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Vitória Malfatti Merino

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ÍNDICE
1. CÂNCER DE MAMA E COLO DO ÚTERO....................................................................................03

2. PRÉ-NATAL........................................................................................................................................07

3. PÓS-PARTO........................................................................................................................................15

4. ABORTAMENTO................................................................................................................................21

5. PLACENTA PRÉVIA.........................................................................................................................23

6. DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA.....................................................................25

7. SÍNDROMES HIPERTENSIVASVitória
NA GESTAÇÃO........................................................................27
Malfatti Merino
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8. PARTO E PUERPÉRIO.....................................................................................................................32

9. ALEITAMENTO MATERNO.............................................................................................................39

10. NEONATOLOGIA.............................................................................................................................41
METAS NACIONAIS

Aumentar a cobertura da mamografia em mulheres de 50 a 69 anos; Ampliar a cobertura


de exame citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos; Tratar 100% das diagnosticadas
com lesões percursoras de CA.

PRINCIPAIS AÇÕES

Vitória
Aperfeiçoamento do rastreamento do Malfatti Merino
CA de mama e colo do útero; Universalização
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dos exames a todas as mulheres e garantia de 100% de acesso ao tratamento de lesões
percursoras de CA.

ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM

Atender as usuárias de maneira integral; Consulta de enfermagem com coleta do


citopatológico conforme idade, solicitando demais exames conforme protocolo; Avaliar
resultado dos exames solicitados e coletados; Prescrever tratamento de outras doenças
detectadas, como IST; Realizar cuidado paliativo; Avaliar periodicamente intercorrências;
Educação permanente; Gerenciamento dos insumos.

CÂNCER DE MAMA

É diagnosticado através do achado histopatológico. Faz-se ECM e havendo suspeita,


histopatológico onde temos os métodos invasivos como a biopsia cirúrgica e a biopsia
percutânea a vácuo.

03
FATORES DE RISCO

Idade;
Nuliparidade;
Obesidade;
Sedentarismo;
Menarca precoce;
Menopausa tardia;
Ingestão regular de álcool;
Exposição à radiação;
Primeira gravidez após 30 anos de idade;
Terapia de reposição hormonal;
História familiar (parente de 1º grau com diagnóstico de CA de mama bilateral, após os
50 anos ou masculino; diagnóstico de CA de ovário; histopatológico com lesão mamária
proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ).
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Nódulo palpável;
Endurecimento da mama;
Eritema mamário;
Secreção mamilar;
Linfonodo axilar palpável;
Edema mamário em “casca de laranja”;
Retração ou abaulamento;
Inversão, descamação ou ulceração do mamilo.

04
SINAIS DE ALERTA

Desconforto/dor persistente em uma única mama; Mudanças no mamilo (como


secreções, inversão mamilar); Mudança no contorno das mamas; Nódulos ou
espessamento diferente do tecido mamário.

EXAME CLÍNICO DAS MAMAS

Inspeção estática, Inspeção dinâmica, Palpação das mamas e axilas.

CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

O CA do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de


revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo dividir
estruturas e órgãos contíguos ou a distância. Tem 02 principais categoriais de carcinoma
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invasor, que dependem da origem Malfatti
do epitélio Merino
acometido:
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Carcinoma Epidermoide: Mais incidente e acomete o epitélio escamoso. Também


chamado de neoplasia intraepitelial cervical (NIC).

Adenocarcionoma: Mais raro e acomete o epitélio glandular. Também chamado de


adenocarcionoma in situ (AIS). No estágio invasor da doença os principais sintomas são:
sangramento vaginal, leucorréia e dor pélvica que podem ser associados a queixas urinárias
ou intestinais. No exame especular é evidenciado sangramento, tumoração, ulceração
e necrose no colo do útero. Já as lesões percursoras são assintomáticas, podendo ser
detectadas por citopatológico e confirmadas por colposcopia e histopatológico.

💡 Cistos de Naboth: estruturas císticas sem significado patológico.

05
RASTREAMENTO

Através do citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos de idade. Após 02 exames


consecutivos negativos nos últimos 5 anos, a mulher de 64 anos de idade pode parar
o rastreamento. Mulheres de 64 anos ou mais que nunca realizaram o exame, devem
realizar ao menos 02 exames com intervalo de 1 a 3 anos.

EXAME CITOPATOLÓGICO

Recomenda-se que o exame não seja feito durante o período menstrual, devendo
aguardar 05 dias após o seu término, além da abstinência sexual em caso de uso de
preservativo, espermicidas ou lubrificantes.

Ectocérvice: espátula de Ayre


Endocérvice: escova endocervical (movimento de 360º).
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PRÉ-NATAL

ACOMPANHAMENTO NA GESTAÇÃO: aptação precoce pe quando a 1ª consulta do pré-


natal ocorre até a 12 semana de gestação. No mínimo deve haver 06 consultas e pré-
natal.

Mensal -> até 28 semanas

Quinzenal -> até 36 semanas Vitória Malfatti Merino


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Semanal: a partir de 37 semanas

1º trimestre é até 13 semanas e 6 dias

2º trimestre é de 14 semanas até 27 semanas e 6 dias

3º trimestre é a partir de 28 semanas

⚠️A consulta puerperal é até 42 dias de pós-parto, ou seja, 6 semanas.

07
DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

Presunção: amenorréia, sialorréia, polaciúria, linha nigra, cloasma gravídico, náusea


e vômito, rede de Haller, aumento dos tubérculos de Montegomery, sinal de Halbon
(lanugem na testa e limite do couro cabeludo), sinal de Hunter (pigmentação de limite
impreciso ao redor do mamilo)
💡DICA: Tudo que é na mama é sinal de presunção !

Probabilidade: B-HCG, sinal de Kluge (vagina de cor violácea), sinal de Chadwick ou


Jacquemier (mucosa vulvar violácea), sinal de Piskacek (abaulamento e acolhimento
onde está o blastocisto), aumento do volume abdominal, sinal de Godell (amolecimento
do colo uterino), sinal de Hegar (útero elástico e amolecido), sinal de Nobile Budin (fundo
do saco ocupado ao toque vaginal).

Certeza: BCF, embrião visto em USG, movimentos fetais.


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IDADE GESTACIONAL: dias transcorridos da DUM até a consulta somados e dividido por
7. Exemplo: DUM em 12/09/2021 com consulta em 11/12/2021
90 dias da DUM até a consulta. 90 / 7 = 12 semanas e 6 dias

DATA PROVÁVEL DO PARTO: Regra de Nagele, onde se soma 7 dias ao dia e 9 meses
ao mês da DUM. Quando a DUM é desconhecida, o cálculo é feito por aproximação
considerando início do mês o dia 5, meio do mês o dia 15 e final do mês o dia 25 ou faz-
se a medição do fundo uterino. Exemplo: DUM em 28/05/2021
Somando 7 dia = 04/06/2021
Somando mais 9 meses = 04/03/2022

08
ALTURA UTERINA

Até 6 semanas: sem alteração.


8 semana: dobro do tamano
10 semanas: triplo do tamanho
12 semanas: na sínfinse púbica
16 semanas: entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical
20 semanas: cicatriz umbilical

A partir de 20 semanas começa a ter relação com a idade gestacional, sendo menos fiel
a partir de 30 semanas.

SITUAÇÃO FETAL: relação entre o eixo longitudinal do feto com o da mãe. Pode ser
longitudinal (eixos paralelos), transversal (eixos perpendiculares) ou oblíqua (ângulo
entre posição paralela e perpendicular).
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POSIÇÃO FETAL: dorso fetal e o lado direito ou esquerdo da mãe.

APRESENTAÇÃO FETAL: pode ser pélvica (bebê sentado), córmica ou transversa (situação
oblíqua, bebê de “ombro”), cefálica fletida ou flexão completa (mento sobre o tórax),
deflexão de 1° grau (fontanela bregmática), deflexão de 2° grau (fronte), ou deflexão de 3°
grau (extensão máxima do pescoço)

MANOBRAS DE LEOPOLD
1° tempo: delimitação do fundo uterino
2° tempo: posição (dorso fetal)
3° tempo: apresentação
4° tempo: grau de insinuação

09
VACINAS NA GESTAÇÃO: Hepatite B (a partir de 14 semanas), influenza em qualquer idade
gestacional e antitetânica (onde considera-se imunizada a gestante com no mínimo 02
doses, sendo a 2ª administrada até 20 dias antes da DPP. A dTpa pode ser administrada
a partir de 20 semanas de gestação e deve ser administrada ao menos 01 dose a cada
gestação)

A vacina antirábica NÃO é contraindicada para gestantes, apenas a vacina contra febre
amarela, sarampo, rubéola e caxumba.

EXAMES NA GESTAÇÃO: 1° trimestre: 10 exames


Hemograma; tipagem sanguínea e fator Rh; urina tipo I; glicemia em jejum; sorologia anti-
HIV; VDRL; toxoplasmose; HbsAg se houver disponível; eletroforese de hemoglobina;
coombs indireto se mãe rh –

2° trimestre: TTOG se gliecemia em jejum vier alterada no 1° trimestre e coombs indireto.


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3° trimestre: 08 exames.
Hemograma; urina tipo I; glicemia em jejum; sorologia anti-HIV; VDRL; toxoplasmose;
HbsAg se houver disponível; eletroforese de hemoglobina; coombs indireto se mãe rh –
Pode ser feita bacterioscopia de secreção vaginal em torno da 37ª semana gestacional
se necessário.

FATORES DE RISCO QUE PERMITEM O PRÉ-NATAL NA ATENÇÃO BÁSICA


Relacionados às características individuais e às condições sociodemográficas
desfavoráveis

• Idade menor do que 15 e maior do que 35 anos;


• Ocupação (esforço físico excessivo, carga horária extensa, estresse, rotatividade de
horário, exposição a);
• Situação familiar e/ou conjugal insegura, e não aceitação da gravidez;
• Baixa escolaridade (menor do que cinco anos de estudo regular);

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• Condições ambientais desfavoráveis;
• Altura menor do que 1,45m; IMC de baixo peso, sobrepeso ou obesidade.

Relacionados à história reprodutiva anterior

• RN com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado;


• Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas;
• Intervalo interpartal menor do que 2 anos ou maior do que 5 anos;
• Nuliparidade e multiparidade (5 ou mais partos); 03 ou mais cesarianas
• Macrossomia fetal;
• Cirurgia uterina anterior.

Relacionados à gravidez atual: Ganho ponderal inadequado; Anemia; Infecção urinária.

DIABETES GESTACIONAL
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Diabetes gestacional (DMG): intolerância aos carboidratos diagnosticada pela primeira
vez durante a gestação, podendo ou não persistir após o parto.

Fatores de risco para DMG:

• Idade de 35 anos ou mais;


• Sobrepeso, obesidade ou ganho de peso excessivo na gestação atual (IMC >25 kg/m2);
• Deposição central excessiva de gordura corporal;
• Baixa estatura (≤ 1,50 m);
• Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez
atual;
• Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal
ou neonatal, macrossomia (peso ≥ 4,5 kg) ou DMG;
• História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pai, mãe e irmãos);
• Síndrome de ovários policísticos.

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Glicemia em Jejum:
1ª consulta com < 24 semanas
• Normal: <85mg/dl ou 85 - 90mg/dl sem fatores de risco
• Ratreamento Positivo: 85 - 90mg/dl com fatores de risco ou 90 - 109mg/dl.

Em rastreamento positivo a glicemia alterada pode indicar apenas intolerância glicêmica.


Então, deve-se fazer TOTG 75g 2h entre 24 e 28 semanas.

• Se a glicemia em jejum for >110mg/dl REPETE imediatamente a glicemia em jejum. Se


o resultado for >110mg/dl ou 126mg/dl confirma o diagnóstico de DMG.

TTOG 75g:
Jejum: 95mg/dl 1h: 180mg/dl 2h: 155mg/dl

Um resultado alterado, repete o exame com 34 semanas. Dois resultados alterados,


confirma diagnostico de DMG. Vitória Malfatti Merino
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TTOG 75g 2h:

Negativo – Jejum: <110mg/dl 2h: <140mg/dl


Positivo – Jejum: >110mg/dl 2h: >140mg/dl

Manejo da DMG:

• Dieta e atividade física;


• Controle glicêmico: após 7 a 14 dias de dieta, realizar perfil glicêmico ambulatorial
pela glicemia de jejum. Se a gestante apresentar um dos valores alterado com a dieta
adequada, está indicada insulinoterapia.

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Conduta obstétrica:

A partir das 36 semanas, o controle deve ser semanal.


Em gestantes diabéticas insulinodepen-dentes com vasculopatia o parto será realizado
impreterivelmente até a 38ª semana.

Gestantes em trabalho de parto espontâneo

• Realizar uma dosagem de glicemia na admissão;


• Suspender uso de insulina;
• Permitir ingestão de líquidos claros na fase de latência;
• Iniciar solução salina;
• Monitorar glicemia de 2/2 horas na fase latente e de 1/1 hora na fase ativa;
• Durante o trabalho de parto, os níveis de glicemia capilar devem ser mantidos entre 70
e 110mg/d.
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• Glicemia <70mg/dL: iniciar infusão de Malfatti Merino a 5 a 100–150ml/h.
solução glicosada
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• Glicemia>100mg/dL: iniciar infusão de insulina intravenosa a 1,25U/h.

Indução programada do parto

Deve ser programada para o início da manhã.


• Se a indução for iniciada com algum método de preparação do colo (ex.: misoprostol):
manter a dieta e o regime usual de insulina até início do trabalho de parto, depois seguir
com protocolo de trabalho de parto espontâneo.

• Se o parto for induzido com ocitocina: manter dose usual de insulina na noite anterior,
suspender insulina no dia da indução e seguir com protocolo de trabalho de parto
espontâneo.

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Cesariana programada
Deve ser programada para o início da manhã.

• Suspender dieta na noite anterior. Oferecer um lanche reforçado e líquidos em maior


quantidade antes do jejum;
• Manter dose de insulina na noite anterior;
• Suspender insulina da manhã;
• Solução intravenosa de glicose a 5% 100 –150ml/h até o parto;
• Monitorar glicemia de 4/4h até o parto;
• Fluidos intraparto a critério do anestesiologista.

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Retorno para avaliação a partir de 06semanas após o parto, onde se repete o TTOG 75g.

SÍFILIS GESTACIONAL

Doença causada pela bactéria Treponema Pallidum.

CLASSIFICAÇÃO:

1- Adquirida: Vitória Malfatti Merino


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• Recente (- de 1 ano de evolução)
> Primária: úlcera única, indolor, cancro duro, íngua na virilha. Surge entre 10-90 dias
(média 21 dias) após a relação. Curta duração.

> Secundária: se manifesta de 6-8 semanas após o desaparecimento do cancro


duro. Exantema, rash cutâneo, macula palmo-plantar, alopecia, condiloma plano,
poliadenopatia.

> Terciaria: sinais e sintomas após 3-12 anos ou mais do contágio. Tubérculos/gomas,
aneurisma aórtico, Artropatia de Charcot, demência, comprometimento articular e tabes
dorsalis

• Tardia (+ de1 ano de evolução)

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2- Congênita:

• Recente: diagnosticada até o 2º ano de vida.


• Tardia: diagnosticada após o 2º ano de vida.

Sífilis em gestante: aborto; corioamiorrexe prematura; corioamnionite; RCIU;


prematuridade; morte fetal; sífilis congênita.

EXAMES

• Teste rápido (ou outros testes treponêmicos);


• VDRL/RPR (diagnóstico, seguimento pós-tratamento);
• RX de ossos longos;
• Exame do líquido cefalorraquadiano (LCR).

Vitória TERAPÊUTICAS
PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES Malfatti MerinoPARA ATENÇÃO INTEGRAL ÀS
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PESSOAS COM IST BRASIL, 2020:

Testes treponêmicos: os primeiros a serem reagentes. Na maioria das vezes permanecem


reagentes por toda a vida, mesmo após o tratamento. Importante para o diagnóstico, mas
não indicado para monitoramento da resposta ao tratamento. Aglutinação passiva (TPHA
ou MHA-TP), teste de imunofluorescência indireta (FTA-Abs) e ensaio imunoenzimático
(Elisa ou EIE).

Testes não treponêmico: quantificável (ex.: 1:2, 1:4, 1:8). Importante para o diagnóstico e
monitoramento da resposta ao tratamento. VDRL.

DICA 1: FTA-Abs é específico para sífilis, VDRL é apenas sensível. O VDRL 1/1, 1/2 e 1/4
significa início da doença ou cicatriz sorológica. A partir de 1/8 significa doença em
atividade. Para alcançar a cura o VDRL deve cair 02 títulos.

DICA 2: Se dividir denominador por 4 consigo identificar o título mínimo para se considerar
cura sorológica.

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Recomenda-se tratamento imediato com penicilina benzatina após 01 teste reagente,
treponêmico ou não treponêmico, para as seguintes situações: gestantes; vítimas de
violência sexual; pessoas com chance de perda de seguimento (que não retornarão ao
serviço); com sinais/sintomas de sífilis primária ou secundária; pessoas sem diagnóstico
prévio de sífilis.

A penicilina deve ser por via intramuscular (IM). A região ventro-glútea é a via preferencial
por ser livre de vasos e nervos importantes. Outros locais alternativos para aplicação
são a região do vasto lateral da coxa e o dorso glúteo. Para pacientes sintomáticos com
suspeita de sífilis primária e secundária e impossibilidade de realização de qualquer teste
diagnóstico recomenda-se tratamento empírico imediato para sífilis recente (paciente e
parceiro/a).

Orientações durante o tratamento com penicilina:

Vitória
• Evitar relação sexual até completar Malfatti Merino
tratamento;
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• A gestante deve realizar controle de cura mensal;
• Começar a tratar novamente em caso de interrupção do tratamento ou quadruplicação
dos títulos (ex.: de 1/2 para 1/8);
• Durante gestação com VDRL +, realizar o controle de cura mensal por VDRL; começar a
tratar novamente em caso de interrupção de tratamento ou quadruplicação dos títulos
(ex.: de 1/2 para 1/8).

Gestantes comprovadamente alérgicas à Penicilina: dessensibilizadas ou com Estearato


de Eritromicina 500 mg, VO, de 6/6 horas, durante 15 dias (sífilis recente) e 30 dias (sífilis
tardia).

REAÇÃO DE JARISCH-HERXHEIMER: é uma reação cutânea a penicilina após sua 1ª dose,


NÃO é reação alergica. Há exacerbação das lesões cutâneas, eritema, dor ou prurido.
Lesões regridem após 12 - 24h sem necessidade de suspender tratamento. Pode vir
acompanhada de febre, artralgia e mal-estar.

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MANUAL PROTOCOLOS DA ATENÇÃO BÁSICA: SAÚDE DAS MULHERES BRASIL, 2016

Com o tratamento correto, o teste não treponêmico (VDRL) tende a se negativar em 6


a 12 meses, podendo permanecer com títulos baixos por longo tempo ou toda a vida
(memória / cicatriz sorológica da sífilis). Os testes não treponêmicos (VDRL) devem ser
realizados mensalmente para controle de cura. Nos casos de sífilis primária e secundária,
os títulos devem declinar em torno de 04x em 3 meses e 08x em 6 meses. Se os títulos
se mantiverem baixos e estáveis em duas oportunidades, após um ano, pode ser dada
alta.

CAB n.32: ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO BRASIL, 2013

Em gestantes:
• Realizar no mínimo 2 VDRL na gestação (1º e 3º trim. e 1 no parto);
• Testar e tratar o parceiro;
Vitória Malfatti Merino
• Notificar a Vigilância Epidemiológica.
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Teste rápido + deve-se coletar amostra para VDRL do paciente e seus parceiros/a.
• Sífilis primária: penicilina benzatina, dose única de 2.400.000 UI (1.200.000 em cada
nadega)
• Sífilis secundaria ou latente recente (<1 ano de evolução): penicilina benzatina, 02 doses
de 2.400.000 UI em 02 doses com intervalo de 01 semana (total de 4.800.000 UI)
• Sifilis terciaria ou latente tardia (1 ano ou mais de evolução ou duração): penicilina
benzatina, três doses de 2.400.000 UI com intervalo de 01 semana (total de 7.200.00 UI)

Teste rápido – faz-se sorologia no 3º trimestre, no parto e em caso de abortamento.

TRATAMENTO INADEQUADO PARA SÍFILIS MATERNA: aquele feito com qualquer


medicamento que não seja penicilina; tratamento incompleto; instituição de tratamento
dentro do prazo dos 30 dias anteriores ao parto.

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TOXOPLASMOSE GESTACIONAL

Trato com espiramicina.


Solicitar IgG e IgM, na 1ª consulta e no 3º trimestre, onde os possíveis resultados são:

• IgG e IgM + com avidez de IgG fraca ou gestação >16 semanas


Possibilidade de infecção na gestação. Inicia-se o tratamento imediatamente.

• IgG e IgM + com avidez forte e gestação <16 semanas


Doença prévia, não sendo necessário repetir exame.

• IgM + e IgG -
Doença recente. Inicia-se o tratamento imediatamente e repete o exame após 3 semanas.

• IgM - e IgG +
Vitóriarepetir
Doença prévia, não sendo necessário Malfatti Merino
exame.
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• IgM e IgG –
Suscetível a doença. Orientar sobre as medidas de prevenção e repetir o exame no 3º
trimestre.

Se confirmada a infecção aguda antes da 30ª semana, manter a espiramicina (1 g –


3.000.000 UI) de 8/8 horas, VO, continuamente até o final da gravidez.

Se a infecção se der após a 30ª semana, instituir o tratamento tríplice materno:


>> pirimetamina (25 mg) de 12/12h VO + sulfadiazina (1.500 mg) de 12/12h VO + ácido
folínico 10 mg/dia (imprescindível para a prevenção de aplasia medular causada pela
pirimetamina).

Observação 1: em gestantes com infecção aguda, realizar USG mensal para avaliar
alterações morfológicas fetais e, caso haja alterações, encaminhar para o serviço
especializado.

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Observação 2: Em suspeita de infecção aguda materna, encaminhar a gestante para
centro especializado em medicina fetal para realização de amniocentese para avaliar a
presença de infecção fetal por análise do líquido amniótico através de PCR.

Observação 3: se >30 semanas, não avalia o líquido amniótico. Inicia o esquema tríplice
pela alta probabilidade de infecção fetal.

SÍNDROMES SHEMORRÁGICAS NA GESTAÇÃO


São divididas em primeira metade e segunda metade da gestação.

Outras causas menos frequentes de sangramento por via vaginal durante a gestação:
cervicites, pólipo endocervical,Vitória Malfatti
ectrópio, câncerMerino
de colo uterino, trauma vaginal e o
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sangramento do colo durante o trabalho de parto na 2ª metade da gestação.

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Gestação de risco, 2010: morte ovular antes das 22 semanas de gestação com
eliminação do produto ou quando o concepto tem -500g.

Brasil, 2010: interrupção da gravidez de 20 a 22 semanas, com o concepto pesando


-500g.

Aborto é o produto da concepção eliminado no abortamento. Abortamento é a expulsão


ou extração de um produto da concepção, sem sinais de vida. Ele pode ser precoce (até
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13 sem) ou tardio (a partir de 13 sem).
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CLASSIFICAÇÃO:

1. Ameaça de abortamento ou abortamento evitável


2. Abortamento Completo
3. Abortamento incompleto: gestação <12 semanas, indica-se a aspiração manual intra-
uterina (AMIU). Gestação >12 semanas, indica-se misoprostol 200mcg de 12 /12h, via
vaginal, em ciclos de 48h de tratamento, com 3 a 5 dias de intervalo (pode ser associado
à indução com ocitocina).
4. Abortamento Retido
5. Abortamento Habitual: 03 abortamentos consecutivos. A incompetência istmo-
cervical é a causa mais frequente, e se caracteriza pela incompetência do sistema
oclusivo do útero grávido, com a abertura do orifício interno. Faz-se cerclagem (entre 12
a 14 semanas).

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6. Abortamento Infectado: quadro infeccioso materno e quadro hemorrágico variável.
Pode apresentar secreção fétida endovaginal, dor pélvica intensa à palpação, calor
local e febre, comprometimento variável do estado geral. Manifestações clínicas
mais frequentes são: elevação da temperatura, sangramento genital com odor fétido
acompanhado de dores abdominais ou eliminação de pus pelo colo uterino. Pode ser
dividido em:

Grau 1: mais frequente; infecção limitada ao conteúdo da cavidade uterina.


Grau 2: infecção se expande à pelve (pelviperitonite).
Grau 3: peritonite generalizada e infecção sistêmica com grave comprometimento do
estado geral, coagulação intravascular generalizada, insuficiência renal, falência de
múltiplos órgãos e choque séptico.

7. Abortamento eletivo previsto em lei: por abortamento farmacológico, procedimentos


aspirativos (AMIU ou elétrica) ou dilatação e curetagem.
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ATENÇÃO: A principal suspeita clínica para o diagnóstico de abortamento é o
sangramento vaginal e a cólica. O diagnostico é por meio de exame clínico e USG.

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É a implantação / desenvolvimento da placenta no inferior do útero, a partir da 22ª
semana. Se subdivide de acordo com o grau de oclusão do orifício cervical uterino.

• baixa – próxima ao orifício, sem atingi-lo;


• marginal – atinge o orifício interno do colo do útero sem recobri-lo completamente.
• completa ou centro-total.

Quais são os principais fatores de risco para placenta prévia? (BRASIL, 2012)
Cesariana prévia (principal); intervenções uterinasMerino
Vitória Malfatti anteriores (miomectomia, curetagem);
multiparidade / intervalo interpartal curto; tagagismo e gemelaridade.
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DIAGNÓSTICO CLÍNICO E USG: É um achado frequente entre 16 e 20 sem, porém 90%


destes achados normalizarão até o termo – “migração placentária”.
Placenta acreta: é comum não haver sangramento até o parto.

QUADRO CLÍNICO:

• Sangramento indolor;
• Autolimitado;
• Final do segundo e início do terceiro trimestre;
• Presença de sangramento sentinela (entre 26 e 28 semanas, intermitente e abundante,
vermelho vivo, que precisa de internações e transfusões frequentes).

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EXAME FÍSICO:

• Sinais vitais;
• Palpação abdominal;
• Medida da altura uterina;
• Ausculta dos batimentos cardíacos fetais;
• Exame especular cuidadoso;
• Não realizar toque vaginal até se conhecer a localização exata da placenta.

CONDUTA

• Expectante: para gestantes sem sangramento ativo e feto prematuro


• Não precisa de hospitalização;
• Não ter relações sexuais;
• Corticoterapia e suplementação de ferro
• Em Rh-, administrar imunoglobulina anti-D quando ela apresentar sangramento.
• Tocolíticos apenas nos casos em que não
Vitória há comprometimento
Malfatti Merino hemodinâmico
• Parto (se no termo ou próximo a ele, e com sangramento). Há risco de hemorragia pós-
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parto.

24
É a separação da placenta antes do nascimento do feto, em gestação de 22 ou mais
semanas. Pode ser parcial ou total.

PRINCIPAIS FATORES DE RISCO:

• Tabagismo, uso de drogas (álcool, cocaína e crack); • Hipertensão;


• Rotura prematura de membranas ovulares; • DPP em gestação anterior;
• Condições que causem sobredistensão uterina; • Trauma e Cesariana prévia;
• Amniocentese, cordocentese; Vitória Malfatti Merino • Idade materna avançada;
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CARACTERÍSTICA DO SANGRAMENTO:

• Hemoâmnio; • Hemorragia exteriorizada; • Sangramento retroplacentário.

QUADRO CLÍNICO:

• Dor abdominal;
• Persistência da dor entre as contrações no trabalho de parto;
• Sangramento genital de quantidade variável;
• História de hipertensão;
• Pesquisar presença de outros fatores de risco.

ATENÇÃO: sangramento oculto é responsável pela apoplexia útero-placentária ou


“Útero de Couvelaire” – dissociação das fibras musculares do útero, levando à um déficit
contrátil.

25
EXAME FÍSICO:

• ABC da reanimação: vias aéreas pérvias, padrões de respiração e circulação.


• Sinais vitais: observar taquicardia e alterações posturais da pressão.
• Exame obstétrico: fundo de útero, BCF, hipertonia uterina.
• Monitoração fetal.
• Palpação abdominal.

CLASSIFICAÇÃO DE SHER: Grau 1: Sangramento genital discreto sem hipertonia


uterina significativa. Vitalidade fetal preservada. Sem repercussões hemodinâmicas
e coagulopatia. Diagnosticado no pós-parto com a identificação do coágulo
retroplacentário. Típico de cordão curto, feto vivo.

Grau 2: Sangramento genital moderado e contrações tetânicas. Presença de taquicardia


materna e alterações posturais da pressão arterial. Alterações iniciais da coagulação
com queda dos níveis de fibrinogênio. BCF presentes com sinais de comprometimento
de vitalidade. Feto em sofrimento, cianose.
Vitória Malfatti Merino
Grau 3: Sangramento genital importante com hipertonia uterina. Hipotensão arterial
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materna e óbito fetal. Feto morto.

Grau 3A: Sem coagulopatia instalada.


Grau 3B: Com coagulopatia instalada.

26
HIPERTENSÃO CRÔNICA

Antes da gravidez, antes de 20 semanas de gestação ou diagnosticada pela 1ª vez


durante a gravidez e não se resolve até 12 semanas após o parto.

HIPERTENSÃO GESTACIONAL (SEM PROTEINÚRIA) Como a proteinúria pode aparecer


tardiamente, o diagnostico será retrospectivo, sendo necessário afastar pré-eclâmpsia.
Deve-se seguir as condutas clinicas e obstétricas recomendadas para pré-eclâmpsia.

(1) hipertensão transitória da gravidez


Vitória Malfatti Merino
(2) hipertensão crônica vitoriajunho18@gmail.com

PRÉ-ECLÂMPSIA: Ocorre após 20 semanas de gestação (ou antes, em casos de


doença trofoblástica gestacional ou hidropsia fetal) acompanhada de proteinúria com
desaparecimento até 12 semanas pós-parto. Na ausência de proteinúria, a suspeita se
fortalece quando o aumento da pressão aparece acompanhado por cefaleia, distúrbios
visuais, dor abdominal, plaquetopenia e aumento de enzimas hepáticas.

PRÉ-ECL MPSIA SOBREPOSTA À HIPERTENSÃO CRÔNICA: pré-eclâmpsia em mulheres


com hipertensão crônica ou doença renal. Nessas gestantes, essa condição agrava-se e
a proteinúria surge ou piora após a 20ª semana de gravidez. Pode surgir trombocitopenia
(plaquetas <100.000/mm3) e ocorrer aumento nas enzimas hepáticas.

CLASSIFICAÇÃO DA PRÉ-ECLÂMPSIA: Considera-se grave quando presente um ou mais


dos seguintes critérios:

• Pressão arterial diastólica igual/maior que 110mmHg


• Proteinúria igual/maior que 2,0g em 24 horas ou 2+ em fita urinaria
• Oligúria (menor que 500ml/dia, ou 25ml/hora)

27
Outros sinais que podem sugerir o diagnóstico:

• Acidente vascular cerebral


• Sinais de insuficiência cardíaca, ou cianose
• Presença de RCIU (restrição de crescimento intrauterino) e/ou oligohidrâmnio.

CONDUTA: A presença de aumento rápido de peso, edema facial ou outros sintomas


sugestivos da doença requerem uma monitoração mais rigorosa da pressão arterial
e a detecção de proteinúria. Se a pressão começar a aumentar, a gestante deve ser
reavaliada dentro de 1 a 3 dias. Assim que se tiver o diagnóstico, a conduta dependerá
da gravidade e da idade gestacional.

PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE: Nas gestações pré-termo, o controle ambulatorial pode ser


iniciado após a hospitalização se confirmadas condições materno-fetais estáveis, com
as recomendações:
• Consultas semanais;
• Repouso relativo (evitar grandes esforços);
• Pesar diariamente pela manhã;
• Proteinúria na fita semanalmente pela Malfatti
Vitória manhã; Merino
• Medir a pressão arterial pelovitoriajunho18@gmail.com
menos uma vez ao dia.

A presença dos seguintes sinais e sintomas demanda retorno imediato ao hospital:

• PA ≥ 150/100mmHg;
• Proteinúria na fita ++ ou mais;
• Aumento exagerado de peso;
• Cefaleia grave e persistente.
• Dor abdominal persistente, principalmente na região epigástrica e hipocôndrio direito;
• Sangramento vaginal;
• Presença de contrações uterinas regulares;
• Presença de distúrbios visuais como diplopia, fotofobia, escotomas etc;
• Náusea ou vômitos persistentes;
• Diminuição dos movimentos fetais.

Em gestação > a 40 semanas: admissão hospitalar por 24-48 horas; instituir cuidados
maternos; se as condições materno-fetais NÃO estiverem comprometidas, seguir com
acompanhamento ambulatorial semanal / se as condições materno-fetais estiverem
comprometidas, parto por via apropriada.

28
Em gestação com 40 semanas ou mais: parto pela via apropriada; cuidados maternos.

Os cuidados maternos são:

• PA de 4/4h e Peso diário


• Corticóide < 34 semanas
• Proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas
• Hematócrito e plaquetas duas vezes / semana
• Provas de função renal e hepática uma a duas vezes/semana
• Pesquisa de sintomas de iminência de eclampsia:

o Cefaléia frontal ou occipital persistente


o Distúrbios visuais
o Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito.

PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE: Em gestação com 34 semanas ou mais: parto pela via


apropriada. Em gestação com > de 34 semanas: admissão hospitalar; avaliação materno-
fetal por 24h; sulfato de magnésio; anti-hipertensivo
Vitória se PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110mmHg;
Malfatti Merino
corticoides para maturidade pulmonar
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• Se apresentar: eclampsia / edema pulmonar / insuficiência renal aguda / coagulopatia


/ estado fetal comprometido: parto pela via apropriada
• Se apresentar: síndrome HELLP / restrição do crescimento fetal + oligodramnia /
trombocitopenia / trabalho de parto: parto pela via apropriada
• Se NÃO apresentar os itens acima: avaliação diária de condições materno-fetais + anti-
hipertensivos se necessário

TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO AGUDA:

• Nifedipina;
• Hidralazina;
• Nitroprussiato de sódio – quando não existe resposta com as drogas acima e se houver
sinais de encefalopatia hipertensiva.

29
ECLÂMPSIA: A ocorrência de convulsões em mulherescom pré-eclâmpsia caracteriza o
quadro de eclâmpsia. A conduta clínica visa ao tratamento das convulsões, da hipertensão
e dos distúrbios metabólicos, além de cuidados e controles gerais.

TRATAMENTO

• Anticonvulsivante: Sulfato de Magnésio (MgSO4). Pode ser utilizado durante o TP,


parto e puerpério, devendo ser mantido por 24 horas. Utilizar agulha longa e técnica em
zigue-zague para administração IM. Na recorrência de convulsões, utiliza-se mais 2g IV e
aumenta-se a velocidade de infusão do sulfato de magnésio. Na persistência delas, com
crises subentrantes, pode-se optar pela fenilhidantoina.

Intoxicação: Gluconato de cálcio à 10% como antídoto.


Como diagnosticar essa intoxicação? Reflexo patelar ausente, depressão respiratória
(menor que 16 rpm) e diurese inferior a 100 ml durante as 4 horas precedentes.

ATENÇÃO: A conduta obstétrica visa a estabilização do quadro materno, avaliação das


condições de bem-estar fetal e Vitória
a antecipação doMerino
Malfatti parto, em qualquer idade gestacional.
Após a estabilização do quadro, iniciar os preparativos para interrupção da gestação.
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CUIDADOS GERAIS:

• Decúbito elevado a 30º e face lateralizada;


• Cateter nasal com oxigênio (5l/min);
• Sonda vesical de demora contínua;
• Punção de veia calibrosa;
• Manter o ambiente tranquilo.
• Sinais vitais.

ATENÇÃO: A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões tônico-crônicas


generalizadas ou coma em mulher com qualquer quadro hipertensivo, nas causadas
por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto
e no puerpério imediato.

30
SÍNDROME HELLP:
• Hemólise • Plaquetopenia • Elevação das enzimas hepáticas

MANEJO:

• Avaliação das condições maternas;


• Avaliação das condições fetais;
• Tratamento em gestantes hipertensas.

TRATAMENTO EM GESTANTES HIPERTENSAS: Os valores de PA para manutenção ou


reinstituirão da terapia medicamentosa são 150 a 160 (sístole) ou 100 a 110 (diástole) ou a
presença de lesão em órgãos-alvo como hipertrofia ventricular esquerda ou insuficiência
renal. As gestantes que estiverem bem controladas com medicação anti-hipertensiva
antes da gravidez, podem se manter com os mesmos agentes, exceto dos inibidores da
enzima de conversão da angiotensina (ex.: Captopril) e dos antagonistas de receptores
Angiotensina II (ex.: losartana).

ATENÇÃO: são contraindicadosVitória


na gravidez pela
Malfatti sua associação com a restrição do
Merino
crescimento fetal, oligohidrâmnio, insuficiência renal neonatal e morte neonatal.
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EFEITOS COLATERAIS - MEDICAÇÕES (HAS CRÔNICA NA GESTAÇÃO):

Metildopa: hipotensão postural, sonolência e retenção hídrica.


Hidralazina: cefaleia, palpitações, síndrome tipo lúpus
Nifedipina: cefaleia, fadiga, tontura, edema periférico, constipação
Diuréticos tiazídicos / furosemida: cefaléia, tonturas, fadiga, fraqueza, mal-estar,
ansiedade, câimbras, nervosismo, irritabilidade, agitação, parestesias, hiperglicemia,
tensão e letargia. Raramente náuseas, vômitos, vertigens, cólicas abdominais, palpitações
e rash cutâneo.

31
O parto normal geralmente ocorre entre 37 e 42 semanas completas e o feto
encontra-se, em geral, em apresentação cefálica. O trabalho de parto divide-se
clinicamente nos períodos: dilatação cervical, expulsão do feto e dequitação, acrescido
do período de Greemberg.

PRIMEIRO PERÍODO: DILATAÇÃO: Tem início com as contrações regulares e vai até a
completa dilatação da cérvice. Trabalho de parto estabelecido com dilatação >4cm. É
dividida em 3 fases: latente, ativa e transição.
Vitória Malfatti Merino
PREPARO PARA O PARTO (BRASIL, 2016):
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a) Pródromos (pré-parto)/Fase latente: pode durar dias ou semanas. Pode haver perda
do tampão mucoso e sensação dolorosa nas costas. Nessa fase, a mulher pode procurar
posições confortáveis, tomar um banho morno, repousar. Para Brasil (2017) a definição da
fase de latência do primeiro período do trabalho de parto: contrações uterinas dolorosas
e alguma modificação cervical, incluindo apagamento e dilatação até 4 cm.

b) Fase ativa: contrações rítmicas e regulares, com intervalo de 3 a 5 minutos e duração


de cerca de 60 segundos. Dilatação do colo uterino e descida do bebê no canal de
parto. Pode vir acompanhadas de dor lombar e em baixo ventre. É a fase ideal para se
dirigir a um serviço de saúde.

c) Transição: período intermediário entre a fase ativa e a dilatação total (10 cm) e o
período expulsivo propriamente dito. As contrações ficam mais intensas e em intervalos
menores. Pode haver sensação de exaustão, náuseas e vômitos, entre outros.

32
Para Brasil (2017) A duração do trabalho de parto ativo pode variar:
• nas primíparas dura em média de 8 a 18 horas;
• nas multíparas dura em média de 5 a 12 horas.

Registrar as seguintes observações no primeiro período do trabalho de parto:

• frequência das contrações uterinas a cada hora;


• pulso a cada hora;
• temperatura e PA de 4 em 4 horas;
• frequência da diurese;
• exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma preocupação com o progresso
do parto ou em resposta aos desejos da mulher (após palpação abdominal e avaliação
de perdas vaginais).

SEGUNDO PERÍODO: EXPULSÃO: Dilatação completa da cérvice e completa expulsão


do feto.

DIRETRIZES NACIONAIS DE ASSISTÊNCIA AO PARTO


Vitória Malfatti NORMAL (BRASIL, 2017):
Merino
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• Fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem sensação de puxo involuntário ou
parturiente com analgesia e a cabeça do feto ainda relativamente alta na pelve.

• Fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do bebê visível, contrações de expulsão ou
esforço materno ativo após a confirmação da dilatação completa do colo do útero, na
ausência das contrações de expulsão.

Se a dilatação completa do colo uterino for confirmada em uma mulher sem analgesia
regional e não for identificado puxo, uma nova avaliação mais aprofundada deverá ser
realizada em 1 hora para identificação da fase do segundo período.

33
MECANISMO DO PARTO OU ESTÁGIOS MEC NICOS
1- Insinuação
2- Descida e flexão da cabeça
3- Rotação interna da cabeça
4- Desprendimento e rotação externa da cabeça
5- Desprendimento das espáduas
6- Desprendimento do corpo

PROTEÇÃO PERINEAL – MANOBRA DE RITGEN

Proteção da região perineal no momento do desprendimento fetal.

TERCEIRO PERÍODO: DEQUITAÇÃO

Inicia-se com o nascimento e termina com a expulsão da placenta. O intervalo entre o


nascimento e a dequitação pode ser de até 30 minutos. De acordo com o mecanismo de
descolamento e saída, classifica-se em:
Vitória Malfatti Merino
• Baudeloque Schultze: face fetal, em forma de guarda-chuva invertido, primeiro a
vitoriajunho18@gmail.com
placenta e depois o sangue.

• Baudeloque Duncan: face materna, em forma de bola revestida por membranas,


primeiro o sangue e depois a placenta.

Baudeloque Duncan: face materna, em forma de bola revestida por membranas,


primeiro o sangue e depois a placenta.

A conduta ativa no terceiro período do parto envolve:

• clampeamento e secção precoce do cordão umbilical;


• tração controlada do cordão após sinais de separação placentária.

34
Para a conduta ativa, administrar 10 UI de ocitocina IM após o desprendimento da
criança, antes do clampeamento e corte do cordão.

A conduta fisiológica no terceiro período do parto envolve:

• sem uso rotineiro de uterotônicos;


• clampeamento do cordão após parar a pulsação;
• expulsão da placenta por esforço materno.

QUARTO PERÍODO: PERÍODO DE GREENBERG

Tem início com a expulsão da placenta, ocorrendo ao longo das primeiras 1 a 4 horas,
até que os sinais vitais da mãe estejam estáveis. Formação do globo de Pinard. A perda
de sangue pode variar de 250 a 500 ml. Os cuidados básicos para atenção do período
pós-parto são:

1- Revisão manual do canal do parto: exploração do canal do parto por meio do toque
bidigital. A revisão rotineira da Vitória
placenta e anexos
Malfatti ovulares após o delivramento são
Merino
procedimentos recomendáveis e contribuem para o diagnóstico precoce de retenção
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de fragmentos placentários.

2- Prevenção das Complicações hemorrágicas

• Hemorragia pós-parto: Perda sanguínea acima de 500 mL após parto vaginal ou acima
de 1000 mL após parto cesariana nas primeiras 24 horas OU qualquer perda de sangue
pelo trato genital capaz de causar instabilidade hemodinamica.

• Hemorragia pós-parto maciça: Sangramento nas primeiras 24 horas após o parto,


superior a 2000 mL OU que necessite da transfusão mínima de 1200 mL (4 unidades)
de concentrado de hemácias OU que resulte na queda de hemoglobina ≥ 4g/dL OU em
distúrbio de coagulação

35
CLASSIFICAÇÃO DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO:

• HPP PRIMÁRIA: ocorre nas primeiras 24 horas após o parto. As causas mais comuns
são atonia uterina, acretismo placentário ou restos intracavitarios, inversão uterina,
lacerações e hematomas no trajeto do canal do parto e os distúrbios de coagulação
congênitos ou adquiridos.

• HPP SECUNDÁRIA: ocorre após 24 horas, mas até seis semanas após o parto. E mais
rara e apresenta causas mais especificas como: infecção puerperal, doença trofoblástica
gestacional, retenção de tecidos placentários, distúrbios hereditários de coagulação.

DICA: Causas específicas de hpp – “4ts”


TÔNUS Atonia uteria 70%
TRAUMA Lacreações, hematomas, inversão e rotura uterina 19%
TECIDO Retenção de tecido placentário, coágulos, acretismo placentário 10%
TROMBINA Coagulopatias congênitas ou adquiridas, uso medicamentos anticoagulantes
1%
Vitória Malfatti Merino
HEMORRAGIA POS-PARTO: Évitoriajunho18@gmail.com
a perda volêmica no pós-parto que ultrapassa 500mL em
parto por via vaginal ou 1.000mL em parto cesáreo nas primeiras 24 horas, ou quando há
qualquer perda de sangue que traga instabilidade hemodinâmica.

As causas mais comuns de hemorragia no pós-parto são os 4Ts:


Tônus - atonia uterina
Trauma - laceração de trajeto, hematoma
Tecido - retenção de tecido placentário
Trombina - alteração de coagulação

A hemorragia pós-parto se classifica em:

1. Precoce: ocorre nas primeiras 24 horas. As principais causas são a atonia uterina, e
lacerações e hematomas do trajeto do canal do parto.

2. Tardia: ocorre após 24 horas até 6 semanas após o parto. As causas mais comuns são
a retenção de fragmentos placentários e infecção puerperal.

36
PUERPÉRIO

O período puerperal é o retorno ao estado pré-gravídico e é divido em:

Imediato: até 10 dias de pós-parto


Tardio: de 11 a 45 dias de pós-parto
Remoto: após 45 dias de pós-parto

Nesse período deve-se avaliar:


1. O estado emocional da puérpera

2. O sistema cardiovascular e respiratório

3. Controle da temperatura axilar: pode haver ligeiro aumento de 36,8ºC a 37,9ºC nas
primeiras 24h.

4. Involução do útero
Vitória Malfatti Merino
5. Observação da ferida operatória: que deve ser limpa com SF 0,9%
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6. Avaliação do endométrio, vagina e períneo: o colo do útero fecha em torno do 10ºdia


e retorna a anatomia funcional em trono de 6 a 12 semanas após o parto. O endométrio
e a vagina iniciam sua recuperação após o 25º dia de puerpério.

7. Lóquios: pode durar de 3 a 6 semanas. Pode ser sanguinolento (de 3 a 4 dias em média),
serosanguinolento (de 7 a 10 dias em média) e seroso/branco (a partir de 7 a 10 dias).

8. Avaliação das vias urinárias

9. Avaliação do funcionamento intestinal: é restaurado no 3 ou 4º dia.

10. Avaliação de MMII.

11. Cuidados com as mamas e aleitamento materno.

37
A revisão puerperal é precoce quando ocorre de 7 a 10 dias após o parto, e o retorno
deve ser em torno de 6 semanas / 42 dias de puerpério.

INFECÇÃO PUERPERAL: estado febril após 24 horas do parto por pelo menos 02 dias
consecutivos dentro dos primeiros 10 dias de puerpério.

ASPECTOS EMOCIONAIS NO PUERPÉRIO:


Tristeza puerperal / Baby Blues: é uma alteração psíquica leve e transitória. Prevalência
de 50 a 80%. Se inicia do 3º ao 4º dia de puerpério. O principal sintoma é a ansiedade
relacionada ao bebê.

Depressão puerperal ou Pós-parto: é um transtorno psíquico moderado ou severo.


Prevalência de 10 a 15%. Início insidioso na 2ª ou 3ª semana do puerpério. O principal
sintoma é insônia, tristeza, labilidade, choro.

Transtorno psicótico puerperal: é um distúrbio de humor psicótico com perturbação


mental grave. Prevalência de 0,1% a 0,2%.
Vitória Início abrupto
Malfatti Merino2 ou 3 semanas após o parto. O
principal sintoma é delírio e alucinação.
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INCOMPATIBILIDADE DE FATOR RH

O coombs indireto é feito na mãe e o direto é feito no bebê após o nascimento.

Quando o coombs indireto é negativo, posso fazer na mãe a imunoglobulina anti-D (anti
Rh), que deve ser feita a cada exposição. Administrar preferencialmente nas primeiras 72
horas na mãe com prazo mínimo de 13 dias e prazo máximo de 28 dias. Durante o pré-
natal pode ser feito como profilaxia entre 28 a 34 semanas quando não há histórico de
administração em gestação anterior.

38
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento materno se divide em
alguns tipos. São eles:

Aleitamento materno exclusivo (AME): oferta do leite materno, sem adição de outros
líquidos ou sólidos.

Aleitamento materno predominante (AMP): oferta do leite materno e de água, sucos ou


outras bebidas, porém a alimentação é em maior parte através do leite materno.

Aleitamento materno: há a oferta do Malfatti


Vitória leite materno,
Merinoindependentemente de outros
alimentos. vitoriajunho18@gmail.com

Aleitamento materno complementado quando, além do leite materno, há a inserção de


alimentos sólidos ou semissólidos de forma complementar.

Aleitamento materno misto ou parcial: oferta de leite materno e outros tipos de leite
(vaca, cabra).

Quanto a produção de leite, cada mulher produz um leite com composição única. A
produção passa por um processo de maturação, o que faz com que o leite tenha 03
fases:

Colostro: do 1º ao 5º dia após o nascimento. Tem coloração amarelada e é considerado


a primeira imunização que o bebê recebe logo após seu nascimento.

Leite de Transição: do 6º ao 15º dia após o nascimento. Tem coloração branca opaca.

39
Leite maduro: considerado o leite ideal, por já possuir todos os componentes essenciais
para o desenvolvimento da criança. É produzido a partir do 15º dia após o nascimento.

O aleitamento materno NÃO é recomendado nas seguintes situações:

• mães infectadas por HIV ou HTLV1 e HTLV2;


• uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação (ex: antineoplásicos);
• criança portadora de galactosemia.

PEGA MAMÁRIA

Para receber leite suficiente durante a amamentação, o bebê precisa ter uma boa e
adequada pega mamária. Uma pega mamária incorreta pode causar dor na mama
durante a amamentação, o bebê pode parecer não estar saciado após a amamentação
ou até mesmo não ganhar peso adequadamente.

Sinais de uma boa pega mamária

• o queixo do bebê está encostando na Malfatti


Vitória mama e Merino
ele consegue respirar pelo nariz;
• a boca do bebê está bem aberta e ele abocanha a aréola, e não só o mamilo;
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• a pega da mama é indolor;
• o bebê inicia a sucção com sugadas curtas e depois de forma mais lenta e profunda.

Já a interrupção temporária ocorre quando:

• mãe infectada por herpes;


• mãe infectada por varicela com lesão 5 dias antes do parto ou até 2 dias após o parto

40
CONCEITOS:

Período Embrionário: até 08 semanas.


Período Fetal: 09 semanas ao nascimento.
Período Neonatal: do nascimento à 27 dias de vida.
Óbito neonatal: precoce (0 a 6 dias de vida) ou tardio (7 a 27 dias de vida).
Aborto: produto < ou = 22 semanas ou < 500g ou com 25 cm cranio-calcanhar.
Abortamento: processo.

CLASSIFICAÇÃO DO RN POR PESO


Vitória Malfatti Merino
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PIG: < 10 percentil para IG
AIG: 10 a 90 percentil para IG
GIG: > 90 percentil para IG
Baixo peso: - 2.500g
Muito baixo peso: - 1.500 g
Extremo baixo peso: - 1.000 g

IDADE GESTACIONAL

Pré-termo: até 36 semanas e 6 dias


A termo: 38 semanas a 42 semanas
Pós-termo: apos 42 semanas
Pode-se ainda verificar pelas caracterisicas fisicas e neuromusculares:

> Fisicas: pele, lanugem, mama, olhos/orelhas, genitais e superficie plantar.


> Neuromuscular (Ballard ou Capurro somatico): postura, recuo do braço, angulo popliteo,
prova da gravata, calcanhar-orelha, janela quadrada (punho).

41
CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL

Deve ser feito entre 1 a 5minutos ou quando a pulsação cessar, a menos que haja
contraindicação em relação ao cordão ou necessidade de reanimação neonatal.
Almeida (2016) já traz que o bebê prematuro (34 semanas ou mais) deve-se aguardar
de 30 – 60 segundos antes de clampear o cordao umbilical, desde que o bebe esteja
respirando e com bom tonus muscular. Já em casos de descolamento previo de
placenta, prolapso do cordão, nó verdadeiro de cordão e RN prematuro sem respirar
e com tonus em flexao, o clampeamento é imediato. As indicações de clampeamento
imediato são: sofrimento fetal, prematuridade, mãe HIV +, incompatibilidade de fato
Rh e gestação múltipla.

REANIMAÇÃO NEONATAL

Ainda se segue a sequencia ABC (A – posição e aspiração; B - respiração; C – circulação).


Deve-se fazer 04 perguntas para avaliar a necessidade de se reanimar o bebe:

1. Gestação a termo?
2. Ausência de mecônio ?
VitóriaeMalfatti
> avaliar FC, movimentos respiratorios Merino
tônus muscular.
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3. Bebê está respirando ou chorando ?
4. Bom tônus muscular?

Se 01 resposta não for favorável, avalia-se a necessidade de reanimação. Além destas


perguntas, devo avaliar FC (na base do cordão umbilical ou, preferencialmente, do lado
esquerdo do tórax com estetoscópio - Brasil, 2012 – porém o método mais indicado é a
detecção do sinal de pulso pela oximetria e da atividade eletrica cardíaca pelo monitor
cardíaco – Almeida, 2016) e respiração. O parâmetro que DETERMINA a necessidade de
reanimação é a FC (frequência cardíaca). Diante disso:

FC <100bpm inicia VPP (ventilação com pressão positiva)


FC <60bpm inicia massagem cardíaca. Se após 30 seg não melhorar e subir para 60bpm
ou mais, inicio drogas (via preferencial na sala de parto é EV, sendo a veia umbilical de
mais facil acesso).

42
Os passos iniciais da reanimação são:

1) Prover calor: na sala de parto a temperatura é entre 23 – 26ºC (Almeida, 2016) ou 24


– 26ºC (Brasil, 2012). Para o RN <29sem ou <1.500g, utilizo saco plástico transparente do
pescoço para baixo e eu NÃO seco o bebê.
2) Posicionar cabeça em leve extensão;
3) Aspirar VA, se excesso de secreções;
4) Secar e desprezar campos úmidos;
5) Reposicionar cabeça, se necessário.

ATENÇÃO: A compressão da massagem cardíaca deve ser feita no terço inferior do


externo (há a maior parte do ventrículo).

Utilizo 02 polegares / 02 dedos. A profundidade deve ser de 1/3 da extensão do tórax,


aproximadamente 4cm, NÃO devendo exceder 6cm. A relação é de 3:1 (3 massagens, 1
ventilação).
Vitória Malfatti Merino
CUIDADOS COM RN DE BAIXO RISCO
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CUIDADOS IMEDIATOS:

1. Prover calor: o ambiente deve estar entre 24ºC a 36ºC, sem corrente de ar e na mesa
onde será atendido apos o parto deve estar 36ºC.

2. Aspirar VAS, se necessario (boca e depois o nariz).

3. Apgar: avalia a vitalidade do RN através da FC, esforço respiratório, tônus muscular,


irritabilidade reflexa e coloração. Se avalia no 1º e 5º minuto de vida. Se o score for inferior
a 7 a avaliação é feita novamente a cada 5 minutos até o 20º minuto de vida (10º, 15º e
20º minuto de vida).

4. Identificar o RN com pulseira própria,

5. Ofertar seio materno.

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6. Vitamina K (Kanakion): dose unica, 1mg / 0,1mL por via IM ou SC, no vastolateral da
coxa esquerda. Auxilia na coagulação (hemorragia). Pode ser administrado VO, 2 mg
ao nascimento + 1 dose de 2mg entre o 4º e o 7º dia. Em caso de RN em aleitamento
exclusivo a dose VO deve ser administrada após 4 a 7 semanas.

7. Hepatite B: 1ª dose em até 12 horas de vida, via IM no vastolateral da coxa direita


na dose de 0,5 mL. Em relação a transmissão vertical, o RN exposto deve-se
administrar a Imunoglobulina hiperimune para hepatite B (0,5mL IM) de 12 a 24h de
vida preferencialmente, sendo contraindicada após 7 dias de vida, além da vacina para
hepatite B. Após o nascimento, o RN exposto deve ser levado ao banho antes de fazer
as injeções. Em RN prematuro ou <2.000g faz 01 dose ao nascer, 01 dose com 01 mês de
vida, 01 dose entre 2 e 3 meses, 01 dose entre 6 e 7 meses (total de 04 doses).

8. Credeização: previne oftalmia neonatal. Se usa a eritromicina 0,5%, tetraciclina 1% ou,


como ultima opção o nitrato de prata 1% (o nitrato pode causar conjutivite neonatal).
Deve-se administrar 1 gota em cada olho, não pode remover o excesso com SF 0,9% pois
queima, pode remover o excesso somente com água destilada. Administraar na 1º hora
de vida (Wong) ou em até 04 horas de vida
Vitória (Brasil,
Malfatti 2017).
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CUIDADOS IMEDIATOS:

1. limpar com agua morna e sabao o excesso de vérnix caseoso, meconio e residuos.
Geralmente apos 24h do nascimento

2. Medidas antopométricas (temperatura e peso apos a 1ª hora de vida)

3. Exame físico inicial

4. Coto umbilical: curativo com alcool 70% ou clorexidina alcoolica 0,5%

5. Registro de eliminações (urina e meconio)

6. Exame física detalhado

7. Avaliar perda ponderal: diariamente se RN prematuro com peso >1.500g, 02x/dia se


prematuro na 1ª semana de vida. A perda pode chegar a 10% nos primeiros 5 dias de vida.

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ALOJAMENTO CONJUNTO

Indicado para mães livres de condições que impossibilitem ou contraindiquem o contato


com os RN e quando o RN tem boa vitalidade, capacidade de sucção e controle térmico.
Em geral, esses RN têm mais de 2.000g, mais de 35 semanas de gestação e Apgar maior
que 6 no 5º minuto. As crianças devem dormir em decúbito dorsal. A posição supina
para dormir é a única recomendada pelo Ministério da Saúde.

HIPOTERMIA

A dificuldade da manutenção térmica na população neonatal deve-se a fatores como:

1- grande área de superfície do RN facilita a perda de calor para o meio ambiente, embora
isso seja parcialmente compensado pela posição usual de flexão do RN, a qual diminui
a quantidade de área de superfície exposta ao ambiente.
2- a fina camada de tecido subcutâneo que proporciona isolamento deficitário para a
conservação de calor. mecanismos para manter a temperatura: posição fetal flexionada
(reduzindo a área exposta), vasoconstrição periférica
Vitória Malfatti Merinoe termogênese sem tremores.
Quando esses mecanismos falham, o resultado é hipotermia.
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CLASSIFICAÇÃO DA TEMPERATURA:

Normotermia: 36,5 a 37ºC.


Hipotermia leve/Potencial estresse do frio: 36 a 36,4ºC
Hipotermia moderada: 32 a 35,9ºC
Hipotermia grave: menor 32ºC.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Sucção débil, Letargia, Hipotonia, Taquipneia ou apneia,


Taquicardia ou bradicardia, Tremores, Quedas na saturação de O2, vasoconstrição, pele
com coloração vermelho brilhante (falha na dissociação da oxihemoglobina); edema ou
esclerema (devido alteração na permeabilidade capilar).

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MECANISMOS DE PERDA DE CALOR:

Radiação: transferência do calor corporal para superfícies frias no ambiente que não
estão em contato com o corpo do RN.
Condução: perda de calor por contato direto de um corpo com outro.
Convecção: perda de calor através do movimento do ar passando pela superfície da pele.
Evaporação: perda de calor durante a conversão do estado líquido para o gasoso. Ocorre
através da pele para o ambiente e também através da mucosa do trato respiratório.

TRATAMENTO: Reaquecimento por calor radiante ou incubadora. É preciso medir a


temperatura a cada 15 minutos, ajustando a temperatura da incubadora em 1 a 2ºC
acima da temperatura do RN e aumentando 1ºC por hora até que a temperatura do RN
normalize.

EXAME FÍSICO DO RN E LACTENTE

1. Sinais vitais e Medidas antopométricas


1.1) Temperatura: 36,5 a 37ºC Vitória Malfatti Merino
1.2) Frequência Respiratória: 40 a 60 irpm (Brasil, 2014) ou de 30 a 60 irpm (Hockenberry,
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2015). Apneia é quando o tempo de pausa é maior do que 20 seg ou menor se associada
a cianose ou bradicardia.
1.3) Frequência Cardíaca: 120 a 140 bpm. Afericação apical até 02 anos de idade. Em
menores de 02 anos obtém-se pulso radial com esteto na parte anterior do braço dobre
a arteria radial.
1.4) Perímetro Cefálico: 33 a 37cm

2. Pele
2.1) Textura
2.2) Coloração: pletora (RN policitêmico, com hipotermia ou hiperoxigenado), palidez
(quando acentuada sugera anemia, choque ou vasoconstrição periféria), cianose
(generalizada: problema cardiorespiratorio; extremidade: acrocianose, hipotermia).

• Vérnix caseoso: substância branca espessa que confere cobertura protetora para a pele
do bebê. Formado por secreções das glândulas sebáceas do feto e é encontrado nos
primeiros 2 a 3 dias após o nascimento em pregas corporais e no cabelo. NÃO precisa
ser removido pois é absorvido pela pele.

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• Eritema tóxico: pequenas lesões eritemato-papulosas (pequenas pápulas ou pústulas
semelhantes a picadas de mosquito) nos primeiros dias de vida. Regridem em poucos
dias. É comum no rosto, no tórax e no dorso.

• Milium sebáceo (mília): pequenos pontos brancos (menor que 1mm) na base do nariz,
queixo e testa, devido à distensão e obstrução das glândulas sebáceas. Desaparecem
em poucas semanas. Quando aparece na boca e na gengiva do RN são denominadas
Pérolas de Epstein.

• Hemangioma capilar: são formas vasculares extensas e elevadas. Quando localizadas


em segmento cefálico e face, com coloração vinhosa, podem estar associadas a angiomas
das leptomeninges (síndrome de Sturge-Weber). Cerca de 50% dos hemangiomas
desaparecem até os 5 anos de idade e 70% até os 7 anos.

• Edema: desaparece em 24 a 48 horas. Pode ser moderado, mole, localizado em face


ao nível dos olhos e no dorso de mãos e membros inferiores. O RN a termo perde cerca
de 10% de seu peso nos 3 primeiros dias de vida, já o pré-termo, perde cerca de 15 % de
seu peso neste mesmo período.Vitória
Estas perdas são
Malfatti fisiológicas.
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• Lanugem (lanugo): pelos finos que costumam recobrir a região do ombro e da escápula.

• Mancha Mongólica: manchas azul-acinzentadas no dorso e nas regiões glútea e


lombossacra, podendo ser disseminada. São mais comuns nas raças negra e oriental e
regridem nos primeiros 4 anos de idade.

• Fenômeno ou Sinal de Arlequim: linha delimitando um hemicorpo com eritema e outro


com coloração normal. É benigno, de causa desconhecida e sugere grau de instabilidade
vasomotora. Comum em RN de baixo peso quando há mudança de posição. É transitória,
durando em média 20 minutos e não exige intervenção.

• Impetigo: infecção piogênica, geralmente causada por Staphylococcus aureus. Inicia


com lesões eritematosas puntiformes que em 1 ou 2 dias evoluem para vesículas e
se pustulizam ou tornam-se bolhas (impetigo bolhoso). As lesões se propagam por
inoculação e, quando se rompem, formam crostas amarelo-acastanhadas. Tomar
cuidado para não contaminar outras crianças próximas !! Tratamento tópico com
soluções antissépticas e cremes antibióticos, e, em casos mais graves, antibioticoterapia
sistêmica.

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• Equimoses: manchas comuns nos RN, sobretudo nos prematuros. A localização
depende da apresentação e dos traumas sofridos durante o parto. Situada na face tem
aspecto de cianose localizada e é chamada de máscara cianótica ou equimótica.

• Petéquias: localizadas no rosto, não são motivo de preocupação, mas quando


generalizadas devem ser investigadas. A reabsorção do sangue extravasado pode
contribuir para o aumento tardio dos níveis de bilirrubina.

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TRATAMENTO NA ICTERÍCIA: Exsanguineotransfusão - o sangue do RN é retirado em
pequenas quantidades (5 a 10ml/vez) e é substituido por outro que seja compativel.
Esse tratamento é aplicado em caso de hiperbilirrubinemia grave e hidropsia por
incompatibilidade de Rh.

Fototerapia - sua eficácia depende de:

• comprimento de onda da luz;


• superfície corporea exposta à luz;
• irradiancia espectral (acima de 6 microwatts cm²/nm).

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CUIDADOS NA FOTOTERAPIA:

• utilizar proteção ocular radiopaca;


• distânca do aparelho para o bebe (50 a 60cm)
• troca de posição a cada 3h
• avaliar estado de hidratação e fontanela
• fralda aberta ou não utilizar
• aferir temperatura a cada 3h
• NÃO se aplica creme ou locao hidratante.

3. Cabeça
3.1) Fontanelas: Anterior em forma de losango (bregmática – fecha entre 12 a 18 meses) e
a posterior, triangular (lambdóide – fecha entre 6 a 8 semanas). A abertura da fontanela
ao nascer é ao redor de 1 a 3 cm.

• A fontanela quando abaulada sugere aumento da pressão intracraniana, como na


meningite, hidrocefalia, edema cerebral ou hemorragia intracraniana. Quando deprimida,
associa-se à desidratação. Vitória Malfatti Merino
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• Bossa serossanguinolenta ou Caput succedaneum: massa mole mau limitada; não
respeita o limite dos ossos do crânio, é depressível e regride nos primeiros dias pós-
parto. Na palpação das fontanelas, atentar para o tamanho (em cm nas diagonais),
tensão, abaulamentos ou depressões e pulsações.

• Cefalohematoma: rompimento de vaso subperiostal secundário ao traumatismo do


parto. Sua consistência é de conteúdo líquido e restringe-se ao limite do osso, geralmente
o parietal (não ultrapassa a sutura). Pode densenvolver ictericia e leva semanas para
fechar.

4. Cardiovascular: Os sopros são comuns nos primeiros dias de vida. Se persistir, é


provável que seja malformação cardíaca. A palpação dos pulsos femorais e radiais são
obrigatórios. O diagnóstico das cardiopatias congênitas é feito por meio da observação
criteriosa de alguns sinais clínicos, sendo os principais: cianose, taquipneia e a presença
de sopro cardíaco.

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Em geral, as cardiopatias congênitas têm 1 ou mais dos seguintes sinais clínicos:

• Cianose.
• Sopro cardíaco
• Baixo débito sistêmico
• Taquipnéia

TESTE DO CORAÇÃOZINHO: Método de rastreio simples de bebês que podem


desenvolver cardiopatias. O método ideal é o ecocardiograma, porém não é possível
realizar esse exame em todos os bebês, então faz-se uma avaliação da saturação do
bebê (teste da oximetria).

TESTE DA OXIMETRIA:

Local de aferição: MSD e em um dos MMII. As extremidades devem estar aquecidas.

Momento da aferição: 24 a 48 h de vida, antes da alta hospitalar para bebês a partir de


34 semanas de IG. Vitória Malfatti Merino
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Resultado normal: SatO2 maior ou igual a 95% em ambas as medidas e diferença menor
que 3% entre as medidas do MSD e MMII.

Resultado anormal: SatO2 menor que 95% ou diferença igual ou maior que 3% entre as
medidas do MSD e MMII.

Nesse caso, deve-se realizar nova aferição após 1 hora. Se o resultado se confirmar,
realiza ecocardiograma dentro das 24 horas seguintes.

5. Abdômen

5.1) Coto umbilical: mumificação do 3º ou 4º dia e queda em torno do 6ª ao 15º dia. A


higiene deve ser realizada com álcool a 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%. Em RN de
extremo baixo peso utiliza-se SF 0,9% (BRASIL, 2011/1). Secreção purulenta na base do
coto, edema e hiperemia da parede abdominal, sobretudo se formar um triângulo na
parte superior do umbigo, indicam onfalite.

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ATENÇÃO: Para tratar pústulas ou infecção no umbigo -> Lavar as mãos antes; Lavar
a lesão suavemente com água e sabão para retirar pus e crosta; Secar o local; Aplicar
ATB tópico 3x/dia (neomicina + bacitracina); Lavar as mãos. ** evitar uso de pé, creme,
corante e loção.

5.2) Abdômen escavado sugere hérnia diafragmática. Abdômen globoso, distendido e/


ou com ondas peristálticas visíveis sugere obstrução.

Gastrosquise: protrusão do conteúdo intra-abdominal através de defeito na parede


abdominal, lateral ao anel umbilical; nunca existe um saco peritonial. Alças intestinais
edemaciadas, com congestão e espessamento pela exposição ao líquido amniótico. Em
torno de 85 a 90% dos casos sobrevivem.

Onfalocele: protrusão das vísceras intra-abdominais para a base do cordão umbilical;


saco herniário coberto com peritônio, sem pele. 70% dos casos sobrevivem. Se for um
defeito isolado a taxa de sobrevida aumenta para 94%.

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Manipulação somente com luva estéril. RN em decúbito lateral direito com anteparo
para as vísceras para elas não ficarem pendentes. Sonda orogástrica aberta. Proteger
herniação com compressa estéril e cobrir o curativo com um filme de PVC.

6. Urinário e Intestinal

O mecônio é a 1ª evacuação do lactente, que deve ocorrer nas primeiras 24 a 36 horas


de vida.

7. Genitálias

Masculina: avaliar criptorquia (a ausencia de testiculos), presença de hidrocele e fimose,


observar hipospádia (meato urinario ventral) ou epispádia (meato urinario dorsal). Palpar
testiculo na bolsa escrotal evitando estimular o reflexo cremastérico (causado pelo frio,
exercicios, toque ou excitação emocional) avaliando o RN na posição de “meditação” ou
bloqueando o canal inguinal durante a palpação e aquecendo as mãos.

Feminina: pequenos labios e clitoris


Vitóriasao proeminentes.
Malfatti Merino Avaliar perfuração himenal e
secreções. Sinequia é a aderência dos pequenos lábios.
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8. Extremidades

Polidactilia: dedos supranumeratórios.


Sindactilia: dedos fundidos.
Aracnodactilia: dedos muito longos.
Clinodactilia: dedos desviados do eixo.
Malformação ungueal focomelia: mão e pés proximos ao tronco.
Hemimelia: ausencia da parte distal do membro.

No exame das mãos, prega palmar única em ambas as mãos associada à ausência
de prega falangiana no 5º quirodáctilo (dedo mínimo) é observada em situações de
hipotonia fetal, como na síndrome de Down. Em caso de ausência ou redução da
amplitude dos movimentos, suspeitar de displasia congênita de quadril. Avaliar sinal
de Allis ou Galeazzi (altura desigual entre os joelhos) e manobras Ortolani1 e Barlow
(articulação coxo-femoral).

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Quando existe instabilidade coxo-femural a manobra de Ortolani (a criança em
decúbito dorsal, segurando os MMII com os joelhos dobrados, e quadris fletidos a 90º
e aduzidos) faz com que a cabeça do fêmur se encaixe no fundo do acetábulo; esse
deslocamento é percebido nas mãos como um “click” (Ortolani positivo). Observar
também pé torto congênito.

Genovaro: perna arqueada.


Genovalgo: joelhos estão próximo e os maléolos mediais afastados.
⚠️DICA: Genovalgo não cavalgo.

Triagem Neonatal Biológica (Teste do pezinho):


detecção em RN, do 3º ao 5º dia de vida, dos seguintes distúrbios congênitos e
hereditários: fenilcetonúria (tratável), hipotireoidismo congênito (tratável), doença
falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística (uma das mais graves), hiperplasia
adrenal congênita e deficiência de biotinidase.

Triagem Neonatal Auditiva (Teste da Orelhinha): realizado na maternidade, antes da


alta hospitalar (entre 24 e 48 horas de Malfatti
Vitória vida), seMerino
necessário, complementada ainda no
primeiro mês de vida. vitoriajunho18@gmail.com

9. Coluna Vertebral

Examinar a área sacrolombar em busca de espinha bífida, meningocele ou


mielomeningocele.

Fatores de risco: alimentos contaminados com inseticidas, antineoplásicos,


anticonvulsivantes, agentes anestésicos e infecciosos.

Diagnóstico: Pré-natal: USG, VSG (velocidade de hemossedimentação), dosagem


amniótica de acetilcolinesterase e dosagem sérica e amniótica de alfafetoproteína entre
16ª e 18ª semana de gestação

Conduta terapêutica: Cirúrgico: fechamento precoce, nas primeiras 24 a 72 horas,


proporciona desfecho mais favorável. O fechamento cirúrgico nas primeiras 24 horas é
recomendado se a bolsa estiver vazando LCR. O fechamento nas primeiras 12 a 18h evita
infecção local, trauma aos tecidos expostos e estiramento de outras raízes nervosas.

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Manual Atenção à Saúde do RN (BRASIL, 2011 / 2014): cuidados ao nascer em caso de
meningomielocele e meningocele:

• Devem ser colocadas em decúbito lateral e manipuladas com extremo cuidado.


• O saco herniário deve ser examinado de forma asséptica.
• Verificar as características da membrana que recobre a lesão: a existência de rotura da
membrana com saída de líquido cefalorraquidiano, sinais de infecção ou presença de
hemorragia.
• Proteger a lesão de pressão externa.
• Recobrir a protrusão com compressa estéril e colocar plástico poroso para evitar rotura,
contaminação, perda de líquido e de calor. Cobrir o curativo com um filme transparente
de PVC para evitar rotura, contaminação, perda de líquido e de calor (2014).
• Transportar o RN em decúbito ventral quando houver meningomielocele ou
encefalocele.
• Iniciar antibioticoterapia de amplo espectro se houver rotura da lesão.

HOCKENBERRY, 2014 - cuidados com o saco da mielomeningocele:


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• Curativo estéril, úmido (solução salina normal estéril) e não aderente sobre o defeito.
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• Curativos umedecidos e trocados com frequência (a cada 2 a 4 horas), para evitar o
ressecamento da meilomeningocele.
• Compressa estéril, úmida, não aderente com soro fisiológico.
• Decúbito ventral
• Uso de fraldas pode estar contraindicado até que o defeito tenha sido corrigido e a
regeneração
esteja bem avançada.

IMPORTANTE: Risco de alergia ao látex. Orientação para hipersensibilidade ao látex:


a enfermeira deve atentar e orientar quanto as luvas, chupetas, bicos de mamadeira,
brinquedos, sacolas plásticas etc.

10. Exame Neurológico

Observação da atitude, reatividade, choro, tônus, movimentos e reflexos do RN.


A criança deve estar acordada para adequada avaliação.

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Manual Atenção à Saúde do RN (BRASIL, 2011/1): Evitar o exame neurológico nas
primeiras 12 h de vida para minimizar a influência do estresse do parto.

As lesões neurológicas podem ser leves (neuropraxia) quando o distúrbio motor é


devido ao edema da raiz nervosa, e desaparece entre uma e duas semanas, com
recuperação completa da função. É a forma mais comum.

Quando há ruptura das fibras nervosas (axonotmese), a recuperação é mais lenta


e incompleta. Nos casos mais graves há ruptura completa da raiz (neurotmese) e a
recuperação espontânea nunca ocorre.

A manifestação clínica da paralisia vai depender da topografia da lesão.

• Paralisia de Erb-Duchenne: preferencialmente os músculos do ombro e o cotovelo,


preservando a mão.
• Paralisia de Klümpke: a mão é afetada e a musculatura do ombro é preservada.
Já na lesão total, todas as raízes são lesadas e o membro superior é balouçante,
podendo haver paralisia diafragmática.
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INFORMAÇÕES - HOCKENBERRY, 2014
Teste da função cerebelar:
 Teste dedo-nariz
 Teste calcanhar-queixo

Teste de Romberg – faça a criança ficar de pé com os olhos fechados e calcanhares


juntos; cair ou pender para um lado é anormal e denomina-se sinal de Romberg.

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