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FOTOQUÍMICA DA VISÃO
BASTONETES e CONES contêm substâncias químicas que se decompõem pela EXPOSIÇÃO À LUZ → no
processo, excitam as fibras do nervo óptico.
A substância química sensível à luz → NOS BASTONETES → RODOPSINA
CICLO VISUAL RODOPSINA-RETINAL E EXCITAÇÃO DOS BASTONETES
NOVA FORMAÇÃO DE RODOPSINA
O 1º estágio, na neoformação de rodopsina é → reconverter o RETINAL TODO-TRANS em 11-CIS-RETINAL.
Esse processo requer energia metabólica → catalisado pela ENZIMA RETINAL ISOMERASE.
Uma vez formado o 11-DS-RETINAL → se recombina com a ESCOTOPSINA → formando a RODOPSINA.
o A rodopsina formada permanece estável até sua decomposição ser novamente desencadeada por
absorção da energia luminosa.
PAPEL DA VITAMINA A PARA A FORMAÇÃO DE RODOPSINA
Existe uma 2ª via química em que o RETINAL TODO-TRANS é convertido em 11-CIS-RETINAL.
Isso ocorre por:
o Conversão do RETINAL TODO-TRANS → RETINOL TODO-TRANS → forma de Vitamina A.
o RETINOL TODO-TRANS → 11-CIS-RETINOL.
o Sob a influência da ENZIMA ISOMERASE.
Finalmente, o 11-DS-RETINOL é convertido em 11-DS-RETINAL + ESCOTOPSINA → NOVA RODOPSINA.
✔ VITAMINA A
Presente no citoplasma dos bastonetes e na camada pigmentar da retina.
Normalmente está sempre disponível para formar NOVO RETINAL quando necessário.
Inversamente, quando houver EXCESSO DE RETINAL na retina → convertido de volta à vitamina A.
o Reduzindo assim a qtd de pigmento fotossensível na retina.
o Essa interconversão entre retinal e vitamina A é importante na adaptação a longo prazo da retina a
diferentes intensidades luminosas.
✔ CEGUEIRA NOTURNA
Ocorre em qualquer pessoa com deficiência grave de vitamina A.
RAZÃO → Sem vitamina A → as qtds de RETINAL e de RODOPSINA que podem ser formadas ficam
intensamente diminuídas.
Chamada de cegueira noturna porque a quantidade de luz disponível à noite é pequena demais para
permitir visão adequada em pessoas deficientes em vitamina A.
Para que a cegueira noturna ocorra → pessoa precisa permanecer em dieta deficiente em vitamina A por
meses, porque grandes quantidades de vitamina A normalmente são armazenadas no FÍGADO e podem
ficar disponíveis para os olhos.
Uma vez desenvolvida → às vezes, poderá ser revertida em menos de 1 hora pela injeção intravenosa de
vitamina A.
EXCITAÇÃO DO BASTONETE QUANDO A RODOPSINA É ATIVADA PELA LUZ
O potencial receptor do bastonete é hiperpolarizante e não despolarizante.
A excitação do bastonete causa → aumento da negatividade do POTENCIAL DE MEMBRANA
INTRABASTONETES;
ESTADO DE HIPERPOLARIZAÇÃO → há mais negatividade do que o normal na face interna da membrana do
bastonete.
✔ COMO A ATIVAÇÃO DA RODOPSINA CAUSA HIPERPOLARIZAÇÃO?
Quando a RODOPSINA se decompõe → diminui a condutância da membrana dos bastonetes para os ÍONS
SÓDIO no segmento externo do bastonete → causa HIPERPOLARIZAÇÃO de toda a membrana do
bastonete.
O segmento interno BOMBEIA continuamente:
o Na+ de dentro para fora do BASTONETE.
o K+ são bombeados para dentro da CÉLULA.
Íons Potássio vazam da célula pelos CANAIS DE POTÁSSIO SEM COMPORTAS.
São restritos ao segmento interno do bastonete.
Como em outras células → BOMBA SÓDIO-POTÁSSIO cria potencial NEGATIVO no interior da célula.
No entanto → SEGMENTO EXTERNO DO BASTONETE → presença dos DISCOS FOTORRECEPTORES → é
diferente;
o Nesse local → membrana do bastonete na ESCURIDÃO → permeável aos íons sódio que fluem
pelos CANAIS DEPENDENTES DO GMPc.
ESCURIDÃO → níveis de GMPc são altos.
Permite que ÍONS SÓDIO com carga positiva se difundam continuamente para o INTERIOR
DO BASTONETE → neutralizam grande parte da negatividade no interior da célula.
o Sob condições normais de escuridão → quando o BASTONETE não está excitado → ocorre redução
da eletronegatividade na face interna da membrana do bastonete → medindo ± -40 milivolts.
o Depois → quando a RODOPSINA do segmento externo do bastonete é exposta à luz:
RODOPSINA ATIVADA → começa a se decompor → CANAIS DE SÓDIO DEPENDENTES DO
GMPc são fechados.
↓ Condutância de membrana para o interior do bastonete.
Condutância de membrana do segmento externo para o interior do bastonete → é reduzida
por processo em 3 etapas:
(1) A LUZ é absorvida pela RODOPSINA → causando fotoativação dos elétrons, na
PORÇÃO RETINAL.
(2) RODOPSINA ATIVADA estimula a proteína G → denominada TRANSDUCINA →
ativa a fosfodiesterase do GMPc;
essa enzima catalisa a quebra do GMPc em 5’-GMPc;
(3) Redução do GMPc → fecha os canais dependentes do GMPc e reduz a corrente
de influxo do sódio.
ÍONS SÓDIO continuam a ser bombeados para fora → através da
membrana do segmento interno.
Desse modo, mais íons sódio agora saem do bastonete do que entram.
Como eles são íons positivos, sua perda pelo bastonete aumenta a
negatividade na face interna da membrana.
↑ Qtd de energia luminosa que atinge o bastonete → ↑
eletronegatividade → ↑ será o grau de hiperpolarização.
Na intensidade máxima de luz → potencial de membrana se
aproxima de -70 a -80 milivolts → o que está próximo do potencial
de equilíbrio para os ÍONS POTÁSSIO através da membrana.
CASCATA DE EXCITAÇÃO
Mecanismo pelo qual a decomposição da rodopsina diminui a condutância ao sódio na membrana.
CONDIÇÕES IDEAIS → 1 fóton de luz → menor unidade quântica possível de energia luminosa → pode
causar potencial receptor mensurável em um bastonete → equivalente a cerca de 1 milivolt.
Somente 30 FÓTONS DE LUZ causarão metade da saturação do bastonete.
✔ COMO QUANTIDADES TÃO PEQUENAS DE LUZ PODEM CAUSAR EXCITAÇÃO TÃO GRANDE?
FOTORRECEPTORES têm cascata química extremamente sensível → amplifica os efeitos estimulatórios por
cerca de 1 milhão de vezes, da seguinte forma:
(1) FÓTON ativa 1 elétron na porção de 11-cis-retinal da RODOPSINA;
o Isso leva à formação de METARRODOPSINA II → Forma ativa da rodopsina.
(2) RODOPSINA ATIVADA funciona como ENZIMA → para ativar muitas moléculas de TRANSDUCINA.
o Proteína presente em forma inativa nas membranas dos discos e na membrana celular do bastonete.
(3) TRANSDUCINA ATIVADA → ativa muito + moléculas de FOSFODIESTERASE.
(4) FOSFODIESTERASE ATIVADA → hidrolisa imediatamente muitas moléculas de GMPc → destruindo-as.
o Antes de ser destruído → GMPc estava ligado à proteína do canal de sódio da membrana externa do
bastonete de modo a mantê-lo “imobilizado” no estado aberto.
o Mas na LUZ → quando a fosfodiesterase hidrolisa o GMPc → remove a imobilização e permite que os
canais de sódio se fechem.
Várias centenas de canais se fecham para cada molécula originária ativada de rodopsina.
Como o fluxo de sódio através de cada um desses canais foi extremamente rápido → fluxo de mais
de um milhão de íons sódio é bloqueado pelo fechamento dos canais antes que o canal se abra
novamente.
Essa diminuição de fluxo dos íons sódio é o que gera → POTENCIAL RECEPTOR DO BASTONETE.
(5) Em cerca de 1 segundo, outra enzima → RODOPSINOCINASE (está sempre presente no bastonete) →
inativa a RODOPSINA ATIVADA → METARRODOPSINA II.
o A cascata inteira reverte ao estado normal com canais de sódio abertos.
o Deste modo → BASTONETES desenvolveram uma CASCATA QUÍMICA → amplifica o efeito de um só fóton
de luz, causando o movimento de milhões de íons sódio.
o Isso explica a extrema sensibilidade dos bastonetes, sob condições de baixa luminosidade.
o Os cones são cerca de 30 a 300 vezes menos sensíveis que os BASTONETES → mas mesmo assim permitem
a visão colorida em qualquer intensidade de luz, acima da penumbra extrema.
2. CONHECER O CICLO SONO-VIGÍLIA E O PAPEL DA MELATONINA.
SONO → Estado de inconsciência do qual a pessoa pode ser despertada por estímulo sensorial ou por outro
estímulo.
Se difere do COMA → Estado de inconsciência do qual a pessoa não pode ser despertada.
Há MÚLTIPLOS ESTÁGIOS DE SONO → Do muito leve ao muito profundo.
✔ PRINCIPAIS OBJETIVOS DO SONO:
Restaurar o equilíbrio natural entre os centros neuronais → MEMÓRIA.
Momento de realização de limpeza de resíduos do líquido cerebrospinal, como de algumas proteínas que
se acumulam em doenças neurológicas degenerativas, como a doença de Alzheimer.
✔ INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Durante o sono → ENCÉFALO consome tanto oxigênio como o cérebro acordado.
o O sono é um estado metabolicamente ativo.
Após PRIVAÇÃO TOTAL DO SONO ocorre → período de sono de “atualização” ou “rebote”;
Após PRIVAÇÃO SELETIVA DO REM ou das ondas lentas → não há rebote seletivo desses estágios
específicos do sono.
Restrições moderadas de sono por alguns dias podem degradar o desempenho cognitivo e físico, a
produtividade global e a saúde.
✔ FUNÇÕES DO SONO
1. Maturação neural;
2. Facilitação do aprendizado e da memória;
3. Cognição;
4. Eliminação dos produtos metabólicos de resíduos produzidos pela atividade nervosa no cérebro desperto;
5. Conservação de energia metabólica.
2 TIPOS DE SONO
Qualquer pessoa percorre estágios de 2 tipos de sono que se alternam um com o outro.
SONO REM → Sono Paradoxal, Sono Dessincronizado, Sono de Movimentos Oculares Rápidos
É marcado por um padrão de ECG + próximo ao de uma pessoa acordada → ondas de baixa amplitude e
alta frequência.
Nele, a atividade do encéfalo → inibe os neurônios motores → se dirigem para os músculos esqueléticos,
paralisando-os (exceção dos músculos que movimentam os olhos e a respiração)
O controle das funções homeostáticas é deprimido durante o SONO REM.
o TEMPERATURA do corpo diminui aproximando-se da temperatura ambiente.
Dura ± de 5 a 30 minuto.
Surge a cada 90 minutos nos adultos jovens.
Pode estar CURTO ou AUSENTE → quando a pessoa está extremamente sonolenta;
À medida que a pessoa vai ficando mais descansada com o passar da noite → duração dos episódios REM
aumenta.
CARACTERÍSTICAS
o FORMA ATIVA DE SONO → geralmente associada a SONHOS e a MOVIMENTOS MUSCULARES
CORPORAIS ATIVOS.
o É mais difícil despertar o indivíduo por estímulo sensorial no sono REM do que durante o sono de ondas
lentas.
o As pessoas em geral despertam espontaneamente pela manhã → durante episódio de sono REM.
o Tônus muscular está excessivamente reduzido → indica forte inibição das áreas de controle da medula
espinal.
o FC e FR ficam irregulares → característica dos SONHOS.
Olhos movem-se atrás das pálpebras fechadas como se acompanhassem a ação do sonho.
o Apesar da inibição extrema dos músculos periféricos → movimentos musculares irregulares podem
ocorrer.
Isso acontece em superposição aos movimentos rápidos oculares.
o O cérebro fica muito ativo no Sono REM → o metabolismo cerebral global pode estar aumentado por
até 20%.
Eletroencefalograma (EEG) → mostra padrão de ondas cerebrais semelhante ao que ocorre
durante o estado de vigília.
Também chamado SONO PARADOXAL → porque é um paradoxo entre o estar dormindo e
existir grande atividade cerebral.
POSSÍVEIS CAUSAS DO SONO REM
o Razão pela qual o sono de ondas lentas é interrompido periodicamente pelo sono REM ainda não é
compreendida.
o Entretanto, fármacos que mimetizam a ação da acetilcolina aumentam a ocorrência de sono REM.
o Grandes neurônios secretores de acetilcolina na porção superior do TRONCO CEREBRAL podem, por
suas extensas fibras eferentes → ativar muitas partes do cérebro.
o Em teoria, esse mecanismo poderia levar à atividade excessiva que ocorre em certas regiões cerebrais.
o Durante o sono rem, mesmo que os sinais não sejam canalizados apropriadamente no cérebro para
causar → ESTADO DE ALERTA CONSCIENTE → característico da vigília.
SONO DE ONDAS LENTAS, SONO PROFUNDO OU NÃO REM
Indicado no EEG pela presença de ondas delta
o Ondas de alta amplitude, baixa frequência e longa duração que se espalham pelo CÓRTEX
CEREBRAL.
Durante essa fase do ciclo do sono → pessoas ajustam a posição do corpo sem comando consciente do
ENCÉFALO.
É muito relaxante e está associado às diminuições do tônus vascular periférico e a muitas outras funções
vegetativas do corpo.
o Redução de 10% a 30% da PA, da FR e no metabolismo basal.
o Embora seja chamado “sono sem sonhos” → sonhos e até pesadelos podem ocorrer durante esse
estágio.
Ondas do ESTADO DE VIGÍLIA mostram um padrão rápido e irregular, sem ondas dominantes.
o Em vigília, mas em repouso (olhos fechados), no sono ou em coma, a atividade elétrica dos
neurônios sincroniza em ondas com padrões característicos.
o Em vigília, mas em repouso, é caracterizado por ondas de baixa amplitude e alta frequência.
Quanto mais sincrônica a atividade dos neurônios corticais, maior a amplitude das ondas.
À medida que a pessoa adormece, a frequência das ondas diminui.
Na maior parte do tempo, as ondas cerebrais são irregulares e nenhum padrão específico pode ser
discernido no EEG.
o Em outros momentos, padrões específicos podem ocorrer, alguns dos quais são característicos de
anormalidades neurológicas, como a epilepsia.
Em pessoas saudáveis, a maioria das ondas no EEG pode ser classificada em ondas alfa, beta, teta e delta.
✔ ONDAS ALFA → são ondas rítmicas e ocorrem com frequências entre 8 e 13 ciclos/s, sendo encontradas nos
EEGs de quase todos os adultos saudáveis quando acordados e no estado de calma e atividade cerebral em
repouso.
São mais intensas na região occipital, mas também podem ser registradas nas regiões frontal e parietal do crânio.
Voltagem = 50 microvolts.
Durante o sono profundo elas desaparecem.
Concentração substitue as ondas alfa por ondas beta assincrônicas, de alta frequência, mas baixa voltagem.
✔ ONDAS BETA → têm frequência maior que 14 ciclos/s, podendo chegar até a 80 ciclos/s.
Registradas principalmente nas regiões parietal e frontal, durante a ativação específica dessas regiões
cerebrais.
✔ ONDAS TETA → têm frequência entre 4 e 7 ciclos/s.
Ocorrem nas regiões parietal e temporal em crianças, mas também ocorrem durante o estresse
emocional em alguns adultos (desapontamento e frustração).
As ondas teta também ocorrem em muitos distúrbios cerebrais como nos estados cerebrais
degenerativos.
✔ ONDAS DELTA → são todas as ondas do EEG com frequências menores do que 3,5 ciclos/s e têm voltagens 2 a 4
vezes maiores do que a maioria dos outros tipos de ondas cerebrais.
Ocorrem durante o sono profundo, na infância e em pessoas com doença cerebral orgânica grave.
Podem ocorrer no córtex, independentemente das atividades nas regiões mais inferiores do encéfalo.
ONDE FAZER
Os exames polissonográficos geralmente são feitos em laboratórios especializados → fora do domicílio do
paciente.
Os exames são acompanhados durante toda a noite por um técnico treinado.
O paciente deve chegar ao laboratório 1 ou 2 horas antes do início do exame para se acostumar com o
ambiente e para ser preparado.
Fundamental que o horário de início e de término do exame sejam próximos aos horários de dormir e de se
levantar do paciente, já que o objetivo é registrar uma noite habitual de sono.
Os seguintes registros são necessários para o exame ser considerado válido como polissonografia:
Eletroencefalograma (mínimo de 01 canal, sendo recomendado 04 canais).
Eletrooculograma (mínimo de 1 canal, sendo recomendado 02 canais).
Eletromiograma 01 canal (submentoniano).
Duração mínima de 06 horas com as luzes apagadas.
4º OBJETIVO: LISTAR OS EXAMES OFTALMOLÓGICOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO GERAL DA
VISÃO. (TONOMETRIA E OFTALMOSCOPIA)
Referências:
2. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada, 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
4. MARTINS, T. G. S. et al. Modelo para o ensino da oftalmoscopia direta. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 36, n. 2,
2014.
7. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
8. JAMESON, J. L.; (et al) Medicina Interna de Harrison. 20ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2020.
9. SANTORO, S. D.; PINATO, L. SONO-VIGÍLIA: ASPECTOS DE MEMÓRIA E MELATONINA EM SÍNDROME DE WILLIAMS-
BEUREN: UMA REVISÃO DE LITERATURA. Rev. CEFAC. Nov-Dez; 16(6):1980-1989. 2014.