Você está na página 1de 15

NIVEL DE CONHECIMENTO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DE MULHERES

EM SITUAÇÃO VULNERÁVEL DE UMA REGIÃO DE CAMPO GRANDE - MS 1

Ângela Mariano de Oliveira 2; Maria da Gloria da Silva de Oliveira 2; Vanuza Maria


dos Santos 2; Profª Dra. Aucely Corrêa Fernandes Chagas3; Karla de Toledo C.
Muller3

RESUMO
Introdução: Uma visão geral sobre métodos contraceptivos, seu uso, disponíveis
com gratuidade e planejamento familiar. Objetivos: Identificar o nível de
conhecimento das mulheres em vulnerabilidade social sobre o uso dos métodos
contraceptivos, identificar os aspectos sócio-demográficos das participantes,
conhecer quais são os métodos contraceptivos mais usados, traçar o perfil
reprodutivo das participantes, associar os aspectos sócio-demográficos e os
conhecimentos e pratica do uso dos métodos. População e métodos: Trata-se de
uma pesquisa do tipo populacional transversal e quantitativo com mulheres em idade
reprodutiva de uma comunidade vulneral situado no Bairro Bom Retiro em Campo
Grande – MS. A coleta de dados foi iniciada no mês de Abril de 2021, a partir de um
questionário estruturado online. Resultados:

Palavras chave: métodos contraceptivos, planejamento familiar, métodos


contraceptivos conhecidos.
______________________

1
Trabalho de conclusão do curso de Enfermagem da Universidade Católica Dom Bosco, Campo
Grande – MS, 2021.
2
Acadêmicas, do curso de Enfermagem da Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande – MS.
3
Profª Dra do curso de Enfermagem da Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande – MS. E-
mail: karla@ucdb.br; aucely@ucdb.br
2

INTRODUÇÃO

Os métodos contraceptivos podem ser definidos como comportamentais,


medicamentosos, ou cirúrgicos, e tem como objetivo, evitar uma gravidez
indesejada. Podem ser reversíveis e irreversíveis, masculinos e femininos, desta
forma os métodos reversíveis são os que podem ser revertidos, portanto, quando
deixado de utilizá-los, poderá engravidar1.
Os métodos irreversíveis são aqueles em que não se recupera a capacidade
de engravidar, como a ligadura de trompas uterinas/ laqueadura e a vasectomia.
Como é um método sem reversão, a família tem que estar bem decidida de que não
querem mais ter filhos2.
O governo federal adotou o Programa de Assistência Integral à Saúde da
Mulher (PAISM, 2004), com a finalidade de integrar a atenção preventiva e
atividades de planejamento familiar. Esse programa diferenciado baseou-se na
intenção de controlar a natalidade e também um conceito que agrega a livre decisão
do casal quanto ao número de filhos e do intervalo entre eles 3.
Segundo Carreno et al.4, o Programa de Assistência Integral à Saúde da
Mulher (PAISM), tem o foco diferenciado na saúde reprodutiva com base na atenção
integral à saúde superando as intenções de controle da natalidade.
Atualmente os métodos conhecidos são: preservativos masculino e feminino,
diafragma, espermicidas, DIU, pílula, contraceptivo injetável, implantes subcutâneos,
adesivo transdérmico, anel vaginal, laqueadura e vasectomia. Todavia os mais
eficientes são: anticoncepcionais orais, injetáveis e DIU 5. Em contrapartida, os
efeitos colaterais mais frequentes apresentados pelas usuárias de DIU, são o
aumento do fluxo menstrual e a exacerbação das cólicas menstruais consideradas
as razões mais comuns para a sua remoção6.
Conforme o Manual Técnico de Planejamento Familiar do Ministério da
Saúde garante a aprovação dos métodos existentes:

A assistência em anticoncepção pressupõe a oferta de todas as alternativas


de métodos anticoncepcionais aprovadas pelo Ministério da Saúde, bem
como o conhecimento de suas indicações, contraindicações e implicações
de uso, garantindo à mulher, ao homem ou ao casal os elementos
necessários para a opção livre e consciente do método que a eles melhor se
adapte. Pressupõe, ainda, o devido acompanhamento clínico-ginecológico à
usuária, independentemente do método escolhido (p.111) 7.
3

Antes dos 20 anos, as jovens referem usar contraceptivos orais e


preservativos masculinos, os menores de 30 anos preferem e o uso de métodos
reversíveis de media e longa duração como: implantes subcutâneos, injetáveis e
dispositivos intrauterinos. Após essa idade o mais escolhido é a esterilização, tanto
masculina quanto feminina, portanto, o fornecido na rede publica de saúde são:
dispositivo Intrauterino de cobre (DIU de cobre), a camisinha masculina e feminina,
anticoncepcional injetável (mensal ou trimestral) ou em pílula, além disso, é possível fazer
vasectomia e laqueadura8.
Contracepção de emergência ou pílula do dia seguinte à relação sexual é
composta por uma concentração de hormônios que não deve ser utilizada por um
tempo prolongado, pois consiste na suspensão da ovulação e deslocamento do
esperma, havendo restrição na indicação 9. É importante ressaltar sobre a pílula do
dia seguinte, que muitas mulheres utilizam como método de prevenção de gravidez,
porém a mesma só deve ser usada no caso de estupro ou de haver uma relação
sexual desprotegida. Deve ser tomada logo que possível, uma vez que quanto antes
terá maior a eficácia10.
Frequentemente, o contraceptivo oral, pode causar trombose devido a liberação
do estrogênio, mas, o risco é menor que o acarretado por uma gestação. Quanto ao DIU,
quantidade de sangramento mais excessivo é o principal efeito colateral, para algumas
mulheres, poderá ter um aumento tanto em dias quanto em fluxo sanguíneo e cólico. O
DIU de cobre é contra indicado normalmente para pacientes com deformidades do útero
ou câncer no colo do útero, alergia a cobre, anemia, HIV e infecção ginecológica ativa11.
Quanto à interação medicamentosa do anticoncepcional oral com outros
medicamentos, até o momento não há comprovação científica de que os antibióticos
diminuem o efeito da pílula, contudo, questionar com o médico que prescreveu, se o
medicamento a ser usado pode ter alguma interação na eficácia do anticoncepcional12.
O que se tem observado é que o conhecimento sobre os métodos
contraceptivos é essencial, sem esse conhecimento, a mulher poderá utiliza-los de
formas inadequadas, sendo importante ressaltar que a mesma tem a liberdade de
escolha e de ter informações sobre os métodos contraceptivos disponíveis, saber
sobre o funcionamento do seu corpo, seu mecanismo de ação e no planejamento da
gravidez13.
Reforçando o ponto de vista das autoras Delatorre e Dias (p.3)1 o
conhecimento sobre métodos contraceptivos e suas formas de utilização, no
4

entanto, não levam necessariamente a práticas contraceptivas eficientes. Apesar da


disponibilidade de informações, o conhecimento efetivo sobre as formas de
funcionamento e de uso dos métodos contraceptivos parece ser insatisfatório.
Contudo, as informações sobre os métodos tendem a ser inadequadas ou
incompletas.
Devido a importância desse tema para a saúde pública, o objetivo desse
estudo foi mensurar o nível de conhecimento das mulheres em vulnerabilidade social
sobre o uso dos métodos contraceptivos.

PANORAMA GERAL DO USO E ACESSO A MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NO


BRASIL

Segundo Alves e Caetano14, o Brasil possui um histórico bastante peculiar


referente ao acesso aos métodos contraceptivos, isso devido a falta de politicas
publicas voltadas ao planejamento familiar, podemos assim mencionar que a queda
do inicio da fecundidade obteve inicio na década de 1960, porém a classe mais
pobre das mulheres por não poderem ter acesso e por não poderem comprar os
métodos ofertados, ficaram vulneráveis e exposta a gravidez não planejada,
aumentando assim a incidência de abortos e esterilização, como consequentemente
o aumento de parto cesariano.

Com este cenário o pais obteve um forte impacto na desigualdade


principalmente no acesso ao tipo de método adotado pelas mulheres. Em pesquisa
comparativa de dados da PNDS do ano de 1996 a 2006 realizada por Perpétuo e
Wong15, mostrou o aumento proporcional do uso de anticoncepcional, porém as
mulheres mais vulneráveis ainda tinham dificuldade de obter acesso aos métodos,
sendo mais utilizado o método de esterilização nas mulheres de baixa renda e
menor escolaridade.

Em pesquisa realizada por Farias et al 16, entre mulheres de 15 a 49 anos das


áreas urbanas do Brasil, revelou que a incidência dos contraceptivos tanto orais e
injetáveis eram de aproximadamente de 33% das mulheres pesquisadas, o estudo
mostrou o percentual de uso foi menor de métodos contraceptivos entre mulheres
mais jovens, sem companheiro e residentes no Norte do pais.
5

Segundo Amorim17, nos últimos trinta anos no Brasil a prevalência da contracepção


tem aumentado, em pesquisa realizada ente 1986, estimou que 66,2% das mulheres
em idade fértil que moram com um parceiro utilizavam algum método contracepitivo,
no ano de 1996, cerca de 76,7% e em 2006 cerca de 80,6% relataram usar algum
tipo de método contraceptivo.

Conforme Diniz18, ressalta que a demanda não atendida por métodos


contraceptivos acarretam em abortos devido as gravidezes indesejadas, para o autor
por mais que sejam realizadas pesquisas oficiais relacionadas ao aborto os dados
não seriam fidedignos visto que grande parte das mulheres entrevistadas omitiriam
as informações devido a questões de ilegalidade por aspectos emocionais e
psicológicos envolvidos, nessa pesquisa realizada a prevalência de aborto seria um
a cada cinco mulheres. Na concepção dos autores Casterline e Lacerda 18, os
métodos de contracepção impacta direta e indiretamente, nos serviços de saúde se
relacionando em diversos pontos de atuação de politicas públicas da área de saúde
sexual e reprodutiva.

Segundo Greene19, mesmo com a implementação de métodos contraceptivos


o Brasil, continua comprometido e deficitária, sendo pela precariedade de
informações por parte dos usuários, por falta de provisão de recursos públicos ou
pelas dificuldades de acesso a serviços de planejamento familiar.

1 - Amorim FA, Bonifácio GMO. Tendências e diferenciais na prevalência dos métodos contraceptivos: uma
análise a partir das DHS's realizadas no Brasil. In: XVII Encontro Nacional de Estudos Populacionais. População
e desenvolvimento: decifrando conexões, 2010.
http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/tema_5/abep2010_2594.pdf (acessado em
15/Maio/2021).

2- Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil. Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde, 1996. Rio de
Janeiro: Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil; 1997.

3- Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher: relatório. Brasília:
Ministério da Saúde; 2008.

15
Alves JED. As políticas populacionais e os direitos reprodutivos: o choque de civilizações versus
progressos civilizatórios. In: Caetano AJ, Alves JED; Corrêa S, organizadores. Dez anos de CAIRO:
tendências da fecundidade e direitos reprodutivos no Brasil Campinas: ABEP/UNFPA: 2004. p. 11-19.
6

16
Caetano AJ, Amorim FA. Classe social, reprodução e contracepção no Brasil contemporâneo. In:
Arilha M, Caetano AJ, Guedes M, Marcondes GS, organizadores. Diálogos transversais em gênero e
fecundidade Articulações contemporâneas. Campinas: Librum, Associação Brasileira de Estudos
Populacionais; 2012. p. 17-26

17
Perpétuo I, Wong L. Desigualdade socioeconômica na utilização de métodos anticoncepcionais no
Brasil: uma análise comparativa com base nas PNDS 1996 e 2006. In: Brasil. Ministério da Saúde
(MS). Dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança. Brasília: MS; 2006.

Farias MR, Leite SN, Tavares NUL, Oliveira MA, Arrais PSD, Bertoldi AD, Pizzol TSD, Luiza VL,
18

Ramos LR, Mengue SS. Utilização e acesso a contraceptivos orais e injetáveis no Brasil. Rev Saude
Publica 2016; 50(Supl. 2):1-10.

Tavares LS, Leite IC, Telles FSP. Necessidade insatisfeita por métodos anticoncepcionais no
19

Brasil. Rev Bras Epidemiol 2007; 10(2):139-148.

5- Casterline JB, Sinding SW. Unmet need for family planning in developing countries and
implications for population policy. Popul Dev Rev 2000; 26(4):691-723.

10- Diniz D, Medeiros M, Madeiro A. Pesquisa Nacional de Aborto. Cien Saude Colet 2017; 22(2):653-
660.

11- Lacerda MA, Miranda-Ribeiro P, Caetano AJ, Machado CJ. Mensuração e perfis de
demanda insatisfeita por contracepção nos municípios de Belo Horizonte e Recife, 2002. Revista
Brasileira de Estudos de População 2013; 22(1):113-129.

14- Greene M, Joshi S, Robles O. State of world population 2012. By choice not by chance. Family
planning human rights and development New York: UNFPA; 2012.

POPULAÇÃO E MÉTODOS

Trata-se de um estudo populacional transversal e quantitativo, por meio da


aplicação de um questionário semiestruturado em mulheres em idade reprodutiva. O
estudo foi realizado no mês de abril de 2021, em mulheres de uma comunidade
vulneral situado no Bairro Bom Retiro, Campo Grande – MS.
7

A partir de uma amostra não probabilística, por conveniência, participarão


deste estudo 30 mulheres em idade reprodutiva, convidadas aleatoriamente para
responder um questionário online de educação em saúde da mulher.
Foi utilizado como critério de inclusão somente mulheres em idade
reprodutiva. Não participaram mulheres que já tenham feito algum procedimento
cirúrgico para interromper reprodução, que não tenham assinado TCLE (Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido) ou o TALE (Termo de Assentimento Livre e
Esclarecido) quando menores de 18 anos e população indígena. Como exclusão,
consideraram-se os questionários que por ventura não estivessem preenchidos
corretamente.
Os dados foram coletados por meio de 19 questões que abordavam
variáveis como: Idade, cor, quantidade de gestações, renda, escolaridade, gravidez
planejada, se recebe benefício social, idade da primeira gestação, conhecimento dos
métodos contraceptivos e qual utiliza.
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade Católica Dom Bosco, CAAE 45234621.1.0000.5162.

RESULTADOS

Foram entrevistadas 30 mulheres na comunidade, sendo que dessas


participantes, a maioria pertence a faixa etária compreendida entre 26 e 35 anos, se
auto declaram-se pardas. Além disso, quando questionadas sobre a escolaridade,
60% (n=18) relataram possuir o ensino médio e quanto ao estado civil, 60% (n=18)
mencionaram o casamento como status atual. Quanto a renda familiar notou-se que
46,66% (n=14) possuem menos de um salário mínimo, sendo também válido
mencionar que 73,33% (n=22) recebem incentivo do governo como complemento da
base econômica familiar e 60% (n=18) mencionou não trabalhar na atual conjuntura.
Os dados podem ser observados na tabela 1.

Tabela 1. Distribuição das características socioeconômicas e demográficas das


mulheres entrevistadas na comunidade Bom Retiro (N=30). Campo Grande, MS,
Brasil, 2021.
Frequências
Variáveis sócio demográfica
Absoluta (n) Relativa (%)
Faixa Etária (anos)
18├┤25 7 23,3
8

26├┤35 18 60,0
≥ 36 5 16,7
Raça declarada
Parda 22 73,3
Branca 5 16,7
Preta 3 10,0
Escolaridade
Ensino Médio 18 60,0
Ensino Fundamental 10 33,3
Ensino Superior 2 6,7
Estado Civil
Casada 18 60,0
Solteira 10 33,3
Divorciada 2 6,7
Renda
< 1 salário mínimo 14 46,7
1 salário mínimo 12 40,0
2 salários mínimos 4 13,3
Trabalha
Sim 12 40,0
Não 18 60,0
Auxílio monetário governamental
Sim 22 73,3
Não 8 26,6
Fonte: Elaboração própria.
Em relação ao número de filhos, 40% (n=12) das mulheres entrevistas
relataram ter quatro ou mais crianças no lar. Considerando que o número mínimo de
filhos foi um e o máximo de seis, a média foi de 3,2±1,22 crianças. No que concerne
a faixa etária em que essas mulheres passaram pela sua primeira gestação, 50%
(n=15) tinha idade compreendida entre 14-18 anos. Dessa forma, levando-se em
conta que a idade mínima é quatorze e a máxima é de vinte e cinco, a média de
idade compreende 18,53±3,17 anos. Ademais, 36,33% (n=19) relataram que não
houve gravidez planejada e 66,66% (n=20) negaram complicações durante a gesta,
ao passo que a hipertensão foi a patologia citada com mais frequência por aquelas
que relataram problemas durante a gestação, atingindo uma porcentagem de
23,33% (n=7). O número de partos normais e cesáreas foram semelhantes, com
50% (n=15). Os dados podem ser observados na tabela 2.

Tabela 2. Distribuição das características obstétricas das mulheres entrevistadas na


comunidade Bom Retiro (n=30). Campo Grande, MS, Brasil, 2021.
Frequências
Variáveis obstétricas
Absoluta (n) Relativa (%)
Paridade (filhos)
9

1 2 6,6
2 6 20,0
3 10 33,3
≥4 12 40,0
Faixa etária da primeira parturição
14 ├┤ 18 15 50,0
19 ├┤25 15 50,0
Gravidez planejada
Sim 11 36,6
Não 19 63,3
Tipo de parto
Normal 15 50
Cesárea 15 50
Complicações na gestação
Não 20 66,6
Hipertensão 7 23,3
Sangramento 2 6,6
Baixo peso ao nascer 1 3,3
Fonte: Elaboração própria.

Quando investigado o tipo de método contraceptivo já utilizado pelas


mulheres durante sua vida fértil, 50% (n=15) relataram fazer o uso de pílula,
seguidas por 23,33% (n=7) que disseram ter feito uso de preservativo. A escolha
pela pílula do dia seguinte foi feita por apenas 6,66% (n=2) das entrevistadas (Figura
1). Atualmente, as mesmas relataram obter conhecimento sobre todos os tipos de
contraceptivos disponíveis para uso, atingindo uma porcentagem de 63,33% (n=19)
e o método mais citado como utilizado nos dias atuais pelas mesmas é a
contracepção oral combinada de etinilestradiol e levonorgestrel, anticoncepcional
injetável e uso de preservativo, sendo que os três somam 40% (n=12) da escolha
dessas mulheres. É importante observar que das mulheres que utilizam algum tipo
de contracepção atualmente, 43,33% (n=13) já receberam algumas orientações
relacionadas ao tema através de palestras e rodas de conversas com profissionais
de saúde.

Figura 1. Representação gráfica do tipo de método contraceptivo dos quais foi feito
uso pelas mulheres entrevistadas na comunidade Bom Retiro (N=30). Campo
Grande, MS, Brasil, 2021.
10

CE660ral
Número de mulheres que optaram
pelo método (%)

CE660ral %
(n=15)
CE660ral

23,33 %
(n=7)
CE660ral % CE660ral %
CE660ral %
(n=3) (n=3)
(2)
CE660ral
Pílula Preservativo DIU Injeção PDS
Métodos contraceptivos

Fonte: Elaboração própria


Legenda: DIU (Dispositivo Intrauterino); PDS (Pílula do Dia Seguinte).

DISCUSSÃO

Os resultados encontrados evidenciaram que grande parte das mulheres


entrevistadas da comunidade situado no Bairro Bom Retiro, Campo Grande – MS,
possuem ensino médio e relacionamento estável, observou-se que a renda familiar
das entrevistadas cerca de 46,66% recebem menos de um salário mínimo e que
73,33% recebem incentivo do governo como complemento da base econômica
familiar. O tipo de método contraceptivo utilizado com maior porcentagem pelas
mulheres entrevistadas seria o uso de pílula e metodos contraceptivo orais,cerca de
63,33% relataram obter conhecimento sobre todos os tipos de contraceptivos
disponíveis para uso, corelancionando assim que o tipo de método contraceptivo
utilizado pelas mulheres pesquisadas tem relação com sua condição
socioeconômica, mostrando assim que as mulheres com baixa escolaridade e com
falta de informação em saúde apresentarem um padrão de contracepção mais
próximo das mulheres que vivem em países de baixa renda. Mesmo com muitos
metodos contraceptivos existentes sua distribuição no pais ocorre de maneira
diferenciada entre as mulheres pesquisadas.
Evidenciamos assim que as mulheres menos escolarizadas e com menor condição
socioeconomicas mesmo assim apresntavam uma maior demanda por
11

contracepção, tendo em vista que a maior parte não desejavem ter mais filhos.
Quanto a quantidade de filhos 40% das entrevistadas possuem quatro ou mais
crianças no lar, evidenciando um numero mínimo de 1 a 6, outro fator importante é a
idade em que a mulher se tornou mãe, pois nota-se que a idade mínima da primeira
gestação seria de 14 á 18 anos, cerca de 36,33% relatam que não houve gravidez
planejada,

combinada de etinilestradiol e levonorgestrel, anticoncepcional injetável e uso de


preservativo, sendo que os três somam 40% (n=12) da escolha dessas mulheres. os
métodos encontrados como mais utilizados são os de curta duração, ou seja,
dependem da usuária para garantir sua efetividade, o que pode gerar falhas.

brasileiras utiliza algum método de contracepção e o motivo mais respondido


pelas que não usam foi querer engravidar. Atualmente, o contraceptivo hormonal
oral se constitui como o método mais usado pelas

É importante observar que das mulheres que utilizam algum tipo de


contracepção atualmente, 43,33% (n=13) já receberam algumas orientações
relacionadas ao tema através de palestras e rodas de conversas com profissionais
de saúde. as mulheres estão tendo mais informações e opções de escolha para
outros métodos também eficazes, porém reversíveis.
Isso permite concluir que ainda existem falhas no planejamento reprodutivo
em nosso país, pois não alcança todas as mulheres.
12

CONCLUSÕES

Observamos mudanças importantes no ranking nacional, principalmente pela


diminuição da prevalência do uso de métodos definitivos, apesar de ainda estar
distante dos rankings encontrados em países de primeiro mundo, nos quais métodos
de longa duração são mais frequentemente utilizados. Os métodos utilizados pelas
brasileiras estão relacionados diretamente com variáveis socioeconômicas e
demográficas das mesmas. Além disso, não houve diminuição da prevalência do
não uso de MC e existem desigualdades de acesso à contracepção no país. Sendo
assim, o Brasil necessita investir mais em políticas públicas que ampliem o acesso e
o conhecimento no campo da saúde sexual e reprodutiva para essas mulheres que
mais necessitam. Também concluímos que é necessário expandir o alcance dos
métodos LARC no SUS, por meio de mais informações sobre suas vantagens,
funcionamento e capacitação dos profissionais de saúde para incrementar a oferta
do método.

REFERÊNCIAS

1-BRASIL. BRAVE, V. Conheça mais sobre os métodos contraceptivos distribuídos


gratuitamente no SUS, 2015 (UNA-SUS) Disponivel em:
https://www.unasus.gov.br/noticia/conheca-mais-sobre-os-metodos-contraceptivos-
distribuidos-gratuitamente-no-sus. Acesso em: 28.11.2020

2-BRASIL. BRAVE, V. Conheça mais sobre os métodos contraceptivos distribuídos


gratuitamente no SUS, 2015 (UNA-SUS) Disponivel em:
https://www.unasus.gov.br/noticia/conheca-mais-sobre-os-metodos-contraceptivos-
distribuidos-gratuitamente-no-sus . Acesso em: 28.11.2020

3-BRASIL, Ministério da Saúde, Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da


Mulher Princípios e Diretrizes, 2004 (Atenção preventiva e atividades de
planejamento familiar) Disponível em:
13

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf.
Acesso em: 28.11.2020

4-BRASIL, Ministério da Saúde, Caderno de Atenção Básica (Saúde Sexual e Saúde


Reprodutiva, Brasília/DF, 2010. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf. Acesso em:
28.11.2020

5-BRANDÃO, E.R. Métodos contraceptivos reversíveis de longa duração no Sistema


Único de Saúde: o debate sobre a (in)disciplina da mulher, Rio de Janeiro/RJ 2019.
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232019000300875. Acesso em: 28.11.2020

6-BRANDÃO, E.R. Métodos contraceptivos reversíveis de longa duração no Sistema


Único de Saúde: o debate sobre a (in)disciplina da mulher, Rio de Janeiro/RJ 2019.
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232019000300875. Acesso em: 28.11.2020
7-BRASIL, MINISTERIO DA SAÚDE, INSTITUTO SÍRIO-LIBANÊS DE ENSINO E
PESQUISA (Protocolos de Atenção Básica de Saúde da Mulher), Brasília/DF 2016.
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulh
eres.pdf. Acesso em: 28.11.2020

8- CORRÊA.E.M.C, ANDRADE. E. D, RANAL.j. Efeito dos antimicrobianos sobre a


eficácia dos contraceptivos orais. Revista de Odontologia da Universidade de São
Paulo. São Paulo/SP 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-06631998000300007 Acesso em: 28.11.2020

9- PAZ . E.C.M, DITTERICH R.G, O conhecimento das mulheres sobre os métodos


contraceptivos no planejamento familiar (Revista Gestão & Saúde) Curitiba/PR 2009
Disponível em:
http://www.herrero.com.br/files/revista/file3fe203d363e8f0e7e07358ddaa3e4596.pdf
Acesso em: 28.11.2020
14

10-BRASIL. BRAVE, V. Conheça mais sobre os métodos contraceptivos distribuídos


gratuitamente no SUS, 2015 (UNA-SUS) Disponivel em:
https://www.unasus.gov.br/noticia/conheca-mais-sobre-os-metodos-contraceptivos-
distribuidos-gratuitamente-no-sus. Acesso em: 28.11.2020

11-CARRENO. I.;COSTA. J S. D.; OLINTO M. T. A.; MENEGHEL S.; Uso de


métodos contraceptivos entre mulheres com vida sexual ativa em São Leopoldo, Rio
Grande do Sul, Brasil. (Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro. 2006 Disponível
em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v22n5/23.pdf Acesso em: 28.11.2020

12-BRASIL, Ministério da Saúde, Caderno de Atenção Básica (Saúde Sexual e


Saúde Reprodutiva. Brasília/DF, 2010. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf. Acesso em:
28.11.2020

13- FARIAS. M. R, LEITE. S.N, TAVARES.N.U.L, OLIVEIRA.M.A, ARRAIS.P.S.D,


BERTOLD.A.D , T Utilização e acesso a contraceptivos orais e injetáveis no Brasil.
Revista de saúde publica, Florianópolis, SC, 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-s2-S01518-
87872016050006176.pdf Acesso em: 28.11.2020.

14-HOLANDA.A.A.R,BARRETO.C.F.B,HOLANDA.J.C.P,MOTA.K.B,
MEDEIROS.R.D, MARANHÃ.T.M.O. Controvérsias acerca do dispositivo
intrauterino: uma revisão. Natal/RN, 2013. Disponível em:
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2013/v41n3/a3812.pdf Acesso em:
28.11.2020.

15- PAIVA.S.P, BRANDÃO.E.R. Contracepção de emergência no contexto das


farmácias: revisão crítica de literatura. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro/ RJ, 2011 Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/physis/v22n1/v22n1a02.pdf Acesso em: 28.11.2020.
15

16- CORRÊA.E.M.C, ANDRADE. E. D, RANAL.j. Efeito dos antimicrobianos sobre a


eficácia dos contraceptivos orais. Revista de Odontologia da Universidade de São
Paulo. São Paulo/SP 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-06631998000300007 Acesso em: 28.11.2020

17-DELATORRE.M.Z, DIAS.A.C.G. Conhecimentos e práticas sobre métodos


contraceptivos em estudantes universitários. Revista da SPAGESP Ribeirão
Preto/SP. 2015 Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1677-29702015000100006 Acesso em: 28.11.2020

Você também pode gostar