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ESCOLA PROFISSIONAL
MONSENHOR JOÃO MAURÍCIO DE AMARAL FERREIRA
Curso de Técnico de Produção Agropecuária – 2.ºano

Fabaceae

Lentilha e Grão-de-bico -- Instalação e manutenção das culturas

Formando: Maria Lima nº1389

Formador: Ricardo Santos
Disciplina: UFCD 7588 – Hortofloricultura
Data: 19 de janeiro de 2022
Ano Letivo: 2021/2022

Rua 1.º Barão das Laranjeiras, N. 12 9650-418 Povoação E-Mail epp@eppovoacao.pt Telefone 296 550 020 Fax 296 550 025 www.eppovoacao.pt
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ÍNDICE

Índice............................................................................................................................................................................1

Introdução....................................................................................................................................................................2

Desenvolvimento..........................................................................................................................................................3

Caraterísticas da Lentilha...............................................................................................................................3

Técnicas Culturais..........................................................................................................................................4

Clima e Plantio................................................................................................................................4

Solo e Adubação.............................................................................................................................5

Irrigação.........................................................................................................................................6

Controlo de Infestantes.................................................................................................................7

Pragas e Doenças...........................................................................................................................8

Colheita e Valores Nutricionais......................................................................................................9

Caraterísticas do Grão-de-Bico....................................................................................................................10

Técnicas Culturais........................................................................................................................................11

Clima e Sementeira......................................................................................................................11

Solo e Fertilização........................................................................................................................12

Irrigação......................................................................................................................................13

Controlo de Infestantes..............................................................................................................14

Pragas e Doenças........................................................................................................................15

Colheita......................................................................................................................................16

Conclusão..................................................................................................................................................................17

Netgrafia...................................................................................................................................................................18

Figura 1- Pé de Lentilha e as suas Sementes...................................................................................................................................................................................3

Figura 2- Cultivo de Lentilha............................................................................................................................................................................................................4
Figura 3- NPK (Macronutrientes Indispensáveis às plantas)...........................................................................................................................................................5
Figura 4- Rega por Aspersão............................................................................................................................................................................................................6
Figura 5-Canhão de Rega.................................................................................................................................................................................................................6
Figura 6- Exemplos de Herbicidas....................................................................................................................................................................................................7
Figura 7- Antracnose da Lentilha.....................................................................................................................................................................................................8
Figura 8- Colheita da Lentilha..........................................................................................................................................................................................................9
Figura 9- Colheita da Lentilha..........................................................................................................................................................................................................9
Figura 10- Valores Nutricionais........................................................................................................................................................................................................9
Figura 11- Grão-de-Bico.................................................................................................................................................................................................................10
Figura 12- Cultura do Grão-de-Bico...............................................................................................................................................................................................11
Figura 13- Nódulos (através dos quais é fixado o azoto)...............................................................................................................................................................12
Figura 14- Irrigação por Gotejamento...........................................................................................................................................................................................13
Figura 15- Infestantes na Cultura do Grão-de-Bico.......................................................................................................................................................................14
Figura 16- Fungo Ascochyta rabiei Pass.........................................................................................................................................................................................15
Figura 17- Grão-de-Bico pronto a ser colhido...............................................................................................................................................................................16

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Introduçã o

A lentilha é uma espécie cultivada desde 7000 a.C., sendo por isso um dos alimentos mais antigos, uma vez que
é uma leguminosa que apresenta alto valor nutritivo. As lentilhas apresentam na sua constituição, fibras,
vitaminas e minerais como o ferro e o cálcio, assim, a sua ingestão ajuda na perda de peso e melhora o processo
digestivo. Para além de ser bastante nutritiva esta é uma leguminosa bastante versátil podendo ser
confecionada das mais variadas formas e apresentando maior digestibilidade que o feijão por exemplo.

O Canadá é o país que mais produz lentilha no mundo, contabilizando 3.233.800 toneladas de volume de
produção por ano, em seguida aparece a Índia com 1.055.536 de toda a produção anual. Estima-se que a nível
mundial produzam-se 6.315.536 toneladas de lentilha por ano. Portugal não produz qualquer tipo de lentilha, e
outro dado preocupante é que existe uma drástica redução do consumo desta leguminosa, isto está
intimamente ligado às profundas mudanças socioeconómicas que aconteceram depois dos anos 60 em Portugal.

O Grão-de-bico é um grão muito consumido em todo o nosso país. Tem como origem o Médio Oriente onde é
fortemente consumido e utilizado para diversas utilidades. É, tal como a lentilha, uma leguminosa bastante
antiga, tendo sido registado a uma época anterior aos Romanos.

São produzidos, a nível global, cerca de 12.093.048 toneladas de grão-de-bico por ano. A índia é o país que mais
produz este grão apresentando 7.818.984 toneladas de volume de produção por ano, seguindo-se da Austrália
que apresenta cerca 874.593 toneladas de produção anual. Atualmente Portugal apresenta 1.325 toneladas de
volume de produção por ano. O baixo volume de produção no mundo deve-se principalmente ao baixo
rendimento desta leguminosa, muito devido aos poucos melhoramentos existentes na área da tecnologia
utilizada no seu cultivo . De forma a amenizar este problema , estima se que deverá expandir-se a área cultivada
em países da América ( Norte, Central e Sul), bem como em países africanos, onde o rendimento apresenta-se
superior aos países que tradicionalmente cultivam este grão ( países asiáticos.)

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Desenvolvimento

Carateristi cas da Lenti lha

As lentilhas , de nome botânico Lens culinaris Medik são leguminosas que podem se apresentar de diversas
formas e diferenciadas peça sua cor , podendo apresentar colorações avermelhadas, castanhas e até verdes.

Este grão é utilizado em vários pratos devido á sua fácil confeção e pode ser armazenado por meses sem perder
os seus nutrientes. Possuem elevado teor de proteína e um baixo conteúdo em gordura , são ainda excelentes
fontes de vitamina B1 , ferro, zinco e ainda de fibra. É assim uma ótima escolha para ser cultivado em países em
desenvolvimento, pois apresenta um valor elevado de nutrientes que conseguem manter se mesmo depois das
lentilhas terem sido colhidas já á algum tempo.

A lentilha provém de uma planta trepadora que apresenta cerca de 35 cm de altura podendo variar de 25 a 75
cm, de caule frágil e com flores brancas a violeta. As vagens são glabras, comprimidas e normalmente contêm
duas ou três sementes em forma de lente biconvexa.

Esta espécie é dividida em duas subespécies, a subespécie macrosperma que normalmente apresenta vagens
maiores e consequentemente sementes maiores com seis a oito mm de diâmetro. Para além de apresentarem
flores de maiores dimensões geralmente brancas com veios coloridos.Enquanto que a subespécie microsperma
já apresenta sementes menores com cerca de três a seis mm de diâmetro por consequência de possuir vagens
também menores . As suas flores são igualmente mais pequenas com apenas cinco a sete mm de diâmetro e de
coloração violeta podendo ser branca em alguns casos.

Figura 1- Pé de Lentilha e as suas Sementes

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Técnicas Culturais

Clima e Planti o
Esta é uma planta cultivada em regiões de clima temperado, onde o plantio normalmente é realizado em locais
de maior altitude . Temperaturas abaixo dos 10 ºC não são favoráveis a esta cultura pois causam um significativo
atraso no florescimento , prolongando assim o ciclo da cultura, ou seja, o intervalo de tempo entre o plantio e a
colheita aumenta significativamente. Afirma-se que a temperatura ideal para a cultura da lentilha ronda os 15ºC
podendo estender-se até aos 25ºC, nesta faixa de temperaturas as plantas começam a brotar da terra apenas
cinco ou seis dias após terem sido semeadas.

O plantio é realizado em abril podendo se prolongar até aos primeiros quinze dias de maio. Sementeiras tardias
implicam maior risco de chuva durante a colheita ( em países como o Brasil , por exemplo, onde o inverno inicia-
se em junho) , o que pode implicar uma redução na produtividade.

As sementes de lentilha são regularmente semeadas a 5 cm de profundidade , sendo uma exceção os solos mais
pesados que apresentem maior retenção de humidade onde a profundidade terá de ser um pouco menor , de 4
cm de profundidade.

Se a previsão é de se obter cerca de 200 plantas por metro quadrado então o espaçamento a respeitar deverá
ser de 20 cm entre linhas com 40 a 44 plantas por metro linear. Se pretende-se um plantio de 1 ha deverá usar-
se em torno de 100 kg de sementes.

Figura 2- Cultivo de Lentilha

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Solo e Adubação
O plantio de lentilha não deve ser realizado em solos mal drenados, pois prejudicam o desenvolvimento das
raízes podendo estas serem atacas mais facilmente por fungos. O pH ideal para esta leguminosa situa-se entre
os 5,5 e os 6,5.

Uma fórmula comum de adubação de NPK na lentilha é a 5-25-15 ( 5% de azoto, 25% de fósforo e 15% de
potássio) que contém ainda 8% de C (cálcio) ,5% de S ( enxofre), e 0,4% de Z (zinco). Esta cultura apresenta-se
como muito sensível a elevadas concentrações de adubo , pelo que, este deve ser colocado pelo menos a 2cm
de profundidade e 2 cm ao lado da semente. Os fertilizantes bem como os corretivos utilizados deverão ser os
mais específicos possíveis , respeitando as necessidades e as exigências da cultura, tendo por base uma análise
do solo.

Figura 3- NPK (Macronutrientes Indispensáveis às plantas)

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Irrigação

A aspersão é o processo mais fortemente utilizado para esta cultura, no entanto, sistemas portáteis como os
canhões de rega também são utilizados. Algo a ter em consideração é o facto da cultura da lentilha necessitar
de irrigações frequentes na sua fase inicial de desenvolvimento e de nas fases posteriores passar a ter uma
irrigação mais espaçada ( com menos frequência).

Na fase em que os grãos da lentilha começam a encher, a água não poderá faltar para não comprometer a
produtividade, todavia, demasiada humidade poderá influenciar a produção ,pois prejudica o normal
desenvolvimento das raízes e facilita um possível ataque de fungos.

Figura 4- Rega por Aspersão

Figura 5-Canhão de Rega

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Controlo de Infestantes

O pequeno afastamento das plantas da lentilha impede a “manutenção” do solo, ou seja, o pouco espaço
existente entre uma planta e a outra dificulta a retirada de plantas indesejadas e torna necessário a utilização da
luta química.

Uma forma eficaz de controlar as infestantes é através da aplicação combinada de herbicidas , que para além de
ser muito mais eficiente ainda permite uma redução de cerca de 25% das doses utilizadas em relação á aplicação
de cada um destes produtos fitofarmacêuticos separadamente.

Em áreas com concentração relativamente baixa de plantas invasoras recomenda-se usar herbicidas pós-
emergentes ( Figura 6) , tendo cuidado para não aplicá-los sobre as plantas molhadas ( por chuva, irrigação ou
orvalho). Para aplicações pré-emergentes, o solo não deve possuir torrões grandes.

Antes de qualquer aplicação destes produtos fitofarmacêuticos é importante ler atentamente todas as
informações contidas no rótulo, usar os EPI’s adequados e conhecer o estado de todo o equipamento que irá
utilizar bem como as condições atmosféricas quando for aplicar o produto.

Figura 6- Exemplos de Herbicidas

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Pragas e Doenças

Uma dos maiores problemas da cultura da lentilha é a Antracnose da Lentilha, causada pelo fungo
Colletotrichum truncatum que é bastante visivel através do aparecimento de lesões nas sementes, vagens,
caules e nas folhas. Estas lesões são umas manchas necróticas com margens acastanhas escuras que se
desenvolvem nos folíolos. Em casos mais graves, estas lesões podem cobrir o caule , fazendo com que a planta
seque e por consequência morra. As sementes infetadas por este fungo são descoloridas e murchas . As plantas
ficam fracas, podendo tombar em situações climatéricas mais adversas.

Controlo orgânico – Para haver um certo controlo desta doença é possível realizar-se uma imersão de sementes
infestadas em água quente , a rondar os 52ºC, por 30 minutos. Outra forma de ajudar a controlar a
contaminação será a utilização de agentes biológicos.

Controlo quimíco – Depois de se tentar todos os outros recursos, todas as anteriores lutas, por fim deve-se
recorrer á luta quimíca, considerando sempre uma abordagem integrada. Devem-se fazer pulverizações foliares
de fungicidas nas fases iniciais da cultura, antes do florescimento, repetindo caso haja necessidade.

Prevenção – Como forma de prevenção deve-se usar sementes de fontes certificadas ou então sementes
saudáveis; não se deve plantar esta cultura em terrenos que já foram infetados anteriormente; deve-se seguir
uma rotação da cultura por pelo menos 4 anos ; é essencial manter um amplo espaço entre cada planta na
sementeira e por fim deve-se escolher uma variedade mais resistente.

Figura 7- Antracnose da Lentilha

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Colheita e Valores nutricionais da Lenti lha

A colheita é feita quando as plantas começam a ficar amareladas, e quando os grãos atingem 13% a 14% de
humidade. Depois de brotar as sementes, a leguminosa estará pronta para ser colhida entre 70 a 120 dias.

A colheita pode ser realizada através de uma segadora trabalhando juntamente com uma recolhedora-batedora
ou então com uma colheitadeira automotriz.

Figura 8- Colheita da Lentilha

Figura 9- Colheita da Lentilha

Figura 10- Valores Nutricionais

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Caraterísti cas do Grão-de-Bico

O Grão-de-Bico é uma leguminosa seca , com grão bicudo e seco do género Cicero arietinum L.

Esta é uma leguminosa de extrema importância em Portugal, sendo utilizada de norte a sul do país nos mais
variados pratos. Este grão é de tal maneira versátil que é até muito utilizado para fazer aperitivos ( fritos e
salgados) , de modo a substituir outros frutos secos mais caros.

Este grão tem origem asiática , adaptando se assim a regiões mais frias , apesar deste facto, existem variedades
que desenvolvem-se bem em temperaturas amenas . Esta é uma planta de ciclo anual, que pode alcançar os 60
cm de altura com as suas folhas verdes e amareladas e flores brancas.

Contém uma grande quantidade de celulose (localizada na casca) para além de possuir elevadas concentrações
de proteínas, vitaminas do complexo B e vários sais minerais. É um grão isento de colesterol , pobre em
gorduras e amido, mas rico na quantidade de amido, de forma a que é usado pelo nosso corpo como fonte de
energia.

Um dos factos mais interessantes sobre o grão-de-bico é que este é um alimento muito mais rico que o feijão
( entre 20% a 30% da sua constituição é proteína). Se o seu consumo for frequente , ajuda o indivíduo a ganhar
massa muscular, a reduzir o nível de colesterol prejudicial ao ser humano , é capaz de regular o intestino e ainda
aumenta o bom humor ( contém elevadas quantidades de triptofano).

Figura 11- Grão-de-Bico

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Técnicas Culturais

Clima e Sementeira

O grão-de-bico desenvolve-se em regiões que apresentem temperaturas a variar de 9ºC a 11ºC podendo
resistir , na fase de plântula, a temperaturas de -12ºC (em casos muito específicos e por curtos períodos de
tempo). Esta é uma planta que reage mal a geadas principalmente quando a temperatura diminui
drasticamente, pelo que este é um fator a ter em consideração, especialmente no período de floração.

A temperatura é um fator extremamente importante nesta cultura, sendo determinante no normal

desenvolvimento e crescimento das plantas e na consequência eficiência na nodulação ( promotora da fixação
de azoto no solo). Temperaturas elevadas durante o período reprodutivo podem levar ao abortamento de flores
e vagens, levando-as ao fim de ciclo.

O plantio deve ser feito durante a primavera ou verão (em regiões com climas mais frios) ou durante o inverno
(em regiões com clima tropical). De modo a obter-se elevados rendimentos deverá efetuar-se uma boa
preparação do solo e utilizar as doses recomendadas de sementes .

Estas sementes necessitam de água para germinarem pelo que uma prévia mobilização do solo permitirá um
melhor contacto entre a semente e as partículas da terra facilitando a germinação.

A sementeira deve ser feita através de um semeador pneumático, com profundidade de 5 a 7 cm e distanciadas
por 30 a 50 cm. É aconselhado a densidade de sementeira de 180-220kg por hectare, ou de 40 a 60 sementes
por metro quadrado.

Figura 12- Cultura do Grão-de-Bico

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Solo e Ferti lização

Esta leguminosa desenvolve-se melhor em solos de textura argilosa, ricos em nutrientes e matéria orgânica ,
mas pobres em cálcio ( pois este elemento provoca o endurecimento da semente , tornando mais difícil o
processo de cozedura). Os solos com pH ente 6 e 9 devem ser profundos e bem drenados.

Antes de qualquer processo para aumentar a fertilidade do solo, devem ser feitas de acordo com as
necessidades desta cultura , uma análise ao solo com pelo menos 5 meses de antecedência ao plantio .

Como é sabido, a fertilização é um fator determinante no rendimento da cultura , não só na quantidade como na
qualidade. São extraídos do solo por esta leguminosa cerca de 45 kg de N ( azoto), 8kg de P2O5 ( fósforo) e 35kg
de K2O ( potássio) por cada tonelada de semente.

Como cultura leguminosa que é , o grão-de-bico não precisa de adubação azotada pois utiliza o azoto
atmosférico fixado pelo Rhizobium. No entanto, se for a primeira vez que esta cultura será instalada num
determinado terreno aí sim deverá recorrer-se a uma adubação de fundo utilizando-se um adubo composto com
NPK.

Figura 13- Nódulos (através dos quais é fixado o azoto)

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Irrigação

A cultura de grão-de-bico comporta-se muito bem em condições de pouca humidade no solo.A utilização de
irrigação permite alcançar cerca de 1000kg/ha enquanto que em sequeiro a produção é de apenas 400kg/ha.

As fases de florescimento e de enchimento de grãos são os períodos críticos ao défice de água, onde se esta
faltar poderá significar grandes perdas de produção ou pouca qualidade dos grãos.

Após a sementeira a água a aplicar deverá ser de 15mm a 20mm podendo se utilizar 4mm a 6mm a cada dois
dias, tendo em atenção à ocorrência de chuvas durante este período( pois o máximo de água aplicada a esta
cultura é de 400mm) . Durante o período reprodutivo , a irrigação deverá ser mais espaçada , sendo de 10mm ,
diminuindo assim a ocorrência de mofo branco e sendo suficiente para uma boa produtividade. A irrigação
deverá ser interrompida quando as vagens entrarem em maturação fisiológica.

Figura 14- Irrigação por Gotejamento

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Controlo de Infestantes

A quantidade de ervas infestantes presentes no solo devem merecer especial atenção antes da sementeira, pois
o grão-de-bico não compete com estas infestantes. Como não existem herbicidas pós-emergência homologados
para esta cultura, solos com muita quantidade e muita variedade de ervas são difíceis de controlar, pelo que
devem ser feitas mondas químicas ou mecânicas.

O recurso a tratamentos deverá ser em última instância devido ao aumento dos custos de produção e aos níveis
de toxicidade no solo, mas quando não houver outra solução , o tratamento mais recorrente é feito á base de
pendimetalina (3,5kg/ha).

O período vegetativo e durante o início da floração são os períodos onde as infestantes têm consequências mais
alarmantes, pelo que , entrelinhas de 50 cm entre cada planta permite a sacha mecânica ( remoção das
infestantes).

Figura 15- Infestantes na Cultura do Grão-de-Bico

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Pragas e Doenças

Raiva- Esta é uma doença causada pelo fungo Ascochyta rabiei Pass. Este fungo ataca os caules, as vagens e as
folhas ( toda a parte aérea da planta), formando manchas castanhas circulares com necroses. No meio das
manchas localizam-se os picnídeos que produzem os esporos que contribuem para a propagação da doença.
Esta doença surge associada a primaveres húmidas e quentes podendo contribuir para elevadas perdas de
produção.

Fusariose- Doença provocada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. ciceri . Este é um fungo saprófita ( alimenta-
se absorvendo substâncias orgânicas que são provenientes de matéria orgânica já em decomposição) , que faz
com que a planta murche . Em estágios inicias da doença, a planta apresenta pequenas manchas de murchidão ,
de cor verde ou até acinzentada . As elevadas temperaturas e baixos teores de humidade favorecem o
aparecimento e desenvolvimento deste fungo.

Lagarta - O lepidóptero Helicoverpa armigera é o grande causador desta praga. Como acontece na maior parte
das pragas, é enquanto fase de lagarta que são causados os maiores prejuízos, sendo quando esta alimenta-se
de flores, folhas, vagens e até sementes.

Para combater todas estas pragas e doenças deverá realizar-se rotações de culturas com mínimo de 4 anos ;
eleger variedades mais resistentes; usar sementes certificadas e tratadas com fungicidas ; destruir os principais
e iniciais focos da doença de modo a evitar a sua propagação .

Figura 16- Fungo Ascochyta rabiei Pass.

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Colheita

O grão-de-bico deve ser colhido de 60 a 70 dias após a floração. Deve ser feita numa altura onde a humidade
não seja elevada ( deve rondar os 23% a 37% ) , e quando os grãos estiverem completamente maduros e as
plantas secas.Uma boa forma de saber quando esta cultivar está pronta para ser colhida é o facto da plantar
perder a sua cor verde e ficar completamente amarelada.

A colheita pode ser feita de diversas formas, de forma mecânica ou semi-mecanizada quando é feita uma trilha
mecânica das plantas ou quando é feito um corte manual.

Figura 17- Grão-de-Bico pronto a ser colhido

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Conclusão

Os grãos de lentilha ( provenientes das suas vagens), contém vários benefícios para a nossa saúde , como por
exemplo a alta concentração de proteína vegetal. Esta cultivar é conhecida por ser uma leguminosa de fácil
preparação e por ser extremamente versátil, podendo ser utilizada nas mais variadas receitas.

A lentilha é um dos alimentos mais antigos do mundo, havendo relatos que estes grãos já eram consumidos por
nós seres humanos na há 9.500 ou até há 13 mil anos atrás.

Esta planta, de origem no Médio Oriente, acabou por se espalhar pela índia (atual maior produtor), Europa e
Irão. É sabido que os habitantes da Grécia Antiga classificavam a lentilha como um alimento de classe superior,
no entanto, este estatuto não se manteve, quando a partir do século 18 os franceses passam a utilizar este grão
de forma muito mais regular.

Já o grão-de-bico é uma cultura muito popular na índia, e no Médio Oriente, á semelhança da lentilha. É também
uma leguminosa bastante utilizada na região montanhosa da Etiópia e na América do Sul e Central.É um grão
que apresenta elevada variabilidade possuindo assim uma boa adaptação a vários ambientes, sendo por isso
cultivado na Austrália, nos Estados Unidos e Canadá.

Esta leguminosa normalmente é cultivada em ambientes pobres, por povos pobres , uma vez que representa
uma elevada percentagem na sobrevivência de milhões de pessoas, na África e na Ásia. Este é um cultivo não
considerado competitivo devido á falta de cultivares adequadas para algumas regiões e devido á baixa
tecnologia utilizada nesta produção.

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Netgrafi a

https://rogeriofvieira.com/wp-content/uploads/2016/04/Lentilha.pdf

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/11910/2/00013180.pdf

http://www.legvalue.eu/media/1282/2016_rev-vida-rural_leguminosas-grao-grao-de-bico.pdf

https://plantix.net/pt/library/plant-diseases/100210/anthracnose-of-lentil

https://www.cpt.com.br/artigos/horta-como-plantar-grao-de-bico-cicer-arietinum-l

https://www.scielo.br/j/cr/a/kPbJW5xDhdGQ5NsDvctyZkz/?lang=pt

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