Você está na página 1de 56

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE GOIÁS - FESGO

AULA 3: BACTÉRIAS:
MORFOLOGIA, ESTRUTURA E REPRODUÇÃO

Disciplina: Fundamentos em Microbiologia e imunologia


Profa. Adeliane Castro da Costa
BACTÉRIAS

Características gerais

 São unicelulares;

 Podem ser encontrados de forma isolada ou em colônia (Unidades


Formadoras de Colônias – 106 - UFC);

 São procariontes (Desprovidos de carioteca);

 São invisíveis a olho nu;


BACTÉRIAS

Morfologia: Tamanho, forma, e arranjo

Tamanho

• Variam de tamanho de acordo com a espécie: 0,5 – 2,0 µm.

Forma e arranjo

FORMAS
Cocos Bacilos Espirilos
BACTÉRIAS

Morfologia: Tamanho, forma, e arranjo

Cocos
• Geralmente são redondos mas podem ser ovais, alongados ou achatados em umas das
extremidades;

ARRANJO

a) Diplococos: permanecem em pares após a divisão;

b) Estreptococos: dividem e permanecem ligados em forma de cadeia;

c) Tétrades: dividem em dois planos e permanecem em grupos de quatro;


BACTÉRIAS

Morfologia: Tamanho, forma, e arranjo

d) Sarcinas: se dividem em três planos, permanecendo em forma de cubos com oito;

e) Estafilococos: dividem em múltiplos planos e formam cachos;


Fagocitose: processo ingestão de elementos
1- Qual a forma bacteriana encontrada ? Externos por células do sistema imune (Fagócitos)
2- Que tipo de arranjo você observa ?

3- Quais estruturas estão observando?


4- Qual a forma e arranjo bacteriano?
BACTÉRIAS

Morfologia: Tamanho, forma, e arranjo

Bacilos ou bastonetes
• Cilíndricos;

• Forma de bastão, podendo ser longos ou delgados, pequenos e grossos, extremidade


reta, afilada, convexa ou arredondada.

ARRANJO

a) Bacilo único;

b) Diplobacilos: bastonetes agrupados aos pares;


BACTÉRIAS

Morfologia: Tamanho, forma, e arranjo

c) Estreptobacilos: bastonetes agrupados em cadeias;

d) Cocobacilo: bacilos ovais parecidos com os cocos;


1
3

2 4

1. Qual a forma e arrranjo ?


BACTÉRIAS

Morfologia: Tamanho, forma, e arranjo

Espirilos

• Possuem uma ou mais curvaturas;

• Caracterizadas por células em espiral;

• Dividem-se em:

a) Espirilo: possuem corpo rígido e se movem ás custas dos flagelos externos, dando
uma ou mais voltas espirais em torno do próprio eixo;

b) Espiroqueta: são flexíveis e se movem as custas de filamentos axiais (flagelos


periplásmaticos), podendo dar várias voltas completas em torno do próprio eixo;
ESQUERDO

DIREITO
BACTÉRIAS

Estrutura interna e externa

1. Estruturas externas à parede celular:


- Glicocálice (Cápsula)
- Flagelo
- Pili
- Fímbria

2. Parede celular

3. Estruturas internas à parede celular


- Membrana citoplasmática
- Região nuclear
- Estruturas citoplasmáticas
BACTÉRIAS

1. Estruturas externas à parede celular:

GLICOCÁLICE:

• Camada que circunda a célula bacteriana externamente a parede celular;


• Consistência viscosa e de natureza polissacarídica (polissacarídeo extracelular) ou polipeptídica;
• Pode ser evidenciada por métodos especiais de coloração;
• Quando organizado e acoplado à parede celular é chamado cápsula;

Funções:

• Proteção da célula bacteriana contra desidratação;


• Permitir a fixação da bactéria em várias superfícies;
• Relacionada à virulência da bactéria, pois confere resistência à fagocitose pelas células de defesa
do corpo;
Fagocitose:
BACTÉRIAS

1. Estruturas externas à parede celular:

FLAGELOS:

• Estruturas especiais de locomoção;


• Constituídas pela proteína flagelina, que formam longos filamentos que partem do corpo da
bactéria e se estendem externamente à parede celular;
• Propulsiona a bactéria por movimento rotatório;
De acordo com o número e distribuição dos flagelos, as bactérias podem ser
classificadas como:

●ATRÍQUIAS (sem flagelo)


●MONOTRÍQUIAS (um único flagelo)
●ANFITRÍQUIAS (um flagelo em cada extremidade)
●LOFOTRÍQUIAS (um tufo de flagelos em uma, ou ambas as extremidades)
●PERITRÍQUIAS (apresentando flagelos ao longo de todo o corpo
bacteriano)
BACTÉRIAS

1. Estruturas externas à parede celular:

FIMBRIAS:

• Fixação e adesão;

• Apêndices finos, retos e curtos que estão presentes em muitas bactérias Gram-negativas;

• Não desempenham papel relativo à mobilidade;

• Função parece estar relacionada com a troca de material genético durante a conjugação
bacteriana (fímbria sexual) com a aderência às superfícies mucosas;

• Podem ser removidas sem comprometimento da viabilidade celular e regeneram-se rapidamente;

• São constituídas por uma proteína denominada pilina.


BACTÉRIAS

1. Estruturas externas à parede celular:

PILI:

• São mais longos que as fímbrias, havendo um ou dois por


célula;

• Une as células para transferência de DNA de uma célula para


outra; (Plasmídio – DNA circular)

• Transferência de DNA ocorre através da conjugação;

• O Pili de uma bactéria chamada de F+ conecta-se ao receptor na


superfície de uma outra bactéria  estabelecem um contato
físico e o DNA é transferido para outra célula;
BACTÉRIAS

2. Parede celular

• Presente em quase todas as bactérias;

• Estrutura rígida que recobre a membrana citoplasmática e dá forma às células;

• Mantém a pressão osmótica intrabacteriana, prevenindo expansão e eventual rompimento


da célula;

• Contém polímeros complexos conhecidos como peptidioglicanos, que são responsáveis pela
sua rigidez;

• Atua como uma barreira de proteção contra determinados agentes químicos e físicos externos;
BACTÉRIAS

2. Parede celular

• Contribui para a capacidade de algumas espécies causarem doenças;

• São alvo da ação de alguns antibióticos;

• Sua composição química é utilizada para diferenciar os principais tipos de bactérias

• GRAM-POSITIVAS;

• GRAM-NEGATIVA;
Parei aqui turma 3002 09_09
BACTÉRIAS

2. Parede celular

PAREDE CELULAR DAS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS

• Possuem maior quantidade de peptidioglicano, o que


torna a parede dessas bactérias mais espessa e rígida;

• Composta por peptidioglicano e ácidos teicóicos ou ácidos


lipoteicóicos;

• Possuem um papel no crescimento celular, impedindo a


ruptura extensa da parede celular e a possível lise celular;
BACTÉRIAS

2. Parede celular

PAREDE CELULAR DAS BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS

• A quantidade de peptidioglicano é menor;

• Possui uma membrana externa envolvendo a fina camada de peptidioglicano, que se situa no
espaço periplasmático;

• Não contêm ácidos teicoicos;

• São mais susceptíveis ao rompimento mecânico;

• Membrana externa da célula gram-negativa: consiste em lipopolissacarideos (LPS),


lipoproteínas;
BACTÉRIAS

2. Parede celular

PAREDE CELULAR DAS BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS

• Funções da Membrana externa:

Sua forte carga negativa é um importante fator na evasão da fagocitose e nas ações de
complemento (causa lise das células e promove a fagocitose);

• Serve como barreira seletiva que controla a passagem de algumas substâncias;

• Fornece uma barreira contra a ação de detergentes, metais pesados, sais biliares,
determinados corantes, antibióticos e enzimas digestória como a lisozima;
BACTÉRIAS

2. Parede celular

PAREDE CELULAR DAS BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS

• A porção lipídica de LIPOPOLISSÁCARIDEO (LPS) é


também chamada de ENDOTOXINA;

• Quando as bactérias gram-negativas morrem elas liberam


essa endotoxina;

• O LPS pode ser tóxico, causando febre, diarreia, destruição


de hemácias e um choque potencialmente fatal;
A B
BACTÉRIAS

2. Parede celular

LPS: Lipopolissacarídeo
Parei aqui!
BACTÉRIAS

3. Estruturas internas a parede celular


MEMBRANA PLASMÁTICA

• Fina membrana que separa a parede celular do citoplasma;

• Possui espessura de 7,5 nanômetros;

• É composta principalmente por uma bicamada de fosfolipídeos (20 a 30%) e proteínas (50 a
70%);

• Desempenha importante papel na permeabilidade seletiva da célula;

• É o sítio da atividade enzimática específica e do transporte de moléculas para dentro e


para fora da célula.

• Função: permeabilidade seletiva;


BACTÉRIAS

3. Estruturas internas a parede celular

80% de água, ácidos nucléicos, proteínas, carboidratos, compostos


de baixo peso molecular, lipídios, íons inorgânicos. Sítio de reações
químicas.

Ligados a uma molécula de RNA, são chamados de


poliribossomos;

- Presentes em grande número nas células bacterianas;


- Responsáveis pela síntese proteica;
- Alvo de ação de antibióticos (Inibindo a síntese de proteínas)

GRÂNULOS DE RESERVA OU INCLUSÕES CITOPLASMÁTICAS: As inclusões são


formações não vivas existentes no citoplasma, como grãos de amido,
gotas de óleo, chamadas de grânulos, e podem servir como fonte de
material de reserva ou energia.
BACTÉRIAS

3. Estruturas internas a parede celular

Cromossomo bacteriano, constituído por uma única molécula dupla


fita circular de DNA não delimitado por membrana nuclear e sem a
presença de histonas;
- Contém as informações necessárias à sobrevivência da célula e
é capaz de replicação;

Moléculas menores de DNA, dupla fita, circulares, cujos genes


não codificam características essenciais, mas podem conferir
vantagens seletivas para as bactérias que os possuem (ex.:
genes de resistência a antibióticos, metais tóxicos, produção de
toxinas, etc);

Auto-duplicação independente do cromossomo bacteriano, e


podem existir várias cópias dentro da célula;
COLORAÇÃO DE GRAM

• O processo consiste basicamente em tratar bactérias sucessivamente com: cristal violeta, solução
de lugol, álcool-acetona (solução descorante) e fucsina ou safranina.

 O cristal violeta e o lugol penetram tanto nas bactérias Gram-positivas quanto nas Gram-
negativas, formando um complexo de cor roxa;

 O tratamento com álcool é a etapa diferencial; nas Gram-positivas, o álcool não retira o complexo
cristal violeta+lugol, pois a sua ação desidratante faz com que a espessa camada de
peptideoglicano menos permeável, retenha o corante;

 Por fim aplica-se a safranina que irá corar somente as bactérias gram-negativas deixando-as
apresentando uma cor avermelhada.

https://www.youtube.com/watch?v=gMQUsh2c0zQ
COLORAÇÃO DE GRAM

• O processo consiste basicamente em tratar bactérias sucessivamente com: cristal violeta, solução
de lugol, solução descorante e fucsina ou safranina.
COLORAÇÃO DE GRAM

IDENTIFICAR E CLASSIFICAR
AS BACTÉRIAS
Atividade Verificadora
- Situação-problema: na aula 3 do conteúdo digital são apresentadas as diferenças
estruturais e de composição da parede celular bacteriana.

Diante disso, perguntar à turma: "Como a diferenciação entre bactérias Gram-positivas e


Gram-negativas pode contribuir para direcionar o tratamento de uma infecção
bacteriana?".

Resolver o problema proposto:


BACTÉRIAS: REPRODUÇÃO

●Reprodução assexuada:

-Fissão binária ou Cissiparidade

●Reprodução sexuada:

-Transformação
-Transdução
-Conjugação

• As bactérias geralmente reproduzem-se assexuadamente por fissão binária ou cissiparidade;

• Nesse processo reprodutivo ocorre à replicação do cromossomo e uma única célula divide-se
em duas; em seguida ocorre a divisão do cromossomo bacteriano replicado e o
desenvolvimento de uma parede celular transversal;
BACTÉRIAS: REPRODUÇÃO

Reprodução sexuada:

• Pode ocorrer troca de material genético entre as bactérias;

• Tal recombinação genética pode ocorrer por:

• Transformação;

• Conjugação;

• Transdução;
DNA PLASMIDIAL
• O que é DNA Plasmidial ? Qual o seu papel nas bactérias ?

• Pesquisar; responder em seu caderno e colocar no chat da disciplina.


Bacteriófago

O que são bacteriófagos? Qual o seu papel durante a reprodução sexuada das bactérias ?

Pesquisar; responder em seu caderno e colocar no chat da disciplina.


Transformação: incorporação de fragmentos de
DNA perdidos por outra bactéria que se rompeu.

E.coli --- Insere plamídio (manipulado no laboratório- Ag85c- sequencia gênica Ag85- insere no plasmídio) --- Transformação
- Choque na bactéria – formação de poros na parede bacteriana - inserido dentro da bactéria) -- lartga escala- produziu a proteín

- Produção de proteínas, produção de kit de diagnóstico, produção de vacinas.


BACTÉRIAS: REPRODUÇÃO

Conjugação – duas células bacterianas geneticamente diferentes trocam DNA através de pêlo sexual.
Transdução - Bacteriófago
• Moléculas de DNA são transferidas de uma
bactéria para outra usando os vírus como
vetores (bacteriófagos);

• O DNA do vírus mistura-se com uma parte do


DNA bacteriano;

• O vírus passa a carregar essa parte do DNA;

• Se o vírus infecta uma segunda bactéria, o


DNA da primeira pode misturar-se com o
DNA da segunda
BACTÉRIAS: FORMAS DE RESISTÊNCIA

FORMAÇÃO DE ESPOROS:

• Estruturas resistentes que algumas espécies de


bactérias originam, sob certas condições ambientais
(situações de escassez de nutrientes).

• A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma


parede grossa e sua atividade metabólica torna-se
muito reduzida.

• Certos esporos são capazes de se manter em estado


de dormência por dezenas de anos.

• Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se


reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se
reproduzir por divisão binária.

Representam uma fase latente (repouso) da célula


BACTÉRIAS: FORMAS DE RESISTÊNCIA

FORMAÇÃO DE ESPOROS:

• Extremamente resistentes aos agentes físicos e químicos adversos, demonstrando uma


estratégia de sobrevivência.

• Resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à água em ebulição.


BACTÉRIAS: FORMAS DE RESISTÊNCIA

FORMAÇÃO DE ESPOROS:

• Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar em condições de


absoluta assepsia, costumam usar um processo especial, denominado
autoclavagem, para esterilizar líquidos e utensílios.

• O aparelho onde é feita a esterilização, a autoclave, utiliza vapor de


água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão (1ATM)
que é o dobro da atmosférica. (15 – 20 minutos);

https://www.youtube.com/watch?v=pKngEneTI-k AUTOCLAVE
Questões
• Classifique as bactérias quanto as formas e arranjos;
• Quais as funções das cápsulas bacterianas; fímbrias; Pili?
• Quais são os componentes das bactérias gram negativas e gram positivas?
• O que são endotoxinas ? Qual seu papel durante o processo infecção
bacteriana?
• Quais componentes permitem a diferenciação das bactérias gram negativas
das bactérias gram positivas?
• Quais os tipos de reprodução bacteriana? Caracterize-os (Demonstre todo o
processo).
• Descreva todo o processo da técnica de gram.
• O que é esterilização ? Como é realizado no laboratório ?
O primeiro antib a c teriano homem: desco b erto pelo
Penicilina

Alexander Fleming – 1928

Penicillium chrysogenum
(notatum)
Os antimicrobianos constituem uma das mais importantes
classes d e substâncias produzidas

Naturais:
Antibióticos: Composto químico produzido por
microrganismos, que inibem ou m a t a m outros
microrganismos.

Sintéticos ou semi-sintéticos: Quimioterápicos: Fármacos,


sintetizado e m laboratório, c o m a ç ã o inibitória contra
microrganismos, vírus ou células neoplásica.
Atividades das drogas antimicrobianas
1 dia
Atividade Microbicida
-Diminuição acentuada d o número
d e células viáveis.
-Inibe o crescimento e a divisão d o Antibacteriano
microrganismo sensível.

Atividade Microbiostática Bactericida


- Paralisam o me ta bolismo d o
micro-organismo sensível
- O número d e células
Viáveis permanece
Bacteriostático
constante por muitas horas
Propriedades desejáveis para um agente
antimicrobiano
• Toxicidade seletiva: destruir o patógeno sem atacar o hospedeiro.

• Não induzir resistência bacteriana;

• Alcançar níveis bactericidas no organismo e por longos períodos;

• Não ser alergênico;

• Capaz de atingir o sítio de infecção;

• Espectro de ação satisfatório (G+, G- e anaeróbios)


Toxicidade seletiva
• Inib iç ã o seletiva d o crescim ento d o microrganism o
sem danos a o hospedeiro.

• Obtida explorando as diferenças entre o metabolismo e a estrutura d a


bactéria e as características das células humanas.
Combinações d e antimicrobianos
Podem ser utilizadas para:
-Aumentar o espectro a ntiba c teriano para a terapia
empírica
- Tratamento d e infecções polimicrobianas
- Atingir um efeito letal sinérgico

Sinergismo
Combinações d e dois antimicrobianos que produzem juntos uma
intensificada atividade quando c o m p a r a d a c o m a atividade d e
c a d a antimicrobiano separado.
- Diagnóstico específico mais demorado
- Custo
Mecanismos d e a ç ã o dos antibacterianos

Você também pode gostar