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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS
Data da Apresentação:
Nota: _________________
Banca Examinadora
________________________________
Prof. MSc.Antonio dos Santos Silva - Orientador
(Universidade Federal do Pará)
______________________________________
Prof. MSc Ewerton Carvalho de Souza – Membro
(Universidade Federal Rural da Amazônia)
____________________________________________
Prof. Dr. Victor Wagner Bechir Diniz
(Universidade do Estado do Pará)
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelas inúmeras oportunidades que tem me concedido, por todas as bênçãos
que tem realizado na minha vida.
Ao meu pai Antonio Pantoja e meus irmãos: Rosemiro, Márcia e Rosenir pelo incentivo e
companheirismo, por todas as vezes que compreenderam a minha ausência.
A minha sogra Estrela, pelo apoio e cuidado comigo e com meu esposo.
A todos os irmãos em Cristo, que oraram para que esse sonho fosse realizado, em especial ao
Irmão Misael Lira, que contribuiu muito para minha formação.
Aos meus colegas de turma pelos momentos compartilhados, que jamais serão esquecidos.
Agradeço aos professores que tive oportunidade de conhecer e fazem parte dessa jornada.
Ao meu orientador Antonio dos Santos Silva, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube,
pelas suas correções e incentivos.
E não poderia esquecer meu amado esposo Valdemor Filho, que acreditou no meu potencial e
me incentivou a buscar os meus sonhos, obrigada meu amor.
4
Consagre ao Senhor
tudo o que você faz,
e os seus planos serão bem-sucedidos.
Provérbios 16:3
5
RESUMO
RESUMEN
Las actividades lúdicas al largo de la historia vienen presentándose como una importante
alternativa metodológica para el proceso de enseñanza y aprendizaje. El presente trabajo tiene
como objetivo contribuir con la educación, demostrando como el lúdico puede facilitar la
enseñanza y aprendizaje de forma diferenciada, dinámica y atractiva, por medio de una
actividad lúdica conocida como Bingo Químico. En el contexto, fue realizado este trabajo en
el transcurso del primer semestre de 2016, con alumnos del 9º Año de la ―Escola São João
Bosco‖, en el municipio de Castanhal – Pará. Para tanto, fueran confeccionados con EVA 32
tarjetas conteniendo cada una 16 símbolos de elementos químicos y 60 fichas con los nombres
y símbolos. Antes de la aplicación del juego fue hecho el primer teste con diez cuestiones de
múltiple opción al respecto de la tabla periódica. La dinámica del juego fue de un bingo
común. Sorteaba una ficha y el alumno que tuviera el símbolo químico en la tarjeta marcaba.
Ocho días después de la aplicación del juego, las mismas diez cuestiones fueran nuevamente
respondida, siendo el segundo teste. La metodología del trabajo abordó principalmente el
análisis de cuestionarios aplicados después de la realización lúdica, mostrando la percepción
por medio de estas tareas con juegos. Por medio de la ejecución del lúdico en la clase,
comprobase mayor interés de los educandos por el estudio de ciencias, mostrando la
importancia de esta propuesta de enseñanza.
LISTA DE FIGURAS
//
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 10
2 OBJETIVOS...................................................................................................................... 12
2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................... 12
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 12
3 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................................... 13
3.1 TABELA PERIÓDICA E OS ELEMENTOS QUÍMICOS............................................. 13
3.1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS........................................................................................... 13
3.1.2 A TABELA PERIÓDICA ATUAL............................................................................... 15
3.1.2.1 A ORGANIZAÇÃO DA TABELA PERIÓDICA..................................................... 16
3.1.2.2 OS GRUPOS OU FAMÍLIAS.................................................................................... 16
3.1.2.3 OS SETE PERÍODOS................................................................................................ 18
3.1.3 OS SÍMBOLOS QUÍMICOS........................................................................................ 18
3.1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS................................................. 21
3.2 O LÚDICO COMO FERREMENTA DIDÁTICA.......................................................... 23
3.3 O LÚDICO NO ENSINO DE QUÍMICA....................................................................... 25
3.4 A ESCOLA DE APLICAÇÃO......................................................................................... 27
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................. 29
4.1 AS TURMAS DE APLICAÇÃO..................................................................................... 29
4.2 FASES DA PESQUISA................................................................................................... 29
4.3 A CONSTRUÇÃO DO JOGO......................................................................................... 30
4.4 AS REGRAS DO JOGO.................................................................................................. 31
4.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO.................................................................................... 31
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................... 32
5.1 DESEMPENHO DAS TURMAS..................................................................................... 32
5.2 RESULTADOS QUALITATIVOS DA TURMA........................................................... 37
5.3 VISÃO DO PROFESSOR DAS TURMAS DE APLICAÇÃO....................................... 40
6 CONCLUSÕES.................................................................................................................. 41
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 42
ANEXOS................................................................................................................................ 45
APÊNDICES......................................................................................................................... 48
10
1 INTRODUÇÃO
O ensino de química nas escolas tem avançado, mas ainda é realizado de modo
tradicional, o conteúdo é desvinculado da realidade vivida pelos alunos. Diante disso, existe a
necessidade de construção e elaboração de métodos alternativos de ensino. Nesta perspectiva
os jogos ganham cada vez mais espaço, são caracterizados como um tipo de recurso didático
educativo que podem ser utilizados em diversos momentos, como na apresentação de um
conteúdo, ilustração de aspectos relevantes, avaliação e revisão de conceitos importantes
(SOUSA et al., 2013).
A utilização de jogos tem como objetivos proporcionar um ensino de química de
maneira prazerosa, incentivar a participação dos alunos nas aulas e principalmente
proporcionar a melhoria do ensino de Química de forma lúdica, para auxiliar no processo de
ensino/aprendizagem (SOUSA et al., 2013).
O jogo é um instrumento que desperta o interesse, devido ao desafio que ele impõe ao
aluno, e o aluno desafiado busca com satisfação a superação de seu obstáculo, pois o interesse
antecede a assimilação (ROCHA e AMORIM, 2010). De acordo com os autores Rocha e
Amorim (2010), o aprendizado adquirido pelo jogo se torna significativo, obtendo o mesmo
sentido da situação por ele simulada. Contribuindo para a formação de atividades sociais
como respeito mútuo, solidariedade, cooperação, obediência às regras, senso de
responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal (ROCHA e AMORIM, 2010). Para Rocha e
Amorim (2010) os jogos podem ser uma forma de ensinar Química de maneira diferenciada,
pois através deles o aluno aprende e se interessa mais pelo conhecimento, da maneira que sem
os jogos os alunos consideram a disciplina como difícil e decorativa. Nesse sentido os jogos
tem como objetivo oferecer aos alunos uma aprendizagem prazerosa e eficiente.
Segundo Crespo e Giacomini (2010), os professores e demais profissionais que atuam
na educação, apontam o desinteresse dos alunos pelas aulas como um problema crônico no
Ensino Fundamental e Médio. E de acordo com Cunha (2012), este desinteresse pode afetar
na atuação e produção dos professores, sendo considerando uma consequência do trabalho
deste profissional, nesta perspectiva a introdução e utilização de jogos didáticos como
elemento motivador no processo de ensino aprendizagem. Ajudando a estabelecer novas
formas de pensamento em diversas áreas do conhecimento e enriquecendo a personalidade de
cada aluno.
Segundo Bergamo (2012), no caso específico das ciências naturais o ensino requer
uma habilidade por parte do professor e a maneira de como ele trata a disciplina. É necessário
11
criar e disponibilizar condições necessárias para que a aprendizagem seja eficaz, criando uma
forma alternativa para o ensino de química melhorando o processo e a relação dentro e fora da
sala de aula.
É senso comum que a maioria dos professores atribui maior valor à transmissão de
conteúdos e à memorização de símbolos, nomes e fórmulas, deixando de lado a construção do
conhecimento dos alunos e a associação entre o conhecimento químico e o cotidiano. Essa
prática tem influenciado negativamente a aprendizagem dos alunos, uma vez que não
conseguem perceber a relação entre aquilo que estudam na sala de aula, a natureza e a sua
própria vida (CRESPO e GIACOMINI, 2010).
O jogo proporciona um ambiente de transformação, aproximando professor e aluno
nas suas relações dentro e fora da sala de aula, e possibilitando novas formas de atividades e
da criatividade (KALINKE; POLLA e MARQUES, 2012).
Com a possibilidade de transcender a sala de aula, utilizando espaços não formais de
educação o professor propicia aos seus alunos atividades atraentes, investigativas e de
interação com os objetos de estudo, estimulando assim a observação, curiosidade,
desenvolvimento do gosto pela Ciência e o olhar científico (ROCHA et al., 2010).
Com o propósito de modificar a rotina da sala de aula e, consequentemente, despertar
maior interesse dos alunos pelas aulas de química, novos recursos de ensino vêm sendo
utilizados, como por exemplo, as atividades lúdicas. Estas têm demonstrado grande eficiência
na motivação de alunos e professores, promovendo a construção do conhecimento em sala de
aula de forma contextualizada ao relacionar o conhecimento científico com o cotidiano dos
alunos (CRESPO e GIACOMINI, 2010).
Nesse contexto, o presente trabalho desenvolveu um jogo intitulado ―bingo químico‖,
para ser trabalhado na Escola de Ensino Fundamental São João Bosco, com alunos do nono
ano do ensino fundamental, e sobre a temática Tabela Periódica.
12
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO DA LITERATURA
Fonte: www.emanaoeumaavestruz.blogspot.com/2011/08.
14
Até 1800 aproximadamente 30 elementos eram conhecidos; nos dias de hoje a Tabela
Periódica consta de 109 elementos (PARANHOS e PINHO 2008).
Fonte: http://aprendendoquimicaonline.blogspot.com.br/2011/07/tabela-periodica.html
Fonte: http://www.tabelaperiodicacompleta.com/periodos-tabela-periodica
Fogaça (2014) define elemento químico como sendo o conjunto de átomos com
mesmo número atômico, ou seja, com a mesma quantidade de prótons no núcleo.
19
Fonte: http://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/elementos-quimicos.htm
Não há uma regra para a determinação dos nomes da maior parte dos elementos
químicos. Muitos deles são tão antigos que nem se sabe exatamente a origem de seus nomes.
Cada elemento é representado por um símbolo correspondente ao seu nome original. Por isso,
é comum não haver correlação com os nomes em português (ANTUNES, 2013).
Segundo Feltre (2004), os nomes dos elementos químicos conhecidos desde a
Antiguidade foram dados arbitrariamente e variam de uma língua para outra. Por exemplo:
• Fe – ferro – iron. (inglês); eisen (alemão);
• Cu – cobre – copper (inglês); rame (italiano);
• Pb – chumbo – lead (inglês); plomb (francês);
• S – enxofre – sulphur (inglês); azufre (espanhol).
Feltre (2004) informa que a partir do século XVIII, acentuou-se a frequência das
descobertas de novos elementos químicos. O próprio cientista que produzia o novo elemento
lhe dava nome. Em geral, esse nome lembrava uma propriedade do elemento ou a região de
onde o elemento provinha. Como a comunicação entre os químicos havia se tornado mais
eficiente, esses nomes foram sendo adotados internacionalmente. Por exemplo:
• Mg – magnésio: alusão à Magnésia, região da Grécia com minério de
magnésio (isolado em 1808, por Humphry Davy, Inglaterra);
• Al – alumínio: do latim alumen, sal de alumínio (1825; Oersted; Dinamarca);
• Br – bromo: do grego bromos, mau cheiro (1826; Balard; França);
• Rb – rubídio: do latim rubidium, cor vermelho-escuro (1861; Bunsen;
Alemanha);
20
• He – hélio: do grego helios, Sol, por ter sido descoberto a partir do espectro
da luz solar (1895; Ramsay; Inglaterra);
• Po – polônio: alusão à Polônia, terra natal de Marie Curie (1898; Marie
Curie; França).
Ainda conforme Feltre (2004), no século XX, quando começou a produção artificial
dos elementos transurânicos, foram dados inicialmente nomes lembrando planetas — netúnio
(Np-93) e plutônio (Pu-94), porque vinham depois do urânio (U-92). Posteriormente, foram
dados nomes a outros elementos, lembrando um continente (amerício, Am-95), um estado
norte-americano (califórnio, Cf-98), uma universidade (berkélio, Bk-97) e cientistas—cúrio
(Cm-96), einstênio (Es-99), férmio (Fm-100), mendelévio (Md-101), nobélio (No-102) e
laurêncio (Lr-103).
Feltre (2004) afirma também que em 1997, a União Internacional de Química Pura e
Aplicada (IUPAC) aprovou os seguintes nomes aportuguesados no Brasil (entre parênteses a
homenagem correspondente):
• 104 – Rf – rutherfórdio (Ernest Rutherford);
• 105 – Db – dúbnio (laboratório de Dubna, na Rússia);
• 106 – Sg – seabórgio (Glenn Theodore Seaborg);
• 107 – Bh – bóhrio (Niels H. D. Bohr);
• 108 – Hs – hássio (província de Hasse, na Alemanha);
• 109 – Mt – meitnério (Lise Meitner);
• 110 – Ds – darmstácio (Cidade de Darmstadt, na Alemanha).
Em 2004, foi confirmada a produção do elemento 111:
• 111 – Rg – roentgênio (Wilhelm Röntgen).
A Tabela 3 (que se encontra mais completa no Apêndice 1) traz os símbolos químicos,
seus nomes em português e algumas de suas aplicações no cotidiano.
21
alta estabilidade química desses elementos faz com que não se liguem espontaneamente entre
si ou com outros elementos (COVRE, 2006).
Metais constituem mais de oitenta elementos, conduzem bem a corrente elétrica e o
calor, são sólidos nas condições ambientais (25° C), exceção ao mercúrio (Hg), que é líquido.
Ametais (não-metais) não conduzem bem o calor, nem a corrente elétrica, exceto o carbono,
na forma da substância simples, o grafite. Onze elementos, hidrogênio (H), nitrogênio (N),
oxigênio (O), flúor (F), cloro (Cl) e gases nobres, são formados por substâncias gasosas (25°
C). Um elemento está no seu estado líquido, o bromo (Br) e os demais formam substâncias
simples sólidas. Os semimetais apresentam propriedades intermediárias entre as dos metais e
as do nãometais, eles formam substâncias sólidas nas condições ambientais (25° C) (COVRE,
2006).
Além dos nomes e dos símbolos, a Tabela Periódica também fornece outras
características dos elementos. Cada quadrinho contém informações importantes sobre cada
um deles, como, por exemplo, o número atômico, a massa atômica e, em algumas tabelas, a
distribuição dos elétrons nas camadas (ANTUNES, 2013).
Há várias formas de classificar os elementos da Tabela Periódica. A mais simples e
separá-los em metais e não metais. Os metais são sólidos nas condições ambientais, com
exceção do mercúrio (Hg), que é líquido. Eles conduzem eletricidade e calor. Os não metais,
por sua vez, são maus condutores de corrente elétrica e calor, exceto o carbono na forma de
grafita, que é bom condutor de eletricidade e calor (ANTUNES, 2013).
O hidrogênio, que é um não metal, não é considerado um metal alcalino porque possui
propriedades químicas diferentes das dos demais elementos dessa família. Ele está localizado
no grupo 1 porque possui somente um elétron na ultima camada (ANTUNES, 2013).
A figura 8 mostra a classificação dos elementos químicos (dentro da tabela periódica)
em de transição (interna ou externa) ou representativos (FELTRE, 2004).
Figura 8- Classificação dos Elementos Químicos (Elementos de Transição)
Figura 9- Classificação dos Elementos Químicos (Metais, não-metais, semimetais e gases nobres)
O termo ―lúdico‖ tem origem na palavra latina ―ludus‖, que significa jogo. Entretanto,
as atividades lúdicas passaram a ser reconhecidas por muitos pesquisadores como essenciais
na psicofisiologia do comportamento humano, sendo consideradas como necessidades básicas
da personalidade, do corpo e da mente. Assim, atualmente, o lúdico não está associado
somente aos jogos, mas também à todas atividades que são agradáveis de serem praticadas
(CRESPO e GIACOMINI, 2010).
Para Piaget (1978) a atividade lúdica humana contribui para o desenvolvimento
porque propicia a descontração do individuo, a aquisição de regras, a expressão do imaginário
e a apropriação do conhecimento, sendo que cada ato de inteligência é definido pelo equilíbrio
entre duas tendências: assimilação e acomodação. Na assimilação, o sujeito incorpora
eventos, objetos ou situações dentro de formas de pensamento, que constituem as estruturas
mentais organizadas, ao passo que na acomodação, as estruturas mentais existentes
reorganizam-se para incorporar novos aspectos do ambiente externo. Durante as atividades
lúdicas, o sujeito adapta-se às exigências do ambiente externo enquanto mantém sua estrutura
mental intacta.
Para Santos (2001), o que distingue a atividade lúdica da não lúdica é uma variação de
grau nas relações de equilíbrio entre o real, ou seja, entre a assimilação e a acomodação.
24
Para alguns autores, como Kishimoto (1994), a atividade lúdica em associações com
as atividades educativas possui características próprias tais como: valor experimental, que
permiti a exploração e a manipulação; valor da estruturação, que fornece suporte a construção
da personalidade; valor da relação, que coloca o aluno em contato com outras pessoas, com
objetos e com o ambiente em geral; e valor lúdico, que avalia se os objetos possuem as
qualidades que estimulam a imaginação.
O interesse dos professores por inserir atividades lúdicas no cotidiano escolar pode
contribuir para o enriquecimento de suas aulas, uma vez que a integração dos conteúdos
curriculares propostos com o lúdico pode tornar o processo de aprender mais atrativo,
prazeroso, motivador e significativo para os estudantes (ROSA, 2014).
Além disso, Fortura (2000, p.161) ressalta que ―a aula lúdica é aquela que desafia o
aluno e o professor e situa os como sujeitos do processo pedagógico‖; sendo importante que
tanto os educandos quanto os educadores sintam-se envolvidos, desafiados e se enxerguem
como sujeitos dos processos de ensino e aprendizagem, pois não é somente o aluno que
aprende e somente o professor que ensina.
A relação pedagógica, portanto, se estabelece quando dois sujeitos estão engajados
nesses processos, havendo um compartilhamento de experiências e emoções, ―a tensão do
desejo de saber, a vontade de participar e a alegria da conquista impregnação todos os
momentos desta aula‖ (FORTURA, 2000, p.161).
A aplicação do lúdico no ensino de Ciências Naturais nas séries finais do ensino
fundamental se faz indispensável, além de promover um ambiente agradável em sala de aula,
o aluno adquire e forma o seu conhecimento espontaneamente, cabendo ao professor o
trabalho de preparar, dirigir e avaliar as atividades lúdicas, pois se o educador não inova, as
aulas continuam monótonas, saem da atração do aluno e para ele é mais agradável o notebook,
trocar mensagens no celular, assistir televisão, ou qualquer outro programa, exceto ir à escola
para participar das aulas, pois a mesmice, e as atividades rotineiras não atraem e nem
despertam o interesse do aluno em participar nas aulas (ROSA, 2014).
Palma (2009) garante que, por sorte nossos estudantes e nossos educadores não são
―extraterrestres‖ e compartilham muitas coisas, inclusive o contexto e a linguagem, o que
parece simplificar, não obstante, as coisas, sendo possível organizar, delimitar e configurar a
realidade, pensando no bem estar de uma aula.
Para Guedes (2013) as atividades lúdicas vêm se apresentando, ao longo da história,
como uma proposta metodológica importante para o processo de ensino e aprendizagem,
sendo capaz de estimular a interação e a mediação na formação de conceitos, pois o lúdico faz
25
Silva et al. (2014), aplicando dois jogos didáticos (bingo químico e passa e repassa
químico), aplicados em uma turma de 3° ano do ensino médio de uma escola pública na
cidade de Bezerros–PE, concluíram que a utilização dos jogos químicos como estratégia
didática possibilitou identificar um maior interesse e motivação dos alunos pelo aprendizado
de Química, facilitando também uma melhor compreensão da turma sobre a organização da
Tabela Periódica, como a nomenclatura, linguagem química (símbolos dos elementos) e
aplicações dos elementos químicos em contextos diversos.
Sousa et al. (2013), aplicando três jogos didáticos (caça-palavras, baralho atômico e
combinação de pares), aplicados em turmas do 9º ano do ensino fundamental á do 3° ano do
ensino médio de uma escola pública na cidade de Sobral–Ceará, concluíram que a utilização
dos jogos químicos como estratégia didática fazem com que os alunos se divirtam e ao
mesmo tempo tenha uma maior compreensão do conteúdo, isso sem aquela pressão de ter que
aprender. O fato de aprenderem e se divertirem ao mesmo tempo contribuem para que eles
mudem aquele preconceito em relação às disciplinas exatas. Com este método o professor
torna-se responsável por criar conhecimentos prévios, enquanto o aluno exerce um papel ativo
no processo de ensino-aprendizagem.
26
Freitas et al. (2011), aplicando um jogo didático (bingo), aplicado em uma turma do
1° ano do ensino médio de uma escola particular na cidade de Belém–Pará, concluíram que o
resultado obtido na proposta do jogo didático, o bingo, mostrou que a aplicação de um
conteúdo em um jogo é muito válida, pois fez com que os alunos se indagassem do porquê
devido elemento químico está posicionado em determinada família e período da tabela
periódica, também trouxe novas informações como a associações dos elementos químicos
com o cotidiano dos próprios alunos, e ainda foi possível avaliar o conhecimento que eles já
possuem acerca do assunto.
Cassiano et al. (2014), aplicando de três jogos didáticos ( amarelinha, bingo e jogo da
memória), aplicado em uma turma de Educação de Jovens e Adultos ( EJA) da Escola
Estadual Três Marias da cidade de Floresta – PE, concluíram que diante dos resultados
obtidos acredita-se que a aplicação dos jogos lúdicos nas aulas de química na turma de EJA
foi uma boa ferramenta para a maior assimilação dos conteúdos abordados em sala, sendo
uma boa estratégia de auxilio para o ensino de química. A proposta foi à aplicação dos jogos
como um auxílio didático à revisão dos conteúdos. Ficou claro que as atividades lúdicas
facilitam o processo de ensino-aprendizagem corroborando ainda para o desenvolvimento
social dos estudantes.
Silva et al. (2013), aplicando quatro jogos didáticos (caça-palavras, cruzadinha,
batalha naval e bingo), aplicado em duas turmas do 9º ano do ensino fundamental da Escola
Municipal Augusto dos Anjos em João Pessoa, concluíram que o uso dos jogos didáticos no
cotidiano escolar foi muito importante, devido à influência que os mesmos exerceram frente
aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e
dinâmico o processo de ensino e aprendizagem, sendo significativo que os alunos com maior
dificuldade na disciplina tenham sido os de melhor aproveitamento. Alguns alunos gostaram
tanto da atividade que sugeriram serem aplicados outros jogos com os demais conteúdos.
Neste sentido observou-se que o jogo ofereceu estímulo e o ambiente necessários ao
desenvolvimento espontâneo dos alunos.
Vilela et al. (2009), aplicando de um jogo didático ( bingo químico), aplicado em uma
turma do 1º ano do curso técnico integrado em Mecânica e na turma do 3º ano do Programa
Nacional de Integração da Educação Básica com a Educação Profissional na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos. (PROEJA), no Instituto Federal da paraíba , concluíram que a
partir dos resultados obtidos com a aplicação do Bingo Químico, que esta é uma ferramenta
auxiliar muito importante no ensino da química, uma vez que proporciona um ambiente
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A Escola Municipal de Ensino Fundamental São João Bosco (Figura 10) foi
inaugurada em 02 de outubro de 1990, e está localizado na Rua São João, sem número, está
sob o comando do diretor Ricardo Cardoso Paiva e das Vices Diretoras Célia Maria Alves
Duarte e Maria de Lourdes Sodré (PPP, 2014).
Figura 10- Escola Municipal de Ensino Fundamental São João Bosco.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi executado em duas turmas de 9º ano do turno vespertino da Escola
Municipal de Ensino Fundamental São João Bosco, no município de Castanhal, na região
metropolitana de Belém.
Uma das turmas foi escolhida aleatoriamente para ser a turma controle (que não teve
aula com a metodologia lúdica) e a outra foi a turma experimental (que teve aula com a
metodologia lúdica).
No segundo momento, na turma controle foi ministrada uma aula apenas com
exercícios tradicionais (Apêndice 4), ao passo que na turma experimental foi aplicado o jogo
elaborado, estando essas aulas também planejadas conforme um plano de aula para cada
turma (Apêndices 5 e 6). Em seguida a execução de tais aulas, foi aplicado novo teste
(Apêndice 7) com o mesmo nível de dificuldade do primeiro, em cada uma das duas turmas.
30
Todos os testes elaborados continham dez questões de multipla escolha, com cinco
alternativas (de a) a e)), sendo que cada questão valia um ponto, logo, totalizando dez pontos.
Na turma experimental também foi aplicado um questionário (Apêndice 8) contendo
quatro questões, para os alunos avaliarem a atividade lúdica desenvolvida e um outro para o
professor da turma avaliar a atividade desenvolvida (Apêndice 9).
Vale ainda ressaltar que antes da aplicação em campo desta pesquisa, foi fornecido aos
pais dos alunos um termo de livre consentimento, que se encontra em anexo a este trabalho.
Para o jogo Bingo Químico foram elaboradas trinta e duas cartelas (Apêndice 10),
contendo cada uma dezesseis símbolos de elementos químicos diferentes.
Os materiais utilizados na construção das cartelas foram: EVA, papel cartão para
servir de base para as cartelas do bingo, papel ofício ou cartão para imprimir as cartelas, fita
dupla face, para fixar as cartelas em sua respectiva base, plástico transparente (papel contact)
para plastificar as cartelas, tesoura, computador e impressora.
A Figura 15 traz um momento de construção das cartelas.
Figura 15- Construção do Bingo Químico
As turmas foram organizadas em duplas para que houvesse uma maior interação entre
os alunos, e a cada uma das duplas foi entregue uma cartela diferente do bingo. À medida que
os nomes foram chamados, os alunos faziam a associação do elemento com o seu respectivo
símbolo na cartela.
A atividade desenvolvida consistiu na distribuição das cartelas aos alunos em duplas, e
a dinâmica foi explicada.
Dentro de uma caixa consta o nome dos sessenta (60) elementos selecionados (os mais
conhecidos).
Para marcação do bingo foram distribuídos grãos de milho (Figura 16), e iniciamos o
sorteio, á medida que foram chamados os elementos, os alunos marcaram nas suas cartelas e o
professor escreveu no quadro os elementos que já foram sorteados para ter um maior controle
do jogo e da turma.
Figura1 16- Bingo químico sendo marcado.
O jogo só acabou quando um aluno completou toda a cartela com os elementos que
foram marcados na horizontal e vertical e conferidos juntamente com o professor e os outros
alunos.
Aos dados quantitativos (notas dos alunos) encontrados durante a execução deste
trabalho, foram aplicados testes estatísticos adequados para se verificar a melhoria ou não na
qualidade do processo de ensino e aprendizagem devida a introdução do lúdico em sala de
32
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
80
Percentual de Alunos da Turma
70
60
50
40 1o Teste
30 2o Teste
20
10
0
0a4 5a6 7a8 9 a 10
Faixa de Notas
A distribuição de notas dos alunos nas quatro faixas de notas piorou após a aplicação
de exercícios, pois antes deles, no primeiro teste, 26,92% dos alunos se encontravam na faixa
de bom aproveitamento (7 ou 8 pontos) e 11,54% na faixa de excelência (9 ou 10 pontos), e
depois ambas as faixas passaram a ter 0,0% de alunos. Ao passo que a faixa de reprovação (0
a 4) teve um aumento de 26,92% para 76,92%. Assim, pode-se considerar que a metodologia
tradicional de reforço não surtiu uma melhoria na assimilação dos símbolos químicos e tabela
periódica.
35
Tabela 5- Notas obtidas pelos alunos da turma experimental nos dois testes
Aluno Teste 1 Teste 2 Diferença
1 5,0 5,0 0
2 6,0 3,0 -3
3 8,0 8,0 0
4 7,0 6,0 -1
5 5,0 4,0 -1
6 6,0 6,0 0
7 7,0 7,0 0
8 8,0 6,0 -2
9 6,0 6,0 0
10 7,0 5,0 -2
11 5,0 5,0 0
12 3,0 4,0 1
13 5,0 3,0 -2
14 8,0 5,0 -3
15 4,0 1,0 -3
16 7,0 5,0 -2
17 6,0 8,0 2
18 7,0 5,0 -2
19 3,0 5,0 2
20 4,0 6,0 2
21 8,0 3,0 -5
22 5,0 7,0 2
23 6,0 5,0 -1
24 6,0 3,0 -3
25 8,0 7,0 -1
26 7,0 4,0 -3
27 7,0 6,0 -1
28 4,0 5,0 1
29 7,0 5,0 -2
30 7,0 7,0 0
31 6,0 5,0 -1
Geral 6,1a ± 1,5 5,2b ± 1,6 -0,9 ± 1,8
Legenda: Teste 1 = nota após a explanação teórica
do conteúdo e Teste 2 nota após a revisão com
exercícios tradicionais. Diferença equivalente a
Teste 2 – Teste 1. Letra desigual nas médias
significa haver diferença significativa (p<0,05).
Fonte: A autora (2016).
Outra vez se percebe que houve uma redução no desempenho da turma, expresso
através da média geral de pontos da turma, após a aplicação da metodologia de reforço, que,
neste caso, se constituiu em uma atividade lúdica e não em exercícios tradicionais. Porém, o
decréscimo ocorrido na média geral, que passou de 6,1 para 5,2, foi apenas de – 0,9 pontos ao
invés de – 2,2 pontos, no caso da turma controle. Assim, por mais que a aplicação de um jogo
didático como mecanismo de reforço de aprendizagem tenha sortido um efeito não positivo
37
como se esperava, esta metodologia ainda assim conseguiu superar a tradicional, pois
acarretou em menor decréscimo de média geral da turma.
Provavelmente, os resultados alcançados se mostraram aquem dos esperados devido
ao fato de a temática trabalhada, símbolos químicos e tabela periódica, exigirem um alto grau
de memorização, dificultando um bom desempenho das turmas. Além disso, se deve ressaltar
que o jogo Bingo Químico foi aplicado apenas uma vez na turma, em um tempo relativamente
curto. Porém, por se tratar de um jogo, que atrai e cativa os alunos, este poderia ser praticado
mais vezes, em sala de aula, ou mesmo, especialmente, fora dela, pelos alunos, o que poderia
melhorar em muito a aprendizagem dos símbolos químicos da tabela periódica.
Agrupando-se as notas da turma experimental nos mesmos quatro intervalos de notas
em que foram agrupadas as notas da turma controle, obteve-se o gráfico contido na Figura 19.
60
Percentagem de Alunos da Turma
50
40
30 1o Teste
20 2o Teste
10
0
0a4 5a6 7a8 9 a 10
Faixa de Notas
Percebe-se outra vez uma piora nas notas dos alunos em termos de faixas de notas,
como ocorrido com a turma controle, porém, também se pode perceber que tal efeito negativo
é muito menos acentuado do que naquela turma, pois, agora, não houveram alunos na faixa de
excelência nem antes e nem depois da aplicação do jogo; a maior concentração de notas após
a aplicação do jogo ficou na faixa de notas regulares (51,61%) e apenas 25,81% dos alunos, e
não 76,26% caso da turma controle), ficaram na faixa de reprovação.
Observa-se que os resultados acima foram apresentados no 14º Simpósio Brasileiro de
Educação Química (SIMPEQUI) realizado em Manaus, cujo o certificado de participação se
encontra em anexo a este trabalho e o resumo no Apêndice 11
38
NÃO
10,7%
SIM
89,3%
35.0
30.0
Percentual da Turma (%)
25.0
20.0
15.0
10.0
5.0
0.0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
Notas Atribuídas a Atividade Lúdica
Fonte: A autora (2016).
As respostas dadas as duas primeiras perguntas apontam a grande aceitação dos alunos
em termos da atividade lúdica desenvolvida em classe. Assim, o jogo didático foi amplamente
aceito pela turma e muito bem avaliado, pois apenas 10% dos alunos reprovaram essa
39
atividade, dando nota zero e três, ao passo que mais de 30% deram nota dez e 10% deram
nota 9,5, o mesmo para 9,0; 8,5 e 8,0 e 10% deram nota regular (5,0). Essa grande aceitação
está intimamente relacionada com a própria natureza das atividades lúdicas, pois elas,
conforme Kishimoto (1994), apresentam duas funções distintas, a lúdica e a didática, sendo a
primeira relacionada ao brincar e ao prazer, levando desta a forma a uma aprendizagem
prazeirosa, logo, muito aceita pelos alunos.
As respostas dadas à 3ª questão (―VOCÊ GOSTARIA DE TER MAIS ATIVIDADES
DESSE TIPO?‖) estão presentes na Figura 22.
Figura 22- Resposta dada a 3ª pergunta do questionário
NÃO
7,1
SIM
92,9
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANTUNES, M. T. Química, 1º ano. 2ª Ed. São Paulo: Edições SM, 2013. (Coleção Ser
Protagonista).
ATKINS, P.; JONES, L. Chemistry: molecules, matter, and change. W. H. Freeman and
Company, 3ª. edição, 1992
BRADY, J.E.; HUMISTON, G.E. QUÍMICA GERAL. Vol 1, LTC Editora, Rio de Janeiro –
RJ, 2008.
CASSIANO, M.A.N.; SILVA, C.M.; SILVA, C.D.; BARBOSA, L.R.D.; TEIXEIRA, D.V.B.;
G. de SÁ, C.L.S.; FIGUEIRÔA, J.A.; SILVA, A. F.; SILVA, H.C. Adultos também
brincam: Aprendendo química através de jogos. In: 12º Simpósio Brasileiro de Educação
Química, Fortaleza/CE, 2014.
COVRE, G. J. Química total, volume único. São Paulo: Editora FTD, 2006. 664p.
CUNHA, M. B. da. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização
em Sala de Aula. Química Nova na Escola. Vol. 34, N° 2, p. 92-98, 2012.
EBBING, D. D. QUÍMICA GERAL, volume 1, 5ª edição, LTC Editora, Rio de Janeiro – RJ,
1998.
GUEDES, M. R. de A.. Utilização do jogo didático ―bingo químico‖ como auxílio no ensino
da química para alunos do primeiro ano do ensino médio. In: Atas do IX Encontro Nacional
de Pesquisa em Educação em Ciências – IX ENPEC. Águas de Lindóia. São Paulo, 2013.
KALINKE, C.; POLLA, P. T. B.; MARQUES, P. T.. Atividades Lúdicas para o Aprendizado
de Química. In: 3º Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia. Ponta Grossa/PR.
2012.
44
LOPES, G. M. Jogos na educação: criar, fazer e jogar, 4 ed. São Paulo: Cortez, 2001.
QUEIROZ, B. V. Construção de Jogos Químicos por alunos do ensino médio. 11º Simpósio
Brasileiro de Educação Química, Teresina/PI, 2013.
SILVA, A.F; da SILVA, J.P; da SILVA, L.L; FONSECA, M.G. HENRIQUE, F.B.Q; LIMA,
C.M.G.C. aplicação de jogo didático no ensino de ciências – a visão dos discentes . 11º
Simpósio Brasileiro de Educação Química. Teresina/PI, 2013.
SILVA, A.S; Lima, B.S.M.C; Silva, M.J ; Correia, P.D.S ; Silva, T.G ; Batinga, V.T.
ANÁLISE DE ATIVIDADES LÚDICAS COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA PARA
45
SOUSA, J.G; MATOS, L. J.; VERAS DE ARAÚJO, N.; FERREIRA DOS SANTOS, F.G.;
SALES DA SILVA, D. A Importância dos Jogos no ensino de Química. 11º Simpósio
Brasileiro de Educação Química, Teresina/PI, 2013.
USBERCO, J.SALVADOR, E. Química. Volume único, 5ª. Edição, São Paulo: Saraiva,
2002. 672p.
http://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/elementos-quimicos.htm. Acesso em 03 de
Junho de 2015.
46
ANEXO
47
Convidamos o filho(a) do(a) Sr(a) para participar da pesquisa ―Bingo Químico como
Estratégia Lúdica no Ensino de Química do 9º Ano do Ensino Fundamental‖, sob a
responsabilidade dos pesquisadores Rosiete Marinho Pantoja e Antonio dos Santos Silva, a qual
pretende avaliar a melhoria na qualidade de ensino de ciências através da inserção de uma
metodologia inovadora.
A participação de seu (sua) filho(a) é de carater voluntário e se dará por meio de respostas
dadas a questionários estruturados, participação de aulas com recursos didáticos variados, e através de
suas notas obtidas em testes de multipla escolha.
Não haverá nenhum risco oriundo da participação de seu (sua) filho(a) na presente pesquisa.
Se você aceitar que seu (sua) filho(a) participe, estará contribuindo ativamente para a melhoria na
qualidade do ensino de ciências.
Se depois de consentir na participação de seu (sua) filho(a), o Sr(a) desistir que seu (sua)
filho(a) continue participando, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer
fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta de dados, independente do motivo e sem nenhum
prejuízo a sua pessoa. O (a) Sr(a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma
remuneração pela participação de seu (sua) filho(a) nesta pesquisa. Os resultados da pesquisa serão
analisados e publicados, mas a identidade de seu (sua) filho(a) não será divulgada, sendo guardada em
sigilo.
Consentimento Pós-Informação
APÊNDICES
50
Apêndice 1
Tabela 3. Lista de elementos químicos, seus símbolos, nomes e aplicações
SÍMBOLO Z NOME APLICAÇÃO
H 1 Hidrogênio Fabricação de amônia, gasolina, lubrificantes e ácidos.
He 2 Hélio Tubo de gás neon e reatores nucleares.
Li 3 Lítio Baterias recarregáveis e solares.
Be 4 Berílio Motor de foguetes e em revestimento interno de lâmpadas
fluorescentes.
B 5 Boro Fabricação de vidro resistente e detergentes e herbicidas.
C 6 Carbono Carvão destilado, usada em lápis, em reatores nucleares.
N 7 Nitrogênio Produção de amônia (NH3) e conservação de sêmen animal.
O 8 Oxigênio Respiração, utilizado como comburente e no tratamento de
água.
F 9 Flúor Aplicações do flúor em água potável e cremes dentais.
Ne 10 Neônio Letreiros luminosos (tubos de gás neon) e lâmpadas de
neblina para aviões.
Na 11 Sódio Na produção de ligas metálicas utilizadas para transferências
de calor em reatores nucleares e em sínteses orgânicas.
Mg 12 Magnésio É utilizadas de ligas leves, em bombas incendiarias, peças de
avião, fogos de artifícios, lâmpadas descartáveis de flash de
máquinas fotográficas.
Al 13 Alumínio Além de ser utilizado na fabricação de utensílios domésticos,
como panelas e talheres, na produção de fios de eletricidade e
embalagens para alimentos.
Si 14 Silício Na fabricação de cimento, amianto, vidros, semicondutores,
circuitos eletrônicos e silicones.
P 15 Fósforo Compostas de fósforos são utilizados para produção de
fertilidades bombas, armas químicas e fósforos.
S 16 Enxofre De pólvora, fungicidas, vulcanização da borracha e ácidos
sulfúricos.
Cl 17 Cloro São utilizados como conservante de carnes e comidas, como
alvejantes, limpador de superfície e reagente de laboratório.
Ar 18 Argônio Câmeras de gás inerte e em enchimentos de lâmpadas
incandescentes e fluorescentes.
K 19 Potássio O KCIO3 é utilizados em fertilizantes e explosivos. O KCIO4
e o KCIO3 são utilizados em fogos de artifício como agentes
oxidantes.
Ca 20 Cálcio É utilizado como agente redutor. O CaCO3 é utilizado como
mármore ou calcário dolomita.
Sc 21 Escândio É utilizado em germinação de sementes, em circuitos
elétricos. No processo de craqueamento do petróleo e da
indústria espacial.
Ti 22 Titânio De ligas leves e de alta resistência, que são empregadas em
reatores, motores de foguetes, aviões e automóveis.
51
Apêndice 2
PLANO DE AULA
Conteúdo Recursos Materiais Metodologia Avaliação
- Tabela - Livro didático. - Aula expositiva para a - Através de
Periódica dos apresentação do conteúdo exercícios escritos.
Elementos -Lousa da Tabela Periódica para
visualizar os elementos.
-Pincel
Referências:
CANTO, E. L. Ciências Naturais: aprendendo com cotidiano 9º ano- 3º ed. São Paulo:
Moderna, 2009.
56
Apêndice 3
GABARITO
01-A, 02-A, 03-B, 04-D, 05-A, 06-C, 07-E, 08-C, 09-D, 10-D
57
Apêndice 4
PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTANHAL
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL SÃO JOÃO BOSCO
ALUNO:________________________________________________________
Exercício de Fixação
Em cada uma das dez questões a seguir, marque apenas uma alternativa.
1. O número atômico do elemento que se encontra no período três, família 3A é:
a) 10 b) 12 c) 31 d) 13 e) 23
2. Um átomo, cujo número atômico é 18, está classificado na tabela como:
a) Metal alcalino b) Metal alcalino-terroso c) Metal terroso
d) Ametal e)Gás nobre
3. Na tabela periódica dos elementos que número está localizado o símbolo Zn.
a) 23 b) 14 c) 30 d) 27 e) 32
4. Na tabela periódica existem elementos classificados como metais e outros como não
metais. Dentre as alternativas abaixo, qual traz somente elementos considerados como não
metais?
a) C, N, O, F. b) K, Li, Fr. c) Rb, Cu, Ni.
d) Ca, Ba, Zr. e) Ra, Fe, Al.
5. O 5º período da tabela periódica possui quantos elementos?
a) 20 b) 15 c) 18 d) 32 e) 8
6. Na classificação periódica, os elementos Ba (grupo 2), Se (grupo 16) e Cl (grupo 17) são
conhecidos, respectivamente, como:
a) Alcalino, Halogênio e Calcogênio b) Alcalino-terroso, Halogênio e Calcogênio
c) Alcalino-terroso, Calcogênio e Halogênio. d) Alcalino, Halogênio e Gás Nobre
e) Alcalino-terroso, Calcogênio e Gás Nobre
7. Entre os pares de elementos químicos dados a seguir, o par que reúne elementos com
propriedades químicas mais semelhantes é:
a) Na e K b) Ca e Cu c) H e I d) Cl e Ar e) F e Ba
8. O grupo da Tabela Periódica que se caracteriza por apresentar predominância de elementos
artificiais é o dos:
a) Lantanídios b) Gases Nobres c) Metais de transição
d) Metais Alcalinos-terrosos e) Actinídios
9. Um dos elementos químicos que tem se mostrado muito eficiente no combate ao câncer de
próstata é o selênio(Se). Com base na Tabela de classificação Periódica dos elementos, os
símbolos de elementos com propriedades químicas semelhantes ao selênio são:
a) Cl, Br, I b) Te, S, Po c) P, As, Sb d) As, Br, Kr
10. Quais são os símbolos que estão localizados no período dois (2), da Tabela Periódica?
a) Na, Al e Si b) H e He c) Li, Ne, B d) K, Mn, Fr e) Rb, Zr, Ag
GABARITO
01-D, 02-E, 03-C, 04-A, 05-C, 06 -C, 07-A, 08-E, 09-B, 10-C
58
Apêndice 5
PLANO DE AULA
Conteúdo Recursos Materiais Metodologia Avaliação
- Tabela - Tabela Aula será de maneira - Teste de múltipla
Periódica dos lúdica com apresentação escolha
Elementos -Bingo Químico do bingo químico e a
tabela periódica para
visualizar os elementos.
Referências:
CANTO, E. L. Ciências Naturais: Aprendendo com cotidiano 9º ano- 3º ed. Moderna. São
Paulo.2009.
59
Apêndice 6
PLANO DE AULA
Conteúdo Recursos Materiais Metodologia Avaliação
- Tabela - Livros didáticos. - Aula expositiva para a - O conteúdo
Periódica dos apresentação do conteúdo abordado será através
Elementos -Lousa da Tabela Periódica para de exercícios
visualizar os elementos. escritos.
-Pincel
Referências:
CANTO, E. L. Ciências Naturais: aprendendo com cotidiano 9º ano- 3º ed. Moderna. São
Paulo.2009.
FELTRE, R. QUÍMICA. 6ª ed. São Paulo: Moderna. 2004
60
Apêndice 7
GABARITO
01-A, 02-A, 03-E, 04-C, 05-B, 06-D, 07-A, 08-C, 09-D, 10-D
61
Apêndice 8
ALUNO: _____________________________________________________
Questionário
( ) SIM ( ) NÃO
2- QUE NOTA, DE ZERO A DEZ, VOCÊ DARIA A ESSA ATIVIDADE? RESPOTA: ____
( ) SIM ( ) NÃO
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
62
Apêndice 9
INSTITUIÇÃO: _____________________
Questões
1- Você alguma vez já realizou atividades lúdicas com seus alunos? ( ) SIM ( ) NÃO
Resposta:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3- Quais são as dificuldades que você vê para utilizar o lúdico em sala de aula?
Resposta:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Resposta:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
63
Apêndice 10
Cartelas do Bingo
64
65
Cl F Mg Ca
Tc Ru Rh Pd
Sn Sb Te V
H Li Na K
H C
Hélio Carbono
Li
P
Lítio
Fósforo
66
Apêndice 11
Autores
Marinho Pantoja, R.; 2Queiroz Pereira, M.; 3Gonçalves, J.; 4da Silva e Souza, S.H.; 5Carvalho
1
Resumo
Os jogos didáticos apresentam 2 funções distintas, a lúdica e a didática, e, graças a elas, tais
atividades podem contribuir para a mudança no ensino de Química, que hoje se dá geralmente
de forma tradicional e pouco atraente aos alunos, e que poderá ser mudado para um ensino
mais agradável e eficaz. Neste trabalho, se buscou aplicar um jogo didático sobre tabela
periódica, em uma turma de 9º ano do ensino fundamental. Foram aplicados testes avaliativos
antes e após a aplicação do jogo, e as notas obtidas pelos alunos foram comparadas para se
verificar uma possível melhoria na aprendizagem. Percebeu-se que não houve uma melhoria
nas notas dos alunos após a aplicação do jogo, mas os resultados obtidos com o jogo se
mostraram melhores aos obtidos com exercícios tradicionais.
Palavras chaves
Introdução
Robaina (2008) diz que a Química é ensinada nas escolas ainda de forma tradicional,
valorizando em demasia a memorização e repetição de nomes, fórmulas e cálculos, sendo que
seus conteúdos são repassados totalmente desvinculados do cotidiano e da realidade dos
alunos, e, por isso, a Química se torna uma disciplina maçante, fazendo com que os próprios
estudantes questionem o motivo pelo qual a estão estudando, e também dificultanto o ensino
de tal disciplina. E Fialho (2011) diz que a exploração da função lúdica do jogo pode vir a ser
uma técnica facilitadora na elaboração de conceitos, no reforço de conteúdos, na
socialiabilidade entre os alunos, na criatividade e no espírito de competição e cooperação,
tornando esse processo transparente, ao ponto que o domínio sobre os objetivos propostos
sejam assegurados. Assim, o presente trabalho teve como objetivo a aplicação de um jogo, o
Bingo Químico, versando sobre a tabela periódica e os elementos químicos, em uma turma de
nono ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal da cidade de Castanhal, no
nordeste do estado do Pará, para se verificar se tal atividade contribuiria para uma maior
assimilação do tema trabalhado previamente de forma teórico e tradicionalmente.
67
Material e métodos
Participaram desta pesquisa duas turmas de nono ano do ensino fundamental da Escola
Municipal de Ensino Fundamental São João Bosco, no município de Castanhal, no nordeste
do Estado do Pará. Uma das duas turmas foi escolhida aleatoriamente para ser a turma
controle (aquela em que não se trabalharia de forma lúdica e que tinha 31 alunos) e a outra foi
escolhida para ser a turma experimental (que vivenciou o jogo como mecanismo de reforço
escolar e que 33 alunos). No primeiro momento, em ambas as turmas, foi trabalhada a
temática elementos químicos e tabela periódica de forma teórica e tradicional (usando apenas
livro didático e lousa e giz). Após essa aula, foi aplicado um teste contendo dez questões de
multipla escola, valendo um ponto cada questão, e executado individualmente por cada aluno
e sem consultar nenhum material, nas duas turmas. Depois, foi trabalhado o reforço de
aprendizagem atráves do jogo ―Bingo Químico‖ na turma experimental, enquanto a turma
controle teve aula apenas com exercícios tradicionais sobre a referida temática. Então, outro
teste avaliativo diferente, mas de mesmo grau de dificuldade do primeiro, foi aplicado aos
alunos das turmas, também sem consulta e de forma individual. Os resultados (notas dos
alunos antes e após a aplicação do jogo) foram tabulados, usando o programa Excel 2010, e
comparados entre si, tanto em termos de médias gerais das turmas como em desempenho em
faixas de notas dos alunos. O jogo aplicado é composto por 32 cartelas que contém 16
símbolos de elementos químicos diferentes (Figura 1). Sua aplicação em sala foi orientada
pelo professor da turma que sorteava e lia o nome do elemento químico para que os alunos
marcassem com milho o símbolo sorteado. Vencia o jogo quem preenchesse corretamente a
cartela primeiro.
Resultado e discussão
As notas da turma controle no 1º teste foram baixas (média de 5,6 pontos), porém, ao se
reforçar os conteúdos trabalhados com exercícios, a média da turma baixou muito (– 2,2
pontos), descendo para um resultado insatisfatório (3,4 pontos). Assim, a metodologia
tradicional não foi uma boa opção para o reforço de aprendizagem. Também, avaliando o
desempenho desta turma em 4 faixas de notas: de 0 a 4,5 pontos (baixo aproveitamento
escolar); de 5,0 a 6,5 pontos (desempenho regular); de 7,0 a 8,5 pontos (bom desempenho) e
de 9,0 a 10 pontos (excelentes notas) (Fig. 2), percebe-se que a distribuição de notas nas 4
faixas piorou após a aplicação de exercícios: antes, no 1º teste, 26,9% dos alunos estavam na
faixa de bom aproveitamento e 11,5% na faixa de excelência, e depois ambas as faixas
passaram a ter 0,0% de alunos, ao passo que a faixa de reprovação aumentou de 26,9% para
76,9%. Assim, a metodologia tradicional não surtiu uma melhoria na assimilação dos
conteúdos trabalhados. Na turma experimental houve também uma redução no desempenho
da turma, pois a média desta turma passou de 6,1 para 5,2 pontos, mas este decréscimo foi
apenas de –0,9 ponto ao invés de – 2,2 pontos. Assim, por mais que a aplicação de um jogo
didático como mecanismo de reforço de aprendizagem tenha sortido um efeito não positivo
como se esperava, esta metodologia ainda assim conseguiu superar a tradicional, pois
acarretou decréscimo menor na média geral da turma. Talvez, os resultados obtidos foram
aquém dos esperados pois a temática trabalhada exige um alto grau de memorização. Em
termos de faixas de notas, se percebe também um efeito de redução de desempenho, mas,
também se pode perceber que tal efeito negativo é muito menos acentuado do que na turma
controle.
68
Conclusões
Por mais que a aplicação do jogo na turma experimental não levou a um acréscimo de média
dos alunos, mesmo assim a atividade desenvolvida teve seu valor, pois se mostrou mais
eficiente do que a mera revisão de conteúdos com exercícios tradicionais, além do que foi
bem aceita pelos alunos, os quais se mostraram mais estimulados e interessados em aprender
Química. Assim, levando em contas também os aspectos qualitativos além dos numéricos, a
atividade desenvolvida pode ser considerada uma boa técnica de ensino.
Agradecimentos
Referências
FIALHO, N. N.; Jogos no Ensino de Química e Biologia, 2ª ed., Curitiba: Ibpex, 2011.
(Coleção Metodologia do Ensino de Química e Biologia, v. 8).