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ISSN: 0103-1104
revista@saudeemdebate.org.br
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
Brasil
4
Mestranda em Modelos de Decisão e
Saúde pela UFPB.
jackelineabilio@hotmail.com
5
Mestre em Modelos de Decisão
e Saúde pela UFPB; Professora da
Faculdade de Ciências Médicas da
Paraíba (FCM-PB).
kerledayana@hotmail.com
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O despreparo dos profissionais da saúde, o desin- de gênero deve superar saberes e práticas tradicionais
teresse, a falta de tempo para escutar o paciente duran- que priorizam os princípios do modelo biomédico, com
te os atendimentos, a ênfase na lesão e no dano físico, ênfase no tratamento de lesões, negligenciando o sofri-
aliados a uma cultura de não intervir em assuntos tidos mento mental, moral e social das mulheres em situação
como restritos ao casal, são tidos como prováveis cir- de violência.
cunstâncias que causam a não identificação dos casos No sentido de uma mudança transformadora
de violência doméstica no serviço de saúde (GARBIN da assistência na Atenção Básica para essas mulheres,
et al., 2006). identificamos a necessidade de investigar as concepções
Tais fatores, conforme afirma Guedes (2006), sobre a abordagem de gênero que orientam as práti-
configuram-se como obstáculos e desafios para a plena cas profissionais dos processos de trabalho na Atenção
consecução das políticas e desenvolvimento das práticas Básica por ocasião do atendimento a mulheres vítimas
assistenciais nos serviços, pois impedem a efetivação da de violência de gênero, quando elas recorrem aos cui-
assistência integral e resolutiva a essas mulheres. Disso dados daquela equipe, visto que o cuidado integral e
decorre também a importância de que a violência em si resolutivo só ocorrerá por meio de um trabalho voltado
seja valorizada, não apenas a lesão e o dano físico, para para a emancipação das mulheres da opressão de gêne-
descaracterizar a assistência baseada no modelo ‘hege- ro, porque as fortalece enquanto sujeitos sociais.
mônico, biologicista e cartesiano’.
A não prestação de uma assistência integral e efe-
tiva, segundo Guedes, Silva e Fonseca (2009, p. 626), Procedimentos metodológicos
seria também “a influência das identidades de gênero,
impregnadas de estereótipos que designam, para as mu- Trata-se do desdobramento do Trabalho de Conclusão
lheres, a submissão”. Essas identidades podem ser per- de Curso intitulado ‘Atenção a mulheres vítimas de vio-
cebidas não apenas nas suas vítimas, que não assumem lência doméstica: o trabalho das práticas profissionais
a violência sofrida, mas também nos profissionais do na Atenção Básica’.
serviço que negligenciam a situação pela naturalização Por meio da abordagem qualitativa, buscou-se
da opressão feminina na sociedade. apreender o significado cultural e ideológico da violên-
Diante dessa problemática, constatamos que de- cia de gênero para os profissionais de uma Equipe de
corridos oito anos do relatório da OMS sobre violência Saúde da Família, arguindo-os sobre as concepções que
e saúde, o impacto da violência na saúde de mulheres orientam o processo de trabalho na atenção dispensada
vitimizadas já é do conhecimento dos profissionais de a mulheres vítimas de violência doméstica.
saúde pela magnitude e relevância do problema, en- O cenário de estudo foi uma Estratégia de Saúde
tretanto a grande parte deles ainda tem dificuldades da Família, ESF Riacho Doce, localizada em João Pessoa
em identificar e cuidar das mulheres que vivenciam o (PB), que tem cadastrada cerca de 900 famílias. A esco-
fenômeno. lha desse cenário deve-se a sua condição de mecanismo
Desvelar a violência no interior dos serviços de para reorientação do modelo assistencial em saúde, de
saúde é, portanto, fundamental para que a situação que decorre a importância de se investigar os saberes
possa ser compreendida em seu todo médico e social, e que orientam as práticas profissionais na atenção à mu-
possam ser oferecidas práticas assistenciais adequadas e lher em situação de violência doméstica na nova pers-
intersetoriais, como uma das qualidades de um cuidado pectiva paradigmática.
integral (D’OLIVEIRA et al., 2009). Os sujeitos da pesquisa foram os profissionais
O trabalho está subordinado às visões de mundo da ESF, local do estudo. A equipe é composta por um
dos sujeitos que o realizam, influenciando a escolha dos médico, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem,
conteúdos, a produção e a aplicação, e dos saberes no co- uma dentista, uma auxiliar de consultório dentário
tidiano das práticas profissionais. Assim, o trabalho que (ACD), sete agentes comunitários de saúde (ACSs) e
qualificará uma atenção efetiva às vítimas da violência uma marcadora de consultas. Tais profissionais foram
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entrevistados ao longo de um mês, a partir de um rotei- as respostas, a condição socioeconômica foi indicada
ro de entrevistas semiestruturado. por grande parte dos entrevistados como o principal
Utilizamos como fonte do material empírico os motivo que leva ao acontecimento desse tipo de violên-
depoimentos dos profissionais da unidade acerca de cia. Para esses sujeitos, a submissão a tais situações de-
suas concepções (saberes) a respeito da violência domés- corre, dentre outros fatores, da dependência econômica
tica e a assistência prestada a mulheres que procuram o da mulher para sustentar a si própria e aos seus filhos,
serviço vítimas desse tipo de violência, no sentido de como referido no depoimento do sexto entrevistado:
investigar a assistência prestada de acordo com os seus
discursos. Uma mulher que se sujeita a violência, tem
Os depoimentos foram gravados e imediatamen- muitas coisas por trás disso, ela já é muito de-
te transcritos em sua íntegra e analisados pela técnica pendente do marido, não consegue sustentar os
de análise de discurso proposta por Fiorin e Saviolli filhos dela sozinha. (E 6).
(1999).
Após leituras dos textos, obtidos com as entrevis- Em pesquisa realizada por Kiss (2008), os profis-
tas, foi feito o recorte de trechos cujos temas abordados sionais de saúde também atribuíram às causas sociais
orientaram a construção de categorias, considerando o o motivo da incidência da violência doméstica contra
objeto e o objetivo desse estudo: 1) a gênese da violên- a mulher: o acesso precário à educação, o desemprego
cia contra a mulher: problemas socioeconômicos e crise generalizado, o uso abusivo de álcool e drogas, os quais
das relações de gênero; 2) a abstração da responsabili- remetem à pobreza ou baixa escolarização.
zação pela desigualdade de gênero; 3) a fragilização do Para Garbin et al. (2006), ao citar Langley e Levy
sexo feminino. (1980), as causas para a violência doméstica podem
Esse estudo atendeu à Resolução nº 196/96 do ser dividas em nove categorias: doença mental, álcool
CNS/MS que dispõe e regulamenta a ética da pesquisa e drogas, aceitação da violência por parte do público,
envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996). Após apro- falta de comunicação, sexo, uma autoimagem vulnerá-
vação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em vel, frustração e mudanças. Nesses casos, a violência é
Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley da vista pelos agressores como um recurso para resolver tais
Universidade Federal da Paraíba, sob protocolo de nú- problemas.
mero 435/09, iniciamos a investigação na Unidade de Tal constatação também foi observada nos resul-
Saúde, cenário de estudo. tados de uma pesquisa intitulada ‘Incidência, prevalên-
cia e frequência da violência doméstica na saúde-saúde
mental de mulheres no estado da Paraíba’, cujos dados
Análise e discussão dos dados revelaram que mais da metade das mulheres que de-
nunciam a violência sofrida nas Delegacias da Mulher
A gênese da violência contra a mulher: problemas dos municípios estudados exerce atividades domésti-
socioeconômicos e crise das relações de gênero cas ou subempregos com baixa remuneração, o que
Pressupomos que a importância de investigar as con- evidencia a prevalência de uma condição financeira
cepções sobre a violência de gênero, que se expressam precária e, em muitos casos, dependência total da
nos discursos dos profissionais, decorre do fato de que contribuição do companheiro para suprir as despesas
tais concepções informam os conceitos e veiculam as domésticas. (LUCENA; SILVA, 2007; ALMEIDA;
posições sociais que norteiam as práticas profissionais, SILVA 2008, 2009, 2010).
constituindo assim um dos instrumentos do processo O depoimento seguinte também expressa a ques-
de trabalho. tão econômica como forte fator causador desse fe-
Nesse contexto, arguimos os profissionais entrevis- nômeno: “Ela se sujeita muito mais a uma violência
tados sobre seus entendimentos a respeito da violência doméstica [...] por ela ser dependente moralmente e
contra a mulher e a compreensão do fenômeno. Entre economicamente”. (E 3).
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Sobre o tema em pauta, Araújo (2008) afirma causadores da violência, mas sim potencializadores de
que o trabalho remunerado potencialmente aumenta a situações violentas, ao contrário do que pensam muitas
margem de poder e negociação da mulher dentro da pessoas que buscam explicar e definir um perfil perma-
relação (ou da família), mas ela nem sempre faz uso nente de ocasiões e de homens que agridem suas parcei-
desse poder. A referência de E 3 à ‘dependência moral’ ras, quando o que ocorre de fato é a eclosão da tensão
pode ser elucidativa para a importância do significado existente no lar decorrente de uma instabilidade nas
cultural que a desigualdade de gênero representa, pare- relações interpessoais entre o casal.
cendo suplantar a dependência econômica, pois, ainda O conflito na relação entre o casal assume uma
segundo Araújo (2008), embora ganhado mais do que configuração de ‘crise das relações de gênero’ em
seus cônjuges e mantendo a sua casa, muitas mulheres que a violência é utilizada na tentativa de restaurar
continuam vítimas dos mais diferentes abusos físicos, antigas posições sociais perdidas com a emancipa-
psicológicos e/ou sexuais. ção feminina. Essa mudança social traz experiências
O uso de drogas ilícitas e do álcool, além do ciúme novas e difíceis de serem vividas pelo homem. Toda
e do próprio caráter do agressor, também foram referi- essa tensão decorre do processo de “construção di-
dos como fatores contribuintes para o desencadeamen- nâmica do ser homem ou mulher”, ou seja, “o que
to de episódios violentos no interior da vida conjugal. se pretende ser/viver e o que está se realizando pode
No relato que se segue, essa ideia se expressa: gerar situações de conflito nas relações entre homens
e mulheres” e culminar em violência (SCHRAIBER
A bebida, o ciúme, às vezes ser ruim mesmo, é et al., 2005, p. 17; 69).
da índole mesmo do ser humano, acha que só vai Entretanto, os profissionais entrevistados não
ficar bem se espancar aquela mulher, às vezes a pactuam com o entendimento supracitado, atribuin-
própria condição financeira leva a isso. (E 11). do às causas sociais e econômicas o motivo da inci-
dência da violência contra a mulher. Tal fato dificulta
Ratificando as afirmações supracitadas, Araújo a percepção do problema e, por conseguinte, seu en-
(2008) defende a existência de outros motivos impor- frentamento no serviço.
tantes, causadores da violência, além dos problemas
financeiros. Em 69% dos casos a violência decorre de A abstração da responsabilização pela desigualdade
discussões motivadas por ciúme, ameaça de separação de gênero
e questões relacionadas aos filhos. O alcoolismo e o Os profissionais de saúde atribuem às questões sociais e
distúrbio mental também aparecem como motivos, econômicas as causas para a violência e por isso fazem
embora em menor incidência. Apesar dessas conside- alusão a soluções remetidas a aspectos sociais e cultu-
rações, de acordo com a autora referida, o fator real- rais, excluindo as responsabilidades do campo da práti-
mente preponderante é a desigualdade da relação de ca profissional e aludindo a esferas governamentais mais
poder existente entre os sexos, que produz a desigual- abstratas. A responsabilização das autoridades e gestores
dade de gênero. mais distantes é, portanto, um dos temas mais presentes
Também se contrapondo a essa concepção da gê- nos depoimentos dos entrevistados:
nese socioeconômica da violência, Garbin et al. (2006)
defende o fato de que a violência não é decorrente das A violência é evitável quando as autoridades
condições sociais ou das privações dos sentidos, mas entenderem que é preciso tomar providências
que na verdade esses fatores atuam como condições cabíveis em todos os sentidos. (E 5).
precipitantes para a sua revelação.
Nesse mesmo sentido, Schraiber et al. (2005) de- A violência é um fenômeno social e sua existência
fendem a ideia de que tais contextos, como abuso de deve ter o reconhecimento da sociedade e ser de interesse
álcool e drogas, problemas financeiros, ciúmes excessivo público para a sua resolução. Por esse motivo, compre-
e características pessoais do agressor, não são motivos endemos a necessidade de políticas públicas de saúde da
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mulher na perspectiva de gênero e ressaltamos a impor- Essa ideação da desigualdade entre os gêneros e
tância do envolvimento dos gestores nesse sentido, visto a manifestação do poder masculino na forma de vio-
que intervenções nessa área correspondem a atividades lência também é identificada pelos entrevistados como
do âmbito governamental e de gestão. Contudo, é na umas das causas da violência doméstica contra a mu-
ponta, nos serviços públicos de saúde, que essa intenção lher. Apesar de discursos contraditórios em que ora se
se realiza como prática profissional. responsabilizava a mulher pela violência sofrida, ora
Portanto, para a efetivação de um trabalho em se culpava o contexto social e as autoridades, a ques-
saúde com potencial emancipatório da opressão de gê- tão de gênero, embora não definida, não deixou de ser
nero, além do aspecto técnico, o profissional precisa ter destacada.
uma formação de caráter político, o que implica um A desigualdade entre os gêneros foi mencionada
posicionamento sobre as questões de gênero. A mera em alguns depoimentos confundida com a desigualda-
responsabilização de poderes abstratos pode eximi-lo da de entre os sexos, sendo, nesses relatos, apenas a questão
responsabilidade de atuar buscando transformação na- biológica referida como causadora da disparidade que
quela realidade, que, de fato, como serviço público de permitia a violência.
saúde, é a última instância para a efetivação da intenção
das políticas, ou seja, é o lugar de sua concretização, A mulher por si só, ela é um sexo frágil. Ela de
mas, contraditoriamente, o profissional, talvez para não acordo com o físico dela é mais frágil que um
se sentir individualmente responsabilizado, remete o in- homem. (E 7).
terlocutor a um nível de abstração mais distante de si.
O posicionamento político e o conhecimento apro- Para o senso comum, a violência está naturalmen-
fundado nas questões de gênero correspondem a um dos te associada ao sexo masculino por questões genéticas
eixos do instrumento de trabalho. Paro apud Silva (2003) ou hormonais capazes de conferir maior agressividade
afirma que, além dos instrumentos materiais, o ser hu- aos homens. Essa diferença favorece a compreensão
mano faz uso dos recursos conceptuais que correspon- de uma supremacia da força física do homem sobre
dem aos conhecimentos, saberes e técnicas que ele acu- a mulher como tema frequente quando tratamos de
mulou historicamente e que aplica como instrumento na violência.
racionalização do trabalho. Assim, o saber instrumental e Schraiber et al. (2005) afirmam que essa con-
o saber político orientam os processos de trabalho, razão fusão entre ter força física e ser violento simplifica e
pela qual destacamos a importância da adequação desse dificulta qualquer forma de intervenção, pois trata-
saber à finalidade do trabalho pretendida. se de uma explicação ‘naturalizadora’, ou seja, rela-
cionar força com violência desconsidera a violência
A fragilização do sexo feminino como criação sociocultural, naturalizando esse fe-
Apesar da multicausalidade atribuída à violência, os de- nômeno, uma vez que atribui a ele causas naturais
poimentos e a literatura sobre o assunto afirmam que a e, portanto, aceitáveis. Com isso, a mulher deve
mulher sucumbe à violência de gênero não só por uma ‘aceitar’ e entender como natural essa característica
dependência econômica, mas principalmente por uma masculina de força, logo de agressividade e violên-
dependência ‘moral’ e afetiva, que nos remete à cons- cia, e nesse sentido evitar tensões que possam gerar
trução de uma dominação simbólica. Essa categoria conflitos e situações de violência visto que ela é um
social, além de definir formas de comportamentos mas- ser em desvantagem nessa relação, como afirma o
culinos e femininos, é, contraditoriamente, explicada depoimento a seguir:
com base em argumentos da esfera da área biológica,
fazendo com que se manifestem estruturas mentais que Eu acho que é uma covardia, porque o homem
incorporam subjetivamente imagens comportamentais, naturalmente sabe que ele é mais forte do que a
de modo que o homem é ‘naturalmente’ forte e domi- mulher. A mulher vai sempre estar em desvan-
nador, e a mulher é ‘naturalmente’ frágil e submissa. tagem em relação ao homem. (E 11).
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resultou na desigualdade de gênero, categoria que tem o estabelecimento do vínculo e da responsabilização, a va-
potencial para aniquilar a vida de suas vítimas e, portan- lorização do processo saúde-doença na sua interface social,
to, se situa como uma necessidade em saúde dentro do privilegiando não apenas o adoecimento, mas o contexto
serviço, não só diante da confissão de casos ou presença de vida das mulheres em situação de violência de gênero.
de danos físicos evidentes, mas na presença de qualquer Portanto, a atenção à saúde da mulher por meio de um tra-
manifestação de poder e domínio do homem sobre a balho profissional com potencial emancipatório da opres-
mulher, o que sugere relações violentas no interior das são de gênero pressupõe a capacitação dos profissionais
relações conjugais daquelas mulheres. para viabilizar o empoderamento de mulheres que buscam
O enfrentamento da violência de gênero no interior os cuidados daqueles profissionais, pois essa atividade pro-
dos serviços requer também o desenvolvimento de um fissional implica um conhecimento mais aprofundado da
agir ético com escuta qualificada e orientações em saúde, complexidade que envolve o fenômeno.
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