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Unidade IV
7 PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM NAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
Abraham H. Maslow refletiu sobre o desejo do ser humano em satisfazer suas necessidades e estruturou
sua teoria da motivação humana considerando uma hierarquia das necessidades humanas básicas, partindo
do princípio de que todos têm necessidades comuns, que motivam seu comportamento no sentido de
satisfazê‑las, de acordo com níveis hierárquicos. O teórico elaborou uma classificação hierárquica das
necessidades e apresentou‑a em cinco níveis, conforme a figura a seguir (MASLOW, 1954).
Autorrealização
Estima
Amor e sociais
Segurança e proteção
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
A extensão pela qual as necessidades básicas são atendidas determina o nível de saúde da pessoa e
a posição no continuum saúde‑doença.
Observação
Contudo, a hierarquia das necessidades humanas básicas proposta por Maslow é uma teoria que os enfermeiros
podem utilizar ao proporcionar os cuidados, para compreender as necessidades reais e individuais do paciente.
O profissional deve ter consciência da sua responsabilidade diante da qualidade do cuidado que
presta ao paciente, diante da instituição, da ética, das leis e das normas da profissão, assim como
a contribuição do seu desempenho na valorização do cuidado e satisfação dos pacientes. Portanto,
o enfermeiro deve ser dotado de conhecimento técnico‑científico para exercer sua função e prestar
assistência com segurança, ética e qualidade ao paciente.
Lembrete
7.1 Oxigenação
O oxigênio é a necessidade fisiológica mais essencial, pois dependemos totalmente dele para a nossa
sobrevivência. Alguns tecidos podem sobreviver por certo período sem oxigênio, por meio do metabolismo
anaeróbio, mas essa situação está relacionada com outras complicações. Já os tecidos que realizam apenas
o metabolismo aeróbio dependem totalmente da oxigenação: a diminuição ou a ausência de sua oferta irá
resultar em hipoxemia e complicações graves. O oxigênio deve ser adequadamente transferido do ambiente
para os pulmões, destes para a corrente sanguínea e então para os tecidos (POTTER; PERRY, 2009).
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Unidade IV
Existem fatores que afetam a oxigenação, como adequação da circulação, ventilação, perfusão
e transporte de gases respiratórios para os tecidos. São influenciados por aspectos fisiológicos,
desenvolvimentais, comportamentais e ambientais.
É importante abordar a ansiedade, pois um estado contínuo de ansiedade grave aumenta a taxa
metabólica corporal e a demanda de oxigênio. Uma pessoa sadia pode se adaptar à situação e reverter
tal quadro, mas pacientes com histórico de doença crônica ou com uma doença aguda grave não podem
tolerar um aumento da demanda de oxigênio e tal situação pode ser fatal (POTTER; PERRY, 2009).
Uma alteração na frequência ou padrão respiratório do paciente, juntamente com alguns sinais
e sintomas, representa um dos principais indicadores da necessidade de uma intervenção, de uma
suplementação com oxigênio, a qual denominamos como oxigenoterapia.
cardíacas e desordem dos demais sinais vitais. A hipoxemia geralmente evolui para uma hipóxia.
Nessa situação, há diminuição do suprimento de oxigênio para os tecidos, resultando em diversas
consequências graves e até fatais. Os sinais e sintomas representativos da necessidade de oxigênio
podem depender da etiologia do distúrbio e da fisiopatologia envolvida. O curso de hipóxia pode
se desenvolver de forma leve a grave ou mais rápida, dependendo do motivo e da situação clínica
do paciente (SMELTZER et al., 2005).
Observação
Observação
conhecida. O fluxo total de gás que o equipamento fornece é suficiente para proporcionar a
totalidade do gás inspirado – o paciente somente respira o gás fornecido pelo sistema. Pode
ser exemplificado com a máscara de Venturi, que é um método mais confiável e preciso para
a administração exata de oxigênio. Essa máscara utiliza o princípio de carreamento de ar, o
que proporciona um alto fluxo de ar, com um enriquecimento controlado de oxigênio (POTTER;
PERRY, 2009).
Inicialmente é relevante citar que o oxigênio é um gás altamente comburente. Embora não queime
espontaneamente nem cause explosão, ele pode facilmente iniciar um incêndio no quarto do cliente se
entrar em contato com uma brasa de cigarro ou com um equipamento elétrico. Em altas concentrações,
possui um grande potencial de combustão e alimenta o fogo prontamente. Com o crescente uso da
oxigenoterapia, os profissionais, o paciente e sua família/acompanhante devem estar cientes do risco
(POTTER; PERRY, 2009).
Estudo de caso
A Sra. T. O. foi admitida na unidade de pronto‑socorro com quadro de queda no estado geral,
dispneia e taquipneia, febre com T° axilar de 38,2 °, PA 100 x 60 mmHg, FR 26 icm, P 109, saturação O2
de 92%, dor no toráx escore 6; apresenta tosse produtiva, com expectoração espessa e amarelada, MV +
diminuídos em base pulmonar direita, com roncos difusos e creptações em base pulmonar, MV + em
pulmão esquerdo com discreta crepitação em base.
Observação
Valores normais dos SSVV são: pulso de 60‑100 bpm, FR de 12‑20 icm,
PAS limítrofe para HAS grau I ≤ 139 mmHg, PAD limítrofe para HAS grau I
≤ 89 mmHg, dor escore 0, T° axilar de 36 °C até 37,2 °. Saturação O2 deve
ser ≥ 95%.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
• Indicação/contraindicação: a indicação é para pacientes com leve dispneia ou para os que possuem
DPOC; contraindicação: capacidade vital reduzida com respiração profunda e maior suporte de
oxigênio.
• Risco/pontos críticos: ressecamento da mucosa nasal; lesão por pressão no lóbulo da orelha.
• Materiais: cateter nasal, umidificador, extensor, fluxômetro, água destilada estéril, luva de
procedimento, fonte de oxigênio.
Descrição da técnica
2. Higienizar as mãos.
4. Higienizar as mãos.
5. Reunir todo o material e levar até o paciente; deve‑se datar o sistema para controle.
10. Colocar o cateter nasal nas narinas do paciente, ajustar a faixa elástica/cordão em torno da
cabeça para prender o catéter firmemente, mas de maneira confortável.
11. Abrir o fluxômetro que regula a quantidade de oxigênio em litros por minuto, de acordo com a
prescrição médica.
Recomendações
O uso de oxigênio por períodos prolongados deve ser feito com prescrição médica.
A equipe de enfermagem deve observar os seguintes sinais em paciente que estão recebendo
oxigênio: perfusão periférica, frequência respiratória e cardíaca, alterações de pressão sanguínea e
rebaixamento do nível de consciência.
O oxigênio deve ser administrado sempre umidificado, para prevenir o ressecamento das vias aéreas
e das secreções. Dependendo do protocolo da instituição, em até 2 l/m, poderá ser utilizado sem a
presença de umidificação, porém em períodos curtos.
A água destilada, utilizada para umidificação, deverá ser trocada na sua totalidade e não apenas
ser completada.
Avaliar com frequência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar assistência
adequada, monitorar os SSVV e a saturação.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Manter decúbito elevado de 35° a 45°, dependendo da dispneia (COUTINHO; SANTOS, 2013).
Descrição da técnica
2. Higienizar as mãos.
4. Reunir todo o material e levá‑lo até o paciente; deve‑se datar o sistema para controle.
5. Higienizar as mãos.
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Unidade IV
10. Abrir o fluxômetro que regula a quantidade de oxigênio em litros por minuto, de acordo com a
prescrição médica, certificando‑se de sua permeabilidade.
11. Colocar a máscara sobre o nariz, a boca e o queixo do paciente delicadamente; se necessário,
colocar gaze entre a máscara e a face para garantir boa vedação.
12. Ajuste a faixa elástica em torno da cabeça para prender a máscara firmemente, mas de maneira confortável.
13. Observar o paciente por alguns minutos e verificar os SSVV e a saturação de O2; avaliar o
padrão respiratório.
Recomendações
Em casos de insuficiência respiratória, deve‑se deixar preparado o material para intubação endotraqueal.
Em algumas situações, a oxigenoterapia pode ser usada intermitentemente, como em pacientes que
estão se recuperando de anestesia ou em paciente com traqueostomia recente.
As máscaras, traqueias e frascos de nebulização devem ser trocadas e higienizadas conforme a CCIH.
O oxigênio deve ser tratado como uma medicação, pois tem efeitos colaterais perigosos, como
atelectasia ou toxicidade.
Avisos de inflamável deverão ser colocados nas unidades, pois o oxigênio é um gás altamente
combustível. Embora não queime ou cause espontaneamente uma explosão, pode facilmente iniciar um
incêndio se entrar em contato com uma faísca de chama aberta ou de equipamento elétrico.
As máscaras podem dar sensação de sufocamento. É preciso estar atento ao paciente e tranquilizá‑lo
(COUTINHO; SANTOS, 2013).
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Oxigenoterapia
Limpar secreções orais, nasais, traqueais, conforme apropriado
Restringir o fumo
Manter a permeabilidade das vias aéreas
Configurar o equipamento de oxigênio e administrá‑lo através de um sistema aquecido (quando aplicável)
e umidificado
Administrar o oxigênio suplementar como prescrito
Monitorar o fluxo de oxigênio
Monitorar a posição do dispositivo de fornecimento de oxigênio
Orientar o paciente sobre a importância de deixar ligado o dispositivo de oxigênio
Verificar periodicamente o dispositivo para garantir que a concentração prescrita esteja sendo liberada
Monitorar a eficácia da oxigenoterapia (gasometria, SSVV, saturação etc.)
Assegurar a substituição do dispositivo, sempre que ele for removido
Monitorar a capacidade do paciente em tolerar a remoção do oxigênio enquanto se alimenta
Alterar o fornecimento de oxigênio da máscara para tubos nasais durante as refeições, conforme tolerado
Observar se há sinais de hipoventilação induzida pelo oxigênio
Monitorar os sinais de toxicidade do oxigênio
Monitorar a ansiedade e o padrão psicológico do paciente
Monitorar e prevenir lesões de pele ocasionadas pelo atrito do aparelho e da fixação
Fornecer oxigênio quando o paciente for transportado, realizar atividades e tomar banho
Manter o conforto do paciente e da família
Supervisionar a integridade e higiene dos dispositivos, realizar a troca.
Há patologias crônicas em que o paciente deve receber oxigenoterapia com cuidado especial,
como no caso de pacientes com DPOC. Em razão de a hipoxemia ser um estímulo para a respiração no
paciente com DPOC em longo prazo, o aumento na taxa do fluxo de oxigênio eleva o nível de O2 no
sangue do paciente e pode causar a depressão do reflexo respiratório e a retenção de CO2. Portanto,
a monitorização da resposta respiratória do paciente com DPOC em oxigenoterapia é uma prioridade
(SMELTZER et al., 2005).
A toxicidade pelo oxigênio pode ocorrer quando uma concentração muito elevada de O2 for
administrada (superior a 50%) por um período prolongado, geralmente acima de 48 horas. A fisiopatologia
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Unidade IV
da toxicidade pelo oxigênio não está muito bem esclarecida, porém está relacionada à destruição e
diminuição do surfactante e ao desenvolvimento de edema pulmonar não cardíaco. Os sinais e sintomas
são compostos por angústia subesternal, parestesia, dispneia, inquietação, fadiga, mal‑estar e infiltrados
alveolares evidentes ao raio x do toráx. A prevenção da toxicidade é aplicada por meio da administração
conforme a prescrição e da monitorização do paciente (SMELTZER et al., 2005).
Lembrete
Percebemos que a paciente apresenta‑se secretiva, pois há tosse produtiva com expectoração
espessa e ruídos adventícios presentes na ausculta (roncos e estertores). Se não estimularmos a
remoção desse muco e a secreção pulmonar, a oxigenoterapia não será eficaz. Portanto, devemos
tentar desobstruir as vias áereas inferiores e superiores da paciente. Como podemos fazer?
• Podemos umidificar a secreção por meio da administração de inalação com SF 0,9%, conforme o
prescrito pelo médico.
Após a implementação de todos esses cuidados, o enfermeiro deve prosseguir com a ausculta
pulmonar. Se não houver melhora no padrão respiratório do paciente, ausculta e SSVV, devemos
prosseguir com a aspiração oro/nasofaríngea ou nasotraqueal.
A aspiração consiste em uma técnica que deve ser empregada com rigor pelo risco da mobilização
de contaminação da boca para os pulmões e outras potenciais complicações.
A aspiração das vias aéreas pode ser necessária em diversas situações clínicas e em todas as
faixas etárias. Pacientes com dificuldade de deglutição, por exemplo, podem acumular secreção
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
na cavidade oral, sendo necessário o suporte da enfermagem a fim de manter livres as vias
aéreas. Do mesmo modo, pacientes com edema agudo de pulmão apresentam hipersecreção, o
que pode levar à hipóxia, sendo indispensável como cuidado de enfermagem a aspiração das
vias aéreas.
Aspiração orotraqueal e nasotraqueal: é necessária quando cliente for incapaz de tossir e não
houver uma via aérea artificial presente. O cateter é passado por meio da boca ou nariz até a traqueia.
É indicado que o procedimento não dure mais do que 10 segundos, pois o oxigênio durante a aspiração
não chega aos pulmões. Deve‑se sempre seguir uma ordem: primeiramente aspirar a traqueia, depois o
nariz e, por último, a boca (POTTER; PERRY, 2009).
Vias áereas artificiais e aspiração traqueal: é obtida por meio de uma via artificial, geralmente
por um tubo endotraqueal e a cânula de traqueostomia (POTTER; PERRY, 2009).
• Materiais: bandeja, aspirador, frasco de aspiração, máscara, óculos, gorro, avental, sonda de
aspiração (verificar a numeração conforme idade), gaze, luvas estéreis e de procedimento, SF 0,9%
ou água destilada, ressuscitador manual, fonte de oxigênio, estetoscópio (figura a seguir):
2. Higienizar as mãos.
4. Higienizar as mãos.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
6. Abrir a embalagem da sonda (somente a parte que conecta a extensão do tubo coletor);
utilize o restante da embalagem para protegê‑la, mantendo‑a estéril; adapte‑a à extensão
do aspirador.
8. Regular a pressão do aspirador/vacuômetro com a mão considerada não estéril (não dominante),
mantendo a pressão conforme recomendação.
10. Com a mão dominante (estéril), introduzir a sonda, mantendo a extensão clampeada para não
aplicar sucção.
11. Desclampear a extensão e aspirar retirando a sonda com movimentos circulares. Essa etapa não
deve exceder a 10 segundos.
12. Se necessário, repetir o procedimento, mas não realizar mais do que três ou quatro aspirações
por sessão.
13. Ao término da aspiração traqueal, promover a limpeza da sonda com água destilada ou SF
0,9 % e realizar aspiração nasal e oral.
14. Aspirar a nasofaringe e a cavidade oral com o mesmo cateter, se necessário; primeiramente a
região nasal e depois a oral.
15. Após todas as aspirações, lave a extensão do aspirador com solução estéril e despreze a sonda,
enrolando‑a na mão e puxando a luva sobre ela.
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Unidade IV
Atenção:
• Para a aspiração nasotraqueal nos adultos, inserir o cateter da metade a 2/3 do tamanho da
sonda; atentar a resistências (POTTER; PERRY, 2009; COUTINHO; SANTOS, 2013).
A) B)
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
4. Desconectar o ventilador mecânico com a mão enluvada, não estéril, protegendo a conexão em Y
do circuito.
5. Lubrificar o cateter com SF 0,9% ou água destilada e inserir por meio da cânula orotraqueal, com
a mão dominante (estéril); introduzir a sonda pelo tubo mantendo a extensão clampeada para
não aplicar sucção.
7. Desclampear a extensão e aspirar, retirando a sonda com movimentos circulares. Essa etapa não
deve exceder a 10 segundos.
9. Se necessário, repetir o procedimento, mas não realizar mais do que três ou quatro aspirações
por sessão.
10. Ao término da aspiração traqueal, promover a limpeza da sonda com água destilada ou SF
0,9 % e realizar a aspiração nasal e, por último, a oral.
11. Após todas as aspirações, lave a extensão do aspirador com solução estéril e despreze a sonda,
enrolando‑a na mão e puxando a luva sobre ela.
Atenção para a aspiração traqueal em via aérea artificial: inserir o cateter de 20 a 24 cm. Se a
resistência for sentida após a inserção do cateter na distância recomendada, o enfermeiro provavelmente
alcançou a carina, então deve‑se puxar em torno de 1 cm o cateter e, depois, aplicar o vácuo (POTTER;
PERRY, 2009; COUTINHO; SANTOS, 2013).
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Unidade IV
7.2 Nutrição
Atualmente a desnutrição é uma situação frequente em pacientes hospitalizados. Deve ser prevenida
e tratada, pois o estado nutricional prejudicado aumenta o risco de complicações e piora a evolução
clínica dos pacientes. Portanto, a TN constitui parte do cuidado ao paciente, e a equipe de enfermagem
tem um papel fundamental, não somente na administração da TN e na sua monitorização, mas também
na identificação de pacientes que apresentam risco nutricional. A TN é definida como o conjunto de
procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente. A
nutrição enteral (NE) é o método de escolha para oferecer suporte nutricional a pacientes que têm trato
gastrointestinal funcionante, podendo ser administrada por sonda ou por via oral.
A nutrição parenteral (NP) normalmente segue em segunda escolha, sendo esta classicamente
indicada quando houver contraindicação absoluta para o uso do trato gastrointestinal, mas também
pode ser utilizada como complemento para pacientes que não possam receber todo o aporte nutricional
necessário pela via enteral (BRITO; DREYER, 2003).
O diagnóstico nutricional do paciente hospitalizado pode ser obtido por vários métodos tradicionais
baseados em avaliações objetivas, como antropometria e perda de peso, avaliação de sinais clínicos
indicativos de desnutrição, comprometimento de exames bioquímicos, que detectam redução nas
taxas de proteínas plasmáticas e de células mediadoras da imunidade, além da avaliação de consumo
alimentar, da possibilidade ou dificuldade do paciente em se alimentar (AQUINO; PHILIPPI, 2012).
Observação
O Cofen, no uso das atribuições, aprova a norma técnica que dispõe sobre a atuação da equipe
de enfermagem em terapia nutricional, por meio da Resolução Cofen nº 0453/2014. Dispõe sobre as
competências do enfermeiro em relação a situações complexas e à tomada de decisões imediatas,
sendo estas:
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
• Fazer parte, como membro efetivo, da equipe multidisciplinar de terapia nutricional (EMTN).
• Participar, como membro da EMTN, do processo de seleção, padronização, parecer técnico para
licitação e aquisição de equipamentos e materiais utilizados na administração e controle da TN
(COFEN, 2014).
• Sonda nasogástrica (SNG), sonda orogástrica (SOG), sonda nasoenteral (SNE): geralmente, através
de sondas de alimentação de poliuretano, disponíveis em vários diâmetros (8, 10, 12, 14 e 16
french), colocadas em posição nasogástrica, nasoduodenal ou nasojejunal, havendo ainda a sonda
nasogastrojejunal, que reúne duas vias separadas de calibres diferentes, permitindo ao mesmo
tempo a drenagem do estômago e a alimentação no jejuno.
• Nutrição oral especializada (NOE): é o método mais natural e desejável. Deve ser de eleição em
pacientes dotados de bom nível de consciência que tenham algum grau de permeabilidade
do tubo digestivo. A escolha para a ingestão de alimentos que servem para complementar a
alimentação do paciente ou quando a dieta requer complementação é destinada a prevenir ou
corrigir deficiências nutricionais (COFEN, 2014).
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Unidade IV
Compete ao enfermeiro participar com a equipe da escolha da via de acesso para a TN, estabelecer
o acesso por via nasoenteral, gastroenteral. Após a inserção da SNE, encaminhar o paciente para o RX e
confirmar o posicionamento da sonda antes de infundir a dieta, garantir a viabilidade das vias de acesso,
garantir a administração da dieta com segurança e por meio de bomba de infusão, quando indicada,
manter a integridade do sistema, realizar as trocas de equipos, manter dieta conforme protocolos e
fabricantes, prescrever os cuidados de enfermagem, registrar as informações em prontuário, avaliar
as condições de deglutição do paciente quando a dieta for ministrada por via oral, supervisionar e
comunicar a presença de fatores que aumentam o catabolismo do paciente (tais como lesão por
pressão, febre, diarreia, perdas hídricas, sinais de infecção, imobilidade prolongada), avaliar a tolerância
gastrointestinal e as eliminações, estabelecer plano educacional ao paciente e familiares no momento
da alta (COFEN, 2014).
• Responsabilidade: enfermeiro.
• Material: máscara descartável, bandeja, SNE, gel hidrossolúvel, seringa 20 ml, gaze, estetoscópio,
luva de procedimento, esparadrapo/micropore, SF 0,9%, lanterna (se necessário), biombo (se
necessário), toalha ou papel‑toalha.
Observação
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Radiopaca
• Sonda enteral nº 10 a 12F (adulto) com fio‑guia; possui uma ponta radiopaca para a identificação
na radiografia; a mensuração da sonda inicia‑se acima da ponta radiopaca.
Descrição da técnica
3. Higienizar as mãos.
6. Posicionar o paciente em posição Fowler alta, a menos que haja contraindicação. Caso o paciente
não possa ter a cabeceira elevada, mantê‑lo em decúbito dorsal horizontal, lateralizando a cabeça
e inclinando‑a para frente.
8. Avaliar a desobstrução nasal e/ou desvio de septo, para inserir a sonda na narina não comprometida.
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Unidade IV
12. Mensurar a sonda do ápice do nariz ao lóbulo da orelha; descer até o apêndice xifoide, adicionando
de 15 a 20 cm, marcando com fita adesiva; atentar à numeração da rima e anotar para controle.
14. Introduzir a sonda na narina do paciente até sentir uma pequena resistência; nesse ponto, peça
ao paciente para fletir ligeiramente a cabeça.
15. Quando possível, solicitar a colaboração do paciente, pedindo para que faça movimentos de deglutição.
17. Testar posicionamento, injetando 20 ml de ar com seringa de bico. Auscultar com estetoscópio
simultaneamente à região epigástrica e/ou aspirar o conteúdo gástrico. A ausculta do fluxo de ar
ao entrar no estômago é o indicador da correta posição da sonda.
19. A sonda deverá ser fixada adicionalmente na face, do mesmo lado da narina utilizada, com fita
adesiva fina.
27. Após confirmar a localização da sonda pela radiografia, iniciar a nutrição/medicação (POTTER;
PERRY, 2009; COUTINHO; SANTOS, 2013).
Observação
A seguir observe as figuras referentes às etapas para a SNE, conforme descrito anteriormente.
Lembrete
Recomendações
Deixar toalhas próximas é importante, pois, durante a passagem da sonda, o paciente pode
sentir náuseas por estimulação do nervo vago. Caso isso ocorra, interromper o procedimento
temporariamente. Ocorrendo vômito, retirar a sonda e atender o paciente, retomando o procedimento
mediante avaliação.
Para facilitar a saída do fio‑guia, lubrificar a sonda internamente com 10 ml de água ou SF 0,9%,
antes da passagem da sonda.
Se houver resistência, girar a sonda e ver se ela avança. Se ainda houver resistência, retirar a sonda,
deixar que o paciente descanse, lubrificar novamente a sonda e passar pela outra narina.
Guardar o fio‑guia em uma embalagem limpa e mantê‑la perto dos pertences do paciente, caso a
sonda atual precise ser repassada.
A forma de fixação e o dispositivo utilizado para a fixação vão depender do protocolo da instituição.
Deve ser promovida fixação segura, evitar pressão no nariz e supervisionar alterações. A fixação deverá
ser trocada diariamente após o banho.
Se em algum momento a sonda for tracionada, não se deverá introduzir o fio‑guia; o enfermeiro
deverá avaliar a localização e, se necessário, repassar a sonda (POTTER; PERRY, 2009; COUTINHO;
SANTOS, 2013).
Exemplo de aplicação
Reflita sobre a importância e a forma como o enfermeiro deve elaborar um plano de cuidados eficaz
e especializado após a inserção da sonda.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Para o procedimento, geralmente, é utilizada a sonda gástrica Levine, um tubo em PVC, atóxico,
flexível, transparente, com demarcações de posicionamento (modelos adultos) e uma superfície
rigorosamente lisa, com uma ponta arredondada aberta no lado proximal do tubo e com 2, 3 e 4 orifícios
(conforme o diâmetro do tubo) alternados em lados opostos. No adulto, a numeração será aplicada de
acordo com a finalidade da sondagem, ou seja, dieta ou drenagem. A técnica será apresentada conforme
publicação de Coutinho e Santos (2013).
• Finalidade: drenar conteúdo gástrico para descompressão; realizar lavagem gástrica e administração
de medicação/alimento.
• Responsabilidade: enfermeiro.
• Risco/ponto crítico: localização da sonda (sempre realizar o teste antes da infusão); a sonda
pode deslocar‑se para o aparelho respiratório; lesões orais, nasais, esofágicas ou gástricas por
deficiência no procedimento; hemorragia (epistaxe); otite média, sinusite aguda, pneumonia
aspirativa; atentar para a fixação adequada da sonda, prevenindo o seu deslocamento.
• Material: bandeja, SNG, gel hidrossolúvel, seringa 20 ml, gaze, estetoscópio, toalha, luva de
procedimento, esparadrapo ou fita adesiva hipoalergênica, máscara descartável. Veja a seguir, por
meio das figuras, o material a ser utilizado (POTTER; PERRY, 2009; COUTINHO; SANTOS, 2013).
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Unidade IV
Lembrete
Descrição da técnica
3. Higienizar as mãos.
4. Conferir a prescrição médica, reunir todo o material na bandeja e levar para perto do paciente.
6. Posicionar o paciente em posição Fowler alta, a menos que haja contraindicação; caso o paciente
não possa ter a cabeceira elevada, mantê‑lo em decúbito dorsal horizontal, lateralizando a cabeça
e inclinando‑a para frente.
7. Colocar máscara e calçar luvas de procedimento; se necessário, utilizar óculos e avental descartável.
12. Medir a sonda da ponta do nariz até o lóbulo da orelha e, a seguir, estender a sonda até o
apêndice xifoide. Acrescentar a medida de dois dedos, marcando com fita adesiva.
14. Introduzir a sonda na narina do paciente até sentir uma pequena resistência; nesse ponto, peça
ao paciente para fletir ligeiramente a cabeça.
15. Quando possível, solicitar a colaboração do paciente, pedindo para que faça movimentos de deglutição.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
17. Testar posicionamento, injetando 20 ml de ar com seringa de bico. Auscultar com estetoscópio
concomitantemente à região epigástrica e/ou aspirar o conteúdo gástrico;
18. A sonda deverá ser fixada adicionalmente na face, do mesmo lado da narina utilizada, com fita
adesiva fina ou fixador próprio.
24. Atentar ao padrão respiratório do paciente (POTTER; PERRY, 2009; COUTINHO; SANTOS, 2013).
Observação
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Unidade IV
• Após ter inserido a sonda até a demarcação, o enfermeiro deve seguir com o teste de posicionamento
da sonda.
• Na figura anterior, é demonstrada outra forma de realizar a fixação. Portanto, há fixadores próprios
de SNG/SNE. Devemos seguir o protocolo da instituição.
Recomendações
Sinais de asfixia, como cianose, excesso de tosse e dispneia, são indicativos de que a sonda está
sendo direcionada para o trato respiratório; nesse caso, retirar a sonda imediatamente.
A higiene nasal e oral deverá ser rigorosa em paciente com SNG para evitar complicações, como parotidites.
A administração da dieta geralmente ocorre por SNE: como a sonda está localizada no duodeno, isso
gera uma segurança maior em relação ao posicionamento e ao risco de broncoaspiração. Geralmente a SNG
é aplicada com objetivo de lavagem gástrica e drenagem; portanto, também pode ser utilizada para a dieta.
Existem diversas fórmulas disponíveis no mercado para a nutrição por SNE/SNG. A dieta a ser
aplicada irá depender da necessidade calórica do paciente, restrição ou ausência de determinado
macro ou micronutriente. Para pacientes com problemas socioeconômicos, ou com desvantagem ao
acesso à dieta, com orientação profissional, pode‑se administrar dieta caseira; esta deverá ser peneirada
e preparada com uma consistência diminuída e mais diluída. A dieta pode ser ministrada de forma
contínua, geralmente em bomba de infusão, conforme a prescrição médica, sendo estipulados quantos
ml/h serão infundidos, ou de forma intermitente; nesse caso, a dieta é ministrada em um período
preestabelecido – por exemplo, de 4/4 horas ou 5 x ao dia.
• Sempre ao término da dieta, irrigar a sonda com flush de água filtrada ou água destilada,
dependendo do protocolo, a fim de evitar obstruções.
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PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
• As medicações a serem ministradas por sonda devem ser apropriadas para tal via, a fim de evitar obstruções.
• Se o paciente tiver prescrição de duas ou mais medicações por sonda no mesmo horário, não devemos
misturar as medicações. Respeitar a interação medicamentosa: cada medicação será macerada
separadamente, aspirada na seringa separadamente e ministrada. Deve‑se infundir a primeira
medicação após irrigar a sonda e depois ministrar a outra medicação. Ao término da medicação,
irrigar a sonda. Ou seja, não ministrar duas medicações diferentes em uma única seringa.
• Realizar limpeza das tampas conectoras com álcool a 70%, ou conforme protocolo, e da parte
externa da sonda, após o banho, após as trocas da fixação e sempre que houver sujidade.
• Não devemos desobstruir sondas com refrigerantes e outras soluções que não tenham
embasamento científico.
153
Unidade IV
7.3 Eliminação
O equilíbrio dos fenômenos vitais no ser humano depende do bom funcionamento de todos os órgãos.
O processo fisiológico está sujeito a desequilíbrios constantes, pois o organismo, em seu funcionamento
normal, produz grande quantidade de resíduos, que caem na circulação sanguínea e daí devem ser
retirados pelos órgãos de eliminação: rins, intestinos, pele e pulmões. A eliminação consiste em uma
necessidade humana básica, pelo fato de ser indispensável à manutenção da saúde e da sobrevivência,
apresentando‑se tão vital para o organismo que está na base da manutenção dos equilíbrios hídrico,
ácido‑básico e eletrolítico (NAKAMAE, 1976).
Os rins são órgãos fundamentais para a manutenção da homeostase do corpo humano. Portanto, a
diminuição progressiva da função renal implica comprometimento de essencialmente todos os outros
órgãos. A função renal é avaliada pela filtração glomerular (FG) e a sua diminuição é observada na
doença renal crônica (DRC), associada à perda das funções regulatórias, excretórias e endócrinas do rim
(BASTOS; BREGMAN; KIRSZTAJN, 2010).
Em muitas patologias, a eliminação urinária deve ser mensurada e controlada. Também há situações
em que o paciente não consegue apresentar a micção espontânea, seja por obstrução do canal uretral,
lesão nervosa ou pós‑operatório devido à anestesia. Podemos dizer que, tanto numa situação de controle
rigoroso da diurese quanto na impossibilidade da eliminação fisiológica, o paciente poderá necessitar do
cateterismo vesical.
154
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
• Sondagem vesical de demora (SVD): permanece inserida no interior da bexiga por um tempo
longo, até o cliente ser capaz de urinar de forma completa e voluntariamente. Pode ser utilizada
no paciente grave instável. Devido ao risco de infecção do trato urinário (ITU) ser elevado, deve
ser indicado adequadamente.
• Sondagem vesical de alívio ou reta (SVA): é inserida por um curto período de tempo e removida
logo em seguida, após a drenagem da urina.
• Sondagem vesical intermitente: um cateter é introduzido por tempo suficiente para a drenagem,
igual à SVA. O cateterismo é repetido conforme a necessidade do paciente (POTTER; PERRY, 2009).
Devido à alta incidência e à relação de ITU com cateterismo vesical, medidas preventivas devem ser
implementadas e o enfermeiro deve possuir conhecimento e habilidade técnico‑científica para executar
o procedimento. A cateterização urinária é um procedimento invasivo que a enfermagem executa no
cotidiano de sua prática assistencial. Apesar de ser considerado comum, o procedimento está associado a
complicações que requerem esforços da enfermagem para seu controle (ERCOLE et al., 2013).
Segundo o Parecer Normativo, aprovado pela Resolução Cofen nº 450/2013, a inserção de cateter
vesical é função privativa do enfermeiro:
[...]
ANEXO
I. OBJETIVO
155
Unidade IV
• O calibre do cateter deve ser determinado pelo tamanho do meato uretral do paciente e pelo
motivo do cateterismo; geralmente, para mulheres, utiliza‑se de 12 a 16 fr e, para homens, de
16 a 18 fr.
— cateteres plásticos adequados para uso intermitente, pois são rígidos e inflexíveis (sonda uretral
de alívio);
— cateter de látex, recomendado geralmente para um tempo superior a 3 semanas (cateter Foley
de látex, geralmente utilizado na SVD);
— cateter de silicone, recomendado para uso prolongado, de 2 a 3 meses (cateter Foley de silicone).
• Apenas água destilada estéril deve ser utilizada para insuflar o cuff; o SF 0,9% pode cristalizar;
deve‑se respeitar o volume descrito na sonda (POTTER; PERRY, 2009).
156
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
• Finalidade: introdução de um cateter pela uretra até a bexiga com fim de diagnóstico ou
tratamento.
• Responsabilidade: enfermeiro.
• Materiais:
— para o ato da sondagem: bandeja de cateterismo vesical, pacote de gazes esterilizadas, sonda
uretral ou traqueal, antisséptico tópico, gel hidrossolúvel, seringa descartável de 20 ml, luvas
de procedimento não estéril e estéril, saco coletor de urina, biombo, álcool gel 70%, máscara.
157
Unidade IV
A) B)
A sondagem vesical é aplicada com rigor técnico e de forma estéril, ou seja, devemos utilizar
materiais esterilizados. A figura A demonstra uma cuba‑rim, cúpula, pinça, gaze e campo fenestrado,
todos esterilizados. Em algumas instituições, há padronizado um kit sondagem vesical, mas esta não é a
realidade de todos os hospitais. Caso a instituição de saúde não tenha um kit determinado, o enfermeiro
deverá providenciar separadamente os materiais na central de material e esterilização (CME). A figura B
representa os materiais da figura A embalados e já esterilizados.
4. Higienizar as mãos.
8. Higienizar as mãos.
9. Colocar a máscara.
158
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
11. Calçar luvas de procedimento e realizar a higiene íntima rigorosa com água e sabão (se paciente
dependente). Orientar a higienização prévia a pacientes independentes.
13. Abrir a bandeja de cateterismo e adicionar os materiais descartáveis (sonda uretral, seringas,
gaze estéril) dentro da técnica asséptica.
15. Com auxílio de um colega, colocar gel hidrossolúvel na seringa de 20 ml, se paciente masculino;
se feminino, pode‑se colocar o gel dentro da cuba‑rim (material estéril).
• feminino: (1) com a mão não dominante, retrair os grandes lábios e manter a posição ao longo do
procedimento; (2) usando pinça na mão dominante esterilizada, pegar gazes estéreis saturadas
com solução antisséptica e limpar a área do períneo, limpando da frente para trás, do clitóris na
direção do ânus. Limpar meato uretral, pequenos e grandes lábios.
• masculino: (1) recolher o prepúcio com a mão não dominante, segurar o pênis abaixo da glande.
Manter a mão não dominante na posição ao longo do procedimento; (2) com a mão dominante,
pegar uma gaze com a pinça e limpar o pênis. Fazer movimento circular do meato uretral para
baixo, até a base da glande. Repetir a limpeza três vezes, usando uma gaze limpa a cada vez.
18. Lubrificar a sonda com xilocaína. No homem, poderá ser injetado o lubrificante diretamente na
uretra através de seringa de 20 ml.
19. Introduzir a sonda delicadamente no meato uretral até observar a drenagem de urina. Quando
masculino, levantar o pênis na posição perpendicular ao corpo do paciente.
21. Não se esquecer de reposicionar o prepúcio e remover o excesso de antisséptico da área meatal.
Recomendações
Em alguns casos de retenção urinária, podem ser colocadas bolsa de água morna ou compressas na
região suprapúbica.
• Finalidade: introdução de um cateter pela uretra até a bexiga com o fim de diagnóstico ou
tratamento.
• Responsabilidade: enfermeiro.
• Materiais: bandeja de cateterismo vesical, sonda Foley, bolsa coletora (sistema fechado),
PVPI tópico, gel hidrossolúvel, luvas de procedimento e estéreis, ampolas de água destilada,
biombo, seringa 20 ml e 10 ml com bico, fita adesiva hipoalergênica ou esparadrapo, agulhas
de aspiração.
160
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Lembrete
7. Higienizar as mãos.
8. Posicionar o paciente:
9. Calçar luvas de procedimento e realizar a higiene íntima rigorosa com água e sabão (se paciente
dependente). Orientar a higienização prévia a pacientes independentes.
161
Unidade IV
11. Abrir a bandeja de cateterismo e adicionar os materiais descartáveis (sonda de Foley, seringas,
agulhas, gaze estéril e sistema coletor fechado) dentro da técnica asséptica.
14. Com auxílio de um colega, colocar gel hidrossolúvel na seringa de 20 ml (se paciente masculino)
e colocar água destilada em seringa de 10ml.
• feminino: usando pinça na mão dominante, pegar gazes estéreis saturadas com solução
antisséptica e limpar sempre da frente para trás, do clitóris na direção do ânus. Limpar meato
uretral, pequenos e grandes lábios.
• masculino: (1) recolher o prepúcio com a mão não dominante, segurar o pênis abaixo da
glande. Manter a mão não dominante na posição ao longo do procedimento. (2) com a mão
dominante, pegar uma gaze com a pinça e limpar o pênis. Fazer movimento circular do meato
uretral para baixo, até a base da glande. Repetir a limpeza três vezes, usando uma gaze limpa
a cada vez.
18. Lubrificar a sonda com xilocaína. No homem, poderá ser injetado o lubrificante diretamente na
uretra através de seringa de 20 ml.
19. Introduzir a sonda delicadamente no meato uretral até observar a drenagem de urina. Quando
masculino, levantar o pênis na posição perpendicular ao corpo do paciente.
20. Insuflar o balonete com água destilada, observando o volume marcado na sonda.
21. Tracionar vagarosamente a sonda até sentir resistência do balão e fixar na parte interna da coxa
(mulher) e área suprapúbica (homem).
22. Não se esquecer de reposicionar o prepúcio e remover o excesso de antisséptico da área meatal.
Se necessário, realizar nova higiene íntima.
23. Prender o coletor na parte inferior da cama após colocar data, hora e nome do funcionário.
162
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
28 . Checar o procedimento.
Recomendações
Em pacientes acamados, com sonda vesical, deve‑se fazer higiene íntima após cada evacuação.
Sondas utilizadas para cateterismo vesical: em adolescentes (nº 10 ou 12), em adultos (nº 14 ou 16),
em gestantes (nº 14) e sonda de alívio (nº 10 ou 12).
Em alguns casos de retenção urinária, podem ser colocadas bolsa de água morna ou compressas na
região suprapúbica.
Desinflar o balão na retirada da sonda vesical, observar e anotar a primeira micção espontânea.
O sistema de drenagem deve ser obrigatoriamente fechado e trocado toda vez que for manipulado
inadequadamente. Não há um intervalo ideal preconizado para a troca da sonda, mas recomenda‑se a
sua retirada precocemente.
Indicações para troca do cateter e sistema coletor: obstrução, presença de grande quantidade de
resíduos no sistema, presença de incrustações visíveis e urina com aspecto purulento, febre de origem não
determinada sem outra causa reconhecida, desconexão acidental ou ruptura, violação e contaminação
do sistema por técnica inapropriada na instalação e manuseio.
Os coletores de urina devem ser esvaziados a cada 6 horas e nunca devem ser posicionados em um
nível acima do púbis.
163
Unidade IV
Realizar higiene perineal com água e sabão, e do meato uretral, pelo menos 2 vezes ao dia (COUTINHO;
SANTOS, 2013).
Abertura do material estéril Após a abertura do material estéril, O enfermeiro calça a luva estéril,
devemos colocar no campo os demais organiza a disposição dos materiais na
materiais com técnica asséptica, bandeja, testa o cuff da sonda. Verificar
sem encostar para não contaminar, na sonda a descrição de quantos ml de
deixando a sonda por último. AD devem ser inseridos.
O cuff da sonda é testado com AD de Após o teste, podemos conectar a Sonda é conectada no sistema
acordo com ml indicado na sonda. sonda no sistema fechado. fechado
Segue-se a antissepsia utilizando‑se No homen deve-se segurar o pênis, Após a antissepsia a mão dominante
clorex tópico no sentido tracionar o prepúcio e iniciar a continua segurando a região genital e
anteroposterior, iniciando pelo antissepsia do meato uretral, se o campo fenestrado é colocado acima.
períneo, meato urinário, pequenos e estendendo à base da glande.
grandes lábios.
164
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Lembrete
Após a fixação, os materiais devem ser retirados. É indicada uma higiene íntima para retirar os
resíduos do antisséptico, a fim de prevenir irritação e prurido. A sonda deve ser adequadamente
fixada e posicionada. O paciente deve permanecer confortável. Os materiais devem ser descartados
adequadamente e encaminhados à CME conforme protocolo.
165
Unidade IV
8 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Contudo, toda substância que, introduzida no organismo, vá atender a uma finalidade terapêutica
pode ser denominada como medicamento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio da
Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Conceitua medicamento como um produto
farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para
fins de diagnóstico (BRASIL, 1973). Não podemos nos confundir com o termo droga: este é conceituado
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, [s.d.]) como substância ou matéria‑prima que tem
finalidade medicamentosa ou sanitária.
166
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Há disponíveis diferentes formas farmacêuticas, ou seja, são diversas as formas físicas em que os
medicamentos podem ser apresentados, a fim de possibilitar o seu uso pelo paciente, facilitar a administração,
garantir a precisão da dose, proteger a substância durante o percurso pelo organismo, garantir a presença no
local de ação e facilitar a ingestão da substância ativa. As formas farmacêuticas disponíveis são:
• comprimidos;
• xaropes;
• aerossóis;
O importante é a conscientização de que esses eventos adversos podem ser evitados, uma vez que
são preveníveis e previsíveis, pois a administração de medicamentos, além de ser uma das atividades mais
sérias e de grande responsabilidade para a equipe de enfermagem, é uma das etapas mais importantes
da terapia medicamentosa. Para a sua execução, é necessário que vários princípios científicos associados
a um sistema de medicação seguro sejam aplicados, juntamente com processos desenvolvidos para
dificultar o surgimento de erros (COREN‑SP, 2017).
Observação
Para tornar o uso de medicamentos mais seguro para o paciente, é importante identificar os fatores
de risco que contribuem para os incidentes, conhecer as falhas fundamentais e os problemas de desenho
do sistema de medicação, bem como eventos que ocorrem raramente. A equipe multidisciplinar deve
estar envolvida nesse processo, pois no hospital quem executa a prescrição medicamentosa é o médico,
quem dispensa a medicação é o farmacêutico e quem a prepara é a enfermagem.
Atualmente fazemos uso dos certos. Eles foram criados para auxiliar no processo de administração
medicamentosa de forma segura. São eles:
• Medicamento certo.
• Compatibilidade medicamentosa.
• Orientação ao paciente.
• Direito a recusar o medicamento.
• Anotação correta.
• Dose certa.
• Via certa.
• Hora certa.
• Paciente certo (COREN‑SP, 2017).
168
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Prescrição: escolha da medicação apropriada para cada situação clínica, feita pelo profissional da
saúde, que considera os fatores individuais dos pacientes, como alergias e peso, na indicação da via de
administração, dose, tempo e duração (COREN‑SP, 2017).
Prescrição médica
• Legível, preferencialmente emitida a partir de sistema informatizado que possua alerta para
inadequações ou discordâncias da prescrição, ou, no mínimo, digitada, mas não mais manuscrita.
• Deve conter as informações necessárias dos medicamentos, tais como nome, dosagem, via,
horário, frequência e velocidade de infusão.
• Conter identificação completa e legível do paciente, com no mínimo dois identificadores, como
nome completo e data de nascimento; pode ser acrescida com o número do prontuário ou registro
do atendimento.
• Manter farmacêutico para realizar a verificação da prescrição médica, antes da dispensação dos
medicamentos.
Observação
169
Unidade IV
Existem vários fatores de risco que contribuem para eventos adversos relacionados com os
medicamentos. O profissional deve entender sobre esses fatores e trabalhar com a prevenção:
• Neonatos e crianças, devido à necessidade de cálculo das doses de drogas requeridas em seus tratamentos.
• Inexperiência profissional.
• Falta de hábito de realização de dupla checagem ou checagem por diferentes pessoas, de acordo
com as recomendações do serviço.
• Relutância em usar memória auxiliar, como bulas, protocolos, livros, artigos, ou outras fontes de informação.
• Alguns medicamentos podem ser facilmente confundidos, devido a ambiguidade quanto a nome,
rótulo, embalagem, cor e forma.
O profissional deve estar preparado técnica e cientificamente para prestar a assistência com
segurança e livre de riscos assistenciais.
Exemplo de aplicação
Você é enfermeiro em uma unidade de clínica médica e é notificado de dois casos de evento adverso
relacionado com medicamentos no mesmo setor, em uma semana. Reflita sobre a sua conduta como
enfermeiro. Como podemos trabalhar com a prevenção?
É importante ressaltar que a família é considerada uma aliada na segurança do paciente e pode
se tornar a principal referência em situações nas quais o paciente se torna dependente e vulnerável
ao cuidado.
170
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Saiba mais
A via escolhida para a administração do medicamento irá depender das propriedades e efeitos
desejados, assim como das características clínicas e da condição cognitiva do paciente. Por exemplo,
não iremos conseguir ministrar um comprimido via oral para um paciente inconsciente.
Basicamente as medicações podem ser ministradas via trato gastrointestinal (enteral), parenteral e
por via tópica.
Mais fácil e mais comumente usada. Os medicamentos são dados pela boca e deglutidos. Apresenta
como vantagem a facilidade de administração e ser menos dispendiosa. É contraindicada para pacientes
com náuseas e vômitos, diarreias e dificuldades para engolir, alterações do nível de consciência e
alterações na função gastrointestinal.
Medicamentos feitos para serem absorvidos rapidamente, após terem sido colocados a dissolver sob
a língua. Não devem ser deglutidos. Essa via apresenta como vantagem a facilidade de administração
e ser menos dispendiosa. É contraindicada para pacientes com náuseas e vômitos, dificuldades para
manter a medicação sob a língua e alterações do nível de consciência. Deve‑se atentar ao uso frequente,
pois pode ocasionar lesões na mucosa.
171
Unidade IV
1. Isordil 5 mg SL às 14 horas.
• Material: bandeja, copinhos descartáveis, fita crepe e etiqueta, seringa, triturador de comprimidos, espátula,
canudinho, conta‑gotas, papel‑toalha, medicamento prescrito e copo com água (COUTINHO; SANTOS, 2013).
Descrição do procedimento
1. Higienizar as mãos.
4. Colocar os medicamentos no copinho sem tocá‑los. Usar seringa ou medidor para os líquidos.
Recomendações
Todo medicamento deve ser checado após sua administração. Se não foi dado, deve‑se circular o
horário e anotar o motivo no espaço reservado para anotação de enfermagem.
Deve‑se observar e anotar qualquer tipo de reação por um paciente após receber determinado medicamento.
Caso o paciente se mostre confuso ou desorientado, é necessário verificar o interior de sua boca para
se certificar de que ele engoliu a medicação.
Caso não haja possibilidade de o paciente deglutir cápsulas, não se deve abri‑las e administrar seu
conteúdo diluído. Nesse caso, recomenda‑se verificar com o médico a possibilidade de alteração da
terapêutica medicamentosa.
Se o paciente tiver mais de um medicamento no mesmo horário, não devemos misturá‑los. Cada
medicamento deverá ficar lacrado, dentro do copinho, com a identificação direta na medicação e deverá
ser aberto no ato da administração ao paciente (COUTINHO; SANTOS, 2013).
• Finalidade: o medicamento ser absorvido diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos ali
situados, sem passar através da parede intestinal e pelo fígado. Essas substâncias atuam
rapidamente porque o epitélio fino e a abundante vasculatura da mucosa bucal possibilitam a
absorção direta pela corrente sanguínea.
173
Unidade IV
Descrição da técnica
1. Higienizar as mãos.
7. Entregar o medicamento ao paciente, orientando‑o para colocá‑lo sob a língua, sem mastigar ou
deglutir, até que ele se dissolva totalmente.
9. Higienizar as mãos.
Recomendações
Orientar o paciente a não mastigar o comprimido nem tocá‑lo com a língua, para evitar
deglutição acidental.
Consiste na absorção de fármacos pela mucosa anal. É indicada quando houver a intolerância do
usuário ao fármaco por VO ou outras impossibilidades (sondagem oral, presença de ferimentos na boca
etc.). A medicação é feita na forma de supositório e/ou enema retal e aplicada no esfíncter anal interno
ou reto.
Materiais: bandeja de inox; medicação a ser administrada; luvas para procedimentos (EPIs se
necessário: avental, óculos e máscara), gazes, biombo, toalha e fralda (se necessário).
Descrição da técnica
1. Levar o usuário a uma sala privativa e apropriada, contendo maca fixa e biombo, ou realizar no
leito, respeitando a privacidade.
6. Posicionar o usuário em decúbito lateral com a perna superior em abdução – posição de Sims.
9. Orientar o usuário a que respire lenta e profundamente pela boca, para facilitar o relaxamento
da musculatura.
175
Unidade IV
10. Inserir a medicação no reto segurando com a gaze até que se perceba o fechamento do esfíncter anal.
13. Orientar o usuário a comprimir as nádegas por 3 ou 4 minutos e permanecer na mesma posição
por 10 a 15 minutos para a diminuição do estímulo de expulsar o medicamento.
15. Permanecer ao lado do usuário. Observar (dependendo da medicação) possíveis reações, queixas,
bem como se o efeito foi o desejado.
A via parenteral refere‑se aos medicamentos administrados por injeção ou infusão. Geralmente
são absorvidos de maneira mais completa e começam a agir com maior rapidez em relação aos
medicamentos administrados por VO e tópica. Por serem injetados através da pele, deve ser empregado
com técnica asséptica, pelo risco de infecção. Além disso, outras complicações podem surgir quando
os medicamentos não são administrados no sítio pretendido. O enfermeiro deve conhecer a técnica de
administração, a medicação em relação à via e os materiais disponíveis para a administração (CRAVEN;
HIRNLE, 2006).
• Intradérmica (ID).
• Subcutânea (SC).
• Intramuscular (IM).
Durante a assistência, estas são as vias mais frequentes para administrar medicamentos parenterais.
Há, porém, outras vias parenterais disponíveis, utilizadas pelo profissional médico, tais como: epidural,
intratecal, intraóssea, intra‑articular, intraperitoneal, intrapleural e intra‑arterial.
176
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Bico
Cabeça do êmbolo
Geralmente utilizamos na prática as seringas de 20 ml, 10 ml, 5 ml, 3 ml e de 1 ml, conforme figura
a seguir:
177
Unidade IV
Total da seringa:
1 ml / 100 UI
As seringas estão disponíveis no mercado com ou sem agulhas e com diversos dispositivos de
segurança. A agulha é presa na ponta da seringa. Existem diversos diâmetros de agulha. Será escolhida
dependendo da via parenteral e das condições clínicas do paciente.
25 x 8 30 x 7 40 x 12 13 x 4,5
• a agulha 40 x 12 é utilizada apenas para aspirar medicação, devido ao seu diâmetro; não se deve
utilizar para aplicar medicações IM ou SC;
Corpo Canhão
Bisel
A ponta da agulha, a que chamamos de bisel, consiste em uma abertura por onde a medicação será
infundida. Dependendo da via de aplicação, o bisel irá ficar acomodado para cima (EV e ID), ou para o
lado (IM e SC).
Esses materiais devem ser manipulados adequadamente. Há uma técnica para a abertura dos invólucros
das seringas e agulhas, bem como um local próprio para a abertura de forma que não haja contaminação no
momento de manipulação e aspiração da medicação. O importante é que, durante o preparo da medicação,
nunca se deve manter a seringa e a agulha fora do invólucro e não se deve tocar nas partes esterilizadas,
para não haver contaminação – por exemplo, não podemos tocar na ponta da agulha.
Para o preparo dos medicamentos, precisaremos de uma solução que poderá ser utilizada para fazer
a reconstituição, no caso de medicamentos em pó, ou de uma solução para diluir a medicação, no
caso de uma medicação já reconstituída. Geralmente utilizamos o diluente próprio da medicação, mas
algumas medicações não possuem diluente próprio; se não houver, podemos utilizar o cloreto de sódio
a 0,9% ou água para injeção, conforme figura a seguir:
179
Unidade IV
comprovadamente compatíveis com os medicamentos e que, quando misturados a ele, não o modificam,
ou seja, não oferecem riscos de turvação, precipitação ou perda da estabilidade. Diluição é definida como
a adição do medicamento reconstituído ou de medicação injetável, pronta, a um diluente compatível e
em maior volume (COREN‑SP, 2017).
As medicações intradérmicas são ministradas dentro da derme. São comumente utilizadas para
testar alergias, provas de PPD. Geralmente são aplicadas no antebraço e face inferior do deltoide (no
caso da vacina BCG). O local deve ser pobre em pelos, ter pouca pigmentação, pouca vascularização e
ser de fácil acesso para leitura no caso dos testes de sensibilidade e PPD (CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Descrição da técnica
Materiais: bandeja, seringa de 1 ml, agulha para aspirar, agulha 13 x 4,5, bolas de algodão,
medicamento prescrito, luvas de procedimento, álcool a 70%.
2. Higienizar as mãos.
4. Aspirar o medicamento utilizando agulha própria e seringa de 1 ml, sem deixar ar no interior.
180
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
10. Ao mesmo tempo que apoia o antebraço do cliente com a mão, estique a pele com o polegar e
o indicador.
11. Introduzir a agulha (somente o bisel apontado para cima), fazendo um ângulo de 15 graus, quase
paralelamente à superfície da pele, com um movimento delicado, porém firme; jamais aspirar.
14. Não friccione nem massageie o local da pápula e oriente o paciente a não coçar nem esfregar o
local.
As injeções subcutâneas são administradas dentro do tecido SC, compreendido abaixo da derme
e acima do tecido muscular. A absorção é comumente lenta, sustentada e completa. A velocidade de
absorção irá variar de acordo com o sítio de infusão. Não devem ser aplicadas em locais com tecido
anormal, presença de lesões, cicatrizes, queimaduras. A absorção pode ser lenta e incompleta quando
aplicadas em um paciente com edema (CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Deve‑se atentar para o aparecimento de edema, rubor e dor, abscessos, embolias, lesão de nervos,
necrose provocada por injeções repetidas no mesmo local, formação de tecido fibrótico devido a
injeção de volume excessivo, introdução do líquido em velocidade rápida ou injeções repetidas em
um mesmo local, e má absorção do medicamento quando não houver colaboração do paciente
(COUTINHO; SANTOS, 2013).
Os locais mais apropriados para a injeção SC são as faces anterior, lateral e posterior do braço,
abdome inferior, face anterior da coxa e parte superior do quadril, conforme apresentado na figura
a seguir:
181
Unidade IV
O máximo de volume que pode ser administrado são 2 ml em indivíduos adultos. Portanto, deve‑se
avaliar a capacidade e o protocolo da instituição. Não se deve fazer massagem no local para não acelerar
o tempo de absorção da droga e causar danos aos tecidos adjacentes. É importante realizar rodízio entre
as aplicações, principalmente naquele paciente em que administramos insulina 2x ao dia de forma
contínua. Se acidentalmente, ao aspirar, atingir um vaso sanguíneo, desprezar a medicação e a seringa
e reiniciar o procedimento (COUTINHO; SANTOS, 2013).
Descrição da técnica
Materiais: medicamento prescrito, bandeja, seringa de 1 ml, agulha descartáveis (13 x 4,5,13 x 3,8 ou
10 x 5), luvas de procedimento, álcool a 70% e bolas de algodão.
2. Higienizar as mãos.
182
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
11. Realizar a antissepsia da região com movimentos circulares (do centro para as extremidades).
12. Fazer uma prega no tecido subcutâneo, utilizando o dedo indicador e o polegar da mão oposta
à que segura a seringa.
13. Puncionar em ângulo de 45º a 90° com bisel para baixo ou lateralizado e injetar lentamente
com a mão oposta à que segura a seringa. Novamente com a mão esquerda, deve‑se puxar
o êmbolo, aspirando para confirmar se não houve rompimento de vasos. Para heparina, não
realizamos este teste.
14. Soltar a prega subcutânea e remover a agulha suavemente com movimento rápido e único,
passando lentamente no local um algodão seco.
O ângulo de introdução pode variar entre 45º e 90º. Os enfermeiros devem estar atentos para o
peso corpóreo da pessoa: ele indicará a profundidade da camada subcutânea, facilitando a escolha do
comprimento da agulha e do ângulo de introdução. Para as pessoas obesas, o profissional deve prensar o
tecido entre os dedos e utilizar uma agulha longa, capaz de ser introduzida através do tecido adiposo na
base da prega da pele. Sendo assim, o comprimento da agulha deve ser da metade da largura da prega
da pele (REICHEMBACH et al., 2005).
183
Unidade IV
São ministradas dentro da camada muscular. Geralmente são absorvidas com velocidade intermediária,
mais lenta em relação à EV, porém mais rápida que a SC. Um volume maior é permitido e também maior
variedade de medicamentos.
• Músculo deltoide.
• Músculo dorsoglúteo.
• Músculo ventroglúteo.
A seleção do local de injeção é importante, pois a escolha incorreta, principalmente relacionada com
a faixa etária, pode causar dano a nervos, vasos sanguíneos e ao próprio músculo. O enfermeiro deve
avaliar a musculatura, selecionar um local com músculo saudável, sem lesões ou ferimentos, e que não
tenha recebido medicação recentemente (COREN‑SP, 2010).
Todos os possíveis sítios possuem irrigação sanguínea e são inervados. De todos os sítios de injeção,
o dorsoglúteo possui maior proximidade com importante vaso sanguíneo e nervo (COREN‑SP, 2010).
O volume a ser ministrado irá depender da musculatura e da orientação utilizada. Para o presente
livro, vamos utilizar um estudo publicado pelo Coren‑SP (2010). Segundo esse estudo, o volume aplicado
no adulto é:
Observação
Outro fator importante a discutir é sobre o tamanho da agulha utilizada, lembrando que a medicação
deve ser ministrada na musculatura a fim de não causar outras complicações. A enfermagem deve
avaliar a musculatura do paciente antes de selecionar o tamanho da agulha a ser utilizada. Além disso,
deve‑se considerar o tipo de medicamento, volume da solução e músculo selecionado. Geralmente,
184
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
no adulto, utilizamos a agulha 30 x 7 para realizar a aplicação IM; dependendo da massa corpórea do
paciente, podemos utilizar a agulha 25 x 7.
Localizado na região anterolateral da coxa. Nessa área, não se evidenciam grandes nervos e vasos
sanguíneos.
Nos adultos, o sítio do vasto lateral é a área entre a largura da palma da mão acima do joelho e a
largura da palma da mão abaixo do trocanter maior, na parte medial externa da coxa. Podemos dividir
a coxa em terços e aplicar no terço médio.
Agulha 30 x 7 ou 25 x 7.
Trocanter
maior do
fêmur
Sítio de
injeção
(terço médio
do músculo
vasto lateral)
B)
Côndio
lateral
do fêmur
A)
Músculo deltoide
Apresenta uma pequena quantidade de massa muscular, com pouco tecido subcutâneo.
O músculo é pequeno e fica próximo ao nervo radial e à artéria braquial. Para localizá‑lo,
devemos desenhar uma linha imaginária entre 3 e 7 cm do acrômio (CRAVEN; HIRNLE, 2006;
COREN‑SP, 2010).
185
Unidade IV
Alguns estudos evidenciaram complicações nesse sítio, tais como contratura muscular, necrose
muscular e lesões no nervo, que podem ser ocasionadas por irritação química, ação tóxica da medicação,
neurite ou por lesão mecânica direta do nervo pela agulha. Há uma grande variação anatômica do nervo
axilar. Portanto, esta via não deve ser a primeira escolha (CRAVEN; HIRNLE, 2006; COREN‑SP, 2010).
• Agulha 30 x 7 ou 25 x 7.
Clavícula Processo
acrominal
Músculo
deltoide Escápula
Axila
Úmero Artéria
braquial
profunda
Nervo
radial
A região glútea é um local comum para a administração de IM. Pode ser dividida em duas localidades
conforme apresentado a seguir.
Área ventroglútea
Fácil acesso com o paciente em decúbito ventral, dorsal ou lateral. A localização é feita da seguinte forma:
• Coloque a palma da mão na porção lateral do glúteo e o dedo médio estendendo‑se até a crista ilíaca.
• Atenção: para o quadril direito, coloque a mão esquerda; para o quadril esquerdo, use a mão direita.
186
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Essa área tem sido considerada a mais segura para medicação glútea, sendo recomendada como
o local de primeira escolha para medicação IM, pois evita a punção acidental de vasos sanguíneos e
nervos, havendo poucos relatos de complicações (CRAVEN; HIRNLE, 2006; COREN‑SP, 2010).
• Agulha 30 x 7 ou 25 x 7.
Crista ilíaca
Espinha ilíaca
anterossuperior
Sítio de injeção
Área dorsoglútea
Para aplicação nesse local, o paciente deve permanecer em decúbito ventral em uma superfície plana.
O local é identificado desenhando‑se uma linha imaginária que vai da espinha ilíaca posterossuperior até
o trocanter maior do fêmur. A injeção deve ser aplicada em qualquer ponto entre essa linha imaginária
e a curva da crista ilíaca (COREN, 2010).
Essa área não tem sido recomendada em diversos países. Tem sido associada a graves complicações
como lesão no nervo ciático e da artéria glútea superior. Além disso, estudos evidenciam que, em
pacientes obesos, injeções nessa área foram ministradas no tecido SC e não na musculatura
187
Unidade IV
• Agulha 30 x 7 ou 25 x 7.
Espinha ilíaca
posterossuperior
Sítio de injeção
Linha imaginária
Trocanter maior
Nervo isquiático
É importante ressaltar que se deve fazer rodízio do local da aplicação em pacientes que recebem
a medicação com frequência. Pacientes idosos tendem a ter massa muscular diminuída. Portanto, o
profissional deverá avaliar a musculatura e escolher a agulha adequada. A realização da prega não é a
mais indicada, pois pode aumentar o risco de administrar a medicação por via SC.
Material
Bandeja, etiqueta ou fita adesiva, medicamento prescrito, álcool a 70%, bolas de algodão, seringa,
agulha adequada para aplicação após a avaliação do músculo (30 x 7 ou 25 x 7) e 40 x 12 (para aspirar),
luvas de procedimento, diluente (se necessário).
188
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Descrição da técnica
2. Higienizar as mãos.
5. Retirar o ar da seringa.
9. Colocar o paciente na posição mais adequada ao procedimento, de acordo com o sítio escolhido.
13. Firmar o músculo e introduzir a agulha no local com o bisel lateralizado, fazendo ângulo de 90º;
aspirar lentamente para certificar‑se de que não atingiu nenhum vaso sanguíneo.
14. Injetar lentamente o conteúdo da seringa, empurrando o êmbolo com a mão oposta a que
segura a seringa.
18. Recolher o material; descartar os perfurocortantes em recipiente apropriado; nunca reencapar a agulha.
Os medicamentos devem ser preparados com rigor, de maneira estéril, sem contaminações, o que
consiste em conhecimento para realizar a técnica.
Os medicamentos são aplicados por meio de vários dispositivos de acesso. Os mais utilizados são
o escalpe (dispositivo agulhado) e o jelco (dispositivo não agulhado). Esses cateteres, após a punção,
são conectados em um extensor que possibilita mais uma via de acesso, ou podem ser conectados
diretamente no equipo de um soro (CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Os medicamentos IV podem ser ministrados por dose, infusão intermitente e infusão contínua.
190
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
A) B)
A figura A representa o escalpe (cateter agulhado). Estes cateteres possuem a numeração de:
19, 21, 23, 25 e 27, e quanto maior a numeração, menor o calibre. Para o adulto, geralmente,
utilizamos de 21 a 23.
A figura B representa o jelco (cateter não agulhado). Estes cateteres possuem a numeração de:
14, 16, 18, 20, 22 e 24, e quanto menor a numeração, maior o calibre. Geralmente, utilizamos no
adulto de 20 a 22.
Todo medicamento deve ser preparado antes da administração. Dependendo da prescrição médica
e da medicação a ser infundida, serão utilizados determinados dispositivos para o procedimento;
por exemplo, se for ministrada apenas uma medicação em bolus IV, vamos precisar basicamente
do material de punção venosa, a medicação preparada e a seringa contendo SF 0,9% 10 ml para
salinização, caso o paciente vá manter o acesso. Se o paciente for receber soroterapia, vamos
precisar de soro e inserir a medicação prescrita dentro do soro (se for o caso).
Para as medicações com uma infusão prolongada, por exemplo, uma soroterapia, devemos respeitar
o tempo de infusão prescrito.
A seguir iremos apresentar a técnica de punção venosa periférica com utilização de jelco e extensor.
Material
Bandeja, garrote, álcool a 70%, bolas de algodão, cateter venoso (flexível ou rígido), seringa, solução
fisiológica 0,9% 10 ml, esparadrapo ou micropore, extensor tipo polifix, luvas de procedimento.
191
Unidade IV
Descrição da técnica
1. Higienizar as mãos.
5. Adaptar o extensor à seringa com solução fisiológica e encher a câmara do extensor com esta
solução, de forma a retirar todo o ar do extensor.
7. Fazer a antissepsia no local onde será feita a punção de forma circular, movimento único do local
da punção até em torno de 10 cm de diâmetro, utilizando álcool a 70%.
8. Realizar a punção.
11. Depois aspirar até obter um simples refluxo sanguíneo e, a seguir, injetar 5 ml de SF 0,9% (a
injeção da solução deve ser interrompida pelo fechamento do clampe do tubo em Y, do tubo
extensor ou da válvula da torneirinha).
13. Clampear o extensor, retirar a seringa e fechar a extremidade do dispositivo com a tampa,
tomando cuidado para não contaminá‑lo nesse momento.
14. Recolher todo o material, deixar a unidade do paciente em ordem e encaminhar o material ao expurgo.
15. Descartar o material perfurocortante em local apropriado e os demais em saco de lixo branco.
Figura 55
A etiqueta deve ser colada no medicamento. Em algumas instituições, não se utiliza esse método.
Cada técnico/auxiliar tem um carrinho de medicação, e esta é preparada na presença do paciente nos
horários prescritos. Esse procedimento garante maior segurança.
• No caso de administração de soroterapia, um rótulo deve ser feito e colocado no soro, contendo
as informações: quarto e leito, nome completo do paciente, medicamentos inseridos no soro, o
tipo de soro utilizado, velocidade de infusão (gotejamento), hora de início e término, assinatura
com carimbo do profissional que preparou e instalou o soro.
Figura 56
• Ter cuidado com letras ilegíveis na prescrição médica; não ministrar se estiver com dúvidas.
• Ler o rótulo do medicamento três vezes: ao pegar o medicamento, durante o preparo e ao descartar
a embalagem.
A checagem significa fazer um traço acima do horário medicado. Depois, relatar que a medicação foi
ministrada, no espaço destinado à anotação de enfermagem.
194
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
• Fazer um círculo sobre o horário do medicamento se não ministrado e, depois, justificar o motivo
na anotação de enfermagem e comunicar ao enfermeiro.
• No caso das medicações parenterais, além de descrever que a medicação foi ministrada, deve‑se
colocar no relatório o local de administração.
— Equipos com infusão contínua – proceder à troca a cada 72‑96 horas. Considera‑se infusão
contínua quando esta é prolongada e superior a duas horas, com volume e velocidade variáveis.
— Dânulas (torneirinhas) e tubos extensores para infusão – proceder à troca conjuntamente com
o sistema de infusão.
— Cateteres periféricos: cateter periférico de teflon – a troca deve ser a cada 72 horas; cateter
periférico de poliuretano – a troca deve ser a cada 96 horas; agulhas de aço – seu uso deve
restringir‑se para coleta de amostra sanguínea e/ou administração de medicamentos em
dose única.
Os medicamentos tópicos são aqueles colocados sobre a superfície da pele e mucosas; também
podem ser colocados em cavidades corporais. Geralmente utilizamos loções, cremes e pomadas. Podem
ser utilizados para tratar uma infecção de pele ou ferida, bem como para diminuir sintomas cutâneos
(CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Materiais
Técnica de aplicação
1. Higienizar as mãos.
Os medicamentos transdérmicos são absorvidos por meio da pele, porém com efeito sistêmico. Em
geral, são preparados como adesivos com membranas especiais, que permitem que o medicamento seja
lentamente absorvido (CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Os medicamentos oftálmicos geralmente são apresentados por meio de pomadas e soluções. Podem
ser utilizados para tratar irritação ocular, infecções ou glaucoma, para pacientes em tratamento de
patologias oculares, dilatação pupilar, anestesia, melhoria dos tecidos oculares irritados, lubrificação
ocular em pacientes em coma, sedados e inconscientes.
Material
Gaze, conta‑gotas, medicação prescrita, bandeja, luvas de procedimento (se necessário), SF 0,9% ou
água destilada.
196
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Descrição da técnica
1. Higienizar as mãos.
2. Conferir a prescrição médica, preparar o material e levá‑lo numa bandeja até o paciente.
5. Fazer ou auxiliar o paciente na lavagem dos olhos, com água destilada ou SF 0,9%, se houver
presença de secreção/resíduos.
7. Colocar o paciente sentado ou elevar a cabeceira com a cabeça inclinada para trás.
8. Afastar com os dedos a pálpebra inferior com o auxílio de uma gaze e solicitar que o paciente olhe
para cima.
10. Aplicação de pomadas: aplicar uma fina camada de pomada ao longo da extremidade interna da
pálpebra inferior (na conjuntiva), com o cuidado de não tocar a ponta da bisnaga na conjuntiva
do paciente. Limpar o excesso com uma gaze.
11. Solicitar que o paciente permaneça com o olho fechado por alguns minutos.
Recomendações
Caso tenham sido prescritas gotas e pomada, as gotas devem ser instiladas primeiramente e, pelo
menos, aguardar 5 minutos para a aplicação da pomada.
197
Unidade IV
Utilizar um novo lenço de papel absorvente para cada olho, para evitar contaminação cruzada.
Não instilar a medicação no canal lacrimal, a fim de evitar obstruções (COUTINHO; SANTOS, 2013).
Os medicamentos auditivos são soluções que podem ser pingadas dentro do ouvido para tratar
as infecções do ouvido externo ou para amolecer e remover o cerume. Indica‑se utilizar soluções na
temperatura ambiente. O emprego de soluções quentes ou frias pode provocar vertigem, náuseas e dor
(CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Os medicamentos nasais, em geral, são borrifados dentro do nariz para tratar a congestão nasal. Ao
administrar um spray nasal, solicite ao cliente sentar e inclinar a cabeça para trás; enquanto segura o
frasco de medicamento com uma das mãos, coloque o topo do frasco exatamente dentro da narina,
mirando a extremidade superior do aplicador em spray no sentido da linha média do nariz; enquanto o
cliente inspira, aperte o botão. Depois, deixe o paciente confortável.
Estas medicações entram em contato direto com o paciente. Portanto, devem ser individualizadas
(CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Os medicamentos vaginais são administrados por via vaginal. São fornecidos em várias formas:
espumas, gel, líquidos, cremes, comprimidos ou supositórios (CRAVEN; HIRNLE, 2006).
Os medicamentos por via inalatória podem ser indicados para tratar distúrbios respiratórios, umidificar
as vias respiratórias, fluidificar secreções, facilitar sua expulsão e ajudar no tratamento medicamentoso
de doenças pulmonares, bem como para induzir à anestesia. São ministrados por meio de dispositivos
(CRAVEN; HIRNLE, 2006).
São indicados para pacientes com ressecamento de mucosa das vias aéreas, dificuldade de
expectoração, asma, bronquite alérgica e demais patologias de base que causem broncoespasmo. São
contraindicados em pacientes com claustrofobia, com traumas ou queimaduras na face.
198
PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO
Materiais
Bandeja, inalador, fluxômetro, SF 0,9%, medicamento prescrito, máscara com extensão em silicone.
Descrição da técnica
1. Higienizar as mãos.
199
Unidade IV
Saiba mais
Resumo
202
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 23
OLIVEIRA, A. et al. Esclerose lateral amiotrófica: atualização 2013. São Paulo: Associação Brasileira de
Esclerose Lateral Amiotrófica, 2013, p. 14.
Figura 46
CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 539.
Figura 47 A
CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 549.
Figura 47 B
CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 549.
Figura 48
CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 547.
Figura 49
CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 550.
Figura 50
CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 550.
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Informações:
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