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Bases neurais dos

comportamentos motivados e
das emoções
COMPORTAMENTOS MOTIVADOS

Os comportamentos motivados são aqueles


fundamentais para a sobrevivência do
indivíduo ou da espécie, e portanto
acompanhados de alto grau motivacional, tais
como a ingestão hídrica e os comportamentos
alimentar, de defesa e reprodutor...
EMOÇÕES
• Emoções como prazer, euforia, tristeza, depressão,
medo, ansiedade e raiva, contribuem para a riqueza da
nossa vida pessoal. Elas cunham todas as nossa
experiências com um caráter especial. Essas emoções
assim como as alterações corporais que as acompanham
são veiculadas por sistemas neurais distintos no cérebro.
A “homeostasia” comportamental é um
paralelo que fazemos em relação ao conceito da
preservação do meio interno, e se refere a uma
série de respostas comportamentais que
garantem essa preservação do indivíduo ou da
espécie...
• Diversas evidências clínicas e experimentais
apontam o hipotálamo como responsável pela
integração de diversas respostas endócrinas,
autonômicas e comportamentais essenciais para a
sobrevivência do indivíduo e da espécie...

• Desta forma o hipotálamo é uma peça


fundamental no controle da homeostasia do meio
interno, bem como está criticamente envolvido no
controle neural de comportamentos que garantem
a preservação do indivíduo ou da espécie.
• O diencéfalo e o telencéfalo formam o
cérebro...

• O diencéfalo é compreendido pelas seguintes


partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e
subtálamo...

• Estas partes mantêm uma relação direta com


o terceiro ventrículo...
• Quando o cérebro é seccionado no plano mediano as
partes laterais do terceiro ventrículo são expostas
amplamente. Verifica-se então a existência do sulco
hipotalâmico que separa o tálamo do hipotálamo...
Localizado acima da hipófise, ocupando a posição ventral do diencéfalo ao
redor do terceiro ventrículo estão os principais núcleos hipotalâmicos.
Funções dos principais núcleos Hipotalâmicos:

Núcleo supraóptico
Responsável por produzir dois hormônios, o antidiurético (HAD, vasopressina) e ocitocina,
considerado o hormônio do amor por ser liberado no orgasmo também é importante no
nascimento e amamentação.

Núcleo supraquiasmático
O nosso “relógio biológico" regula o ciclo circadiano, sendo estimulado pela melatonina,
hormônio produzido pela glândula pineal.

Núcleo paraventricular
Responsável por controlar a pressão arterial, a temperatura corporal e no apetite.

Núcleo posterior
É ele quem aumenta frequência cardíaca , dilata as pupilas e outras respostas autônomas na
reação de "luta ou fuga".

Núcleo dorsomedial
Tem relação direta com sentimentos objetivos e emocionais importante no controle de líquidos
na consciência e regulação do peso corporal.

Trato mamilotalâmico
Levam as informações ao sistema límbico.
INGESTÃO HÍDRICA
Ingestão hídrica
• Há 4 tipos de estímulo que podem fazer um
indivíduo iniciar a procura por água:
• Aumento da tonicidade do plasma;
• Hipovolemia;
• Estímulos orofaríngeos (como boca seca);
• Fatores cognitivos.
Ingestão hídrica
• Há 4 tipos de estímulo que podem fazer um
indivíduo iniciar a procura por água:
• Aumento da tonicidade do plasma;
• Hipovolemia;
• Estímulos orofaríngeos (como boca seca);
• Fatores cognitivos.
Quase nada pode ser dito ao
certo sobre as vias neurais
que integram essas
respostas...
Hipovolemia

• “hemorragia”
• “respostas autonômicas, neuroendócrinas e
comportamentais...”
Angiotensinogênio

Renina
Angiotensina I

ECA
Angiotensina II

Hipotálamo

Eleva a PA
• O efeito da angiotensina II no SNC se dará via órgão
subfornicial, um dos sítios do SNC onde a barreira
hematoencefálica é pérvia, além de possuir uma
grande quantidade de receptores para
angiotensina II circulante.

• Através da ligação da angiotensina II nestes


receptores é deflagrada uma série de respostas
organizadas, tais como: liberação de vasopressina,
ajustes pressóricos e sede.
INGESTÃO ALIMENTAR
Comportamento alimentar
• Apesar de ampla variação diária na ingestão de
alimentos e no gasto de energia, o peso corporal
permanece notavelmente estável durante longos
períodos de tempo na maioria dos indivíduos.
Para isso essa ingestão de alimentos e o gasto de
energia devem ser constantemente modulados e
equilibrados. O hipotálamo é essencial para a
regulação do apetite e balanço energético.
• Tem sido amplamente demonstrado que o
hipotálamo tem um papel fundamental na
iniciação do comportamento alimentar.
Experimentos clássicos: centros da fome e da saciedade

Anand & Brobeck


(1951)
Brobeck, Tepperman &
observaram que
Long (1943)
após lesões
descobriram que lesões
bilaterais das
bilaterais no núcleo
áreas laterais do
ventromedial do
hipotálamo, os
hipotálamo leva a
animais morriam
hiperfagia, com
de fome.
aumento da ingestão de
alimentos e
consequente obesidade
Estimulação direta do hipotálamo

Briigger (1943), compilando resultados


anteriormente obtidos por
Hess, e outros (Delgado & Anand, 1953;
Larsson, 1954; Anand & Dua, 1955)
demonstraram que a estimulação
elétrica das áreas laterais do hipotálamo
resulta em hiperfagia
Conclusões destes estudos...
Hetherington e Ranson e Anand e Brobeck:

• Área Lateraisdo Hipotálamo como centro de ingestão de alimentos;

• Área ventromedial do hipotálamo como centro da saciedade.


COMPORTAMENTO
REPRODUTIVO
Comportamento reprodutor
• Tabus em muitas culturas, censura moral e imaturidade
das ciências, tem impedido uma pesquisa a longo prazo
referente ao comportamento reprodutivo humano.

• A maioria dos estudos que tratam da organização neural


dos comportamentos reprodutores foi feita em roedores.

• Devemos, contudo, lembrar que comparações entre


espécies muitas vezes podem não ser válidas, em especial
no caso dos seres humanos, em quem diversos fatores
cognitivos exercem uma influência óbvia na execução
dessa categoria comportamental.
• À semelhança dos circuitos neurais relacionados com a organização do
comportamento de defesa, estruturas localizadas no mesencéfalo são
essenciais para a expressão dos comportamentos sexual e materno/paterno.

• Assim, de um lado, a substância cinzenta periaquedutal parece ser


fundamental para a expressão da lordose na fêmea durante o acasalamento,
enquanto a área tegmentar ventral, bem como locais da formação reticular,
parecem críticos para a execução do acasalamento com os machos.
• Tudo começa no córtex. Nele, afinal, desembocam as
informações nervosas, provenientes dos diversos
órgãos sensoriais.

• O sistema límbico que julga se é para gostar ou não


desses estímulos.

• Não é à toa, a primeira escala das informações


nervosas no sistema límbico é justamente o
hipocampo, aquela estrutura relacionada à memória.
“Ele faz comparações com outras imagens gravadas
em seus arquivos, isto é, suas redes de células”.
?
• “Algumas vezes, os órgãos sensoriais podem ser
dispensados”, pois a imaginação também consegue
estimular o córtex e, daí, o sistema límbico.

• O sistema límbico que dá a primeira ordem para os


órgãos sexuais se excitarem, enviando substâncias
que os deixam inundados de sangue extra. Este,
contudo, não é o único mecanismo. Os cientistas
descobriram que a medula espinal, na altura da
região lombar, também é capaz de liberar
substâncias ligadas à ereção no homem e ao
intumescimento do clitóris, na mulher.
• A partir do momento em que clitóris e pênis são
estimulados, surge uma via de mão dupla. Os
genitais não apenas recebem as mensagens de
prazer, vindas do sistema límbico, como enviam
outras, reforçando a sensação agradável. Com isso,
o sistema límbico vai ficando cada vez mais
acionado e, nessa altura, começa a interferir no
funcionamento de outras áreas cerebrais —
especificamente daquelas ligadas às funções
involuntárias do corpo.
SISTEMA LÍMBICO
• Sistema Límbico surgiu com a emergência dos
mamíferos inferiores. É ele que comanda certos
comportamentos necessários à sobrevivência de todos
os mamíferos.
• Cria e modula funções mais específicas, as quais
permitem ao animal distinguir entre o que lhe agrada
ou desagrada.
• Desenvolvem funções afetivas, como a que induz as
fêmeas a cuidarem atentamente de suas crias, ou a que
promove a tendência desses animais a desenvolverem
comportamentos lúdicos (gostar de brincar).
E O HIPOTÁLAMO????
• O hipotálamo ocupa uma posição central,
fornecendo um elo de ligação entre as
estruturas límbicas telencefálicas e sítios
mesencefálicos, em especial a substância
cinzenta periaquedutal.
• O hipotálamo conjuntamente ao mesencéfalo,
podem ter acesso às estruturas límbicas
telencefálicas, podendo dessa forma,
influenciar o processamento neural nestas
regiões.
Comportamento de defesa
Comportamento de defesa

• Os estímulos despertados pela presença do predador


e os associados ao ambiente em que ele se
encontrava são no início compilados pela amígdala.
Mas, em seguida, convergem para o hipotálamo,
onde são processados no núcleo pré-mamilar dorsal,
que os encaminha para a substância cinzenta
periaquedutal.
Teoria da emoção de James-Lange
Teoria da emoção de James-Lange
• A teoria propõe que os estímulos produzem
mudanças fisiológicas (estimulação autonômica)
que, por sua vez, após serem reconhecidas pelo
cérebro geram emoção (medo).
Teoria da emoção de Cannon-Bard
• Segundo o qual a emoção ocorre quando o
tálamo envia sinais, ao mesmo tempo, para o
sistema nervoso autônomo e para o córtex
cerebral, o que produz simultaneamente a
experiência da emoção (medo) e as alterações
corporais (estimulação autonômica)
Teorias sobre a formação das
emoções
Teoria de Schachter

• Propõe que duas condições são decisivas para


a produção de uma emoção: um “estado geral
de excitação” que é comum a todas as
emoções e uma “interpretação” mental do
que causou o estado de excitação.
Teoria de Schachter
• “Teoria dos dois fatores de Shachter” segundo
a qual a experiência da emoção depende da
estimulação autônoma e da interpretação
cognitiva dessa estimulação.
Teoria de Schachter

• É coerente com a teoria, a seguinte


proposição: Sente-se medo porque as
sugestões situacionais (animal ameaçador, por
exemplo) sugerem que seja essa a razão de
alguém estar tremendo.
Amígdala e a interface entre
cognição e emoção
• Em humanos a estimulação da amígdala produz ansiedade
e sentimento de medo...

• Qual o papel da amígdala como interface entre cognição e


emoção?
• Sabe-se que a amígdala além de receber informações
olfatórias do bulbo olfatório, recebe outras modalidades
sensoriais por meio e áreas neocorticais associativas
polimodais.

• Na amígdala essas informações são integradas e


ganham cunho afetivo....
• Do lado eferente a amígdala se projeta diretamente para o
hipocampo e para diversas áreas neocorticais associativas
polimodais, podendo, dessa maneira, influenciar tanto nos
processos mnemônicos (aquisição;consolidação ;evocação)
como cognitivos...

• As lesões amigdalianas resultam em uma aparente perda


dos aspectos emocionais que possam estar ligados à
experiência cognitiva (tanto no sentido de recompensa
como de punição), gerando um quadro que recebe o nome
de “cegueira psíquica”.
• Por hoje é só!

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