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Petrucia Finkler
Direitos autorais © 2019 Petrucia Finkler
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outro, sem a permissão expressa por escrito da autora.
ISBN 978-85-63341-34-1
Página do título
Direitos autorais
Dedicatória
Apresentação
Introdução
Parte 1. O contato mágico e sensível com os elementos
AR – o saber mental
FOGO – o saber da transformação
ÁGUA – o saber da sensibilidade
TERRA – o saber da materialidade
Parte 2. Correspondências dentro da magia
AS QUATRO DIREÇÕES E O CÍRCULO MÁGICO
AS RODAS (direções, elementos, estações, horários do dia)
Os Sabás e os festivais das sociedades agrícolas
A PIRÂMIDE DOS BRUXOS
OS QUATRO NAIPES DO TARÔ
AS FERRAMENTAS E OBJETOS DE CADA ELEMENTO
OS SERES ELEMENTAIS E SUA AÇÃO EM NÓS
Parte 3. Os quatro elementos em diferentes sistemas e áreas do
conhecimento
OS QUATRO HUMORES
Os quatro elementos vistos pela astrologia
Parte 4. Equilibrando os quatro elementos na nossa vida
Mapeamento de si
Equilibrando a contabilidade
Rituais com os quatro elementos
Parte 5. GUIA RÁPIDO DE CORRESPONDÊNCIAS
Bibliografia consultada e recomendada:
Sobre o autor
Livros deste autor
Os quatro saberes
A magia do ar, do fogo, da água e da terra.
Petrucia Finkler 2019
Apresentação
Bons ventos!
Petrucia Finkler
Introdução
A teoria dos quatro elementos não é nada nova, segundo os registros que
temos, nasceu com Empédocles, um filósofo pitagórico que viveu no século
V aEC. [1] Pelos padrões modernos, ele seria considerado um físico, mas,
Empédocles, como muitos cientistas de sua época, se descrevia como um
mago e registrava suas teorias e percepções em forma de poesia.
Ele não apenas deu origem aos termos fogo, água, terra e ar, mas
explicou a natureza do universo como sendo fruto da interação entre amor e
luta, manipulando a combinação dos elementos. Ele afirmava que os quatro
são iguais em importância, embora cada um tenha suas características
próprias.
Claro que hoje a ciência trabalha com uma tabela periódica, marcando
um número muito maior do que os singelos quatro elementos iniciais
constatados por Empédocles. Porém, enquanto a tabela periódica da química
esmiúça em nível atômico cada um dos compostos físicos do universo
conhecido, nos revelando, por exemplo, as características das partículas de
ouro, prata, oxigênio e iodo, os poéticos quatro elementos que usamos na
magia são na verdade muito mais do que uma constituição básica da matéria,
eles são verdadeiros princípios.
Os quatro vão além da ideia de blocos básicos para a formação do
universo material: cada um representa um tipo primordial de energia e
consciência operando em tudo e também em cada um de nós.
Fisicamente, com um pouco de poesia e imaginação, é fácil de
constatar isso, pois se entrelaçam e combinam para formar um corpo humano
por exemplo. Ao morrermos, os quatro vão abandonando um a um nosso
corpo. O primeiro que se vai é o ar, quando paramos de respirar. Então
perdemos o fogo, representado pelo calor que nos mantém, depois liberamos
líquidos e, por fim, nosso físico se deteriora por completo, ou seja, nossa
parte terra também se despede.
Desde o princípio já havia a prática de fazer correlações entre esse
sistema quádruplo de entendimento e divisão de mundo com outros sistemas
de classificação, e essas correspondências são parte natural das teorias
ocidentais sobre o tema. Empédocles via os elementos como dois pares de
casais, igualmente divididos entre os gêneros e polaridades. Ar e Fogo foram
classificados como masculinos, enquanto Terra e Água foram classificadas
como femininas, uma distinção que foi mantida em toda a literatura
alquímica. Bem mais tarde, os primeiros baralhos de tarô demonstraram uma
divisão similar em seus naipes, delegando um naipe para cada elemento e
honrando esse equilíbrio de polaridade de gênero.
Tudo que Ar, Terra, Fogo e Água representam forma a base da
astrologia e das ciências ocultas. Pela visão da magia, toda educação mágica
que se preza começa pelos quatro elementos que são a base de composição
não só da matéria que nos cerca e de nossos próprios corpos, mas também a
base energética sobre a qual nosso mundo funciona. Tudo que é manifesto
neste plano se deu através do efeito da ação dos quatro elementos. Tudo que
estudamos ou tocamos pode ser decomposto ou estudado dentro da divisão
entre os quatro.
Muitos filósofos e alquimistas passaram a defender que os elementos
com suas propriedades características se manifestam no ser humano como
quatro naturezas ou personalidades distintas, apresentando preponderâncias
em cada indivíduo. Empédocles já postulava que quem possui os quatro bem
equilibrados seria mais inteligente, com uma percepção melhor de mundo.
O trabalho mágico que é focado na transformação e na evolução
pessoal sempre vai buscar um equilíbrio entre esses componentes e forças,
pois a compreensão profunda e o domínio no trabalho com eles faz toda a
diferença na qualidade de nossos resultados energéticos e mágicos. E essas
essências só podem ser conhecidas verdadeiramente pelo labor espiritual.
Vamos aqui explorar o que são esses princípios, dando espaço para
sua poesia e entendimento energético, veremos como se manifestam no tarô,
nas ferramentas mágicas de um mago e nas celebrações da roda do ano do
neopaganismo e da bruxaria. Então vamos entrar em outras áreas do
conhecimento, observando como aparecem na personalidade dos seres
humanos através da teoria dos humores e da astrologia. Ao final, vamos
juntar tudo isso, quando a proposta parte para uma auto avaliação e um
trabalho individual de equilibrar essas forças em si mesmo e na sua vida.
Não é à toa que “O Mago”, a carta de número um dentre os arcanos
maiores do tarô, é uma figura representada como tendo domínio sobre os
quatro, representados na carta por suas ferramentas simbólicas dispostas na
mesa diante do personagem: a Espada, a Varinha, o Cálice e a Moeda. O tarô,
sendo um antigo livro de sabedoria, contendo 78 folhas soltas, carregadas de
conteúdo simbólico, apresenta como seu primeiro grande mistério um mago
que domina os elementos.
Segundo a doutrina hindu, onde os elementos são chamados de
tattwas, os quatro mais densos, ar, fogo, água e terra, teriam se formado a
partir do quinto, o princípio akáshico, a quintessência. Esse esquema
cosmológico se repete nas estupas tibetanas, construções arquitetônicas que
representam o universo e são formadas por um cubo (terra) na base, seguido
por uma esfera (água), uma espiral (fogo) e uma meia-lua (ar/vento),
encimada por outra esfera menor representando o éter, a força primária da
qual emanam todas as outras forças.
A tradição mágica ocidental em geral fala muito pouco do quinto
elemento, ele é entendido como distinto e ao mesmo tempo a fonte original
dos quatro. O quinto elemento pode representar níveis mais elevados do ser,
mas que surgem a partir da interação entre os quatro básicos. Ele tem poucas
correspondências, e praticamente não são utilizadas na magia natural. Mesmo
sem aparecer tão claramente nos trabalhos que desenvolvemos, sua presença
está sempre lá, pois é a presença da energia divina original, que tudo
influencia e permeia.
É o posicionamento deste quinto elemento junto dos outros quatro que
gera o diagrama tão amado por tantos bruxos e magos: o pentagrama. A
ponta superior da estrela corresponde exatamente ao Espírito que tudo rege e
tudo supervisiona.
Parte 1. O contato mágico e sensível com os
elementos
Jornada ao reino do Ar
Condenso e invoco o ar para dentro do meu espelho negro. Vejo
formarem-se na superfície nuvens altas e escarpas. Escarpas íngremes que
dão para o mar que bate contra a rocha com certa violência. A montanha
junto da água é muito alta, nas alturas voam pássaros que grasnam na
imensidão do céu. Um gavião pequeno vai pousar na mão de Paralda, o rei
deste elemento, ele tem o cabelo em tom de loiro frio e olhos de um azul
muito pálido. Como parte de sua armadura, usa proteções no braço, feitas de
couro e metal. Estou ao seu lado, ele chama um gavião gigante, em que
montamos os dois e saímos a voar. Entre nuvens, no vento, o ar gelado contra
o rosto, voamos sobre o mar e sobre florestas. É muito bom – e lindo –
observar o mundo lá de cima. A extensão e abertura da visão são libertadoras,
é a delícia da vastidão e da liberdade.
Então partilho do olhar do ponto de vista de uma águia que avista um
coelho correndo lá no solo e, em uma fração de segundo, embica o corpo com
total aerodinâmica num mergulho certeiro e mortal atrás do bicho. Vejo tudo
através de seus olhos e acompanho como ela leva a presa até o ninho, e a
deixa cair onde os filhotes lhe aguardam.
Sinto a presença de aviões, e Paralda me aponta que, além de penas, a
lataria de aviões e de foguetes também são símbolos do Ar.
A ave, sobre a qual estou montada neste voo, pousa em uma árvore da
floresta. Vários pássaros ocupam o espaço e alimentam seus filhotes. Vejo os
biquinhos famintos para cima, pedindo a comida e o bico dos pais passando a
porção macerada para os filhos. A algazarra dos pássaros me chama a
atenção, é fim de tarde. Uma comunicação animadíssima permeia todo o
verde e se espalha de uma copa a outra, de um grupo a outro, é uma
celebração do entardecer e da hora de recolher-se. A celebração recomeça na
alvorada, quando todos saúdam a manhã que chega. São arautos da vida! Dão
boas vindas e também se despedem da luz nossa de todo dia.
Percebo as variações de tom e timbre das aves e de que forma as
mensagens são comunicadas na floresta, na cidade, nas áreas rurais e também
na vastidão solitária dos picos e dos grandes vales.
Vou parar em um banquete à noite, no que parece ser uma aldeia.
Paralda está sentado no chão com pessoas, em círculo. Riem, bebem e
contam histórias. Vejo gente dançando, pares que vão se trocando e parecem
seguir um padrão. Ele me explica que danças coreografadas como o Minueto
e outras que incluem trocas de pares – fazendo as pessoas socializar – são
favorecidas por ele. Paralda percebe minha confusão quando observo a
fogueira no centro da roda onde ele está sentado e explica que nada impede
um elemento de compartilhar do outro, que a fogueira é um local perfeito
para reuniões e histórias – sempre foi. E, com isso, ele me instiga a voltar
para o meu mundo e compartilhar a história que vivi naquele lugar.
Exemplo de chamado:
Preces
Podemos nos habituar a enviar nossas mais profundas aspirações
positivas e amorosas ao universo para a atmosfera terrestre todas as noites.
No budismo é comum se desejar paz a todos os seres, na tradição dos índios
Lakota da América do Norte, há uma saudação reproduzida pelos xamãs
modernos que é Mitakuye Oyasin, que significa “para todas as minhas
relações”, uma saudação que espalha reconhecimento e gratidão a todos os
seres do nosso entorno, a todos aqueles com quem interagimos. Se pensarmos
o mundo de forma animista, esses seres incluem as rochas, as montanhas, o
mar, o céu, além da fauna, flora e dos outros humanos de nosso círculo.
A atmosfera terrestre é uma fronteira da alma planetária e dali todos
os seres podem se imbuir, podem sonhar e ser nutridos por essa fonte comum
de pensamentos amorosos que se reúnem ali. Então faça sua parte, enviando
mentalmente suas preces e imagens de um mundo mais pacífico, justo,
amoroso e consciente. Ao enviar suas orações, você se interliga com essa
rede carinhosa.
Respire
Especialmente em locais de ar puro, respire fundo algumas vezes,
percebendo e comungando com o elemento ar que entra no seu corpo, ele é
acumulado e absorvido pelos pulmões e transmitido para todo o corpo
rapidamente através da corrente sanguínea. Comece a prestar atenção no
desejo mútuo que ocorre. Seu corpo deseja e pede pelo ar, mas também o ar
deseja ser experimentado e absorvido por você.
Invoco o fogo para dentro de meu espelho negro. Vejo triângulos, sol,
raios de sol batendo na areia, um vulcão, um deserto. No deserto alaranjado,
ao lado de um rio de lava, encontro Djinn, seu rei elemental, da forma como
costumo vê-lo, com seus cabelos e barba de raios eletrizantes e olhos de
chamas. Não é um mundo bonito de se ver comparado à água, à terra ou ao
ar, mas isso é porque o fogo é muito intenso, seu reino é uma lembrança
sobre a medida do fogo.
Um dragão me cumprimenta e caminha me mostrando que em meio à
uma floresta queimada há uma peça gigante em osso.
Para moldar metal usa-se muito calor e força, pois é preciso bater.
Para moldar matéria dura, só com muito fogo e forja é que se consegue
alterar a forma. Também é a alta intensidade do calor e a compressão que
formam os diamantes e as pedras preciosas, ou seja, esse trabalho do calor e
da pressão é necessário para atingir algo de grande beleza e valor. Preciso
cultivar e moldar meu fogo interno, bem como preciso do exercício físico,
que também produz calor e molda a musculatura e fortalece a circulação. O
fogo é a cola que une moléculas, que atrai os átomos e as células. Djinn me
mostra que a vida só existe pelo calor, já desde as estrelas – elas são a
origem. O fogo é o primeiro.
Exemplo de chamado:
Prece
Tenha uma vela que você acende por alguns minutos todas as noites,
antes de dormir, para fazer suas preces agradecendo pelo dia, abençoando
seus ancestrais e lançando proteções para o seu sono. Uma prece que gosto
muito é a seguinte:
“Agradeço pelo dia de hoje e me despeço, pedindo aos deuses que
abençoem este lar e esta família por toda a noite e nos guardem até nosso
despertar pela manhã. Eu hoje me deito em paz com meus irmãos, em paz
com meus antepassados, em paz com os Deuses.”
Lembre-se de apagar vela antes de dormir.
Transmutação
Acenda uma chama em um pouco de líquido inflamável (álcool acima
de 70%, vaselina ou parafina) contido em um caldeirão e queime ali uma lista
de características suas que não contribuem com sua vida – crenças negativas,
atitudes de auto sabotagem, rancores, etc. – com o pedido de que sejam
transmutadas pelo fogo.
Piromancia
O uso do fogo como oráculo é conhecido como piromancia. Foque em
alguma questão ou pergunta, esvazie seus pensamentos e fixe o olhar na
chama de uma vela ou nas labaredas de uma fogueira ou lareira. Fique aberto
às imagens ou sensações que possam surgir nas chamas ou na sua mente.
Exemplo de chamado:
Conselhos oraculares
Abra uma carta de tarô ou outro oráculo todas as manhãs pedindo um
conselho sobre a atitude que mais vai lhe ajudar naquele dia. Não tem
problema se você precisa se apoiar em algum livro para ajudar na
interpretação. Faça dessa leitura um momento especial, tenha um cantinho
onde guarda seu oráculo, acenda uma vela ou incenso, respire fundo,
embaralhe e tire sua carta.
Se você gosta de oráculos, faça um curso, se aprofunde. Há um
universo muito rico nos símbolos e na conversa que acontece entre a gente e
aquilo que reside nos planos menos tangíveis.
Oferendas
Para perceber e convidar a presença de espíritos da água, leve flores
de presente para eles. Vá de manhãzinha ou ao entardecer, quando não
houver brisa e deposite flores sobre a superfície de um lago ou riacho. Jogue
as flores a alguns centímetros da margem e observe, em poucos minutos
ocorre uma agitação na água quando os espíritos da água aparecem. Colocar
um buquê às margens de um rio também pode chamar uma ninfa ou um
guardião das águas.
Exemplo de chamado:
Voltando-se para o Sul use sal ou uma pedra cristalina.
De uma profunda caverna de cristal, forrada de folhas em uma terra
de fadas muito distante, das antigas florestas escuras de carvalhos e
araucárias feito sentinelas silenciosas, dos bosques repletos de hera e dos
cromeleques fora do tempo, venham, espíritos das montanhas adornadas
pela meia-noite.
Como o ciclo perpétuo das estações, que estabilizam, que nutrem, que
sustêm...
Do cânion que acompanha o riacho, todo salpicado de preto e verde
esmeralda, da acolhida do solo que nos rodeia, da caverna que abrigava
nossos ancestrais, berço da magia mais profunda...
Da constelação celeste que guia nossos marinheiros e nossos
espíritos, venham mistérios da luz e da sombra, criaturas da Terra, espíritos
do Sul, tragam sua magia.
Ensinem-nos seus segredos cristalinos, sua sabedoria paciente.
Tragam as bênçãos nutritivas e protetoras dos Deuses que abrigam o
mistério vasto e impenetrável...
Abençoem aqueles que trabalham sua terra escura e fértil, esses que
proveem para nossas comunidades com sua força e habilidade.
Estejam conosco na estação da vida interior, do silêncio e da
escuridão enquanto descansamos antes de voltarmos a brotar e crescer.
Guardiões do portal Sul, unam-se ao nosso círculo.
Práticas ou meditações
Garantindo o ciclo da vida
Descubra espécies vegetais que estão ameaçadas na área que você
mora e obtenha algumas sementes originárias da própria região, adequadas ao
tipo de solo e clima. Então, em um dia sem vento, segure-as em uma das
mãos, use um maracá para vibrar sobre elas e ativá-las energeticamente,
feche os olhos e deixe que o chocalho converse com as sementes. Perceba
como elas estão relacionadas com a grande teia cósmica e converse com o
espírito delas. Caso receba informações ou até uma melodia, use isso na hora
do plantio. Na estação certa para plantar, prepare a terra direitinho, cantando
baixinho e sussurrando palavras amorosas, prepare o leito dessas sementes e
as deposite ali como quem coloca um bebê para dormir. Cuide delas, com
água, adubo e repelentes naturais contra insetos. Cuide dos brotos e do
crescimento delas e, quando for o momento, recolha também as próximas
sementes que sua planta ofertar.
Medite em silêncio
Em nosso mundo tão saturado de estímulos auditivos e visuais, a
prática do silêncio interior e dos olhos fechados é um encontro com o espaço
interno de nossas almas. Pratique e busque esses silêncios e ausências. É
apenas no silêncio e na meditação intencionais ou nos lugares plácidos de
natureza onde podemos encontrar a música do universo.
Produza e ofereça
Faça uma peça em argila ou cerâmica, movido apenas pelo momento
e presença. Não tenha objetivos em relação à forma, deixe que ela aconteça,
que suas mãos escolham o que querem manifestar. Pode acrescentar a
intenção de oferecer a peça como presente aos espíritos do local ou do jardim
da sua casa. Cumpra o prometido e, depois de pronta, entregue a peça
depositando-a na natureza à qual você homenageou com seu trabalho.
Arrume seu ambiente
Observe sua casa ou seu quarto: o que fez para tornar esse local um
santuário? É limpo ou organizado? Está de acordo com o que imagina desejar
para sua vida? Que opções, ideias e pequenas modificações podem ser feitas
para refletir a vida que você deseja?
Estruture ou flexibilize
Medite sobre o que precisa de mais estrutura na sua vida porque está
solto demais, e aquilo que precisa de mais flexibilidade por ter se tornado
rígido demais.
A Terra gira de leste para oeste diariamente no seu eixo, porém como
o equador do planeta é mais largo – ela não é uma esfera perfeita –, o giro na
realidade é mais rápido no equador do que nos polos. E tudo que parte do
equador rumo ao norte acaba fazendo uma curva pelo próprio movimento da
Terra. No Hemisfério Norte, a curva se dá da esquerda para a direita seguindo
um contorno que chamaríamos de horário. No Hemisfério Sul, ocorre o
contrário, e a força leva a uma curva que vai da esquerda para a direita pelo
contorno oposto, o que chamaríamos de anti-horário. Isso é levado em
consideração nos planos de voo de aeronaves.
Os furacões e ciclones giram em sentido contrário em cada um dos
hemisférios, o que é mais uma prova de como as correntes são afetadas de
forma diferente em cada metade do planeta. No caso dessas tempestades, elas
giram no sentido oposto ao do efeito – e isso acontece por conta do próprio
efeito. É confuso, mas existem vídeos na internet que ajudam a explicar ou,
se tiver a oportunidade, consulte algum geógrafo perto de você. O importante
é que o movimento das tempestades nos indica o movimento da força de
dispersão das energias, pois o ciclone cresce enquanto gira. Para nós, do
Hemisfério Sul, o sentido desse giro, e portanto o sentido da dispersão das
forças, é o sentido horário.
Ou seja, como já observamos com as estações do ano, um hemisfério
é o espelho do outro, sempre com a força oposta em seu ápice. Não há como
negar que em 21 de dezembro celebramos o clímax do sol e a entrada do
verão no Brasil, enquanto no Canadá, os habitantes celebram a noite mais
longa do ano e a chegada do inverno. Agora, de nada adianta invertermos os
festivais sazonais para acompanhar as mudanças das estações, que são
óbvias, se não nos rendermos ao que as forças do chão que habitamos nos
pedem e demonstram nos seus movimentos naturais.
Nosso sol sempre vai nascer ao leste e se pôr no oeste. Fato. Porém, o
percurso do ângulo que ele usa para chegar de um lado a outro é oposto
dependendo do hemisfério no qual a gente se encontra. Salvo raras
posições em alguns paralelos ou na linha do equador em determinados
períodos do ano, você não vai ver o sol exatamente a pino por cima da sua
cabeça, mas sempre tendendo a uma inclinação para o horizonte – quanto
mais longe do equador você estiver, mais óbvia essa inclinação e mais
próxima da linha do horizonte.
A regra é: o sol sempre vai fazer o percurso de leste a oeste pendendo
para a direção da linha do equador. Portanto, se você mora no Hemisfério
Norte, o sol vai rumar de leste a oeste passando pelo sul. Dando a sensação
daquilo que chamamos e conhecemos como “sentido horário”, que é o
sentido do relógio, como já foi explicado.
Agora, se você mora no Hemisfério Sul, o movimento solar de leste a
oeste passa pelo norte. Dando a sensação do que chamamos e conhecemos
como “sentido anti-horário”. Qualquer arquiteto pode confirmar isso para
você, pois eles privilegiam a face norte em todas as construções em função da
iluminação solar.
Portanto, o nosso Deosil no Hemisfério Sul é o que chamamos de
sentido anti-horário. Esse é o sentido mais natural para nós, o sentido que as
sombras se movem durante o dia, o sentido que o sol anda, o sentido do
crescimento e da concentração de forças.
Para nós, a força de dispersão, desmanche e abertura se dá ao nos
movermos no sentido horário. Isso vale para todo o Hemisfério Sul.
E observe como é natural as pessoas dançarem em roda se movendo
para o lado da mão direita e, ao se apresentarem num círculo, passarem a
palavra para a pessoa que está à sua direita. Isso é o mais natural no Brasil,
ninguém pensa sobre isso, o corpo simplesmente faz.
Nos Estados Unidos, país no qual morei por muitos anos e que
também considero minha casa, esses movimentos corriqueiros são o
contrário. Em qualquer ambiente, pode ser um seminário empresarial, que
nada tem a ver com magia, as pessoas se apresentam em uma roda passando a
palavra naturalmente para quem está à esquerda por exemplo. É o automático
para eles.
A natureza fala por nossos corpos e nossos hábitos, ela sempre nos dá
dicas daquilo que é natural, é só prestar atenção.
Segundo esse raciocínio, também se invertem algumas direções nas
práticas mágicas que seguem as premissas da magia ocidental. O Leste segue
sendo o nascer do sol, portanto Ar. O oeste segue sendo o pôr do sol (e temos
o Oceano Pacífico daquele lado também) então temos aí a Água. Porém,
nosso calor vem todo da direção norte e é para lá que se inclina o Sol durante
o dia, então ao norte vamos colocar o Fogo. Quem, como eu, é do Rio Grande
do Sul, não tem dúvida de onde vêm as frentes frias e os ventos gélidos do
inverno, que chegam da Argentina, vindos da Antártica, o continente gelado
ao nosso Sul. Temos uma massa de terra gelada ao Sul, portanto, voltados
para lá, invocaremos o elemento Terra.
Seguindo o ritmo natural de girar para acompanhar o movimento do
sol no nosso hemisfério, podemos manter a mesma sequência de
correspondências dos elementos, a roda parte do Leste, vai para o Norte, para
o Oeste e, por fim, ao Sul. Do Ar, para o Fogo, para a Água e para a Terra.
Do amanhecer, para o meio-dia, para o entardecer e a meia-noite.
Agora, não cometa o sacrilégio de estar fazendo um ritual em alguma
praia brasileira e ficar de costas para o mar a fim de invocar a Água que
estaria no oeste. Use do bom senso para invocar o elemento da direção de
onde ele se apresenta quando estiver assim tão obviamente presente na
ocasião.
A direção para a qual a bruxa/bruxo/mago se move em um ritual é
muito importante para o tipo de trabalho e energia que se busca, então a ideia
é mover-se com o Sol (no caso brasileiro, anti-horário) para invocar,
aumentar a energia, acrescer e entrar em contato com a potência da vida; e
contra o Sol (para nós, o horário), para banir, minguar a energia, encerrar um
ritual, ou decrescer algo.
Para aqueles que se sentirem inseguros de arriscar a ousadia de girar
no sentido anti-horário em suas cerimônias e precisam validar essa
experiência pela voz de algum autor consagrado e nórdico eu ofereço os
seguintes trechos:
As quatro paredes
Pense na Pirâmide dos Bruxos como tendo quatro paredes. Cada uma
delas corresponde a um princípio. Unidas, geram energia e poder que se
afunila em um único ponto preciso que, além de ser a soma de tudo, é o ponto
a partir do qual a soma é projetada no cosmos. Os quatro lados, Imaginação,
Vontade, Fé e Segredo, são por vezes mencionados como Saber, Querer,
Ousar e Calar.
IMAGINAÇÃO – A imaginação é nosso poder inato de conjurar em
nossas mentes qualquer cena que desejarmos. Pode ser em um sonho
acordado, fantasias e devaneios, ou na forma de exercícios criativos ou
artísticos. No entanto, esse é um poder dos mais interessantes, pois tudo
aquilo que criamos ou produzimos no plano material precisa primeiro existir
na forma de uma imagem (ninguém assa um bolo sem imaginá-lo antes, cria
uma cadeira sem visualizar seu formato) e também porque nosso cérebro não
sabe diferenciar entre o que vemos com os olhos físicos ou o que vemos
dentro de nossas mentes. A Imaginação como ferramenta e tecnologia deve
ser valorizada e desenvolvida. Por conta de seu princípio de conceber
imagens na mente, está ligada ao elemento Ar.
Uma imagem bem concebida pode evocar emoções fortes que ajudam
a dar vida e movimento à nossa magia. Habilidades potentes de imaginação e
visualização podem ajudar em nossa jornada aos outros mundos e a contatar
entidades de outros planos. Ao aceitar o poder de nossa imaginação e
encorajá-lo, nos disponibilizamos para as experiências espirituais nos
capacitando a visualizar e acessar coisas que nunca vimos e lugares que
jamais visitamos.
Na feitiçaria e em técnicas de visualização criativa, é importante
enxergar com total clareza e vivenciar o resultado desejado nos mínimos
detalhes, envolvendo todos os nossos sentidos – e isso pode ser alcançado
através da capacidade de imaginação.
Einstein dizia: “A imaginação é mais importante que o
conhecimento”. E nas palavras de George Bernard Shaw: “Você vê coisas e
se pergunta ‘Por quê?’. Já eu sonho coisas que não existem e digo, ‘Por que
não?’”.
✽✽✽
Espadas
Corresponde ao plano mental e ao elemento Ar. Seu símbolo aparece
como espadas ou adagas nas cartas e há uma tendência a cenários com muito
céu, voos e nuvens. É ligado ao plano das ideias, das metas, da imaginação,
do aprendizado e do pensamento. Toca em temas como discernimento,
clareza, comunicação, acordos, mas pode descambar para o sofrimento que
nos trazem os pensamentos e crenças nocivas e repetitivas.
Paus
Corresponde ao plano espiritual, energético, vital e ao elemento Fogo.
Seu símbolo pode surgir como bastões de madeira, clavas, varinhas mágicas
ou cajados, e há uma tendência a cenários com imagens de deserto e sol
causticante. É ligado ao plano das decisões, das ações, das motivações e o
rumo para o qual nos levam, além de confiança, sucesso e elementos de
transcendência. Toca em temas como energia vital, iniciativa, poder de ação e
poder pessoal, mas também fala das lutas que travamos para provar nossa
verdade ou tentar subjugar o outro.
Copas
Corresponde ao plano emocional e sentimental e ao elemento Água.
Seu símbolo aparece como taças, cálices, caldeirões ou copos e há uma
tendência a cenários com fontes, rios, cachoeiras e o mar. É ligado ao plano
abstrato das emoções, do sonho, devaneio, da percepção sensorial e sensitiva
e do desejo, principalmente o amoroso. Toca em temas como compaixão pela
humanidade, bondade, plenitude e parceria amorosa, mas também fala do
egoísmo, do ciúme e da crença na nossa falta de valor e merecimento.
Ouros
Corresponde ao plano material e ao elemento Terra. Seu símbolo
aparece como moedas, pentáculos ou discos e há uma tendência a cenários de
plantações ou então muito verdes, plenos de frutas e flores. É ligado ao plano
da posse, da aquisição, controle, riqueza, materialidade, fartura e
prosperidade. Toca em temas como abundância material, frutificação,
colheita de esforços, fim de um caminho percorrido, família, trabalho e casa,
mas também da necessidade, da falta, e da transitoriedade da matéria.
AS FERRAMENTAS E OBJETOS DE CADA
ELEMENTO
Vassoura, cajado e caldeirão são das primeiras ferramentas que vêm à
mente quando as pessoas pensam na imagem de um bruxo, feiticeiro ou
mago. É quase como se a imagem mítica e arquetípica dessa figura que
transgride as leis dos reinos naturais fosse intrinsicamente ligada às
ferramentas que usa. Também há a varinha mágica, ou a de condão, claro, se
estiver nas mãos de uma fada-madrinha.
A verdade é que todos que trabalham com magia se valem de um
arsenal de ferramentas para auxiliar nas diferentes partes desta Arte, e cada
ferramenta tem propriedades e correspondências próprias. Comum a todas é o
fato de serem apenas uma manifestação externa que auxilia na concentração e
potencialização de um poder que está dentro do praticante.
Acontece de algumas pessoas começarem se sentindo meio tolas
usando as ferramentas, outras usam como se fosse um instrumento cênico,
num teatro ritual que estão fazendo, mas se varinhas e espadas forem
movidas por gestos vazios, estarão desprovidas do poder que caberia a elas
portar e condensar.
Os instrumentos não são acessórios psicológicos, preparados de forma
adequada, consagrados e carregados magicamente pelo uso ao longo dos
anos, eles se tornam reservatórios de energia. Porém, para que possam
acessar e liberar esse poder, é preciso uma consonância entre a mente e o
emocional do bruxo com o uso da ferramenta, ou seja, é preciso acreditar
com cada fibra do seu corpo que aquela ferramenta está tendo a função e
efeito que você pretende para ela, não há espaço para a dúvida.
Antigamente, era tradicional fabricar as próprias ferramentas, e é
sensacional um ceramista fazer seu cálice, e alguém que saiba forjar metal
poder fazer sua adaga ou espada, mas hoje a maior parte dos praticantes se
contenta em preparar e fazer sua própria varinha. De fato, a varinha, na minha
tradição, é a ferramenta mais importante, por ser o instrumento da vontade de
quem a porta, e deve sempre ser feita pelo próprio bruxo, nunca comprada
pronta.
Outra abordagem bastante tradicional é de jamais pechinchar, regatear
ou pedir desconto no preço da ferramenta que interessa comprar. Pague de
bom grado o valor pedido ou não compre se não estiver ao seu alcance.
Pode comprar instrumentos usados. Há cálices lindos em lojas de
antiguidades, facas e espadas maravilhosas também. Mas atenção, caso sua
tradição não permita que a lâmina tenha algum dia feito sangrar um ser vivo,
é bom investigar se a espada de 1840 que você está comprando foi usada em
alguma revolução ou se o punhal usado abriu um javali ou perdiz.
Oráculos, incensários, turíbulos, pilões, pratos, vassouras, estacas,
leques, bastões e cristais são instrumentos mágicos que cada um pode usar
segundo sua instrução ou tradição, mas os básicos, que são comuns à Magia
Cerimonial, Bruxaria Tradicional, Wicca e derivativos, lembram os naipes do
tarô. No entanto, vale lembrar que, muito antigamente, esses instrumentos
todos eram objetos comuns encontrados nas casas das pessoas, pois ninguém
tinha o interesse de chamar a atenção sobre si em tempos de perseguição
religiosa, ainda mais nos tempos da inquisição.
AR
FOGO
Ferramenta mágica: a varinha, a haste, a lança ou o cajado.
Simbolismo da ferramenta: a varinha e o cajado aparecem em várias
histórias e mitos em estreita relação com a presença de um mago e está
sempre associada à expressão da vontade deste mago. Ele diz as palavras
mágicas ou engaja suas forças psíquicas e direciona a varinha ou bastão
apontando para onde deseja manifestar seu efeito. A varinha, mesmo a de
condão, sempre é apontada em determinada direção ou chega a tocar aquilo
que vai passar por uma mudança ou transformação.
O fato de ser feita da madeira do ramo de uma árvore aponta para
características de crescimento e criatividade.
A varinha é usada para conjurar e direcionar energia e também ajuda a
direcionar o portador para aquilo que é mais benéfico a ele. Ela também é
capaz de banir influências ou espíritos e conjurar as entidades desejadas.
Como estaca ou cajado, pode absorver e estocar energias da terra, servir de
altar para trabalhos na mata, e conectar o solo com o céu, fazendo o papel de
árvore do mundo. A lança, além de dirigir a vontade, tem o bônus da precisão
e capacidade de perfuração concedidas pela ponta afiada.
Tradicionalmente uma varinha deve ser do tamanho do antebraço do
usuário, desde a ponta do dedo médio até o cotovelo, de preferência sendo
confeccionada a partir de um ramo caído. Se for cortar da árvore, peça
permissão à planta e agradeça depois. Entalhe, desenhe, decore como desejar.
Ela deve ser quase uma miniatura energética de tudo que for referente à sua
vontade, suas características mais fortes, sua garra e sua capacidade de
comando.
Seja como varinha, cajado ou haste, é evidente a alusão desta
ferramenta à anatomia íntima masculina e sua habilidade de direcionar a
semente criativa e dar a vida, representando assim a criatividade e força vital
do portador direcionadas ao seu objetivo.
ÁGUA
Ferramenta mágica: taça, tigela, cálice e caldeirão.
Simbolismo da ferramenta: todas as versões possíveis para esse
instrumento são objetos que contêm principalmente líquidos. Pelo formato
arredondado e a alusão ao útero e ao ventre, são símbolos da capacidade da
fêmea de conter, gestar e nutrir. Simbolizam o poder de criar, o contato com
o plano emocional, com as memórias, com a ancestralidade e também a tudo
que alimenta o corpo, a alma e o coração.
A relação com o líquido também alude às águas originais do planeta e
ao grande oceano que deu origem à toda a vida na Terra, entrando no
território do arquétipo da Grande Mãe. Assim, também se estabelece uma
relação com a lua, por conta das marés, com isto, é no cálice ou na tigela
onde se captura e abençoa a água buscando conter ali o reflexo da lua cheia.
Esse instrumento que se configura em receptáculo arredondado pode
refletir as quatro faces da Deusa seguindo as fases da lua: representa a
Donzela, no processo de ser preenchido de líquido, a Mãe, quando está cheio
e pleno, a Feiticeira, ao derramar e minguar seu conteúdo, e a Anciã, quando
retorna ao vazio original.
O cálice é usado para bebidas consagradas (água, vinho, hidromel,
suco), e o líquido é transformado pelo intento do portador, representando o
poder e a alegria da divindade. Também se usa a tigela para deixar oferendas
ou descansar ingredientes ou misturas que precisem absorver energias da
noite ou do dia, ou então à espera do momento mais propício para seu uso.
As tigelas podem ser feitas de madeira, argila, coco, cabaça ou chifre.
O cálice pode ser de osso, metal (verifique se ele não se altera com a acidez
do vinho) ou feito em cerâmica, e deve ter as bordas levemente voltadas para
fora, dando a sensação de formar quase um lábio. O caldeirão é ótimo para
cozinhar, misturar poções ou então queimar ervas em carvão ou acender um
fogo ritualístico. Tenha caldeirões separados para fogo e para líquidos, pois a
manutenção é completamente diferente. Um caldeirão de queimas se desgasta
mais e sempre fica com fuligem grossa ou cinza, seria impossível retirar esses
detritos completamente para ali ferver algo para ser consumido como bebida
ou comida.
Quando um cálice é usado de forma apropriada, pode gerar uma nova
vida espiritual e manifestar as emoções, esperanças e imaginação daquele o
que o segura. O caldeirão é usado da mesma forma, mas com mais poder e
uma representação elemental aumentada. É uma porta para o outro mundo
como também um símbolo do nascimento e da morte.
TERRA
Ferramenta mágica: pentáculo, espelho, tambor xamânico/celta,
escudo
Simbolismo da ferramenta: o pentagrama é o símbolo mais
tradicional da Arte e o pentáculo, que é o disco com o pentagrama inscrito
dentro de um círculo, simbolizando os quatro elementos em perfeito
equilíbrio com o quinto, o Éter ou o Espírito, que guia seu propósito. Ele nos
lembra que cada um dos elementos está presente na composição de todas as
coisas e sempre em relação um com o outro.
O pentáculo pode ser de metal, madeira, pedra ou cerâmica, e
funciona como um aparelho de aterramento, recebendo energias espirituais
cruas e as equalizando para uso e direção em um ritual. Quando usado como
escudo, bloqueia e recebe energias voláteis, neutralizando-as ou devolvendo-
as para a fonte originadora. Você pode colocar sobre ele talismãs, comida, ou
qualquer outra coisa que deseje equalizar e potencializar.
O Espelho se refere a um disco de obsidiana ou um vidro redondo
côncavo pintado com tinta negra especial usada para scrying (busca de
visões). O Tambor é o encontro do espírito da Árvore com o espírito Animal.
A fusão da vida desses dois reinos se torna assim o pulsar do coração da Mãe
Terra. Este pulsar auxilia os estados discretos de consciência, invoca
energias, chamando entidades ou também mandando embora as energias
negativas. O Escudo é usado de forma similar ao pentáculo, porém com
maior poder e uma representação elemental aumentada.
Vale comentar que o pentagrama é uma estrela, e, com ela, vem o
conceito de estrela guia. Os navegadores sempre se guiaram por estrelas para
encontrar seu rumo, assim temos no Cruzeiro do Sul no Hemisfério Sul, e a
Estrela Polar, na constelação da Ursa Menor, para os navegantes do
Hemisfério Norte. Em uma das metades da Terra, somos guiados pelo Sul, na
outra, pelo Norte; mais um lindo exemplo da relação espelhada que temos
entre os dois hemisférios.
OS SERES ELEMENTAIS E SUA AÇÃO EM
NÓS
Os elementais são energias que podem tomar diferentes formas e
servem para criar, equilibrar, curar e manter o mundo natural, desde o
crescimento das plantas, até o equilíbrio mineral e o desenvolvimento dos
nossos corpos. Eles coexistem conosco, porém no plano astral, em uma
espécie de sobreposição dimensional. Foi Paracelso, o grande alquimista
suíço, quem primeiro atribuiu a esses seres a relação com o elemento de cada
um, chamando-os de Sílfides (Ar), Salamandras (Fogo), Ondinas (Água) e
Gnomos (Terra).
Chamamos de elementais os espíritos da natureza que são associados
unicamente a um elemento, o qual os compõem com exclusividade. Por essa
simplicidade de composição, são considerados primordiais e latentes, são
centros de força, com desejos instintivos, mas sem consciência tal como a
entendemos. São a alma de seu elemento e seus atos não são compreendidos
como sendo nem bons nem maus. Não possuem espíritos imortais e também
não têm corpos físicos, mas são compostos de uma essência elástica e etérea.
Várias tradições de magia, trabalhadores energéticos e praticantes da
Grande Arte veem os seres da natureza – a quem chamamos de fadas,
elementais e encantados – como seres reais, e não uma mera alegoria ou
metáforas que surgem nas diversas mitologias e cosmologias. É desse
pressuposto que parto para o que será comentado neste capítulo, de que nossa
relação com esses seres, mesmo sendo habitantes do invisível, é tangível e
real.
Uma explicação para a relação tão próxima que desenvolvem conosco
tem a ver com a origem dos bebês:
Segundo algumas tradições, a energia de uma união sexual entre
homem e mulher no instante em que a mulher está fértil abre um canal direto
com uma espécie de “caldo espiritual”, um caldeirão coletivo de almas que é
chamado a dar uma olhada no que está acontecendo. Quando se dá a parte
física, ou seja, a união do óvulo com o espermatozoide, abre-se um cálice da
concepção sobre o casal, e uma das almas descende até esse cálice. Ao
descer, canta, e os elementais escutam a melodia. Se a alma consegue se
conectar ao embrião recém formado, quatro elementais – uma sílfide, uma
salamandra, uma ondina e um gnomo – colaboram se fazendo presentes numa
comunhão total para a composição do corpo físico que acolherá o espírito.
Os elementais são entidades independentes, o que indica que nenhum
de nós é de fato um indivíduo strictu sensu, mas que somos sim compostos
por um coletivo, somos seres simbiontes.
Isso explica também a forma com que nossos corpos de decompõem:
primeiro, o alento deixa o corpo quando o elemental do Ar se despede. A
seguir, ele esfria, com a perda do calor e do elemental do Fogo. Resseca e
enrijece com a despedida da Água, e a parte sólida, que é a Terra, ainda
resiste um bom tempo, mas eventualmente também se desfaz e acaba se
decompondo e formando o solo que depois fará parte da composição de
outros seres vivos.
É interessante pensar que os elementais não têm apenas a função, mas
também o desejo de ajudar na criação do nosso corpo, para que nosso espírito
possa se manifestar no planeta e, como têm vontade própria, se algum deles
decide abandonar o barco, nós morremos. Pense bem, existem quatro seres
elementais que nos amam tanto a ponto de dedicarem suas existências a nos
dar um corpo para que possamos viver.
Agradeça o amor e a presença deles, seja gentil consigo e cuide bem
deles. Lembre-se que a cada momento da sua vida, você é profundamente
amado por cada um de seus elementais.
Cada pessoa, portanto, possui uma salamandra, uma sílfide, uma
ondina e um gnomo próprios, um de cada elemento. Como são feitos daquele
elemento, esses seres são também nossos professores, de prontidão a cada
instante, dispostos a compartilhar conosco seu conhecimento e seus
presentes, contanto que a gente aquiete a mente e aguce os sentidos para
entender suas mensagens
As Sílfides e os espíritos do ar
Elas servem ao Rei do Fogo, Djinn. Estão por toda a parte, nenhum
fogo é aceso, nenhum fósforo é riscado sem sua ajuda, nenhum calor existe
sem sua presença. Sua energia concentrada causa explosões, mas também são
encontradas na presença das batidas percussivas de vários ritmos musicais.
Os espíritos do fogo são evocados pelo calor e pelas chamas e,
embora raramente se manifestem com forma animal, quando percebidas pela
visão psíquica, movem-se com ondulações serpenteantes saindo de dentro das
chamas, aparecendo como dragões, libélulas, cobras e outros répteis. Sua
presença estimula a paixão, tanto a sexual quanto o tesão por projetos ou por
estar vivo. Durante o verão, acumulam calor e energia para suportarem os
meses frios. Têm um amor pela música e são atraídos por ela, especialmente
no processo de composição musical. Compositores e poetas têm muito a
ganhar ao se sintonizarem com essas entidades. Porém, suas energias são
difíceis de controlar, portanto use com cautela, sua natureza incendiária pode
ser um perigo para aqueles que sofrem com a falta do elemento terra.
As salamandras despertam reações emocionais poderosas nos
humanos. Tendem a se comunicar por imagens e ritmos, embora possam falar
direto à sua mente também, colorindo nossas percepções e despertando o
entusiasmo. Fortalecem a aura, para que possamos melhor comungar com as
forças espirituais, ensinam sobre transformação espiritual em vibrações que
colaboram com a aniquilação de tudo que é velho para a construção do novo
em nossas vidas, são destrutivas e criativas assim como o fogo. Não é fácil
entender e se conectar a elas, o fogo é um reino de mistérios profundos.
Nossa salamandra pessoal nos ajuda a governar nossa temperatura
central e regular o metabolismo do corpo, um metabolismo lento é indicação
de uma salamandra preguiçosa. Seus maiores talentos são para despertar
nosso ardor espiritual e erótico, além de se se fazerem presentes nos trabalhos
de cura e são muito eficazes quando a intenção é desintoxicar o corpo.
Sua salamandra vai lhe ajudar no processo de se tornar mais assertivo
e firme. Sua presença e a eficácia de suas funções são prejudicadas quando
usamos a energia vital de forma descuidada ou sem dar atenção ao bem estar
físico; em nível mais macrocósmico, sofrem com a contaminação por uma
guerra atômica.
Para buscar o equilíbrio com sua salamandra ou energia elemental de
Fogo, é preciso manter um controle calmo e plácido. Como são mestres da
força de vontade, para interagir com elas, precisamos resolver em nós os
conflitos internos ligados ao amor, ao poder e à sabedoria. Quando sentir suas
chamas ardendo fora de controle com facilidade, é hora de invocar as
qualidades do contentamento e da paz. Com uma força silenciosa e calma,
medite sobre o espírito e foque no seu centro, o que vai lhe trazer de volta ao
equilíbrio com sua salamandra, trabalhe a aceitação das circunstâncias e
paciência para lidar com o que lhe assola.
Os benefícios de se sintonizar com elas é que estimulam a
criatividade, a coragem, vitalidade, lealdade, e a visão de uma vida elevada e
espiritual. Podem ajudar a desenvolver e controlar a energia da kundalini e
nos fazem atentar para quando estamos desperdiçando energia vital com
excessos dos prazeres. Ajudam a desenvolver a vontade mágica e ensinam a
reconhecer as leis de causa e efeito e entendermos o verdadeiro significado
do poder.
Mercúrio
Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol, anda tão perto que,
geralmente se encontram no mesmo signo. Na mitologia grega, corresponde
ao deus Hermes, o mensageiro dos deuses, que tem um par de asas no
capacete e nas sandálias, um deus do movimento e das mensagens, já que ele
transita facilmente entre os mundos. Mercúrio representa a comunicação em
todas as suas formas: fala, escrita, pensamentos, gestos, movimento corporal.
Ele indica também o estilo e a capacidade intelectual do indivíduo: se dá
respostas rápidas e engraçadas, se é do tipo que raciocina mais devagar, mas
chega lá, se tem múltiplos interesses pelos mais variados assuntos ou vai ficar
especialista em um só.
A posição de Mercúrio num mapa astrológico de nascimento, vai
revelar também o jeito de falar e nossa capacidade de aprender e nos adaptar
às diversas situações. Na verdade, esse é um instinto humano, desde criança
fazemos adaptações conforme a resposta do ambiente, se o bebê está com a
mãe, age de uma forma, na presença apenas do pai, a manha pode não ser a
mesma, se os dois são babões, o comportamento é ainda outro. Portanto, a
gente vive bastante nosso lado mercurial na infância, descobrindo como nos
relacionar com pai e mãe (ou outras pessoas que fazem esses papéis) e
depois, na adolescência, no jogo de descobertas de como impor nossa
vontade e a negociação que fazemos para conseguir o que queremos. Ele é o
deus da negociação e da boa argumentação. É um planeta veloz, fica
aproximadamente apenas um mês em cada signo, exceto quando está no que
se chama de movimento retrógrado, quando aparenta estar indo para trás. Nas
três ocasiões por ano em que Mercúrio faz isso, pode provocar problemas em
telefones, aplicativos, computadores, no trânsito, causando mal-entendidos
entre as pessoas e incomodando um pouco no andamento de papéis. A notícia
boa é que coisas pequenas que a gente perde quando Mercúrio está retrógrado
provavelmente vão voltar para nós.
Urano
Urano é um dos planetas mais distantes do nosso sistema solar, leva
uma média de 84 anos para dar uma volta inteira no Sol. Original, até
fisicamente, já que é o único planeta que gira em torno de seu equador, tem a
fama de ser o mais revolucionário dos astros, aquele que traz o vento das
mudanças mesmo quando a gente não quer. Como um deus, Urano, o céu
estrelado, era responsável por várias criações como, por exemplo, o design
exclusivo das asas das borboletas. Era casado com Gaia, a mãe Terra, e com
ela teve muitos filhos. Na verdade, como todas as noites o céu estrelado se
deita sobre a terra, os dois procriavam um monte, e nem todos os filhos eram
bonitinhos. Às vezes pintava alguma aberração, e aí Urano devolvia o filho
para dentro da mãe. Ou seja, se nem ele que era um deus ficava contente com
tudo que inventava, quem somos nós pra achar que todas as nossas ideias
geniais vão funcionar na prática? Se der algo errado, vamos lá tentar de novo.
Só que Gaia estava sofrendo com todos os filhos que ele não deixava sair de
dentro dela e pediu para um dos meninos por favor castrar o pai. Cronos
(Saturno) logo se prontificou. O falo que Saturno cortou do pai e jogou ao
mar criou uma espuma da qual nasceu Afrodite (Vênus), a deusa da harmonia
e da beleza. E do sangue do corte, que espirrou na Terra, nasceram as Fúrias.
Fica a lição: se alguém tentar cortar o impulso criativo de Urano, pode
acabar criando uma série de Fúrias, como na mitologia. De todo modo, a
energia inovadora e criativa de Urano é responsável por aquela fagulha de
inspiração que torna uma ideia algo genial. A casa e o signo onde ele está no
mapa natal indicam em que área da nossa vida devemos transformar nossa
visão e nosso modo de agir para além do tradicional que nos cerca, onde
devemos exercer nossa liberdade de experimentar e mudar o padrão.
Signos de fogo
Áries, Leão e Sagitário
Sol
Astronomicamente, essa estrela é o centro do nosso sistema solar e
por isso é chamada de astro-rei. Garante o calor e a luz para manter a vida no
nosso planeta e comanda o ciclo das estações do ano de acordo com sua
posição no céu e sua relação com a Terra. Sim, o Sol é uma estrela, mas, na
astrologia, esse luminar é tratado como os outros planetas, exceto que é o
mais importante de todos eles, pois, na sua vida, é ele quem determina o seu
signo astrológico, delimitado pela região do céu onde estava passando
justamente no momento em que você nasceu. Portanto, seu signo solar é dado
pelo mês em que você veio ao mundo. Na nossa vida, ele indica o rumo que
devemos tomar, nosso propósito na Terra; é o gerador da nossa energia, do
nosso poder pessoal e aponta o caminho daquilo que desejamos buscar.
Marte
Marte é o deus da guerra, um assunto, aliás, bem importante para um
império como o dos romanos, onde esse deus era muito cultuado. Ele era
quase tão venerado quanto Júpiter, o pai de todos os deuses. Exaltava a glória
e o poder militar e é o oposto complementar de Vênus. Se ela representa
nosso desejo, o amor e a beleza, ele, em contrapartida, é o cara que vai
começar a correr atrás do que a gente quer. Um não funciona bem sem o
outro, pois de nada adianta sonhar e não levantar o bumbum do sofá para agir
rumo ao seu desejo.
O planeta Marte representa a energia e o vigor, tanto físico quanto a
determinação do espírito. Porém, mal utilizado, pode ficar agressivo. Quando
você usa bem seu poder de iniciativa e independência, impõe certo respeito –
principalmente para si mesmo, sua autoestima aumenta quando sabe que está
dando o seu melhor nas coisas. Mas, se começar a perder o controle e ficar
irritado, a fúria sobe e você pode acabar dando cabeçadas na parede e
distribuindo porrada, afinal, ele é o planeta da briga. Marte é o padrinho do
signo de Áries, por isso os arianos são tão cheios de energia para tudo,
sempre prontos a dar início aos projetos e também a dar um dedo por uma
boa discussão. Embora ele seja mais evidente em quem nasceu ariano, todo
mundo tem Marte em algum lugar no seu mapa astral, o importante é
descobrir onde está esse seu poder de fogo e entender como você o utiliza. De
que maneira faz as coisas para chegar ao que quer? Sai derrubando tudo? Vai
por vias indiretas? Planeja muito bem antes? Só age quando tem certeza
absoluta ou vai descobrindo as regras do jogo depois que a carroça já está em
movimento? Aí está o seu Marte, faça bom uso.
Júpiter
O deus Júpiter, para os romanos, ou Zeus para os gregos – é um dos
mais importantes do panteão das deidades. Esse deus dos deuses é o senhor
do raio e do trovão. Raio é eletricidade pura, uma forma de fogo que foi na
verdade o primeiro fogo com que os humanos primitivos tiveram contato. O
fogo, para o humano primitivo, vinha do céu, vinha do raio, e, por isso, é um
elemento ligado às divindades. Júpiter era o presidente de honra dos jogos na
Roma antiga, tinha importância política e controlava o destino de todos os
mortais, demonstrando seu poder através de raios e trovões. Regente do signo
de Sagitário, é o planeta do otimismo, da abertura de novas possibilidades e
de vastos horizontes, tanto de novos mundos e lugares a explorar, como
também novas filosofias e crenças para enriquecer sua mente e espírito.
A área onde transita no céu e o ângulo que forma com os outros
planetas, pode trazer muito boa sorte, renovação, prazer e felicidade. Mas, ele
é um pouquinho exagerado, tal como Zeus, que tomava inúmeras formas para
conquistar mulheres terrenas, deusas e semideusas para espalhar sua semente,
este planeta expande tudo sem aceitar limite algum. Sendo assim, caso para
você prazer signifique exagerar na comida, ele vai acabar alargando sua
cintura. É um planeta muito bacana, mas, como tudo que é gostoso na vida,
há que se manter alguma medida. Ele leva cerca de um ano para viajar sobre
um signo no céu e doze anos para dar a volta no zodíaco inteiro.
Signos de água
Câncer, Escorpião e Peixes
Lua
Cantada por poetas, a lua tem a intensidade de luz perfeita para uma
noite de amor, para o repouso do sono e a descoberta de nossos sentimentos
mais íntimos. Não tem luz própria, sua iluminação é reflexo do brilho do sol,
mas sem ela não brotariam as sementes nem teríamos as marés.
Em 28 dias, a lua passa por todos os signos do zodíaco e por quatro
fases, fica nova, cresce, cheia e míngua. Não é à toa que as mulheres têm um
ciclo menstrual de 28 dias, pois a lua representa o princípio do feminino. O
signo onde a lua estava na hora do nosso nascimento indica como lidamos
internamente com o mundo, por onde caminham nossos sentimentos e
também aquilo que fazemos sem pensar, no piloto automático. Enquanto o
sol é aquilo que buscamos e como desejamos ser, a lua é como somos de
verdade.
Ela define como resolvemos as cheias e as secas, os altos e baixos da
nossa vida emocional. Regente dos fluxos, afeta o comportamento das
multidões e até do mundo dos negócios quando se trata do fluxo de dinheiro.
Quando a lua está na fase nova, é ótimo para fazermos investimentos,
começar coisas diferentes, cortar cabelo pra crescer rápido e fazer dieta. A
crescente é perfeita para tudo que se quer ver crescer, aumentar o peso de
qualquer coisa, acelerar crescimento de cabelos, viagens de férias, fazer
acordos e iniciar romances. A lua cheia dá volume nos cabelos, favorece
encontros sexuais, comportamentos mais extrovertidos, e chama as pessoas
para a rua – bares e restaurantes ficam cheios –, mas é péssima para o sono,
dietas e depilação. Já a minguante ajuda a diminuir o que se quer diminuir,
conserva o corte das madeixas, facilita cicatrizações, cirurgias, é um bom
período para consertar aparelhos e jogar fora tudo aquilo que não nos serve
mais.
Netuno
Um planeta cuja imensidão é tão grande que dilui até as tentativas de
explicá-lo. Na mitologia ele é o mesmo deus Poseidon dos gregos, senhor
absoluto dos oceanos. Netuno nos liga às energias místicas de um outro
mundo, tem tudo a ver com aquilo que não podemos tocar, como a
inspiração, a espiritualidade e outros exemplos de sensibilidade. Mas, como
as energias deste planeta são rarefeitas, podem ser facilmente distorcidas. Na
nossa vida diária, ele pode se manifestar como a ilusão, a fraude, o idealismo
e a fantasia. Netuno pode ser tanto o seu contato com um mundo de mistérios
além do que é visível, quanto um par de lentes cor-de-rosa que você coloca
para não encarar a realidade e ficar fantasiando em cima de algum fato. Tudo
depende de como a gente usa a energia deste corpo celeste.
Uma coisa é certa, é ele quem nos estimula a sonhar e torna possível
que, em alguns momentos, possamos tocar um amor muito sublime: o amor
universal que nada exige em troca. Na astrologia, Netuno é o regente de
Peixes, por isto quem nasce sob este signo já vem de fábrica com uma
sensibilidade extra. Por ser o senhor da inspiração e do sonho, rege também a
música e o cinema, e, como ele se demora em média 14 anos em cada signo,
a história da evolução dessas artes pode ser acompanhada de acordo com a
passagem deste planeta.
Signos de terra
Touro, Virgem e Capricórnio
Vênus
A Deusa Vênus (Afrodite, para os gregos) nasceu da espuma do mar.
Sua imagem é familiar para nós, representada nas artes em várias estátuas e
pinturas famosas, como a do renascentista Botticelli, onde apresenta formas
muito femininas e arredondadas. Vênus mostra e ensina que temos de
encontrar onde está nossa beleza própria, quais são nossos atrativos e
charminhos para encantar e também que tipo de experiências nos dá mais
prazer. Ela não fala só da beleza física, mas do amor pela harmonia e pelas
coisas da alma. Este planetinha simpático representa a essência de como nos
relacionamos com os outros, de que forma expressamos nossos desejos e a
que coisas ou situações atribuímos valor verdadeiro.
Vênus é um planeta grande, visível a olho nu e, como pode ser
observado tanto à noite quanto como a estrela da manhã, sinaliza que há
formas diferentes de lidarmos com os afetos, o corpo e a matéria. O foco
pode estar nas situações afetivas, no casamento, nos cuidados com beleza ou
alimentação, mas também com a abundância de relações e de dinheiro.
Algumas pessoas vão se preocupar mais com as coisas materiais, e outras,
com os relacionamentos. Para alguns, Vênus será o alimento e a beleza do
corpo, para outras, da alma. Afinal, Vênus é madrinha de dois signos bem
diferentes: Touro e Libra.
Saturno
É o último planeta do sistema solar que ainda pode ser avistado a olho
nu, claro que com muito esforço pois aparece bem pequenininho, mas os
antigos viam e não tinham telescópios. Nos mitos sempre é entendido como
uma influência maléfica. Na versão grega, com o nome de Cronos, esse deus
tinha muito medo de perder o poder e devorava seus próprios filhos. Zeus,
seu filho que sobreviveu, acabou destronando o pai, e ele foi banido para
além da terra e do mar se tornando o senhor do tempo. De fato, os anéis de
Saturno são um cinturão de poeira e rocha gelada com outros fragmentos,
simbolizando bem a ideia de contenção. É um planeta muito mal visto, por ter
fama de estraga prazeres e nos chamar à responsabilidade.
Ele na verdade é o senhor da disciplina, da dificuldade e do trabalho
árduo. É a figura de autoridade severa, o professor que vem cobrar a lição.
Mas sem este velho sábio, quem iria se mexer? Acabaríamos sem aprender
coisa nenhuma, só na farra ou na preguiça. Claro que ficar só no prazer não
parece má ideia, mas nossa alma escolheu ter os limites do corpo humano
para aprender com a matéria o máximo possível. Ter um corpo não é fácil, é
só no plano físico que temos a incrível oportunidade de aprender estabilidade,
controle e paciência. A dádiva de Saturno é a poda, que molda a planta para
que ela perca os excessos e cresça forte. Ele dá forma à vida e oferece
estrutura sólida.
A posição de Saturno no nosso nascimento vai mostrar exatamente
onde temos os aprendizados mais valiosos, além de nos mostrar onde está o
maior talento que justamente esquecemos de usufruir. Ele chama a atenção
para onde somos só rigidez e devemos aprender a relaxar mais, porque já
sabemos como fazer. Seu movimento é lento e demora mais de dois anos em
cada signo do zodíaco.
Plutão
O planeta mais distante do nosso sistema solar foi reconhecido como
tal em 1930 e demovido do posto para planeta anão em 2005. Este Deus, que
para os gregos se chamava Hades, era irmão de Zeus e Netuno, mas a ele
coube governar o submundo. O inferno de Hades é o lar das sombras, dos
mortos e também das sementes que brotam das profundezas do solo, das
riquezas minerais e das fontes de água pura.
Ele é o senhor da transformação interior. Antes de renascer, aquilo
que está decrépito deve morrer. Se não nos desfizéssemos do que não é mais
útil ou guarda sentido para nós, que espaço teríamos para guardar as coisas
novas? Pode uma árvore segurar suas folhas que precisam cair? O mesmo se
aplica a velhas atitudes, não é possível se transformar se não deixarmos
morrer algo. Morte aqui tem o sentido da renovação. Raramente é uma
experiência fácil, ou agradável, mas é fundamental, e passamos por vários
momentos de perda ao longo de nossa vida.
Por tudo isto, Plutão é um dos planetas que mais nos cutuca para que
a gente cresça, e cresça forte, ele propicia o mergulho com o mais profundo
do nosso interior, nossas sombras e nosso inconsciente, de onde nascem
nossas pulsões, nossa relação com o poder, com a sexualidade, com o
mistério da existência.
Podemos não gostar quando uma grande mudança acontece na nossa
vida, mas tantas vezes reconhecemos que foi graças àquelas dificuldades que
hoje estamos mais sábios e resistentes. Ele traz duras perdas, mas se
soubermos entender e ver de fora nossas escolhas e caminhos, é a ele a quem
a gente sempre agradece no final. Não fossem suas exigências, não teríamos
motivação para romper nossos grilhões. Plutão leva 248 anos para dar a volta
no sol e pode ficar num mesmo signo de 13 a 32 anos.
Parte 4. Equilibrando os quatro elementos na nossa
vida
Lembre-se:
Ar: gêmeos, libra e aquário
Fogo: áries, leão e sagitário
Água: câncer, escorpião e peixes
Terra: touro, virgem e capricórnio.
Além do elemento que você traz no seu signo solar, sempre que há
algo faltando muito na nossa composição, a tendência é que a gente busque
compensar aquilo que falta se sentindo atraído pelo que não temos. Para saber
como anda o equilíbrio dos elementos na sua vida, através não apenas da sua
personalidade, mas dos seus gostos e preferências, se desafie a encarar o
exercício das listas, o caderno dos elementos e responda ao teste da
preponderância.
Para entender como os quatro campos de energia sutil estão operando
na sua vida você pode empreender um trabalho de mapeamento de si mesmo.
Uma forma de começar é fazendo listas. Divida uma folha de papel em duas
colunas. De um lado, liste seus pontos fortes/suas qualidades e, do outro, suas
fraquezas. Tenha coragem de olhar tanto para suas características positivas,
quanto aquelas que você acha ruins ou se envergonha delas.
Vá além, comece uma nova página para sucessos/fracassos,
medos/fantasias, coisas que te atraem/repelem. Pode criar outra ficha para
listar os elogios e críticas que você costuma receber.
Para ajudar, segue uma sequência de sugestões de características
humanas:
✽✽✽
1. Você se considera:
a) intelectualizado, bom de argumentação.
b) espontâneo, ativo e esquentado.
c) sensível aos sentimentos dos outros e à energia do seu entorno.
d) prático, sólido e direto.
2. Ao se relacionar socialmente:
a) conversa com gente muito diversa e sobre os assuntos mais variados e
obscuros.
b) assume logo a liderança propondo atividades, mas de modo divertido e
animado.
c) é bom ouvinte e detesta forçar a barra.
d) é mais reservado e vai fazendo amizade aos poucos.
9. Suas roupas:
a) são um pouco (ou muito) amarrotadas ou têm pequenos furos ou fios
puxados, são práticas e fáceis de vestir e combinar; não dá muita atenção a
acessórios, a não ser por talvez um relógio ou aliança de casamento e alguns
outros itens que são coringas e podem ir da academia para a balada.
b) são chamativas, justas, sexy, coloridas, preto total, ou sempre da
coleção atual e de grifes famosas; não tem medo de mostrar a pele ou
contornos do corpo (seja a manga que despenca do ombro, decotes, barriga
de fora, camiseta colada, ou calça baixa), os acessórios são atraentes e
pontuam seus pontos fortes.
c) são mais leves, longas e soltas, podem compor looks de sobreposições
antenadas com vários acessórios grandes ou longos. Adora estampas ou
detalhes com fitas ou cordão para amarrar. Anéis volumosos e brincos longos
e correntes de prata fazem parte do visual.
d) são confortáveis, neutras, clássicas e bem comportadas, tem camisas e
calças sociais, gosta de bolsas, sapatos ou carteiras de boa grife, em couro,
comprados na liquidação porque não faz sentido pagar preço de lançamento
em alguma coisa.
✽✽✽
Excesso de Ar
Ao sermos tomados por um rompante de ar, temos vontade de dançar,
cantar, rir, criar algo, pois somos invadidos por sentimentos de alegria e
celebração. No entanto, quando temos ar em excesso podemos viver em
clima de ansiedade, desejando mudanças constantes, ou então ficamos num
exagero de intelectualismos e racionalizações que nos impedem de tomar
atitudes. Outra possibilidade de quem vive o excesso é acabar demonstrando
fanatismo e arrogância, ou racionalizar e dogmatizar tudo. Há um
afastamento das experiências concretas e um esgotamento mental por conta
da dispersão da mente hiperativa que precisa ser controlada e guiada, do
contrário gasta todo seu tempo estudando, lendo ou mexendo em redes
sociais, sem prestar atenção ao corpo e às necessidades básicas como comer,
dormir e tomar banho. Sugestões para equilibrar o excesso:
Falta de Ar
Quanto falta conexão com este elemento, pode ocorrer uma falta de
bom senso, as percepções são equivocadas ou a pessoa age sem pensar.
Ocorre uma dificuldade em achar tempo para reflexão e assim obter mais
perspectiva acerca da vida e de si mesmo. O envolvimento com atividades
práticas e concretas não abre espaço para a imaginação e a curiosidade, a vida
parece pesada e monótona, sem graça. Há casos em que a pessoa fica sem se
comunicar. Sugestões para aumentar o Ar:
Excesso de Fogo
Uma conexão excessiva com essa energia leva a uma falta de
autocontrole, deixando a impressão de que você é hostil ou insensível, pois
demonstra ter ataques de impaciência e irritação a qualquer pequena
contrariedade. Também é comum sentir muita inquietação e constantemente
abusar de suas forças, indo além de seus limites. Sugestões para equilibrar o
excesso:
Falta de Fogo
Conexão de menos com Fogo pode resultar em falta de energia e
determinação e gerar dependência da aprovação alheia para dar seguimento a
tudo que faz. A pessoa pode se tornar pessimista, desconfiada ou reservada
demais, evitando manifestar emoções fortes. A falta do calor deste elemento
abala o entusiasmo e pode se traduzir em uma perda de fé e espiritualidade.
Há também muita dificuldade em tomar iniciativa. Para ajudar a aumentar o
Fogo na sua vida:
Excesso de Água
Conexão em excesso com Água pode nos fazer sentir vulneráveis e
afogados em nossas emoções, paranoicos, com arroubos de medos e
desconfianças, comportamentos extremos e oscilação de humor. A pessoa
sofre sempre com a possibilidade de ser acometida por paixonites e uma
sensualidade exagerada, sente-se vítima de tudo, sem enxergar sua
responsabilidade pessoal dentro das situações. Pode passar o tempo todo
desejando, sonhando e querendo, em vez de planejando e fazendo. Retenção
de líquidos também pode indicar esse excesso. A falta de limites claros entre
si e o ambiente, faz com que absorva demais as energias do entorno. Para
acalmar o excesso de Água:
Falta de Água
A falta de conexão com o elemento Água e nossa ondina pessoal pode
se manifestar como falta de compaixão ou empatia e também de gosto em
geral pela vida. Há uma dificuldade em entrar em contato com os sentimentos
e a intuição. Sem saber o que de fato sente, a pessoa pode parecer fria para os
outros, embora se sinta sensível, carente e frágil por dentro. Problemas
psicológicos ou de expressão emocional e até físicos podem surgir, pois
somatiza tudo aquilo que não está entendendo sentir. Pode temer todo tipo de
dor e, para não se magoar, evita a entrega emocional. Pode prejudicar os
níveis de toxicidade do corpo e causar problemas no sangue ou de circulação.
Para melhorar sua ligação com a Água, experimente:
Excesso de Terra
Conexão em excesso com Terra gera teimosia e uma visão bastante
restritiva sobre tudo na vida. A pessoa pode se tornar prática demais, cínica e
cética, reclusa, antissocial e workaholic. Pode sentir vontade de acumular
mais e mais riqueza e confiar apenas no que pode perceber com seus cinco
sentidos, dificultando a flexibilidade e a criatividade e tornando o dia a dia
mais duro e amargo. Para equilibrar o excesso de Terra, busque:
Altares
Dentro da bruxaria, da magia cerimonial, do paganismo e dos círculos
de sacralidade feminina, por exemplo, é comum a construção de um altar.
Um altar pode ser permanente ou pontual, pode ser o ponto focal de uma
cerimônia, o tabuleiro onde estão contidos e representados os elementos de
trabalho, um espaço de devoção, e também o local onde estão a postos as
ferramentas que serão utilizadas durante um rito.
Historicamente, ele pode variar desde o uso de um mero toco de
árvore em uma clareira, até uma mesa de mármore no ponto alto de um
templo muito sofisticado, passando pelo conhecido pano estendido no meio
do círculo onde apoiamos as ferramentas, velas, estatuetas e flores.
Em suma, ele é um templo pessoal de expressão e devoção aos deuses
e outros seres do plano espiritual, e é comum que esse espaço honre os
elementos nas suas diversas manifestações. Um altar equilibrado deve conter
representações dos quatro, preferencialmente na posição adequada.
Ele pode ser posicionado nas diferentes direções para evocar a força
elemental correspondente de cada uma para um trabalho específico ou para
uma celebração sazonal, ou então pode ser colocado no centro para evocar o
todo, a circunferência. Se você tem dúvida sobre onde colocar o seu, escolha
o Leste, que é o ponto do nascer do Sol, ou o Sul, que é para nós, do
hemisfério austral, o ponto onde brilha o Cruzeiro do Sul, a constelação que
orienta as navegações e ancora firme nossa energia nesta metade do planeta.
Compre uma bússola ou calibre a do seu celular para não ter erro.
Seguem algumas sugestões de objetos e ferramentas para posicionar
nas direções:
Ao Sul: pentáculo, pedra, pratinho com sal ou terra, cristal, vela
verde.
Ao Oeste: cálice, taça, tigela ou caldeirão com água, concha, vela
azul.
Ao Norte: varinha, vela, caldeirão com fogo, vela vermelha.
Ao Leste: adaga, athame, pena, incenso, vela amarela.
Ar
Qualidade “verdadeira”: úmido
Qualidade “média”: quente
Características: escuro, tenuidade, movimento
Temperamento: sanguíneo
Inclinação: alegre, amigável
Humor ou fluido corporal: sangue
Sentido: audição e olfato
Corpo: mental
Chakra: cardíaco (Anahata)
Aspecto da alma: razão
Fúria natural: ciclone, furacão, vendaval, tornado, tufão
Poder: telepatia, clariaudiência
Estação do ano: primavera
Hora do dia: manhã
Sabás: Equinócio da Primavera e Imbolc
Parte do ciclo: começo
Estágio da vida: nascimento, infância
Qualidades: começo, origem, plantio
Quadrante: Leste
Símbolo: triângulo com ápice para cima e riscado por uma linha
horizontal
Gesto: braços abertos, mãos com as palmas para cima para invocar o
ar
Cores: amarelo claro, branco, azul celeste
Ervas: acácia, alfazema, amêndoa, anis estrelado, avelã, avenca,
erva-doce, dente de leão, eucalipto, eufrásia, feno-grego, hortelã, hortelã
pimenta, capim limão/capim santo, manjerona, malva, orégano,
pitangueira, salsa, sálvia branca ou esclareia e verbena,
Óleos: benjoim, lavanda, lemongrass, verbena, hortelã, flor da noz-
moscada.
Pedras: jade verde, turquesa, citrino
Metais: papel alumínio e metal de fuselagem de avião
Naipe do tarô: Espadas
Axioma mágico: SABER, acúmulo e aplicação direta do
conhecimento
Ferramenta mágica: athame, punhal, faca, flecha, lança e espada
Rei elemental: Paralda
Elemental: Sílfides
Signos do zodíaco: Gêmeos, Libra, Aquário
Planetas: Mercúrio (regente de Gêmeos) e Urano (regente de
Aquário)
Deuses e Deusas do Ar: Zeus (Grécia); Hera/Juno (Greco-romana);
Íris (Grega); Lilith (Semita); Odin (Nórdico); Frigga (Nórdica); Brahma
(Hindu); Nut (Egito); Quetzalcoatl (Asteca); Taranis (Celta); Taliesin
(Galês); Blodeuwedd (Gales), Tupã (Brasil), Iansã/Oyá (Iorubá)
Fogo
Qualidade “verdadeira”: quente
Qualidade “média”: seco
Características: brilho, rarefeito, movimento
Temperamento: colérico
Inclinação: feroz, rápido, raivoso
Humor ou fluido corporal: bile amarela
Sentido: visão
Corpo: causal
Chakra: plexo solar (Manipura)
Aspecto da alma: entendimento
Fúria natural: incêndios, queimadas, raios, erupção vulcânica
Poder: destruição
Estação do ano: verão
Hora do dia: meio-dia
Sabás: Solstício de Verão e Beltane
Parte do ciclo: juventude/ idade adulta
Estágio da vida: crescimento
Qualidades: florescimento, criatividade, crescimento
Quadrante: Norte (no Hemisfério Sul)
Símbolo: um triângulo com ápice para cima
Gesto: punhos cerrados para cima, em frente ao corpo ou unidos em
frente à barriga.
Cores: vermelho, laranja, amarelo ouro, cores de labaredas e
chamas, do sol – inclusive do nascer e pôr do sol
Ervas: açafrão da terra, alecrim, alho, angélica, calêndula, canela,
cebola, coentro, cominho, cravo-da-índia, espinheiro-alvar, gengibre,
girassol, zimbro, laranja, limão verde, louro, manjericão, mostarda, noz-
moscada, olíbano, pimenta preta, rosa, etc., sangue de dragão, sassafrás,
semente de coentro, tabaco, tangerina.
Óleos: louro, cedro, canela, cravo, coentro, olíbano, junípero, limão
verde, noz moscada, laranja, hortelã, alecrim, gerânio, tangerina.
Pedras: lava vulcânica, rubi, granada, cornalina
Metais: ouro (Sol), ferro (Marte)
Naipe do tarô: Paus
Axioma mágico: QUERER, do latim velle, no sentido de “desejar”, o
ato de tomar decisões e fazer escolhas e intenções.
Ferramenta mágica: a varinha, a haste, a lança ou o cajado
Rei elemental: Djinn
Elemental: Salamandras
Signos do zodíaco: Áries, Leão e Sagitário
Planetas: Marte (regente de Áries) e Sol (regente de Leão)
Deuses e Deusas do Fogo: Ra (Egito); Xiutecuhtli (Asteca); Brigid
(Celta) Belenos (Celta); Héstia/Vesta (Greco-Romana); Hefesto/ Vulcano
(Greco-romano); Apolo (Grécia); Loki (Escandinávia); Ushas (Hindu);
Sekhmet (Egito); Pele (Havaí); Xangô (Iorubá)
Água
Qualidade “verdadeira”: fria
Qualidade “média”: úmida
Características: escuridão, densidade, movimento
Temperamento: fleumático
Inclinação: temeroso, desleixado, vagaroso
Humor ou fluido corporal: fleuma
Sentido: gustação (alguns mestres incluem o olfato, por estarem
interligados)
Corpo: astral
Chakra: sexual (Svadhistana)
Aspecto da alma: Imaginação
Fúria natural: monções, enchente, cabeça d’água, enxurrada,
tsunami
Poder: criação
Estação do ano: outono
Hora do dia: entardecer
Sabás: Equinócio outonal e Lughnassadh/ Lammas
Parte do ciclo: amadurecimento, colheita
Estágio da vida: maturidade, meia-idade
Qualidades: nutrição, completude, colheita
Quadrante: Oeste
Símbolo: triângulo apontando para baixo
Gesto: triângulo com as mãos frente ao ventre. Mãos em concha para
cima à frente ou ao lado do corpo.
Cores: azul, verde, prata, o azul índigo do lusco-fusco
Ervas: alcaçuz, alface, artemísia, baunilha, boldo, cálamo, camomila,
cânfora, cardamomo, cereja, coco, confrei, cumaru, erva de gato, erva mate,
flor de maçã, gardênia, gerânio, íris, jasmim, lírio, lótus, melissa, mirra,
maracujá, pepino, pêssego, rosa branca, sálvia comum, sabugueiro, salsão/
aipo, sândalo, valeriana
Óleos: melissa, camomila, cânfora, cardamomo, jasmim, mirra, rosa,
sândalo, ylang-ylang.
Pedras: ametista, quartzo rosa, fluorita, água marinha, todas as
conchas e pedras do mar
Metais: prata
Naipe do tarô: Copas
Axioma mágico: OUSAR, estar investido de coragem que envolve os
sentimentos e o coração.
Ferramenta mágica: copa, tigela, cálice e caldeirão – que, como a
Lua, podem refletir as quatro faces da Deusa: a Donzela, ao ser preenchido de
líquido, a Mãe, quando está cheio, a Feiticeira e a minguante ao esvaziar, e a
Anciã, quando retorna ao vazio original.
Rei elemental: Niksa
Elemental: Ondina
Signos do zodíaco: Câncer, Escorpião e Peixes
Planetas: Lua (regente de Câncer) e Netuno (regente de Peixes)
Deuses e Deusas da Água: Afrodite (Grécia); Poseidon/Netuno
(Greco-romano); Fand (Irlanda); Manannan Mac Lir/Manawydan (Irlanda,
Gales); Tiamat (Babilônia); IxChel (Maia); Ningyo (Japão); Nimue (Celta) –
Senhora do lago; Ea (Babilônia); Iemanjá (Iorubá); Oxum (Iorubá).
Terra
Qualidade “verdadeira”: seca
Qualidade “média”: fria
Características: escuridão, densidade, quietude
Temperamento: melancólico
Inclinação: devagar, firme
Humor ou fluido corporal: bile negra
Sentido: tato
Corpo: etérico e físico
Chakra: raiz (Muladhara)
Aspecto da alma: os sentidos
Fúria natural: terremoto, deslizamentos, sumidouro
Poder: cura
Estação do ano: inverno
Hora do dia: noite
Sabás: Solstício de Inverno e Samhain
Parte do ciclo: final
Estágio da vida: envelhecimento e morte
Qualidades: sono, silêncio, escuridão, morte, renovação
Quadrante: Sul (Hemisfério Sul)
Símbolo: triângulo apontando para baixo atravessado por um traço
Gesto: palmas para baixo em frente ao corpo, ou tocando o corpo, ou
tocando o chão.
Cores: terrosas, verde, preto, verde-oliva, marrom, citrino, cores do
solo, cores das plantas
Ervas: algodão, arruda, babosa, cavalinha, cevada, cipreste, guiné,
madressilva, macela, magnólia, morango, musgo de carvalho, patchouli,
poejo, prímula, samambaia, trevo de 4 folhas (oxalis), trigo.
Óleos: cipreste, patchouli, vetiver
Pedras: obsidiana, hematita, quartzo fumê, turmalina negra
Metais: chumbo
Naipe do tarô: Ouros ou Pentáculos
Axioma mágico: CALAR – conservar ou reservar energia e
acúmulo de poder. Silêncio à noite para buscar sonhos, visões, descanso
e introspecção. Silêncio para ouvir aquilo que não é audível.
Ferramenta mágica: pentáculo, espelho, tambor xamânico/celta,
escudo
Rei elemental: Ghob (com um longo “o”)
Elemental: Gnomo
Signos do zodíaco: Touro, Virgem e Capricórnio
Planetas: a própria Terra, Vênus (regente de Touro e Libra), Saturno
(regente de Capricórnio)
Deuses e Deusas da Terra: Plutão/Hades (Greco-Romano); Pan
(Grécia); Demeter/Ceres (Greco-romana); Dionísio/Baco (Greco-romano);
Cerridwen (Celta); Gaia (Grécia); Herne (Celta); Cernunnos (Irlanda/Celta);
Tezatlipoca (Tolteca); Gwyn ap Nudd (Gales); Oxóssi (Iorubá).
Bibliografia consultada e recomendada:
A lista a seguir inclui títulos que foram úteis no processo de escrita,
pesquisa e na compilação contida neste livro e também leituras sugeridas para
um aprofundamento maior nestes temas.
[1] Esta obra utiliza Era Comum (EC) em lugar de Anno Domini (AD) e
antes da Era Comum (aEC) em lugar de Antes de Cristo (A.C.). Essas novas
nomenclaturas e abreviaturas são as preferidas hoje nos meios acadêmicos
antropológicos por não fazerem explicitamente o uso de referências
religiosas.
[2] Fortune, Dion. The esoteric orders and their work. Wellingborough :
Aquarian, 1987. p. 58. (Tradução livre).
[3] Matthews, Caitlin. Singing the Soul back Home: Shamanic wisdom for
every day. Connections Book Publishing, Londres. 2002p.131. (Tradução
livre)
[4] McCarthy, Josephine. Magical Knowledge. Book 1: Foundations.
Mandrake. Oxford. 2012 (Tradução livre)
[5] Tradução livre da autora.
Sobre o autor
Petrucia Finkler
Petrucia Finkler é astróloga, taróloga e psicoterapeuta junguiana. Praticante
de bruxaria tradicional moderna, ela é fundadora do Conclave da Rosa e do
Espinho, um sistema de formação mágica e também seu clã de trabalho
espiritual. Sua formação original é em jornalismo, meio no qual trabalhou
por quatro anos no Rio Grande do Sul, seu estado natal. Passou nove anos
morando e convivendo com a comunidade neopagã do meio-oeste dos EUA,
tendo facilitado ritos e workshops em organizações como Circle Sanctuary,
Gaia’s Womb e Earth Traditions. De volta ao Brasil desde 2010, se
estabeleceu em São Paulo, onde conduz ritos, workshops e realiza
atendimentos. Também certificada como Moon Mother® e Parteira da Morte,
ela é uma das idealizadoras do Simpósio de Bruxaria Antiga. Mantém um
canal no YouTube, um blog chamado Elemento Chão e é a colaboradora
brasileira do podcast Paganos del Mundo da rede do Circle Sanctuary, uma
igreja norte-americana de espiritualidade da natureza.
Livros deste autor
Participation Mystique e Neopaganismo
Ao mesmo tempo em que o homem moderno tem uma abordagem que
desespiritualiza a natureza para poder dominá-la, o movimento em busca de
religiosidades ligadas ao culto da natureza vem crescendo continuamente
desde o século XX no mundo todo e também no Brasil. As diversas tradições
do chamado neopaganismo, como Wicca, Druidismo e Neoxamanismo,
buscam a ancestralidade e parecem tentar recuperar o conjunto de sensações
de unificação e imersão na mente grupal coletiva em uma conexão profunda
com o mundo natural, um estado chamado de "participation mystique". Carl
G. Jung utiliza a expressão “participation mystique” para se referir à
psicologia dos primitivos e explica que quanto mais voltamos no tempo na
história da evolução da consciência humana, mais vemos que a personalidade
vai desaparecendo sob o manto da coletividade. Este trabalho tem como
objetivo apresentar o conceito de participation mystique, esquematizar
algumas das crenças e práticas nas vertentes do neopaganismo e verificar se
ela se estabelece como o objetivo principal dessas práticas religiosas na
contemporaneidade.