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JERÔNIMO MONTEIRO
ESPÍRITO SANTO
2019
MATHEUS CORDEIRO JARDIM
Monografia apresentada ao
Departamento de Engenharia
Florestal da Universidade Federal
do Espírito Santo, como requisito
parcial para obtenção do título de
Engenheiro Florestal.
JERÔNIMO MONTEIRO
ESPÍRITO SANTO
2019
iii
Ao meu pai Nelson Antônio Jardim (in memorian), que não está mais entre nós,
mas continua sendo minha maior força na vida. Sua lembrança me inspira e me faz
persistir.
A minha mãe Geralda Aparecida, por sempre me dar forças para continuar e
nunca desistir.
Charles Chaplin
iv
AGRADECIMENTOS
Sem Deus eu não tinha chegado a este ponto da minha vida, a Ele agradeço
por essa conquista. Agradeço, também, a Nossa Senhora Aparecida, por sempre
guiar minha família e a mim.
À minha mãe e meu irmão, que mesmo eu estando longe de casa, foram as
pessoas que me mantiveram de pé nessa jornada, sem medir esforços, e que me
apoiaram em todo momento.
A meus tios (as), primos (as), que nunca duvidaram de que eu ia conseguir. Em
especial, a minha vó, que sempre me trouxe risadas, apesar da idade ter chegado.
À minha namorada Nairá, que me motivou nessa escolha e que esteve sempre
ao meu lado nessa jornada.
A minha turma de 2015/1º, agradeço por cada dia de aula juntos, pelas viagens,
caronas compartilhadas, trabalhos e muitas discussões, apesar de tudo, muitas
risadas, vocês têm um futuro brilhante pela frente.
RESUMO
Obter mudas nativas de qualidade tem-se tornado um desafio para viveiros florestais,
visto que a exigência nutricional das plantas é diferente para cada espécie. Para isso,
determinar qual a melhor dose e fonte de adubação na produção de mudas garante
um alto rendimento dos viveiros, economizando tempo e insumos. Desta forma, o
presente trabalho tem como objetivo avaliar o efeito do uso de diferentes doses de
FLC (Fertilizante de liberação controlada) e de fertilizante convencional na qualidade
de mudas de Bauhinia forficata Link. O experimento foi instalado em delineamento
inteiramente casualizado, utilizando cinco doses de fertilização (0 g cm-3, 2 g cm-3, 4
g cm-3, 8 g cm-3 de FLC e 0,004 g cm-3 de fertilizante convencional, conforme indicação
na literatura para nativas). As avaliações foram realizadas aos 115 dias após a
semeadura, sendo avaliada: sobrevivência, número de folhas, altura, diâmetro do
coleto, teor de clorofila, volume da raiz, massa seca da raiz, massa seca da parte
aérea, massa seca foliar e massa seca total, que serviram de base para o cálculo do
IQD (Índice de qualidade de Dickson). Não ocorreu interação significativa entre os
tratamentos para as variáveis analisadas, os tratamentos foram considerados iguais.
Os tratamentos com FLC e fertilização convencional obtiveram valores que se
adequam aos parâmetros do IQD, resultando em mudas de boa qualidade, conforme
literatura. Diante disso, o estudo não conseguiu identificar qual a melhor dose de FLC
ou fertilização convencional para a produção da espécie avaliada, mas demonstrou
que os tratamentos realizados no presente trabalho produziram mudas de qualidade.
LISTA DE TABELAS
Tabela 4 – Quadrado médio do número de folhas (NF), altura (H), diâmetro do coleto
(DC), teor de clorofila (TC), volume de raiz (VR), massa seca parte aérea
(MSPA), das folhas (MSF), da raiz (MSR) e total (MST), índice de
qualidade de Dickson (IQD) das mudas de Bauhinia forficata Link.,
submetidas a diferentes doses de fertilizante de liberação controlada e
convencional, aos 115 dias após a semeadura. .................................... 29
Tabela 5 – Médias dos tratamentos das variáveis de número de folhas (NF), altura (H),
diâmetro do coleto (DC), teor de clorofila (TC), volume de raiz (VR), massa
seca radicular (MSR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca
foliar (MSF), massa seca total (MST) e Índice de qualidade de Dickson
(IQD) das mudas de Bauhinia forficata Link. Aos 115 dias, submetidas a
diferentes adubações com FLC e fertilizante convencional. .................. 29
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 7 - Avaliação das variáveis altura (A) e diâmetro do coleto (B) das mudas de
Bauhinia forficata Link. ............................................................................ 24
Figura 8 – Muda inteira recém retirada do tubete (A), Separação da raiz e parte aérea
(B), mudas na estufa (C). ........................................................................ 25
Figura 9 - Pesagem da raiz (A), parte aérea (B) e folhas (C), das mudas de Bauhinia
forficata Link. ........................................................................................... 26
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
Além disso, a planta é utilizada na medicina popular por possuir ação diurética,
antidiabética, tônica renal, depurativa e hipoglicemiante (LORENZI, 2002). Essas
características medicinais vêm despertando o interesse de vários pesquisadores, pelo
fato de estudos fitoquímicos corroborarem a identificação de um marcador químico
localizado nas folhas chamado “kaempferitrina” que exerce a atividade
hipoglicemiante (SILVA et al., 2000; SILVA; CECHINEL-FILHO, 2002, SOUSA et al.,
2004).
1.2. Objetivos
2. REVISÃO DE LITERATURA
muda, com aumento de altura, diâmetro de colo, produção de matéria seca do limbo,
da parte aérea, da raiz e total.
A liberação lenta ocorre porque os nutrientes ficam retidos, por meio de uma
cápsula de resina especial, em alguns casos, com polímeros de poliuretanos e
poliolefinas, que por processo de difusão, os nutrientes são lançados para fora da
cápsula devido à necessidade do meio, isto é, a liberação ocorre em função das
necessidades das plantas ao longo do ciclo de cultivo (TOMASZEWSKA et al., 2002;
BLAYLOCK, 2007).
analisando suas características fisiológicas. Por parte dos viveiristas é mais comum à
determinação por parâmetros morfológicos (GOMES et al. 2002).
A relação H/D e IQD para espécies florestais devem ser menores que 10 e
maiores que 0,2, respectivamente, para que a muda apresente alta qualidade e,
consequentemente, alta sobrevivência após o plantio (HUNT, 1990).
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3. MATERIAL E MÉTODOS
Doses Tratamentos
0 grama cm-3 T1
2 gramas cm-3 T2
4 gramas cm-3 T3
8 gramas cm-3 T4
0,004 gramas cm-3 T5
®
O fertilizante de liberação controlada utilizado foi o Basacote Plus 9M, com
formulação 16-8-12(+2) de liberação controlada, de forma ajustada as necessidades
nutritivas das plantas, possuindo duração de 8 a 9 meses.
22
Figura 5 - Esquema de disposição dos tubetes e seus tratamentos sobre as bandejas. Branco: células
vazias; cinza: tratamento 1; vermelho: tratamento 2; verde: tratamento 3; amarelo: tratamento 4; azul:
tratamento 5.
Fonte: O autor, 2019.
3.5. Avaliações
‘
Figura 6 - Avaliação das variáveis altura (A) e diâmetro do coleto (B) das mudas de Bauhinia forficata
Link.
Fonte: O autor, 2019.
• Teor de clorofila das folhas (TC): a leitura dos teores de clorofila foi realizada
em folhas da porção intermediária da muda, feita por meio de medidor portátil
de clorofila SPAD-502;
• Volume de raiz (VR cm-3): obtido com auxílio de uma proveta de 500 ml de
volume total. Para determinação a proveta foi preenchida por água até certo
volume e com o mergulho do sistema radicular, de cada muda avaliada, dentro
da proveta houve um deslocamento do volume marcado, sendo esse
deslocamento o volume da raiz em cm³.
25
• Massa seca: as amostras foram colocadas para secar (Figura 8C) em estufa
com circulação forçada de ar a 60 °C por 60 horas e pesadas logo em seguida
o Raiz (MSR g): as raízes foram separadas da parte aérea e lavadas com
água, acondicionadas em sacos de papel, separadas por repetição, e
postas para secar em estufa (Figura 8A).
Figura 7 – Muda inteira recém retirada do tubete (A), Separação da raiz e parte aérea (B), mudas na
estufa (C).
Fonte: O autor, 2019.
o Parte aérea (MSPA g): a parte aérea foi separada na região do colo,
colocadas em sacos classificados por repetição, secas e pesadas após
a secagem (Figura 8B).;
o Folhas (MSF g): pesado apenas as folhas secas, sem o caule;
o Total (MST g): calculada por meio da soma da MSPA e MSR;
26
Figura 8 - Pesagem da raiz (A), parte aérea (B) e folhas (C), das mudas de Bauhinia forficata Link.
Fonte: O autor, 2019.
𝑀𝑆𝑇
𝐼𝑄𝐷:
𝐻 𝑀𝑆𝑃𝐴
𝐷 + 𝑀𝑆𝑅
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Sobrevivência
É relatado por Bissani et al. (2008), que doses elevadas de fertilizantes podem
ser prejudiciais para o desenvolvimento das mudas, pois alguns nutrientes podem
apresentar toxidade quando contidos em alta concentração e ou inibirem a absorção
de outros elementos.
Tabela 4 – Quadrado médio do número de folhas (NF), altura (H), diâmetro do coleto (DC), teor de
clorofila (TC), volume de raiz (VR), massa seca parte aérea (MSPA), das folhas (MSF), da raiz (MSR)
e total (MST), índice de qualidade de Dickson (IQD) das mudas de Bauhinia forficata Link., submetidas
a diferentes doses de fertilizante de liberação controlada e convencional, aos 115 dias após a
semeadura.
QUADRADO MÉDIO
FV GL
NF H DC TC VR MSR MSPA MSF MST IQD
Adubação 4 8,24ns 82,48ns 0,40ns 0,002ns 6,14ns 0,08ns 0,74ns 0,24ns 1,29ns 0,005ns
CV (%) 26,87 24,73 14,74 2,55 25,91 38,17 47,43 52,60 43,67 33,64
Tabela 5 – Médias dos tratamentos das variáveis de número de folhas (NF), altura (H), diâmetro do
coleto (DC), teor de clorofila (TC), volume de raiz (VR), massa seca radicular (MSR), massa seca da
parte aérea (MSPA), massa seca foliar (MSF), massa seca total (MST) e Índice de qualidade de Dickson
(IQD) das mudas de Bauhinia forficata Link. Aos 115 dias, submetidas a diferentes adubações com
FLC e fertilização convencional.
Tratamento NF H DC TC VR MSR MSPA MSF MST IQD
1 (0 g.cm³) 7,16 18,92 3,11 1,59 6,87 0,58 0,99 0,41 1,58 0,19
2 (2 g.cm³) 9,95 26,37 3,75 1,64 8,0 0,69 1,60 0,70 2,29 0,23
3 (4 g.cm³) 10,79 29,6 3,81 1,63 10,25 0,92 1,94 0,97 2,87 0,29
4 (8 g.cm³) 8,62 26,78 3,42 1,57 8,87 0,89 1,84 0,93 2,74 0,27
Convencional 8,20 20,37 3,18 1,61 8,25 0,69 1,08 0,51 1,78 0,22
Tessaro et al. (2013), afirma que o número de folhas é um dos parâmetros mais
importantes a serem avaliados no cultivo de mudas, pois um bom desenvolvimento da
porção aérea permite à planta uma maior capacidade de fotossíntese.
Além de avaliar o TC das folhas, sua utilização tem se tornado uma opção afim
de avaliar o estado de nitrogênio das plantas em tempo real, prevendo necessidade
de correção. Tal relação é possível devido ao fato da intensidade do verde e o teor de
clorofila ter correlação com a concentração de N na folha (GIL et al., 2002; FONTES;
ARAÚJO, 2007).
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
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