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A produção da cultura de couve em Moçambique é feita pêlo sector familiar nas baixas ou
sistemas de Regadios com Objectivo de consumo e venda em mercados locais. Brássica
oleácea, é de extrema importância para os produtores de baixa escala, por ser fonte de renda e
nutrição e por fazer com que os agricultores permaneçam financeiramente viáveis
especialmente na agricultura periurbana ao longo de todo tempo do ano. (Haber 2015).
A FAO define o MIP como: “Um sistema que, no contexto do ambiente associado e a dinâmica
da população de espécies de pragas, utiliza todas as técnicas adequadas da maneira mais
compatível possível, e mantém a população de praga a um nível abaixo daquele que causa
dano económico”.
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TEMA: MANEIO INTEGRADO DE PRAGAS NA CULTURA DE COUVE
TRONCHUDA
I. INTRODUÇÃO
A produção da cultura de couve em Moçambique é feita pêlo sector familiar nas baixas ou
sistemas de Regadios com Objectivo de consumo e venda em mercados locais. Brássica
oleácea, é de extrema importância para os produtores de baixa escala, por ser fonte de renda e
nutrição e por fazer com que os agricultores permaneçam financeiramente viáveis
especialmente na agricultura periurbana ao longo de todo tempo do ano. (Haber 2015).
A traça da Couve, (Plutella xylostella. L), é considerada como principal praga desta cultura.
Um total de 1 bilhão de dólares por ano estimam-se ser necessários para a sua monitoria a nível
mundial (Talekar e Shelton, 1993). Os danos são causados por uma lagarta verde-clara com a
cabeça de cor parda cujo tamanho do corpo varia entre 7 a 10 mm de comprimento (Carneiro,
1983).
Este facto levou ao aumento do nível de contaminação do ambiente dos campos de produção;
altos níveis de resíduos de pesticidas nos produtos; riscos de saúde dos trabalhadores do campo
e dos consumidores; e aumento dos custos de produção. Há, no entanto, uma necessidade
urgente opções alternativas de controlo, de forma a reduzir a dependência aos pesticidas
sintéticos. Vários países da Asia desenvolveram e implementaram estratégias do Maneio
Integrado de Pragas (MIP) baseado no controlo biológico da traça da couve e afídeos da couve.
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Moçambiquetida como uma das alternativas de disponibilizar o alimento em todas épocas do
ano (Caniço et al, 2013).
A FAO define o MIP como: “Um sistema que, no contexto do ambiente associado e a dinâmica
da população de espécies de pragas, utiliza todas as técnicas adequadas da maneira mais
compatível possível, e mantém a população de praga a um nível abaixo daquele que causa
dano económico”. A definição implica que o MIP e uma estratégia de maneio de pragas que
focaliza a prevenção e supressão de problemas de pragas a longo termo através da combinação
de técnicas tais como o controlo biológico, uso de variedades resistentes ou tolerantes, e
adopção de práticas culturais para tornar o habitat pouco conducente ao desenvolvimento de
pragas e doenças. Basicamente, isto significa que integramos tantos métodos quantos forem
possíveis para minimizar os problemas causados por pragas artrópodes, nemátodos, doenças e
infestantes.
Estes métodos incluem o controlo cultural, mecânico, físico, ambiental, pesticidas (bio
pesticidas e moléculas sintéticas) e controlo biológico (inimigos naturais de pragas).
O MIP não proíbe o uso de pesticidas. Porem, advoga o uso de pesticidas apenas quando for
absolutamente necessário e na base da informação de monitoria. Os benefícios do uso reduzido
de pesticidas apenas quando for necessário são: (Cardoso, 2010).
➢ Custos de produção reduzidos
➢ Risco reduzido de exposição a produtos tóxicos por parte dos trabalhadores
➢ Risco reduzido de resíduos de pesticidas nos produtos
➢ Risco reduzido de contaminação/poluição ambiental
➢ Risco reduzido de matar insectos benéficos tais como os polinizadores, inimigos
naturais, e organismos aquáticos tais como os peixes
➢ Risco reduzido de ocorrência de resistência aos pesticidas e ressurgimento de pragas
De acordo com Tindall (1993) citado por Leão (2006), a couve é cultivada no Este e Oeste de
África, Sudeste da Ásia, incluindo Sul da China, Indonésia e Malásia, Oeste da Índia e muitas
áreas tropicais onde é tratado e propagado.
A couve tronchuda foi domesticada a cerca de 5000 anos e agora é cultivada em todo o mundo,
embora nos trópicos o seu cultivo seja maioritariamente restrito a elevações. Provavelmente é
a primeira cultura das couves a ser praticada e o mais importante vegetal de folhas nas terras
do Quénia e países vizinhos.
As couves são uma das principais culturas hortícolas a nível mundial. O leste de Europa (Rússia,
Polónia, Ucrânia, Roménia), o Leste da Asia (China, Japão, e Coreia do Sul) e os EUA são
importantes produtores de couves (Almeida, 2006).
Em relação às couves de repolho, as couves de folhas tendem a ter maior teor de clorofila e
carotenoides, sendo mais ricas em provitamina A vitamina C, B1, B2, ferro, magnésio, potássio
e em cálcio de elevada biodisponibilidade (Almeida, 2006; Rau, s/d). É ainda rica em proteína
de elevado valor biológico, com uma quantidade importante dos aminoácidos que contêm
enxofre, metionina e cisteína (Moreira, 2014).
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Do ponto de vista “funcional”, o consumo de couves é importante por prevenir a incidência de
certos tipos de cancro, devido à presença nas plantas de glucosinolatos, metabolitos secundários
que, para além de determinarem o aroma característico destas plantas, previnem a iniciação
daquela doença (Moreira, 2014).
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2. Avaliação do Agro-ecossistema (Diagnose)
1.Características
2.Sintomas
As lagartas permanecem, de preferência, na página inferior das folhas, onde fazem pequenos
furos de 2-10 mm de diâmetro. As pupas fixam-se nas folhas dentro de um invólucro de seda
solta. (Carvalho, 2004).
3.Biologia
O ciclo de vida dura entre 25 e 50 dias e depende muito da temperatura. Podem desenvolver-se
várias gerações numa cultura se não forem combatidas. As fêmeas põem nas folhas 50-150 ovos
isoladamente ou em pequenos grupos.
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b. Afídios-da-couve Brevicoryne brassicae L. e Lipaphis erysimi Kalten. (Homoptera:
Aphididae)
1.Características
Os afídios são pequenos insectos redondos de 1-2mm, com a côr verde (L. erysimi) ou verde-
acinzentada e, às vezes, cobertos por substância cerosa branca (B. brassicae). Vivem agrupados
em ambos os lados da folha. Em Moçambique, os afídios encontram-se distribuídos em todo
País.
2.Sintomas
1.Características
O adulto é um percevejo de 5-7 mm de comprimento, de forma oval, de côr preta, com manchas
vermelho-claras. Tem aparelho bucal sugador. As ninfas têm 3-5 mm de comprimento, são
redondas e de côr preta. (Carvalho, 2004).
2.Sintomas
Tanto as ninfas como os adultos são encontrados nas folhas ou no solo por baixo das plantas.
Sugam a seiva das folhas, murchando-as. As plântulas nos viveiros ficam deformadas, murcham
e morrem. (Carvalho, 2004).
Biologia
Os ovos, de côr laranja, são postos em pequenos grupos nas folhas ou no solo. O crescimento
das ninfas leva 2 a 3 semanas, e os adultos também 2 e 3 semanas. (Carvalho, 2004).
e. Lagartas-da-couve
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Spodoptora littoralis (Lepidoptera: Noctuidade)
1.Características
As lagartas têm 20-40 mm, são de côr verde-escura com listras claras e cabeças de côr castanho
clara (C. binotalis), ou com pontos pretos em cada segmento (S. littorallis). As larvas de A.
flacca têm 10-20 mm, são verde-escuras e têm 8 pares de patas abdominais.
2.Sintomas
As folhas são totalmente roídas e cobertas por teias com os excrementos das lagartas (C.
binotalis) que vivem agrupadas e destroem toda cabeça do repolho. As lagartas de S. littorallis
vivem isoladamente, ou em pequenos grupos, provocando furos nas folhas.
As larvas-do-vespão (A. flacca) vivem em grupos nas folhas novas, onde provocam grandes
estragos, deixando apenas as nervuras principais.
1. Origem e Distribuição
Biologia
a. Ovo
Estas lagartas alimentam-se das folhas, fazendo pequenos furos de 2-10 mm de diâmetro. Ficam
de preferência na página inferior das folhas protegidas por uma leve tela de seda. As larvas ao
fim do seu desenvolvimento fixam-se nas folhas dentro de um invólucro de seda solto e
transformam-se em pupas dentro deste casulo (Massimo, 2006).
c. Pupa
A Pupa desenvolve-se em um casulo de seda solta, normalmente formado nas mais baixas ou
exteriores folhas. Em couve-flor e brócolos, as pupas podem desenvolver no flósculo. A pupa
mede cerca de 7 a 9 mm em comprimento. A duração do casulo calcula-se em média aproximada
de 8,5 dias num intervalo que pode variar de 5 a 15 dias e o período pupal dura 5-10 dias
(Capinera, 2012).
Adulto
O adulto é uma traça pequena, esbelta, cinzenta-marrom com antena pronunciada, asas
anteriores que têm 3 linhas claras triangulares ao longo da margem interna podendo medir
aproximadamente 6 mm de comprimento, e marcado com uma nata larga ou faixa de marrom
clara ao longo da parte de trás. A faixa às vezes é constringida para formar um ou mais
diamantes com luz-colorida na parte de trás que é a base para o nome comum deste insecto.
Quando observado de lado, podem ser vistas as gorjetas das asas que ficam na face superior
ligeiramente (Capinera, 2012).
Ciclo de Vida
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Figura 1: Ciclo de vida da Plutella xylostella L
f. Danos
Os danos na planta são causados através da alimentação larval. Embora as larvas são muito
pequenas, elas podem ser bastante numerosos, resultando em remoção completa do tecido
folhar com excepção das veias da folha. Também danifica particularmente as mudas, e pode
romper
Entre as pragas secundárias de Couve tronchuda, que são aquelas que ocasionalmente provocam
prejuízos em áreas localizadas e em período restrito, estão: mosca-branca, curuquerê-da-couve,
formiga-cortadeira, grilo, broca-da-couve, tripes, vaquinha, lesma, caracóis, e algumas espécies
de lagartas como a Helicoverpa.
Os inimigos naturais (organismos vivos que andam nas culturas e antagonistas que
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atacam os patogenos) estao geralmente presentes nos campos de brassicas e incluem
Predadores
Joaninhas
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Sirfídeos
Louva-a-deus
As ninfas e os adultos possuem patas dianteiras tipicas que lembram a posicao de adoracao ―
dai o seu nome comum ― que sao usadas para capturar as presas. As ninfas sao semelhantes
aos adultos mas sao pequenas e inicialmente sem asas. As asas desenvolvem-se gradualmente
com a idade da ninfa. Os ovos sao depositados num saco contendo espuma endurecida. Tanto
ninfas como adultos alimentam-se de lagartas, moscas, grilos.
Percevejos predadores
Figura 3. (a) Percevejo Anthocorid (b) Ninfa de percevejo anthocorid (c) Percevejo
assassino
3. Tomada de decisão
3.1 Amostragem
A mostragem é realizada para verificar-se o nível das populações de pragas e dos inimigos
naturais nas lavouras. A amostragem deve ser representativa da realidade, barata, rápida (deve-
se gastar no máximo uma hora/talhão), de fácil obtenção (o agricultor deve executá-la
facilmente) e barata (não deve representar aumento significativo no custo de produção). Para
geração de planos de amostragem é necessário estudos intensos em campos de cultivo (lavouras
comerciais) para se obter a forma mais adequada de amostragem. Existem dois tipos de planos
de amostragem: os convencionais e os seqüenciais. (Filgueira, 2008).
Deve-se tomar decisões de controle artificial quando: a população da praga é alta (acima do
nível de dado ou do nível de controle) e a população dos inimigos naturais é baixa (abaixo do
nível de mão acção). (Bento, 2007).
Uma vez inspecionado o campo, o agricultor deve decidir o que fazer para optimizar a
producao. Para tomar uma decisao valida e informada, o agricultor deve considerar o seguinte:
4. Estratégias de Maneio
O sucesso de programas de manejo de pragas está associado a uma etapa de grande importância,
que diz respeito ao monitoramento sistemático dos cultivos, o qual permite detectar as
infestações das pragas desde seu início, inclusive identificando o local de entrada das pragas no
cultivo e sua densidade populacional. (Bento, 2007).
Com o intuito de facilitar a aplicação das ações de controle, visando ao manejo das diversas
espécies de pragas que atacam as brássicas, a seguir serão descritos os métodos de amostragem
ou de inspeção dos cultivos, bem como as diferentes táticas ou técnicas que podem ser utilizadas
no manejo dessas pragas. (Bento, 2007).
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Ainda preventivamente, recomenda-se utilizar mudas sadias, vigorosas e isentas de ovos e/ou
de pequenas lagartas, o que evitará uma infestação durante a fase inicial de desenvolvimento
das plantas, momento em que as plantas são mais suscetíveis à desfolha e ao broqueamento do
ponteiro. (Filho, 2002).
Deve-se, também, dar preferência para a utilização de cultivares (variedades) que apresentem
ciclo curto e melhor adaptadas a determinada época e região de cultivo, de modo a proporcionar
o escape da cultura a possíveis picos populacionais dessas pragas. Vale ressaltar, por exemplo,
que períodos com predominância de temperaturas elevadas e de estiagem prolongada são
favoráveis à ocorrência da traça-das-crucíferas e, consequentemente, a maiores perdas devido
ao ataque dessa praga. (Filho, 2002).
A escolha da variedade da cultura e uma decisao crucial dado que pode determinar se as pragas
e doencas irao tornar-se ou nao um problema serio. Algumas variedades tem resistencia natural
ao ataque de pragas e doencas. Tanto podem produzir substancias quimicas que funcionam
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como toxinas ou repelentes as pragas ou ter estruturas fisicas que desencorajam as pragas (pelos
nas folhas ou substancias pegajosas na folha ou na superficie do caule). Outras variedades
produzem substancias quimicas que suprimem os agentes causadores de doencas. (Filho, 2002).
Métodos culturais
Envolvem alteracao na maneira como se faz o cultivo ou o seu habitat para prevenir e/ou reduzir
os danos devido a pragas. (Filho, 2002).
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6. CONCLUSÃO
No entanto, o cultivo da espécie é bastante técnico, pois a planta necessita tratos culturais
freqüentes, e é sensível às condições climáticas, necessitando adequada escolha do material
genético a ser cultivado, visando obter um produto final de boa qualidade comercial
Limpeza das instalações constitui o meio mais eficiente de controle preventivo. A área ao redor,
instalações e os equipamentos devem ser mantidos limpos.
Com as informações contidas no presente documento, o MAPA, por parte de seus técnicos e
colaboradores, pode acompanhar, orientar e inspecionar as empresas interessadas em
exportar milho para a China em todas as etapas de produção no campo e na pós-colheita
dos grãos, de modo a adequar o milho brasileiro aos padrões fitossanitários
estabelecidos pelo protocolo de exportação entre Brasil e China. Ressalta-se a
importância de se orientar as empresas e/ou produtores a buscar sempre a integração de
todas as boas práticas de produção sustentáveis disponíveis, incluindo aquelas
relacionadas ao controle de pragas.
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