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Pós-Graduação em

Terapia Cognitivo-Comportamental

FOBIAS E PÂNICO
Com David A. Clark e Lucas Elias Rosito

A gente não quer evitar sofrimento. A gente quer


tornar o paciente hábil para lidar com o sofrimento.

Eduardo Reuwsaat Guimaraes


-
Conheça
c o livro da disciplina
-
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3

Conheça os professores da disciplina.​

EMENTA DA DISCIPLINA 4

Veja a descrição da ementa da disciplina. ​

BIBLIOGRAFIA BÁSICA 5

Veja as referências principais de leitura da disciplina.​

O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6

Confira como funciona o mapa da aula.

MAPA DA AULA 7

Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula.

RESUMO DA DISCIPLINA 49

Relembre os principais conceitos da disciplina.​

AVALIAÇÃO 50

Veja as informações sobre o teste da disciplina.​

2
Conheça
c seus professores

-
DAVID A. CLARK
Professor Convidado

Psicólogo clínico e pesquisador da vulnerabilidade, fatores


cognitivos, avaliação e tratamento da depressão e ansiedade,
especialmente o transtorno obsessivo-compulsivo, David A.
Clark tem mais de 30 anos de experiência no tratamento
cognitivo-comportamental do TOC, sendo uma referência
mundial na área. Clark é membro da Associação Canadense
de Psicologia, consultor, fundador e instrutor da Academia
de Terapia Cognitiva, consultor ad hoc do Instituto Beck e
ganhador do Prêmio Aaron T. Beck, em 2008. Também é
coautor de publicações com o Dr. Aaron T. Beck, como “Terapia
cognitiva para transtornos de ansiedade” e “The anxiety and
worry workbook”. Seu trabalho resultou em livros, publicações
científicas e apresentações em conferências. Ele é autor
de “The anxious thoughts workbook”, “Terapia cognitivo-
comportamental para o TOC e seus subtipos” e do “Manual
de pensamentos negativos”.

LUCAS ELIAS ROSITO


Professor PUCRS

Formado em Psicologia pela Pontifícia Universidade


Católica do Rio Grande do Sul (2003). Mestre pelo Pós-
graduação de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (2008). Tem experiência na área de Psicologia
Clínica e Esportiva (tendo participado como Psicólogo nos
Jogos Olímpicos de Londres 2012 e do Rio de Janeiro 2016
a convite da Comitê Olímpico Brasileiro e da Confederação
Brasileira de Vela). Desenvolve trabalho de Psicologia aplicada
a competição para o SENAC-RS no projeto Olimpíada do
Conhecimento e WorldSkills. Atualmente é professor de
Psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul. Ênfase em Intervenção Terapêutica de orientação cognitivo-
comportamental, atuando principalmente nos seguintes temas:
psicologia clínica de orientação cognitivo-comportamental e
psicologia do esporte.

3
Ementa da Disciplina
Estudo do Modelo Cognitivo-Comportamental das Fobias Específicas, do
Transtorno de Pânico e da Agorafobia. Caracterização da avaliação, do plano
de tratamento e das intervenções cognitivo-comportamentais mais utilizadas no
tratamento das Fobias Específicas, do Transtorno de Pânico e da Agorafobia.

4
Bibliografia básica
a

-
As publicações destacadas têm acesso gratuito pela Biblioteca da PUCRS.

Bibliografia Básica

LEAHY, R. L. Livre de ansiedade. Porto Alegre: Artmed: 2011.

BARLOW, D. H. Manual Clínico dos transtornos psicológicos: tratamento passo a


passo. Porto Alegre: Artmed, 2010.

KNAPP, P. Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre:


Artmed, 2007.

Bibliografia Complementar

ARAUJO, N. G. D. Fobia específica: passo a passo de uma intervenção bem-sucedida.


Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 7, n. 2, p. 37-45, dez. 2011.

CRASKE, M. G.; ANTONY, M. M.; BARLOW, D. H. Mastering your fears and phobias :
therapist guide. Nova Iorque: Oxford University Press, 2006.

MANFRO, G. G. et al . Terapia cognitivo-comportamental no transtorno de pânico.


Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 30, supl. 2, p. s81-s87, Oct. 2008.

REMOR, E. A. Tratamento psicológico do medo de viajar de avião, a partir do modelo


cognitivo: caso clínico. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre , v. 13, n. 1, p. 205-216, 2000.

SHINOHARA, H. Transtorno de pânico: da teoria à prática - Panic disorder: from


theory to practice. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 1, n. 2, p. 115-122, dez. 2005.

5
o o
O que compõe

s
Mapa da Aula?
FUNDAMENTOS
Conteúdos essenciais sem os quais você
pode ter dificuldade em compreender a
matéria. Especialmente importante para
alunos de outras áreas, ou que precisam
relembrar assuntos e conceitos. Se você EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
estiver por dentro dos conceitos básicos
dessa disciplina, pode tranquilamente Questões objetivas que buscam
pular os fundamentos. ​ reforçar pontos centrais da disciplina,
aproximando você do conteúdo de
forma prática e exercitando a reflexão
sobre os temas discutidos.​
CURIOSIDADES
Curiosidades, fatos e peculiaridades
que ampliam o seu conhecimento e
conectam a assuntos do cotidiano e PALAVRAS-CHAVE
vida profissional.
Significado de termos técnicos ou
palavras específicas do campo da
disciplina.​
DESTAQUES
Frases dos professores, que resumem
sua visão sobre um assunto ou situação.​
VÍDEOS
Assista novamente aos conteúdos
expostos pelos professores em vídeo.
Aqui você também poderá encontrar
ENTRETENIMENTO vídeos mencionados em sala de aula.
Lembre-se que a diversificação de
Inserções de conteúdos da equipe de estímulos sensoriais na hora do estudo
design educacional para tornar a sua otimiza seu aprendizado.​
experiência mais agradável e significar
o conhecimento da aula.​
CASE​
Neste item você relembra o case
analisado em aula pelo professor.​
LEITURAS INDICADAS
A jornada de aprendizagem não
termina ao fim de uma disciplina. Ela
segue até onde a sua curiosidade
alcança. Aqui você encontra uma lista MOMENTO DINÂMICA
de indicações de leitura. São artigos
e textos já publicados sobre temas Aqui você encontra a descrição
abordados em aula, que poderão ser detalhada da dinâmica realizada
indicações dos professores ou da pelo professor em sala de aula com
equipe de conteúdo da PUCRS Online.​ os alunos.​

6
Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.

AULA 1 • PARTE 1

Introdução e definições sobre 00:33


ansiedade

O professor emérito da Universidade de


Nova Brunswick, David A. Clark, inicia
LEITURAS INDICADAS
02:36
sua fala comentando que reconhece que
Livro: Vencendo a ansiedade e
existem várias abordagens diferentes para a
a preocupação com a terapia
compreensão e tratamento de transtornos
cognitivo-comportamental
de ansiedade, particularmente para
fobias e síndrome do pânico, mas que, no
entanto, sua apresentação será a partir da
perspectiva cognitivo-comportamental.

Ao falar sobre a definição de transtornos


de ansiedade, Clark comenta que se
observarmos o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais, veremos
que síndrome do pânico e agorafobia estão
incluídas na categoria de transtornos de
ansiedade.

Ansiedade, de acordo com a definição


Escrito por Aaron T. Beck e David A. Clark
trazida pelo professor, é um sistema
e lançado originalmente em 2010 (título:
de resposta afetivo, fisiológico e Cognitive therapy of anxiety disorders),
comportamental bastante complexo. “este manual voltado ao paciente apresenta
Então, quando tratamos a ansiedade, estratégias práticas para identificar gatilhos
de ansiedade, desafiar os pensamentos e
estamos tratando a maneira como a pessoa
crenças que levam à angústia, enfrentar com
pensa, o que sente, (também chamados segurança as situações temidas e afrouxar
de sintomas subjetivos da ansiedade), as garras da ansiedade”. A versão em
sintomas fisiológicos ou físicos e sintomas português do livro foi lançada em 2015.
comportamentais, ou seja, a maneira como a
pessoa age.

A ansiedade faz com que o indivíduo


pense e sinta de forma diferente, o que 04:17
Quando você está ansioso,
o afeta fisicamente, assim como seu você pensa de forma diferente,
comportamento. No modelo cognitivo, o sente de forma diferente, isso
modelo TCC, isso é chamado de “modo te afeta fisicamente, e você
ameaça”. Em outras palavras, quando você também se comporta diferente.
está ansioso, há uma parte do cérebro que
lida com ameaças e perigo que é ativada.
Esse “modo ameaça” é ativado através da
antecipação de eventos ou circunstâncias
considerados altamente aversivos.

7
Quando tratamos a ansiedade, 04:45
estamos sempre observando
ou avaliando como o indivíduo
lida com ameaças.

05:11
Ansiedade é sempre sobre algo
que está prestes a acontecer.

Nós não ficamos ansiosos 06:13


com eventos agradáveis ou
coisas boas que acontecem,
é sempre com algo que nos
deixará desconfortáveis. 07:42 Medo

Quando lidamos com fobia, ou até


mesmo pânico, há muito medo envolvido.
Portanto, o medo é relevante para a
Se não sentíssemos medo, não 08:58
ansiedade, aponta o professor. Ele sugere
reagiríamos adequadamente a
que pensemos a ansiedade como uma
ameaças e perigo.
categoria abrangente e no medo como um
subtipo de ansiedade.

O medo é um estado de alarme primitivo,


automático e neurofisiológico. O professor
Vamos encarar, todos nós temos 13:02 comenta que o medo cumpre papel
medos, certo? A questão é: importante na sobrevivência. Além disso,
o meu medo é significativo o há um elemento cognitivo atrelado a ele.
suficiente para ser chamado de
fobia para a qual eu procuraria Apesar de ele ser um sistema de alerta
tratamento? neurofisiológico muito primitivo, ainda
assim, precisamos pensar sobre o perigo,
ou seja, ele passa por um processo de
processamento cognitivo.

David A. Clark propõe o reconhecimento


Distinção entre medo adaptativo e 18:38
mal-adaptativo de que o medo está em um continuum.
em que, de um lado, temos o medo
Ao tratar fobias, esta é uma distinção crítica, adaptativo, ou seja, o medo que garante
de acordo com o professor. As perguntas que o indivíduo se coloque em situações
que podem ser feitas estão relacionadas de risco, e do outro, o medo é mal-
com: adaptativo, também chamado de fobia. E
essa é a distinção que todo clínico, todo
• Ameaça exagerada: a pessoa está
profissional da saúde mental tem que fazer
exagerando a ameaça? O medo é
se estiver tratando fobia.
baseado em uma suposição falsa ou em
uma lógica defeituosa sobre o potencial
perigo?

• Interferência: O medo interfere na


vida cotidiana da pessoa ou lhe causa
angústia pessoal repetida?

8
Distinção entre medo adaptativo e 23:44
mal-adaptativo (continuação)

• Cronicidade: o medo é presente durante


um longo período de tempo?

• Presença de ansiedade aguda: existe a 23:50


Com uma fobia, é esperado que
presença de uma reação aguda, intensa?
o medo esteja presente por
• Generalização: o medo é ativado em meses, provavelmente anos.
diferentes situações?

Base neural do medo 26:22

O professor ressalta a importância de


lembrarmos, enquanto profissionais da saúde
mental, que quando as pessoas sentem 27:33
medo, é uma experiência poderosa para elas,
A amígdala é considerada o
sendo ela muito crua e biológica, o que torna
centro do medo.
o tratamento mais desafiador.

Ao falar sobre a geração do medo, ou seja,


qual é a parte do cérebro que é ativada
quando sentimos medo, o professor 29:25 Fobia
comenta sobre a amígdala, que representa
uma parte importante do que acontece É trazida uma definição de fobia que
no cérebro. A amígdala é situada no entende a mesma como um medo
mesencéfalo, na região média do cérebro. significativo e distinto, em que o indivíduo
David A. Clark comenta que acontece a sabe quando está com medo, ou seja, não
ativação da amígdala, mas que, também, há é uma mistura de emoções. Além disso,
outras regiões e sistemas do cérebro que são sempre é provocado na presença de um
ativados, como o tálamo e o hipocampo, há objeto ou situação específicos.
projeções no tronco cerebral e em regiões Outra coisa a saber é que devido ao
corticais. medo estar vinculado ou associado
É possível, também regular o medo. A com um objeto ou situação específicos,
chamada regulação da diminuição do percebemos que as pessoas respondem
medo acontece principalmente nas áreas com fuga ou evasão.
pré-frontais do cérebro. De certa maneira, Para ser considerado fobia, o professor
o córtex pré-frontal regula para baixo, ou comenta, o medo precisa estar presente
seja, diminui a ativação do medo que vemos durante pelo menos seis meses. Outra
no cérebro. Isto é importante pois, como parte da definição aponta que o medo
terapeuta, você quer ajudar a fortalecer e deve ser fora de proporção com o perigo
desenvolver o córtex pré-frontal, ou seja, a real, e que também deve causar angústia e
parte do cérebro que pensa, raciocina, para danos severos ao indivíduo.
que possa regular as emoções para baixo.

31:17
A fuga e a evasão não são as
únicas respostas que podem
ocorrer, mas são certamente as
mais comuns.

9
Não vamos diagnosticar alguém 32:56
com uma fobia até que a tenham
por um longo período de tempo.

33:45
A fobia é fobia quando o medo
está fora de proporção.

Quando trata-se de fobias, o 38:14


contexto é importante.

38:23 Tipos de fobias

O DSM-5 categoriza as fobias em


diferentes classes, sendo elas:
O tratamento para a fobia 43:53
de sangue, ferimentos e • Animais: medo de aranhas, insetos,
injeções é muito diferente do cachorros, cobras, entre outros.
tratamento que usamos para • Ambientes naturais: medos que
outros tipos de fobia.
envolvem, por exemplo, altura, água,
tempestade.

• Ferimentos, sangue e injeções: neste


caso, o indivíduo pode ter medo de ver
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
44:00 o sangue de outra pessoa, ou de ver o
próprio sangue.
Sobre as definições de ansiedade,
considere as seguintes afirmações: • Situacionais: medo de lugares
I) Síndrome do pânico e agorafobia fechados (claustrofobia), medo
passaram a ser incluídas na categoria de dirigir, medo de voar, medo de
de transtornos de ansiedade no atravessar pontes, etc.
DSM-5.
• Outros: medo de engasgar, medo de
II) A ansiedade é um sistema de vomitar (emetofobia), fobia espacial
resposta afetivo, fisiológico e (sensação de estar caindo).
comportamental bastante complexo.

III) Ansiedade é sempre sobre algo


que está prestes a acontecer.

Estão corretas:
Resposta desta página: alternativa 4.

I e II.

I e III.

II e III.

Todas as afirmações estão corretas.

10
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
44:30
Sobre medo e ansiedade, analise as
afirmações abaixo:

I) Ansiedade é sempre sobre algo


EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
que está prestes a acontecer. 45:00
II) Se não sentíssemos medo, não Sobre a fobia, analise as afirmações
reagiríamos adequadamente a abaixo:
ameaças e perigo.
I) Representa um medo significativo
III) Quando tratamos a ansiedade, e distinto.
estamos observando ou avaliando
II) O medo é provocado na
como o indivíduo lida com ameaças.
presença de um objeto ou situação
IV) O medo é irrelevante para a específicos.
ansiedade.
III) Na fobia, indivíduo sabe quando
Estão corretas: está com medo, portanto não há
uma mistura de emoções.

I, II e III. IV) Para ser considerado fobia, o


medo precisa estar presente durante
pelo menos seis meses.
I, III e IV.
Estão corretas:
II, III e IV.
I, II e III.
Todas as afirmações estão corretas.
I, III e IV.

II, III e IV.

Todas as afirmações estão corretas.


Respostas desta página: alternativas 1 e 4.

11
AULA 1 • PARTE 2

Psicopatologia das fobias 00:00

Ao falar sobre como entendemos o


desenvolvimento destes medos, o professor PALAVRAS-CHAVE
Clark comenta que a primeira coisa que 02:00
devemos reconhecer é que provavelmente
Aquisição vicária: acontece quando
há um componente de aprendizagem nas
o indivíduo aprende um medo
fobias. Sabemos, portanto, que existem assistindo outra pessoa ter uma
eventos condicionantes, também chamados experiência traumática.
de eventos traumáticos, pelos quais as
pessoas podem passar, que podem levar ao
desenvolvimento de medos e fobias.
02:45
Outro modo é por meio de informações Você não precisa necessariamente
negativas, e isso sempre está relacionado à passar pela experiência traumática,
forma como as pessoas foram criadas. mas você pode testemunhar uma
experiência traumática e, assim,
Outro aspecto importante na questão
desenvolver o medo.
da psicopatologia das fobias além das
experiências de aprendizagem relevantes,
são o fato da pessoa apresentar um viés
04:18
atencional, ou seja, se você tem uma fobia Sabemos que é possível adquirir
clínica, quando você se depara com uma uma fobia por meio de experiência
situação ou lugar que seja relevante para sua de aprendizagem.
fobia, você começa a procurar pelo local,
a fim de encontrar evidências daquilo que
você tem medo. Isso é chamado de viés
11:13 Medos e fobias: abordagens
seletivo.

O professor comenta que outro A partir dessa parte da aula, o professor


aspecto comum nas fobias é a ameaça discute as abordagens da TCC referentes às
superestimada, ou seja, quando o indivíduo fobias. Ele inicia comentando que a terapia
superestima a probabilidade de acontecer de exposição ainda é, de longe, o melhor
aquilo que tem medo e, também, a sua tratamento para fobias.
severidade.
A exposição surgiu da teoria de
As pessoas fóbicas, em sua maioria, terão condicionamento clássico dos medos e
crenças disfuncionais, e o professor destaca fobias, também chamada de Teoria de
também as possíveis distorções perceptivas, Dois Fatores. A teoria deu origem a vários
que partem da ideia de que se o indivíduo tratamentos para fobias, um deles sendo a
ver o objeto de fobia vindo em sua direção, dessensibilização sistemática, desenvolvida
ou sentir ele em sua direção, seu medo será por Wolpe na África do Sul, em 1958, que
ainda maior. envolve construir uma hierarquia do medo,
e a partir do relaxamento do indivíduo,
É comum, também, a falha no
avançar gradativamente, fazendo-o enfrentar
processamento de informações de
o medo imaginando ou vendo imagens
segurança, ou seja, quando o cérebro foca
do objeto de medo. O professor comenta
no objeto de fobia, ele ignora ou minimiza os
também sobre a exposição gradativa e ao
sinais de segurança no ambiente.
vivo, que é mais poderosa em comparação
David A. Clark cita a hiperexcitação à exposição imaginada ou dessensibilização
fisiológica e sua tolerância e, novamente, a sistemática.
fuga e evitação.

12
O que sabemos por meio de 16:18
trabalho experimental é que,
eventualmente, se o estímulo
condicionado não estiver pareado
com o estímulo incondicionado, o 17:38
medo condicionado desaparece. Ao evitar, você reduz seu medo.
A redução do medo gera reforço.
Chamamos de alívio.

A dessensibilização sistemática, 21:30


provavelmente, foi o primeiro
tratamento psicológico
empiricamente apoiado.
23:54 Medos e fobias: abordagens

Outro tratamento que também veio


33:38 desse modelo de dois fatores foi a ideia
A queda da Teoria dos Dois Fatores
de modelagem, que acontece quando
Há tratamentos comportamentais muito o terapeuta faz uma demonstração de
poderosos para medos e fobias. Entre os interação com o objeto de medo e o
exemplos citados, existe a dessensibilização paciente é encorajado a copiar a ação que o
sistemática, não muito utilizada hoje, a terapeuta realiza.
exposição gradativa e ao vivo, que possui
Outro tratamento é chamado de
muitas provas de ser um tratamento muito
relaxamento aplicado, que ensina o
poderoso para medos e fobias, além do
paciente a reduzir os sintomas fisiológicos
relaxamento aplicado e a modelagem.
de medo, como a excitação, a palpitação
Hoje, há também intervenções, que são cardíaca, a tensão e a respiração acelerada.
muito úteis e vieram do modelo de dois Por exemplo, pode-se ensinar às pessoas
fatores. No entanto, o professor explica o relaxamento muscular progressivo. Essa
que há um problema com o modelo de é a terapia de relaxamento. A terapia para
dois fatores: ele não explica muito bem o tensão, por outro lado, tem como objetivo
desenvolvimento de medos e fobias. Entre deixar os músculos mais tensos, e é um
os problemas da teoria, estão: ótimo tratamentos para fobias a sangue
e injeções. O professor, na sequência,
• Falha na aquisição de fobias a partir de
apresenta alguns exemplos práticos de
situações de medo. Há pesquisas que
relaxamento aplicado, que podem servir
já provaram que as pessoas podem
como estratégias de enfrentamento úteis e
ter experiências traumáticas e não
eficazes para reduzir as fobias.
desenvolverem alguma fobia.

• Dificuldade de produzir o medo no


laboratório, ou seja, era muito difícil
produzir uma resposta de medo
sustentável. 37:11
Acontece que muitas
• Outro problema está relacionado com a pessoas têm motivos para
chamada teoria da equipotencialidade, desenvolver fobias, por causa
que parte da ideia de que qualquer de experiências traumáticas,
estímulo pode se tornar um estímulo mas não desenvolvem.
condicionado, se for combinado com um
estímulo incondicionado aversivo — o
que não é algo sustentável.

13
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
37:30
Sobre a psicopatologia das fobias
considere as afirmações abaixo:

I) É possível adquirir uma fobia


por meio de experiência de EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
aprendizagem. 38:00

II) O desenvolvimento de uma Sobre as abordagens referentes


fobia pode se dar por meio de aos medos e fobias, considere as
informações negativas. afirmações:

III) Quando o cérebro foca no objeto I) A exposição surgiu da teoria


de fobia, ele ignora ou minimiza os de condicionamento clássico dos
sinais de segurança no ambiente. medos e fobias, também chamada
de Teoria de Dois Fatores.
Estão corretas:
II) A dessensibilização sistemática,
desenvolvida por Joseph Wolpe,
I e II. envolve construir uma hierarquia do
medo.
I e III.
III) A exposição gradativa e ao vivo
é mais poderosa em comparação
II e III. à exposição imaginada ou
dessensibilização sistemática.
Todas as afirmações estão corretas. IV) A modelagem acontece quando
o terapeuta faz uma demonstração
de interação com o objeto de medo
e o paciente é encorajado a copiar a
ação que o terapeuta realiza.

Estão corretas:

I, II e III.

A queda da Teoria dos Dois 40:00 I, III e IV.


Fatores (continuação)

• Distribuição ilógica dos medos: existem II e III e IV.


diversas coisas que fazemos que
realmente são perigosas, mas a fobia não
Todas as afirmações estão corretas.
é tão comum quanto se pode esperar;

• Muitas pessoas desenvolvem fobias sem


Respostas desta página: alternativas 4 e 4.

nenhum trauma inicial;

• Transmissão vicária do medo: as pessoas


frequentemente desenvolvem o medo
por meio da infância ou algum medo da
família.

14
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
40:30
O DSM-5 categoriza as fobias em
cinco diferentes classes. O medo de
lugares fechados (claustrofobia) e o
medo dirigir são exemplos de qual
categoria?

Fobias relacionadas a ambientes


naturais.

Fobias situacionais.

Outros.

Nenhuma das alternativas.

AULA 1 • PARTE 3

Modelo cognitivo-comportamental 00:00


das fobias

Sempre devemos começar a observar pelo


estímulo ou gatilho. Mas, quando falamos em
modelo cognitivo-comportamental, entende- 00:47 Eu acho que todos temos o
se que, provavelmente, há uma orientação instinto de tentar encontrar
de ameaça pré-consciente. Essa orientação, as possibilidades de ameaça e
por sua vez, causa a ativação do “modo perigo o mais rápido possível.
ameaça” e das nossas crenças de medo.
O indivíduo começa a ter pensamentos
amedrontadores e ansiosos, respostas de
excitação fisiológica, dando mais atenção
às possibilidades de estímulos do medo. É
possível que ocorra uma resposta inibitória
02:23
Resposta desta página: alternativa 2.

automática de virar o rosto, por exemplo, ou Quando você faz terapia


uma resposta de luta ou fuga. O indivíduo de exposição, você precisa
também pode congelar e ficar paralisado garantir que seu paciente
diante do medo. esteja focado e processando
o estímulo do medo.
Segundo a teoria, o objeto de tratamento
acontece em dois níveis. Você ajudará a
pessoa a lidar com o “modo ameaça” e,
também, com a reação de lutar, fugir ou
congelar.

15
Avaliação 03:36

Depois de passar pela conceitualização


cognitivo-comportamental das fobias, o
professor comenta sobre como conduzir a 05:54
Na perspectiva cognitivo-
avaliação, que leva à formulação de caso. comportamental, é importante
No processo de avaliação, são realizadas perguntar às pessoas o que elas
diversas perguntas ao paciente sobre: pensam quando são expostas ao
estímulo, à situação do medo.
• O desenvolvimento e decorrer do medo:
quando o medo foi desenvolvido, qual é
o medo, como se desenvolveu, se houve
experiências traumáticas envolvidas 14:17 Componentes da avaliação
no desenvolvimento do medo, se a
pessoa tem noção de como o medo foi • Você deve fazer uma entrevista sobre o
adquirido, se foi por meio de informações medo;
e coisas que escutaram (informações
• Há algumas medidas de sintomas
negativas), como foi o decorrer do medo,
que podem ser utilizadas, como um
se foi sempre muito intenso, se aumenta
questionário básico de sintomas. A
e diminui;
Escala de Depressão de Beck, a Escala
• O impacto do medo na vida da pessoa de Ansiedade de Beck e a Escala de
e quais são os sintomas físicos. Você Desesperança são exemplos citados pelo
precisa observar as respostas físicas professor David A. Clark.
e fisiológicas, mas também qual é o
• Além disso, existem medidas de
impacto na rotina diária da pessoa;
autoavaliação de medo que podem ser
• É necessário avaliar a cognição, crenças, utilizadas, em que são listados diferentes
predições e vieses cognitivos; itens que as pessoas podem temer, e
elas marcam, ou te dão uma nota, de
• Você também deve focar na
quanto medo cada uma dessas situações
preocupação, em como seu cliente está
poderia envolver.
reagindo à situação ou aos aspectos da
situação em si. No que estão prestando • É importante, também, conseguir uma
atenção, como estão reagindo, o que medida de base dos medos, ou seja, se
fazem; a pessoa não prover uma noção boa da
extensão do medo, você pode dar a ela
• Os padrões de evitação, ou seja, o que o
um diário ou alguma escala de avaliação,
paciente faz para evitar essa situação de
e fazer com que ela pontue seus medos
medo;
e evitações ao longo de uma ou duas
• Maneiras sutis de evitação; semanas, para conseguir alguma medida
de base dos medos.
• Você também deve avaliar os parâmetros
do medo, ou seja, as características da • Você deve montar uma hierarquia de
situação, o que o paciente faz, como é medo.
a sua resposta. Como a pessoa piora o
• Observação comportamental.
medo, ou se recupera;

• Fatores familiares e apoio social;


15:12
• Histórico de tratamento; Só porque uma pessoa o procura
com uma fobia específica, você
• Déficits de habilidade;
não deve presumir que este é o
• Se há alguma condição médica ou único problema que ela tem.
limitação física.

16
Muitas vezes, a única maneira 17:24
de saber a extensão do medo
ou fobia é fazer com que a
pessoa passe por uma situação
de medo e, então, observá-la.
20:45 Conceitualização de caso em fobias

Entre os elementos da conceitualização de


Tratamento cognitivo-comportamental caso, em se tratando de fobias, estão:
23:55
das fobias e medos • Uma lista de gatilhos e das situações
que provocam a fobia. Sua hierarquia
David A. Clark ressalta que os terapeutas
de medo será baseada nesses gatilhos e
cognitivo-comportamentais tendem a
situações;
enfatizar a importância da formulação do
caso. O argumento é que você não pode • Lista de pensamentos e crenças
oferecer um tratamento eficaz a menos que relacionados à fobia;
tenha um bom mapeamento, ou seja, que
• Entender quais são as estratégias
saiba o que está fazendo e para onde está
compensatórias do paciente;
indo — e é isso que a formulação de caso lhe
fornece. • Lista dos comportamentos de segurança,
que servem como uma maneira dos
Ao comentar sobre os componentes do
pacientes sentirem mais seguros, ou que
tratamento, o professor cita uma avaliação
podem lidar com o medo e a ansiedade.
detalhada e a construção da hierarquia do
O comportamento de levar uma pessoa
medo, citados anteriormente. Além disso,
junto para realizar determinada atividade
aponta a importância necessário:
é um exemplo de comportamento
• Um bom entendimento da ansiedade e, de segurança, assim como amuletos
particularmente, uma boa compreensão da sorte. Você deve saber quais são
das ansiedades e medos do cliente; esses sinais, porque será importante
desabituar a pessoa da dependência
• Capacidade de transmitir uma lógica de
desse comportamento, quando fizer seu
tratamento;
tratamento.
• É possível, também, ensinar relaxamento
e controle de respiração ao cliente;

• Fazer também uma intervenção 34:12


Há pessoas com grande
cognitiva. O professor explica que isso
dificuldade de avaliar suas
é o que faz a TCC diferente da terapia
emoções e, ou avaliam a dor
de exposição direta: você vai trabalhar
como extrema, ou classificam
nos pensamentos e crenças que o
como não existente.
indivíduo têm sobre o medo, o objeto ou
a situação do medo, e ajudá-lo a mudar
esses pensamentos e crenças para uma
maneira mais adaptativa e saudável de 41:43
Exposição pode piorar o
pensamento, de modo a ter crenças mais
seu cliente, se não for feita
adaptativas ou saudáveis a respeito do
corretamente.
estímulo do medo;

• Fazer sessões de exposição in vivo, ou


seja, expor o cliente às situações de medo
43:34
e aos objetos de medo; Se a exposição for pequena,
ou muito curta, provavelmente
• Por fim, existe o trabalho de encerramento
não será terapêutica.
e prevenção de reincidência.

17
A boa exposição tem que ser 44:24
sistemática. Tem que ser gradual,
[...] tem que ser frequente e deve
ser sustentada.

47:42
Você precisa se certificar de
que cliente entenda que ele
está no controle da terapia.

AULA 1 • PARTE 4

O papel da reestruturação cognitiva 00:00

A reestruturação cognitiva envolve:

• Identificar o pensamento ansioso e criar


uma distância para esse pensamento; 08:18
As intervenções cognitivas nunca
• Ensinar o paciente a identificar sua substituem a exposição, mas
cognição que envolve o pensamento são uma tentativa de facilitar a
catastrófico; exposição das pessoas, dando-
lhes algo como uma estratégia
• Ensina o paciente a identificar seus erros
de enfrentamento.
cognitivos e vieses;

• Reunir evidências que desafiem o


pensamento ansioso;

• Gerar interpretações alternativas; 08:46 O essencial na exposição ao vivo


• Procurar evidências na situação que
O professor sugere que a sessão de
comprovem que a alternativa está
exposição seja semanal ou até mais
correta;
frequente, e que a duração da sessão de
• Encarar a intervenção cognitiva como exposição dure de 01:30 a 03:00. Essas
uma ferramenta de enfrentamento para sessões, o professor comenta, podem
manter a exposição. Ajudar a desenvolver ser podem ser complementadas com
formas mais saudáveis de pensamento e acompanhamento psicológico, configurando
de processamento de informação quando a chamada exposição assistida.
os pacientes realizam a exposição.
Além disso, pode-se utilizar uma das figuras
de segurança que a pessoa tem, de modo
a ir removendo-a aos poucos conforme o
avanço do tratamento.
Muitas vezes você percebe coisas 14:06 Por fim, é recomendado que se invista
sobre a resposta da pessoa ao tempo revisando as tarefas de exposição na
medo ao acompanhá-la. sessão de terapia e, posteriormente à sessão
de terapia, que sejam trabalhadas possíveis
dificuldades.

18
Encerramento e prevenção de recaída 18:33

Uma das coisas mais importantes que


você pode fazer a respeito dessa parte do
processo é ajudar a pessoa a reconhecer
18:52
que esses medos podem voltar. Além O que compreendemos agora
disso, o professor recomenda remover aos a respeito do tratamento de
poucos o tratamento e oferecer sessões de exposição é que o medo não
reforço para o paciente. desaparece, ele não some para
sempre. É bem provável que o
Você também pode usar métodos
medo retorne.
cognitivos e imaginários para ajudar o
paciente a lidar com situações hipotéticas
de trauma futuras.

Outra coisa é certificar-se de que o


20:00
paciente consegue utilizar ferramentas Remover gradualmente o
de controle de ansiedade, reestruturação tratamento é uma boa maneira
cognitiva e exposição em caso de retorno de evitar recaídas.
do medo. Por fim, David A. Clark cita a
importância de prover biblioterapia ou
outras fontes de autoajuda.

Fobia de sangue e de injeção 24:06

A resposta de medo que vemos no caso da


32:19 Ataques de pânico
fobia de sangue e de injeção, ou BII (Blood-
Injury-Injection Phobia, em inglês) é muito
David A. Clark destaca que muitos estudos
diferente da que vemos em outros tipos de
interessantes na TCC são focados em torno
fobia. Com relação à incidência, os valores
do pânico. Na sequência, ele explica que é
entre 3% e 6% prevalecem em adultos
possível simular um ataque de pânico de
jovens, sendo que por volta de 65% a 80%
diferentes formas, seja hiperventilando por
das pessoas com essa fobia já desmaiaram
1 ou 2 minutos, respirando por um canudo,
ou quase desmaiaram.
rodando em uma cadeira giratória e depois
O professor comenta que a maioria das ficando em pé por um minuto ou mesmo
pessoas associa o medo de sangue e de correr sem sair do lugar por um minuto.
injeção a uma experiência traumática ou
Um ataque de pânico pode ser entendido
apredizagem vicária. O medo de desmaiar,
como o surgimento abrupto de medo
portanto, está no centro dos sintomas
intenso ou desconforto, que atinge o pico
cognitivos dessa fobia.
em poucos minutos. Segundo o DSM, ocorre
A tensão aplicada, David A. Clark explica, dentro de três a dez minutos.
ainda é a escolha mais adequada no
Pessoas que têm ataques de pânico podem
tratamento dessa fobia. A ideia é o
não ter um ataque de pânico completo. Eles
indivíduo tensionar todos os músculos do
podem ter crises com sintomas limitados.
corpo por 10 a 15 segundos para, então,
Em outras palavras, eles têm ondas de
liberar a tensão por 20 a 30 segundos. Essa
ansiedade, mas podem apresentar um ou
prática de tensão e relaxamento acontece
dois sintomas físicos.
por cinco ciclos, cinco vezes por dia
durante uma semana.

19
Uma vez que você tem um ataque 37:59
de pânico, é extremamente fácil
desenvolver um medo.

40:41 Ataques de pânico (continuação)

Entre os tipos de ataque de pânico, o


Principais características de um professor cita:
ataque de pânico 44:53
• O pânico incessante, que é o pânico que
surge de repente, de maneira espontânea
• Assim como nas fobias, os gatilhos
em situações em que você não esperava
situacionais;
ter um ataque de pânico, ficar nervoso.
• Início abrupto de excitação fisiológica; No DSM-5, você precisa ter tido dois
ataques de pânico inesperados para ter
• Foco excessivo nas sensações
um diagnóstico comprovado.
corporais;
• Ataque de pânico noturno, que é
• Percepção de uma possível catástrofe
quando a pessoa desperta do sono no
física e mental, como um ataque
meio de um ataque de pânico completo.
cardíaco, por exemplo;
Acorda com sensações fisiológicas,
• Medo de futuros ataques de pânico; coração acelerado, palpitação,
dificuldade para respirar, sensação de
• Busca extensiva por segurança;
estar sufocando, tremores, e assim por
• Percepção de falta de controle, ou diante. Tem todas as características de
seja, os indivíduos sentem que estão um ataque de pânico, sendo a única
perdendo o controle do seu corpo, do diferença o indivíduo estar dormindo.
seu estado físico. 69% das pessoas que apresentam
síndrome do pânico têm ataques de
pânico noturnos.

• Pânico ligado a situações, em que os


A pessoa com síndrome 45:40 ataques de pânico ocorrem em situações
do pânico está atenta ao específicas. Se o indivíduo tem histórico
funcionamento do corpo, muito de ataques de pânico, ele já sabe quando
atenta às sensações físicas. e onde irão acontecer, de modo a evitar
determinados lugares. Quando a pessoa
está naquela situação, o risco de ter um
ataque de pânico é alto.

• Pânico predisposto situacional: diferente


O medo de futuros ataques 49:27 do pânico ligado a situações, em que
de pânico pode ser intenso. a pessoa quase que involuntariamente
terá um ataque de pânico, no pânico
predisposto situacional eles também
podem acontecer, mas nem sempre
acontecem.

É importante que o terapeuta 53:43


seja claro com seus clientes a
respeito do que é um ataque
de pânico.

20
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
54:00
Sobre exposição, considere as
afirmações:

I) A exposição pode piorar o


estado do cliente, se não for feita EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
corretamente. 54:30

II) Se a exposição for pequena, ou A respeito dos ataques de pânico,


muito curta, provavelmente não será considere as afirmações:
terapêutica. I) Não é possível simular um ataque
III) A boa exposição precisa ser de pânico.
sistemática, gradual, frequente e II) Um ataque de pânico pode ser
sustentada. entendido como o surgimento
IV) Quando você faz terapia de abrupto de medo intenso ou
exposição, você precisa garantir desconforto, que atinge o pico em
que seu paciente esteja focado e poucos minutos.
processando o estímulo do medo. III) Segundo o DSM, ocorre dentro de
Estão corretas: três a dez minutos.

IV) Pessoas que têm ataques de


I, II e III. pânico podem não ter um ataque de
pânico completo.

I, III e IV. Estão corretas:

II, III e IV. I, II e III.

Todas as afirmações estão corretas. I, III e IV.

II e III e IV.

Todas as afirmações estão corretas.


Respostas desta página: alternativas 4 e 3.

21
AULA 2 • PARTE 1

Diagnóstico 00:34

Um dos requisitos para o diagnóstico do


transtorno do pânico é que o paciente 03:08 Comorbidades
precisa ter ataques de pânico recorrentes
e inesperados, porém a pessoa só Segundo DSM-5, se o paciente tem
precisa ter dois ataques de pânico ansiedade social, uma fobia específica, TOC
espontâneos e repentinos, isso porque ou TEPT, e tem um ataque de pânico, não
as pessoas começam a ter conhecimento chamamos de transtorno do pânico. Existe
e uma expectativa que terão outro. uma coisa chamada comorbidade, o que
Necessariamente precisa ser recorrente, significa que a maioria das pessoas tem
pois em casos onde houveram apenas um mais de um diagnóstico. Então, você pode
ou dois ataques de pânico na vida, não dá ter TOC e ainda assim, ter transtorno do
para diagnosticar um transtorno do pânico. pânico.

Outro ponto importante é que depois de Mas a diferença é, o pânico acontece


um ataque de pânico, o paciente precisa somente quando a pessoa tem as
ter uma preocupação persistente em ter obsessões. Se o ataque de pânico só
um outro ataque de pânico. Isso acontece acontece nos momentos das obsessões,
com muitas, ou a maioria, das pessoas com então não é transtorno do pânico. Se o
transtorno do pânico. ataque de pânico somente ocorre quando
a pessoa tem algum estímulo específico de
Ou ocorre uma mudança de
uma fobia, não é transtorno do pânico. Se
comportamento, uma mudança
o ataque de pânico não tem ligação com a
significativa. Por exemplo, começar a evitar
ansiedade social, deve mostrar evidências
certos lugares, ou quando vai a um cinema,
de ocorrência em outras situações além
teatro ou a um show, escolhe sentar na
dessas e a pessoa tem que ter medo de ter
última fileira, próximo a uma saída, pode
os ataques, das sensações físicas.
até ir antes ao local para saber onde ficam
todas as saídas, onde os banheiros e
lavabos ficam.

Dessa forma, há uma mudança no seu


comportamento pelo medo de ter um
ataque de pânico.

Além disso, se o ataque de pânico for 04:52 Só porque a pessoa tem


causado por alguma substância como ataques de pânico, não
medicamento, uso de álcool ou efeito de significa que ela tem transtorno
drogas, não dá para classificar como um do pânico. É necessário fazer
transtorno do pânico. uma análise funcional e se
perguntar o porquê essa
pessoa está tendo ataques de
pânico, e qual a causa deles.

22
Comorbidades (continuação) 05:05

Se o ataque de pânico só ocorre em


momento sociais, e ela sofre de ansiedade
social, então não é transtorno do pânico.

Mas se a pessoa tem ansiedade social e 05:59 Componentes do transtorno do pânico


ela tem ataques de pânico em diversas
situações, como quando está sozinha em O professor cita o que ele chama de
casa ou quando estão viajando e sai da “topografia do ataque de pânico”:
cidade, então você pode ter transtorno do
• Quais são as sensações físicas que a
pânico e ansiedade social. É um pouco difícil
pessoa tem quando ocorre o ataque de
de saber distinguir, mas é muito importante.
pânico?

• Qual a frequência desses ataques?

Componentes do transtorno do pânico 07:44 • Por quanto tempo eles duram?

• Eles começam a desaparecer com 20 ou


Às vezes podem ser sensações internas,
30 minutos, ou mais?
outras vezes pode ser uma sensação física
que desencadeia um ataque de pânico. • São repentinos ou têm gatilho?
Então temos que perguntar, não apenas
situações externas, mas sensações físicas, • Até que ponto os ataques de pânico
até mesmo um pensamento ou uma memória sempre estão ligados a certas situações?
podem desencadear um ataque de pânico. • Ou até que ponto eles acontecem do
Uma das coisas a se fazer é um perfil nada, inesperadamente?
de avaliações equivocadas. Quais são
os sintomas físicos que a pessoa está • Existem fatores externos que podem
autoavaliando de forma errônea ou até desencadear um ataque?
mesmo catastrófica? Temos que analisar
tudo isso, as autoavaliações e as sensações
físicas, que é a parte mais crítica do
transtorno do pânico.
12:03 Então o que precisa fazer,
Também temos que ter uma noção de
é avaliar os estressores e o
seus erros cognitivos, quais são os mais
estado de humor ao fazer uma
proeminentes?
avaliação e tratamento para o
Por exemplo, acabam maximizando
pânico.
certos sintomas e minimizando outros. É
bem provável também que elas estejam
exagerando os sintomas.
Há também uma resposta comportamental
ao pânico, que é a antecipação.
Temos que procurar por coisas como fuga,
evitação, busca por segurança, e prestar
atenção às causas de estresse e aos estados
de humor das pessoas.
Um nível consideravelmente alto de estresse
pode aumentar as chances de um ataque de
pânico, e também os estados de humor, pois
se o paciente é depressivo ou ansioso no
geral, o humor pode influenciar um ataque.

23
Epidemiologia 12:32

De acordo com estudos epidemiológicos


estadunidenses, a prevalência em um
CURIOSIDADE
13:22
ano é em torno de 2 a 3%. Isso significa Há aproximadamente um atraso de 10 anos
que o transtorno do pânico não é um dos na busca de tratamento, o que não é algo
transtornos de ansiedade mais comuns. incomum nos transtornos de ansiedade. Na
Transtorno de ansiedade social, ou a ansiedade social, pode demorar ainda mais
ansiedade generalizada, são muito mais que isso. Isso significa que seu paciente
comuns o que a transtorno do pânico. pode já ter bastante experiência com
Em comparação aos homens, o dobro ataques de pânico antes mesmo de você ter
de mulheres tem transtorno do pânico uma oportunidade de tratá-lo.
e geralmente começa na juventude. O
início normalmente está associado a
experiências estressantes, portanto, o
15:40 Depressão e demais comorbidades
estresse tem um papel significativo nisso.
Normalmente, se não for tratado pode se O paciente com transtorno do pânico
tornar crônico, mas tende a melhorar se pode ter também comorbidades, uma das
for tratado. Se compararmos os casos com condições mais comuns que encontramos
e sem tratamento, o transtorno do pânico é a depressão. Se a pessoa tem ataques
desaparece quando tratado, porém se os de pânico descontrolados acaba por evitar
ataques são recorrentes e persistentes muitas situações, e há muitas coisas que
a remissão de forma espontânea é não consegue fazer pelo medo do pânico,
relativamente baixa. por isso o paciente pode ficar bastante
depressivo em relação a própria vida e o
rumo que ela está tomando. Dessa forma, a
Transtornos de pânico e agorafobia 18:22 depressão é frequentemente presente nos
transtornos de pânico, também é bastante
Há uma relação complicada entre os comum em outros transtornos de ansiedade.
transtornos do pânico e agorafobia. No DSM- O Transtorno de Ansiedade Generalizada
4, que é o Manual Diagnóstico e Estatístico e o Transtorno da Ansiedade Social
de Transtornos Mentais da Associação provavelmente são os mais comuns com o
Americana de Psiquiatria, há uma relação transtorno do pânico, mas também podemos
entre transtornos do pânico e agorafobia. ver fobias específicas, até certo ponto.
Você pode ter transtorno do pânico com
Não há indícios de que há um aumento no
a evitação agorafóbica, ou transtorno do
risco de suicídio devido a ataques de pânico,
pânico sem a evitação agorafóbica, e a
embora houvessem alguns estudos que
agorafobia sem um histórico de transtorno
sugeriam que as pessoas com transtorno
do pânico. O professor afirma que a
do pânico apresentassem risco elevado de
situação mais comum era o transtorno do
suicídio, embora muitas dessas pessoas
pânico com a evitação agorafóbica, e
talvez estivessem deprimidas.
o transtorno do pânico sem a evitação
agorafóbica era muito menos comum. A O risco de suicídio é causado pelo transtorno
mais incomum era a agorafobia sem nenhum do pânico ou pela depressão grave? Quando
histórico de transtorno do pânico. Ele estamos avaliando um possível transtorno
reforça que embora o DSM-5 tenha alterado do pânico precisamos observar se a pessoa
a definição e os tornado dois transtornos tem depressão, ou outros transtornos de
separados, como clínicos, temos que estar ansiedade, e perguntar se fazem uso de
muito cientes de que, ao tratar pessoas com alguma substância, notar se transtornos de
transtorno do pânico, elas provavelmente personalidade, como esquivo e dependente
também terão alguma agorafobia ou uma são evidentes, e se depressão grave estiver
evitação agorafóbica. presente é preciso fazer uma avaliação de
risco de suicídio.

24
Transtornos de pânico e agorafobia 18:43
(continuação)

No DSM-4 achava-se que a evitação


agorafóbica aparecia porque a pessoa tinha CURIOSIDADE
26:16
medo de ter ataques de pânico. No DSM- Pessoas com transtorno do pânico
5, ampliam isso e percebem que muitas procuram primeiro por tratamento médico.
vezes as pessoas podem ter evitação O professor relata que uma boa parte
agorafóbica e pode não ser devido ao medo dos clientes que atende com transtorno
do pânico, elas podem ter medo de se do pânico, informam que já foram a um
sentirem ansiosas ou de ansiedade intensa, pronto-socorro. Pode ter acontecido
e foi por isso que separaram os dois e recentemente ou há muito tempo atrás, mas
agora temos transtorno do pânico, no qual invariavelmente eles já chegaram a ir a uma
a evitação pode ou não estar presente, e emergência e já fizeram diversos exames,
temos a evitação agorafóbica devido a um até concluírem que não tiveram um ataque
medo, ansiedade ou presença de sintomas cardíaco, e sim um ataque de pânico.
semelhantes aos do pânico.

26:58 Transtorno do pânico: Modelos de TCC

O que vemos no modelo cognitivo original


de pânico do David A. Clark, é a noção de
que existe, claro, algum tipo de estímulo
desencadeador, pode ser interno, pode
ser externo, sendo interno pode ser
um pensamento ou sensação, algo que
desencadeia uma sensação de ameaça.
Há uma percepção de ameaça, a sensação
física pode ser uma ameaça, a situação que
a pessoa está pode ser ameaçadora, entre
outros. Então, a pessoa se sente apreensiva
e por isso ocorre um nível de ansiedade,
e como resultado dessa apreensão e
ansiedade, há algumas sensações físicas,
como uma elevação da frequência cardíaca
ou problemas para respirar, acaba sentindo
falta de ar, pode se sentir tenso, tonto ou
atordoado. Então você tem sensações
físicas, este é o cerne da hipótese de que
há uma interpretação errônea da sensação
física. David A. Clark se refere a isso como
a interpretação errônea catastrófica das
sensações corporais. E na teoria original,
quando ele a escreveu em 1986, ele pensou
na interpretação equivocada sendo
principalmente o ataque cardíaco, a clássica
interpretação equivocada onde o aumento
das palpitações cardíacas é devido ao
aumento do estresse e da ansiedade e acaba
interpretando como um possível ataque
cardíaco, e essa interpretação errada resulta
em pânico total.

25
Interpretação errada catastrófica 30:41

Uma coisa interessante é que alguns


34:07 Comportamentos de segurança
dos primeiros trabalhos cognitivo-
comportamental sobre sensações físicas No transtorno do pânico não há apenas
e interpretações erradas, sugerem que as interpretações erradas catastróficas, as
certas sensações físicas são mais prováveis pessoas começam a desenvolver alguns
de serem interpretadas erroneamente. sutis comportamentos de segurança, a
Por exemplo, a bradicardia, que seria um fazer certas coisas para tentar estabelecer
desaceleramento. Quando os batimentos um senso de controle para reduzir a
cardíacos diminuem mais do que deveriam, ansiedade e o pânico. Supomos que sua
e a sensação é de que o coração vai parar. interpretação catastrófica é de que vai
Se sente um aperto no peito, ou dores no desmaiar, sua reação automática vai ser de
peito, a interpretação catastrófica pode ser segurar em algum objeto, como no corrimão
achar que está tendo um infarto, porque das escadas ou na parede para tentar se
quando as pessoas infartam elas sentem equilibrar. Se sua interpretação é de que
dores e apertos no peito, então você tem está com tumor no cérebro, pode começar
esses mesmos sintomas e acha que está a prestar mais atenção no seu corpo, pode
infartando. Se tiver uma sensação de tontura começar se examinando, vendo se há algo
ou vertigem, a interpretação também pode em como se sente que possa indicar que tem
ser achar que está enlouquecendo ou que um tumor no cérebro. Se sua interpretação
vai desmaiar ou morrer. Há certas sensações levar a hipótese de um ataque cardíaco, seu
físicas, sintomas físicos, que se você os comportamento de segurança pode ser de
experiencia e foca neles, essas serão as sentar-se, ficar parado e pedir ajuda.
interpretações erradas e catastróficas que irá
fazer.

26
AULA 2 • PARTE 2

Principais crenças acerca do pânico 00:00

Muitas dessas crenças básicas do pânico no


transtorno do pânico estão relacionadas ao
que chamamos de sensibilidade à ansiedade
ou medo do medo. Muitas vezes as pessoas 01:35 A crença é que as sensações
têm crenças sobre as consequências relacionadas à agitação têm
das sensações de agitação, acham que é consequências prejudiciais,
perigoso ficar fisiologicamente agitado e se como morte, insanidade ou
não se acalmarem estarão mais propensos rejeição social.
a ter um infarto, ou talvez enlouquecer e
provavelmente perder a sanidade de alguma
forma. O que pensam é que precisam tentar
manter a calma ou, em outras palavras,
precisam ter medo da agitação involuntária
LEITURAS INDICADAS
03:36
precisam tentar evitar isso o máximo
Livro: The Anxiety and Worry
possível.
Workbook
Como resultado, muitas vezes as pessoas
com transtorno do pânico não se exercitam e
terão muito cuidado para não se envolverem
em muitas atividades, para não ficarem
muito ativas e não se esforçarem muito,
porque pode fazer mal a eles de alguma
forma e levar a um tipo de problema de
saúde ou podem deixar o ataque de pânico
pior. No transtorno do pânico, muitas
vezes, também há uma crença sobre o
valor próprio, onde a pessoa passa a se ver
como fraca, vulnerável e indefesa. Antes Aprenda estratégias práticas para identificar
seus gatilhos de ansiedade, desafiar os
do transtorno, talvez tenham sido um tipo
pensamentos e crenças que levam à
de parceiro semelhante ao seu cônjuge em angústia, enfrentar com segurança as
seu relacionamento, e agora não podem situações que você teme e realmente
fazer diversas coisas juntos, não podem afrouxar o controle da ansiedade - um
passo administrável de cada vez.
ir ao mercado, não podem ficar sozinhas
em casa, não podem dirigir para longe.
Como resultado dessas coisas que elas não
conseguem fazer, acabam se sentindo fracas
e indefesas, e que são incapazes de fazer
muita coisa. Elas também acreditam que são
incapazes de superar problemas emocionais.
Acreditam que é muito difícil tentar controlar
as emoções então acabam se rendendo à
ansiedade e ao pânico.

27
Modelos de TCC Revisado 03:58

O modelo é bem parecido com o principal,


exceto por algumas coisas que foram
adicionadas. Neste modelo, existem dois 10:11 Sensibilidade à ansiedade
processos cognitivos que são críticos: a
Quando falamos de transtorno do pânico,
interpretação errônea e a incapacidade de
também temos que falar de um conceito que
corrigir a interpretação errônea. Se não
é realmente muito importante e relevante para
conseguir corrigir a interpretação errada,
esse transtorno: a sensibilidade à ansiedade,
isto pode vir a causar um ataque de
que é a tendência de se sentir ansioso em
pânico, ou o que pode acontecer é fazer
relação ao sintoma de ansiedade, muitas vezes
uma interpretação errada da situação, não
chamada de medo do medo. Podem ser os
conseguir corrigi-la, convencer a si mesmo
sintomas físicos, comportamentais, cognitivos,
que pode ser outra coisa, então começar a
e a ansiedade a razão pela qual desenvolve-se
buscar uma segurança e evitar a situação,
esse medo dos sintomas e uma crença que os
então também não conseguem evitar o
sintomas têm consequências físicas, sociais ou
ataque de pânico.
psicológicas negativas. Portanto, sabemos que
a alta sensibilidade à ansiedade contribui para
o transtorno do pânico.
Elementos principais da
12:09
sensibilidade à ansiedade

Um deles é a hiper vigilância dos sintomas


físicos. De modo que as pessoas com 15:21 Avaliação e formulação de caso
alta sensibilidade à ansiedade também
Medidas de frequência / gravidade
costumam checar o próprio corpo bastante
do pânico: Questionário de ataque de
e ficam cientes das variações. Também
pânico - informações detalhadas sobre
há um elemento central de sensibilidade
a fenomenologia dos ataques de pânico,
à ansiedade, que é a má interpretação
incluindo sintomas, gatilhos situacionais
negativa dos sintomas. A pessoa com alta
e estilos de enfrentamento. Medidas de
sensibilidade à ansiedade acredita que este
cognição de pânico: Questionário de
é o pior estado possível. Então, qualquer
cognições agorafóbicas - 15 itens avaliam a
que seja o objetivo do tratamento com a alta
frequência de cognições de medo associadas
sensibilidade à ansiedade, queremos reduzir
a ataques de pânico e agorafobia. Medidas
essa varredura corporal e hipervigilância,
de sensações corporais: Questionário de
porque quanto mais esse eventos acontecem,
sensações corporais - 18 itens nos quais
mais ansioso você fica. Queremos que eles
os pacientes avaliam o grau de medo de
aceitem uma forma de interpretação mais
sensações corporais específicas que ocorrem
benigna do que está acontecendo em seus
quando estão ansiosos ou assustados.
corpos. Talvez estejam agitados por causa do
Medidas de prevenção relacionada ao
estresse, ou falta de sono, ou atividade física,
pânico: Questionário de pânico e de fobia
ou talvez tenham bebido muito café, etc, e
de Albany - 27 itens que avaliam o medo
também construir resiliência e aceitação da
de situações e atividades que muitas vezes
ansiedade.
são evitadas por pessoas que sofrem de
agorafobia e fobia social. Pode-se usar
esses questionários para obter alguns dos
componentes cognitivos e sensações físicas
do pânico, porém uma boa entrevista,
detalhada, clínica, conceitualmente
informada e seu diário de pânico vai lhe dar
provavelmente todas as informações valiosas
que você vai precisar.

28
Elementos - Avaliação cognitiva 18:01

1. Contexto e frequência do pânico (gatilhos,


etc);
24:23 Formulação da síndrome do pânico
2. Sensibilidade e vigilância aumentadas de
sensações corporais / mentais; Queremos saber dos gatilhos de pânico,
as sensações físicas, as interpretações
3. Interpretação(ões) errônea(ões)
errôneas das sensações, a reavaliação e as
catastrófica(s);
respostas de enfrentamento. Lembre-se
4. Crenças, apreensão e intolerância à que não apenas as crises de pânico que são
ansiedade e desconforto; fundamentais, você também está tratando o
medo das crises de pânico.
5. Fuga, evitação e outras estratégias
cognitivas e comportamentais de busca de Nós vamos começar listando os gatilhos.
segurança; Para esta pessoa, os gatilhos podem ser
estar em um supermercado, pontes grandes,
6. Acessibilidade de esquemas de estar em casa sozinho, estar longe de um
reavaliação; hospital. Muitas vezes encontra-se isso na
7. Resultado de ataques de pânico, síndrome do pânico, o hospital é como o
sensação de segurança e capacidade de barco salva-vidas para alguém em pânico.
enfrentamento percebida; Se o paciente tiver uma crise de pânico e
pensar que é um infarto, vai querer estar
perto de um hospital, certo? Então não estar
perto de um hospital é muitas vezes um
gatilho para pânico.
Elementos de tratamento na TCC 29:33 Quais as sensações físicas para este
indivíduo em particular? Aperto no peito,
Há certos elementos básicos de tratamento
aumento da frequência cardíaca, palmas
na TCC para o pânico.
suadas, sensação de tontura, fraqueza, são
• Psicoeducação - fornecer informações todos sintomas do tipo cardiovascular.
sobre transtorno do pânico, modelo de
Qual foi a interpretação errada? O primeiro
TCC, métodos de tratamento
pensamento ansioso é que minha ansiedade
• Reestruturação cognitiva - identificar está fora de controle e vou ter uma crise de
crenças e avaliações catastróficas, pânico. Então é isso que eles mais temiam.
evidências/coleta, raciocínio indutivo, Outro resultado temido foi: “Estou colocando
explicação alternativa, experimentação pressão no meu coração, o que aumenta o
comportamental. risco de um infarto, vou ter o pior ataque de
pânico possível.” Portanto, o medo deles, a
• Estratégias de exposição - exposição
má interpretação foi dupla para esta pessoa.
situacional e interoceptiva, experimentos
comportamentais. Qual foi sua capacidade de reavaliação, de
prevenção e busca de segurança? Ele tentou
• Outras intervenções - retreinamento
dizer a si mesmo que era apenas uma crise
respiratório, PMR, prevenção de recaídas,
de pânico, mas não estava convencido disto,
terapia de casais, treinamento de
de que não estava causando nenhum dano
assertividade.
ao coração dele.

29
AULA 2 • PARTE 3

Principais componentes de tratamento 00:00

• Educação no modelo de TCC de pânico;


Reestruturação cognitiva da
03:05
• Ativação esquemática e indução de interpretação incorreta de sintomas
sintomas;
1. Coleta de evidências a favor/contra a má
• Reestruturação cognitiva de má interpretação;
interpretação catastrófica;
• Estratégia de TCC padrão para crenças não
• Teste de hipótese empírica de explicação adaptativas;
alternativa;
• Menos eficaz em pânico;
• Exposição graduada in vivo;
• Crenças, apreensão e intolerância à
• Tolerância de sintomas e reinterpretação ansiedade e desconforto;
de segurança;
• Os indivíduos já sabem por experiência
• Prevenção de recaída; própria que não há evidências para a
interpretação catastrófica;
• Retreinamento de respiração (opcional).
2. Colocar ênfase na geração de
interpretação alternativa (fortalecer a
reavaliação saudável);

3. Concentre-se novamente no
processamento de informações de
segurança (preste atenção ao que é
seguro, benigno versus ameaça);

4. Projetar experimentos empíricos de teste


de hipóteses;

30
Registro de interpretação de 07:52
sintomas anti-pânico

Neste exemplo a paciente tem os seguintes


sintomas físicos inesperadas relacionadas LEITURAS INDICADAS
às crises de pânico: sensação de aperto
10:43
no peito, aumento da frequência cardíaca, Lvro: A mente vencendo o humor
sensação de rubor, tontura. Dentre as
possíveis explicações alternativas para os
sintomas, a paciente listou:

• Sensação de pressa, impaciência porque


a loja está lotada e eu só quero sair
daqui. Provavelmente estou me movendo
rapidamente, quase correndo para
terminar.

• Não dormi muito na noite passada, então


me sinto cansado e mal-humorado; todo
mundo me irrita. Quando me sinto assim,
tenho tendência a ter mais sintomas de Baseado na terapia cognitivo-
stress e ansiedade. comportamental, já ajudou mais de um
milhão de leitores a vencer a depressão,
• Definitivamente me sinto estressada e a ansiedade, ataques de raiva, a culpa,
ansiosa, então isso pode estar causando os a vergonha, a baixa autoestima, o
pânico, transtornos alimentares, o
sintomas físicos; na maioria das vezes fico
abuso de substâncias e problemas de
ansiosa sem ter um ataque de pânico total. relacionamento.

De 0 à 10, ela classificou sua crenças como


7/10 de que os sintomas são devidos ao
excesso de ansiedade, 3/10 devido a falta de
sono e 9/10 que os sintomas são devidos ao
Hipóteses empíricas de teste de
12:32
exemplos
estresse e ansiedade.

Essa é uma interpretação mais benigna 1. Compare a excitação física quando


do que dizer: “Estou tendo um infarto”, ou esperado (por exemplo, correr, subir
“estou perdendo o controle.” escadas) com a excitação física
espontânea. Como eles são semelhantes?
É importante que seja o paciente quem Um é mais perigoso do que o outro?
descubra essas interpretações, chamamos
isso de descoberta guiada. 2. Concentre-se intensamente em uma
sensação corporal (por exemplo,
frequência cardíaca). Pense sobre o que
está fazendo e sua importância. Seu nível
de ansiedade aumenta?

3. Leia uma lista que associa a sensação


corporal a uma interpretação errônea. Esta
ansiedade está provocando? (Exercício D.
A. Clark)

4. Eventualmente, ao final do tratamento,


produz intencionalmente sintomas em
situações desencadeadoras.

31
Exposição in vivo 18:45

Quando se trata de tratamento do pânico,


nós incluímos exposição gradativa aos
gatilhos do pânico, mas também queremos
gradualmente remover dicas de segurança.
Digamos que você tenha um paciente 20:17 Testes de exposição interoceptiva
que repetidamente meça a sua pressão
Esta provavelmente é uma parte assustadora
ou verifique o pulso. Com o advento da
da TCC voltada para o pânico, muitos
tecnologia, agora é cada vez mais fácil, com
terapeutas se sentem nervosos na inclusão
o uso de um Smart Watch, por exemplo. Esta
deste componente em seus tratamentos
provavelmente não é a melhor coisa para
para pânico. A exposição interoceptiva,
pessoas com síndrome do pânico.
também chamada de indução de sintomas,
Pode haver dependência de um amigo é quando o indivíduo produz de forma
para acompanhá-lo em algum lugar, eles intencional estímulos físicos. Antes de fazer
podem estar sempre carregando medicação, isto certifique-se que seu paciente tem
ouvindo música relaxante... Todas essas autorização médica. Caso o paciente esteja
são dicas de segurança. E durante a terapia apto, existe uma variedade de coisas que
você vai querer removê-las gradativamente, você pode pedir que façam:
porque todos estes são meios de evitar a
• Agite a cabeça de um lado para o outro
ansiedade e as sensações físicas.
(30s);

• Coloque a cabeça entre os joelhos (30s)


Estratégias de redução da ansiedade 32:26 e levante a cabeça rapidamente para uma
posição normal;
Estas estratégias de redução da ansiedade
são opcionais, se o cliente ou paciente • Gire com os braços abertos em pé (1min);
está usando as estratégias para prevenir a
• Prenda a respiração (30s);
ansiedade ou evitar sensações de pânico,
isto se torna um problema porque está • Hiperventilar (1min);
tentando evitar a ansiedade. E o que
• Respire pelo canudo estreito sem respirar
você quer ensinar às pessoas é aceitar
pelo nariz (2min);
a ansiedade, encará-la, não ter medo da
ansiedade nem medo do pânico. Estamos • Olhar continuamente para a luz
tratando não apenas o pânico, mas também fluorescente do teto (1min);
o medo do ataque de pânico, então não faz
• Olhar continuamente para o reflexo no
sentido propor uma intervenção que reforça
espelho (2min);
este medo.
• Olhe continuamente para o ponto na
• Respiração diafragmática controlada,
parede (3min);
relaxamento muscular progressivo.
• Contraia todos os músculos do corpo
• Imagens positivas e reconfortantes (seu
sentado na cadeira (1min);
lugar “seguro”).
• Corra no local (1min);
• Outras estratégias calmantes, como
meditação e ioga. • Aquecedor de rosto para que o ar quente
sopre no rosto (5min);
Problema:
• Coloque um depressor de língua na parte
• As estratégias podem se tornar uma forma
de trás da garganta (30s);
de evasão.

• Reforça a crença de que a ansiedade é


intolerável.

• São contra-intuitivos para o objetivo de


aceitação da ansiedade.

32
AULA 2 • PARTE 4

PALAVRAS-CHAVE
00:00
Agorafobia: deriva da palavra do
grego antigo Ágora que significa
um aglomerado de pessoas ou
lugar de aglomeração e Phobos que
significa medo. É um tipo de medo de 01:16 Diagnóstico de agorafobia
aglomerações, medo de multidões.
• Medo/ansiedade sobre várias situações
públicas;

• Teme/evita situações porque pensa não


haver ajuda nem saída disponíveis;

Situações agorafóbicas 04:33 • As situações invariavelmente provocam


medo/ansiedade;
• Dirigir na cidade ou rodovia;
• Situações são evitadas, requerem
• Passageiro no carro; companhia ou aguentam com muito
medo/ansiedade;
• Mercearias/shopping;
• Medo/ansiedade desproporcional ao
• Transporte público;
perigo real;
• Viagem aérea;
• O medo/ansiedade duram > 6 meses;
• Visitas ao médico/dentista;
• Causa sofrimento/prejuízo clinicamente
• Barbeiro/cabeleireiro; significativo.

• Trabalhar;

• Esperando na fila;

• Caminhando;

• Estar em casa sozinho; 06:28 Razões para o medo e a fuga

• Estar fora da cidade; Medo de:


• Cinemas / arenas; • Ter um ataque de pânico total
• Restaurantes; • Ter sintomas de pânico limitados
• Local de culto; • Episódio de ansiedade intensa
• Lugares fechados; • Ameaça física (ser agredido, ferido por
• Espaços abertos. alguém; comum na evitação induzida por
trauma)

• Constrangimento, vergonha (ou seja,


desmaiará, perderá o controle)

33
Epidemiologia e curso 07:17

• Prevalência anual de 1,7%.

• A maioria tem início antes dos 35 anos. 08:43 Componentes da agorafobia


• O curso é crônico com remissão completa • Gatilhos situacionais (o que é evitado);
rara.
• Hiperexcitação fisiológica temida (ou seja,
• Tem uma prevalência muito maior em palpitações cardíacas, pressão torácica,
mulheres do que em homens. tipo de respiração, tontura, etc);
• As taxas de comorbidade são altas • Cognições catastróficas (por exemplo,
para outros transtornos de ansiedade, vou desmaiar, ter um ataque cardíaco,
depressão grave e transtorno por uso de engasgar até a morte, ficar louco, gritar,
álcool. machucar alguém, perder o controle, agir
como um tolo, muito longe do hospital,
etc.);

Outros fatores a serem avaliados 13:27 • Respostas e zona de segurança (por


exemplo, acompanhado por amigo /
• Histórico de situações de exposição (o pior cônjuge, transportar medicamentos,
que já aconteceu com você); transportar ventilador portátil, etc.; Zona
de segurança é a zona geográfica de
• Motivação para a mudança (qual é o custo
segurança);
pessoal da agorafobia; quais são seus
objetivos específicos e sua importância
pessoal);

• Expectativas de tratamento (espera sentir


16:20 Componentes do tratamento
medo, ansiedade);

• Investimento em busca de segurança • Construir uma hierarquia de exposição;


(disposição para mudar de um foco
• Desenvolva um plano de exposição;
confortável e calmante para um foco
desafiador e expansivo). • Acompanhar o paciente durante as
primeiras exposições;

• Identifique interpretações erradas de


ameaça e catástrofe;
Resumo de fobias, pânico e agorafobia 18:52
• Gerar interpretações alternativas (ou seja,
• Exposição; deixar a ansiedade diminuir naturalmente);

• Identifique interpretações errôneas • Eliminar gradualmente a confiança nas


catastróficas de ameaça, perigo e dicas de segurança;
vulnerabilidade; • Configure as exposições como
• Gerar interpretações alternativas e mais experimentos comportamentais;
saudáveis; • Pratique habilidades de redução de
• Crie experimentos comportamentais que ansiedade (opcional).
gerem suporte para a alternativa;

• Reduza a dependência de dicas de


segurança;

• Fortaleça a resiliência ao medo e


ansiedade (ou seja, uma meta baseada na
aceitação).

34
AULA 3 • PARTE 1

O que te deixa preocupado? 03:34

Quais são as preocupações que vocês


carregam com vocês? O que desperta em
vocês algum tipo de resposta emocional,
fisiológica, cognitiva, pensamentos,
apreensões? O professor explica a 06:49 Ansiedade
importância do funcionamento do nosso
A ansiedade é um fenômeno natural
aparelho biológico, que foi desenvolvido
do nosso organismo que relaciona
pela própria natureza para nos adaptarmos
cognições, emoções e de alguma maneira,
as mais diferentes circunstâncias. Embora
potencializa comportamentos. Serve
seja muito útil para o nosso funcionamento,
para antevermos uma circunstância
ele não é necessariamente prazeroso
e nos prepararmos para ela. Se nós
quando é ativado. Lucas esclarece sobre a
não ficássemos ansiosos, não iriamos
utilidade da preocupação. A medida que
nos preparar para o que poderia vir,
nos preocupamos, podemos nos preparar
provavelmente nos colocando em risco.
e antever uma dificuldade, buscando uma
Possuímos uma série de riscos onde a
solução para diminuir os seus impactos.
ansiedade pode nos ajudar:

• Riscos sociais

• Riscos relacionais

• Riscos laborais
O que você teme? 08:52
O problema da ansiedade é quando
ela está desproporcional. Quando
Qual é o seu temor? O que não pode
estamos muito ativos cognitivamente,
acontecer? O medo é o nosso alarme, é
emocionalmente e o nosso organismo
aquilo que dispara quando alguma coisa
pode estar estressado em relação a algo
que valorizamos está sob risco e precisamos
que supostamente não deveria conferir
identificar isso claramente. O medo também
tais respostas, causando vulnerabilidade.
é uma condição adaptativa, sendo algo
desprazeroso. Sentindo medo também
podemos proteger aquilo que nos traz
valor. O problema do medo é o mesmo da
ansiedade, quando é algo desproporcional,
quando possuímos medo exagerado de algo
e não conseguimos fazer distinção daquilo
que é um risco ou não.

35
Abordagem cognitiva-comportamental 10:23

Professor Lucas apresenta sobre abordagem


cognitiva-comportamental dentro de
suas bases fundamentais. O elemento
essencial de um processo terapêutico é
o vínculo. O terapeuta deve trabalhar na 10:53 A melhor relação humana é
abordagem cognitiva comportamental a aquela que funciona a partir
partir da necessidade do nosso paciente, das necessidades do paciente,
identificando quais são as suas necessidades. não das suas demandas.
É importante quando pensamos em um
paciente que pode possuir fobia ou pânico,
que devemos entender a ansiedade, a
manifestação da ansiedade, o medo, a
manifestação do medo e o que tem valor
para esse sujeito ou o que não tem valor. É
12:26 Fobias específicas
muito importante se aproximar, escutar, ter
Medos exagerados, a ponto de acelerar o
respeito pelo paciente e conseguir identificar
coração e causar vontade de desaparecer,
como o organismo do paciente desperta
(são alguns exemplos) e é a partir daí que
frente a diferentes estímulos e diferentes
surgem as fobias. Fundamentalmente
estressores, à respeito tanto da ansiedade
quando pensamos na prática clínica, o que
quanto do medo. A ansiedade e o medo
vamos identificar como fóbico é o medo
não são questões psicopatológicas, elas são
exagerado relacionado a alguma coisa
funções naturais do nosso organismo. O que
que supostamente não deveria gerar esse
precisamos identificar escutando o nosso
medo. Pode ser algo específico, voltado a
paciente com o máximo de cuidado e zelo,
aspectos pontuais, e isso é relativamente
e em que medida isso se torna distorcido,
comum. Do ponto de vista generalista,
em que medida isso gera sofrimento para o
inevitavelmente vamos acabar atendendo
nosso paciente.
pacientes que tem alguma fobia específica.
A prevalência da fobia é maior do que
a presença em consultório, porque as
fobias especificas muitas vezes são tão
especificas que não fazem com que o
Aspectos gerais do tratamento 14:56
paciente chegue no consultório. No entanto,
Pensando nos aspectos gerais, é raro um existem circunstâncias que levarão os nossos
paciente nos avisar com antecedência que pacientes ao consultório, principalmente
o problema dele é alguma fobia específica. quando essas circunstâncias se relacionam
Mas todo paciente que tem fobia específica com algo que faz parte da rotina do paciente
traz isso na primeira entrevista. A fobia gera ou quando é algo valoroso.
demanda no nosso paciente. Os aspectos
gerais do tratamento são:

• Entrevistas iniciais
• Conceitualização (Formulação) de caso
• Intervenções
• Prevenção
• Alta terapêutica

36
Entrevistas iniciais 17:53

A escuta terapêutica é a principal ferramenta


do psicólogo. Pontualmente, é aquilo que
de melhor podemos oferecer ao paciente.
A atenção genuína dada a alguém, é o fator 24:33 A relação terapeuta/paciente
mais atrativo da relação humana. que dita o protocolo e não o
É fundamental que o paciente tenha a contrário.
sensação de que genuinamente o outro se
interessa, e isso vale em qualquer relação.
Precisamos ter uma escuta qualificada do
nosso paciente.

Muitas vezes, a terapia cognitiva CASE​


comportamental é confundida com 31:58
protocolos, e os protocolos, por sua vez, Ângela: Fobia de sapo
são confundidos com tratamento frio,
• Dados gerais: Ângela, 23 anos,
distante e excessivamente objetivo. A terapia
universitária.
cognitiva comportamental não é isso, a
terapia cognitiva comportamental se utiliza • Demanda: Relata desconforto ao visitar
sim de protocolos de acompanhamento, a casa da sogra por conta dos sapos que
mas a relação terapêutica é humana, isso é existem no terreno. A sogra vive em zona
fundamental. No momento das entrevistas rural da cidade.
iniciais há dois processos acontecendo, • “Tenho pavor de sapo. Não sei a razão, mas
sendo um mais importante do que o outro. tenho nojo e não gosto nem de imaginar”.
E o vínculo é muito mais importante no
• Aspectos a considerar: Ângela é a filha
processo terapêutico, superando qualquer
mais nova (temporão) de um casal de pais
técnica específica, sem exagerar no processo
avós. Sempre foi tratada pela família de
avaliativo protocolar. Os aspectos gerais de
“forma especial”. A mãe é descrita como
tratamento são:
“muito zelosa” e o pai como “medroso”.
• A escuta terapêutica;

• Vínculo e avaliação;

• Riscos de processo com o paciente fóbico;

• Humanização do atendimento e protocolo


terapêutico.

37
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
41:00
Qual a principal ferramenta do
psicólogo para a criação de um
vínculo com o paciente?

Intervenção.

Conceitualização de caso.

Escuta terapêutica.

Prevenção.

AULA 3 • PARTE 2

CASE​
00:00
Fobia de sapo - Avaliação
(Vínculo)
• Primeiro processo terapêutico
CURIOSIDADE
• Vergonha por sentir medo 03:44
• Autoeficácia baixa Albert Bandura
• Avaliação da rede de apoio

Resposta desta página: alternativa 3.

Foi um psicólogo canadense, professor


de psicologia social da Universidade de
Stanford. Fez contribuições no campo da
psicologia social, cognitiva, psicoterapia
e pedagogia. Em 1968, aos 43 anos, foi
o presidente mais jovem eleito para a
Associação Americana de Psicologia.

38
PALAVRAS-CHAVE
03:44

Autoeficácia: Na teoria de Bandura, é


tida como a percepção do indivíduo
a respeito de suas capacidades no
exercício de determinada atividade.
O psicólogo canadense descreve 07:51 Conceitualização
como “as crenças das pessoas a
respeito de suas capacidades de Professor Lucas apresenta os aspectos
produzir determinados níveis de
gerais da conceitualização:
desempenho que exercem influência
sobre fatos que afetam suas vidas”. • Construção da relação causal

• Descrição de gatilhos, pensamentos,


emoções e comportamentos

• Identificar crenças e pensamento


Eu só posso trabalhar a disfuncionais
13:17
motivação do paciente • Motivar o paciente ao tratamento
escutando o sujeito. Não existe
motivação pronta. Eu não
posso determinar o que motiva
o meu paciente, eu preciso
escutar dele [...] entender a 14:15 Fatores etiológicos
necessidade psíquica para
Lucas comenta sobre os fatores
melhorar a motivação desse
etiológicos da fobia específica, explicando
paciente.
que adquirimos fobias de 3 maneiras.
Fundamentalmente elas podem estar
associadas e podemos aquirir fobias através
das 3 formas de condicionamento:

• Condicionamento clássico: aquele que


refere uma resposta reflexo com estímulo
Fatores etiológicos (continuação) 14:15 neutro, alguma coisa que não estava
vinculada a consequência final. É o medo
• Processo de generalização da
mais importante, mais presente.
aprendizagem (medo fóbico) de maneira
a responder de forma semelhante para
estímulos diferentes - que guardam entre • Condicionamento vicário: de observação,
si alguma relação. de modelação de comportamento pelo
outro. Possuí muita força se for associado
• Algumas vezes a queixa do paciente ao medo clássico.
fóbico se refere a um objeto associado
que traga maior prejuízo funcional, mesmo • Instrução: menos intenso, mais suscetível
que não seja objeto fóbico original. a ser modificado. De alguma maneira nós
somos instruídos, convencidos a sentir
• Alguns pacientes por conta de tal medo de algo. É o medo mais frágil dos 3.
generalização podem não rememorar
um evento associado ao objeto/situação A manutenção do medo se dá por
fóbica - tal condição não inviabiliza os condicionamento operante. Ou seja, o
procedimentos terapêuticos. procedimento é totalmente comportamental.
A fobia tem um tratamento muito mais
comportamental do que cognitivo.

39
CASE​
20:46
Fobia de sapo (Conceitualização)
• Gatilhos: coaxar do sapo, o terreno
descampado e barulho de chuva.

• Pensamentos e crenças: “eu vou


desmaiar”, “ esse terreno deve ser cheio de
sapos”, “eles estão vindo na minha direção” 25:38 Toda vez que a gente puder
• Respostas fisiológicas: coração acelerado,
incluir soluções que o paciente
suor, enjoo, contração muscular
já trouxe para problemas seus
anteriores, melhor. Porque a
• Respostas evitativas: evitar a casa da gente trabalha a autoeficácia
sogra, evitar encontros familiares, acabar o desse paciente e porque a
namoro gente trabalha sob o terreno
que ele já teve resultados.

Distorções cognitivas - Fobias específicas 25:58

Professor Lucas cita que existem algumas


distorções dentro das possíveis distorções
cognitivas, que são mais comuns por
pacientes fóbicos de modo geral. Entre
as distorções cognitivas dentro das fobias
específicas, podemos salientar:

• Catastrofização
• Inferência arbitrária 27:33 O medo fóbico é tipicamente
• Hipergeneralização irracional. Não adianta esperar
• Maximização e Minimização que a minha intervenção
• Abstração seletiva cognitiva seja (Sapo não causa
• Pensamento irracional cegueira, isso é irracional
da sua parte) [...] ele não
gostaria de ter medo, o medo
é involuntário. O medo não é
de sapo, o medo é da resposta
fisiológica.

40
CASE​
30:24
Fobia de sapo (Distorções)
• Catastrofização: “vai ser horrível ter que
lidar com isso, e provavelmente ele irá me
deixar”
33:54 Aspectos gerais do tratamento
• Inferência arbitrária: “nada que eu faça vai
ser suficiente” Detalhamento da origem não resolve o
problema, o que é significativo não tem a
• Pensamento irracional: “eles (sapos) vão
ver com a origem do problema. Vale a pena
perceber o meu medo”
buscar a origem até certo ponto, mas não
é efetivo e essencial ao procedimento. É
muito mais interessante entender a rede de
apoio, as crenças e os pensamentos que
o paciente tem, é muito mais interessante
buscar o vínculo com o paciente, do
que buscar em qual momento o medo
fóbico foi desencadeado. Na avaliação
devemos fazer uma varredura minuciosa,
fundamentalmente nos gatilhos e nos
comportamentos de evitação, são eles que
fazem a manutenção do medo fóbico. O
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO que devemos desativar em um paciente
38:00
fóbico é a evitação, devemos conseguir
Assinale a alternativa que não encontrar os procedimentos que o paciente
corresponde a uma distorção
encontrou para burlar o gatilho, para não ter
cognitiva dentro das fobias
despertado a ansiedade exagerada, o estado
específicas.
de pânico em determinado objeto. Devemos
identificar esses fatores e bloquea-los.
Inferência causal.

Abstração seletiva.

Catastrofização.

Hipergeneralização.

Resposta desta página: alternativa 1.

41
AULA 3 • PARTE 3

Intervenções 00:00

Nos casos de intervenções em fobias


específicas, Lucas explica que devemos
trabalhar a motivação do tratamento,
vinculando as crenças do paciente, os
seus pensamentos, o conhecimento 02:08 Para o resto da vida é
maior ou menor que ele tenha sobre o
importante que a Ângela não
tema, o vínculo terapêutico e a confiança
evite sapos [...] ao contrário,
estabelecida na construção do vínculo, de
que ela continue fazendo
maneira que motive o paciente. Exposição
exposição disso para que ela
gradual para aproximar o objeto que
faça a manutenção desses
gera medo ao paciente, auxiliando o
ganhos.
paciente a enxergar o benefício dessa
aproximação, no sentido da diminuição
dos sinais somáticos, para uma prevenção
e manutenção dos bens terapêuticos.

CASE​
02:26
Fobia de sapo (Motivação)
• Ansiedade antecipatória + interferência na
vida cotidiana;

• Tratamento envolve técnicas de caráter


ansiogênico - trabalhar a motivação do
paciente é um elemento crucial.
05:54 Exposição gradual
• Situação atual: Descrever objetivamente os
prejuízos envolvidos na esquiva fóbica e na A exposição gradual é a ferramenta
ansiedade antecipatória - principalmente psicoterápica mais efetiva no tratamento
os que limitem a capacidade de trabalho e das fobias específicas, e por isso é um dos
produtividade. exemplos mais bem-sucedidos das técnicas
• Situação desejada: Descrever as possíveis comportamentais na clínica psicológica.
repercussões na vida e no funcionamento
do paciente resultante da melhora clínica.

42
Dessensibilização sistemática 06:47

Técnica de exposição gradual que parte da


exposição gradual a objetos ou situações
CASE​
menos ansiogênicas, até o enfrentamento de 13:09
situações mais ansiogênicas. Fobia de sapo (Dessensibilização
• Elaboração de uma lista de hierarquias sistemática)
numa sequencia ordenada de situações
No caso de Ângela, podemos observar
fóbicas - que servirá para orientar a
que existiam diversos elementos que
exposição;
poderiam gerar um certo temor. E é com
• Elaborada pelo paciente com a ajuda do esses elementos que devemos ter cautela.
terapeuta; O professor explica que a dessensibilização
sistemática foi pontuada pela paciente e
• Pode ser modificada e alterada ao longo foram ponderados certos pontos numa
do tratamento; escala de rejeição:
• Definindo a hierarquia - quantificando o
medo
• Falar de sapo - 3
• Listagem indiscriminada das situações
• Coaxar do sapo - 4
• Separação das situações listadas em três • Caricatura do sapo - 4,5
grupos conforme o grau de intensidade -
baixa intensidade, média intensidade e alta • Desenho de sapo - 5
intensidade • Objetos que lembre sapo - 5,3

• Classificar em cada grupo as situações em • Desenho animado de sapo - 6


ordem crescente
• Bicho de pelúcia de sapo - 6,5

• Imaginar o sapo - 8,5

• Fotografia de sapo - 9
Processo de aproximação 23:23
• Ver o sapo - 9,5
• Gradual e sistemática; • Tocar no sapo - 10

• Relação de segurança no vínculo entre


paciente e terapeuta;

• Persuasão;

• Avanço de acordo com o paciente e objeto


fóbico.

24:40 Aspecto cognitivo do processo

• Aumentar a adesão as técnicas de


exposição

Oferecer suporte para a eventualidade das


tentativas de enfrentamento mal sucedido
e as conclusões tiradas pelo paciente a
respeito disso.

43
CASE​
25:07
Case: Fobia de sapo (Aspecto
cognitivo)
• Correção das distorções cognitivas
25:57 Complementos terapêuticos
• Aumento da autoeficácia associada a
novas relações cognitivas • Modelagem - envolve o aumento do
• Generalização da aprendizagem repertório de respostas e o aprendizado de
comportamentos por meio da observação
dos comportamentos e das repostas
emocionais dos modelos;

• Hiperexposição - pode ser utilizada na


parte final do tratamento no período da
pré-alta, pela realização de tarefas de
exposição que vão além do contato usual
típico;

• Exposição imaginária - utilizada na fase


inicial da exposição ou para situações
onde seja difícil a exposição ao vivo. O
procedimento envolve a imaginação de
situação ansiogênica com riqueza de
detalhes para a ativação das respostas
A medicação para questões que 31:20 fisiológicas, emocionais e cognitivas.
envolvam fobias que estejam
• Inundação - técnica concorrente a
presentes na vida do paciente
dessensibilização sistemática, onde o
é contraproducente. Porque
paciente é exposto ao objeto fóbico
eu quero que o meu paciente
em intensidade máxima por período
experimente a ansiedade, quero
prolongado;
que ele descondicione os sinais
de ansiedade com o objeto fóbico • Tratamento farmacológico - os
e isso só é possível se ele sentir medicamentos ansiolíticos e
ansiedade. antidepressivos não apresentam resultados
significativos e estáveis a longo prazo.
Podem dificultar o engajamento do
paciente a exercícios de exposição e servir
como reforço operante para a evitação dos
sinais de ansiedade;

• Estratégias de manutenção - como


parte da autonomia desejada para a alta
do paciente, o terapeuta deve pontuar
ao longo do processo a necessidade
da exposição como ferramenta para
a manutenção da melhora alcançada.
Combinar exposições intermitentes e
sessões de checagem com intervalos mais
longos.

44
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
32:00
Assinale a alternativa correspondente
ao conceito de inundação.

Exposição intermitente com


intervalos maiores.

O paciente é exposto ao objeto


fóbico por um longo período e em
intensidade máxima.

Imaginação da situação que causa


ansiedade, com riqueza de detalhes.

Exposição além do contato visual


típico.

AULA 3 • PARTE 4

Pânico e Agorafobia 00:36

Em relação ao pânico, Lucas cita alguns


elementos para ativar o processo clínico, 07:24 Pânico e Agorafobia (continuação)
salientando que existem dois tipos de
pânico: o pânico que vamos chamar de O pânico se manifesta nos pacientes nas
espontâneo e o pânico que está relacionado seguintes maneiras:
a estímulos, que foi despertado por um
• Sinais somáticos percebidos
estímulo.
• Circunstancias associadas (gatilhos)
• Pânico espontâneo: terror crescente
associado a sintomas autonômicos, • Interpretação cognitiva
geralmente cardiorrespiratórios; “Veio do
• Resposta comportamental
nada!”

• Relacionado a estímulo: medo súbito


Resposta desta página: alternativa 2.

disparado por exposição a estímulo fóbico


ou pelo medo da antecipação de tal 09:04 Distorções interpretativas
estímulo; Fobias específicas.
São fundamentais no processo do pânico.
A agorafobia é a evitação ou persistente Para que o pânico ganhe a dimensão,
apreensão a respeito de situações das para que a ansiedade percebida ganhe
quais podem ser difícil escapar, ou em que uma dimensão de pânico num ponto
não há uma ajuda disponível em caso de agudo máximo, precisa ser alimentada de
ataque de pânico, ou desenvolver sintomas distorções cognitivas, ideias que sugiram de
incapacitantes ou constrangedores. que aquilo que está acontecendo é terrível e
que vai levar a um desfecho trágico.

45
Eu só posso ter um quadro de 14:38
ansiedade aguda, um quadro
de ansiedade máxima de
pânico se tenho uma distorção
atencional, se a minha atenção
está hipersensível aos sinais 23:41 Etapas do tratamento
somáticos e está distante do
resto do ambiente. Pensando nas etapas de tratamento do
pânico, temos as estratégias gerais:

• Psicoeducação

CASE​ • Esbatimento de sintomas


26:04
Amanda • Reestruturação cognitiva

• Dados gerais: Amanda, 30 anos, secretária • Exposição interoceptiva

• Demanda: A paciente chega para a • Exposição in vivo


avaliação narrando estar passando
sistematicamente por uma crises de
Ansiedade Intensas (Pânico). Diz ter
muito receio de ficar sozinha e que tem
pressão baixa. Segundo sua narrativa, CASE​
28:41
as crises podem ser desencadeadas por
estar sozinha ou em ambientes fechados Amanda (Vínculo)
com muitas pessoas. Diz também que já • Paciente já fez outros processos
aconteceu de forma espontânea. terapêuticos
• Aspectos a considerar: Amanda é a filha • Tímida, exigente e insegura
mais velha de um casal que mora no
interior do Rio Grande do Sul. A família é • Histórico de saúde frágil
muito apegada. Mora com a irmã em um • Autoeficácia baixa
apartamento alugado em Porto Alegre.
• Família emaranhada

CASE​
31:23
Amanda (Conceitualização)

• Construção da relação casual CASE​


32:07
• Descrição de contexto e frequência Amanda (Conceitualização)
de gatilhos (pensamentos, emoções e
comportamentos) • Gatilhos: estar sozinha, calor, sensações
somáticas
• Identificar crenças e pensamentos
disfuncionais • Pensamentos e crenças: “eu vou desmaiar“
“estou tendo um AVC“
• Identificar comportamentos evitativos
• Resposta fisiológica: coração acelerado,
suor, parestesias

• Respostas evitativas: evitar ficar só, evitar


sair em dias quentes, evitar situações
sociais que tenham muitas pessoas

46
Psicoeducação 33:54

Professor Lucas narra sua experiência


baseado no tratamento com a sua paciente 36:46 Esbatimento de sintomas
Amanda.
• O paciente deve aprender sobre medidas
• Quanto ao transtorno; as explicações a de controle de sinais de pânico;
respeito do plano e a sua frequência, a
• Manejo de hiperventilação - técnica do
que ponto a ansiedade pode prejudicar o
saco
sujeito.
• Treino respiratório - aproximadamente 10x
• Psicofisiologia do medo e da ansiedade; o
dia;
que é ansiedade e o seu tipo de estressor,
o que é medo e quais são os seus sinais, • Relaxamento muscular - aproximadamente
qual a necessidade do medo no ponto 2x dia, 10 min cada.
de vista adaptativo, em que medida a
ansiedade ou o medo são patológicos.

• Probabilidade de desmaios; existe uma


ativação fisiológica muito grande

• Pânico X ataque cardíaco; vamos falar


sobre o funcionamento do coração, que
é um músculo que se saí muito bem sob
39:18 O bom da fobia específica e do
pressão e sob estresse profundo, que só
pânico é que a gente pode se sentir
vai ter prejuízo caso a pessoa já tenha uma
terapeutas competentes porque
pré condição cardíaca.
essas intervenções funcionam na
• A fisiologia de hiperventilação; controle maior parte das vezes [...] quando
respiratório, cessar hiperventilação faz não funciona, devemos desconfiar
com o que o batimento cardíaco se que não houve vínculo, que a gente
regularize, diminuindo a ansiedade. errou o procedimento ou desconfiar
que existe uma comorbidade.

Reestruturação cognitiva 39:55

• Não tem como objetivo direto baixar a


ansiedade;

• Trabalhar avaliações equivocadas das


sensações corporais;

• Modelo de distorções cognitivas;

• Registro de pensamentos disfuncionais -


RPD

47
Exposição interoceptiva 46:02

Devemos avaliar:

1. Intensidade (0-10)
49:02 Exposição In vivo
2. Ansiedade (0-10)

3. Similaridade (0-10) Para as situações agorafóbicas:

Quanto melhor simular o estímulo


• Exposição gradual; lista de situações
desencadeante, mais efetivo terá.
menos temidas até a mais temida.
Existem vários exemplos de pequenos • Exposição intensa: presença mais temida
exercícios que podem ser conduzidos dentro - indicam melhores resultados a longo
da prática clínica para despertar a ansiedade prazo;
e podermos fazer os exercícios de regulação: • Remova comportamentos de segurança
(pessoas, dinheiro, telefone).
• Sacudir a cabeça de um lado para o outro -
30 segundos
Relativo ao tempo de duração das
• Colocar a cabeça entre as pernas e levante exposições:
rápido - 30 segundos
• Apresentação (exposição) única de 60
• Correr parado - 1 minuto minutos tem melhores resultados que 3
• Girar em torno de si mesmo - 1 minuto exposições de 20 minutos.
• Mensagem do “aprender a tolerar o
• Hiperventilar - 1 minuto medo” ao invés “esperar o medo.baixar”.
• Prender a respiração o máximo que puder
- 30 segundos

Prevenção a recaída 54:14

• Mapear os antigos comportamentos de EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO


evitação e praticar exposição regular a 55:00
situações temidas; O pânico relacionado ao estímulo é
um ______ disparado por _______
• Estratégias para quando tiver despertado
ou pela _______.
os medos;

• Cadernos de terapia e cartões de Terror crescente - exposição a


enfrentamento; um estímulo fóbico - distorção
cognitiva
• Consultas de revisão - ligação pós
tratamento; Medo súbito - um sintoma
autônomo - antecipação de tal
estímulo
Resposta desta página: alternativa 4.

Terror crescente - um sintoma


autônomo - distorção cognitiva

Medo súbito - exposição a um


estímulo fóbico - antecipação de tal
estímulo

48
Resumo da disciplina
Veja nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina.

AULA 1

Ansiedade é sempre sobre algo que


está prestes a acontecer.

Quando tratamos a ansiedade, estamos


sempre observando ou avaliando como
o indivíduo lida com ameaças.

Uma vez que você tem um ataque


de pânico, é extremamente fácil
desenvolver um medo.

AULA 2

Só porque a pessoa tem ataques


de pânico, não significa que ela tem
transtorno do pânico.
Às vezes podem ser sensações
internas, outras vezes pode ser uma
sensação física que desencadeia um
ataque de pânico.
No transtorno do pânico, as crenças
básicas do pânico estão relacionadas
com a sensibilidade à ansiedade ou
medo do medo.

AULA 3

A ansiedade é um fenômeno natural


do nosso organismo que relaciona
cognições, emoções e potencializa
comportamentos.

A relação terapeuta/paciente que


dita o protocolo e não o contrário.

O medo fóbico é tipicamente irracional.

49
Avaliação
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.

Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização


é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. ​

Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.


A nota mínima para aprovação é 6. ​

Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. ​
Pós-Graduação em
Terapia Cognitivo-Comportamental

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