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TÍTULO: DIREITOS HUMANOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS PARA O PENSAR

E O FAZER NO CAMPO DA PESQUISA E ATENÇÃO EM SAÚDE DAS PESSOAS


TRANSEXUAIS: OLHARES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E PESSOAS
TRANSEXUAIS

INSTITUIÇÃO EXECUTORA: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro


(UNIRIO) – Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP)

GRUPO DE PESQUISA CNPQ: Laboratório de Estudos em Gênero, Saúde e Direitos


Sexuais e Reprodutivos (LEGS)

COORDENADORA: Adriana Lemos (Rua Bento Lisboa, nº165/103 – Catete/RJ,


CEP:22221-010; adrianalemos@unirio.br ; telefone: 99678-5363)

Projeto contemplado pelo EDITAL FAPERJ Nº 14/2019 – APOIO A GRUPOS


EMERGENTES DE PESQUISA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – 2019

RESUMO:
Introdução: Os direitos humanos sexuais e reprodutivos (DHSR) estão previstos

nos principais Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Apesar dos marcos legais

internacionais e políticas públicas nacionais em relação aos a esses direitos, adolescentes,

mulheres e homens sofrem violações a esses direitos nos serviços de saúde em especial a

população transexual. A transexualidade pode ser considerada por uma não conformidade

pelo que vê (imagem corporal) e pelo que se é (identidade). A pessoa trans não se

identifica com os genitais biológicos no nascimento, nem com suas atribuições

socioculturais atribuídas desde seu nascimento e ao longo da vida a partir de seus genitais.

A década de 2000 foi marcante para o desenvolvimento de ações e formulação de políticas

quanto ao acesso integral das pessoas transexuais aos serviços de saúde. No entanto os

serviços de saúde que deveriam acolher e prestar uma atenção integral e humanizada os

exclui. Objetivos: Conhecer as ações que os profissionais da Atenção Primária à saúde


desenvolvem no campo da atenção sexual e reprodutiva no âmbito da consulta individual,

coletiva e das práticas educativas em saúde para a população transexual e identificar as

demandas no âmbito da saúde sexual e reprodutiva de pessoas transexuais e suas

vivências ao buscar serviços de atenção primária em saúde. Metodologia: pesquisa é de

caráter descritivo com abordagem qualitativa, Os participantes serão profissionais de

saúde (médicos/as, enfermeiros/as, técnico de enfermagem e agentes comunitários de

saúde) que trabalham e/ou trabalharam em Unidades de Atenção Primária

Saúde/Estratégia Saúde da Família e atenderam pessoas transexuais; e homens e mulheres

autodeclarados transexuais que são e/ou foram atendidos nessas Unidades de Saúde. Para

captação dos participantes da pesquisa será utilizada a técnica de amostragem não

probabilística em cadeia ou por redes (“bola-de-neve”). Para a construção dos dados será

utilizado questionário on line disposto na plataforma virtual de criação de formulários

“Google Forms”. Para o encerramento das entrevistas será utilizada a técnica de saturação

teórica. O tratamento dos dados dos questionários online será por meio software livre para

análise de dados qualitativos, e o corpus textual de pesquisa passará pela análise do tipo

temático-categorial.

Palavras-chave: Direitos sexuais e reprodutivos; Atenção Primária à Saúde; Saúde sexual


e reprodutiva; Pessoas transgênero; Pessoal de Saúde.

Quadro Demonstrativo dos Pesquisadores envolvidos no Projeto:

COORDENADOR INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS


Adriana Lemos Pereira Universidade Federal do Estado do Rio de
adrianalemos@unirio.br Janeiro (UNIRIO)
Doutorado em Saúde Coletiva – IMS/UERJ -
2008
PESQUISADORES ASSOCIADOS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS
Claudia Regina Ribeiro Universidade Federal Fluminense (UFF)
Doutorado em Saúde Coletiva – UERJ - 2011
Lúcia Helena Garcia Penna – IFF/FIOCRUZ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
2005 (UERJ)
Selma Villas Boas Teixeira Universidade Federal do Estado do Rio de
Doutorado em Enfermagem – UFRJ - 2013 Janeiro (UNIRIO)
Rosane Mello Universidade Federal do Estado do Rio de
Doutorado em Enfermagem – USP – 2005 Janeiro (UNIRIO)

Equipe principal de pesquisa


Fabiana Albino Mestranda Bolsista Demanda Social do Programa de Pós-graduação em
Fraga – Enfermagem – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Aiarlen dos Mestrando do Programa de Pós-graduação em Enfermagem – Universidade


Santos Meneses - Federal do Estado do Rio de Janeiro

Andréa Felizardo Mestranda do Programa de Pós-graduação em Enfermagem – Universidade


Ahmad Federal do Estado do Rio de Janeiro

Mariana dos Graduanda de Enfermagem – Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - Bolsista


Santos Gomes PIBIC-CNPQ

Natália de Araújo Graduanda de Enfermagem – Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - Bolsista


e Silva IC-Unirio

Francisco Jean Graduando de Enfermagem - Escola de Enfermagem Alfredo Pinto – Bolsista


Gomes de Sousa voluntário

Ana Carolina Graduanda de Enfermagem – Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - Bolsista


Maria da Silva PIBEX-Unirio
Gomes

Fernanda Ardilha Graduanda de Enfermagem - Escola de Enfermagem Alfredo Pinto – Bolsista


BIA - Unirio
Introdução

Os direitos humanos sexuais e reprodutivos (DSR) estão previstos nos principais

Tratados Internacionais de Direitos Humanos (WICHTERICH, 2015), os quais o Brasil

é signatário. Esses direitos foram definidos pelo Programa de Ação do Cairo em 1994

como:

“Esses direitos se ancoram no reconhecimento do direito básico de todo


casal e de todo indivíduo de decidir livre e responsavelmente sobre o
número, o espaçamento e a oportunidade de ter filhos e de ter a
informação e os meios de assim o fazer, e o direito de gozar do mais
elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Inclui também seu direito
de tomar decisões sobre a reprodução, livre de discriminação, coerção
ou violência” (NACIONES UNIDAS, 1995).

Na Atenção Primária em Saúde uma das áreas de grande atuação é a atenção à saúde

sexual, definido por HERA, por “A saúde sexual possibilita experimentar uma vida sexual

informada, agradável e segura, baseada na autoestima, que implica abordagem positiva

da sexualidade humana e respeito mútuo nas relações sexuais. A saúde sexual valoriza a

vida, as relações pessoais e a expressão da identidade própria da pessoa. Ela é

enriquecedora, inclui o prazer e estimula a determinação pessoal, a comunicação e as

relações. (HERA, 1999 apud CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006, p. 45).

Já a saúde reprodutiva é definida “por um estado de completo bem-estar físico,

mental e social, em todos os aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas

funções e processos, e não de mera ausência de doença ou enfermidade [...] tendo

autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve

fazê-lo”. (NACIONES UNIDAS, 1995)


Muitas vezes, esta atenção tem sido mais focada na saúde reprodutiva em

detrimento da saúde sexual, com predomínio para o ciclo gravídico-puerperal e à

prevenção do câncer de colo de útero e de mama, ferindo assim o princípio da

integralidade da atenção à saúde. Homens e adolescentes são pouco envolvidos nessas

ações, questões como masculinidades, paternidade, violências são temas de pouco escopo

das ações profissionais e no que se refere às pessoas transexuais, são praticamente

invisíveis.

A transexualidade pode ser considerada por uma não conformidade pelo que vê

(imagem corporal) e pelo que se é (identidade). A pessoa trans não se identifica com os

genitais biológicos no nascimento, nem com suas atribuições socioculturais atribuídas

desde seu nascimento e ao longo da vida a partir de seus genitais. Como nos afirma Bento

(2008, p.15) trata-se de uma experiência “caracterizada pelo conflito com as normas de

gênero”. Logo mulheres trans não se identificam como homens só porque possuem pênis,

assim como homens trans em função de terem útero e vagina. Em suas reflexões Almeida

e Murta (2013, p. 386) afirmam que “a forma mais comum de representação da

transexualidade é a do “corpo errado” (“um homem vivendo equivocadamente num corpo

feminino”, “uma mulher vivendo equivocadamente num corpo masculino”). Em geral, as

pessoas trans buscam realizar alterações corporais, pela terapia hormonal, e/ou por

cirurgias para adequarem sua imagem corporal com sua identidade, porém, isso não quer

dizer que toda pessoa transexual deseja fazer essas mudanças ou a própria redesignação

sexual. (BRASIL, 2015).

Esta é uma temática inerente ao humano e muito relacionada a algumas questões de

saúde como a sexualidade, que é marcada de preconceitos e tabus e numa perspectiva

cisheteronormativa, ou seja, na perspectiva da cisgeneridade e heterossexualidade como

norma, saudável e padrão o que faz com que os profissionais tenham dificuldades em
tratar de questões que remetem ao campo da sexualidade em suas múltiplas formas de

expressão e também das variadas manifestações de identidade de gênero, como exemplo

a homossexualidade e a identidade transexual.

Em suas reflexões Almeida e Murta (2013, p. 386) afirmam que “a forma mais

comum de representação da transexualidade é a do “corpo errado” (“um homem vivendo

equivocadamente num corpo feminino”, “uma mulher vivendo equivocadamente num

corpo masculino”). Incluir este tema como algo essencial a vida e a saúde, e numa

perspectiva positiva é fundamental para boas práticas no âmbito da atenção à saúde. Este

reconhecimento é fundamental para uma implementação eficaz das diretrizes

governamentais (ROSAS, 2005) e para a promoção e garantia dos direitos humanos,

dentre esses os direitos humanos sexuais e reprodutivos (DHSR).

Os DHSR abrangem toda e qualquer pessoa e se incluem no status de direitos

humanos e devem ser reconhecidos no mesmo patamar dos direitos sociais e econômicos

(PETCHESKY, 2000). Para Rosas (2005, p. 18), “parcela importante de médicos (as) e

demais profissionais de saúde não reconhecem os direitos reprodutivos como parte

integrante dos direitos humanos fundamentais”, e nesta mesma linha e talvez mais difícil

ainda o reconhecimento dos direitos sexuais, pois implica, portanto, a aceitação dos

diferentes tipos de expressão sexual, a autonomia para tomar decisões sobre o uso do

próprio corpo e a igualdade de gênero (VILLELA e ARILHA, 2003; PETCHESKY,

1999).

Grupos populacionais como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais são

praticamente invisíveis e muitos vezes excluídos de suas famílias. Em estudo que visou

analisar a incidência da sintomatologia depressiva entre lésbicas, gays, bissexuais e

transexuais (LGBT), ao relacionar a importância da família para a saúde mental dos

participantes da pesquisa, ficou claro que o impacto observado na saúde mental deste
grupo, onde dos 23(59%) participantes justificaram a família como fonte da tristeza

(MELO; SILVA; MELLO, 2019). Da mesma forma que são excluídos da família,

também o são dos serviços de saúde, que a priori, deve acolher esta população. O estudo

de Silva et. al. (2016) com enfermeiros da Estratégia Saúde da Família aponta para a

necessidade das práticas de promoção da saúde considerar os determinantes sociais e a

multiplicidade sexual presente na área adscrita de atendimento dos enfermeiros e se

apresentar como forma de enfrentamento ao universo da diversidade sexual.

Portanto, a exigência de que o Estado garanta estes direitos está intimamente

articulada ao trabalho dos profissionais de saúde, de modo que, dependendo de seu

posicionamento no atendimento à clientela, tal garantia pode ser comprometida.

(CARVALHO; CALAZANS; LEMOS, 2010). Isso exige uma nova postura e

qualificação profissional, pois pensar a integralidade da atenção assim como o respeito

aos direitos sexuais e reprodutivos são princípios, dentre outros, que devem nortear as

práticas profissionais no âmbito da atenção à saúde, incluindo a saúde sexual e

reprodutiva como direito humano.

A compreensão dos direitos sexuais e reprodutivos, como parte integrante dos

direitos humanos é recente, “nasce” na década de 1980 e basicamente abrange o exercício

da vivência da sexualidade sem constrangimento, da maternidade voluntária e da

contracepção autodecidida.

As definições de saúde sexual e reprodutiva; o reconhecimento dos direitos

sexuais e reprodutivos como direitos humanos foram discutidas ao longo de várias

Conferências Internacionais organizadas pela Organização das Nações Unidas o Brasil

foi signatário destas conferências e programou várias ações no intuito de promover os

direitos sexuais e reprodutivos. No entanto este tema ainda não faz parte em sua plenitude

da prática de profissionais de saúde.


A incorporação do respeito aos direitos sexuais e reprodutivos nas práticas

profissionais constitui condição sine qua non para a eficaz implementação das diretrizes

governamentais. É importante modificar o enfoque atual da assistência à saúde, para isso

os gestores e profissionais precisam incluir novos elementos para prestar uma atenção à

saúde mais humanizada e baseada no reconhecimento e respeito aos direitos de usuários

dos serviços de saúde (LEMOS; RUSSO, 2014). Estudos apontam a necessidade de se

incorporar na atenção à saúde sexual e reprodutiva temas referentes à sexualidade, gênero,

com a consequente aplicação da bioética como enfrentamento da desigualdade social que

implica nas condições de vida e saúde das pessoas (CARVALHO, ALBUQUERQUE,

2015) bem como da garantia dos direitos sexuais e reprodutivos. (LEMOS et. al., 2011;

SANTOS et. al., 2015).

No cotidiano dos serviços de atenção primária, no que se referem aos direitos

sexuais os profissionais atuam e/ou devem atuar no respeito, promoção e garantia dos

direitos sexuais e reprodutivos consideramos com “ter acesso à informação e aos meios

para expressar e desfrutar a sexualidade com proteção da saúde; ter liberdade e autonomia

para o controle sobre o próprio corpo; exercer a orientação sexual sem sofrer

discriminação, coerção ou violência; contar com respeito mútuo nas relações afetivas e

sexuais, decidir de forma livre o número, espaçamento e o momento de ter filhos”

(BRASIL, 2010, p. 87)

No que se refere as pessoas trans, estas estão mais vulneráveis, sofrem mais

violências e assassinatos, agravos relativos à saúde mental (p.ex.: depressão, tentativa de

suicídio) e tem maior prevalência do HIV (MONTEIRO, BRIGEIRO, BARBOSA, 2019).

Uma revisão sistemática sobre a relação entre a relação entre o estigma e a discriminação,

associados à identidade de gênero de mulheres transgêneros e a vulnerabilidade ao

HIV/aids, apontou correlações, decorrentes do estigma associado à identidade de gênero,


têm uma importante contribuição para o contexto de vulnerabilidade à infecção pelo

HIV/aids da população de mulheres transgênero (MAGNO et. al., 2019).

Como nos afirma Berenice Bento, “Pessoas transexuais e travestis são expulsas

de casa, não conseguem estudar, não conseguem emprego, são excluídas de todos os

campos sociais” (BENTO, 2011, p. 549), as colocando em subempregos, muitas vezes à

prostituição, expostas a violências, preconceitos e descriminações com impacto em sua

saúde física e mental. As travestis e transexuais estão no grupo que mais sofre com a não

aquisição de educação formal e não inserção no mercado de trabalho formal (SOUZA &

BERNARDO, 2014).

No que se refere aos serviços de saúde as pessoas trans também sofrem preconceitos

e discriminações. Por conta da dificuldade e da demora no acesso a esses serviços, as

pessoas trans buscam procedimentos relacionados a terapia a hormonal e ainda, de

procedimentos estéticos sem os cuidados necessários, feitos clandestinamente, fato que

causa preocupação e gera danos irreversíveis a essas pessoas (BRASIL, 2015).

No entanto os serviços de saúde que deveriam acolher e prestar uma atenção

integral e humanizada também os exclui, não só as pessoas trans como as pessoas gays,

lésbicas e intersexos em geral. Pessoas com orientação minoritária são atendidas com

maior atraso ou recebem cuidados inapropriados por sua percepção de homofobia nos

serviços de saúde (ZAPATA, et al., 2019).

Um levantamento realizado em Bogotá com 1213 pessoas LGBT no ano de 2010,

em relação aos direitos e acesso a saúde, identificou que 83% das pessoas transgêneras

entrevistadas referiram discriminação aos direitos e no que se refere a atenção médica,

foram as que menos receberam atenção (COLÔMBIA, 2010, p. 837). As pessoas travestis

e transexuais são as que mais enfrentam dificuldades ao buscarem atendimentos nos


serviços públicos de saúde, tanto ao buscarem serviços especializados referente ao

processo transexualizador como para serviços em geral (MELLO et. al., 2011).

Atenção Primária é considerada a porta de entrada para o sistema de saúde, no

entanto é o primeiro obstáculo. Pesquisa realizada com enfermeiros constituintes de

equipes da Estratégia de Saúde da Família e que trabalham na Atenção Primária em

Saúde, identificou que, dentre vários fatores, a falta de preparação dos profissionais de

saúde, os quais sem saber as demandas e especificidades destinadas a população

LGBTQIA+, não conseguem prestar um atendimento qualificado. Além disso, ainda há

muito preconceito por parte desses profissionais, o que propicia a omissão da orientação

sexual e da identidade de gênero por parte do usuário. Isso acarreta uma assistência à

saúde deficitária, já que há uma barreira no acolhimento e na criação de vínculo com esse

usuário. Ademais, a estigmatização dessas pessoas leva à realização de ações voltadas

apenas para a prevenção de agravos, o que desencadeia a falta de integralidade no

atendimento da população LGBTQIA+ (FILHO et al., 2020).

Os desafios encontrados por essa população também podem ser ilustrados a partir

de um estudo realizado com agentes comunitários de saúde (ACS) do nordeste brasileiro.

Nessa pesquisa, além da falta de preparo dos profissionais da Atenção Primária, foi

possível identificar o que eles pensam e o porquê desse pensamento ainda ser dominado

pelo senso comum. A maioria dos ACS da área abrangida não obtiveram contato com as

políticas destinadas às pessoas LGBT+ durante a formação ou através de ações

organizadas pela secretaria de saúde, dificultando o conhecimento acerca das

necessidades particulares da comunidade. Além disso, há o entendimento de que os

obstáculos na assistência de saúde na Atenção Primária são gerados pelos próprios

indivíduos e não por preconceitos estruturais enraizados na sociedade. Esses dados

reforçam ainda mais a invisibilidade dessa população e consequentemente a dificuldade


em quebrar as barreiras existentes no atendimento às minorias sexuais e de gênero.

(FERREIRA, et. al., 2019)

Estudo realizado na grande Vitória do Estado do Espírito Santo apontou que o

desrespeito ao nome social, a discriminação e o diagnóstico no processo transexualizador

foram as limitações no acesso ao sistema de saúde (ROCON, et. al.,2016).

Há um hiato entre o publicado em Políticas, Portarias e normativas e o efetivado

nas práticas em saúde. Parte das dificuldades das pessoas trans em seus atendimentos nos

serviços de saúde estão relacionados pela não capacitação dos profissionais, bem como

na formação de profissionais de saúde para tratar das questões de gênero e sexualidade,

incluindo assim as questões relativas a população LGBTQI+, como exemplo, considerar

transexualidade como sinônimo de homossexualidade, isto evidencia o distanciamento

dos profissionais de saúde em relação ao tema, pouco conhecimento ou em

desenvolvimento conceitual (SANTOS, et. al., 2014)

A pesquisa realizada por Rocon et. al.(2018) que investigou críticas e sugestões de

pessoas trans quanto ao atendimento também apontou a falta de capacitação dos

profissionais, desrespeito ao nome social, discriminação como barreiras ao acesso

(ROCON et. al, 2018).

O Brasil de forma geral, avançou no reconhecimento dos direitos humanos da

população LGBT, por exemplo, em 2008 foi instituído no âmbito do SUS o processo

transexualizador para as pessoas transexuais com a necessidade e desejo de mudança

corporal (BARBOZA, SCHRAMM, 2012). Em 2013 a Política Nacional de Saúde

Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais do Ministério da Saúde

com o objetivo geral de “promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis

e transexuais, eliminando a discriminação e o preconceito institucional, bem como


contribuindo para a redução das desigualdades e a consolidação do SUS como sistema

universal, integral e equitativo”. (BRASIL, 2013a, p.18).

Nessa política destacam-se as seguintes ações: garantir acesso, redução de risco,

atuar na eliminação do preconceito e da discriminação da população LGBT, garantir o

uso do nome social e inclusão de temáticas relacionadas com estes grupos. E ainda como

parte de suas diretrizes a eliminação das homofobias e demais formas de discriminação

que geram a violência contra a população LGBT no âmbito do SUS, contribuindo para as

mudanças na sociedade em geral; implementação de ações, serviços e procedimentos no

SUS, com vistas ao alívio do sofrimento, dor e adoecimento relacionados aos aspectos de

inadequação de identidade, corporal e psíquica relativos às pessoas transexuais e travestis;

(BRASIL, 2013a, p.22).

Ainda no ano de 2013 o Ministério da Saúde ampliou o Processo Transexualizador

no SUS, prevendo o tratamento e acompanhamento integral, por equipes compostas por

médicos das áreas de endocrinologia, ginecologia, urologia, obstetrícia, cirurgiões

plásticos, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. (BRASIL, 2013b).

No cotidiano dos serviços de Atenção Primária em Saúde os profissionais se

deparam com questões relacionadas a expressões da sexualidade e identidade de gênero.

Eles reconhecem que suas ações estão no âmbito da promoção e garantia dos DHSR? O

que eles entendem sobre esses direitos? O que conhecem sobre a população transexual?

Entender tais questões na perspectiva dos direitos é um desafio para profissionais de saúde

que através de sua prática têm papel fundamental na construção de boas práticas não

discriminatórias como também na promoção, proteção e garantia dos DHSR. (LEMOS,

2014, p.246).

Um aspecto importante que pode contribuir para a incorporação dos DHSR na

prática profissional é a prática educativa em saúde. Entendemos por ações educativas as


práticas de ensino-aprendizagem desenvolvidas junto à população com a finalidade de

debater e promover a tomada de decisão em relação a atitudes e práticas de saúde, através

da reflexão crítica de ambos os atores (profissionais de saúde e usuários).

O trabalho com grupos é importante e comum espaço para a realização de prática

educativa em saúde pelos profissionais de saúde e participação dos usuários dos serviços

de atenção primária, bem como nas Escolas com jovens estudantes. Essencial é que as

práticas educativas sejam participativas e problematizadoras e que visem a autonomia e

autocuidado e se baseiem na ética e cidadania (BRASIL, 2007).

De forma geral os profissionais, em virtude de sua formação, não têm

instrumentos e conhecimentos para intervenções em grupos e coletivos. As ações em

saúde são prioritariamente individuais pautadas em procedimentos. As ações educativas

tomam importância secundária e complementar e predominantemente valem-se de

palestras, e metodologias expositivas. A prática educativa em grupo deve ser um

componente importante de organização das práticas e do projeto terapêutico das pessoas

(BRASIL, 2010).

E uma forma de instrumentalizar os profissionais para a realização destas práticas

pode ser a Educação Permanente, pois “é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e

o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho. A educação

permanente se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as

práticas profissionais. Pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela

acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. Ela é feita a partir dos problemas

enfrentados na realidade e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que

as pessoas já têm”. (BRASIL, 2009, p. 20)

Pesquisar sobre a visão que os profissionais têm sobre sobre DHSR e

transexualidade, e sua relação com sua prática profissional e ainda proporcionar oficinas
de capacitação em saúde sexual e reprodutiva, pode contribuir para fomentar a

reflexividade de profissionais e consequentemente para construção de práticas de atenção

à saúde pautadas na integralidade da atenção à saúde, logo no respeito aos direitos sexuais

e reprodutivos da população transexual. Para tanto esta pesquisa objetiva: Conhecer as

ações que os profissionais da Atenção Primária à saúde desenvolvem no campo da

atenção sexual e reprodutiva no âmbito da consulta individual, coletiva e das práticas

educativas em saúde para a população transexual e; identificar as demandas no âmbito da

saúde sexual e reprodutiva de pessoas transexuais e suas vivências ao buscar serviços de

atenção primária em saúde

Cabe ressaltar que o Grupo de Pesquisa/CNPQ - Laboratório de Estudos em

Gênero, Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos conhecido por LEGS, que iniciou suas

atividades em dezembro de 2014, visa a produção do conhecimento para a formação

profissional em saúde e educação permanente, logo recursos humanos em saúde,

objetivando contribuir para a qualidade da assistência à saúde sexual e reprodutiva com

enfoque aos aspectos relacionado às temáticas das relações de gênero e suas relações com

a saúde, assim como, a saúde sexual e reprodutiva como direito humano pessoas trans.

Cabe informar que este Grupo de Pesquisa foi comtemplado no Edital FAPERJ Nº

14/2019 – Programa “Apoio a Grupos Emergentes de Pesquisa no Estado do Rio de

Janeiro – 2019”.

Metodologia

Esta pesquisa é de caráter descritivo com abordagem qualitativa por se

fundamentar na compreensão das opiniões, dos significados, dos valores e crenças

atribuídos pelos participantes sobre o fenômeno analisado (MINAYO, 2013), pois trata-

se de uma temática geral, atenção à saúde das pessoas transexuais, que envolve aspectos
com significação social e histórica, permeadas de estigmas e tabus relacionados as

expressões de gênero e sexualidade.

Os participantes serão profissionais de saúde (médicos/as, enfermeiros/as, técnico

de enfermagem e agentes comunitários de saúde) que trabalham e/ou trabalharam em

Unidades de Atenção Primária em Saúde/Estratégia Saúde da Família e atenderam

pessoas transexuais e homens e mulheres autodeclarados transexuais que são e/ou foram

atendidos nessas Unidades de Saúde. A definição do número de participantes na pesquisa

e término do trabalho de campo, ou seja, encerramento das entrevistas será utilizada a

técnica de saturação teórica proposta por Fontanella et. al. (2011).

Como não vamos estudar aspectos relacionados diretamente aos serviços de saúde

e nem fazer comparações entre os grupos estudados, e sim sobre as percepções dos

profissionais e vivências das pessoas trans em relação aos serviços no âmbito da saúde

sexual e reprodutiva no âmbito da Atenção Primária. E por ser a população trans

considerada de difícil acesso, utilizaremos como recurso de captação dos participantes da

pesquisa a técnica de amostragem não probabilística em cadeia ou por redes (“bola-de-

neve”) (SAMPIERI, COLLADO, LUCIO, 2013).

Em função da Pandemia Covid 19, e, portanto, necessidade de distanciamento

social, os participantes-chave ou sementes serão identificados por critérios de

elegibilidade e convidados a participar da pesquisa por meio de redes sociais virtuais da

equipe de pesquisa e terão acesso aos esclarecimentos, se necessário, pelas mesmas vias

privadamente. Como critérios de inclusão ser profissional de saúde que em algum

momento de sua vida profissional atendeu e/ou atendem pessoas transexuais e homens e

mulheres autodeclaradas transexuais que são e/ou foram atendidas em Unidade Básicas

de Saúde/Estratégia Saúde da Família.


Para de definição do número de participantes e encerramento do trabalho de

campo, ou seja realização das entrevistas, será utilizada a saturação teórica, que é um

critério que permite estabelecer a validade de um conjunto de observações e onde pelo

qual não há mais novos achados para a compreensão do fenômeno estudado a partir das

entrevistas realizadas (FONTANELLA et. al., 2011; THIY-CHERQUES, 2009). Neste

tipo de amostra o número de participantes não é definido a priori, e sim quando as

unidades de análise não fornecerem informações ou dados novos, pois no processo de

pesquisa qualitativa o grupo de participantes não necessariamente precisa ser

representativo do universo da população que estudamos. (SAMPIERI, COLLADO,

LUCIO, 2013).

O processo de construção de dados (realização das entrevistas) será por meio da

aplicação do questionário estruturado com base na classificação de Mertens (2005 apud

SAMPIERI, COLLADO, LUCIO, 2013), que apresenta seis tipos de perguntas: de

opinião; expressão de sentimentos; de conhecimentos; sensitivas; de antecedentes e de

simulação. Para este estudo e ambos participantes (profissionais e pessoas trans) optamos

por utilizar perguntas de opinião, expressão de sentimentos, de conhecimentos e de

antecedentes.

O questionário será disposto na plataforma virtual de criação de formulários

“Google Forms”. A partir do aceite formal de participação do estudo através da assinatura

do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que objetiva garantir o

anonimato e dignidade dos participantes da pesquisa, bem como informá-los que poderão

recusar-se a participar ou desistir da participação durante a pesquisa. Desta forma os

participantes responderão o questionário disposto no mesmo instrumento por meio do

link de acesso ao questionário enviado. A plataforma permite captar as respostas

fornecidas em documento para tratamento e acondicionamento para posterior análise.


O questionário elaborado pelo “Google Forms” será construído por seções: a

primeira com as informações do TCLE, com a opção “Li e declaro que concordo em

participar da pesquisa” que terá a informação de que “Caso não concorde em participar,

apenas feche a página do seu navegador”. A segunda seção contará com as perguntas que

inclui os dados de caracterização dos participantes; a terceira seção com questões

específicas relativas aos objetivos da pesquisa. Após responder as questões das seções, o

participante será encaminhado para a quarta e última seção, de agradecimento pela

participação na pesquisa e se quiser, demais consideração.

Um dos objetivos da análise qualitativa é encontrar sentido para os dados no

âmbito da formulação do problema (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013), para tanto

utilizaremos a análise de conteúdo temática-categorial, sistematizada pelo modelo de

Oliveira (2008), O tratamento dos dados dos questionários online será por meio software

livre para análise de dados qualitativos, e assim o corpus textual de pesquisa passará pela

análise do tipo temático-categorial, por meio da leitura flutuante, o levantamento das

hipóteses provisórias do conteúdo analisado, identificação das Unidades de Registro (UR)

por meio de frases, definição das Unidades de Significação (US) para enfim chegar a

categorização. (OLIVEIRA, 2008)

Este estudo é vinculado ao Grupo de Pesquisa Diretório CNPQ –“Laboratório de

Estudo em Gênero, Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos (LEGS)” e integrado à linha

de pesquisa Institucional (PPGENF/UNIRIO) intitulada: "Saúde sexual e reprodutiva

como direito de mulheres e homens na atenção primária à saúde" e seguirá o que prevê a

Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional da Saúde, a qual estabelece normas para a

pesquisa com seres humanos (BRASIL, 2012).


REFERÊNCIAS
ALMEIDA, G.; MURTA, D. Reflexões sobre a possibilidade da despatologização da
transexualidade e a necessidade da assistência integral à saúde de transexuais no Brasil
Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana, núm. 14, agosto-, 2013, pp.
380-407 Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos. Río de Janeiro,
Brasil.

BARBOZA, H H; SCHRAMM, F. R. Princípios bioéticos aplicados à transexualidade e


sua atenção à saúde. In: Transexualidade: princípios de atenção integral à saúde.
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