poderia se comunicar: "Agora que o menino está morto..., poderei fazê-lo voltar? Por fim
irei (quando morrer) aonde ele está, mas ele não voltará para mim" (Sm 12,23). A mesma negação da comunicação dos
mortos repete-se em outros muitos textos bíblicos: Jó 7,9s;10,21;14,7-22;16,22; Sl 88,11; 78,39; etc. A impossibilidade
de um morto voltar pela comunicação (nem pela reencarnação) ainda fica mais evidente em contraste com outros
numerosíssimos textos que falam da ressurreição para a eternidade e dos milagres de revitalização. A revitalização se
dá durante a morte clínica ou parcial do organismo, nunca após oito dias: nem por milagre alguém volta "do além" (após
oito dias).
São numerosíssimos os textos bíblicos proibindo qualquer intento de obter alguma comunicação dos mortos.
Por exemplo: "Não aprendas a imitar as abominações daqueles povos. Que em teu meio não se encontre alguém..., que
interrogue espíritos..., ou que evoque os mortos. Quem pratica essas coisas é abominável a Iahweh e é por causa
dessas abominações que Iahweh teu Deus os desalojará... Não deixarás viver os feiticeiros. Não vos voltareis para os
necromantes... Aquele que recorrer aos necromantes... voltar-me-ei contra esse homem e o exterminarei" (Lv 18,9-14;
9,31; 20,6).
Conseqüentemente são numerosíssimos os textos da Igreja nesse sentido. Por exemplo o Vaticano II, na
Constituição Lumem Gentium, expressamente se manifesta "contra qualquer forma de evocação dos espíritos". Aliás,
essa proibição já constava de 1258 pelo papa Alexandre IV, e depois, pela declaração de 4.8.1856 e da resposta de
24.4.1917.
Mesmo que só fosse por estes textos bíblicos e eclesiásticos, é completamente absurdo atribuir a Deus (ou a
uma especial permiss ão Divina) um milagre em aparente confirmação da heresia, magia, superstição da evocação ou
intervenção de um morto.

Pe. Oscar G. Quevedo, SJ

173
REENCARNAÇÃO

A reencarnação não foi revelada do ‘além-túmulo’. Em primeiro lugar, por que não há comunicação dos
mortos com os vivos.Trata-se, isto sim, de manifestações do inconsciente e, como tais deixam-se até influir pelo
ambiente. Assim, as ‘revelações’ aos espíritos latinos ou aos teósofos, etc, falam em reencarnação, mas, se os ‘espíritos
dos mortos’ (na realidade, o inconsciente) se manifestam aos espíritas anglo-saxões, é freqüente que ataquem ou
ridicularizem a reencarnação. Os espíritas não reencarnacionistas, são chamados davianos, por ser o anti-
reencarnacionsita Davis, o principal teórico do espiritismo não-latino, seguido por milhões de espíritas.
Daniel Douglas Home, o mais famoso médium espírita de todos os tempos, recebeu comunicações do ‘além-
túmulo’ (?) ridicularizando ao máximo a teoria da reencarnação. Se "os espíritos dos mortos aparecem a uma freira falam
do purgatório, do céu, pedem missa, comunhão...".
E quando se manifestam aos oculti stas, falam-lhes do mundo astral e assim por diante.Depende do
ambiente...
Não é do além que veio a doutrina da reencarnação. Muito menos foi revelada por Cristo ou na Bíblia – como
se apregoa nos livros dos reencarnacionistas. Eles citam, por exemplo, o evangelho de São João, quando Cristo disse a
Nicodemos: "Em verdade, te digo, ninguém, se não nascer de novo, pode ver o reino de Deus". Quando, porém,
Nicodemos perguntou como alguém poderia voltar ao seio de sua mãe, Cristo explicou que as suas palavras não
deveriam ser entendidas num sentido reencarnacionista mas, sim na ordem sobrenatural, no renascer à vida da graça
pelo batismo.
Cita-se ainda São João Batista como sendo a reencarnação de Elias... Na realidade, Elias, no conceito dos
judeus, ainda não morrera. Por isso, não poderia reencarnar, claro. As frases bíblicas em que se anuncia São João como
precursor de Cristo no espiritismo e no poder de Elias (Ls 1,17) não têm nenhum sentido reencarnaci onista. O próprio
Batista, perguntado se ele era Elias que teria voltado, respondeu: "Não sou Elias". (Jo 1,21)
Toda a doutrina de Cristo sobre a transferência eterna desta vida, sobre os sacramentos, a graça, redenção,
etc, contradiz a teoria reencarnacionista. Ao ladrão crucificado com Cristo (quantas reencarnações esperariam a um
ladrão, segundo a teoria reencarnacionista), ele disse: "Em verdade te digo, hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23,43).
A doutrina de Cristo é resumida claramente por seu apóstolo quando escreve: "Está estabelecido que os
homens morram uma só vez, depois disto se fará o julgamento (Hb 9,27). Quanto ao ‘argumento’, das desigualdades
humanas, a própria médium espírita Anatole Barthe o refuta: "É para resolver as desigualdades que os espíritos (para os
latinos) ensinam a reencarnação? Não sabem que não há dois seres, duas coisas completamente iguais na natureza e
que não se pode encontrá-los nem no espaço imenso e nem ao longo do tempo?"...
Pessoas nascem deformadas com deficiência física ou mental. Acaso não há falhas na natureza também nos
animais, nas plantas? Aquela árvore retorcida, com ramos secos, a ovelha que nasceu com duas cabeças morrendo
poucos dias depois, etc, tudo isso é devido à reencarnação? E o que dizer do problema da dor? Seria castigo da
imoralidade em vidas anteriores? Que absurdo! Os heróis, as vítimas inocentes da crueldade humana, os apóstolos, a
Santíssima Virgem ao pé da cruz, o próprio Cristo seriam então até dignos de desprezo? Teriam tido as piores e mais
imorais existências anteriores?
Apresentar ‘lembranças’ de vidas anteriores como prova de reencarnação supõe muito pouca lógica. Nem
sequer poderiam demonstrar que estão se referindo a acontecimentos passados (quanto menos vividos por essa mesma
pessoa). Porque de duas uma: ou daqueles acontecimentos passados ficam alguns vestígios ou não ficam. Em caso
positivo, antes de pensar em lembranças reencarnaci onistas, reconhecimentos traduzidos de vidas anteriores, haveria
que excluir as explicações normais e parapsicológicas. E, se não fica vestígio nenhum, qualquer caso que se cite de
‘lembrança’ de vidas anteriores não vale absolutamente nada em ciência, pelo simples fato de não poder ser
comprovado.
Enfim, acumular casos de prosopopéia (fantasias) ou dramatização tipo reencarnacionista, de que vale, a não
ser para provar a absoluta falta de metodologia científica dos autores de tais antologias? Que volumosas coleções de
casos poderiam
explicar se fazer comeprosopopéias
essas prosopopéias tipo inspiração
não só aceitá-las. de musas,
A Parapsicologia pitões,
teórica fadas ou demoníaca,
já comprovou etc? O cientista
que são anticientíficos e deve
absurdos os ‘argumentos’ apresentados em defesa da efetiva reencarnação.

Pe. Oscar G-Quevedo, SJ

174
Papa Bento XIV

Papa Bento XIV

BENTO XIV (1675-1758).

Próspero Lambertini, natural de Bolonha. Foi papa de 1740 até 1758.

O mais sábio dos papas e também o maior Parapsicólogo de todos os tempos. Pode pensar-se que houve
um Milagre (Fenômeno Supranormal SN) de ciência infusa, pois nunca errou na interpretação e demonstrou saber tudo o
que só dois séculos depois a Parapsicologia descobriria, e já se pronunciou sobre tudo o que a Parapsicologia pretende
estudar e do que ainda não chegou a uma conclusão.

Principalmente na sua obra "De Srvorum Dei Beatificatione et Beatorum Canonizatione" (os 7 primeiros
volumes da Opera Omnia publicadas em 17 volumes pelo Pe. Emílio Azevedo S.J., Prati, 1839-1847; primeira edição,
1750), não só explica insuperavelmente em que consiste cada tipo de Fenômeno Parapsicológico*, os que são reais e os
que são Mitos*, senão que também, e novamente de modo insuperável, estabelece onde termina em cada Fenômeno o
natural e onde começa o SN*.

175
Explicação sobre a fotografia de suposto "fantasma" apresentada no
‘Programa do Ratinho’ (SBT)

Explicação sobre a fotografia de suposto "fantasma" apresentada no programa do Ratinho


Ao olharmos rapidamente para a foto mostrada na TV poderíamos acreditar num primeiro momento, que
trata-se de uma escotografia.
A escotografia é um fenômeno parapsicológico de efeito físico, pelo qual o pensamento exteriorizado
telergicamente pode ser captado ou fotografado. Isto quer dizer que o pensamento de alguém involuntariamente e
incontroladamente pode ser tão forte que se exterioriza densamente e uma película fotográfica muito sensível pode
captá-la.
Esse fenômeno, embora possível, é extremamente raro e facílimo de ser fraudado.
Justamente porque é muito fácil de ser fraudado foi muito difícil estudá-lo cientificamente.
Cientistas como A. AKSAKOF, D.D.HOME e McCARTHY da Society for Psychical Research tiveram muita
dificuldade de comprovar a existência desse fenômeno durante o fim do século XIX e início deste, pois nessa mesma
época surgiram inúmeros fotógrafos espíritas , que ganharam dinheiro fotografando "espíritos de pessoas mortas", tais
como Buguet e Leymarie na França; Reimers na
Alemanha; Damiani na Itália; Hope, Mrs. Deane,
Hudson, Parkes, Willie, Boursnell e outros na
Inglaterra, usando peças de manequins, pinturas
com sulfato de quinino ou poções de "marrão" da
Índia.
A foto em questão apresentad a na TV é
verdadeiramente um truque fotográfico. Vê-se
claramente que o rosto do "espírito" é um
manequim. A luz amarela que emana dos orifícios
oculares nada mais é do que uma pintura feita com
sulfeto de quinino ou fluoresceína.
Esse ácido torna-se completamente
transparente ao ser desenhado sobre a película
fotográfica, mas tornam-se visíveis com a
exposição de luz efetuada pelo flash ou
(antigamente) à luz de um cartucho de magnésio.
Aliado a tudo isso notamos o
sensacionalismo criado sobre a foto: "Não olhe a
foto!" "Cuidado, não fixe seu olhar mais de trinta
segundos!" e outras chamadas. A sugestão imposta
pelo sensacionalismo provoca o medo e,
conseqüentemente, uma ilusão, uma alucinação
coletiva.
É evidente que aquela imagem horrenda
não é uma criança de 7 anos e o ursinho perdido
na mão do manequim fotografado mais parece uma
boneca destroçada.
O mistificador quis produzir um
fantasma. O modelo é um manequim vestido com roupas escuras fotografado diante de um fundo claro e com luz tênue.
Nós tivemos ao longo deste século comprovados casos de escotografias, algumas captaram imagens de
objetos, de pessoas vivas ou mortas, porém todas as imagens fotografadas foram captadas a menos de 50 m do dotado
que exteriorizou o pensamento captad o, ou seja, a pessoa dotada de fenômenos parapsicológicos semana um
pensamento involuntário e incontrolável tão forte, tão denso sobre outra pessoa (viva ou morta) ou um objeto, que esse
pensamento se condensa telergicamente no espaço e pode ser fotografado, mas nunca mais do que 50 m daquele que
emitiu o pensamento.
Mas com certeza não se trata do caso em tela, que se constitui de uma fraude e fraude bem barata.
São Paulo, 23 de outubro de 2000.
Graça Maria Mihoto- Núcleo de estudos e pesquisas do Clap

176
Fotografias Kirlian

Fundamentando-se nos trabalhos do croata Nikola Tesla, inventor da bobina indutora que leva o seu nome,
os esposos soviéticos Semyon e Valentina Kirlian, realizaram uma série de interessantes pesquisas perto e com alguma
influência do centro espacial de Kazakstan, em Alma-Ata.

Em 1939 começaram as experiências dos esposos Kirlian. Descobriram um novo tipo de fotografia:
"Impressão efluviográfica", "Kirlian-grafia", etc. a partir dessas pesquisas, uma onda de interesse percorreu o mundo,
especialmente nos últimos anos.

Lamentavelmente, nem todos os pesquisadores foram sérios, pelo contrário,


houve muitas interpretações supersticiosas e excêntricas.

Em linhas gerais, a Kirlian-grafia consiste no seguinte: com plena escuridão ou


luz unicamente vermelha; um filme fotográfico não impressionado; sobre ele se coloca um
objeto qualquer; fazendo-se atravessar o objeto por uma corrente elétrica de alta freqüência;
e aparece no filme, ao ser revelado, a imagem do objeto coberto e especialmente rodeado de
luminosidades muito diversas em tamanho, forma, intensidade, cor, etc, conforme vários
fatores envolvidos.

O campo de alta freqüência é produzido por um oscilador a válvula ou a


transistor, podendo variar entre os 74 aos 200 Kilociclos por segundo. É deste campo que
deverão emanar íons e descargas elétricas produzindo-se a eletrofotografia de imagem
espectral sobre o filme fotográfico.

Este efeito foi considerado pelos supersticiosos como fotografias da alma, da aura, do periespírito, do prâna,
da energia psíquica e curadora, etc... de acordo com o ambiente da superstição.

É um fenômeno comum, físico, embora possa, como outras muitas técnicas de pesquisa, ter interesse para a
pesquisa parapsicológica, assim como na pesquisa e aplicação médica, agrícola, etc.

Não se trata de fenômeno parapsicológico, como pretende uma pseudo-parapsicologia muito difundida...

Entre outros fatores que influem nas variações do efeito corona, tão familiares aos físicos, a " National
Science Foundation", destaca a umidade. A associação que tem a responsabilidade do controle científico nos Estados
Unidos, contratou uma equipe de físicos da Universidade de Gonzaga, do estado de Washington, para analisar o "efeito
Kirlian" nos seres vivos: homem, animais e vegetais.

Após minucioso trabalho, concluiu-se que o "efeito Kirlian", isto é, o efeito corona, mede o teor em água do
objeto fotografado, e somente isso. As misteriosas manchas vermelhas são provocadas pela presença de gotas entre o
filme e o objeto. Trata-se portanto de umidade, mais nada, embora as diversas condições do filme, temperatura,
voltagem, etc, influem nas diversas variações da medida naquelas circunstancias da umidade.

Mas não faltará quem não fique de acordo com a minuciosa e científica
verificação e continue acreditando que o "efeito Kirlian" é devido ao corpo astral,
periespírito, e demais superstições.

Por Antonio Elegido e Albert Barros


Texto extraído da Revista de Parapsicologia número 20 e 23, elaborada pelo CLAP-
centro Latino Americano de Parapsicologia a

177
Os Rostos de Belmez

Belmez de Moraleda é uma cidadezinha situada a 40 km de Jaen na Espanha. Nessa cidade a 23 de agosto
de 1971 começaram a acontecer fatos "misteriosos" na casa de Juan e Maria Pereira localizada à rua Rodrigues da
Costa, n° 5.
Na cozinha, por cima da prateleira do fogão, na parede do lado esquerdo, apareceu uma estranha mancha
sem nada que a justificasse. Um tempo depois percebia-se o contorno de um rosto humano desenhado no cimento.
A família, tentando por fim ao dramático acontecimento removeu este primeiro rosto a picaretadas. Tudo em
vão, pois, passados alguns dias outro desenho apareceu. Os donos da casa mandaram retirar o cimento da parede e o
colocaram num nicho protegido com vidro, à direita do fogão. A abertura foi fechada com cimento e nos dias seguintes
novas caras começaram a desenhar-se aparecendo não um, mas vários rostos. A 28 de janeiro de 1972, existiam 8
rostos no local.
Dado o rumo que iam tomando os acontecimentos, cavou-se um poço de 2,80 m de profundidade, em
presença do chefe de serviço da câmara, Sr. Rodrigues Rivas, e apareceram alguns fragmentos de ossos humanos na
escavação.
Não faltaram hipóteses para o esclarecimento das aparições dos rostos na parede de cimento. Desde um
milagre, relação com um crucifixo queima do durante a guerra, etc...Mas, com o passar do tempo, estas interpretações
foram abandonadas pela versão que responsabilizava espíritos de mortos pelas aparições.Esta hipótese surgiu por estar
a casa construída em cima de um antigo cemitério (e todas as casas vizinhas também...mas ninguém se lembra disso).
A idéia foi do agrado de certas camadas da população pela tradição que lá existe: "Em Belmez, há um profundo culto
aos mortos".
A repercussão foi muito grande e logo todos comentavam o fato...E também logo apareceram gravações e
fitas gravadas por outras pessoas da cidade, de vozes de mulheres e crianças que se diziam ser dos espíritos...Mais
propaganda e mais repercussão...Até alguns "sábios" estrangeiros foram estudar o tema na cidade e também
favoreceram a hipótese dos espíritos serem responsáveis.
Outros inúmeros acontecimentos nos mostram todo um conjunto que nos faz lembrar a famosa frase de
Petrônio: "Mundus vult decipi; ergo decipiatur" ("O mundo quer ser enganado, pois que seja enganado")
A parapsicologia científica, de tantos e brilhantes renomados cientistas tais como Tyrrel, Rhine, Quevedo,
Roll, Thouless, etc.. assim como centros de pesquisa tais como o CLAP em São Paulo, a Duke University (USA),
Universidade Real de Utrecht (Holanda), Cambridge, etc.)...foi colocando argumentos e provas não só demonstrando
que os fenômenos parapsicológicos são deste mundo, dos vivos, mas també m que é totalmente impos sível a
intervenção dos mortos ou entidades espirituais neste mundo.
Verdadeira história- Tudo começou após uma matança de porcos. Ninguém duvida que em qualquer cozinha
do mundo, devido aos diferentes ingredientes (vinagre, banha, etc) e a ação contínua do fogo, o fogão de cimento
poroso se deteriorasse.
Apareceram manchas sugestivas....como podem aparecer nas nuvens, na madeira, etc., dando ocasião a que
as crianças se entregassem aos brinquedos de imaginação... Brincando, algumas pessoas começaram a dizer:
-"Olha, parece um rosto!" Nos dias seguintes, após as sugestões, apareceu a "figura sugerida" retocada com
cal.

Outros casos concretos segundo testemunhas:


-"Olha, este contorno do rosto deve passar por aqui." E no dia seguinte, apareceu retocado com fuligem.

Numa
ouviram falar Vila vizinha
dos "Rostos por esses
de Belmez" dias, realizou-se
e começou uma "Feira Agrícola". Os jornalistas que compareceram à feira
o "Boom."
Os primeiros informes locais do tema foram dados pelos jornais de Jaen e Granada. Começaram a vir os
curiosos de toda a região...
-" Olha, parece que tem dentes". E no dia seguinte aparecem os dentes raspados com um garfo, ou prego, ou
qualquer outro objeto apto.
Um filho da família Pereira opôs-se ao rumo que estavam tomando as coisas e discordou plenamente
ameaçando revelar toda a verdade que já passava de brincadeira inocente...Mas ninguém a essa altura, era capaz de
silenciar os acontecimentos e optou, finalmente, por concordar mantendo silêncio.

178
Um fotógrafo de Huelma, a cidade vizinha, tirou umas fotografias dos rostos e fez 400 cópias dando-as de
presente aos donos da casa para que as vendessem aos visitantes. O fotógrafo impôs uma condição: quando
acabassem as fotografias presenteadas, nas demais, ele ficaria com 50% do preço.
Assim, não cobravam ingresso à casa, mas às fotografias. No começo custavam 5 pesetas por foto, depois
10, finalmente 15 pesetas.
Logicamente, se os visitantes não queriam encontrar dificuldades na entrada e na observação dos rostos,
deveriam comprar umas tantas fotos. Então tudo era sorriso e passagem franca...
O negócio foi aumentando... Antonio Casado, enviado especial do jornal "Pueblo" de 21-02-72, cita que em
um fim de semana havia aproximadamente 10.000 pessoas com intenção de entrar na casa.
Anunciou-se para os dias 12 e 13 de outubro de 1974, o II Congresso Nacional de Parapsicogia, em
Barcelona. Foi então que o Sr. Gérman de Argumosa decidiu levar "Rostos de Belmez" como assunto para o Congresso.
Assistentes sérios do Congresso não duvidaram em declarar a "operação Belmez" como manifesta auto-promoção
pessoal do S. Argumosa.
Posteriormente, o jornal que lançou o Boom, retratou-se. Mas o tema caíra nas mãos do Sr. Argumosa.
Incansável, rico, organizado, boa conversa.
Nomes e provas - O Sr. Ramos Pereira, Presidente da Sociedade Espanhola de Parapsicologia, descobriu
que os negativos das fotografias dos "rostos de Belmez" apresentados pelo Sr. Argumosa estavam retocados Portanto
não só retoques nos rostos da cozinha, mas também nos negativos das fotografias.
Verificações do parapsicólogo Francisco G. Fontanet: descobriram-se rostos que tinham sido retocados
simplesmente com fuligem utilizando um dissolvente caseiro. Em outros rostos existem evidências de terem sido
desenhados com água forte e silicato sódico, produzindo efeito no cimento.
O Dr. José Luiz Jordán Peña, psicólogo e parapsicólogo visitou os rostos de belmez e analisou pedaços de
cimento: "Tudo não passa de uma fraude grosseira", se achou por bem advertir que "Dona Maria, proprietária da casa,
descobriu as feições enquanto lavava a crosta da fuligem que impregnava a cozinha" e descobriu-se que uma das
figuras estava feita com fuligem do mesmo fogão, utilizando um dissolvente caseiro (vinagre).

Confirmação da fraude
- Sobre este detalhe da fuligem, temos um dado interessante, fornecido pelo jornal "Pueblo" (22,02,72): "O
marido de uma das professoras da localidade foi ver um dos rostos que tinham movimentado a cidadezinha em meados
de setembro". O rosto estava embutido na parede e tampado com um vidro, detalhe que também se deve levar em
conta, principalmente quando as pessoas da casa não querem nem ouvir falar de que o vidro fosse retirado. "Este
senhor passou o dedo pelos traços que formam o bigode, ou o que seja, desse rosto. Seu dedo manchou-se de fuligem
e giz.
O jornal "Pueblo" que havia lançado o "Boon" publicitário, decidiu pesquisar seriamente.

Analise efetuada:
Detecção radioativa (na "Assembléia de Energia Nuclear" foi submetido à analise químico-isotópico, que
consiste em bombardear com nêutrons as amostras)
Análise de elementos que formam os traços.
Exame de microscópio
Estudo com raio X
Análise químico-qualitativa

Análise orgânica
Provas acústicas
Impressão de placas radiográficas e fotográficas
Investigação no arquivo municipal e paroquial
Estudo psicológico dos protagonistas
Fotografias com raios infravermelhos e ultraviletas.
E a conclusão de "Pueblo Pesquisa": o fenômeno é truque.

E chama a atenção para as suspeitas cotoveladas que os familiares da casa se davam.


179
Fizeram-se várias análises químicas de amostras tiradas dos rostos aparecidos no fogão. Entre algumas
destas análises podemos citar a realizada pelo químico Dr. Angel Viñas que conclui que nos desenhos intervém o nitrato
de prata e o cloro, submetido à luz ultravioleta.
O nitrato de prata reage com os fótons, aparecendo os desenhos e suas modificações, meses ou inclusive
anos depois de serem tratados assim.
Levemos em consideração o fato de que por um mês se fechou a cozinha e se cobriram os rostos com
plástico, aparecendo, posteriormente novas figuras. A aparição dos rostos assim tratados só depende da quantidade da
mistura efetuada. È mera questão de tempo, luz, e quantidade de sais de prata empregados em cada rosto ou em cada
detalhe dele. Nada atrapalha lacrar a porta e pôr plástico sobre os desenhos.
Um grupo de pesquisadores de "Eridame" (pesquisas cosmológicas), entre os quais se encontravam
especialistas da Agroman (firmas bem conhecidas em toda a Espanha) teve oportunidade de pesquisar no mesmo lugar
dos acontecimentos e realizou também análises químicas. Sua conclusão: tudo não passa de uma mistificação
grosseira.
O colégio Malaguenho "Cerrado de Calcedón" organizou a demonstração perante 400 pessoas, entre as
quais, se encontrava a prefeita de belmez e um grupo de vizinhos da cidadezinha; compareceu o Dr. Vicente España
Garcia, membro do Centro de Pesquisa de Ciências Especiais", acompanhado do Dr. Rafael Liébana. Apresentaram
ante o "tribunal", dois retângulos de cimento, pedindo que fossem examinados por várias pessoas, cujos nomes foram
anotados; verificaram que sobre os referidos retângulos não havia pintura nem desenho algum.
Após uma hora e meia, aproximadamente, foram examinados de novo, e com surpresa geral, viu-se que
neles havia uns rostos similares aos que se vêem em Belmez, apesar das peças terem permanecido à vista do público,
sobre uma mesa e sem que ninguém as tocasse. Explicou-se então, que com antecedência, tinham desenhado tais
rostos com a solução de uma grama de nitrato de prata e nove gramas de amoníaco.
O amoníaco logo se volatiliza inteiramente, sem deixar vestígios. A solução penetra nas porosidades do
cimento e desaparece qualquer desenho. Mas aparece depois, sem que possa ser limpada por processo algum. Estes
senhores repetiram a experiência no cimento da Avenida Dr. Maranhão. Também lá verificou-se o processo de
invisibilidade dos desenhos que apareceram depois.
O Pe. Quevedo, quando foi perguntado a respeito dos "Rostos de Belmez", na TV espanhola, disse
taxativamente: "Os Rostos de Belmez tal como são apresentados, são impossíveis em parapsicologia. Portanto, exagero
e truque". Sabia o que dizia: as duas coisas clara e repetidamente demonstradas: exageros e truques.
E as psicofonias- "A rua onde está a casa dos rostos, reúne condições acústicas especiais. Falando
normalmente na calçada, percebem-se os ecos produzidos pela própria conversa. Da mesma forma, a cozinha onde se
encontram os rostos, apresenta idênticas propriedades acústicas. A diversidade de objetos de vidro e porcelana que se
encontram na habitação, contribuem para deformar os ecos das vozes emitidas normalmente."
O vigário de Belmez, Pe. Antonio, após nossas notícias sobre as vozes gravadas por Argumosa, realizou
umas pesquisas por sua própria conta. Seu aparelho é da mesma marca que o do citado senhor; registrou murmúrios e
vozes deformadas que não eram outra coisa senão os barulhos das pessoas que habitam nas casas vizinhas.
Os membros da sociedade espanhola de parapsicologia reuniram-se no começo do ano de 1975, com a
participação do Padre Quevedo, (com a ausência do Sr. Argumosa, expulso da sociedade) para dar um juízo crítico
sobre estas vozes. Por unanimidade, chegou-se à conclusão de que a paranormalidade das vozes e barulhos não
passava de fruto da imaginação do Sr. Argumosa e que essas gravações não podiam sequer ser consideradas
psicofonias.
É totalmente falso que o fenômeno da psicofonia (mesmo admitindo que fosse certo) implique na
autenticidade dos rostos. Um fenômeno não implica em outro, em nenhuma circunstância. Em Parapsicologia não existe
lei que afirme tal relação.
Neste artigo, nossa intenção não é negar a pneumografia, mas chamar a atenção justamente para os
fenômenos autênticos e alertar contra fenômenos falsos como os "Rostos de Belmez", capazes de empanar a visão
objetiva desta nova ciência, que por sua relação com os fenômenos denominados ocultos, necessita mais que qualquer
outra, de rigorosa metodologia contra possíveis fraudes.

Antonio Elegido - Revista de Parapsicologia nº21

180
Conclusões e Desafios

CONCLUSÕES
• Existem Fenômenos Parapsicológicos causados pelo Inconsciente das pessoas.
• Os Fenômenos Parapsicológicos sempre são espontâneos, incontroláveis e involuntários.
• Os Fenômenos Parapsicológicos não são um Dom, e sim um Desequilíbrio, que precisa ser tratado,
podendo causar, se forem "estimulados", distúrbios neurológicos graves.
• Os Fenômenos nunca devem ser estimulados, ou tentar desenvolvê-los ou treiná-los, como afirmam
muitas pessoas; pois estimulando nosso Inconsciente a tomar o lugar do Consciente, pode-se causar despersonalização,
distúrbios de Personalidade (como Dupla ou Múltiplas Personalidades), Neuroses, Parafrenias, etc.
• Os fenômenos aparentemente"inexplicáveis" de casas mal assombradas, batidas, movimento de objetos,
fantasmas, fogo, pedras, etc... são causados pela Telergia de algum morador, de modo inconsciente, talvez por um
problema psicológico.
• Não há de forma alguma, Comunicação de qualquer espécie, de Espíritos com Vivos.
• A Telergia só atua a no máximo 50 metros. DESAFIO: Retirem os moradores (pois é a telergia de algum
morador dirigida pelo Inconsciente dele que está causando o fenômeno) da casa "mal assombrada"; instalem filmadoras,
microfones e sensores; e NADA ACONTECERÁ...
• É importante ressaltar que a Parapsicologia científica, não atribui fenômenos aos espíritos de mortos,
pelo contrário, refuta totalmente a comunicação dos mortos, analisando, explicando e provando o poder do nosso próprio
INCONSCIENTE.
• A PARAPSICOLOGIA não nega que existem fenômenos tais como: telepatia, precognição (conhece r o
futuro), ou Telecinesia, (movimento de objetos); e sim os estuda e explica como sendo causados não por espíritos,
demônios, duendes, bruxas, Ets, orixás, ou qualquer que seja a entidade (ou paranóia) ; e sim são causados por nosso
próprio INCONSCIENTE (dos vivos e nunca dos mortos).
• O curandeiro na verdade não cura nada. Ou a pessoa se sente curada pela auto-sugestão (perigoso,
pois tira-se a dor mas não tira a doença); Ou a pessoa é "curada"de uma doença psicossomática que voltará mais tarde;
pois atacou o efeito e não a causa (causas psicológicas). O necessário nestes casos é um tratamento
psicológico/psiquiátrico.
• A Parapsicologia também estuda os Milagres (também chamados de Fenômenos Supranormais). O
Milagre é superior às leis(forças) da Natureza e não tem explicação científica (é superior). Deve ser estudado por todos
os ramos da Ciência e a conclusão para ser um Milagre autêntico é de não ter explicação. Se tiver explicação natural,
não é Milagre.
• A Parapsicologia não estuda a explicação de como são realizados os milagres; e sim estuda suas
características e ambiente em que ocorrem. Com esse estudo se chegou a conclusões Fantásticas

181
Entrevista com Padre Quevedo

Trechos de entrevistas com Padre Quevedo em vários jornais e revistas


Aos 7 anos de idade, depois de viver um exílio forçado em seu próprio país por causa do fuzilame nto do pai
pela Frente Popular Espanhola-regime político de republicanos e comunistas, que substituiu a monarquia-, o menino
Oscar G. Quevedo se tornou ávido leitor de livros espíritas. O trauma provocado pela morte do pai, Manoel Gonzáles
Quevedo, um deputado tradicionalista de Madri, ligado à corte do rei Alfonso XIII, transformara o garoto em uma criança
extremamente supersticiosa. Morando clandestinamente em Gibraltar com um tio (irmão da mãe) que acreditava no
espiritismo, foi orientado a buscar naquela literatura, as razões da superstição adquirida.A partir dali acabou descobrindo
a vocação religiosa quando estudava humanidades na Universidade de Salamanca, no norte da Espanha. A seguir, se
formou
seus em filosofia
estudos sobre eo psicologia na Universidade
"Além", particularmente de Santander
sobre e decidiu ir para um seminário jesuíta. Aprofundou, então,
mágica e ilusionismo.
O então reitor da faculdade de Filosofia, padre Vicente Gonzales, conhecendo o interesse de Oscar Quevedo
pelo ocultismo, recomendou que ele viesse para o Brasil, campo fértil para pesquisadores do sobrenatural. Foi ordenado
padre em 1961, em um seminário de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Fundou, a seguir, o Centro Latino Americano
de Parapsicologia (CLAP), em São Paulo, que dirige até hoje-onde passa os dias, pesquisando na biblioteca com mais
de 10.000 volumes que reuniu sobre paranormalidade. Somente sai dali quando se desloca qualquer ponto do país para
ministrar cursos sobre parapsicologia, tema em que é hoje um dos maiores especialistas do mundo. Para tanto, lê, fala e
escreve fluentemente outros quatro idiomas (latim, grego, hebraico e português) além de sua língua pátria, o espanhol.
(Léo Alves)

1 - Que avaliação a cúpula da Igreja Católica faz do seu trabalho?

No começo, há quarenta anos, quando cheguei ao Brasil, surgiram dificuldades, mal entendidos, sofri
pressões por uns oito anos, mas depois, pouco a pouco, a verdade foi sendo aceita e, hoje, todos os jesuítas me
apóiam, e também os bispos. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)mandou que eu fizeste, anualmente,
cursos de parapsicologia para sacerdotes e agentes de pastoral. Então, tenho apoio irrestrito da igreja.

2 - O senhor acredita em vida extra-terrestre?

Tem que existir. Mas isto é uma dedução filosófica. Penso, entretanto, que se existe uma raça humana, tanto
material quanto espiritual, seria um absurdo Deus ter criado no planeta Terra tanta variedade, tantas espécies, e fora
daqui, existirem outros milhões de planetas sem vida. Pensar que só está habitada esta partícula de pó, que é a Terra, é
filosoficamente inadmissível.. Agora, que se comuniquem conosco pelos chamados óvnis (objetos voadores não
identificados) nunca alguém demonstrou algum caso concreto de que tenhamos sido visitados por alienígenas e suas
naves.

3 - O movimento carismático é visto como uma fórmula que a Igreja Católica encontrou para tentar
combater o crescimento das igrejas evangélicas. Procede?

O movimento carismático não foi arquitetado pela igreja para combater o pentecostalismo. Os carismáticos
foram organizados na América (Estados Unidos) e, por conseqüência, foram se espalhando pelo mundo.

4 - A Igreja Católica está preocupada com o crescimento das religiões evangélicas?

Está. Os que não se preocupam deveriam se preocupar, porque existem hoje 11.000 religiões no mundo.
Isto é de doer o coração de Cristo que queria que fôssemos um só rebanho e um só pastor. Os que dispersam o rebanho
não são os pastores que Cristo queria.

5 - A Teologia da Libertação é um movimento necessário na Igreja Católica?

Necessário ou não é um movimento dentre as centenas de movimentos que há dento da Igreja. Acho que é
um chamado de alerta muito interessante, porque havia certos descuidos, certos desvios pastorais. Cristo, quando
estava no deserto, havia feito opção preferencial pelos pobres e houve um momento em que a Igreja Católica na
América Latina se desviou daquele ensinamento de Cristo.

182
6 - O guru goiano Carlos Pacini dizia curar pessoas com um abraço energético. O senhor acredita
nessa possibilidade?

É absolutamente um truque ou sugestão. Se os doentes recebessem, como vasos comunicantes, energias, e


os curandeiros transmitissem energias, imagine o que aconteceria com os médicos e enfermeiras que estão sempre ao
lado de pessoas debilitadas? Se um curandeiro transmitisse energia como vaso comunicante, depois do terceiro ou
quarto paciente que atendesse, ele ficaria exaurido. Não existe isso. É verdade que já se acreditou em magnetismo
animal, em jorei, a partir do mesmerismo, que é hipnotismo.Isso tudo teve vários nomes no começo das pesquisas. Mas
foi muito bem estudado e se concluiu que é uma farsa.Parapsicologicamente, algumas vezes é possível uma pessoa
desprender energia, além do calor, mas é uma energia somática, a telergia, que se transforma e se exterioriza em forma
de som, de fogo, de aura. Mas a telergia só age espontaneamente, nunca com hora marcada, e somente sobre objetos e
animais pequenos. Nunca sobre animais grandes ou sobre o homem. Isto já está provado cientificamente. O que Pacini
diz fazer é puro charlatanismo. A parapsicologia internacional está disposta a dar 10.000 dólares a cada um dos
curandeiros- podem se reunir todos - se eles forem capazes de emitir energia e curar uma cárie dentária...

7 - Por que o senhor aceitou participar do programa "Fantástico", da Rede Globo?

Mesmo que eu, dentro das minhas poucas possibilidades financeiras, tivesse de pagar, aceitaria porque
interessa ao meu trabalho, que é o de esclarecer, tirar superstições, confirmar verdades. O Brasil é o País mais
supersticioso do mundo, lamentavelmente. Aqui, qualquer bobagem é considerada um milagre. E se disseminam
religiões sem fundamento como em nenhum outro lugar. Até os cristãos católicos têm superstições. Esclarecer essas
coisas é o meu trabalho e para isto fui chamado ao Brasil há quarenta anos. Então, não poderia perder uma
possibilidade de estar numa mídia tão grande quanto a do Fantástico- embora não se possa explicar grande coisa no
espaço de tempo que tenho. Mas é uma sementinha que vai ser plantada em milhões de pessoas, o que conta muito
para meu apostolado.

8 - O senhor acredita que a ciência e a religiosidade acabarão se encontrando como admitem alguns
dos maiores expoentes da psicologia transpessoal?

Sem sombra de dúvida. A Psicologia transpessoal, a psicologia profunda de Viena também são reconhecidas
pela Igreja Católica. A última encíclica do Papa João Paulo II, resumindo o pensamento universal, tanto da ciência
quanto da religião, entendeu que não há incompatibilidade nenhuma entre a verdade religiosa e a verdade científica. Se
a ciência só estuda a matéria, problema da ciência por esse desvio. Mas deveria observar todos os fatos inerentes ao
mundo. A verdade relig iosa e a verdade científica estão estudando temas diferentes, mas naquil o em que há
coincidência, estamos
doutrina, a ciência estudando
estuda os como
o milagre mesmos
um fenômenos. A religião
fato observado estuda
no mundo. Poro isto,
milagre
comcomo confirmação
razão, ciência e fédepodem
uma e
devem colaborar entre si.

9 - Se o homem é um Cristo potencial, ele pode, então, chegar à estatura de Jesus Cristo aqui na
Terra?

Já ouvi muitos disparates na minha vida, discutindo com setores espiritualistas, mas esse é um dos maiores.
Por muito que o homem se desenvolva, nunca chegará à estatura de Cristo. Aos fanáticos que se intitulam como o novo
Cristo, capazes de realizar os milagres que Ele fez para provar que era Deus, eu digo: Revitalizem os mortos, curem
leprosos à distância. É pura fantasia o homem achar que pode um dia chegar à estatura de Cristo.

10 - Chico Xavier é uma fraude?

Pode ter fraudado alguma vez. A revista Manchete descobriu que ele escondia embaixo da mesa em que
trabalhava uma bolsa de borracha que, quando apertava, soltava, pela sua manga, um cheiro de santidade. Se
comprovou também outras fraudes nas chamadas materializações. Ele não contribuiu diretamente para isto porque
estava em transe. Apesar de tudo, considero Chico Xavier um homem bom, um homem sincero. A psicografia, isto sim,
nada tem
tio para a ver com porque
psicografar, o Além.estava
É um transe. O próprio sobrinho
sendo preparado de Chico
para ser seu Xavier,
substituto. Amaury Pena,
Infelizmente, disse que
ele morreu em foi
umtreinado
acidentepelo
de
carro.Psicografar é uma escrita inconscien te, automática. Se Chico Xavier fosse um pouco mais culto nunca diria que
psicografa, principalmente por Emmanuel, senador romano dos tempos de Cristo. Naquela época nenhum senador
romano poderia se chamar Emmanuel, um nome católico-cristão, que significa "Deus-conosco". Além disso, se Chico
Xavier psicografa um senador romano dos tempos de Cristo, então ele escreveria em Latim. Eu comprovei
pessoalmente, várias vezes, que Chico Xavier não entende uma palavra em latim, não escreve em latim.

11 - O senhor nega a comunicação dos mortos com os vivos, entretanto, como explicar a
transfiguração do Tabor (em Israel) quando Jesus foi envolvido por uma nuvem e nela apareceram Elias e
Moisés? Não foi uma evidência de que os mortos aparecem?

183
Não. Moisés é um símbolo da Lei e Elias é um símbolo dos profetas. Cristo, ao transfigurar-se, num
magnífico Milagre, simbolizou o despertar dos apóstolos que estavam como que dormindo.Foi quando São Pedro disse:
"Façamos três tabernáculo e comentem o Evangelho". Isto aconteceu porque os apóstolos naquele momento, estavam
completamente em transe, sem saber o que diziam- e a aparição de cristo para eles representou, simbolicamente, a Lei
e os Profetas. Foi uma metáfora. É preciso que se saiba que, tomar os ensinamento da Bíblia ao pé da letra é falta de
respeito. A transfiguração de Cristo foi um Milagre, mas as "presenças"(visões) de Moisés e Elias naquele episódio
simbolizavam claramente a Lei e os Profetas, o que Cristo queria que os apóstolos se lembrassem.

12 - O senhor nunca sofreu alguma censura oficial da Igreja?

Oficial, não. O Papa e os Bispos nunca se opuseram ao meu trabalho. Alguns padres ficaram meio
desconfiados, chegaram a me chamar para explicar algumas coisas, mas só ficou nisso. Teve um superior meu que, por
erro de informação, achou que a parapsicologia era coisa de herege, mas também com o tempo, tudo ficou esclarecido.
Fui à Roma e dei todas as explicações e fui compreendido.

13 - O senhor acredita na interligação de todas as religiões, a unificação de todos os nomes de Deus,


como pretendem alguns? Admite, afinal, que Cristo, Buda, Krishna e Maomé são diferentes nomes da mesma
divindade?

Coisas contraditórias não podem ser verdadeiras. Há religiões que consideram que tudo é Deus. Já o
cristianismo acredita na ressurreição: o homem não morre, se transforma. A ressurreição, portanto, é incompatível com a
reencarnação que é defendida por outras doutrinas. Embora existam partículas de verdades em todas as religiões, as
contradições entre todas são fatos inquestionáveis. Por isso, acreditar que possam se unificar e definir seus deuses por
um só nome, não é possível. Também, na época de Cristo havia muitas religiões e ele dizia que era preciso definir o que
era a verdade, e mandou seus apóstolos ensinarem ao mundo a verdade. Se tem quem acredita nas partículas de
verdade, tudo bem, acredite. Mas, como teólogo e cientista, encontro tantas coisas contraditórias que não posso aceitar
que Buda, Krishna, Maomé e Cristo sejam uma mesma divindade. Não.

14 - O senhor certamente leu o livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", do escritor português José
Saramago. Ele apresenta um perfil mais humano de Cristo, o que não agradou a Igreja Católica em Portugal. Que
avaliação o senhor faz do livro?

Como estilo literário, embora não seja a minha especialidade, gostei muito. Mas é de uma petulância doentia
querer saber, no século 21, como foi Cristo, como se comportava Cristo. E, o que é pior, passando por cima das
testemunhas escolhidas por Cristo, pessoas que o acompanharam. Além disso, os escritores contemporâneos de Cristo,
todos eram gregos. Portanto, tudo o que foi escrito por eles e até Cícero, outro contemporâneo de Cristo, é a melhor
verdade histórica de toda humanidade. Querer, agora, um literato, que nem teólogo é, que nem historiador é, que nem
filósofo é, que nem parapsicólogo é, se pôr a falar sobre este tema no século 21, e ainda ganhar Prêmio Nobel, é uma
loucura localizada.

15 - Qual o teólogo que mais influenciou o seu pensamento?

Eu gosto muito de Karl Rhaner, porque é jesuíta e excelente parapsicólogo, além de grande teólogo, e tem
mais uns três ou quatro grandes historiadores sacros e especialistas em parapsicologia.

16 - O senhor não teme atrair para si antipatia social em razão de suas rigorosas opiniões contra o
espiritismo?

A primeira obriga ção do cientista é não atrever-se a emitir uma opinião que não seja a verdade. A segunda
obrigação é não atrever-se a ocultar nada que seja verdade. Como cientista, estudo os fenômenos parapsicológicos em
todo o mundo para apresentar à sociedade uma explicação reta. E, como sacerdote, sou uma pessoa interessada em
eliminar os erros de interpretação, separar a verdade da superstição e diferenciar o verdadeiro do falso milagre.
Portanto, não devo me preocupar por estar revelando a verdade sobre o que está traindo a verdadeira religião.
17 - O Senhor se considera um cientista?

Eu não me considero, eu sou.Sou doutor em teologia. Em toda a minha vida, com cinco carreiras
universitárias, me dediquei a estudar a parapsicologia. Portanto, não tenho o menor receio de afirmar que sou um
cientista.

18 - Um religioso superstar tipo o padre Marcelo Rossi traz que tipo de contribuição para o
catolicismo?

184
O que o religioso pretende ou deve pretender como meta, é chegar ao maior número possível de pessoas.
Se cantando, Padre Marcelo atrai multidões, isto é um instrumento evangelizador muito bom. São Paulo dizia também
que, se não evangelizar, o apóstolo é como o sino que não faz barulho.

19 - O senhor se acha capaz de desmascarar as curas espirituais praticadas pelo curandeiro João de
Deus, que atua em Abadiânia, nas proximidades de Brasília?

O João de Abadiânia é pura farsa, todo mundo sabe. Eu já fui lá e ele fugiu. Ele diz que incorpora o espírito
do jesuíta Santo Inácio de Loyola. Ora, Santo Inácio de Loyola era basco e João de Abadiânia, quando se diz
incorporado pelo santo, não fala uma palavra em espanhol. Santo Inácio estudou na Universidade de Paris e João de
Abadiânia não sabe francês, nem fala nessa língua quando se diz incorporado. Santo Inácio viveu muitos anos em Roma
e João não fala em italiano. Santo Inácio, como todos os padres da época, sabia latim. João de Abadiânia, não entende
e nem fala uma só palavra em latim quando se diz incorporado. Ele mesmo quando está doente, vai aos médicos, não
procura um curandeiro nem apela ao espírito de Santo Inácio de Loyola.

20 - Por que os psicólogos e psiquiatras criticam tanto a parapsicologia? Na sua opinião, é


preconceito ou há mesmo uma polêmica científica?
A parapsicologia está muito bem estudada e os últimos a não aceitarem esta ciência são os psiquiatras e os
psicólogos.Parapsicologia, psicologia, psiquiatria são palavras que sugerem a psique. Qualquer profissional de
psicologia e psiquiatria considera que a psique é sua especialidade, mas, como não entende de parapsicologia, sai
dizendo que "isso não é uma ciência". E se opõe automática e instintivamente. A parapsicologia nada tem a ver,
propriamente com psicologia e psiquiatria. O psiquiatra estuda as manifestações anormais do psiquismo humano. O
psicólogo estuda as manifestações normais. A parapsicologia é o conjunto dos ramos das ciências (física, química,
medicina, filosofia, teologia). É uma ciência que estuda o comportamento não freqüente, à margem do normal,
extraordinário, relacionado com o homem ou a outras forças da natureza. Qualquer manifestação da natureza, antes de
ser negada, deve ser estudada. E é a parapsicologia que estuda os fenômenos incomuns. Roger Bacon (monge britânico
franciscano- 1212/1294 -, conhecido como Doutor Admirável, que preconizou a ciência experimental) reagiu numa época
em que a religião se metia e dava palpite em tudo, e que logo atribuía ao demônio o que não entendia. Ele defendeu que
as manifestações desconhecidas deveriam ser estudadas em laboratórios e as análises repetidas à exaustão.

21 - O que o senhor acha da telepatia? Seria algo equivalente a televisão, uma transmissão de ondas?

A faculdade que permite as comunicações telepáticas, cientificamente chama-se faculdade PSI-GAMMA e


esta faculdade nada tem a ver com ondas, por ser faculdade não material. Nos seus primórdios, a Ciência, que era
exclusiva e aprioristicamente materialista, ao estudar esses fenômenos, pensou que deveriam ser sensoriais, como a
HIP, isto é, Hiperestesia Indireta do Pensamento. Este sim, poderia se assemelhar ás ondas da televisão, onde há
emissões que são emitidas e captadas pela pessoa; como os aparelhos de televisão captam as ondas emitidas pela
central.

22 - Qual a utilidade da Parapsicologia? Além das contribuições valiosas já mencionadas?

É tão útil quanto ou mais que a Medicina, a Psicologia e outras ciências pois ela é essencialmente
libertadora. O homem moderno vive cercado de medos de demônios, espíritos, de homens com podere s, extra-
terrestres, de forças secretas, de ameaças cósmicas, de fantasmas, de visões e de comunicações do além, etc.. E
mostrar a esse homem que tudo isso é proveniente do próprio homem, de suas energias psicofísicas, de suas
faculdades espirituais, é libertá-lo de temores, é torná-lo consciente e senhor de si e de sua vida, que deverá ser mais
feliz, e paralelamente, pela prova dos milagres, trazê-lo à verdadeira Religião Revelada.

23 - E como está atualmente a Parapsicologia no Brasil?

Um número relativamente reduzido de pessoas possui uma idéia correta desta Ciência; a maioria tem uma
idéia vaga e errada. Poucos brasileiros leram obras sérias e científicas sobre este assunto. Há além do mais, muitos
conferencistas que se apresentam como professores de Parapsicologia e não o são, sendo na realidade, propagandistas
de superstições.

24 - Feitiço e mau-olhado também são estudados pela Parapsicologia?

São muitas as pessoas que sofrem porque se sentem enfeitiçadas, "alguém me fez um trabalho". Na
realidade, o feitiço não tem poder algum. O efeito do feitiço nada mais é do que o próprio temor da pessoa que se sente
enfeitiçada. Por causa da auto-sugestão negativa, esta pessoa pode se sentir doente, mas a causa da doença não está
no feitiço e sim no medo da pessoa que se auto-sugestionou.

185
25 - Falando do espiritual...acredita o senhor que há vida após a morte?

O tema da sobrevivência é estudado com especial interesse e atenção pela Parapsicologia. Em Durham,
desde 1992, com a Instituição Mc Dougal, inaugurou-se a Fundação para Investigação da Natureza do Homem. Já
antes, no Congresso Internacional de Parapsicologia de Saint- Paul de Vence (1954), os parapsicólogos e filósofos
concluíram pela espiritualidade da faculdade. Em 1961, nos Estados Unidos, foi fundada a "Psychical Research
Foundation" que publica o boletim THETA (da palavra grega que significa morte) no qual são expostos argumentos
científicos em prol da sobrevivência. A sobrevivência é uma dedução lógica da espiritualidade que há no homem.

26 - O que é Parapsicologia?

É a Ciência que trata dos fenômenos misteriosos, a primeira vista inexplicáveis, porém relacionados com o
homem. Já os povos antigos pretendiam invocar os mortos, faziam adivinhações e havia entre eles curandeiros. Já então
eram conhecidas as "casas mal assombradas". Posteriormente surgiram na Inglaterra, os cavalos encantados, os
fantasmas e os bruxos. Datam de milênios os casos de pessoas ignorantes e analfabetos que, de repente, começam a
falar línguas desconhecidas, pessoas que se levitam, pessoas endemoninhadas, etc. Os fatos que ainda hoje se
repetem, são iguais; interpretados, porém de modo diferente e com finalidades específicas. Uns atribuem-nos aos
demônios, outros a gênios, a deuses, e hoje está em moda, principalmente no Brasil, atribuí-los aos mortos. Podemos
dizer que a Parapsicologia é o conjunto de ramos da ciência que estuda e estabelece a diferença entre verdadeiros e
falsos milagres; os fundamentos verdadeiros ou falsos das religiões.

27 - Que visa então a Parapsicologia?

Como ciência tem a finalidade de constatar e analisar esses fenômenos. Essa constatação científica nos
permite fazer certas afirmações seguras; o que ra outrora atribuído a entidades do além, a Parapsicologia provou serem
de srcem humana, isto é, trata-se de faculdades ou "poderes" do próprio homem vivo. Menos os verdadeiros milagres,
exclusivos de Deus. A ciência vê o ambiente do fenômeno supranormal (milagre), e constatou: só em ambiente religioso
divino.

28 - O senhor costuma dizer que as manifestações parapsicológicas não devem ser fomentadas ou
desenvolvidas, mas curadas. Esse posicionamento não encontra respaldo em todas as teorias parapsicológicas
já desenvolvidas. Existem linhas de estudo, que inclusive pensam o contrário: que as faculdades são uma
evolução natural do ser humano e devem ser estimuladas. O senhor não acha perigoso tentar conter uma
capacidade mental que pode ser inerente ao ser humano?

O Congresso Internacional de Parapsicologia, realizado na Europa em 1953, proibiu fomentar esses


fenômenos. O Dr. Tart comprovou que as brincadeiras com o baralho Zener, que se faziam na Duke University, podem
causar lesões cerebrais que não se curam nunca. Cada vez que se fala de uma casa mal-assombrada, de pirogênese,
logo surge uma epidemia de casos. Faríamos um mundo de loucos, de hipernervosos, porque ninguém manifesta um
fenômeno parapsicológico em estado normal, só em estado alterado de consciência. Telepatia, por exemplo, todo mundo
tem alguma vez. Mas uma casa mal-assombrada, uma levitação, uma transfiguração, uma pirogênese, uma
autocombustão, são desequilíbrios. Plenamente normal, equilibrado, ninguém manifesta sequer uma telepatia, que é o
fenômeno mais vulgar. O estado alterado poderá ser uma emoção, um sonho, o barulho dos atabaques, que causa uma
disritmia cerebral, ácido lisérgico, peyote mexicano, cânhamo índico, mescalina, contágio psíquico, morte aparente, uma
febre alta. Por outro lado, isso surge do inconsciente e o consciente não reconhece como próprio. Assim, há a
necessidade de atribuir algo a alguém, e a pessoa pensa que tem poderes divinos, de espíritos, exus, orixás, fadas,
ondinas, salamandras, larvas astrais, gênios, mahatmas; interpretações delirantes que levam à dupla personalidade. Um
instituto que promete fomentar os fenômenos parapsicológicos vai atrair muito, vai estar cheio de seguidores, mas não é
científico. Os fenômenos devem ser curados.

29 - Mas em outras religiões também se fala da ocorrência de milagres, e as pessoas não concordam
com esse ponto de vista.

Qualquer bobagem é milagre ou então milagre é uma bobagem. Expulsou o demônio, saiu caminhando,
tinha um tique nervoso e agora está bem. Algum caso de devolução de uma perna? Os católicos tem muitos. Algum caso
de devolução de uma mão? Os católicos têm muitos. Alguma cura instantânea de um leproso? Temos muitas.

30 - E no caso da pictografia de Luiz Antonio Gasparetto? Os espíritos pintam através dele?

Por que Luiz Gasparetto, em vez de pintar autores impressionistas, que ele conhece, não pinta um autor que
não conhece? Ele treinou a vida inteira para a pictografia- é um automatismo. A psicografia em geral se provoca com
toda a facilidade. Dizem que são os mortos. Por que Chico Xavier não psicografa em latim? Ele diz que Emmanuel era
um senador romano dos tempos de Cristo reencarnado no padre Manuel da Nóbrega. Então teria de se manifestar em
latim. Mas a psicografia só sai em português e de autores que ele conhece. Não digo que seja truque, mas é um
186
fenômeno claramente humano. Gasparetto também, só com autores que ele conhece. Ele treinou a vida toda para isso.
Levamos algumas pinturas de gasparetto ao diretor do Museu de Arte Moderna e ele disse que, se aquilo fosse do autor
ao qual se atribui e ele renascesse das cinzas, morreria de novo, de susto. As pinturas são apenas semelhantes, feitas
com habilidade e uma rapidez típicas de todos os automatismos. Em um estado alterado de consciência, quando os
automatismos tomam conta da máquina humana, quem não é especialista se surpreende. Mas reflitam um pouco: se
fossem os mortos, por que nunca psicografam em latim, alemão ou russo??

31 - Independente desse posicionamento, outras linhas de pesquisa não acham que os fenômenos
são algo para ser "curado".

Volto a dizer: temos de ver os argumentos. A Parapsicologia européia é a melhor experimentação de


laboratório, com observações de casos espontâneos, experimentação qualitativa e teoria, com deduções a partir das
experiências e pesquisas. Não só com a experimentação de laboratório, que acontece na escola norte-americana - só
estatística matemática e laboratório. A escola norte-americana tem seu mérito, pois convenceu a UNESCO e a OMS a
aceitar a Parapsicologia como científica. Na realidade, é um erro da ciência nos últimos três séculos e meio, só aceitar a
metodologia materialista da repetição em laboratório. Mas não é científico querer que a realidade se adapte ao método.
O
demétodo é que
pesquisa, temdemonstra
o que que se adaptar
que seà trata
realidade.
de umAcabaram por aceitar
aspecto menor a percepçãopsi-gamma,
dos fenômenos extra-sensorial por método
tão amplos material
que se
manifestam até em laboratório, com aquela situação de enervar, com a estatística matemática querendo captar coisas
tão "emotivas" quanto o baralho zener. Pois a emotividade é comprovadamente um fator muito importante. Então, há
escolas que opinam por falta de conhecimento. É preciso aprofundar e ver os argumentos.

32 - O senhor se referiu aos fenômenos paranormais como sendo sempre espontâneos e


incontroláveis, e que é impossível produzi-los com hora marcada, senão pode-se tratar de um truque. Ligando
essa afirmação com aquela sobre a escola norte-americana, sabe-se que existe uma série de experiências
realizadas em laboratório, inclusive com o "paranormal" Uri Geller, que esteve no Stanford Institute, na
Universidade de Londres, no Japão e em várias outras por todo o mundo. Segundo os cientistas que o
examinaram, os poderes dele são reais. Foram comprovados em laboratório.

Uri Geller era um mágico profissional num night club em Jaffa, perto de Tel Aviv. Tivemos um debate de mais
de 5 horas com a Manchete e a Rede Globo. Uri Geller versus Padre Quevedo: nocaute no primeiro round. Demonstrei e
ficou claríssimo que ele não dominava o fenômeno. Isso de dobrar um talher, ele fazia por truque. Ele argumentou que
entre o público, às vezes, o fenômeno acontece. Claro! Naquele ambiente que ele havia criado, com toda sua simpatia,
seria impossível não surgir uma paracinesia entre milhões de telespectadores. Ele disse que foi demonstrado no
Stanford
ele usavaResearch
um microInstitute,
rádio queque era verdadeiro.
colocava num denteMentira! Issolhe
oco para é publicidade
transmitir asdele. Lá, demonstraram
informações. que erapudesse
Que o fenômeno truque, que
ser
autêntico, sim. Mas que eles tivessem demonstrado que uri Geller fazia quando queria e como queria, não. Dizem que
alguma vez poderia ser verdade. Mas quando ele aparecia na televisão, eram truques e técnicas, e isso foi demonstrado.
Então não é verdade o que Uri Geller diz. Isso é propaganda dele. Le reconheceu que era truque.

33 - A transcomunicação instrumental, que o senhor avaliou em seu quadro no Fantástico, foi


explicada como um fenômeno parapsicológico- ou seja, influência da mente. O senhor também já disse que os
fenômenos parapsicológicos não podem ter hora marcada. Mas, em alguns casos de transcomunicação, o
fenômeno ocorre com hora marcada: as pessoas marcam dia, hora e local para a comunicação chegar. Como se
explica isso?

Esse senhor se preparou para o debate por muito tempo. As palavras que ele esperava, "Ramatis Presente",
são as mesmas que ele já tinha apresentado em vários outros congressos, assim como as imagens, de modo que no
programa, ele pretendeu enganar.E ficou claro que estava enganando, só que a Rede Globo, naquela oportunidade, não
quis terminar o debate e anunciou que vai continuar. Vamos deixar de lado o uso da eletrônica, porque com a eletrônica
se captam coisas de muito longe.Vamos simplificar, para sermos experimentadores. Com ele eu tirei uma caneta e
coloquei em cima da mesa- está tudo filmado- e disse: " Vamos nos afastar a 50 metros de distância, junte todos os
espíritos dos mortos e façam a caneta mexer. A parapsicologia internacional dá 10 mil dólares se ele mexer a caneta. Se
não são capazes todos juntos de movê-la a mais de 50 metros dos vivos, por que andam dizendo que fazem quando
querem? Isso é um fenômeno humano que precisa da energia corporal do vivo, perto, aqui e agora. Não age no futuro
nem no passado. É uma energia realmente física.

34 - Alguns espíritas dizem que o canal, ou médium, é uma espécie de decodificador, e por isso
existem essas diferenças.

O fanático sempre encontra uma saída, mas têm de prová-la.A ciência demonstra que ESP (Percepção
extra-Sensorial) não tem tempo, não tem distância, não tem obstáculos, e apresenta contraprovas como a senha e
muitas outras. Quem tiver outra explicação que dê a prova. Não basta "poderia ser".

187
35 - E os casos de Telepatia, com as experiências de transmissão de mensagens e imagens de um
continente a outro?

Telepatia. Está provado que a Percepção extra-sensorial não tem tempo, não tem distância e não tem
obstáculos. Então já está explicado. Por que vamos atribuir ao além, o que está sobejamente explicado por psi-
gamma?? Só para argumentar, temos as experiências das senhas. Os espíritas que fundaram a SPR e muitos outros
depois deles, deixaram, antes de morrer, uma frase que só eles conheciam, fechada e lacrada. A idéia era que se,
depois de mortos, eles pudessem se comunicar, a frase ou senha teria de aparecer. Não basta que imitem o estilo, pois
isso qualquer falsário faz. Tem de ter a senha. Pois, desde que se iniciou a experiência da senha, jamais apareceu.
NUNCA. Com Chico Xavier não apareceram as senhas deixadas por Monteiro Lobato- uma com Dona Ruth Fontoura, de
São Paulo, outra com o Dr. Godofredo Rangel, diretor do jornal "O Dia" do Rio de Janeiro. Chico Xavier imitou seu estilo
muito bem. Tem gente que faz melhor, tem mais cultura. Ele é sempre muito cordial, sempre aparece um "meus
queridos", o que não aparece no autor que ele imita. Isso é do seu caráter. E também quando descreve outras épocas,
aparece uma assexualidade, que é o problema dele. Tem um problema psicológico não superado e esse problema
aparece. Outros imitariam muito bem, sem deixar aparecer tanto a personalidade. Mas as senhas não apareceram,
então não é Monteiro Lobato e o mesmo digo de qualquer outro.

36 - Por que alguns fenômenos paranormais são explicados pelas teorias da parapsicologia, e os
milagres não?

Grande número de teólogos liberais protestantes e católicos modernistas negaram os milagres dizendo que
logo serão explicados. Aqui vamos analisar os fatos. Ninguém vai negar a verdade histórica das profecias bíblicas, que
ultrapassam o período de dois séculos dos fenômenos psi-gamma (precognição em no máximo dois séculos). Temos
também os cadáveres incorruptos. Se fosse um fenômeno natural, teria em todas as religiões, em todas as épocas, em
todos os povos. Citem-me um cadáver incorrupto que não seja em ambiente divino-católico. Ou um milagre que não seja
em ambiente judaico antigo, até dois séculos antes de Cristo, depois cristão e, após as separações em protestantes e
cismáticos, exclusivamente católico. A ciência nega o fenômeno porque não consegue reproduzi-lo em laboratório, mas
isso não é ser cientista. Mas analise-os quando quiserem- são milagres permanentes. Em Lanciano, uma hóstia ficou
incorrupta por 13 séculos e se converteu em carne humana, viva. Está lá.Todos os milagres ocorrem em ambiente
judaico, cristão, católico, sucessivamente.

37 - Outras religiões afirmam o mesmo, ou seja, que os milagres de antigamente vêm se confirmando
até hoje.

aberração, Dizem. Masclaramente


porque são comparar os milagres
lendas budistas
típicas, (por exemplo) com os milagres católicos é uma tremenda
são exageros.

38 - Principalmente entre as religiões orientais são citados também inúmeros casos de milagres,
inclusive de pessoas que foram ressuscitadas. É assim com babaji ou os milagres de revitalização de Sai Baba,
que são encarados como milagres da mesma forma como foram os de Jesus ou dos apóstolos.

Da mesma forma, de jeito nenhum. Sai Baba, vamos chamar-lhe uma vítima de seu irmão, que é bom no
marketing. Sai Baba tira um pó da manga, converte um papel em um metal.Não há mágico que não saiba fazer isso. Mas
dizem que revitalizou mortos. Que se comprove um caso. É tudo lenda e exageros. Tenhamos em conta que, para os
indianos, tradicionalmente, verdade é aquilo que é bonito. E para nós, verdade é aquilo que corresponde à realidade.
Que me mostrem um caso comprovado de um cadáver, morto de morte morrida, comprovado no hospital, enterrado, e
que cinco ou oito dias depois, tenha recuperado a vida e as forças.Procurei em toda a pesquisa dos melhores
parapsicólogos do mundo, mas, tirando as lendas, as coisas para exaltar a figura do herói, tirando a mentalidade oriental,
não há nenhum caso comprovado de revitalização de mortos. E os católicos têm aos milhares.

39 - Se nos referirmos à época bíblica, também ninguém viu. Está tudo relatado numa série de textos
que, inclusive foram alterados ao longo desses dois mil anos, ou traduzidos e retraduzidos. Em outras religiões
acontece o mesmo, ou seja, a prova que se têm são relatos que vêm de milhares de anos. Qual a diferença entre
um e outro?

Uma diferença enorme. Se só existissem os milagres bíblicos, que são orientais, tremendamente
exagerados, a crítica histórica desconfiaria. Será que, de boca em boca, uma pulga não vira um elefante? Em
parapsicologia, exige-se o chamado "efeito bumerangue". Se só tivessem existido naquela época, se poderia duvidar,
mas existiram naquela época e vêm se repetindo até o ano 2000. Não há nenhum milagre bíblico que não tenha se
repetido ao longo da história centenas de vezes.

40 - Não é apenas uma questão de Fés diferentes?

188
Tem de ver o que se entende por Fé. Fé é acreditar numa doutri na, pela autoridad e daquele que a revelou.
Isso é Fé. Ora, a Fé tem de ser racional, não infantil. Temos de saber dar motivo. Os milagres são o que fundamenta o
que está realmente revelado, e que não foi inventado. Comparar os milagres divinos judaicos, cristãos, católicos com os
milagres hindus, budistas, etc, é uma monstruosidade. É completamente diferente.

41 - O senhor também se manifestou contrário à noção de uma regressão a vidas passadas seja real.
No entanto, existe uma quantidade razoável de psicólogos e psiquiatras no mundo, hoje que estão se rendendo
às evidências. O senhor pode falar um pouco sobre isso?

Vou prescindir da possibilidade. Vamos analisar os fatos. Aqui em São Paulo, tanto o Conselho Regional de
Psicologia como posteriormente, o Conselho Regional de Psiquiatria, caçam o título de psicólogo ou psiquiatra a quem
fizer regressão. Eles dizem que não são regressões a vidas passadas, mas sim a experiências passadas. É um modo de
disfarçar, de atrair e enganar. Pode-se explicar o fenômeno de outra maneira que não seja reencarnação. Contraprovas.
Que se faça uma regressão a uma época que supere o período abrangido pelos fenômenos psi-gamma- entre passado e
futuro, mais ou menos dois séculos (prazo existencial). Que nos digam uma coisa que se encontre fora do prazo
existencial. Por exemplo, o mundo está cheio de hieróglifos maias, etruscos, persas, antigos egípcios, que nenhum
arqueólogo conseguiu
vidas anteriores, decifrar.
e esses Allan Kardec
conhecimentos nãoodisse
seriam que que ao causando
estaria desencarnarmos
traumasrecuperamos
aqui:? Já deosinício,
conhecimentos das
uma contradição.
Aprende-se aqui, lembra-se lá e, ao reencarnar, nos esquecemos, mas ainda assim causa o trauma? Contraditório. Se já
aprendeu aqui, devia recordar-se aqui e não lá. E como vai causar o trauma aqui se só se relembra no além? O que os
vivos no nosso globo não sabem, nunca ninguém manifestou. Não é reencarnação. Existe também a precognição, que é
mais freqüente que a retrocognição. É mais comum adivinhar o futuro, e não significa que esteja se lembrando. Então, se
é possível adivinhar o futuro, o que tem demais em se adivinhar o passado? Ser reencarnacionista é um direito que as
pessoas tem, mas que provem a reencarnação. Na teologia, no primeiro Concílio Ecumênico da história, quando os
cristãos formavam um só bloco, já se definia que a alma humana sem corpo não existe.

42 - Mas dizem que até o Concílio de Constantinopla II, a religião católica aceitava a reencarnação?

Isso foi dito por Banerjee, e é uma calúnia. O Concílio de Constantinopla condenou a tese de Tertuliano,
sobre a pré-existência das almas, por influência de Platão, que achava que as almas pré-existiam e depois vinham ao
nosso mundo. Não fala de reencarnação, fala de pré-existência das almas no mundo das idéias.Deturparam o Concílio
de Constantinopla, pois a Igreja nunca foi reencarnacionista. Nunca. É uma de tantas calúnias.

43 - Qual é a sua posição sobre telepatia?

O nome telepatia é popular, o nome internacional é psigama (psi=alma; gama = conhecimento). O nosso
inconsciente conhece presente, passado e futuro de todo o nosso globo, numa margem de dois séculos entre eles. Tudo
o que acontece é conhecido alguma vez, especialmente se é um fato emotivo. Mas ninguém domina a telepatia. Então,
uma pessoa que abre um consultório de adivinhação, como se dominasse a faculdade é um charlatão. Os fenômenos
existem, mas são parapsicológicos, isto é, à margem do comum, são espontâneos e incontroláveis.

44 - O que o senhor pensa sobre as experiências próximas à morte ou de quase morte?

Elizabeth Kubler Ross e Raymond Moody dizem que o fenômeno é freqüente e sempre igual. Na realidade,
os grandes parapsicólogos que estudaram isso demonstram que é falso. Não é freqüente, é raríssimo, e é um fenômeno
parapsicológico, espontâneo. Num mundo tão grande, podemos encontrar muitos casos. Eles dizem que é sempre igual,
mas eles mesmo se refutam. Uns vêem uma luz. Claro, se der um golpe na cabeça, apertar os olhos, vai ver uma luz. Se
fizer muita oxigenação, como no ioga, vai ver luzes. Identificam como Jesus Cristo. Mas será que Jesus Cristo se
adiantou, não sabia que a pessoa não tinha ainda morrido? Outros dizem que viram um túnel e uma luz ao fundo; ou um
mar, e ao longe, a margem; ou um deserto e ao fundo, um oásis. São muito diferentes e não são freqüentes, mas raros.
É claro que uma pessoa que está próxima da morte está perdendo todo o tônus muscular. Mesmo quando estamos
dormindo, temos o OBE-out of the body experience, (experiência fora do corpo) - a sensação de que saímos ou que
estamos
Raymondcaindo.
MoodyOfizeram
fenômeno
umase explica
coisa que muito
chamoubem, naturalmente,
a atenção, e não
mas não sãotem a ver comeoderam
especialistas além. Elizabeth Kubler Ross
uma interpretação de e
ficção, não de ciência.

45 - As pessoas que apresentam paranormalidade são de certo modo prejudicadas,ou é justamente o


contrário?

Elas são prejudicadas porque indica um estado alterado de consciência mesmo que seja passageiro. O
nome "paranormal" está errado. Os fenômenos extranormais são sensoriais, fenômenos paranormais são extra-
sensoriais, e os fenômenos supra-normais são os milagres. A pessoa que apresenta os fenômenos parapsicológicos não
são paranormais, e sim psíquicos. Paranormal significa extrassensorial, e ninguém é extrasensorial. Portanto, não é um

189
Dom, e sim um desequilíbrio. As faculdades, todo mundo tem: a manifestação é a margem do comum, parapsicológico.
Não se deve desenvolver sim, curar.

46 - O Senhor acha que tem alguma maneira da pessoa se livrar desse fenômeno?

Com um tratamento com um psicólogo, médico ou psiquiatra, que saibam parapsicologia, para não cair nas
mãos de supersticiosos que vão dizer: "Você é médium, tem que desenvolver, senão os espíritos vão se vingar". É tudo
absurdo! Ninguém é médium, não se deve desenvolver e sim, curar. Aqui no Brasil se desenvolve muito; uns atribuindo
aos exu espíritos, outros a demônios, orixás, mahatmas, larvas astrais, gênios, etc... tudo errado! São interpretações
supersticiosas porque antigamente não sabiam interpretar. A parapsicologia acabou com tudo isto.

47 - Qual a diferença entre uma pessoa normal e um psíquico?

Um psíquico é sempre uma pessoa que tem seu sistema psíquico desequilibrado. Plenamente normal,
equilibrado, ninguém manifesta fenômenos parapsicológicos, que é uma psicorragia, onde escapa o fenômeno
parapsicológico. Quanto mais tiver, mais doente. A manifestação de fenômenos parapsicológicos é um momento de
desequilíbrio, uma psicorragia, uma doença, mesmo que seja passageira.

48 - Então não tem jeito de controlar o inconsciente?

O pré-consciente, o subconsciente, sim: é o que faz o psicólogo. O inconsciente parapsicológico ninguém


controla, e não se deve mexer nesse "ninho de marimbondo", porque o consciente não tem controle sobre o inconsciente
que é enormemente superior. O inconsciente pegaria as "rédeas" da máquina humana e a pessoa acabaria com dupla,
múltipla personalidade.

49 - O que o senhor explica sobre objetos que somem de um lugar e aparecem em outro?

Isto se chama aporte, uma energia corporal dirigida pelo inconsciente, chamada de telergia, que age
somente sobre animais pequenos (e os mata), plantas, objetos e sobre si mesmo. Entre tantos fenômenos que se devem
à telergia, o aporte é desfazer uma matéria, convertê-la em energia e depois se materializar de novo. É um dos
fenômenos mais freqüentes. Como não sabiam interpretar, pensavam que eram demônios ou espíritos maus que vinham
se vingar. Não tem nada a ver com o Além. Uma pessoa viva a menos de 50 metros que tenha uma descarga de
telergia, energia corporal, exteriorizada, dirigida pelo inconsciente. A mais de 50 metros, nunca acontece nada. Na
verdade, menos: num momento talvez chegue a 10, 12 metros. Quando se juntam forças, quem sabe chega a 15, 17
metros... Bom, põe 50 que não tem perigo de perder a aposta.

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Perguntas e Respostas

ALGUMAS PERGUNTAS ENVIADAS POR E-MAIL

1 - Religião No meu entender, ser ateu quer dizer que nenhuma religião embora procurado, não
conseguiu demonstrar-me qualquer relação com o divino, e acreditar cegamente no que o homem fala, ou no
que o homem escreve, julgo ser muito perigoso além de ver-me como hipócrita. Tomemos por referência o
Antigo Testamento. Que Deus cruel o que orientava Davi. Pregava a prática de genocídio, no sentido maior da
palavra, o extermínio completo de outros povos, notadamente povos militarmente mais fracos, ou só os mais
fracos. Caso contrário os judeus teriam conquistado o Egito e não ficar subjugado como escravos por várias
gerações. Inquisição, as Cruzadas, a conivência com a Escravidão dos Negros, etc., foi uma mácula que a igreja
católica até hoje, parece-me, não conseguiu apagar. O que se fez em nome de Deus deve ter deixado o Capeta
sentindo-se um incompetente. Um terceiro ponto-de-vista que apresento é mais do que simples. Toda religião
diz com convicção que até admite as outras crenças, mas no seu entender eles estão equivocados. Já
conversaste com um evangélico? No budismo consegui encontrar um caminho (1,5 ano de prática diária e
estudos) que até agora só tem me proporcionado muitas graças. Aproximou-me mais da minha família, dos
meus amigos e até acredito que teria sido muito mais feliz se já o praticasse há mais tempo. Pois julgo-me hoje
uma pessoa com muita mais consciência, portanto tenho certeza que teria feito menos mal aos meus parentes e
amigos, principalmente os de trabalho. Dito isso, pode até causar a impressão de eu ser um desclassificado,
mas não é bem isso. Ocorre que eu desde cedo sempre primei por uma conduta reta, mesmo sendo ateu, porém
conflitava com a falta de empenho de outras pessoas em serem também 24 horas corretas em suas atitudes. E
quando comecei a estudar o Darma, observei que eu estava em outro mundo, e eu tinha que viver neste. E
observando-me melhor ainda pude ver que eu não era melhor do que qualquer bandido, ou inferior ao Papa ou
ao Dalai Lama, eu era simplesmente um ser humano com todos defeitos e virtudes que são comuns ao homem.
Daí passei a respeitar melhor as pessoas, a aceitá-las como são, e a não querer modificá-las. E tudo enfim ficou
melhor. Portanto resta-me esclarecer que Buda não discutia questões metafísicas, pois em seu entender elas
são puramente especulativas e só criam problemas imaginários. Ele as considerava "um deserto de opiniões". O
budismo me foi
desenvolvido exposto
por do indivíduo.
qualquer seguinte modo:
É uma"... apresenta
disciplina do um modo
corpo, da de vida que
palavra e dapode sersendo
mente, seguido e praticado
assim, um auto-e
conhecimento e uma auto-purificação. Isto nada tem a ver com crenças, orações, adorações, ou cerimônias.
Neste sentido, não contém nada que possa ser chamado popularmente "religião"; é um caminho que conduz à
compreensão da Realidade Última, à liberdade, à felicidade e à paz, mediante a perfeição moral, intelectual e
espiritual.Nos países budistas há costumes e cerimônias simples. Elas, entretanto, têm pouca relação com o
verdadeiro Caminho que Buda ensinou ser pura ciência e filosofia de vida, porém são úteis e válidas, até certo
ponto, para satisfazer certas emoções e necessidades místicas dos povos. Extrato do livro BUDISMO:
Psicologia do Auto-conhecimento Do Dr. Georges da Silva & Rita Homenko (brasileiros). "A religião do futuro
será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando dogmas e a Teologia. Abrangendo os terrenos material
e espiritual, essa religião será baseada num certo sentido religioso procedente da experiência de todas as
coisas, naturais e espirituais, como uma unidade expressiva ou como a expressão da Unidade. O Budismo
corresponde a essa descrição." Albert Einstein Meu caro Carlos Orlando, não me interprete mal, eu não estou
pregando nada, na verdade estou sempre procurando esclarecimentos, e cheguei até vós devido a uma matéria
publicada hoje pelo jornal O Dia, onde o Sr. Quevedo (O Ratinho da TV, já vinha falando nesse senhor),
apresenta-se como autoridade, ou carrasco desses aproveitadores da suposta fé das pessoas, e que na verdade
eles aproveitam-se é da ignorância e da desonestidade, vaidade, etc. dos que querem ser enganados. Pois um
homem que eu já suspeitava e fui ainda mais esclarecido através dessa reportagem, foi o Sr. Chico Xavier, que
apesar de respeitá-lo por julgá-lo uma pessoa de bom caráter já sabia que ele estava equivocado em suas obras
psicografadas. O ponto final das minhas suspeitas foi quando em seu livro Brasil Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho, obra dita inspirada pelo espírito Humberto de Campos, publicado em 1938, relata a Guerra do
Paraguai como uma brilhante e necessária tarefa executada pelos brasileiros. Fato que ficou mais conhecido a
partir da década de 70 como um dos maiores genocídios da história, pois os brasileiros coagidos pela Coroa
Inglesa, destruíram uma nação inteira por puros interesses comerciais dos ingleses. E há de se notar, que após
derrotar o exército paraguaio, os brasileiros por determinação de D. Pedro II, procederam a execução de todos
cidadãos paraguaios com mais de 10 anos de idade. Sobrou somente índios (guaranis) no Paraguai. Como vós
colocou-se através de seu site à nossa disposição, gostaria de saber como vocês encaram o fato de haver na
Índia, um homem que provavelmente o Sr. Quevedo gostasse de encontrá-lo, e que segundo muitas pessoas
sérias, como o professor Hermógenes, diz estar convencido de Sathya Sai Baba, realmente produz milagres,
principalmente o de materialização de coisas e objetos de adorno. Gostaria também, de saber como vocês

191
entendem a Bíblia, Jesus Cristo, Meditação e mais qualquer assunto que queiram transmitir-me. Desde já sou-
lhes gratos pela acolhida.

Prezado Senhor Agradeço seu E-mail e respeito suas idéias, assim como sua prática Budista.Se analisarmos
qualquer religião, tendo o homem como CENTRO; e as ações do homem, como princípios de análise ou dados para
julgarmos as religiões; realmente nenhuma religião presta ou merece nossa confiança; pois o homem é falho e
facilmente corrompido. (O poder tende a corromper,e o poder absoluto corrompe absolutamente). Entretanto, não
devemos adotar uma religião tendo por base o homem, e sim, a Doutrina. E essa doutrina (que deve ser inspirada por
Deus, e não pelo homem) deve ser Pura e Lógica. Claro que há religiões que proporcionam Bem Estar, Amizades e
respeito ao próximo (como o sr afirmou, no Budismo) A felicidade, a moral e a Paz são princípios da maioria das
religiões. No mundo, existem mais de 11.000 religiões ou seitas. Qual é a verdadeira? Todas? Nenhuma? Algumas?
Quais os parâmetros para analisarmos? Ora, assim como o Sr se sente bem no Budismo, assim também, milhões de
pessoas se sentem bem em outras religiões e afirmam categoricamente que estão no caminho certo. Há pessoas boas e
más, com condutas próprias e impróprias, divididas entre as religiões, assim como em qualquer segmento da sociedade.
Mas deve vir
Napoleão, de provar
deve DEUS que
a resposta ou os senão
é Napoleão, sinais para indicar
é Louco. Seauma
doutrina;
pessoae não
falado homem.
que é FilhoSe
deuma
Deuspessoa fala
(Deus), que é
deve
PROVAR, senão também é louco.E Jesus, na sua época, afirmava e provava. E quais eram as PROVAS???- OS
MILAGRES.Infelizmente, 99 por cento da população NÃO SABEM o que é MILAGRE, e confundem com
coincidências,causas naturais, fenômenos parapsicológicos(que são próprios do homem), Sugestão, etc. MILAGRE é um
acontecimento SUPERIOR a qualquer Lei da Natureza, e que NENHUMA CIÊNCIA consiga explicá-lo ou encaixá-lo
dentro de suas Leis. Assim sendo, Jesus realizou muitos milagres fantásticos (Exemplo: Do nada fez surgir milhares de
pães, Curas verdadeiramente milagrosas (diferente das falsas curas das seitas- que é mera sugestão), acalmou
tempestade com uma só ordem, revitalizou um morto depois de 4 dias, já em putrefação e ele próprio Jesus,
Ressuscitou, vencendo a Morte; além de muitos outros...NENHUM outro fundador de Religião ou Doutrina realizou
MILAGRES; apenas ensinar am certas coisas que podem ser muito bonitas; mas não existem as provas- AS PROVAS
VEM DE DEUS.Para "assinar"(provar) a sua Doutrina, Deus continua realizando MILAGRES- É só pesquisar e
compreender- Indico 2 livros (Os melhores que existem) sobre Milagres no Site. Sobre o Líder sai Baba, posso dizer que
é um CHARLATÃO, que engana milhões de Pessoas com simples truques de Prestidigitação (Rapidez dos dedos) com
objetos pequenos, e além do mais não se deixa ser pesquisado (claro). SERÁ QUE O POVO QUER SER
ENGANADO??. Qualquer dúvida, estou à disposição.

2 - Possessão Demoníaca

Sou cristão católico apostólico romano e me interesso muito pelos fenômenos extra-normais,
paranormais e principalmente supra-normais. Soube da existência do CLAP ao ler uma entrevista do Pe. Oscar
Quevedo na revista O Mensageiro de Santo Antônio de novembro de 1998. Atualmente estou terminando de ler o
livro de Pe. Oscar Quevedo - Antes que os demônios voltem, 4 a. Ed., 1997, Edições Loyola. É um livro muito
bom, mas tem que ser lido com cuidado. Em relação a este livro, na minha opinião, o Pe. Oscar Quevedo,
comete alguns deslizes quando ao sair do campo da parapsicologia, que é sua especialidade, pretende
interpretar os textos bíblicos, a história de Israel e os documentos da Igreja Católica mediante dialética sutil e
acrobacia mental para negar a existência mesma do demônio/diabo ou satanás. Claro que o credo cristão
católico não tem como verdade principal a crença na existência do demônio/diabo ou satanás (esta é
secundária), mas sim que Deus é Uno e Trino (Santíssima Trindade), que Jesus Cristo é perfeito homem e
perfeito Deus, e que há a Ressurreição após a morte. (O cristão jamais poderá aceitar a doutrina da
reencarnação!!!).

Li sua página na Internet sobre parapsicologia e a achei muito interessante. Você se refere ao livro
citado acima enunciando que: "O autor prova realmente que não existe e nem nunca existiu possessão
demoníaca em parte alguma". Na minha opinião, o autor só prova que não houve possessão de demoníaca nos
casos mais recentes estudados por ele. Concordo que a maioria dos casos tidos por possessão demoníaca não
o foi. Talvez a possessão demoníaca seja raríssima. Nem o Pe. Quevedo pode garantir que ela nunca houve.

Sobre o assunto Possessão e Demonologia; o Pe Quevedo não nega a existência do(s) Diabo(s) (isto é
possível, pela Liberdade que Deus dá a todas as suas criaturas),mas, sim, nega a atividade do Diabo,demônio,etc nos
homens; baseado não em suposições ou mera teoria, mas sim, no estudo detalhado dos fenômenos, na Exegese
Bíblica, costumes e tradições. Ora, o exorcismo católico aponta alguns sinais de possessão, que são:

-Falar línguas sem conhecê-las- (Xenoglossia)-Fenômeno Parapsicológico que ocorre em que ambiente, (até
em ambiente de ufologia), e não somente em possessões.

-Ter força descomunal- (Sansonismo)- Explicado pela medicina, que é a concentração das forças do corpo,e
que também ocorre em que ambiente (porém nunca ninguém levantou um carro com um só dedo...)

192
-Dizer coisas sem tê-las conhecido - (HIP- Telepatia-Talento do Inconsciente)- Também ocorre em todos os
ambientes e não somente em ambiente demonológico.

Além disso,impressiona "falar com voz de demônio, falar grosso, (interessante o demônio nunca falar com
voz fina)-imaginação popular da voz do demônio-, blasfemar ou representar gestos do demônio(ou outras entidades, tais
como espíritos, orixás,Ets,etc...), não tem nada de anormal- É só visitar um hospício (será que todos estão
endemoninhados? -muitas igrejas e seitas acham que sim... é um absurdo!). É JOGADA FORA toda a PSIQUIATRIA e
PSICOLOGIA.

Estes sinais de possessão foram determinados há muito tempo atrás, onde a igreja não tinha nenhuma noção
destas Ciências.

Mesmo se a possessão fosse raríssima, quais seriam os sinais...?

SINAIS SOBRENATURAIS ???

Sinais sobrenaturais são os Milagres, muito superior à que fenômeno parapsicológico e a todas as leis da
natureza(são fantásticos) e somente são realizados por DEUS. Nunca houve 1 só sinal sobrenatural (superior ao natural)
em toda a história que se atribuísse ao diabo.

MILAGRE É SÓ DEUS QUEM REALIZA...

SINAIS NATURAIS ???

Ora, se os sinais de possessão são meramente naturais(inclusive os parapsicológicos), como identificar um


verdadeiro possesso?

Ou exorcizamos a todos, como fazem certas igrejas... (gerando conseqüências psíquicas graves para a
pessoa) ou tomamos uma atitude sensata, de encaminhar os "possessos"para os psiquiatras e psicólogos, que tiram
qualquer demônio(fantasia) com um Tratamento.

Além disso, se acreditarmos que os demônios podem em raras ocasiões, possuir uma pessoa,e manifesta r
fenômenos NATURAIS (sem lógica),. então devemos também acreditar que os Espíritos incorporam, assim como os
Orixás,Entidades, ETS,enosso
desprezando totalmente tudo oINCONSCIENTE.
mais; pois a analogia é exatamente a mesma,não se conseguindo provar nada,

As possessões na Bíblia apresentam também sinais naturais e é necessário estudar todo o contexto e
mentalidade da época, influências de outras culturas(principalmente a influencia dos Persas.

É necessário muito e muito estudo. E com isto se descobriu que os DEMÔNIOS significavam doenças
internas, que não apresentavam sinais externos (por exemplo: a pessoa cega mas com o olho aparentemente normal;ou
a Epilepsia), BELZEBU era uma divindade- Deus da sujeira,das moscas. LÚCIFER- era uma alusão ao rei
Nabucodonossor; e DIABO significava Tentação, Pecado,Afastamento de Deus.

A teoria do Maniqueísmo: Deus bom e Deus mau lutando eternamente, teve sua srcem na Pérsia, e
influenciou outras culturas.

Jesus disse que todo Pecado sai do coração do próprio HOMEM.

Deus e somente Deus PROVA(assina) sua Doutrina, com Milagres que são Sobrenaturais (Superiores à
Natureza).

3 - Sempre procurar a medicina...

Tenho um filho com 7 anos a mais ou menos 2 anos vem tendo todas as noites uma espécie de
pesadelo:

Acorda transpirando muito,corpo tremulo,olhos abertos, falando coisas como se estivesse


vivenciando, até parece estar em transe. Não sei o que fazer ou como definir estas atitudes, pois é um menino
saudável.
193
O que é isso? O que devo fazer ? É perigoso ? Gostaria de saber mais a respeito.

Posso lhe informar sobre o estado do seu filho, que o melhor a fazer é buscar um tratamento médico (através
de exames verificar a causa... orgânica, psiquiátrica ou psicológica; pois pelo que parece seu filho parece estar
impressionado e com medo.

Não acredite se lhe falarem em incorporações, viagens astrais, comunicações ou BESTEIRAS do tipo, e
ainda mais se disserem que seu filho tem que desenvolver esses "dons".

Aí é que está o perigo, pois se der ouvidos e seguir estes conselhos, vai estimular o inconsciente de seu filho
cada vez mais, podendo causar despersonalização e neuroses.

4 - Fenômenos Extranormais e Paranormais

Acessei sua home page sobre Parapsicologia e encontrei ali informações muito úteis a respeito. Mas
fiquei com uma dúvida, é dito que o inconsciente tem um certo raio de ação (max 50 metros) para alguns
fenômenos, e porque para outros não tem limites, como é o caso da telepatia.

Sobre sua pergunta, posso lhe informar o seguinte: Existem os Fenômenos Parapsicológicos Extranormais e
os Paranormais.

Os Extranormais envolvem efeitos físicos (batidas, movimentos de objetos, luzes, aroma, ectoplasma, aporte)
todos envolvendo uma energia para a realização desses fenômenos chamada TELERGIA- energia biofísica exteriorizado
nosso próprio corpo.-que tem um raio de ação de no máx 50 metros.

Os Fenômenos Paranormais superam o tempo e a distância (precognição, retrocognição, telepatia,


clarividência) contradizendo todos os princípios de energia conhecida.

Uma energi a não pode ultrapassar o tempo- AGIR FORA DO TEMPO- assim sendo, os fenômenos
paranormais não são fenômenos materiais. Acreditamos na teoria que os fenômenos paranormais só podem ser
provenientes(reflexos) da parte espiritual do homem- ALMA- que teoricamente pode ultrapassar o tempo e espaço.

Assim como nos fenômenos extranormais, uma emoção, preocupação pode desencadear o fenômeno, assim
também acontece nos fenômenos paranormais, envolvendo sempre o INCONSCIENTE- e ambos são fenômenos
incontroláveis e espontâneos.

5 - Doenças psicossomáticas

Sou estudante de medicina e estudo parapsicologia a alguns anos.

Acessei recentemente sua página e achei muito interessante (e didática).

Porém não concordo com o radicalismo sobre curas espirituais, é verdade que não há indícios
científicos da cura por espíritos (o que eu também não acredito), porém existe o poder de cura da sugestão (na
medicina conhecido como efeito placebo), dessa forma os "curandeiros" podem conseguir não só o
desaparecimento da dor (que concordo que é um grave problema) mas também a cura real da doença.

Existem indícios da existência de um sistema imuno-neuro-vegetativo, que seria o responsável por


tais curas.Dessa forma pode-se explicar as curas "milagrosas", concordo que, ao menos aparentemente, não há
intervenção espiritual, porém se esses curandeiros podem estimular, mesmo que indiretamente, esse sistema,
não podemos afirmar que são de todo charlatões.

Agradeço seu E-mail e lhe informo que os Curandeiros podem não agir todos de má fé; muitos agem por
ignorância. O curandeirismo é crime descrito no código penal(exercício ilegal de medicina).

A sugestão tem um efeito muito forte sobre o organismo, podendo "curar" doenças também
sugestionadas(doenças psicossomáticas), entretanto, doenças psicossomáticas vão e voltam com muita facilidade, se
não for equilibrado o sistema psíquico dessa pessoa com um tratamento adequado. Diante de toda a pesquisa até agora,
194
conclui-se: Não existe cura real de doenças por ação de curandeiros; apenas sugestão, suprimindo a dor e (sem a dor, a
pessoa não sabe que continua doente e pode acabar morrendo, agradecendo ao curandeiro (que ocultou a doença que
pode até matar) e doenças psicossomáticas. Uma palavra amiga ou esperança pode FORTALECER o sistema
imunológico que realmente é quem cura.

6 - Comunicação com os Espíritos

Oi, tudo bem? Como eu pode ver em seus estudos sobre espíritos, você afirma que não há contato
com os espíritos e os seres humanos, agora, como explicar as mensagens que Chico Xavier recebe dos
espíritos, com todas a características da pessoa quando era viva(sem a conhecer!) tem a letra idêntica com a da
pessoa que morreu, reconhecida por alguém da família, e o ato caridoso que ele faz, não cobrando nada e não
obrigando ninguém a lhe procurar? Isto é, ele não vive disso, ele apenas consola corações em sofrimentos, que
perderam entes queridos, qual é o significado de viver e morrer, para você? Isto que acontece com Chico Xavier
e muitos outros Famosos médiuns é Fraude?

Gostaria de obter respostas, pois quando uma pessoa perde um ente querido, ela tenta de qualquer
maneira, consolar-se, e muitas vezes é enganada, mas no meu caso sempre tive afinidade com este tipo de
coisa(espíritos) e quando perdi meu irmão tive consciência absoluta para saber o que era verdade e o que era
mentira. Muito Obrigado, e espero por sua resposta.

Agradeço seu E-mail e fico contente pelo seu interesse.Um questionamento pessoal já é de grande valia, em
vez de aceitar tudo passivamente o que a mídia ou o modismo nos sobrecarrega constantemente.

O assunto é muito extenso, mas vamos tentar resumi-lo de acordo com suas perguntas.Vamos por ordem:

Realmente, em todos os estudos feitos pela Parapsicologia cientifica, constatou-se que nunca houve
comunicação de mortos com vivos.O que há sempre, quando não for fraude, é a estimulação do Inconsciente da pessoa
a tomar o lugar do Consciente (Trans es, Estados Altera dos de Consciência),e, a partir daí, sem a pessoa se dar conta
(pois é o Inconsciente), toda uma fantasia(confabulação), mudança de voz, de atitudes, gestos que impressionam,etc.,
podendo ocorrer também neste estado que é mais propício,Fenômenos Parapsicológicos,tais como HIP -Captação do
pensamento a curta distância,Xenoglossia-(Falar outros idiomas que a pessoa escutou anteriormente e esqueceu, mas o
inconsciente não esquece de nada),Telecinesia,etc.

A respeito de Chico Xavier, podemos falar o seguinte: Praticamente em toda a sua vida, ele entra
constantemente em transe para psicografar(estimulando o Inconsciente a tomar o lugar do Consciente, que é perigoso
para a saúde psíquica). Assim sendo, seu Inconsciente tem mais facilidade(porém não é controlável a vontade) de captar
pensamentos e preocupações das pessoas que o procuram.Aliando a HIP-Hiperestesia Indireta do Pensamento com seu
dom literário, que é próprio dele, faz muitas psicografias imitando a letra do falecido pois capta por HIP, o estilo da letra
que o parente conhece; e fornece informações que o só o parente conhece (é claro: a prova seria o espírito fornecer
informações que os vivos não conheçam, depois comprovar o fato).

Sobre a caridade de Chico Xavier, não estamos discutindo isso; a caridade é sempre válida em todas as
pessoas e religiões.

O que estamos abordando é que Chico Xavier, talvez realmente pense (de boa fé) que se comunica com
Espíritos, mas na verdade está se comunicando com seu próprio INCONSCIENTE.

Não estou discutindo a sobrevivência após a morte, a qual acredito, e a Filosofia, teologia e parapsicologia
defendem. O que estamos discutindo é a comunicação de mortos com vivos, que é totalmente diferente.

Você me perguntou se outros médiuns famosos fraudam;e lhe Respondo: "Constantemente". Desconfie
sempre das Operações Espirituais.Na maioria das vezes,nem é a estimulação do Inconsciente.É pura Fraude..

Espero ter esclarecido alguns pontos.Recomendo a leitura de algum livro indicado no site.

7 - Diversas Parapsicologias?

Se há então uma grande variedade de interpretações para os fenômenos parapsicológicos; se os


católicos, representados na figura do Pe Quevedo, e os espíritas representados por outra figura (desculpe não
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possuir nenhum nome para representar a corrente espírita na parapsicologia), então significa que as
divergências que existem são de ordem religiosa? Seria possível que cada lado esteja querendo justificar sua
interpretação de fé e, ao mesmo tempo, colocar em dúvida as posições religiosas do outro?

Certo de sua atenção, agradeço.

Interpretações podem ser muitas, e de muita discussão.; mas conclusões com Desafios e Provas quase
ninguém se atreve a fazer. Ora, a Parapsicologia está cheia de desafios para os mediuns e espíritos.Por exemplo: uma
operação espiritual curar uma simples Cárie dentária. - Movimentar objetos ou barulhos sem a presença de pessoas a
menos de 50 metros. - Cicatrização instantânea- Adivinhar 4 de 5 cartas de baralho, etc, etc. Esses são alguns dos
desafios. Além disso, a Parapsicologia usa a Psicologia, Psiquiatria,Medicina,Hipnologia, Ilusionismo etc, para explicar
logicamente as incorporações, sugestões, auto hipnose, transes, truques,adivinhações que acontecem em ambiente
espírita ou não. Para cada idéia surgida em que lugar, por qualquer pessoa, por pior e absurda que seja, sempre haverá
seguidores (é preciso raciocinar- as provas são necessárias...). A parapsicologia "tenta" libertar o homem, com estudo,
lógico e baseada em outras ciências, das superstições, dos medos e charlatões que se aproveitam da boa fé popular...

8 - Testes de Percepção Extra-Sensorial

Inicialmente quero dizer que gostei muito da página que esclarece ao público os fenômenos que de
tantas maneiras interfere na vida de tanta gente.Pena que este assunto não seja abordado para camadas
populares que são exploradas.De qualquer maneira,a algum público já chega uma explicação científica e isso é
muito bom, revelador.Mas vou a pergunta, espero poder explicar-me:

Há algum teste que identifique a pessoa ter algum desses fenômenos? E,se isto for possível, se vocês
não podem lançar na página, um teste de análise.

Os fenômenos parapsicológicos não são controláveis e sim são espontâneos.

Existem sim alguns testes para medir a quantidade de acertos. Alguns testes, você pode encontrar no Site
http://www.nscee.edu/
Mas o laboratório ou mesmo a frieza de testes não nos dá a dimensão do que é uma telepatia ou uma
precognição, que estão quase sempre ligadas à emotividade.

9 - Xenoglossia

Pelo o que eu entendi sobre xenoglossia, a pessoa com a qual ocorre esse fenômeno deveria ter tido
algum contato com a língua em questão.

O caso é o seguinte, constantemente eu tenho contato com pessoas que acreditam cegamente na
ocorrência de fenômenos decorrentes de espíritos, e eu tenho uma grande tendência a não acreditar e tentar
contestar. Porém como não maiores informações para poder debater muitas vezes fico sem argumentos, é por
esse motivo que pretendo a partir de agora começar a informar um pouco mais sobre o assunto e achei que uma
maneira bem coerente seria começar a pesquisar sobre parapsicologia.

Eu perguntei sobre a xenoglossia, porque um dos argumentos que me apresentaram a pouco tempo
para provar a existência de vidas passadas foi o seguinte :

Uma pessoa teria feito regressão de suas vidas passadas e durante a regressão começou a falar uma
língua muito estranha. Foi levado ao conhecimento de especialistas que não conseguiram reconhecer de que
língua se tratava. Depois de muita pesquisa e estudo descobriu-se que era uma língua muito antiga e rara, mas
que realmente teria existido. Desse modo como poderia a pessoa estar falando essa língua, se até mesmo
pesquisadores do assunto a desconheciam ? Então essa seria a prova de que a pessoa teria voltado a uma de
suas vidas passadas.

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Eu não aceito como sendo prova alguma, porém não sei explicar. Talvez você já tenha ouvido algo
sobre esse caso ou outro parecido, e possa me informar um pouco mais.

Eu anotei a bibliografia que estava no seu site e pretendo procurar para ler. Agora que você que eu
estou recém iniciando a ter contato com esses assuntos para poder ter argumentação em discussões do
gênero, talvez possa me indicar por qual tipo de literatura começar ou outra sugestão qualquer.

Desde já, fico muito agradecido.

A primeira atitude do Parapsicólogo é afastar e analisar a possibilidade de fraude (consciente ou


inconscientemente), que ocorrem com muita freqüência por motivos os mais diversos. No caso exposto, precisaria fazer
um trabalho de investigação com relação a todos os envolvidos, mas vamos supor que realmente não houve fraude. ‘

Essa pessoa que foi levada a especialistas pode simplesmente por HIP Leitura do pensamento Inconsciente
(a poucos metros) ou Telepatia (a longa distancia) ter captado dos especialistas (que poderiam não se lembrar de
conhecer aquela língua,mas pelo seu trabalho alguma vez já a teriam estudado.

Há inúmeros manuscritos ou hieróglifos atualmente que os pesquisadores não conhecem o significado e


nenhum médium conseguiu descobrir, com suas comunicações espirituais ou regressões.Pela sua história, essa língua
já se tinha estudado, só que aqueles pesquisadores desconheciam (depois de muita pesquisa e estudo descobriu-se que
era uma língua muito antiga e rara),então não se pode afastar a idéia de Telepatia ou Hip.

Fonte bibliográfica. Livro : A face oculta da mente Pág:113 a 139 Autor": Oscar Gonzalez Quevedo Editora: Edições Loyola

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