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BIOLOGIA GERAL

AULA 4 – ESTUDO DAS BACTÉRIAS E SUA


IMPORTÂNCIA

Lucélia Parente
OBJETIVOS DA AULA

• Fornecer as bases fundamentais necessárias para conhecer


os diferentes tipos de estruturas das bactérias, formas de
replicação, e os mecanismos de nutrição.
• Diferenciar bactérias Gram-Negativas de bactérias Gram-
Positivas.

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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACTÉRIAS

• As bactérias são células procariontes, que constituem os menores


seres vivos e os mais simples do ponto de vista estrutural.
• Devido à inexistência de compartimentos intracelulares separados
por membranas, nas células procariontes, as substâncias ficam
dispersas no citoplasma.
• As bactérias são seres complexos e diversificados, o que permite
sua adaptação em habitats variados.
• Podem ser encontradas em todos os locais da Terra e no interior
ou na superfície do corpo dos seres pluricelulares.
• Embora algumas bactérias causem doenças, a maioria é
inofensiva e muitas são benéficas.

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CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACTÉRIAS

• A forma das bactérias é diversificada. As esféricas são chamadas


• cocos; quando alongadas, recebem o nome de bacilos; e, em
formas helicoidais, em geral móveis, são denominadas espirilos.
• As células bacterianas aparecem em grupos, e não isoladas. Os
cocos em pares formam os diplococos; dispostos em fileiras são
chamados estreptococos; e, quando aparecem como cachos de
uvas, denominam-se estafilococos.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Apresentam uma membrana plasmática que envolve seu


citoplasma; em torno dessa membrana se encontra uma espessa
e rígida parede bacteriana, em torno da qual pode ocorrer uma
terceira camada, viscosa, que, em algumas espécies, é espessa,
constituindo a cápsula.
• Na célula bacteriana além do citoplasma, encontra-se uma região
correspondente ao núcleo, (nucleoide), bem como diversos
grânulos.
• Partem da superfície bacteriana prolongamentos filamentosos de
dois tipos: os flagelos, responsáveis pela movimentação das
bactérias, e as fímbrias, estruturas que participam da
transferência unidirecional de DNA entre células bacterianas.

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Biologia Celular e Molecular

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Às vezes, observam-se invaginações da membrana, formando um


complexo denominado mesossomo (“membranas internas" onde
ocorrem os processos respiração celular para obtenção de ATP e
fotossíntese).
• Os mesossomos também participam da formação dos septos e da
parede, que aparecem quando a bactéria se divide.
• Cada bactéria contém um ou mais nucleoides, estes contém o
cromossomo da bactéria e, muitas vezes, localiza-se nas
proximidades ou mesmo ligado à membrana plasmática.
• O DNA do cromossomo bacteriano é um filamento circular.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Em uma mesma espécie bacteriana, o número de cromossomos,


por célula, é variável, porém geralmente existe mais de um.
• As bactérias não se dividem por mitose, seus cromossomos não
apresentam a condensação cíclica observada muito a eficiência
dos genes neles contidos.
• Um plasmídio capaz de se integrar no cromossomo da bactéria
recebe o nome de epissomo.
• Ao lado dos genes dos vírus e dos transpósons, os plasmídios
são genes dotados de mobilidade.
• As bactérias podem passar os genes contidos nos plasmídios de
umas para outras, fato muito significante para a sobrevivência
dessas células.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Assim como nas céluas eucariontes, nas procariontes pode haver


transferência de genes para locais diferentes no DNA da mesma
célula, pelos transpósons.
• Os transpósons aumentam as variações genéticas entre as
bactérias, facilitando muito a transferência de resistência a
antibióticos e a outras substâncias tóxicas para elas.
• Essa propriedade aumenta muito a sobrevivência das bactérias,
quando elas enfrentam condições adversas.
• Todas as bactérias, exceto os micoplasmas, apresentam uma
parede rígida, responsável pela forma da célula e que a protege
contra a ruptura e contra a penetração de bacteriófagos.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• A parede impede que essas bactérias se rompam, possibilitando


sua sobrevivência e multiplicação em meio hipotônico.
• Apesar de ser rígida e resistente, a parede é permeável, o que é
essencial para a nutrição da célula e a eliminação de moléculas
diversas produzidas pelas bactérias.
• A parede contém moléculas antigênicas (capazes de provocar
uma resposta imunitária e de reagir com os respectivos anticorpos
produzidos nos organismos hospedeiros).
• Essas moléculas antigênicas das paredes podem ser utilizadas
para a identificação das bactérias.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Em virtude das propriedades de suas paredes, as bactérias são


divididas em dois grandes grupos: as gram-positivas e as gram-
negativas.
• A classificação de um determinado tipo de bactéria em um desses
grupos depende de seu comportamento diante da coloração de
Gram.
• As bactérias que, após aplicação da técnica de Gram, aparecem
coradas em roxo são chamadas gram-positivas; as que não retêm
a cor roxa são as gram-negativas.
• Para facilitar sua visualização ao microscópio, as últimas são
geralmente coradas em vermelho com Safranina ou fucsina, que
não altera a cor roxa das gram-positivas.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• A parede das células gram-positivas é simples, sendo formada


apenas por uma espessa camada de peptidoglicanas (mureína,
mucopeptídio) situada entre a membrana plasmática e a cápsula,
que fica mais externamente.
• As peptidoglicanas são compostos típicos das paredes
bacterianas, constituídos por cadeias de aminoácidos ligadas a
uma cadeia de hidratos de carbono.
• São responsáveis pela rigidez e pela resistência da parede das
bactérias.
• A parede das células gram-positivas geralmente contém
moléculas de ácidos teicoicos.
• Esses ácidos são polímeros constituídos de vários tipos de
moléculas como glicerol, hidratos de carbono e aminoácidos.
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https://slideplayer.com.br/slide/288938/

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• A parede das bactérias gram-negativas é muito complexa, sendo


formada pelas seguintes camadas, de dentro para fora: (1) uma
camada de peptidoglicanas, mais delgada do que a das bactérias
gram-positivas; (2) uma camada de lipoproteínas; (3) a membrana
externa, de estrutura trilaminar, como as das demais membranas
celulares; e (4) a camada de lipopolissacarídios (LPS).

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• A membrana externa da parede, tem estrutura semelhante às


membranas celulares em geral.
• A membrana externa tem a aparência de um mosaico fluido, mas
os fosfolipídios são substituídos por abundantes moléculas de
lipopolissacarídios (LPS), que chegam a constituir uma verdadeira
camada, formando uma forte barreira em volta da célula.
• Os lipopolissacarídios têm um papel protetor, como, por exemplo,
nas bactérias entéricas que resistem às enzimas hidrolíticas e aos
sais biliares do trato digestivo.
• A membrana externa das bactérias gram-negativas contém
moléculas proteicas, denominadas porinas, que formam canais
pelos quais penetram diversas substâncias, como aminoácidos e
hidratos de carbono.
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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Como a camada de lipopolissacarídios é impermeável,


praticamente todas as moléculas que penetram na parede, para
atingirem a membrana plasmática, o fazem pelos canais de
porinas.
• A cápsula, encontrada em muitas bactérias gram-positivas/gram-
negativas, é uma camada de espessura e constituição molecular
variadas e de consistência mucosa.
• Costuma conter antígenos potentes, conferindo à bactéria
propriedades imunológicas muito definidas.
• A cápsula confere às bactérias patogênicas certa resistência à
fagocitose e ao ataque de outros elementos de defesa do
organismo, explicando assim, em parte, sua atividade patogênica.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• A hidrólise da parede bacteriana ou o bloqueio de sua síntese


podem gerar os protoplastos ou os esferoplastos.
• A remoção da parede deve ser feita em meio de cultivo de
pressão osmótica adequada, para prevenir a ruptura das células
sem parede.
• Geralmente, os protoplastos são derivados das bactérias gram-
positivas, e os esferoplastos, das gram-negativas.
• A principal diferença entre os dois é que os protoplastos são
totalmente desprovidos de constituintes da parede e, por isso,
osmoticamente muito mais frágeis do que os esferoplastos, que
retêm algum material da membrana externa da parede bacteriana.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• O citoplasma das células bacterianas é formado essencialmente


pelo citosol (não possuem citoesqueleto), contêm ribossomos,
que se prendem a moléculas de RNA mensageiro (mRNA) para
formar polirribossomos.
• Nas bactérias fotossintéticas, o pigmento captador da luz solar se
localiza em lamelas paralelas situadas próximo à membrana
plasmática, que às vezes, dobram-se e formam corpúsculos
isolados.
• Na falta de nitrogênio, quando não podem sintetizar proteínas
nem ácidos nucleicos, as bactérias acumulam o carbono
excedente sob a forma de polímeros do ácido hidroxibutírico ou
de polímeros de glicose, como o amido e o glicogênio.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Esses grânulos são usados como fonte de carbono para a síntese


de proteínas e ácidos nucleicos, quando as células obtêm
nitrogênio suficiente.
• Determinadas bactérias fotossintéticas que vivem em meio
aquático apresentam vesículas cilíndricas que contêm gás, as
quais controlam a flutuação do microrganismo.
• Os prolongamentos observados na superfície das bactérias são
de dois tipos - os flagelos e as fímbrias.
• Os flagelos são órgãos de locomoção filamentosos, medindo
geralmente de 3 a 12 μm de comprimento e 12 a 30 nm de
diâmetro.
• Porém, em determinadas bactérias, o flagelo pode atingir algumas
centenas de micrômetros de comprimento.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Flagelo 22
ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Na base do flagelo existe uma dilatação, principal responsável


pela rotação do flagelo, que se encontra imersa na parede e na
membrana plasmática da célula bacteriana.
• O flagelo é um polímero da proteína flagelina, característica de
cada espécie de bactéria.
• Os monômeros de flagelina se organizam em 11 protofilamentos
para constituir o flagelo.
• Não há indícios de que o ATP participe do movimento flagelar. Os
dados disponíveis sugerem que a energia é fornecida por um
fluxo de prótons.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• As fímbrias são filamentos rígidos, de natureza proteica, mais


numerosos do que os flagelos e não associados à locomoção.
• As fímbrias são mais finas e mais curtas do que os flagelos. Como
estes, as fímbrias também são compostas de subunidades
proteicas. Há duas classes de fímbrias:
♠ as fímbrias comuns, que podem promover a aderência das
bactérias às células eucariontes agredidas, tendo assim relevante
papel na patogenicidade (capacidade de produzir doença)
bacteriana;
♠ e as fímbrias sexuais, mais longas, que são responsáveis pela
fixação das bactérias durante o processo de conjugação, que será
estudado mais adiante.

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ESTRUTURA DAS BACTÉRIAS

• Nesse processo, há passagem unidirecional de DNA da célula


bacteriana doadora para a célula receptora, por meio de
comunicações que se formam entre os citoplasmas das duas
células (não por dentro das fímbrias).
• As fímbrias sexuais estão presentes apenas nas bactérias
doadoras, enquanto as células receptoras apresentam, na sua
superfície, macromoléculas que facilitam a fixação das fímbrias.
• O papel das fímbrias sexuais é apenas fixar temporariamente a
célula doadora e a receptora.

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O METABOLISMO BACTERIANO

• Possivelmente, não existe grupo de ser vivo que tenha


metabolismo mais diversificado do que as bactérias.
• Algumas bactérias vivem em baixas temperaturas, enquanto
outras estão adaptadas a temperaturas incompatíveis com a vida
da maioria das células.
• As bactérias termofílicas, como a espécie Thermus aquaticus,
pode se proliferar em temperatura superior a 70ºC.
• Outras bactérias vivem em habitats muito frios, sendo um exemplo
a bactéria Polaromonas vacuolata, que prolifera melhor na
temperatura de 4ºC, não se multiplicando bem em temperaturas
acima de 12ºC, enquanto as bactérias mais comuns e mais
estudadas proliferam nas temperaturas de 37 a 39ºC.

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O METABOLISMO BACTERIANO

• Do ponto de vista metabólico, as bactérias podem ser divididas


em fototróficas, quando utilizam a luz solar como fonte de energia,
e quimiotróficas, quando utilizam a energia presente em
compostos químicos.
• Nas quimiotróficas se o composto doador de energia é inorgânico,
as bactérias são quimiolitotróficas. Quando o composto é
orgânico, a bactéria é chamada quimiorganotrófica.
• As bactérias quimiorganotróficas mais exigentes só proliferam nos
meios de cultura que contêm hidratos de carbono, aminoácidos e
determinadas vitaminas.
• Essas bactérias obtêm a energia necessária para a sua vida por
meio da oxidação de hidratos de carbono, gorduras e proteínas.

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O METABOLISMO BACTERIANO

• Algumas, porém, retiram energia da decomposição anaeróbia


(fermentação) dos hidratos de carbono (bactérias anaeróbias).
• Costuma-se chamar de anaeróbias facultativas às bactérias que
podem viver tanto em meio aeróbio (com oxigênio) como
anaeróbio (sem oxigênio).
• As bactérias quimiorganotróficas aeróbias têm metabolismo muito
parecido com o da maioria das células animais (eucariontes). Os
hidratos de carbono são muito utilizados por essas bactérias
como fonte de energia.
• A capacidade de metabolizar determinados tipos de açúcares,
aliada à morfologia e afinidade das bactérias pelos corantes, é
critério usado para a identificação e classificação laboratorial
desses microrganismos.
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O METABOLISMO BACTERIANO

• Componentes dos flagelos, da cápsula e da parede são antígenos


que fornecem as bases para a análise imunológica, também
importante para a identificação das bactérias.
• Os processos metabólicos das bactérias são semelhantes, porém
não iguais, aos das células eucariontes.
• As pequenas diferenças tornam possível o uso na medicina de
substâncias que bloqueiam eletivamente determinadas vias
metabólicas típicas das bactérias, sem prejudicar, ou prejudicando
pouco, o organismo do doente.

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RESISTÊNCIA AOS AMBIENTES

• Algumas espécies bacterianas reagem a situações adversas do


meio ambiente formando estruturas resistentes chamadas
esporos, os quais suportam condições críticas de temperatura e
falta de água.
• A forma vegetativa se caracteriza pela capacidade de
multiplicação celular e pela realização de todas as atividades
típicas da bactéria.
• Como o esporo se forma dentro da bactéria, é chamado também
de endosporo.
• Os esporos são células cujo citoplasma contém pouquíssima
água; por isso, praticamente não têm atividade metabólica, estão
circundados por espesso envoltório e não se reproduzem.

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RESISTÊNCIA AOS AMBIENTES

• A formação do esporo é morfologicamente complexa e pode ser


subdividida para fins didáticos em várias fases:

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RESISTÊNCIA AOS AMBIENTES

• A formação dos esporos é desencadeada pelas condições


adversas do ambiente, como falta de nutrientes, altas ou baixas
temperaturas e dessecação.
• Essas condições, conforme a bactéria, são estímulos para os
genes bacterianos que codificam as proteínas responsáveis pela
formação do esporo.
• O retorno do esporo à forma celular vegetativa, ou germinação do
esporo, geralmente é ativado pela presença de nutrientes e de
condições adequadas à proliferação da bactéria.

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AS BACTÉRIAS SE DIVIDEM POR FISSÃO

• As bactérias se multiplicam por fissão, um processo decorrente da


formação de septos que se dirigem da superfície para o interior da
célula, dividindo-a em duas células-filhas.
• A fissão é precedida pela síntese e multiplicação dos
cromossomos bacterianos; cada célula-filha recebe, pelo menos,
uma cópia do cromossomo da célula-mãe.
• A síntese do DNA bacteriano se processa de modo
semiconservador, como também acontece nas células
eucariontes.
• A reprodução das bactérias é, em geral, um processo rápido.

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AS BACTÉRIAS SE DIVIDEM POR FISSÃO

• Em condições ideais de cultura, pode ocorrer uma divisão celular


a cada 20 min. Portanto, uma única bactéria é capaz de dar
origem a oito bactérias em apenas uma hora.
• Quanto mais rápida for a proliferação celular, maior será a
possibilidade de surgirem bactérias modificadas e mais bem
adaptadas ao meio ambiente.
• Algumas bactérias, porém, têm um ciclo vital lento, como o do My
cobacterium leprae, causador da hanseníase ou mal de Hansen,
cuja duplicação dura cerca de 12 dias na lesão do paciente.

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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA

• Como todas as células, as bactérias estão sujeitas a mutações


que alteram o seu genoma. Além das mutações, outras
transformações do genoma podem ocorrer pela transferência de
DNA de uma bactéria para outra.
• Esse processo faculta uma grande variação genética nas
bactérias, combinando caracteres de várias raças ou linhagens, e
as bactérias mais adaptado ao meio sobreviverão melhor graças
às forças de seleção natural.
• A transferência de informação genética entre bactérias é possível
graças a três mecanismos: transformação, conjugação e
transdução.

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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA

• Transformação
♠ Esse processo ocorre, quando se adicionam a uma cultura
bacteriana segmentos de DNA extraídos de outras bactérias ou
então quando, em condições naturais, uma bactéria se rompe e
libera seu DNA.
♠ Quando o processo é realizado experimentalmente em laboratório
e em condições adequadas, observa-se que algumas bactérias da
cultura adquirem características hereditárias derivadas da
informação contida nos segmentos de DNA recebidos.

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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA

♠ Um exemplo clássico é a transformação de Pneumococcus


avirulentos em Pneumococcus virulentos, após sua incubação em
meio ao qual foi adicionado DNA extraído de Pneumococcus da
linhagem virulenta.
♠ O processo de transformação não ocorre indiscriminadamente
entre quaisquer bactérias. As bactérias doadoras e receptoras
devem ser compatíveis.
♠ O DNA que penetra na bactéria pode ser reconhecido como
estranho e destruído pelas enzimas de restrição, cuja função é
defender a bactéria contra vírus invasores (bacteriófagos),
destruindo seu DNA.

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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA

♠ Porém, na transformação
como a descrita no exemplo
do Pneumococcus, o
processo de transferência de
genes é bem-sucedido e
ocorre uma recombinação,
que consiste na integração, no
cromossomo bacteriano, do
DNA que penetrou na
bactéria.

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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA

• Conjugação
♠ Nesse processo, a passagem de DNA tem lugar por meio de
pontes ou comunicações citoplasmáticas temporárias, entre duas
células bacterianas.
♠ Na conjugação, a passagem de DNA ocorre por meio das pontes
citoplasmáticas, chamadas pontes de conjugação, e uma das
cepas transfere informação genética para a outra.
♠ A cepa doadora contém no citoplasma um filamento circular de
DNA, o fator F ou de fertilização, que é um plasmídio (plasmídio
F).
♠ Esse plasmídio contém genes que codificam a fímbria sexual,
característica das células doadoras, e que mantém juntas as duas
bactérias, possibilitando a formação da ponte de conjugação.
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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA

♠ Os plasmídios são moléculas circulares de DNA, muito menores


do que os cromossomos bacterianos, contendo genes que não
são essenciais, mas conferem determinadas propriedades que
podem ser importantes para a sobrevivência delas em ambientes
desfavoráveis.
♠ Estes podem conter genes para proteínas que possibilitem às
bactérias degradar moléculas tóxicas, como as contidas no
petróleo, ou neutralizar os efeitos do mercúrio e outros metais
pesados.
♠ Embora mais frequentes nas bactérias e mais estudados nessas
células procariontes, os plasmídios podem ser encontrados
também em leveduras, protozoários e em células dos vegetais.

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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
GENÉTICA

• Transdução
♠ É o processo pelo qual uma bactéria transmite informação
genética a outra, usando como portador um vírus bacteriano
(bacteriófago).
♠ Durante o processo de formação dos bacteriófagos, pode ocorrer
a produção de alguns bacteriófagos contendo DNA da bactéria,
em vez de terem somente DNA do bacteriófago.
♠ O bacteriófago, com seu genoma incorporado ao cromossomo
bacteriano, é chamado profago e a bactéria que o contém é
denominada bactéria lisogênica porque, quando cultivada com
bactérias sem o fago, pode produzir e liberar bacteriófagos
completos e infectantes, causando a lise das bactérias da cultura.

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AS CIANOBACTÉRIAS OU CIANOFÍCEAS

• Além de clorofila, as cianobactérias contêm outros pigmentos,


denominados, genericamente, de ficobilinas.
• Destas a ficocianina (pigmento azul) e a ficoeritrina (pigmento
vermelho) são as mais comuns e responsáveis pela variedade de
cores encontradas nas cianobactérias.
• A estrutura das cianobactérias é, basicamente, a de uma bactéria,
pois exibem parede celular, cápsula, nucleoide, ribossomos e
inclusões de fosfato, proteínas e lipídios.

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AS CIANOBACTÉRIAS OU CIANOFÍCEAS

• O seu sistema fotossintético é formado por sacos membranosos,


achatados e concêntricos, entre os quais se encontram grânulos
de 40 nm de diâmetro, presos à parede externa dos sacos.
• Esses cianossomos, contêm ficocianina e ficoeritrina, ao passo
que a estrutura membranosa contém clorofila e outros compostos
do sistema de fotossíntese.
• A energia solar absorvida pela ficocianina e pela ficoeritrina é
transferida para as membranas que contêm clorofila, nas quais se
processa a fotossíntese.
• A ficocianina e a ficoeritrina aumentam o espectro de utilização
da luz solar, em comparação com a absorção proporcionada pela
clorofila sozinha.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J. Biologia celular e


molecular. 9ª. Ed, Rio de Janeiro - RJ: Guanabara
Koogan, 2013.
- SADAVA, D.; HELLER H. C.; ORIANS,G. H.; PURVES, W.
K.; HILLIS, D. M. Vida A Ciência da Biologia volume I:
Célula e Hereditariedade. 8 ed. São Paulo:Artmed, 2009.

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