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Discente: Maria Eduarda Pinheiro Brandão

Curso: Medicina Turma: E 3° Semestre


Unidade Curricular: Tutoria - NCSIII
Tutor(a): Gabriel Venas

1. Definir Bioeletrogênese.
O que é a bioeletrogênese?
É a área da fisiologia que estuda os potenciais elétricos gerados nas células (neurônios e células
musculares). todos os nossos impulsos são gerados a partir de uma diferença de potencial entre dois pontos
(DDP). No caso das células existe uma diferença no meio intra para o meio extracelular, nesse caso o meio
intracelular é mais negativo e o meio extracelular é mais positivo.
Quais as etapas da bioeletrogênese?
A bioeletrogênese tem 4 etapas: repouso, despolarização, repolarização e hiperpolarização.
Como pode ocorrer a regulação dos canais iônicos?
A regulação de canais iônicos, isto é, a abertura e fechamento de canais em resposta a estímulos pode ser:
➮Canais mecano-dependente → os canais se abrem por uma ação mecânica. Um exemplo são os
receptores táteis da pele e das células da orelha interna.
➮Canais voltagem-dependente → regulados pelo potencial da membrana.
➮Canais termo-dependete → regulados pela temperatura;
➮Canais ligante-dependente → regulados por mensageiros químicos/ neurotransmissores.
Quando a membrana se encontra no potencial de repouso?
A membrana celular encontra-se em seu potencial de repouso (P.R.), quando o meio intracelular é carregado
negativamente (K+dentro), enquanto o meio extracelular é carregado positivamente (Na+ fora). Esse estado é
conhecido como potencial de repouso (P.R.), onde a membrana encontra-se polarizada.
O que ocorre com os canais de vazamento quando a membrana está em seu potencial de repouso?
Em repouso, a membrana possui canais de vazamento abertos apenas para potássio, ou seja, a membrana
em repouso é permeável ao potássio, mas não ao sódio. Logo, o potencial de repouso da membrana é
basicamente determinado pelo potássio.
O que ocorre quando um estímulo é gerado?
Quando um estímulo é gerado, ele pode ser fraco, ocasionando um disparo frustrado, ou pode ser forte,
alcançando um limiar. É a “lei do tudo ou nada”, isto é, a aplicação de uma despolarização crescente a um
neurônio não tem qualquer efeito se não atingir um limiar. Uma vez iniciado um potencial de ação, este se
propaga sempre num único sentido, não retornando pelo caminho já percorrido.
O que ocorre quando o estímulo alcança o limiar?
No limiar, abrem-se os canais para a entrada de Na+ (sódio), causando uma despolarização (fica mais
positivo). O potencial de ação (PA) ocorre quando o limiar atinge um nível crítico de despolarização.
O que ocorre na repolarização?
Na repolarização (fica mais negativo), ocorre o fechamento dos canais de sódio e a abertura dos canais de
potássio, aumentando a permeabilidade e a saída de potássio da célula.
O que ocorre no período refratário?
Período refratário: um segundo potencial de ação não pode ocorrer enquanto a membrana estiver
despolarizada pelo potencial de ação precedente.
OBS:
➮Despolarização: ocorre através de canais químicos dependentes e voltagens dependentes.
➮Despolarização: Por meio do influxo de sódio Na+.
➮Repolarização: Efluxo de potássio (K+).
➮Hiperpolarização: Membrana mais negativa
➮Hiperpolarização: fechamento tardio dos canais de potássio (K+)
➮Período refratário absoluto: potencial de ação não pode ser gerado.
➮Período refratário relativo: potencial de ação pode ser gerado, mas é muito difícil que uma corrente alcance
o limiar de disparo.

2. Diferenciar gustação e paladar.


Qual a diferença entre gustação e paladar?
➮GUSTAÇÃO → é a principal função dos botões gustativos, ou seja, refere-se à capacidade que temos de
sentir um sabor.
➮PALADAR → permite selecionar substâncias específicas e está relacionado com o sabor dos alimentos,
que é um conjunto de gostos reconhecido pela combinação de dois ou mais sentidos: a gustação (se refere
ao gosto) e o olfato (aroma dos alimentos).

3. Descrever os mecanismos fisiológicos do olfato e paladar ( vias sensoriais/ receptores/


fibras/ projeção na medula e encéfalo).
Vias sensoriais
Seu processamento pode ser dividido em:
(1) Receptores sensoriais: representam a interface que vincula os estímulos sensoriais ao sistema nervoso;
(2) Vias e os circuitos sensoriais: transmitem e iniciam o processamento dessa informação;
(3) Centros superiores de integração: responsáveis pela construção perceptiva.

(1) Receptores Sensoriais


O que são os receptores?
Os receptores são células sensíveis a íons e moléculas presentes principalmente, mas não exclusivamente,
nos alimentos ingeridos.
- São responsáveis pela transdução
- Diferentes tipos de células, em estruturas especializadas, desempenham o papel de receptores sensoriais.
- Características morfológicas e funcionais distintas conferem uma grande diversidade ao conjunto de
receptores sensoriais conhecidos, o que se relaciona à especialização na detecção de estímulos de diferentes
naturezas.
Como ocorre o processo de transdução?
Transdução: processo pelo qual um estímulo ambiental causa uma resposta elétrica em uma célula
receptora sensorial é chamado de transdução.
O processo de transdução começa pela detecção de um dado estímulo pelo receptor sensorial. O
mecanismo comum a todo receptor é a geração de um potencial gerador, caracterizado por uma alteração do
potencial elétrico de membrana da célula receptora (Bioeletrogênese). O passo final no processo de
transdução é a geração de um impulso nervoso na fibra nervosa aferente, que irá conduzir a informação
sensorial para o interior do SNC.
Quais os tipos de adaptações dos receptores?
Uma característica fundamental de todo receptor sensorial é o perfil temporal do potencial gerador
receptores denominados tônicos, ou de adaptação lenta, sinalizam estímulos prolongados, enquanto os
denominados fásicos, ou de adaptação rápida, servem à detecção de transientes ou à sinalização de
estímulos que variam rapidamente no tempo.
(2) Vias e os Circuito sensoriais
Como são constituídas as vias sensoriais ?
A via sensorial constitui-se em uma série de neurônios conectados sinapticamente e relacionados com uma
mesma modalidade sensorial.
O que é uma unidade sensorial?
Define-se unidade sensorial como o conjunto formado por uma única fibra aferente e todos os receptores
sensoriais que ela inerva. A razão por trás dessa definição é que a estimulação de qualquer um dos
receptores de uma mesma unidade sensorial ativará a mesma fibra aferente, de maneira indistinguível para o
sistema nervoso.
O que é campo receptivo? O que são os processos de divergência e convergência?
O conjunto de receptores pertencentes à mesma unidade sensorial. O conceito de campo receptivo pode ser
aplicado a qualquer neurônio pertencente a um circuito sensorial.
O que são os processos de divergência e convergência?
Quando o neurônio sensorial primário, que é diretamente associado ao receptor sensorial, pode projetar-se
sobre vários outros neurônios, em um processo denominado divergência (se projeta). Por outro lado, um
mesmo neurônio pertencente a um circuito sensorial recebe a projeção de diferentes unidades sensoriais, em
um processo de convergência ( recebe projeção) neural.
(3) Centros superiores de integração: ( falaremos no objetivo 4)

GUSTAÇÃO (QUIMIORRECEPÇÃO)
Sensibilidade gustativa
Onde estão localizados os receptores gustatórios?
Os receptores gustatórios estão localizados primariamente nos botões gustatórios, que por sua vez
agrupam-se em papilas gustativas na superfície da língua. Os receptores gustatórios também estão
espalhados em outras regiões da cavidade oral, como faringe, epiglote, porção superior do esôfago e palato.
De que é composto os botões gustatórios?
Um botão gustatório é composto de 50 a 150 células receptoras gustatórias (CRGs), juntamente com células
de sustentação e células basais regenerativas.
Quais os tipos de papilas?
As papilas podem ter forma de cristas (papilas foliadas), espinhas (papilas valadas) ou cogumelos (papilas
fungiformes)( tem imagem).
O que deve ocorrer para que uma substância gustante seja detectada?
Para que uma substância (gustante) seja detectada, ela deve primeiro se dissolver na saliva e no muco da
boca.
O que ocorre quando as substâncias gustativas são dissolvidas?
Os ligantes gustatórios dissolvidos interagem com uma proteína localizada na membrana apical (receptora ou
canal) da célula receptora gustatória. A interação do ligante gustatório com a proteína de membrana inicia
uma cascata de transdução de sinal para 5 sabores/sensações gustatórias (doce, amargo, umami, azedo e
salgado).
O que faz os sinais químicos liberados das células gustatórias?
Os sinais químicos liberados das células receptoras gustatórias ativam neurônios sensoriais primários
(neurônios gustatórios), cujos axônios seguem nos nervos cranianos VII (facial), IX (glossofaríngeo) e X
(vago) para o bulbo, onde fazem sinapse. Do bulbo, a informação sensorial passa pelo tálamo e chega ao
córtex gustatório.
Transdução→ Os botões gustatórios possuem quatro tipos celulares morfologicamente distintos,
denominados I, II e III, mais as células basais. As células tipo I são células de sustentação do tipo glial. As
células do tipo II, ou células receptoras, e células do tipo III, ou células pré-sinápticas, são células receptoras
gustatórias.
Quais os mecanismos da transdução gustatória?
A transdução gustatória envolve diversos processos diferentes, e cada sabor básico pode usar um ou mais
desses mecanismos. Os estímulos gustatórios podem:
(1) passar diretamente através de canais iônicos (salgado e ácido;
(2) ligar-se a e bloquear canais iônicos (ácido);
(3) ligar-se a receptores de membrana acoplados a proteínas G, que ativam sistemas de segundos
mensageiros, que, por sua vez, abrem canais iônicos (doce, amargo e umami).
Qual a razão para a existências dos 5 sabores primários?
A razão para a existência desses gostos primários está relacionada com os seus significados adaptativos:
enquanto muitos alimentos são doces (p. ex., a maioria das frutas), a ingestão de sal é essencial para o
balanço hidreletrolítico; já os gostos azedo e amargo estão associados a substâncias que podem ser nocivas
quando ingeridas em excesso ou mesmo em pequenas quantidades, como venenos contidos em muitas
plantas. A quinta qualidade gustativa, umami (que significa “delicioso” em japonês), está associada à
detecção de certos aminoácidos, sobretudo o glutamato monossódico.
Como as substâncias agem nas membranas para estimular os receptores do sabor ?
Substâncias agindo sobre a membrana da célula receptora podem alterar seu potencial transmembrana pela
ação direta sobre canais iônicos ou, então, pela mediação de segundos mensageiros. T1R1, T1R2, T1R3 e
T2R, famílias de receptores metabotrópicos que pertencem à superfamília dos receptores acoplados à
proteína G. TRPM5, canal pertencente à família de proteínas TRP que exibem diferentes características
estruturais típicas de canais iônicos; desempenha um papel importante nos receptores de sabor.
➤ SALGADO
O que ocorre com a ingestão de substâncias salgadas?
Íons Na+ entram na célula gustativa a favor de seu gradiente eletroquímico, através de canais iônicos
específicos (um tipo de canal de sódio que permanece sempre aberto). O influxo de sódio hipopolariza a
célula receptora, originando o potencial receptor.
OBS: concentrações relativamente baixas de sal têm sabor agradável, ao passo que as concentrações mais
elevadas tendem a ser desagradáveis e repulsivas.
Quais os mecanismos dos receptores gustatórios para detectar as concentrações de Na+?
-Para detectar baixas concentrações, as células gustatórias sensíveis ao sal utilizam um canal especial
seletivo ao Na+ que é comum em outras células epiteliais e que é bloqueado pelo composto amilorida
- Parece que níveis elevados de sal ativam células gustatórias para o sabor amargo e azedo, que
normalmente desencadeiam comportamento de evitação.
Como age a amilorida?
A amilorida, um bloqueador desse tipo de canal de Na+, diurético, que abole a resposta de fibras gustativas à
estimulação por cloreto de sódio, bloqueando também, ao menos parcialmente, a sensação de salgado. A
participação, nesse processo de transdução, de outro tipo de canal de sódio não sensível à amilorida também
tem sido relatada recentemente. Canais de sódio não sensíveis à amilorida podem ser também ativados por
outros sais, que não o cloreto de sódio, tais como o cloreto de potássio. No entanto, o significado funcional
desses diferentes mecanismos para a sensibilidade ao salgado ainda permanece obscuro.
OBS: Os ânions dos sais afetam o sabor dos cátions. Por exemplo, o NaCl aparenta ser mais salgado do que
o acetato de Na+, aparentemente porque o maior ânion, o acetato, inibe o sabor salgado do cátion.
➤ AZEDO
Quais substâncias químicas atuam no gosto azedo?
-Prótons parecem ser o estímulo primário na sensação de gostos azedos, já que a concentração ácida de um
estímulo gustativo e a intensidade do gosto azedo produzido são, aproximadamente, proporcionais entre si.
-Ìons H+ presentes em uma substância ácida podem, na membrana de um receptor gustativo, bloquear
seletivamente canais de K+ ou, alternativamente, abrir canais de Na+, permitindo que a corrente elétrica
resultante hipopolarize a célula, dando início ao potencial receptor. A entrada direta de H+ na célula também
pode contribuir para uma hipopolarização que estará associada ao gosto azedo.
- O H+ pode também ativar ou abrir um tipo especial de canal iônico da superfamília dos canais de potenciais
de receptores transitórios (TRP), que são comuns em muitos tipos de células receptoras sensoriais.
➤ DOCE, AMARGO e UMAMI
O que têm em comum ?
OBS: Mecanismos celulares mais elaborados estão envolvidos na transdução de substâncias doces, amargas
e também aminoácidos, já que suas estruturas moleculares são mais complexas que as associadas a íons H+
e Na+.
OBS: Os receptores para o estímulo amargo usam uma via de segundos mensageiros para transferir o sinal
ao axônio aferente gustatório. Na verdade, os receptores para os estímulos doce, umami e amargo parecem
usar a mesma via de segundos mensageiros para enviar seus sinais para os axônios aferentes.
Quais os receptores estão envolvidos no processo de transdução e como eles agem?
Duas famílias de receptores metabotrópicos(não são canais iônicos), T1R e T2R, que pertencem à
superfamília dos receptores acoplados à proteína G, estão envolvidas no processo de transdução do doce, do
amargo e do umami. A ativação de um receptor metabotrópico pertencente às famílias T1R ou T2R leva à
geração de uma cascata metabólica que envolve a ativação da fosfolipase C (PLC), que induz a produção
intracelular de diacilglicerol (DAG) e trifosfato de inositol (IP3). Esses segundos mensageiros são
responsáveis pela liberação citoplasmática de íons Ca2+, que deflagra a abertura de canais iônicos seletivos
a Na+, conduzindo à hipopolarização da célula gustativa (potencial gerador).
Como atuam os estímulos pelas vias IP3?
As vias estimuladas por IP3 são sistemas de sinalização ubíquos pelas células do corpo. Em células
gustatórias, o IP3 ativa um tipo especial de canal iônico que é único das células gustatórias, promovendo a
abertura do canal, permitindo a entrada de Na+ com subsequente despolarização celular. O IP3 também
provoca a liberação de Ca2+ dos locais de armazenamento intracelulares. Esse aumento de Ca2+, por sua
vez, desencadeia a liberação de neurotransmissores de uma maneira incomum. As células gustatórias para
amargo, doce e umami não apresentam vesículas pré-sinápticas contendo transmissores convencionais. Em
vez disso, o aumento de Ca2+ intracelular ativa um canal de membrana especial que permite que o ATP saia
da célula. O ATP atua como um transmissor sináptico e ativa receptores purinérgicos em axônios gustatórios
pós-sinápticos.
Quais receptores atuam na detecção gustativa dos doces? Como atuam os estímulos pelas viasIP3?
A detecção gustativa de doces depende de receptores heterodiméricos (formados por duas diferentes
subunidades) pertencentes à família T1R (T1R2 e T1R3).
Quais receptores atuam na detecção gustativa das substâncias amargas?
compostos amargos ativam receptores homodiméricos da família T2R.
OBS: Um mesmo grupo de células gustativas pode coexpressar diversos receptores da família T2R,
significando que essas células podem iniciar o processo de detecção de uma ampla classe de substâncias
amargas sem, no entanto, poder discriminá-las finamente.
Por que não confundimos as substâncias químicas que estimulam o sabor amargo com as que
estimulam o sabor doce, se ambos ativam o mesmo sistema de segundo mensageiro?
A explicação é que as proteínas que formam o receptor estimulado pelo sabor amargo e aquelas que formam
o receptor para o estímulo doce são expressas em células gustatórias diferentes. As células gustatórias para
ambos os sabores, por sua vez, conectam-se a axônios gustatórios diferentes. A atividade de diferentes
axônios gustatórios reflete a sensibilidade química das células gustatórias que os estimulam, de modo que as
mensagens relacionadas aos estímulos doce e amargo são entregues ao sistema nervoso central (SNC) ao
longo de diferentes linhas de transmissão.
Quais receptores atuam na detecção gustativa dos aminoácidos? Como ocorre o fluxo de informações
gustatórias?
A detecção gustativa de aminoácidos depende da presença de receptores GPCR também formados por duas
subunidades proteicas distintas da família de proteínas T1R(T1R1 e T1R3).
OBS: Embora um mesmo botão gustativo tenha células que expressam receptores de ambas as famílias T1R
e T2R, a mesma célula gustativa não produz, simultaneamente, proteínas pertencentes a essas duas
diferentes famílias. Da mesma maneira, ainda não foi observada a coexpressão, por uma mesma célula, dos
genes que codificam a síntese dos receptores T1R1 e T1R2. Em conjunto, essas observações indicam que as
modalidades gustativas associadas ao doce, amargo e umami são codificadas separadamente por meio da
ativação de diferentes tipos celulares.
Vias gustativas
Como ocorre o fluxo de informações gustatórias?
-O principal fluxo da informação gustatória segue dos botões gustatórios para os axônios gustatórios
primários, e daí para o tronco encefálico, depois subindo ao tálamo e, finalmente, chegando ao córtex
cerebral.
-As informações gustativas, assim codificadas, projetam-se ao núcleo do trato solitário (NTS), localizado no
bulbo, o qual preserva, similarmente ao que ocorre nas projeções talâmicas e corticais, uma segregação
espacial das submodalidades gustativas observadas na língua.
Como as informações gustatórias são transmitidas através dos nervos?
Três nervos cranianos contêm os axônios gustatórios primários e levam a informação gustatória ao encéfalo.
Os dois terços anteriores da língua e do palato enviam axônios para um ramo do nervo craniano VII, o nervo
facial. O terço posterior da língua é inervado por um ramo do nervo craniano IX ou nervo glossofaríngeo. As
regiões ao redor do pescoço, incluindo a glote, a epiglote e a faringe, enviam axônios gustatórios para um
ramo do nervo craniano X, o nervo vago. Esses nervos estão envolvidos em uma variedade de outras funções
motoras e sensoriais, porém todos os seus axônios gustatórios entram no tronco encefálico, reunem-se em
um feixe, e estabelecem sinapses dentro do núcleo gustatório delgado, que é parte do núcleo do tracto
solitário no bulbo.
Como age uma fibra gustativa?
Uma única fibra gustativa, embora possa responder preferencialmente a um dos cinco estímulos básicos,
responde com diferentes graus de intensidade a outros estímulos gustativos. Uma fibra gustativa recebe,
portanto, a influência de células receptoras com diferentes especificidades.
A que se refere o “código de população”?
A qualidade sensorial de um estímulo gustativo não deve depender apenas da ativação de um grupo isolado
de fibras, mas de um elaborado padrão na atividade dos diferentes tipos de fibras sensoriais primárias e dos
neurônios aos quais se projetam. Em outras palavras, acredita-se que a informação gustativa seja codificada
por meio de interações das diferentes submodalidades gustativas. Sendo assim, o “código” depende não da
atividade de um neurônio específico ou de um pequeno e particular conjunto de neurônios, mas da atividade
combinada de um grupo neuronal, o que se denomina “código de população”. Essa “linguagem” neural
permite uma expansão combinatória da quantidade de padrões que podem ser identificados, quantidade essa
que vai muito além do número de tipos de neurônios envolvidos.
OBS: Há um conjunto de reflexos envolvidos no controle de ações motoras e vegetativas durante a ingestão
de alimentos, incluindo-se reflexos de proteção contra a ingestão de substâncias irritantes ou tóxicas e
também reflexos salivatórios. Esses reflexos são também essenciais para a adaptação adequada de um
organismo ao seu ambiente, e são organizados por circuitos neurais localizados principalmente no tronco
encefálico.
Ex: o aumento no fluxo de uma saliva mais fluida produzido por estímulos azedos, mediado por uma ação
parassimpática, enquanto estímulos doces produzem menor aumento no fluxo salivar, mas incrementam o
conteúdo salivar de amilase, o que reflete uma ação simpática.
OBS:
- As vias gustatórias divergem a partir do núcleo gustatório.
- A experiência consciente do gosto é presumivelmente mediada pelo córtex cerebral.
- O caminho para o neocórtex via tálamo é uma via comum para a informação sensorial.
- Os neurônios do núcleo gustatório fazem sinapses com um subgrupo de pequenos neurônios do núcleo
ventral posteromedial (núcleo VPM), uma porção do tálamo que lida com a informação sensorial proveniente
da cabeça.
- Os neurônios gustatórios do núcleo VPM enviam axônios ao córtex gustatório primário (localizado na área
36 de Brodmann e nas regiões insuloperculares do córtex).
- As vias gustatórias direcionadas para o tálamo e o córtex são primariamente ipsilaterais aos nervos
cranianos que as suprem.
OBS: Lesões no núcleo VPM do tálamo ou no córtex gustatório, como resultado de um acidente vascular
encefálico, por exemplo, podem causar ageusia, a perda da percepção gustatória.
OBS: As células do núcleo gustatório projetam-se para uma variedade de regiões do tronco encefálico,
principalmente no bulbo, envolvidas na deglutição, na salivação, no refluxo, no vômito e nas funções
fisiológicas básicas, como a digestão e a respiração. Além disso, a informação gustatória é distribuída para o
hipotálamo e regiões relacionadas do telencéfalo basal (estruturas do sistema límbico. Essas estruturas
parecem estar envolvidas na palatabilidade dos alimentos e na motivação para comer
OBS:
- As células no sistema gustatório são pouco específicas por várias razões. Se uma célula receptora
gustatória tem dois mecanismos de transdução diferentes, ela responderá a dois tipos de estímulos
gustatórios, ainda que possa responder mais fortemente a um deles.
- Axônios gustatórios primários são ainda menos específicos do que as células receptoras gustatórias.
OLFAÇÃO (QUIMIORRECEPÇÃO)
A olfação permite discriminar bilhões de diferentes odores.
Onde estão localizados os neurônios sensoriais olfatórios?
Os neurônios sensoriais primários estão inseridos no epitélio da cavidade nasal.
Como age os neurônios sensoriais olfatórios?
• Os axônios dos neurônios sensoriais olfatórios formam o nervo olfatório (nervo craniano I).
• O nervo olfatório faz sinapse com neurônios sensoriais secundários no bulbo olfatório, localizado na parte
inferior do lobo frontal. Do bulbo, os neurônios secundários vão, através do trato olfatório, para o córtex
olfatório.
• O trato olfatório não passa pelo tálamo, ao contrário da maioria das outras vias.
• Vias ascendentes do bulbo olfatório também levam à amigdala e ao hipocampo, partes do sistema límbico.

Quais as características da área olfatória?


A área olfatória é uma região situada na parte superior das fossas nasais, sendo responsável pela
sensibilidade olfatória. Essa área é revestida pelo epitélio olfatório, que contém os quimiorreceptores da
olfação.
Quais as características do epitélio olfatório?
O epitélio olfatório é um neuroepitélio colunar pseudoestratificado, formado por três tipos celulares:
➮Células de sustentação → são prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na sua base; apresentam,
na sua superfície, microvilos que se projetam para dentro da camada de muco que cobre o epitélio. Essas
células têm um pigmento acastanhado que é responsável pela cor amarelo-castanha da mucosa olfatória.
➮Células basais → são pequenas, arredondadas, e situam-se na região basal do epitélio, entre as células
olfatórias e as de sustentação; são as células-tronco do epitélio olfatório.
➮Células olfatórias → são neurônios bipolares que se distinguem das células de sustentação porque seus
núcleos se localizam em uma posição mais inferior. Suas extremidades (dendritos) apresentam dilatações
elevadas, de onde partem 6 a 8 cílios, sem mobilidade, que são quimiorreceptores excitáveis pelas
substâncias odoríferas. A existência dos cílios amplia enormemente a superflcie receptora. Os axônios que
nascem nas porções basais desses neurônios sensoriais reúnem-se em pequenos feixes, dirigindo-se para o
sistema nervoso central.
O que são as glândulas de Bowman?
Além de vasos e nervos, observam-se, na lâmina própria, glândulas ramificadas tubuloacinosas alveolares
chamadas glândulas de Bowman (serosas). Os ductos dessas glândulas liberam a secreção na superfície
epitelial, de forma a limpar os cílios das células olfatórias, facilitando o acesso de novas substâncias
odoríferas.
Sensibilidade olfatória
A capacidade de diferenciar determinadas substâncias depende de que ?
A capacidade de discriminar essas diferentes substâncias depende de uma série de etapas de
processamento que ocorrem em diferentes estruturas ao longo do sistema olfatório: epitélio olfatório no nariz,
bulbo olfatório e estruturas hierarquicamente superiores, tais como o córtex piriforme, que recebe a
informação proveniente do bulbo olfatório e a distribui para outras regiões do sistema nervoso.
Quais as características dos neurônios sensoriais que atuam na olfação?
O primeiro passo envolvido na sensibilidade olfatória ocorre nos neurônios sensoriais que compõem o epitélio
olfatório. Os neurônios olfatórios, que são células nervosas bipolares, têm uma vida média de 30 a 60 dias,
sendo continuamente substituídos a partir de células-tronco localizadas no epitélio olfatório.
Quais as características do epitélio olfatório e suas células receptoras?
-Cheiramos com uma pequena e fina camada de células no alto da cavidade nasal, denominada epitélio
olfatório.
-O epitélio olfatório tem três tipos celulares principais.
-As células receptoras olfatórias são os locais da transdução.
Qual a diferença das células receptoras gustatórias e as células receptoras olfatórias?
Diferentemente das células receptoras gustatórias, os receptores olfatórios são neurônios genuínos, com
axônios próprios que penetram no sistema nervoso central. As células de suporte são similares à glia; entre
outras coisas, elas auxiliam na produção de muco. As células basais são a fonte de novos receptores. Os
receptores olfatórios (de forma semelhante aos receptores gustatórios) crescem continuamente, morrem e
regeneram-se em um ciclo que dura cerca de 4 a 8 semanas.
Qual a importância do epitélio olfatório produzir muco ?
O epitélio produz uma fina cobertura de muco, que flui constantemente e é substituída a cada 10 minutos.
Estímulos químicos presentes no ar, chamados de odorantes, dissolvem-se na camada de muco antes de
atingirem as células receptoras. O muco consiste em uma solução aquosa contendo proteoglicanos (que
contêm longas cadeias de açúcares), uma variedade de proteínas (incluindo anticorpos, enzimas e proteínas
capazes de ligar odorantes) e sais. A presença de anticorpos no muco é crucial, uma vez que as células
olfatórias podem ser uma via direta para a entrada no encéfalo de alguns vírus (como o vírus da raiva) e de
bactérias. As proteínas ligantes de odorantes também são importantes, pois são pequenas e solúveis e
podem auxiliar a concentrar odorantes no muco.
Neurônios Receptores Olfatórios
Os neurônios receptores olfatórios possuam um único e fino dendrito, que termina com uma pequena
dilatação na superfície do epitélio. A partir dessa dilatação, há vários cílios longos e finos que se estendem
para dentro da camada de muco. As substâncias odoríferas no muco ligam-se à superfície dos cílios e ativam
o processo de transdução. No lado oposto da célula receptora olfatória, há um axônio muito fino e não
mielinizado. Coletivamente, os axônios olfatórios constituem o nervo olfatório (nervo craniano I). Os axônios
olfatórios não se juntam todos em um único feixe, como ocorre nos outros nervos cranianos. Em vez disso,
depois de deixar o epitélio, pequenos grupos de axônios penetram em uma lâmina fina de osso, chamada de
placa cribriforme, seguindo então para o bulbo olfatório. Os axônios olfatórios são frágeis, e em uma lesão
traumática, como uma pancada na cabeça, as forças entre a placa cribriforme e o tecido circundante podem
romper os axônios olfatórios. Após esse tipo de lesão, os axônios não podem crescer novamente, resultando
em anosmia, a incapacidade de perceber odores.
A Transdução Olfatória.
Embora células receptoras gustatórias utilizem diversos sistemas moleculares de sinalização, os receptores
olfatórios usam apenas um. Todas as moléculas de transdução estão nos cílios.
A via olfatória pode ser resumida assim:
Substâncias odoríferas → Ligação aos receptores odoríferos na membrana →Estimulação de proteína G
(Golf) → Ativação da adenilato-ciclase →Formação de AMPc → Ligação do AMPc ao canal catiônico ativado
por nucleotídeo cíclico → Abertura de canais catiônicos e influxo de Na+ e Ca2+ → Abertura de canais de Cl−
ativados por Ca2+ → Fluxo de corrente e despolarização da membrana (potencial de receptor).
O que ocorre quando os canais catiônicos são ativados por AMAPc?
Uma vez que os canais catiônicos ativados por AMPc estejam abertos, a corrente flui para dentro, e a
membrana do neurônio olfatório despolariza Além de Na+, o canal ativado por AMPc permite que quantidades
substanciais de Ca2+ entrem no cílio. Por sua vez, o Ca2+ intracelular desencadeia uma corrente de Cl−
ativada por Ca2+ que pode amplificar o potencial do receptor olfatório. (Este é um mecanismo distinto do
habitual efeito de correntes de Cl−, que inibem os neurônios. Em células olfatórias, a concentração de Cl−
interna deve ser incomumente alta, de modo que uma corrente de Cl− despolarize, em vez de hiperpolarizar,
a membrana.) Se o potencial de receptor resultante for suficientemente grande, ele excederá o limiar para
desencadear potenciais de ação no corpo celular, propagando espigas do axônio para o sistema nervoso
central (SNC).
OBS: A resposta olfatória pode ser encerrada por diferentes razões. As substâncias odoríferas difundem-se
para longe, as enzimas na camada de muco podem degradá-las, e o AMPc na célula receptora pode ativar
outras vias de sinalização que encerram o processo de transdução. Mesmo na presença continuada de um
odorante, a intensidade percebida para um odor normalmente desaparece, uma vez que a resposta da célula
receptora se adapta a um odorante dentro de cerca de um minuto. A diminuição da resposta, apesar da
presença continuada de um estímulo, é chamada de adaptação.
Proteínas Receptoras Olfatórias.
As proteínas receptoras têm sítios de ligação para odorantes em sua superfície extracelular. Uma vez que
pode discriminar milhares de substâncias odoríferas, há um grande número de proteínas receptoras.
Os genes de receptores estão espalhados pelo genoma, e quase todos os cromossomos apresentam pelo
menos alguns deles. Cada gene de receptor tem uma estrutura única, o que permite que as proteínas
codificadas por esses genes liguem odorantes diferentes.
As proteínas receptoras olfatórias pertencem à grande família de proteínas chamadas de receptores
acoplados à proteína G, os quais têm sete segmentos de alfa-hélices transmembrana. Os receptores
acoplados à proteína G também incluem uma variedade de receptores de neurotransmissores, e os
receptores para os estímulos amargo, doce e umami, descritos anteriormente neste capítulo. Todos esses
receptores são acoplados a proteínas G, as quais, por sua vez, transmitem um sinal para distintos sistemas
de segundos mensageiros no interior da célula (células receptoras olfatórias usam um tipo particular de
proteína G, denominada Golf).
Código Olfatório de População.
Como na gustação, o sistema olfatório usa as respostas de uma grande população de receptores para
codificar um estímulo específico. Na presença de um odor cítrico, nenhum dos três tipos de células receptoras
pode distingui-lo individualmente de outros odores. Entretanto, examinando-se a combinação de respostas
das três células, o encéfalo pode, sem ambiguidade, distinguir o odor cítrico do floral, da hortelã e da
amêndoa. Ao usar a codificação da população, você pode ter uma ideia de como um sistema olfatório com mil
diferentes receptores pode ser capaz de reconhecer tantos odores diferentes. De fato, uma recente estimativa
aponta que seres humanos podem discriminar pelo menos um trilhão de combinações diferentes de estímulos
odoríferos.
Mapas Olfatórios.
Um mapa sensorial é um arranjo ordenado de neurônios que se correlaciona com certos aspectos do
ambiente. Registros de microeletrodos mostram que muitos neurônios receptores respondem à apresentação
de uma única substância odorífera, e que essas células estão distribuídas em uma ampla área do epitélio
olfatório
Vias olfatórias
O córtex olfatório é subdividido em cinco áreas principais:
a) Núcleo olfatório anterior, que parece mediar, por meio da comissura anterior, a comunicação entre regiões
bilateralmente simétricas dos dois bulbos olfatórios;
b) Córtex piriforme, que se constitui na principal área envolvida na discriminação olfatória;
c) Tubérculo olfatório, que envia projeções ao núcleo mediodorsal do tálamo que, por sua vez, se projeta ao
córtex orbitofrontal, envolvido na percepção olfatória consciente;
d) Núcleo cortical da amígdala e córtex entorrinal, os quais se projetam para o hipotálamo e o hipocampo e
parecem estar envolvidos nos atributos afetivos que acompanham um estímulo olfatório.
-Os neurônios receptores olfatórios projetam seus axônios para os dois bulbos olfatórios;A camada de
entrada de cada bulbo são chamadas de glomérulos; Dentro de cada glomérulo, as terminações de cerca de
25 mil axônios olfatórios primários (axônios das células receptoras) convergem e finalizam nos dendritos de
cerca de 100 neurônios olfatórios de segunda ordem;
-Cada glomérulo recebe axônios de células receptoras de uma grande região do epitélio olfatório.
A informação olfatória é modificada por interações inibitórias e excitatórias dentro e entre os glomérulos e
entre os dois bulbos. Os neurônios nos bulbos também estão sujeitos à modulação por sistemas de axônios
descendentes, oriundos de áreas superiores do encéfalo. Enquanto é óbvio que os elegantes circuitos dos
bulbos olfatórios têm importantes funções, não está inteiramente claro quais funções são essas.
4. Explicar a integração neurossensorial entre olfato e o paladar.
OBS: Mais do que a soma das ativações gustativa e olfatória, o sabor de algo que ingerimos depende de uma
complexa interação dessas e de outras modalidades sensoriais. Percebemos, portanto, que, ao lado das
qualidades gustativas e olfatórias que caracterizam um alimento, outras qualidades são igualmente
importantes para construir a percepção de seu sabor, tais como a sua temperatura, consistência e textura.
Essas outras qualidades são percebidas por meio da estimulação de receptores que constituem a
sensibilidade somestésica da cavidade oral (mecanoceptores e termoceptores). Mesmo nociceptores (que
também fazem parte da sensibilidade somestésica) contribuem para o sabor de um alimento, por serem
ativados por substâncias, como a capsaicina, encontrada em algumas pimentas, e que tanto contribuem para
a riqueza de nosso paladar.
Como os estímulos gustativos e olfatórios interagem causando ativações neurais?
Estímulos gustativos, olfatórios e somestésicos, provenientes da cavidade oral, causam ativações neurais que
se superpõem em várias áreas corticais, tais como ínsula, córtex orbitofrontal e giro do cíngulo. Tais
evidências sugerem que essas estruturas corticais têm um papel central na integração de informações
sensoriais distintas, mas que cooperam para a percepção de um sabor.
Como é a relação da interação entre olfato e paladar com os odores do alimento?
Os odores dos alimentos podem passar da boca para a cavidade nasal, onde estimulam os receptores
olfatórios. Como o olfato é muito mais sensível do que o paladar, uma dada concentração de substância
alimentar pode estimular o sistema olfatório centenas de vezes mais intensamente do que ela estimula o
sistema gustatório.
O que acontece em caso de gripes ou alergias que não é possível sentir o sabor do alimento?
Em casos de gripe ou alergia em que não se consegue sentir o sabor do alimento, o que acontece é o olfato
que está bloqueado, e não o paladar. As sensações olfativas funcionam ao lado das sensações gustativas,
auxiliando no controle do apetite e da quantidade de alimentos que são ingeridos. O cheiro acrescenta um
enorme valor ao paladar, e contribui para que caracterizemos o sabor, a mastigação intensifica o olfato por
liberar as partículas do alimento.
O que são os outros sabores, os quais não estão dentro dos sabores primários?
Todos os outros sabores, como chocolate, pimenta e café, são apenas combinações dos cinco sabores
primários, além das sensações olfatória e táteis que acompanham o alimento.
Como o córtex contribui para a integração?
O córtex orbitofrontal recebe projeções de outras modalidades sensoriais, tais como olfação, visão,
somestesia e interocepção, podendo contribuir para a integração multimodal que constitui o sabor de um
alimento. Adicionalmente, o córtex gustativo também envia projeções descendentes para núcleos do tronco
encefálico, tais como o NTS, oferecendo mais um importante exemplo de controle eferente da sensibilidade.

5. Caracterizar as causas de anosmia (perda condutiva e sensorial).


O que é a anosmia ?
A anosmia é a ausência e diminuição da olfação.
Quais as causas da anosmia ?
➮Causas condutivas → obstruem a habilidade das partículas odoríferas atingirem os receptores do nervo
olfatório. Rinossinusite crônica, pólipos, rinite alérgica, tumores e outras condições bloqueiam o fluxo de ar
nas fendas olfatórias.
-Dificuldade no fluxo de ar pela obstrução nasal.
-Reverte quando passa a obstrução nasal.
➮Causas sensitivas/neurais → ocorrem devido a lesão ou alteração da sinalização em qualquer ponto da via
olfatória, desde os neurônios receptores até os centros processuais altos no cérebro. Exemplos incluem
hiposmia por infecção do trato respiratório superior ou trauma de crânio, além de esclerose múltipla e
demência de Alzheimer. Desordens condutivas são frequentemente passíveis de tratamento médico ou
cirúrgico.
- Disfunção do epitélio olfatório.
- Pode demorar para reverter ou ser permanente.

6. Elencar os principais fatores que causam a perda do olfato e do paladar.

Olfato
O que pode causar distúrbios olfatórios ?
Podem ser determinadas por distúrbios psiquiátricos, tumores cerebrais, infecções das vias aéreas superiores
(IVAS), TCE, envelhecimento, doença nasal, podem ser desencadeados por estímulos específicos como
stress, sons altos, cheiros fortes ou problemas dietéticos (má nutrição, obesidade e anorexia). Fármacos
podem contribuir para a anosmia em pacientes suscetíveis.
Quais os tipos de distúrbios olfatórios?
b) Hiperosmia: aumento da olfação, pode ocorrer em gestação, hipertireoidismo, psicoses, lesão de ponta do
lobo temporal, como na aura epilética, em insuficiência córtico-adrenal, na mucoviscidose (antes de
desenvolver polipose nasal), na hiperplasia adrenal congênita virilizante não hipertensiva.
c) Cacosmia: sensação de odores desagradáveis que pode ser subjetiva quando só o indivíduo sente
(sinusite purulenta) ou objetiva quando o indivíduo e outras pessoas sentem, como em tumores ou corpo
estranho). Na rinite ozenosa somente as outras pessoas sentem, pois há lesão de terminações nervosas do
paciente e/ou fadiga do nervo em conseqüencia da percepção contínua dos odores fétidos.
d) Parosmia\Disosmia: distorção de o
dores, interpretação errônea de uma sensação olfatória, perverção do olfato, ocorre em neuropatas, neurite
gripal, aura epilética. O indivíduo refere que "nada cheira certo" ou que "tudo tem o mesmo cheiro".
e) Fantosmia: sensação de odores que não existem, intermitente ou constante, os odores são geralmente
descritos como pútridos (ovos podres ou fezes). Pode surgir como aura de epilepsia ou em portadores de
neurite gripal.
f) Agnosia: inabilidade para classificar, identificar ou constatar uma sensação odorífera verbalmente.

OBS: A maioria das disfunções olfativas é bilateral. Quando é unilateral, frequentemente é reconhecida.
A redução ou a perda da olfação resulta na alteração da percepção dos sabores.

Paladar
a) Disgeusia – Percepção alterada (doce, azedo, salgado, amargo ou metálico) do paladar em resposta a um
estímulo gustativo
b) Hipogeusia – Função gustativa diminuída para um ou mais provadores específicos.
c) Ageusia – Função gustativa ausente.
d) Aliageusia – Distúrbio do paladar em que um alimento ou bebida tipicamente de sabor agradável tem um
sabor desagradável.
e) Fantogeusia – Gosto desagradável devido a uma alucinação gustativa (na ausência de qualquer estímulo)

O que causa a ageusia/disgeusia?


AGEUSIA | DISGEUSIA
-Apesar de sensações gustativas anormais poderem ser decorrentes dos transtornos mentais, as causas
locais devem sempre ser procuradas. A integridade dos nervos facial e glossofaríngeo pode ser determinada
por meio de testes de sabor, em ambos os lados do dorso da língua, com açúcar, sal, vinagre (ácido) e
quinina (amargo).
-Desidratação da mucosa oral provocada por tabagismo pesado, síndrome de Sjögren, radioterapia de
cabeça e pescoço ou descamação da língua pode comprometer o paladar, e também vários fármacos (p. ex.,
aqueles com propriedades anticolinérgicas e vincristina) podem ocasionar o mesmo efeito. Em todos os
casos, os receptores gustativos estão difusamente envolvidos. Quando limitado a um lado da língua (p. ex.,
na paralisia de Bell), a ageusia (perda do sentido do gosto) é raramente notada

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