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Técnico em Agricultura
“Cultivo de Soja”
Eduardo de Oliveira
VOTUPORANGA-SP
JUNHO/2010
Cayo Symon Costa Silva
Eduardo de Oliveira
“Cultivo de Soja”
Votuporanga-SP
Junho/2010
Cayo Symon Costa Silva
Eduardo de Oliveira
“Cultivo de Soja”
Aprovado:__/__/____
___________________________ __________________________
Profª MSc Fabíola Carla da Rocha Diegues Profª MSc Giane da Silva Conhalato
Etec ”Frei Arnaldo Maria de Itaporanga Etec ”Frei Arnaldo Maria de Itaporanga
________________________________________
3 Fenologia ................................................................................................................ 6
9.1 Inoculação de sementes de soja para áreas com mais de um ano de cultivo ........ 29
11 Plantio ................................................................................................................... 30
16 Colheita ................................................................................................................. 48
17 Produção de Sementes........................................................................................... 51
18 Armazenamento .................................................................................................... 52
A soja (Glycine max (L.) Merril) é uma planta de ciclo anual (90 a 140 dias), de
porte ereto, de crescimento determinado ou indeterminado, com altura variável (45 a 120
cm) dependendo do cultivar e da época da semeadura. Em uma mesma propriedade é
recomendável o cultivo de genótipos com pelo menos três ciclos diferentes visando obter
maior eficiência na utilização de maquinário e de mão-de-obra, além de minimizar
eventuais perdas por riscos climáticos em fases críticas (enchimento e maturação); ou
semeadura de cultivares de mesmo ciclo em épocas diferentes (15 a 45 dias) (CATTELAN,
2010). A soja vem constituindo-se na oleaginosa de maior importância cultivada no
mundo, com extensa área plantada e crescente produção (DELAVALE, 2002).
Segundo CI SOJA (s/d) a cultura da soja tem origem atribuída ao continente
asiático, sobretudo a região do Rio Yangtse, na China. A cultura que hoje se planta resulta
da evolução de sucessivos processos de melhoramento de genótipos ancestrais, diferentes
dos que se utilizam na atualidade. Esse processo, ao que parece, iniciou-se naturalmente
entre espécies selvagens, com a posterior domesticação dessas, e, a partir daí, o homem
passou a direcionar o melhoramento genético visando obter as características desejáveis.
Informa ainda que o cultivo da soja é muito antigo. Alguns relatos revelam que os
plantios de soja remontam a 2838 anos a.C, na China, sendo muitos desses escritos em uma
língua ainda arcaica. Na cultura chinesa daquela época algumas plantas eram consideradas
sagradas, dentre elas a soja. Por séculos a cultura permaneceu restrita ao oriente, só sendo
introduzida no ocidente, na Europa, por volta do século XV, não com a finalidade de
alimentação, como acontecia na China e no Japão, mas sim como ornamentação, como na
Inglaterra, França e Alemanha.
Mais de quinhentos anos passaram-se até que a civilização ocidental percebesse o
valor do grão da soja na alimentação, principalmente o seu valor protéico. As primeiras
tentativas de produção de soja na Europa fracassaram, provavelmente, devido a fatores
climáticos, ausência de conhecimento sobre a cultura e suas exigências. Os norte-
americanos foram os que, entre o fim do século XIX e início de século XX, conseguiram
desenvolver o cultivo comercial da soja, criando novas variedades, com teor de óleo mais
elevado. A partir de então, ocorreu a expansão do seu cultivo (CI SOJA, s/d).
Já no Brasil, o grão chegou com os primeiros imigrantes japoneses em 1908, mas
foi introduzida oficialmente no Rio Grande do Sul em 1914. Porém, a expansão da soja no
Brasil aconteceu nos anos 70, com o interesse na indústria de óleo e na demanda do
mercado internacional, (FUNDAÇÃO MERIDIONAL, s/d).
O primeiro registro de cultivo comercial de soja no Brasil data de 1914, no
município de Santa Rosa, RS. Mas, somente a partir dos anos 40 que o seu cultivo adquiriu
alguma importância econômica, merecendo o primeiro registro estatístico nacional, em
1914, no Anuário Agrícola do Rio Grande do Sul, onde se lê: área cultivada de 640 ha,
produção de 450 t e rendimento de 700 kg/ha. Nesse mesmo ano instalou-se a primeira
indústria de soja no Brasil, em Santa Rosa RS, sendo que em 1949, com produção de
25.000 t de soja o Brasil figurou, pela primeira vez, como produtor de soja nas estatísticas
internacionais (CI SOJA, s/d).
A partir da década de 1960, devido à política de subsídios ao trigo, visando auto-
suficiência do país desse grão, foi que a soja se estabeleceu como cultura economicamente
importante para o Brasil. Naquela década, sua produção se multiplicou por cinco (passou
de 206 mil toneladas, em 1960, para 1,056 milhões de toneladas, em 1969). A maior parte
desse volume foi produzida pelos três estados do Sul, onde se prevalecia a rotação de
culturas, trigo no inverno e soja no verão, ainda segundo CI SOJA (s/d).
Apesar do significativo crescimento da produção nos anos 60, na década seguinte
a soja consolidou-se como a principal cultura do agronegócio brasileiro, passando de 1,5
milhões de toneladas (1970) para mais de 15 milhões de toneladas (1979). Esse
crescimento deve-se, não apenas ao aumento da área cultivada, mas, também, ao
expressivo incremento da produtividade, graças às novas tecnologias disponibilizadas aos
produtores pela pesquisa brasileira. Mais de 80% do volume produzido na época ainda se
encontrava nos três estados da Região Sul do Brasil (CI SOJA, s/d).
A Região Sul foi responsável, até 1960 e 1970, por ser a produtora majoritária do
país, sobretudo no Rio Grande do Sul e Paraná, ainda hoje grandes produtores. Atualmente
o Mato Grosso é o maior produtor nacional. A partir dos anos 80, a soja estendeu-se ao
cerrado, uma vasta região que abrange o chamado polígono dos solos ácidos, ou seja:
Triângulo Mineiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, sul do Maranhão,
sul do Piauí e oeste da Bahia. Com isso, a região do cerrado tornou-se a maior região
produtora do país (CI SOJA, s/d).
A cultura da soja vem se consolidando como a principal cultura do agronegócio
brasileiro, notadamente no Centro-Oeste. Dentre os fatores que mais contribuíram para
esse crescimento pode-se destacar o desenvolvimento do bem-sucedido pacote tecnológico
para produção de soja na região, com destaque para as boas condições físicas do solo nessa
região, e a topografia ser altamente favorável à mecanização. Isso favorece o uso de
máquinas e equipamentos de grande porte, o que propicia economia de mão-de-obra e
maior rendimento nas operações de preparo de solo, tratos culturais e colheita, superando
parcialmente as desfavoráveis características químicas desses solos (acidez e falta de
fósforo), (FILHO et al., 2006).
Desde 1986 a Embrapa Soja desenvolve atividades para incentivar o consumo de
soja pela população brasileira. Em 1995 a Embrapa incrementou seu trabalho com o
lançamento do “Programa Soja na Mesa”, (FUNDAÇÃO MERIDIONAL, s/d)
Embora o Brasil seja o 2° maior produtor de soja do mundo, o grão vem sendo
usado utilizado em larga escala apenas pela indústria de alimentos, onde o produto é
ingrediente na fabricação de embutidos, chocolates e bolachas.
Do total de grãos produzidos, cerca de 72% são transformados em farelo,
principal componente protéico de rações para suínos e aves (FUNDAÇÃO
MERIDIONAL, s/d).
2. Aspectos Botânicos
A soja cultivada hoje (Glycine max (L) Merrill) é uma planta herbácea, pertence à
classe Dicotyledoneae, ordem Rosales, família Leguninosae, subfamília das Papiliodeae,
gênero Glycine L(CI SOJA, s/d).
De acordo com CI SOJA (s/d), a soja é uma planta com grande variabilidade
genética, tanto no ciclo vegetativo (período compreendido da emergência da plântula até a
abertura das primeiras flores), como no reprodutivo (período do início da floração até o fim
do ciclo da cultura) sendo também influenciada pelo meio ambiente.
Há grande diversidade em seu ciclo. De modo geral, os cultivares brasileiros
apresentam ciclos de 90 a 160 dias, podendo ser classificados em grupos de maturação
precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio, dependendo a região de cultivo.
A altura da planta depende da interação da região (condições ambientais) e do
cultivar (genótipo). Os cultivares plantados comercialmente no país oscilam de 60 até 120
dias.
Ainda segundo CI SOJA (s/d) como acontece com outras leguminosas, por
exemplo, o feijão comum, a soja pode apresentar três tipos de crescimento diretamente
correlacionados com o porte da planta: indeterminado, sem indeterminado e determinado.
A planta de soja é fortemente influenciada pelo comprimento do dia (fotoperíodo). Em
regiões ou épocas de fotoperíodo mais curto, durante a fase vegetativa da planta, ela tende
a induzir o florescimento precoce, podendo apresentar queda de produção.
Para controlar este problema, alguns melhoristas utilizam o artifício do uso do
período juvenil longo para retardar o florescimento em dias curtos. Pois, nesta fase juvenil,
a soja não floresce, mesmo quando submetida ao fotoperíodo indutivo, permitindo assim
maior crescimento vegetativo e evitando queda na produção (CI SOJA, s/d).
De acordo com CI SOJA (s/d) abaixo são citadas as principais características dos
órgãos da soja que são:
2.1. Folhas
2.2. Caule
O caule é ramoso, híspido, com tamanho que varia entre 80 a 150 cm, dependendo
do cultivar e do tempo de exposição diário a luz. Sua terminação apresenta raceno, em
variedades de crescimento indeterminado.
2.3. Flor
2.5. Vagem
2.6. Semente
As sementes de soja são lisas, ovais, globosas ou elípticas, podem também ser
encontradas nas cores amarela, preta ou verde. O hilo e geralmente marrom, preto ou cinza.
A composição química da semente da soja é a seguinte:
Componente Percentuais
Água 9,5%
Caseína Solúvel 30,0%
Caseína Insolúvel 7,5%
Albumina 0,5%
Óleo 18,5%
Lecitina 1,5%
Colasterina, Resina e Cera 0,5%
Dextrina 10,0%
Amido 4,0%
Celulose 6,0%
Cinzas 5,0%
3 .Fenologia
Folha de soja com folíolos cujos bordos não mais se tocam. Foto: Norman
NEUMAIER.
4.1. Clima
Embora seja planta originária de clima temperado, a soja se adapta bem em uma
ampla faixa de clima. A utilização de cultivares adaptados permite o cultivo dessa
oleaginosa nos climas subtropical e tropical.
As temperaturas médias, ótimas para o melhor desenvolvimento da soja são entre
20 e 35° C. Precipitações pluviométricas anuais de 700 a 1.200 mm bem distribuídas
preenchem perfeitamente suas necessidades hídricas.
Essas condições são encontradas em todo o planalto paulista, que se mostra apto
para o desenvolvimento da cultura. São inaptas as regiões do Vale do Ribeira e Litoral,
devido ao excesso de umidade, informações supracitadas segundo DIEHL & JUNQUETTI
(s/d).
4.2. Solos
Limitações por fertilidade não são de muita importância para a soja, pois essa
reage otimamente à adubação e constitui fator de melhoria do solo. Produz mais em solos
férteis e argilosos, desde que bem drenados.
Solos arenosos pobres podem também ser cultivados, porém, podem haver
problemas de germinação em condições desfavoráveis de umidade durante a semeadura.
A maior limitação para a cultura no aspecto solo é a sua declividade, que se maior
de 12% torna difícil a mecanização.
A grande maioria das áreas onde se instala a cultura de soja no estado de São
Paulo pertencem aos tipos de solo:
- Latossol Roxo (LR)
- Terra Roxa Estruturada (TE)
- Latossol vermelho-escuro, Fase arenosa (LEa)
- Latossol vermelho-amarelo, Fase arenova (Lva)
Nos últimos anos, a cultura tem se expandido para regiões onde predominam
solos podzolidados de Lins e Marília, ainda segundo DIEHL& JUNQUETTI (s/d).
5. Fatores de produção agrícola
Dentre os fatores de produção agrícola, o clima atua como fator mais impactante
na produtividade. O fator que apresenta maior risco à produtividade agrícola são as
adversidades climáticas. Através das adversidades climáticas são gerados estresses nas
plantas, como seca, excesso de chuvas, temperaturas elevadas ou baixas, baixa
luminosidade entre outros, que podem minimizar a produção nas lavouras.
Com a caracterização climática das regiões produtoras de soja, a caracterização
físico-hídrica dos solos e as exigências bioclimáticas da cultura, foi possível definir os
locais e períodos de semeadura com menor risco de ocorrência de déficit hídrico à soja,
utilizando como ferramentas a modelagem e simulação de sistemas, o geoprocessamento
(SGIs) e a geoestatística (NEUMAIER et al, 2009).
5.1. Temperatura
Tombamento fisiológico
De forma geral, a temperatura mínima a partir da qual ocorre o desenvolvimento
das cultivares brasileiras de soja é de cerca de 13°C. As diferenças de data de floração,
entre anos, apresentadas por uma cultivar semeada em uma mesma época, são devido às
variações de temperatura. Assim, a soja adianta o florescimento quando ocorrem altas
temperaturas, o que pode acarretar diminuição na altura da planta. Este problema pode ser
agravado se, ao mesmo tempo, ocorrer insuficiência hídrica e/ou fotoperiódica durante a
fase de crescimento. Diferenças de data de floração entre cultivares, numa mesma época de
semeadura, num mesmo local, são devidas principalmente, à resposta diferencial das
cultivares ao fotoperíodo. A soma térmica, utilizada principalmente para quantificar as
disponibilidades térmicas regionais, não tem apresentado resultados consistentes para a
avaliação da aptidão à soja, devido ao efeito do fotoperíodo, que participa com parcela
muito significativa no controle do desenvolvimento da planta, FARIAS et al(2007).
Temperatura base: é a temperatura abaixo da qual a taxa de desenvolvimento da
soja é zero, isto é, abaixo da qual a planta não se desenvolve, FARIAS et al(2007).
5.2. Radiação
5.3. Fotoperíodo
5.4. Água
6. Manejo do solo
Esta prática consiste em tornar o solo mais fértil conservando suas propriedades
físicas. Na adubação verde, a parte aérea da espécie cultivada é incorporada ou mantida
sobre a superfície do solo, VIDOR et al, 2004.
A cobertura mantida sobre o solo traz melhores benefícios ao solo do que se for
incorporada. Os resíduos deixados pela planta protegem o solo da radiação solar excessiva
e do impacto das gotas de chuvas reduzem a evaporação, mantendo a temperatura, a
umidade e a atividade microbiana das camadas superficiais e também reduz as plantas
daninhas, segundo VIDOR et al, 2004.
Exemplos de cobertura morta:
Nabo forrageiro
Aveia branca
Sorgo
Milheto
Feijão guandu
Centeio
Aveia preta
Esta prática consiste em fazer com que as pragas e as doenças não se torne
resistente, pois a repetitividade de uma cultura e o uso de um mesmo produto químico com
o mesmo princípio ativo as plantas daninhas, doenças e pragas se tornem resistentes,
VIDOR et al, 2004.
Esta prática envolve a utilização alternada de diferentes espécies vegetais, numa
mesma gleba, de acordo com um plano específico.
Seus objetivos se resumem em:
Aumentar e/ou manter a matéria orgânica do solo;
Diminuir perdas por erosão;
Auxiliar no manejo de plantas daninhas, doenças e pragas;
Melhorar o aproveitamento de nutrientes.
A rotação de culturas com, por exemplo, soja/milho torna desnecessário a
adubação nitrogenada pois a soja por ser uma leguminosa, proporciona ao solo teores de
nitrogênio necessário para que o milho se desenvolva naturalmente.
6.8. Terraceamento
7. Preparo de solo
É uma das etapas mais importantes do processo, pois este planejamento deve
prever como serão os cultivares da soja para os próximos 10 anos. Assim sendo os
cruzamentos realizados neste ano serão expostos aproximadamente 10 anos depois
(SUZUKI & YUYAMA, 2004).
Neste caso é importante saber localização da área a ser cultivada, como por
exemplo perto de arvores, locais muito úmidos, nível de declividade alto, área com
compactação, no caso de áreas com altitude elevada a ocorrência de oídio e podridão
vermelha da raiz, em áreas de baixa altitude, existem menos riscos, mas também pode
ocorrer altas incidências de mela, doenças de final de ciclo e mancha alvo. Nestes casos é
importante fazer uso de cultivares resistentes a estas doenças.
Para saber o nível de fertilidade do solo deve ser feita uma analise de solo. As
cultivares reagem de forma diferente á fertilidade do solo, algumas são exigentes e outras
tolerantes.
9. Inoculação de sementes
11. Plantio
A soja possui considerável capacidade de compensar perdas de produção
ocasionadas pelas falhas que ocorrem na lavoura. Todavia, o primeiro passo obter altos
rendimentos é conseguir um bom "stand", ou seja, ter o número certo de plantas por metro
de linha, de acordo com Criar e Plantar, s/d.
A obtenção de "stand" satisfatório, em torno de 25 plantas por metro, é atenção do
produtor para as técnicas de plantio, de acordo com Criar e Plantar, s/d.
Segundo Criar e Plantar, s/d, os principais requisitos para o sucesso do plantio
podem ser resumidos em:
-sementes de elevado valor cultural (poder germinativo mínimo de 80%);
-solo bem destorroado e com superfície uniforme;
-suficiente teor de umidade no solo;
-regulagem correta da semeadeira;
-profundidade de semeadura de 3 a 4 centímetros;
-semeadura em velocidade moderada;
-ligeira compactação do solo após o fechamento do sulco;
-acompanhamento da operação de semeadura.
O plantio raso, à profundidade de 3 a 4 centímetros; é condição essencial para a
emergência regular das plantas, nos solos de textura média e pesada. Nos solos arenosos
essa profundidade é ligeiramente aumentada, de acordo com Criar e Plantar, s/d.
Segundo Criar e Plantar, s/d, a adoção das técnicas preconizadas para o plantio
diminui sensivelmente as falhas na lavoura. Convém lembrar, entretanto, que se por um
lado falhas prejudicam os rendimentos, por outro lado o excesso de plantas pode provocar
acamamento, que é causa de consideráveis perdas de produção.
11.3.Época de plantio
15.1. Pragas
A soja é uma cultura que tem sido atacada por várias pragas, que pode ocorrer
durante todo o seu ciclo. Mais de 300 espécies de insetos já foram relatados alimentando-
se nas lavouras ou nos grãos armazenados de acordo com CI SOJA, s/d.
Porém, as principais pragas da soja são menos de dez, as demais são consideradas
de valor secundário para a cultura. As condições ambientais, a época do ano e a presença
de inimigos naturais são fatores determinantes para a ocorrência de uma espécie em maior
população que outra, (CI SOJA, s/d).
O controle de pragas da cultura visa evitar o incremento da população e que se
alcance o chamado nível de dano econômico, que é o ponto em que o ataque da praga
começa a causar prejuízos econômicos ao produtor. O controle deve ser feito utilizando-se
os princípios de Manejo Integrado de Pragas (MIP).
O MIP é a união de métodos de controle, visando que a população de uma praga
não atinja um índice de dano, que irá trazer um prejuízo econômico maior do que sua
medida de controle. Métodos de controle legislativos, culturais, biológicos e químicos
devem ser usados de forma conjunta, em que o agricultor deve tentar conduzir sua lavoura
dentro de parâmetros ambientais aceitáveis, com um resultado financeiro positivo.
O uso de qualquer uma das técnicas de manejo integrado deve ser indicado
somente por um agrônomo devidamente credenciado e após o correto diagnóstico da praga
que acomete a cultura, uma vez que sem essa correta diagnose, a medida de manejo
adotada pode ser ineficiente e causar maiores prejuízos ao produtor. Vale salientar que no
caso do uso de produtos de origem química ou biológica, estes devem estar devidamente
registrados, para a utilização na cultura, no Ministério da Agricultura, Agropecuária e
Abastecimento.
Segundo informações citadas por CI SOJA,s/d as principais pragas da soja são:
Anticarsia gemmatalis, Lagarta-da-soja. Dentre os insetos que atacam a folha da
soja este é o mais comum. A lagarta possui coloração verde, com três listras brancas
dispostas longitudinalmente no dorso, com quatro falsas pernas. Em condições de altas
infestações ou escassez de alimento torna-se escura. Sua ocorrência é maior entre
novembro e março, e seu pico populacional dá-se em janeiro e fevereiro, conforme a
região.
O seu ciclo biológico total é de 33 a 34 dias e podem ocorrer quatro a seis
gerações anuais. O adulto faz sua postura à tardinha e à noite na parte inferior das folhas e
tem coloração verde-clara.
A desfolha causada pela lagarta-da-soja pode chegar a 100% se não controlada a tempo.
P. guildinii
Euschistus heros, Percevejo-marrom. Seus danos à cultura são semelhantes aos
dos outros percevejos já descritos.
O adulto tem coloração marrom-escura, formato quase triangular com
prolongamentos laterais do pronoto, na parte superior do corpo, semelhantes a espinhos.
Apresentam uma meia-lua branca no fim do escutelo.
Os ovos são postos sobre folhas e vagens, em forma de massas amareladas de
ovos com cinco a oito. As ninfas são de coloração clara logo após a eclosão e, mais tarde,
bem maiores, com o abdômen de coloração verde-clara, com duas manchas escuras no
dorso.
Ainda podemos dizer que esse percevejo tem importância maior em regiões de
temperaturas elevadas e nos estados de latitudes mais baixas.
Coró da soja
15.2. Doenças
Desde 12 anos atrás as doenças que têm causado perdas economicas no estado de
SÃO PAULO são: Cancro da Haste (Diaporthe Paseolorum F.), Mosaico Comum (SMV),
Podridão – Cinzenta (Macrophomina haseolina), Nematóide do Cisto (Hetorodera Glyins).
As principais medidas de controle dessas doenças são sementes bem tratadas e cultivares
resistentes.
Segundo SILVA et al, (2005), abaixo estão descritas as características das
seguintes doenças da soja:
Antracnose
(Colletotrichum dematium var. tuncata)
Cancro da haste
(Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis)
Crestamento bacteriano
(Pseudomanas savastanoi pv .gricinia)
Ferrugem Asiática
(Phacopsora pachyrhis)
Mancha alvo
(Corynespora cassiicola)
Mancha olho de rã
(Cercospora sojina)
Mancha Parda
(Septoria glycines)
Mela
[Rhisoctonia solani (anamórfica) thanatephorus cucumeris (teleoófica)]
Míldio
(Peronospora manshurica)
Mofo Branco
(Colletotrichum truncatum)
Mosaico Comum
(Soybean mosaicvirus)
Nematóide de galha
(Meloidogyne ssp.)
Oídio
(Erysphe difusa)
Pústula bacteriana
(Xantohomonas axonopodis pv. Glicines.)
16. Colheita
Para reduzir perdas, é necessário que se conheçam as suas causas, sejam elas
físicas ou fisiológicas. A seguir, são abordadas algumas das causas "indiretas" de perdas na
colheita.
Mau preparo do solo - solo mal preparado pode causar prejuízos na colheita
devido a desníveis no terreno que provocam oscilações na barra de corte da colhedora,
fazendo com que ocorra corte em altura desuniforme e muitas vagens sejam cortadas ao
meio e outras deixem de ser colhidas.
Inadequação da época de semeadura, do espaçamento e da densidade - a
semeadura, em época pouco indicada, pode acarretar baixa estatura das plantas e baixa
inserção das primeiras vagens. O espaçamento e/ou a densidade de semeadura inadequada
podem reduzir o porte ou aumentar o acamamento, o que, conseqüentemente, fará com que
ocorram maior perda na colheita.
Cultivares não adaptadas - o uso de cultivares não adaptadas a determinadas
regiões pode prejudicar a operação de colheita, decorrente de características como baixa
inserção de vagens e acamamento.
Ocorrência de plantas daninhas - a presença de plantas daninhas faz com que a
umidade permaneça alta por muito tempo, prejudicando o bom funcionamento da
colhedora e exigindo maior velocidade no cilindro de trilha, resultando em maior dano
mecânico às sementes. Além disso, em lavouras infestadas, a velocidade de deslocamento
deve ser reduzida, causando menor eficiência operacional pela menor capacidade efetiva
de trabalho.
Retardamento da colheita - em lavouras destinadas à produção de sementes,
muitas vezes a espera de menores teores de umidade para efetuar a colheita pode provocar
a deterioração das sementes pela ocorrência de chuvas inesperadas e conseqüente elevação
da incidência de patógenos. Quando a lavoura for destinada à produção de grãos, o
problema não é menos grave, pois quanto mais seca estiver a lavoura, maior poderá se a
deiscência, havendo ainda casos de reduções acentuadas na qualidade do produto.
Umidade inadequada - a soja, quando colhida com teor de umidade entre 13% e
15%, tem minimizados os problemas de danos mecânicos e perdas na colheita. Sementes
colhidas com teor de umidade superior a 15% estão sujeitas a maior incidência de danos
mecânicos latentes e, quando colhidas com teor abaixo de 12%, estão suscetíveis ao dano
mecânico imediato, ou seja, à quebra, ainda segundo VIDOR et al, 2003.
Para avaliar perdas durante a colheita é comum fazer o calculo de pesagem das
18. Armazenamento
O Brasil firma-se como o maior exportador mundial do complexo soja, que leva
em conta os negócios de grãos, farelo e óleo somados. Analisando-se individualmente cada
um dos segmentos, em todos eles o País fica em segundo lugar, sendo superado pelos
Estados Unidos nos grãos e pela Argentina em farelo e óleo, BELING (2004).
Em 2004, até julho, o País já tinha exportado 13,1 milhões de toneladas da
oleaginosa, enquanto que em todo ano anterior foram vendidas 19,8 milhões de toneladas.
A expectativa é de que essa marca seja superada. O mesmo acontece com o farelo de soja,
que somou 8,2 milhões de toneladas até junho de 2004, e com o óleo neste ano, que neste
mesmo período atingiu 1,4 milhões de toneladas. Ainda segundo o autor supracitado.
A soja é de longe a maior responsável pelo crescimento do agronegócio brasileiro.
Dois fatores determinantes contribuíram para isso: a desvalorização cambial do Brasil e o
aumento da demanda chinesa pela oleaginosa, segundo BELING (2004).
Os produtores, de olho nos ganhos, trocaram pastagens por lavouras de soja e
ampliaram as exportações. A China, no grão, e os países da União Européia, no farelo,
representam 80% do mercado importador. Paraná, Rio Grande do Sul e os estados do
Centro-Oeste são os maiores fornecedores da soja que segue rumo ao exterior, e que tem
como principais saídas os portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP), de acordo com
BELING (2004).
A tabela abaixo representa as exportações do complexo soja no Brasil:
Abaixo estão dados sobre produção e área plantada de soja nas regiões que mais
produzem, segundo EMBRAPA, 2009.
Soja no mundo
Produção: 210,6 milhões de toneladas
Área plantada: 96,3 milhões de hectares
Fonte: USDA
Devido ao grande crescimento do mercado na soja nos últimos anos o seu cultivo
mercado interno, além de gerar aumento das exportações através do complexo da soja.
Atualmente existe um grande pacote tecnológico para produção de soja, contando com
plantadeiras de ultima geração, tratores de grande porte, pulverizadores dos mais diversos
transgênica (soja RR), por exemplo. Com toda tecnologia que vem sendo desenvolvida a
BELING, Romar Rudolfo. Anúario brasileiro da soja 2004. Santa Cruz do Sul: Editora
Gazeta, 2004.
27/03/2010.
CI SOJA (Centro de Inteligência da Soja). Sobre Soja - Histórico. Viçosa: UFV, s/d.
27/03/2010.
<http://www.cnpt.embrapa.br/publicacoes/sist-prod/soja04/index.htm> Acessos em 12 e
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SULEIMAN, Kadijah. Custo de produção da soja cai mais de 20% para próxima safra
<http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2009/setembro/2a-semana/custo-de-producao-
SUZUKI, Sérgio; YUYAMA, Marcia Midori (Ed). Boletim Técnico da Soja 2004,
22/04/2010.
SILVA,Luís Henrique Carregal Pereira da; CAMPOS, Hercules Diniz; SILVA, Juliana