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Quimioterapia do Câncer

Fâni Dolabela
2023
Carcinogênese

O sistema imunológico desempenha importante papel


no mecanismo de defesa do corpo contra as células
tumorais
Promoção: sofrem o
efeito dos
oncopromotores- é
transformada em célula
maligna, de forma lenta
e gradual- um longo e
continuado contato com
o agente A suspensão do
contato com agentes
promotores muitas vezes
interrompe o processo
nesse estágio.

•Estágio de iniciação: ação dos


agentes cancerígenos, que
provocam modificações em
alguns de seus genes, porém
ainda não é possível se detectar
um tumor clinicamente. Elas
encontram-se "preparadas", ou progressão: multiplicação descontrolada
seja, "iniciadas" para a ação de e irreversível das células alteradas. O
um segundo grupo de agentes câncer já está instalado, evoluindo até as
que atuará no próximo estágio. manifestações clínicas Proliferação celular
Tumor e metástase

Sistema TNM: baseia-se na extensão anatômica da doença, levando em conta as características do tumor primário (T), as
características dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza (N), e a presença ou
ausência de metástases a distância (M). Estes parâmetros recebem graduações, as categorias T e N podem ser subclassificadas
em graduações alfabéticas (a, b, c)- expressam o nível de evolução do tumor e dos linfonodos comprometidos. O símbolo "X" é
utilizado quando uma categoria não pode ser devidamente avaliada.
Estágios Tradicionais
Avaliação da capacidade funcional
Níveis Avaliação da capacidade funcional
Zubrod Karnofsky Critérios
0 100-90% Paciente assintomático ou com sintomas mínimos
1 89-70% Paciente sintomático, mais com capacidade para o atendimento ambulatorial
2 69-50% Paciente permanece no leito < 50% do dia
3 49-30% Paciente permanece no leito > 50% do dia
4 29-10% Paciente acamado, necessita de cuidados especiais.
Tratamento do câncer
Terapia celular: CAR-T
• testada desde 2010: estágio
terminal de câncer de sangue,
que já haviam esgotado todas
as possibilidades de tratamento
• Células de defesa do paciente são
modificadas em laboratório para
aprender a eliminar a doença.
• Recolocadas no organismo,
potencializando o combate natural
do corpo ao câncer.
Terapia celular: CAR-T
• linfoma e a leucemia
• Leucemia linfoide aguda de células B;
• Linfoma não Hodgkin de células B.
• Estudos complementares devem ser
iniciados para verificar a eficácia e a
segurança da estratégia contra :
• Mieloma múltiplo (câncer no
sangue);
• Leucemia mieloide aguda (câncer
no sangue):
• Glioblastoma (tumores sólidos);
• Melanoma (tumores sólidos).

desafios de implementação é o preço, já que o tratamento custa cerca de 2,5 milhões de reais.
Hipótese da Destruição das células
Objetivos da quimioterapia
Critérios para realização da quimioterapia
Reações adversas/ tóxicas
Classificação dos fármacos
Mecanismos de ação
Mecanismos de resistência
Tipos de resistência
Resistência: Exemplos
Radioterapia
Radioterapia: modalidades
Graus de radiossensibilidade
Objetivos da radioterapia
Câncer mama
Câncer de mama: Classificação
• Tipo histopatológico invasivo
• 90% dos casos carcinoma ductal infiltrante (CDI)
• 5% a 10% dos casos o carcinoma lobular infiltrante (CLI).
• CLI: acomete mulheres mais idosas, comumente +receptores hormonais (RH) e o seu prognóstico parece ser mais favorável que
CDI
• CLI: doença metastática tardiamente para sítios característicos como meninge, peritônio e trato
gastrointestinal
• Subtipos moleculares são:
• luminal A: RH+; A cresce lento- bom prognóstico
• luminal B: cresce mais rápido, prognóstico ruim
• luminal híbrido,
• receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2): cópias extras do gene HER2; crescer mais
rapidamente e possuem um pior prognóstico; trastuzumabe e o lapatinibe+ quimioterapia
• basal-símile: triplo-negativo- não possuem receptores de estrogênio ou de progesterona e têm quantidades
normais de HER2; comum mutações no gene BRCA1; cânceres de alto grau, cresce rapidamente e pior
prognostico. Não respondem-terapias anti-HER2 e hormonal
• Prática clínica- tratamento: critérios clinico-patológicos, o status dos receptores hormonais de
estrógeno (RE) e progesterona (RP) e a avaliação do status do HER-2.
Câncer de mama é hereditário?
• BRCA1 e BRCA2 : genes que produzem proteínas supressoras de tumor e que codificam as
proteínas que funcionam no processo de reparação do DNA.
• 55% a 65% das mulheres com a mutação no BRCA1 e 45% das mulheres com a mutação no
BRCA2 desenvolverão câncer de mama até os 70 anos de idade.
• Com menos de 40 anos com mutação no BRCA1, é comum a associação a um câncer triplo
negativo (receptores de estrógeno e progesterona negativos e baixa expressão da proteína
HER2/neu): pior prognóstico.
• 15% dos casos triplos negativos estão associados ao BRCA1.
• câncer de ovário: 39% mutação no BRCA1; 11% a 17% a mutação no BRCA2 →desenvolverão
câncer até os 70 anos de idade.
• mutações no BRCA1 podem aumentar o risco de câncer nas trompas de Falópio e câncer de
peritônio.
• Homens -mutações no BRCA2 ,menor número no BRCA1- 7% o câncer de mama; risco maior
de câncer de próstata.
• Homens e mulheres com essas mutações podem ter risco aumentado para o câncer de
pâncreas.
Estadiamento do Câncer de mama e opções
terapêuticas
• E assim fica o agrupamento TNM em • Opções terapêuticas:
estágios: • cirurgia do tumor primário, avaliação do
• Estágio 0 (TisN0M0); acometimento axilar
• Estágio IA (T1*N0M0); • Radioterapia (tratamento local)
• Estágio IB (T0N1miMO, T1*N1mi M0); • Tratamento medicamentoso sistêmico
• Estágio IIA (T0N1MO, T1*N1M0, T2N0M0); (quimioterapia, inclusive hormonioterapia).
• Estágio IIB (T2N1M0, T3N0M0); • Radioterapia adjuvante: após a cirurgia
• Estágio IIIA (T0N2M0, T1*N2M0, • Indicada (pelo menos uma das seguintes
T2N2M0, T3N1M0, T3N2M0); situações):
• quatro ou mais linfonodos positivos;
• Estágio IIIB (T4N0M0, T4N1M0, T4N2M0); • cirurgia conservadora de mama;
Estágio IIIC (Qualquer T N3M0); • quando não for possível nova intervenção
• Estágio IV (Qualquer T Qualquer N M1). cirúrgica;
• tumores maiores ou iguais a 5 cm.
• Em casos de pacientes com um a três
linfonodos positivos, deve-se analisar o
risco-benefício da radioterapia
Quimioterapia adjuvante em CM (profilática)
• Redução da mortalidade por câncer de • Radioterapia antes da quimioterapia:
mama; maior incidência de sepse e neutropenia.
• Hormonioterapia: pacientes com • Intervalo entre a radioterapia e a cirurgia
não deve ultrapassar sete meses.
receptores hormonais positivos (poucos
efeitos colaterais ou contraindicações e • Hormonioterapia+ quimioterapia: pode
eficácia comprovada) ser deletério e não é preconizado nas
• Cerca de 20% superexpressão ou Diretrizes.
amplificação do HER-2 (Codificação de • RP positivo: 75% de todos os casos→
uma glicoproteína transmembrana com tratamento hormonal adjuvante são o
atividade de tirosinoquinase tamoxifeno (TMX; 20 mg/ dia, pré-
intracelular→vias de sinalização menopausa e pós-menopausa),
associadas à proliferação e diferenciação • inibidor da aromatase (IA. mulheres na pós-
celulares e mecanismos de controle da menopausa)→ anastrazol (1 mg/dia),
angiogênese) letrozol (2,5 mg/dia) e exemestano (25
mg/dia).
• O trastuzumabe (anticorpo monoclonal
humanizado anti-HER-2)
Quimioterapia prévia (neoadjuvante/
citorredutora)
• Estágios avançados: cirúrgica não é possível
• estágios IIIA, IIIB e IIIC, e a sua apresentação clínica inclui tumores acima de 5
cm, linfonodos axilares numerosos ou aderidos, infiltração de pele ou parede
torácica, ou acometimento de linfonodo supraclavicular
• Carcinoma inflamatório: não está indicada
• Tratamento
• Trastuzumabe + QT= benefício
• hormonioterapia: pacientes na pós-menopausa com tumor localmente
avançado (estádio III), receptores hormonais positivos e HER-2 negativo
Quimioterapia paliativa
• Câncer de mama metastático: sobrevida prolongada (meses ou anos)
• Sem tratamento 2 anos
• Seleção depende:
• características do paciente e do tumor,
• a localização da(s) metástases(s),
• a agressividade da doença,
• a resposta às terapias anteriores,
• o tempo desde a última exposição quimioterápica (inclusive
hormonioterápica),
• os agentes antineoplásicos usados no passado e as suas doses cumulativas.
Monitorização do Tratamento
• AVALIAÇÃO DA RESPOSTA TERAPÊUTICA
• Exames de imagem (Tomografia preferencialmente): avaliação da resposta terapêutica nos sítios de doença (6-12 semanas
de tratamento)
• Doença estável ou resposta terapêutica: preconiza-se um total de 6-8 ciclos
• Manutenção do tratamento enquanto houver benefício, respeitando-se a toxicidade: não há dados que justifiquem o
tratamento de manutenção com melhora da sobrevida global.
• Pacientes sob hormonioterapia devem receber tratamento até a progressão da doença.
• CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO
• Qualquer tipo de intolerância à radioterapia, quimioterapia ou hormonioterapia: a dose reduzida ou o tratamento suspenso
• retomado apenas quando a toxicidade regredir ou retornar para os graus 1 ou 2 (leves).
• Pacientes que não tolerarem doses reduzidas devem ter o tratamento suspenso
• ACOMPANHAMENTO PÓS-TRATAMENTO
• término adjuvante por 5 anos
• O exame físico deve ser realizado a cada 3 a 6 meses para os primeiros três anos, a cada 6 a 12 meses para os seguintes 4 e 5
anos,
• cirurgia conservadora da mama: um ano após a mamografia inicial e pelo menos 6 meses após a conclusão da radioterapia.
• O uso de hemograma completo, dosagens bioquímicas séricas, cintilografia óssea, radiografia de tórax, US abdominal, TC,
outros
Letrozol: Indicação
• Câncer de mama, Adjuvante, pós-menopausa, RH+
• Câncer de mama, avançado, pós-menopausa, após tratamento com
antiestrogênio
• Câncer de mama, adjuvante prolongado, pós-menopausa, após 5
anos de terapia com tamoxifeno
• Câncer de mama, localmente avançado ou metastático, pós-
menopausa, RH+ ou desconhecido
• Contraindicação: Mulheres grávidas ou que podem engravidar
• Amamentação: o risco é desconhecido
Letrozol: farmacocinética
• Absorção: rapidamente; alimentos sem afetar
• Distribuição: Vd: 1,9 L / kg
• Metabolismo: CYP3A4 e CYP2A6
• Excreção Renais: 90%, 6% inalterados
• 1/2 beta: 2 dias
• inibe fortemente: CYP2A6
• inibe moderadamente: CYP 2C19
Letrozol: mecanismo de ação
• letrozol é um inibidor competitivo não esteroide da aromatase→inibe
a conversão de andrógenos adrenais (androstenediona e
testosterona) em estrogênios (estrona e estradiol) em tecidos
periféricos e tecido cancerígeno.
• Resultado: interfere com a estimulação induzida por estrogênio no
crescimento de câncer de mama
• Não afeta a síntese de corticosteróides adrenais, aldosterona ou
hormônios tireoidianos.
Letrozol: RAM
• Comum
• Edema (até 18,4%)
• Suores excessivo (até 49,7%)
• Constipação (11,3%), Diarreia (8%), Perda de apetite (5%), Náusea (17%),
Vômitos (7%).
• Artralgia (22%), artrite (21,1%), dor nas costas (18%), dor nos ossos (22%),
mialgia (6,7%)
• Astenia (33,6%), Tonturas (14,2%), Cefaleia (20,1%), Insônia (7%) ou
Sonolência (3%).
• Dispneia (18%)
• Fadiga (13%)
Letrozol: RAM
• Grave
• Cardiovascular: insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio (0,4%)
• Hematológico: pancitopenia, distúrbio tromboembólico (1,1%)
• Musculoesquelético: fratura de osso (5,6% a 5,9%)
• Respiratório: derrame pleural (menos de 5%), embolia pulmonar (2%
ou menos)
Letrozol: ajuste de dose e monitorar
• Insuficiência renal: CrCl > 10 mL / min ou mais, não é necessário
Insuficiência hepática: leve a moderada, não é necessário ajuste
• Comprometimento hepático: cirrose e disfunção hepática grave,
reduzir a dosagem a 2,5 mg - a cada dois dias
• Resposta do tumor é indicativa de eficácia.
• Colesterol no soro
• Osteoporose e risco de fratura: raios-x de energia dupla (DXA); Raio X
da coluna torácica e lombar
Trastuzumabe: Indicação (HER2)
• Câncer de mama, adjuvante, sobre expressão de HER2
• Quimioterapia a base antraciclina → intervalo de 3 semanas
• Monoterapia- dose de ataque: 8 mg / kg IV ao longo de 90 minutos; Doses manutenção- 6 mg
/ kg IV durante 30 a 90 minutos a cada 3 semanas para um total de 52 semanas
• Durante e Após o paclitaxel ou o docetaxel+ doxorrubicina e ciclofosfamida
• dose de ataque- 4 mg / kg IV durante 90 minutos; doses manutenção- 2 mg / kg de IV
durante 30 minutos semanalmente durante o paclitaxel ou docetaxel durante as primeiras 12
semanas;
• Em seguida, 6 mg / kg IV durante 30 a 90 minutos a cada 3 semanas 52 semanas
• Durante e após docetaxel e carboplatina: dose de ataque- 4 mg / kg IV durante 90
minutos; Doses subsequentes, 2 mg / kg de IV durante 30 minutos semanalmente
nas primeiras 18 semanas;
• Depois 6 mg / kg de IV durante 30 a 90 minutos a cada 3 semanas um total de 52 semanas
Trastuzumabe: mecanismo de ação
• Anticorpo monoclonal → liga-se ao domínio extracelular da proteína
HER2→inibe o crescimento de células tumorais e medeia a
citotoxicidade celular dependente de anticorpos
Trastuzumabe
• à infusão do trastuzumabe→ observação clínica por 30 minutos (3
primeiras doses)→ risco de reações adversas imediatas por
hipersensibilidade.
• 30 a 40% Febre e calafrio (1ª dose) e menos comum nas administrações
subsequentes.
• Ainda náusea, vômitos, astenia, dor local, cefaleia, tontura, dispneia, hipotensão e
erupção cutânea.
• Recomenda-se: sintomas (anti-histamínicos e analgésicos) e reduzir a velocidade de infusão
do trastuzumabe.
• Reações infusionais graves são infrequentes (3 por 1.000 pacientes) e óbito (4 por
10.000 pacientes)→dispneia, hipotensão, sibilância, broncoespasmo, taquicardia e
hipoxemia→ interrupção imediata do uso do trastuzumabe e medidas de suporte
clínico apropriadas.
• Ecocardiograma: antes do início do uso e a cada 3 meses de tratamento.
Trastuzumabe
Trastuzumabe: RAM
• Câncer metastática: maior probabilidade de RAM e a incidência varia do GI e
mama
• Erupção cutânea (até 38%)
• Redução do peso (23%)
• Diarreia (até 51%), Náuseas (até 76%), Estomatite (24%), paladar alterado (10%)
• Anemia (36%), Neutropenia (78%), Trombocitopenia, Todos os graus (câncer
gástrico, 16%).
• Imunológico: doença infecciosa (câncer de mama, 20% a 47%)
• Dor de cabeça (44%), insônia (29%)
• Tosse (43%), Nasofaringite (13%), Infecção respiratória superior (19%)
• Fadiga (35%), Febre (56%,), Doença inflamatória da mucosa (13%).
Trastuzumabe: RAM grave
• Arritmia cardíaca (3%), insuficiência cardíaca (28%), Disfunção
cardíaca ventricular esquerda (18,5%), isquemia miocárdica
• neutropenia febril (23%), trombocitopenia (5%), trombose (3,7%)
• reação de hipersensibilidade (8%).
• insuficiência renal
• Dispneia (42%), Pneumonia intersticial aguda (0,7%), Hipertensão
pulmonar (0,2%), Toxicidade pulmonar (14,3%)
Trastuzumabe: Monitorar
• Regressão tumoral.
• Avaliação cardíaca: história, exame físico ECG ou varredura de
aquisição múltipla (MUGA) [8]: antes do início, a cada 3 meses
durante e após a conclusão do tratamento e a cada 6 meses, durante
pelo menos 2 anos após a conclusão
• Mulheres em idade fértil: teste de gestação
• monitoramento fetal: mulheres grávidas que receberam durante a
gravidez ou dentro de 7 meses antes da concepção.
Mecanismo de ação
Ciclofosfamida
Ciclofosfamida: via oral
• Terapia adjuvante de câncer de mama e • Granulomatose de Wegener
terapia paliativa de câncer de mama • Consiste em prednisona 1 mg/kg/dia por 4 a 6
metastático semanas, seguida de retirada lenta (2,5 mg por
• “ por 6 ciclos”: 100 mg/m2 área superfície corpórea semana ou a cada quinze dias), comtemplando-se
(ASC) administrada no ciclo de 1 a 14 dias de a retirada em 6 meses, associada à ciclofosfamida
tratamento em combinação com metotrexato e 5- na dose de 2-3 mg/kg/dia, ajustando-se a dose de
fluorouracilo, repetir o ciclo a cada 4 semanas de acordo com a contagem de linfócitos (mantido ao
terapia. redor de 1.000 células/mm3). A ciclofosfamida
deverá ser retirada um ano após a remissão da
• Doenças autoimunes, com progressão doença.
ameaçadora como formas graves e/ou • Nota: Terapia de pulso de alta dose oral
progressivas de nefrite lúpica geralmente pode ser realizada fora do
• Uso diário de 1 a 2 mg/kg. A mesma hospital. se uma pessoa competente estiver
recomendação de dosagem se aplica para pulso presente (incluindo, por um tempo mais longo
terapia oral correspondente à administração i.v. após a administração do medicamento) e deve
(intravenosa) incialmente 500 a 100 mg/m2 área
superfície corpórea (ASC). ser tomado nos dias do tratamento médico ou
se um representante informar que pode ser
alcançado em todos os momentos, se
necessário.
Ciclofosfamida- via injetável
• Terapia de indução de remissão e • Linfoma não-Hodgkin de baixo grau de
consolidação de leucemia linfoblástica malignidade
aguda (LLA) • 600-900 mg/m2 área superfície corpórea (ASC) no
• Crianças e adultos dependentes A dosagem típica dia 1 como terapia ou em combinação com um
para indução da remissão e terapia de corticosteroide, repetir a cada 3 a 4 semanas.
consolidação em adultos é de 650mg/m2 área
superfície corporal (ASC), em • Linfoma não-Hodgkin intermediário ou alto
combinação citarabina e mercaptopurine. grau de malignidade
• Leucemia linfocítica crônica • 750 mg/m2 ASC no dia 1 em combinação com
doxorrubicina, vincristina e prednisona (regime
• 600 mg/m2 no dia 6 em combinação com vincristina CHOP, que é indicado como tratamento primário
e prednisona ou 400 mg/m2 de ciclofosfamida para pacientes portadores de linfoma não-
injetável nos dias 1 e 5 também em combinação Hodgkin), repetir a cada 3 a 4 semanas.
com vincristina e prednisona, repetir a cada 3
semanas. • Plasmacitoma
• Linfoma de Hodgkin • 1.000 mg/m2 áASC no dia 1 em combinação
• 650 mg/m2 de ciclofosfamida i.v. (intravenosa) nos com prednisona, repetir a cada 3 semanas.
dias 1 e 8 em combinação com vincristina,
procarbazina e prednisona. • “ protocolo VBMCP”: 400 mg/m2 ASC de
ciclofosfamida i.v. no dia 1 em combinação
com melfalano, carmustina, vincristina e
prednisona, repetir a cada 5 semanas.
Ciclofosfamida- via injetável
• Câncer de mama
• ciclofosfamida + outros agentes antineoplásicos→terapia adjuvante e terapia paliativa de câncer de mama.
• Protocolo CMF: 600 mg/m2 área superfície corpórea (ASC) de ciclofosfamida i.v. (intravenosa) nos dias 1 e
8 em combinação com metotrexato e 5-fluororacil, repetir de 3 a 4 semanas.
• Protocolo CAF: 500 mg/m2 área superfície corpórea (ASC) de ciclofosfamida i.v. (intravenosa) no dia 1 em
combinação com doxorrubicina e 5-fluorouracil, repetir de 3 a 4 semanas.
• Câncer de ovário avançado
• 750 mg/m2 área superfície corpórea (ASC) de ciclofosfamida i.v. (intravenosa) no dia 1 em combinação
com cisplatina, repetir a cada 3 semanas.
• 500 a 600 mg/m2 área superfície corpórea (ASC) de ciclofosfamida injetável no dia 1, em combinação
com carboplatina, repetir a cada 4 semanas.
• Câncer de pulmão de células pequenas
• 1.000 mg/m2 área superfície corpórea (ASC) de ciclofosfamida i.v. (intravenosa) no dia 1 em combinação
com doxorrubicina e vincristina, repetir a cada 3 semanas.
• Neuroblastoma
• Dependendo do estágio da doença e da idade do paciente a ciclofosfamida é usada em vários protocolos
quimioterápicos. 600 mg/m2 área superfície corpórea (ASC) de ciclofosfamida i.v. (intravenosa) no dia 1 em
combinação com vincristina, cisplatina e teniposido, repetir a cada 3 semanas.
Recomendações para a redução da
dose na presença de mielossupressão
• Contraindicação
• Hipersensibilidade ciclofosfamida
Contagem de Contagem de
ou a qualquer um dos excipientes
-
leucócitos [µL] plaquetas [µL] • Intensa depressão de função da
> 4.000 > 100.000
100 % da dose medula óssea (especialmente em
proposta
50 % da dose
pacientes tratados com agentes
4.000 - 2.500 100.000 - 50.000
proposta citotóxicos (substâncias tóxicas
Adiantamento até para as células) e/ou radioterapia);
< 2.500 < 50.000 a normalização ou
decisão individual • Inflamação na bexiga (cistite);
• Obstrução das vias urinárias;
• Infecções.
Ciclofosfamida
• Queda do cabelo, neutropenia
(baixa da imunidade), náusea e
vômitos.
• cistite hemorrágica
(>750mg/m2): prevenida pelo
protetor da mucosa da bexiga
(MESNA) e hidratação vigorosa;
• feitos nas células reprodutivas
(germinativas) pelos riscos de
infertilidade (Permanente)
• amenorreia e atrofia testicular
Doxorrubicina
• Fadiga, enjoo, diminuição
do apetite, aftas, diarreia;
• tóxica ao músculo cardíaco:
doenças cardiovasculares
prévias não devem fazer
uso
• todos os pacientes
devem ser monitorados
antes, durante e após o
seu uso.
Fluorouracil
• Diarreia; vômito; náuseas;
feridas na boca; falta de apetite;
olhos lacrimejantes;
sensibilidade à luz; alterações do
paladar; gosto metálico na boca
durante a administração do
remédio;
• descoloração ao longo da veia
pela qual a medicação é dada;
• anemia;
• infecções: sangramentos.
Taxanos: Paclitaxel
• Câncer de mama
• Tratamento adjuvante do câncer de mama linfonodo positivo,
administrado em sequência a uma terapia padrão combinada.
• Tratamento de primeira linha após recidiva da doença dentro de 6
meses de terapia adjuvante..
• Terapia de primeira linha em câncer avançado ou metastático de
mama, em combinação com trastuzumabe, em pacientes com super
expressão do HER-2 em níveis de 2+ e 3+ como determinado por
imunohistoquímica.
• Terapia de segunda linha após falha da quimioterapia combinada para
doença metastática
Taxanos: Paclitaxel
Taxanos: Paclitaxel
• risco da ocorrência de reações graves de hipersensibilidade-pré-medicação dexametasona;
• dispneia, rubor, dor no peito e taquicardia. Dor abdominal, dor nas extremidades,
diaforese e hipertensão
• Toxicidades Hematológicas: Supressão da medula óssea- Neutropenia grave com ou sem febre
• Episódios infecciosos: 1% sepse, pneumonia e peritonite, até fatal
• Infecções no trato urinário e no trato respiratório superior foram as complicações
infecciosas relatadas com maior frequência
• 20% plaquetas abaixo de 100.000 células/mm³; 7% tiveram uma contagem de plaquetas
< 50.000 células/mm³
• Hipotensão e bradicardia (3 primeiras horas de infusão),
• Anormalidades de condução cardíaca graves <1% dos pacientes : síncope,
anormalidades do ritmo cardíaco, hipotensão e trombose venosa.
Epirrubicina
• grupo – antraciclinas;
• Atuam nas células em crescimento ativo→ diminuir ou a
parar o seu crescimento e a aumentar a possibilidade de
que as células morram;
• Utilizada: carcinomas da mama e gástrico
• Administrada por via intravesical: do carcinoma papilar de
células de transição da bexiga; carcinoma in situ da bexiga;
profilaxia de recorrências do carcinoma superficial da bexiga
após resseção transuretral
Epirrubicina: Evento adverso
• 10% : mais frequentes são mielossupressão, efeitos secundários gastrointestinais, anorexia,
alopecia, infecção.
• Desconhecido: podem ocorrer pneumonia, sepses e choque séptico em consequência da mielossupressão.

• Neoplasias benignas malignas e não especificadas (incl. cistos e polipos)


Raros: Leucemia linfocítica aguda, leucemia mielóide aguda secundária com ou sem fase pré-
leucémica, em doentes tratados com Epirrubicina em associação com antineoplásicos que
lesam o ADN. Estas leucemias têm uma latência curta (1-3 anos).
• Doenças do sangue e do sistema linfático
Muito frequentes: mielossupressão* (leucopenia, granulocitopenia e neutropenia, anemia e
neutropenia febril).
Frequentes: trombocitopenia.
Desconhecido: hemorragia e hipoxia tecidual em consequência da mielossupressão.
* Doses elevadas de Epirrubicina foram administradas com segurança, com excepção de
neutropenia grave reversível (< 500 neutrófilos/mm3 durante < 7 dias) que ocorreu na maioria
dos doentes.
Epirrubicina: contraindicação
• Hipersensibilidade e amamentação
• IV: mielossupressão persistente; história atual ou prévia de
insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, angina,
miocardiopatia e infarto do miocárdio; infecções sistémicas
agudas; Insuficiência hepática grave.
• Administração intravesical: infecções das vias urinárias;
Tumores invasivos penetrantes da bexiga; Problemas de
cateterização; Inflamação da bexiga; Hematúria.
Exercício
• Realizar uma pesquisa dos seguintes aspectos: mecanismo de ação,
Farmacocinética, RAM/Efeitos tóxicos, Interações medicamentosas
dos seguintes fármacos:
• 5-Fluouracila
• Doxorrubicina
• Ciclofosfamida
• Paclitaxel

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