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APOSTILA

CURSO POR CONSUELO NEVES

é–
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ALOÉ – BOTICA NATURAL


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Uberlândia, MG.

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1)POR QUE FAZER UM SABÃO NATURAL?

Fazer sabonete é bacana, posso dizer que é uma libertação, um caminho de


encantamentos sem volta! Porque você saberá exatamente o que está usando sobre
sua pele e de sua família; deixará de ficar a mercê da indústria convencional que te
vende um produto inerte, sem vida, cheio de substâncias tóxicas e nocivas que
fragilizam as defesas naturais de sua pele, favorecendo assim a manifestação de
alergias. Além de poluir nossas águas. É bacana porque você irá tomar um banho
com algo cheio de energia e carinho, feito por você! Sério, é uma baita experiência
sensorial!

A produção de um sabonete artesanal natural começa com a escolha de cada um dos


componentes que fará parte dele. Esses ingredientes serão óleos vegetais de
qualidade, manteigas vegetais, óleos essenciais, flores, extratos, argilas, que serão
escolhidos e combinados de acordo com a experiência de quem os fabrica e com a
finalidade terapêutica específica pensada para aquele determinado produto. SEJA
MUITO BEM VINDA, MUITO BEM VINDO A ESTE MUNDO ENCANTADO! Agradecemos
a toda a trajetória humana e nossa ancestralidade, pois hoje temos a evolução de
uma técnica que é milenar em um produto que é conhecido e usado em todo o
planeta!

MAS, O QUE É O SABÃO ?

UM POUCO SOBRE SAPONIFICAÇÃO


ÁGUA + SODA CAUSTICA + GORDURA (animal ou vegetal)

= SABÃO + GLICERINA

SABÃO + GLICERINA + AROMA + ADITIVOS EMOLIENTES = SABONETE

SABÃO é o resultado de um processo químico que ocorre quando se mistura


gordura (animal ou vegetal = ácidos graxos) e uma base alcalina (lixívia = água +
soda caustica), formando sais de sódio ou de potássio, estes chamados de sabão.
Os sais (SABÃO) são o resultado da reação de substâncias ácidas e básicas.

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HIDRÓXIDO DE SODIO = SODA CAUSTICA = NaOH = é o ingrediente principal
para a fabricação do sabão sólido.

HIDRÓXIDO DE POTASSIO = POTASSA = KOH = é uma base utilizada para


produzir os sabões líquidos.

Uma vez produzido o sabão, podemos partir para o acréscimo de outros aditivos
que acrescentarão propriedades como emoliência, umectação, condicionamento e
hidratação da pele ou outras características ao sabão para uso na higiene
corporal.

Assim, o sabonete é um tipo de sabão com uma formulação mais suave, acrescida
de aditivos emolientes e amaciantes, melhor apropriado para a higiene da pele e
dos cabelos.

A glicerina é um subproduto do sabão, um líquido viscoso de cor transparente e


sabor adocicado, seu ponto de ebulição é alto, é solúvel em água e no álcool,
mas não em óleo, é também considerado um poderoso solvente.

A glicerina é "higroscópica", ou seja, tem a característica de absorver a água


contida no ar, esta é a razão para a formação de pequeninas bolhas de água na
superfície dos sabonetes glicerinados*, esses sabonetes atraem a umidade dos
banhos e é desta mesma forma que ela beneficia a pele, atraindo umidade tão vital
para a pele, tornando-a mais hidratada e macia.

2) SABONETES CONVENCIONAIS X NATURAIS


Na produção comercial dos sabonetes a glicerina natural é extraída durante o
processo da fabricação e vendida como produto para utilização em outras
indústrias principalmente da cosmética, química, alimentício e farmacêutica,
roubando seus benefícios do sabonete. Utilizada em diversos segmentos da
indústria, no setor alimentício, por exemplo é muito usada na conservação de
frutas devido a qualidades antissépticas e na fabricação de confeitos e doces; na
cosmética é amplamente utilizada em bases para loções para a pele, também é
utilizada na fabricação de algumas tintas impressoras.

A carência da glicerina nos sabonetes comerciais é umas das principais razões do


ressecamento que sentimos na pele com o uso destes sabonetes.

Os ácidos graxos contidos nos óleos utilizados para se fazer o sabonete artesanal
ajudam a regular a umidade e nutrir a pele, enquanto a glicerina natural dá uma
textura mais macia.

Os sabonetes comerciais que você encontra nos supermercados são fabricados


visando aspectos como a conservação do produto nas prateleiras do comércio e
oferecer ao consumidor um produto de maior duração; com isso justificam o uso

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de detergentes sintéticos e conservantes, resultando um produto de
qualidade inferior para o nosso banho diário. Estes sabonetes
podem ser considerados apenas detergentes sintéticos. Os
sabonetes industriais têm conservantes, corantes e fragrâncias
sintéticas, óleos minerais, ftalatos, Parabenos EDTA, BHT... ... que
podem causar alergias, ressecamento e várias doenças da pele.

3) MEDIDAS DE SEGURANÇA PARA SE FAZER SABÃO


ARTESANAL :
Cuidado com as altas temperaturas, principalmente se for utilizar
fogão a gás. A glicerina pode ser explosiva. Use sempre instrumentos e
equipamentos que cuidem de sua segurança.

O material de proteção deve ser:


 Avental para proteger a roupa
 Deve-se usar roupa de manga comprida, calças e sapatos fechados, para
limitar o contato acidental com a soluções alcalinas na pele.
 Ao mexer a massa com o mixer deve-se ter o cuidado de manter as lâminas
submersas antes de ligar, para que não espirre.
 Em caso de contato com os olhos lavar imediatamente com água corrente e
procurar assistência medica urgente.
 Este processo não deve ser feito por crianças pequenas, que devem ser
mantidas afastadas por proteção. Manter animais de estimação também fora
da área onde é feito o sabão por motivos de salubridade, os pelos podem
voar até as formulações. Pense num cliente encontrando um pelo animal em
seu produto.
 Use roupas limpas quando for produzir.
 Cabelos presos.

MATERIAL SUGERIDO

 Balança digital
 Panelas de inox ou ágata
 Espátulas de silicone
 Recipientes de vidro, inox ou plástico (nada em alumínio ou Tefal)
 Batedor de inox para claras
 Termômetro digital
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 Fôrmas de madeira, plástico, silicone, caixas de sapato, canos de PVC
 Filme plástico, papel manteiga

4) FAZENDO SEU PRÓPRIO SABONETE


A escolha de matérias-primas. A grande vantagem é escolher os
óleos, as manteigas, extratos, texturas, esfoliantes e aromas.

Na verdade, de acordo com o ácido graxo usado, o sabão tem


propriedades diferentes: dureza, espuma, emoliência. Na indústria,
os sabonetes são feitos principalmente de sebo animal e a glicerina, resultante do
processo, é retirada, o que acaba irritando e ressecando a pele.

Quando montamos uma fórmula de sabão, podemos escolher quanto óleo ou


manteiga será deixado sem saponificar, para obtermos um sabão mais rico,
cremoso e que deixa a pele úmida e nutrida. (NO CASO DE COLD, HOT OU FAZER
SUA PRÓPRIA BASE GLICERINADA). Como o método que vamos aprender é de
base pronta, pulamos toda essa parte de SAPONIFICAÇÂO.

O sabonete artesanal produzido pelo método “Melt and Pour” é uma


excelente opção para iniciantes na saboaria artesanal. Isso porque este
método se baseia em derreter uma base de glicerina já pronta,
acrescentar propriedades conforme a sua vontade ou de acordo com o
tipo de pele de seus amigos, de sua família ou de clientes, caso queira
comercializá-los, e despejar/derramar em um molde.

Vantagens do Método "Melt and Pour"


*Esse método de produção de sabonetes artesanais não requer o manuseio da soda
cáustica, que é um produto corrosivo, porém necessário. Isso significa que não há
a necessidade de se realizar a reação de saponificação (reação que produz sabão a
partir de óleos e gorduras juntamente com a soda cáustica).

*Além disso, também não há a necessidade de se esperar 4 semanas ou mais pela


cura do sabonete, ou seja, esperar 30 dias ou até mais para que o sabonete fique
completamente pronto (a cura faz parte dos processos hotprocess e coldprocess). A
glicerina é um subproduto da reação de saponificação e está presente também nas
bases glicerinadas. Ela é um excelente ativo umectante para a pele agregando
propriedades de hidratação.

*Outra vantagem é que também é possível usar várias técnicas de design, cores,
texturas

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* Os aromas permanecem mais evidentes.

5) MATÉRIA PRIMA NECESSÁRIA


1. Base de glicerina:
* A base glicerinada pode ser comprada no mercado ou ser feita por você mesma.
Quando for comprar, dê preferência para “Bases Vegetais”, pois são feitas com
óleos vegetais, outras bases utilizam gordura animal e detergentes sintéticos que
pode causar reações alérgicas e não são biodegradáveis. Aprenda a ler rótulos.
Existe um gama de marcas mas vou deixar aqui algumas: V&G , Bothânica , Peter
Paiva. Deixarei uma lista de sites ao final da apostila.

* Você pode também fazer sua própria base do zero, mas para isso precisar fazer
uma aula ou curso para aprender o passo a passo, conceitos, e dinâmicas dos
processos de saponificação assim como a matéria prima necessária. A técnica se
diferencia da “Melt and Pour”. Eu dou aulas desse método.

As bases glicerinadas são sabões pré-fabricados de forma industrial ou de forma


artesanal (caseira) para serem utilizadas na produção de sabonetes glicerinados
pelo método “Melt and Pour” que em português significa derreter e despejar, ou
seja, a base glicerinada permite a produção da arte em sabão, onde o método se
baseia em picar as bases glicerinadas em pequenos cubos, derreter, adicionar as
propriedades conforme a formulação, executar uma técnica de arte, caso seja
desejado, e inserir essa massa em determinado molde.

2. Óleos e Manteigas Vegetais:


São produtos finais derivados da extração de frutos e sementes de plantas e
árvores.

ÓLEOS VEGETAIS

Os óleos vegetais são gorduras extraídas de diversas partes das plantas. Raízes,
polpa, flores, caules, folhas e sementes são matérias-primas para a extração dos
óleos vegetais. Entretanto, o processo se dá quase que exclusivamente a partir das
sementes.

Basicamente, os óleos vegetais podem ser extraídos de qualquer vegetal. Mas


algumas plantas são mais utilizadas.

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Cada óleo vegetal possui propriedades específicas que são direcionadas para
diversas finalidades, como alimentação, cosméticos, combustível, fins terapêuticos,
entre outros.

COMO POR EXEMPLO: • oliva (pode ser extra virgem, virgem ou pomace) • óleo de
coco, babaçu, licuri, • mamona, • girassol, • palma, • palmiste (óleo de coco oriundo
da palmeira Dendezeiro), • semente de uva, • amêndoas, • gergelim, • germe de
trigo, • nozes, • avelã, • abacate, • jojoba, • linhaça, • macadâmia, • rosa mosqueta,
• copaíba, andiroba, buriti, pequi, pracaxi, maracujá.

MANTEIGAS VEGETAIS

Manteiga vegetal é uma gordura extraída de sementes oleaginosas de plantas que


possuem as mesmas propriedades emolientes de óleos vegetais. Mas ao contrário
dos óleos vegetais, que são líquidos fluídos em temperatura ambiente, as
manteigas vegetais são cremosas ou sólidas.

Cremosas e ricas em nutrientes, as manteigas vegetais são utilizadas há muito


tempo nos cuidados cosméticos e manutenção da saúde, como proteção solar,
cicatrização de machucados e alergias. Elas podem adicionar nutrição às
formulações para quaisquer tipos de pele ou cabelos. Podem ser adicionadas em
cremes caseiros para melhorar a ação condicionante, mas também podem ser
usadas puras para tratamentos in natura.

Suas propriedades nutritiva, anti-inflamatória, antioxidante além de aumentar a


síntese de colágeno, estimular a reconstrução do tecido da pele, cria uma barreira
lipídica protetora contra o ressecamento e ações externas do ambiente. Também
para produtos capilares por seus benefícios para os cabelos como: proteção
contra o ressecamento, efeito condicionante, adição de brilho e melhora na textura
dos fios, tornando-os mais macios e nutridos.

 Manteiga de Cacau ; Manteiga de Cupuaçu ; Manteiga de Karité ; Manteiga


de Manga ; Manteiga de Bacuri ; Manteiga de Ucuuba.

3. Aromas :

ÓLEOS ESSENCIAIS X ESSÊNCIAS

* ÓLEOS ESSENCIAIS
Óleos essenciais são compostos aromáticos voláteis extraídos de plantas
aromáticas por processos de destilação, compressão de frutos ou extração com o
uso de solventes. Geralmente são altamente complexos, compostos às vezes de

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mais de uma centena de componentes químicos. Um óleo essencial é um
produto obtido por um processo físico específico. São encontrados em pequenas
bolsas (glândulas secretoras) existentes na superfície de folhas, flores ou no
interior de talos, cascas e raízes. Vários ácidos graxos, embora pouco voláteis,
podem ser destilados junto com componentes terpênicos, sendo encontrados nos
óleos essenciais, como o mirístico e o palmítico. Na saponificação a frio, esses
ácidos graxos serão transformados em sabão, outra parte dos óleos essenciais será
perdida na alta temperatura que a massa de sabão chega na fôrma, e, portanto,
sobrará apenas uma pequena parte, sim triste realidade. Desde há muitos séculos,
os óleos essenciais são explorados, ainda que hoje não se tenha completamente
documentado o início exato.

Acredita-se que os primeiros usos primitivos para estes tenha sido através de
bálsamos, ervas aromáticas e resinas que eram usadas para embalsamar
cadáveres em cerimônias religiosas há milhares de anos. Há relatos do uso de
essências em 2700 a.C. pelos chineses, no mais antigo livro de ervas do mundo,
Shen Nung. Algumas plantas citadas eram o gengibre (Syzygium aromaticum) e o
ópio (Papaver somniferum). Outro uso documentado de óleos essenciais se deu em
2000 a.C. em livros escritos em sânscrito, pelos hindus. Em tal época, já
havia um conhecimento mais rudimentar de aparatos de destilação.

Se você não possui conhecimento prévio de Óleos Essenciais, suas propriedades e


aplicações, sugiro acessar os links abaixo que te levará a uma página com
possibilidades de leituras e estudos.

https://terra-flor.com/categoria/ebooks/

https://www.passeidireto.com/arquivo/61779423/guia-pratico-de-aromaterapia-
terra-flor

ÓLEO ESSENCIAL

Óleos essenciais são substâncias 100% naturais e voláteis, são extraídos de


diversos tipos de plantas e considerados a alma da planta. Quando extraímos os
óleos essenciais, obtemos os seus principais componentes bioquímicos de ação
terapêutica e aromática.

Em outras palavras, os óleos essenciais contêm os princípios ativos destas


plantas, que são transportados para dentro do organismo através das moléculas
que compõem o óleo essencial. Essas moléculas possuem atuação no organismo,
dependendo dos princípios ativos contidos nelas. Possibilita assim, intervenções
benéficas na saúde física, emocional e psicológica, se utilizados de forma correta e
na concentração certa conforme orientação profissional.

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O uso de plantas aromáticas (inteiras ou suas partes como folhas, cascas,
sementes e seus produtos extrativos como as resinas) é tão antigo quanto a
história da humanidade, sendo empregadas na medicina, na cosmética e em
cerimônias religiosas.

Os relatos mais antigos estão escritos em sânscrito dos Ayurvedas (há mais de
2.000 A.C.), onde há descrições de técnicas rudimentares que os hindus utilizavam
para a obtenção de produtos destilados, provavelmente álcoois aromáticos de
espécies de capins do gênero Cymbopogon (capim limão e citronela) e mirra entre
as mais de 700 substâncias aromáticas citadas.

O Egito parece ser o berço da arte de obtenção de óleos essenciais através da


destilação, apesar de existirem poucas referências atuais disso. Os egípcios
utilizavam os óleos essenciais em massagens para embelezar e proteger a pele do
clima árido e para embalsamar os mortos, mostrando que conheciam suas
propriedades antissépticas. Estes conhecimentos espalharam-se para os antigos
gregos e destes para os romanos, que eram ótimos perfumistas.

O uso de plantas e óleos aromáticos na terapêutica pelos chineses é muito antigo,


há relatos em obras de 2700 a.C. O livro de medicina interna do antigo Imperador
Amarelo da China, fala sobre o uso de plantas aromáticas como o gengibre, muitos
destes empregados também em cerimônias religiosas.

No século XII, durante o período das Cruzadas, o conhecimento sobre plantas


aromáticas, especiarias e perfumes difundiu-se do Oriente Médio para a Europa. A
técnica de obtenção, desenvolvida pelos alquimistas árabes através do uso da
"serpentina" para refrigeração dos produtos destilados também foi difundida. Mas
não eram os óleos essenciais propriamente ditos e sim soluções aquosas e
alcoólicas.

Com a difusão do conhecimento, jardins de ervas passaram a ser cultivados nos


mosteiros, onde monges e freiras preparavam medicamentos a partir destas. A
medicina de Hipócrates difundiu-se e muitas obras médicas foram traduzidas.

Foi somente durante os séculos XVI e XVII que os óleos essenciais receberam suas
primeiras aplicações e sua introdução no comércio. A partir disso a aromaterapia
cresceu rapidamente ao redor do mundo. No século XVIII, vinagres aromáticos e
águas perfumadas tornaram-se populares, especialmente a Água de Colônia
utilizada por Napoleão, que a considerava um elixir da vida.

O termo "aromaterapia" teria sido criado por um químico francês, Maurice René
de Gattefossé em 1937, que após ter queimado as mãos em um acidente em seu
laboratório, colocando-as, acidentalmente, em um tanque contendo óleo essencial
de lavanda, pensando que fosse água. Para sua surpresa a dor passou e ocorreu
cicatrização do ferimento sem infecção. A partir deste evento passou a pesquisar

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as atividades terapêuticas dos óleos essenciais, que eram usados com finalidade
cosmética e como odorizante.

Nas duas guerras mundiais os óleos essenciais foram muito utilizados para o
tratamento de ferimentos. A França tornou-se pioneira nestes trabalhos, evoluindo
para a prescrição individual de óleos essenciais. Atualmente, há faculdades de
medicina que possuem a matéria "aromaterapia" como opcional.

O uso de óleos essenciais tem duas grandes áreas de atuação: a nível fisiológico,
uma vez que as substâncias constituintes são absorvidas pelo organismo via oral,
cutânea, respiratória, injetável (aplicada somente por profissionais de saúde
graduados), etc.; a nível psicológico, onde os óleos atuam sobre o estado emocional
e mental trazendo equilíbrio pela estimulação ou sedação.

Com o desenvolvimento da indústria química, os óleos sintéticos começaram a ser


produzidos em larga escala, tornando-se mais acessíveis economicamente. Se por
um lado o uso de óleos essenciais na terapêutica passa a ser mais divulgado
(através do marketing das indústrias químicas), por outro ocorre um prejuízo, pois
produtos sintéticos não podem ser comparados a produtos naturais em seus
componentes.

Pesquisas demonstraram que o óleo essencial (constituído por um conjunto de


substâncias) apresenta uma melhor atividade terapêutica do que a sua porção
isolada que representa sua principal composição, por exemplo: o óleo essencial de
Eucaliptus globulus tem atividade antisséptica maior do que o seu principal
constituinte ativo isolado, o cineol ou eucaliptol (representando 80% da
composição). Um óleo essencial apresenta uma composição complexa, algumas
vezes, de centenas de diferentes compostos químicos, onde eles apresentam ação
sinérgica ou complementar entre si, modalizando sua atividade.

Óleo essencial é um termo que designa substâncias aromáticas, geralmente de


odor agradável e intenso, na maioria em forma líquida, encontradas em diferentes
órgãos vegetais, são solúveis em solventes polares, por exemplo óleos fixos e com
solubilidade limitada em água, por isso as águas aromáticas (hidrolatos)
apresentam o aroma da essência.

Evaporam rapidamente, quando expostos ao ar à temperatura ambiente, por isso


também são chamados de óleos voláteis ou etéreos. Apresentam sabor acre (ácido)
e picante; quando extraídos recentemente são incolores ou ligeiramente
amarelados (poucos apresentam cor, como o óleo essencial de camomila que é
azul, devido ao alto teor de azulenos); não são muito estáveis, alterando-se
principalmente na presença de ar, luz, calor umidade e metais.

Frequentemente o aroma se modifica pela ação do ar e da luz, tornando-se menos


agradável: nesta circunstância a cor também se torna mais escura, a fluidez

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diminui, adquire reação ácida e por vezes, chega a resinificar-se, alterando-se
profundamente.

A ausência de qualidade de um óleo essencial pode acarretar consequências


negativas para a saúde do usuário e, portanto, especial atenção deve ser reservada
a esse tipo de problema. Tipicamente, os seguintes procedimentos são usados para
falsificar óleos voláteis:

 Adição de compostos sintéticos, de baixo preço


 Mistura do óleo essencial com outros óleos da mesma espécie de qualidade
inferior, aumentando o rendimento;
 Diluição em um veículo, geralmente um óleo

Cuidados na aquisição de óleos essenciais:

Os óleos essenciais são fotossensíveis, portanto não devem ser adquiridos em


embalagem transparentes, pois em contato com a luz oxida-se com facilidade,
perdendo então suas propriedades terapêuticas. Ao ser adquirido deve estar
conservado em frascos de cor âmbar (mais comum) ou azul cobalto.

Raramente os óleos essenciais possuem cores fortes, se isto ocorrer é porque foram
adicionados corantes. O óleo de camomila apresenta coloração azulada, por causa
de seu componente, o azuleno. Os óleos de tangerina, laranja e orégano têm a cor
alaranjada; os óleos de pachouli, casca de canela e vetiver a cor marrom e o cedro
de Himalaia e a bergamota a cor esverdeada. A maioria dos óleos apresenta cores
que vão além do transparente e do amarelo claro.

Todo óleo essencial apresenta odor característico e produtos com cheiros


alterados, com odor de álcool ou óleo utilizado na diluição (soja, canola, milho,
girassol) estão adulterados ou em decomposição e não devem ser utilizados. Caso o
óleo essencial venha diluído, por ser muito caro, como o óleo de rosas, deve ser
informada na embalagem a concentração do óleo essencial no óleo carreador. Ao
adquirir um óleo essencial deve-se verificar sua procedência e a idoneidade do
fornecedor.

Cuidados na Armazenagem:

De acordo com HUDSON (1999), a validade da maioria dos óleos é de dois anos; os
cítricos devem ser usados até um ano a partir de sua data de fabricação,

1- Mantenha os óleos essenciais fora do alcance das crianças e animais;

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2- Não use um óleo essencial internamente, somente com prescrição de
profissional qualificado;

3- Não utilize óleos puros diretamente sobre a pele;

4- Não esfregue os óleos após usar um óleo, lave bem as mãos

5- Durante a gravidez alguns óleos devem ser evitados. Consulte um médico,


farmacêutico ou aromaterapêuta. A diluição deve ser baixa (menor que 1%);

6- Epilépticos devem usar óleos com cuidados. Verificar as advertências do óleo;

7- Os óleos cítricos aumentam a sensibilidade ao sol, devese evitar exposição

8- Alguns óleos são incompatíveis com medicamentos homeopáticos,


principalmente aqueles que contém cânfora ou mentol em sua composição;

9- Evitar o uso prolongado de um óleo essencial (máximo 1 mês).

10- Mantenha íntegro o rótulo do óleo, não confie na identificação pelo odor, pois
pode haver confusão.

* ESSÊNCIA
É uma mistura de substâncias odoríficas líquidas, resinosas ou sólidas de
origem natural ou sintética em um solvente apropriado (normalmente
propilenoglicol, dipropilenoglicol, dietilftalato ou, o que seria o ideal, o miristato de
isopropila). A essência ou fragrância confere propriedades odoríficas a um
produto final cosmético, farmacêutico, doméstico sanitário ou de decoração.
Os produtos conhecidos como essências ou fragrâncias, na verdade são imitações
sintéticas dos compostos encontrados naturalmente nos óleos essenciais.
Geralmente derivadas de Petróleo, essas substâncias visam apenas uma fragrância
agradável. Muitas vezes são utilizados em perfumes, produtos de limpeza, óleos
para massagem, etc. Estes produtos não possuem efeitos terapêuticos e ainda
podem causar sensibilidade e irritação na pele. A diferença que existe é como
aquela entre uma banana e um produto sabor banana. O segundo apenas imita o
cheiro e o sabor do primeiro.

4. Lauril / Surfactantes :
O lauril é uma substância química orgânica sintética, na verdade ele é um pó
branco, além disso, é um agente de limpeza que possui alto poder espumógeno
(formação de espuma).

É um tensoativo/surfactante que entre várias outras características químicas é


responsável por reduzir a tensão superficial da água (propriedade química inerente
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aos diversos tipos de surfactantes. Na saboaria artesanal, encontramos em
algumas marcas de bases glicerinadas o Lauril Sulfato de Sódio LSS (sólido),
enquanto que em solução a 27%, encontramos o Lauril Éter Sulfato de Sódio
LESS (o lauril líquido). Ambos são surfactantes e a diferença entre eles é
basicamente a estrutura química que no caso do LESS apresenta um átomo de
oxigênio entre dois átomos de carbono (é um tipo de éter).

Utilização de bases glicerinadas que contém lauril em sua


composição química de base.

Uma forma de não utilizar o lauril é produzir sabonetes glicerinados a partir de


bases glicerinadas que já contém lauril na sua composição química (algo que é
constatado ao se analisar o rótulo). Porém, a formulação do sabonete glicerinado
deve ser realizada com cautelas, pois algumas propriedades em excesso como
óleos e manteigas vegetais, irão atrapalhar a capacidade do sabonete
espumar. Dessa forma, o saboeiro como formulador terá que levar em
consideração esse aspecto, para não correr o risco do sabonete não espumar.

Utilização de “tensoativos verdes” no lugar do lauril.

Atualmente, já temos no mercado os chamados tensoativos verdes (Plantaren 1200


e 2000) , que são surfactantes biodegradáveis, oriundos de derivados de
matérias-primas naturais renováveis de origem vegetal. Além disso, são
certificados pelas certificadoras de cosméticos naturais. O único porém, é que é
uma matéria-prima extremamente cara e apesar de todas as vantagens, o seu uso
irá encarecer o sabonete glicerinado. Então, dessa forma, cabe ao saboeiro avaliar
junto às necessidades de seus clientes, o uso deste tipo de tensoativo.

O lauril sulfato de sódio pode ser encontrado com os seguintes nomes nos
rótulos: lauril éter sulfato de sódio, lauril éter sulfonato de sódio, sodium lauryl
sulfate, sodium lauryl ether sulfate, sodium laureth sulfate, sodium dodecyl
polyoxyethylene sulfate, sodium lauryl ethoxysulfate, sodium polyoxyethylene
klauryl sulfate, monododecyl ester sodium salt sulfuric acid, sodium dodecyl sulfate,
sodium lauryl sulfate, sodium salt sulfuric acid, sulfuric acid monododecyl ester
sodium salt, sulfuric acid, sodium salt, akyposal sds, aquarex me e aquarex methyl.

5.Extratos:
Os Extratos Vegetais (ou Extratos Glicerinados) são extratos naturais, extraídos a
partir da percolação, utilizando como veículo a Glicerina Vegetal e o Álcool como
solvente. São extratos com alta concentração de matéria prima vegetal. Devem ser
diluídos ou utilizados em misturas e cosméticos naturais, não podendo ser
utilizados puros, por causa do Álcool. Também não podem ser ingeridos, sendo

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recomendados apenas para uso cosmético. Cada extrato vegetal tem funções
diferentes de acordo com a matéria prima. Podem ser emolientes, hidratantes,
adstringentes, anti-inflamatórios, cicatrizantes, estimulantes para crescimento
capilar, entre muitas outras propriedades.

PODEM SER:

1. EM ALCOOL (OU ÁGUA + ALCOOL) ou outro destilado; rum, vodka,


cachaça

2. EM ÓLEO (EXCELENTES PARA COSMÉTICA E PARA ÓLEOS DE


CORPO E CABELOS)

3.EM GLICERINA( TB MUITO USADO NA SABOARIA E COSMÉTICOS)

4.EXTRATOS GLICÓLICOS (EXTRAÍDO EM PROPILENOGLICOL),


ESSE NÃO É NATURAL.

6.Cores

A quantidade a ser usada dependerá da cor que você deseja; faça o primeiro teste,
anotando com critério a quantidade usada; se ficar muito claro aumente: se ficar
muito escuro, diminua na próxima.

Existem corantes prontos para pigmentar os sabonetes. E existem pigmentos


naturais.

Amarelo
• açafrão – dissolvido nos óleos da base
• argila amarela - dissolvida nos óleos da base
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• óleo de Buriti e de Cenoura

Branco
• dióxido de titânio - dissolvido na água da lixivia ou nos óleos da base

Salmão
• pó de páprica doce - dissolvido nos óleos da base (não recomendo a páprica picante
pois pode dar alergia)
• gengibre em pó - dissolvido nos óleos da base
• canela em pó - dissolvido nos óleos da base (pouco! Existem pessoas muito
alérgicas à canela)

Marrom
• cacau em pó - dissolvido nos óleos da base
• louro em pó - dissolvido nos óleos da base
• café em pó - dissolvido nos óleos da base
• chocolate em barra – derretido e misturado aos óleos essenciais
• manteiga de Ucuúba ou de Bacuri – no sobreengorduramento
• argila marrom - dissolvido nos óleos da base

Verde
• alga Spirulina em pó - dissolvido nos óleos da base ou no sobre.
• argila verde - dissolvido nos óleos da base

Azul
• índigo - dissolvido nos óleos da base
• ultramarine blue - dissolvido nos óleos da base

Preto
• carvão vegetal em pó, deixado de molho em água por 2h para ficar menos
esfoliante (ótimo para peles com acne e oleosas)
• argila preta - dissolvida nos óleos da base

Laranja

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• óleo de Dendê ou óleo de Buriti
• argila laranja - dissolvido nos óleos da base

Rosa
• calamina - dissolvido nos óleos da base
• argila rosa - dissolvido nos óleos da base

Vermelho
• argila vermelho - dissolvido nos óleos da base

7.Argilas:

Dão propriedades terapêuticas aos sabonetess. Estude mais


profundamente a composição e propriedade de cada uma para saber
usá-las.

8. Outros Aditivos:
Pétalas de flores, aveia em flocos ou em pó, bucha vegetal, frutas secas, ervas
desidratadas ou em pó.

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Como fazer sabonete artesanal
Escolheu os ingredientes de qualidade e separou os materiais adequados? Então
mão na massa.

1. Corte a glicerina em cubos e coloque na panela esmaltada para derreter;


2. Quando a base estiver líquida, adicione os componentes que precisam derreter
(como manteiga de karité);
3. Espere o material esfriar por uns cinco minutos, antes de adicionar as essenciais e
extratos;
4. Misture tudo muito bem para ter um sabonete super uniforme;
5. Coloque o sabonete artesanal na forma de silicone ou outras escolhidas por você.
6. Para como fazer sabonete artesanal da forma certa, coloque a forma para secar em
um local seco e arejado; nada de colocar no freezer ou na geladeira, eles ressecam
o sabonete;
7. Desenforme e prepare o sabonete em uma linda embalagem!

ESTÁ É A FÓRMULA BÁSICA DE SE FAZER , SE VOCÊ VAI FAZER APENAS 500G,


DIVIDA TODOS OS VALOES PELA METADE.

RECEITAS;

1. SABONETE ESFOLIANTE cravo & anis estrelado


500g Base de glicerina;
10ml Óleo de amêndoas;
1 colherzinha de café de Cravo em pó;
1 colherzinha de café de Anis estrelado;
5ML de óleo essencial de anis estrelado
10ml de óleo essencial de Lavanda
Ou
20ml de essência (baunilha ou lavanda)

Derreta a glicerina em uma panela esmaltada, em fogo baixo. Quando estiver


líquida, acrescente o óleo de amêndoas e o cravo e misture bem. Na forma, coloque
um pouco da mistura. Em seguida, acrescente em cada forminha um pouco de
anis e da argila cinza. Depois, cubra tudo com a mistura de glicerina. Deixe nas
forminhas até que o sabonete seque por completo e desenforme.

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2.SABONETE DE ALECRIM
500g de base pronta
20g de extrato de alecrim em glicerina ou oleoso ( de preferência faça seu próprio
extrato de alecrim).
20 ml de óleo essencial de alecrim + mentha
30 ml de essência de alecrim + mentha
Um punhadinho de alecrim desidratado para salpicar em cima.

Faça como já ensinado.

3.SABONETE DE AVEIA E MEL

 250 gramas de glicerina;


 1 colher rasa (sopa) de aveia em flocos desidratada;
 2 colheres (sopa) de mel;
 1 colher (sopa) de essência de mel.

Com a glicerina derretida acrescente o mel e a aveia em flocos em um recipiente.


Misture bem até formar um líquido homogêneo. Depois acrescente a essência de
mel. Misture novamente e despeje na forma.

4.SABONETE DE LAVANDA
500g de base glicerinada
25 g de manteiga de cupuaçu ou karité
25 ml de óleo essencial de lavanda
Ou
30 ml de essência de lavanda
Florzinhas desidratadas de lavanda para salpicar por cima

* pode ser base transparente ou branca se for branca você pode adicionar 1 colher
de chá de corante lilás.

5. SABONETE DE LARANJA COM PÉTALAS DE CALÊNDULAS

1kg de base
30g de manteiga karité ou 30ml de óleo de abacate (ou azeite, ou côco)
30 ml de óleo essencial de laranja e
5 ml de óleo essencial de cedro do atlas

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6. SABONETE DE ALOE VERA COM CAPIM LIMÃO
1 kg de base transparente
20ml de gel ou extrato glicerinado de aloe vera
30 ml de óleo essencial de capim limão
Ou
45 ml de essência de capim limão + limão

FORNECEDOR EM UBERLÂNDIA :
- ATUAL química : ESSÊNCIAS E AROMAS
Endereço: Av. Brasil, 4851 - Umuarama, Uberlândia
Telefone: (34) 3212-7632
Whatsapp: (34) 992390144

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Império do banho
Sabão e Glicerina
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