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A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE OS EFEITOS MALÉFICOS DO

ANTICONCEPCIONAL NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Luysa Wictória Kraczkowski dos Santos


Bio-luysasantos@camporeal.edu.br
Rozenilda Aparecida de Lima
Bio-rozenildalima@camporeal.edu.com

RESUMO A pílula anticoncepcional foi desenvolvida nos Estados Unidos, nos anos 60,
como o primeiro método de evitar a gravidez com quase 100% de eficácia. No entanto,
as consequências da utilização desse método não são amplamente divulgadas para as
minorias sociais. O propósito deste estudo foi examinar aspectos conceituais e históricos
relacionados à disseminação de informações sobre as implicações da contracepção
hormonal. Para tanto, utilizamos como fonte artigos acadêmicos relacionados ao tema.
Como resultado, obtivemos um mapeamento das ideias e argumentos relacionados aos
efeitos adversos da utilização do anticoncepcional oral, os quais são causas
consideráveis para a não utilização do mesmo.

PALAVRAS-CHAVE Anticoncepcional; Gravidez; Saúde;

INTRODUÇÃO
A pílula anticoncepcional teve papel fundamental na mudança comportamental e
social da sociedade. Com sua grande adesão, a partir do século XX, causou mudanças
na perspectiva do ato sexual e a formação familiar.

A “Revolução sexual”, por exemplo, tem seu estopim com a disseminação do


uso de métodos contraceptivos, que facilitavam o sexo sem compromisso, impactando
diretamente na autonomia das mulheres sobre seu próprio corpo.

Além do efeito contraceptivo, as pílulas anticoncepcionais, são usadas para


outras finalidades na saúde, como melhoramento da pele e o tratamento de doenças
relacionadas ao aparelho reprodutor feminino. O real problema, deriva de sua grande
adesão para a resolução de problemas que poderiam ser tratados com o uso de outros
métodos que não sejam hormonais.
Por não existir uma idade padrão para o seu uso, muitos ginecologistas indicam
o uso desse método desde a adolescência, pois a mesma apresenta benefícios como a
suspensão da menstruação e alivio das cólicas e dos sintomas da TPM, que afetam as
mulheres em seu primeiro ciclo menstrual. Entretanto, apesar de ser realçado os
“benefícios” desse método, as adversidades trazidas pelo mesmo são muitas vezes
esquecidas por esses profissionais.

Dessa forma, visamos analisar como se deu o processo de (des)informação sobre


o método de ação do contraceptivo hormonal no organismo feminino, quais eram as
consequências associadas e seus supostos riscos e benefícios.

METODOLOGIA O resumo expandido foi elaborado por meio da revisão de


literatura, um método quantitativo e pesquisa aplicada, no qual foram examinados
artigos científicos disponíveis na internet. Além disso, foram também utilizados dados
estatísticos de pesquisas realizadas por organizações mundiais de saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Essa pesquisa, inicialmente, teve em vista entender como se deu as informações


sobre o uso da pílula anticoncepcional e os efeitos adversos, ao longo da história.
Em 1960, surgiu nos Estados Unidos, um medicamento que se destinava a tratar
os distúrbios relacionados a menstruação. Sendo a única advertência, referida em sua
bula, a suspensão da menstruação. Assim, houve mulheres que usufruíam desse
medicamento justamente para evitar que seu sangramento mensal ocorresse. Diante
disso, o mesmo foi aprovado como um medicamento contraceptivo.
Ademais, é importante notar que, por não apresentar um efeito adverso tão
preocupante, o uso deste medicamento foi feito indiscriminadamente. Entretanto, em
1970, os primeiros efeitos negativos começaram a surgir como trombose e embolia
pulmonar. Por serem considerados como "consequências raras", por alguns
especialistas, os riscos são rapidamente esquecidos em detrimento dos benefícios que
esse medicamento proporciona.
No século XXI, a composição dos contraceptivos hormonais sofreu
modificações, antes a concentração desse remédio era concentrada exclusivamente na
progesterona. Atualmente, são utilizados hormônios sintéticos capazes de influenciar
diferentes reações no organismo, amenizando sintomas de algumas enfermidades do
sistema reprodutor feminino.
Entretanto, como nada é perfeito, o uso desses hormônios sintéticos podem
ocasionar mais complicações do que se imagina. Um estudo do Royal College of
General de Londres, Reino Unido, avaliou que em usuários recorrentes de tal
contraceptivo, houve um aumento de doenças cerebrovascular e câncer de ovário. Um
fato, que se torna importante destacar é alteração das pressões sistólica e diastólica
durante o uso, sendo que a suspensão do mesmo ocasiona a normalidade dos níveis
pressóricos.
O uso descriminado de anticoncepcional viola os critérios médicos de
elegibilidade de medicamento hormonais propostos pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os critérios
para o uso desse remédio não são amplamente conhecidos pela população, resultando
em um uso incorreto.
Segundo os critérios de utilização da Anvisa para contraceptivos hormonais.
Os anticoncepcionais só devem ser vendidos sob prescrição médica, o que não é notório
na sociedade contemporânea, em virtude da facilidade de compra de tal medicamento.
Outro ponto também destacado, é que mulher deve passar por exames médicos
completos antes de usar o medicamento, em virtude de fatores genéticos intensificar os
efeitos adversos trazidos por tal remédio. O suporte medico também é de extrema
importância, é necessário que profissionais qualificados explanem as complicações a
longo prazo trazidas pelo uso hormonal. A indicação de outros especialistas para
solucionar aspectos relacionados à utilização de anticoncepcional é igualmente
relevante. O hirsutíssimo e acne, são problemas que a maioria dos médicos receita
métodos contraceptivos hormonais para a resolução, porém ambos podem ser tratados
om outros medicamentos e profissionais especialistas, não sendo o ginecologista,
farmacêutico, etc.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo possibilitou perceber a importância da conscientização dos pacientes


sobre os efeitos adversos dos anticoncepcionais hormonais, já que é um tema pouco
abordado com esse público alvo. A pílula anticoncepcional foi considerada um
instrumento de grande importância para a suspensão da menstruação e tratamento de
enfermidades de diferentes caráteres da saúde. No entanto, a facilidade de acesso e a
banalização contribuem para a desinformação das minorias sociais, que ficam à mercê
de complicações referentes ao uso contraceptivo.

Ademais, vale ressaltar que a violação dos critérios de uso instituídos por
grandes organizações da saúde são desrespeitados por profissionais da área da saúde.
Dessa forma, é notório o risco que a maioria das pacientes são expostas, sem saber se
podem ou não tomar esse remédio.

Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater tais obstáculos. Para isso,


é necessário maior regulamentação da distribuição desse medicamento, como a
realização de exames para a utilização de métodos hormonais, conscientização do
paciente sobre os riscos. Uso de tal medicamento para somente a função contraceptiva,
pois não é ideal, a longo prazo, a utilização de hormônios para a resolução de doenças
que não são de caráter hormonal.

REFERÊNCIAS

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