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BAURU
2017
FERNANDA SILVA LIMA
BAURU
2017
Lima, Fernanda Silva
L7325c
Custo de produção e lucratividade do cogumelo Agaricus blazei
nos padrões da agricultura sustentável: estudo de caso / Fernanda
Silva Lima. -- 2017.
52f. : il.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 12
2.1 GERAL ...................................................................................................................... 12
2.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 12
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 13
3.1 AGRICULTURA SUSTENTÁVEL ........................................................................... 13
3.2 HISTÓRIA DO CULTIVO DOS COGUMELOS ....................................................... 15
3.3 Agaricus blazei............................................................................................................ 17
3.3.1 O cultivo do Agaricus blazei ...................................................................................... 17
3.3.2 Compostagem ............................................................................................................ 19
3.3.3 Inoculação ou semeadura .......................................................................................... 20
3.3.4 Colheita ...................................................................................................................... 21
3.3.5 Desidratação .............................................................................................................. 22
3.3.6 Embalagem e comercialização .................................................................................. 23
3.4 POTENCIAL MEDICINAL DO Agaricus blazei ........................................................ 23
3.5 VALOR AGREGADO E DIFERENCIAL DO ALIMENTO NUTRACÊUTICO ........ 24
3.6 ANÁLISE DE CUSTOS E RENTABILIDADE .......................................................... 25
3.6.1 Receita Bruta ............................................................................................................. 25
3.6.2 Custos......................................................................................................................... 26
3.7 ANÁLISE DE CUSTOS E RENTABILIDADE DE COGUMELOS ........................... 26
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 29
4.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................... 29
4.2 METODOLOGIA ....................................................................................................... 31
4.2.1 Estudo de Caso .......................................................................................................... 31
4.2.2 Custos de produção ................................................................................................... 33
4.2.3 Estimativa de Custos Operacionais Efetivos e Custos Operacionais Totais ........... 33
4.2.4 Custos Totais de Produção ........................................................................................ 35
4.2.5 Análise Econômica de Resultados............................................................................. 35
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 39
5.1 CUSTOS OPERACIONAIS DA PRODUÇÃO ........................................................... 39
5.2 INDICADORES DE RENTABILIDADE.................................................................... 41
6 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 45
APÊNDICE A – Receita Bruta ................................................................................. 49
APÊNDICE B – Custos Fixos em R$ no ano de 2016 .............................................. 50
APÊNDICE C – Custos Operacionais em R$ no ano de 2016 ................................. 51
LISTA DE FIGURAS
The objective of this study was to evaluate the costs of production and profitability of
the sun mushroom (Agaricus blazei) in the patterns of sustainable agriculture. The analysis of
production costs is extremely relevant for the analysis of the efficiency of the production of a
given crop. To do so, the data were collected for the production of the year 2016. These data
filled tables for calculations of total costs, total revenue and indicators of economic
profitability. The A. blazei production system shows great economic viability according to the
methods utilizes, since the liquid revenue is significantly positive, as the profitability index
was 87,54%, with an operational profit of R$ 637.779,87/year. The variables that affected the
profitability index were, in order of importance: sale price of the mushroom and productivity.
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Sistematizar os custos de produção e analisar a rentabilidade do cogumelo Agaricus
blazei nos padrões da agricultura sustentável.
2.2 ESPECÍFICOS
Apresentar os indicadores de custos e os indicadores de rentabilidade econômica
como:
Margem Bruta
Ponto de Nivelamento
Preço de Equilíbrio
Lucro Operacional ou receita líquida
Índice de Lucratividade
Relação Benefício/Custo
13
3 REVISÃO DE LITERATURA
As práticas agrícolas sustentáveis são muito importantes para o meio ambiente e para a
economia, podem aumentar a produção de alimentos, pois adota o sistema de plantio que
preserva a capacidade produtiva do solo; o uso da agroenergia, que são fontes de energia
geradas no campo como, por exemplo, biocombustíveis; a Gestão Ambiental e Territorial, em
que são feitos estudos para que cada prática agrícola seja executada em áreas e climas onde a
cultura vai alcançar maior rendimento com menor desgaste do solo; diminuição de adubos
químicos; o uso de técnicas em que não ocorra a poluição do ar, do solo e da água; a criação e
uso de sistemas de captação de águas das chuvas para ser utilizada na irrigação; o uso racional
ou, quando possível, eliminação dos pesticidas. Sendo assim, precisam ser incentivadas para
que se tornem competitivas em relação à agricultura habitual menos sustentável (IPAM,
2017).
No que diz respeito ao cultivo de cogumelos, há um perfeito encaixe com a agricultura
sustentável, uma vez que são usados produtos residuais agrícolas, é possível a obtenção de
altos níveis de produção por área cultivada e, após a colheita, o substrato residual ainda serve
adequadamente, pois são extremamente ricas contendo altos teores de Fósforo disponível, alto
teor de Cálcio e gesso na composição. Além de conter Potássio, Nitrogênio e muita matéria
orgânica. O produtor pode utilizar o composto residual pós-cultivo de cogumelos
Agaricus blazei para adubação orgânica na propriedade (produção de hortaliças, frutíferas,
etc.) ou vender o composto residual como adubo orgânico (OEI, 2006).
No Brasil, a produção de cogumelo teve seu início por volta da década de 1950,
conforme se vê em HERRERA, 2001:
Perondi (2011) afirma que, além de serem nutritivos, os cogumelos são muito
conhecidos pelas suas propriedades terapêuticas desde os anos 70, principalmente, na China,
Japão, Estados Unidos e França. Contudo, o Brasil, com uma das maiores áreas de cultivo do
mundo e um cenário crescente de cultivo de cogumelos, o consumo tem se mostrado baixo
(130g/habitante) comparativamente a outros países como a Itália (1,3Kg/habitante), a França
(2Kg/habitante) e a Alemanha (4Kg/habitante). Um dos motivos pelo baixo consumo é o
elevado preço de venda.
Os cogumelos são também considerados importantes no combate a problemas da
sociedade moderna, como a má distribuição de renda e dos meios de produção que acarreta
em escassez de alimentos e a poluição do ambiente, o que leva a uma diminuição da qualidade
de vida. O cultivo dos cogumelos é normalmente realizado em áreas pequenas, onde
promovem transformação de resíduos orgânicos e florestais em proteínas (HERRERA, 2001).
A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (2016)
afirma que, no Brasil, a produção média anual de cogumelos in natura constitui 12 mil
toneladas e que São Paulo e Paraná são os estados com o maior número de produtores.
Embora o cultivo de cogumelos tenha evoluído no Brasil, ainda há obstáculos como o
clima muito quente e seco em grande parte do ano, na maioria do país, além do número
reduzido de produtores (SILVA, 2011).
No Brasil, a primeira espécie de cogumelo comestível a ser cultivada foi o Agaricus
bisporus ou Champignon de Paris. Contudo, o cultivo foi aumentando, sendo hoje produzidas
em solo nacional espécies variadas, como o Shimeji (Pleurotus ostreatus) e o Shiitake
(Lentinula edodes) (MOURA, 2009).
17
contaminantes têm sido adaptados a partir dos processos utilizados da cultura de A. bisporus
(ZIED et al., 2010).
Sendo uma espécie saprófita, o A. blazei cresce bem em substratos ricos em resíduos
de lignocelulose, tendo como habitats naturais as florestas mistas, localidades altas e
montanhas no Peru e no Brasil. Contudo, essa espécie é considerada saprófita secundária,
desenvolvendo-se em substrato parcialmente processado. Além disso, o seu cultivo requer
altas temperaturas, elevada umidade e acesso à luz para que haja a formação dos corpos
frutíferos, condição essa encontrada em grande parte do Brasil, o que favorece o seu cultivo
(LISIECKA et al., 2013).
O A. blazei e o A. bisporus compartilham as seguintes etapas de cultivo (Figura 2)
(SIQUEIRA, 2006):
1. Preparo do substrato de cultivo, ou compostagem, constituído por:
Fase I da compostagem (outdoor – as leiras ou amontoados de substrato ficam no
galpão para reviragem);
Fase II da compostagem (pasteurização e condicionamento “indoor” – ficam
acondicionados em “tuneis” onde são pasteurizados);
2. Inoculação;
3. Incubação do substrato inoculado;
4. Cobertura do substrato (“Casing layer”);
5. Indução de primórdios e produção de cogumelos;
6. Colheita e processamento.
19
3.3.2 Compostagem
3.3.4 Colheita
3.3.5 Desidratação
A embalagem deve ser escolhida de forma que o produto não seja alterado pelas
condições físicas e químicas do ambiente. Embalagens de polipropileno metalizado duplo
proporcionam menores variações de reabsorção de umidade e de atividade de água, não
ocasionando o escurecimento dos cogumelos. A comercialização do cogumelo A. blazei deve
ser feita após a desidratação e acondicionamento em embalagens plásticas de polipropileno
(Figura 7) ou na forma de cápsulas (LUZ, 2006).
alimentício (WILKINSON, 2002). Essa estratégia, por sua vez, está vinculada à vantagem
competitiva de uma empresa em relação aos seus concorrentes (PORTER, 1990).
A diferenciação de produto depende do número de dimensões nas quais ele pode se
diferenciar (embalagem, marca e principalmente preço); do avanço tecnológico capaz de
modificar suas características (linha de alimentos funcionais); da publicidade persuasiva que
pode induzir percepções subjetivas de diferença ou de mudanças na renda, demografia ou
gosto dos consumidores (PORTER, 1990), já o Agaricus blazei se diferencia após estudos
científicos e tecnológicos que o relataram com propriedades medicinais potenciais
Pelo artigo 12 da Lei nº 12.973/2014, entende-se que receita bruta corresponde aos
produtos de venda de bens, aos preços cobrados pelas prestações de serviço, ao resultado das
vendas e às receitas da atividade ou do objeto principal da venda.
26
Flores et al. (2006) abordam que a receita bruta é igual a todos os créditos (entradas de
dinheiro ou direitos a receber) referente à venda de uma determinada atividade produtiva.
3.6.2 Custos
São definidos como gastos referentes à aquisição de bens e serviços consumidos com a
finalidade de produzir outros bens e serviços (PEREZ JÚNIOR et al., 2010).
Por custos entendem-se todos os componentes utilizados num sistema produtivo. São
essenciais para que a produção de um bem ou prestação de um serviço aconteça e envolvem
todos os custos do processo produtivo (FREIRE, 2008).
Martins (2010) cita custo como gasto, que deve ser denominado como custo apenas na
hora da produção de um produto ou então na realização/execução de um serviço, ou seja, os
custos são todas as ferramentas utilizadas na cadeia produtiva e são necessários para que
aconteça a realização desse bem ou serviço.
Os custos de produção de uma atividade são determinados como a soma de valores e
serviços produtivos dos processos aplicados na produção de um bem, visto que este valor é
igual ao comprometimento monetário total da empresa que a produz (MATSUNAGA et al.,
1976).
Matsunaga et al. (1976) citam que, conforme a grande dificuldade encontrada para
esclarecer os custos da produção rural, foi sugerido em 1972, por especialistas do IEA
(Instituto de Economia Agrícola), uma forma alternativa. Essa metodologia desenhada pelos
especialistas foi batizada de custo operacional, abrangendo os gastos desembolsados pelo
agricultor e mais uma taxa de depreciação de máquinas e benfeitorias além do custo estimado
da mão de obra.
Após revisão bibliográfica, fica claro a lacuna sobre trabalhos voltados a rentabilidade
do cogumelo Agaricus blazei, motivo este pelo qual, este estudo foi realizado.
29
4 MATERIAL E MÉTODOS
1
Galpão utilizado para o preparo e pasteurização do composto.
2
Estufa de cultivo.
3
Área destinada para a desidratação dos cogumelos.
4
Estufa de cultivo.
5
Estufa de cultivo.
6
Estufa de cultivo.
7
Estufa de cultivo.
4.2 METODOLOGIA
O método de pesquisa selecionado para compor este estudo foi o estudo de caso. O
estudo de caso é um método fundamentado, essencialmente, no paradigma das ciências
tradicionais, sendo que os objetivos centrais das pesquisas realizadas sob esse paradigma são:
explorar, descrever, explicar e, se possível, predizer acerca de fenômenos ou sistemas
existentes (VAN AKEN, 2004).
Essa metodologia também pode ser descrita por Freitas e Prondanov (2013):
Gil (2002) afirma que o estudo de caso é caracterizado pela análise profunda de um ou
mais fenômenos, de forma compreendê-lo diante de outros casos similares.
Um dos problemas com que os pesquisadores deparam é relativo à seleção da
abordagem metodológica da pesquisa. Existem premissas e restrições para a escolha de cada
método adotado e elas devem ser levadas em consideração. Depois de identificadas as lacunas
de pesquisa, a partir da literatura, e desenvolvida a questão da pesquisa, o pesquisador analisa
as possíveis abordagens a serem utilizadas, selecionando aquela que for mais apropriada, útil
e eficaz para endereçar essa questão ou, em outras palavras, que deverá atender a
problemática estudada no sentido da proposição/encaminhamento de soluções. A adoção de
uma abordagem como o estudo de caso deve atender a questão de pesquisa no sentido de
aumentar as chances de endereçar a questão proposta. Para atender então aos objetivos da
pesquisa, o trabalho deve ser conduzido com o rigor metodológico necessário. Uma proposta
de conteúdo e sequência para a condução de um estudo de caso pode ser vista na figura 12
(MIGUEL, 2007).
Podemos definir os custos fixos como os custos que não tem alterações influenciadas
pelo volume de produção. Independente de produzir uma unidade do produto ou cem mil
unidades, esse custo não oscila. Apesar do nome, não se pode afirmar que estes custos, que
podem também ser classificados como “custos de estrutura”, de forma alguma estarão sujeitos
a qualquer alteração. Um exemplo muito relevante é o aluguel, que pode normalmente sofre
reajustes de tempos em tempos, normalmente estabelecidos em contrato, mas ainda assim
continuam sendo parte daquilo que chamamos de custos fixos, já que tais reajustes não estarão
ligados às oscilações na produção da empresa (MARTINS, 2010).
Além do aluguel, denominamos como custos fixos segurança, folha de pagamento,
limpeza, manutenção, telefone, juros sobre capital empregado, e depreciação de máquinas,
equipamentos e instalações.
Para o levantamento dos dados, foram necessárias duas visitas ao local da produção e
algumas ligações telefônicas que ocorreram dentro do ano de 2016, para o correto
preenchimento da tabela com todos os itens para os cálculos dos custos.
Martin et al. (1998) dizem que os custos variáveis, por sua vez, estão diretamente
ligados a quantidade de produção da empresa. A melhor forma de descrição desse tipo vem
das matérias-primas: quanto mais volume se tem de produção, mais material deverá ser usado
e, portanto, maior é o gasto.
A metodologia utilizada para o cálculo do custo foi baseada no Custo Operacional
Total (COT) e no Custo Total de Produção (CTP), desenvolvida pelo Instituto de Economia
Agrícola (IEA) (MATSUNAGA et al., 1976).
Essa metodologia criada pelo IEA foi descrita por Martin et al. (1998) como sendo:
É a soma do Custo Operacional Total (COT) com os custos fixos, como depreciação,
Juros e Conservação e manutenção:
COT=CF+COE
Onde:
CT= Custo Operacional Total
CF= Custos fixos
COE= Custo Operacional Efetivo
Martin et al. (1998) falam que os indicadores técnicos, econômicos e financeiros são,
ferramentas indispensáveis para a tomada de decisão do empresário rural.
A avaliação econômica da produção do Agaricus blazei foi efetuada por meio da
análise dos custos de produção e rentabilidade.
Os retornos econômicos descritos abaixo são os considerados por MARTIN et al.
(1998):
Receita Bruta (RB): igual ao produto do preço de venda na região (em R$) pela
quantidade produzida (em kg):
RB = Pr x Pu
36
Onde:
Pr = produção da atividade por quilo
Pu = preço unitário do produto da atividade
PN (COE) = COE / Pu
Onde:
Pu = preço do quilo de venda do produto da atividade
37
PN (COT) = COT / Pu
Onde:
Pu = preço de do quilo venda do produto da atividade
Preço de equilíbrio (PE): É definido pelo mínimo necessário para pagar o custo
operacional efetivo (COE) e o custo operacional total (COT):
PE (COE) = COE/Pr
PE (COT) = COT/Pr
Onde:
Pr = Produção da atividade por quilo
COE = Custo Operacional Efetivo
COT = Custo Operacional Total
LO = RB - COT
Onde:
RB = Receita Bruta
COT = Custo Operacional Total
38
RBC = RB/CTP
Onde:
RB = Receita Bruta
COT = Custo Operacional Total
39
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi efetuada uma análise de consistência para efeito de maior aproximação com a
realidade da produção e para isso todos os custos foram baseados no estudo feito pela Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento), Custos de Produção Agrícola: a metodologia da
Conab (2010), que é uma empresa pública que gera e distribui informação e conhecimento
especialmente para o setor agrícola e de abastecimento.
Para a análise dos custos de produção primeiramente houve a separação dos custos
fixos dos custos operacionais efetivos.
Os custos operacionais de produção foram estimados de acordo com a realidade dos
coeficientes técnicos dos fatores e elaborados com os dados da pesquisa (As planilhas
detalhadas com os cálculos estão em anexo).
Os dados apresentados nas Tabelas 1 e 2 referem-se apenas ao produtor com produção
própria de composto que é o caso do produtor em questão.
Conservação/
Item Depreciação Juros Total
Manutenção
Item Total
1. C Outros 4.162,20
Total 63.290,20
Fonte: Elabora pela autora.
Item Total
COT 90.700,13
CT 115.042,78
MB (COE) 1.051,02
MB (COT) 703,17
Os resultados obtidos por meio dos diferentes métodos de análise financeira estão
apresentados na Tabela 3.
Verifica-se que a margem bruta sobre o custo operacional efetivo do sistema de
produção do cogumelo Agaricus blazei, foi de 1051,02 % e a MB/ (COT) foi de 703,17 %.
Isto indica que após quitar o custo operacional total resta uma margem de 731% para
remunerar o produtor (Tabela 3).
O ponto de nivelamento em quilos produzidos no sistema de produção do A. blazei foi
de 302,18, que representa uma quantidade substancialmente baixa em comparação ao que é
produzido atualmente pelo produtor. Ele teria que produzir, teoricamente, 302 quilos para
cobrir os custos operacionais totais, mas como ele produz 2512 quilos, isto indica que após
pagar o COT, ainda restaram aproximadamente 2.210 quilos do produto desidratado para
remunerar o produtor (Tabela 3).
O preço de venda do quilo desidratado do cogumelo A. blazei é de R$ 290,00 e
estipulado anualmente em contrato entre pelo produtor e comprador. Portanto, foi superior ao
Preço de Equilíbrio sobre o COT em 255,11 por quilo, indicando que após pagar o COE e
COT, sobraram 87,97% do preço de venda por quilo para pagar os demais custos e remunerar
o produtor (Tabela 3).
A receita bruta do sistema de produção do cogumelo A. blazei soja RR1 foi superior ao
COT, com lucro operacional de R$ 637.779,87 (Tabela 3).
O Índice de Lucratividade em percentagem foi positivo para o sistema de produção do
cogumelo A. blazei em 87,54%, sendo essa a taxa disponível de receita da atividade após
pagamento de todos os custos (Tabela 3).
Observa-se que após pagar o COT, houve um saldo de 87,55% da receita bruta para
pagar os demais custos e remunerar o produtor (Tabela 3).
O lucro operacional do sistema de produção do cogumelo A. blazei foi de R$
637.779,86 (Tabela 3).
Referente à relação Benefício/Custo, quando B=C, isso significa que o produtor não
teve lucro nem prejuízo, quando B é menor que C, indica que o produtor teve prejuízo e
quando B é Maior que C, demonstra que houve lucro. No caso do estudo, a razão B/C foi
maior que 1, indicando que a produção do cogumelo A. blazei é viável e vantajosa
economicamente. A análise obteve que a Relação Receita bruta é de 8 vezes maior que o COT
43
(Tabela 3). Esta relação é alterada de acordo com as flutuações dos preços dos insumos e do
preço de mercado do cogumelo desidratado A. blazei.
O cultivo de cogumelos combinado com a produção do substrato tem um excelente
desempenho econômico para o produtor do estudo.
Quanto maior a produção, maior o aproveitamento das instalações físicas e, por
consequência, maior diluição dos custos com construções, secadoras, consultoria, entre
outros. A produtividade é extremamente dependente das condições de manejo e de tecnologia.
O cultivo do A. blazei implica na utilização de critérios de qualidade e cuidados
especiais em todas as suas etapas de produção.
O elevado preço da venda do cogumelo é o fator principal pelo qual essa cultura tem
ótima viabilidade econômica, já que os cogumelos são fontes de substâncias com
propriedades medicinais. O A. blazei, é vendido seco para ser transformado em forma de
macerados e chás. No caso do estudo, o produtor tem um comprador fixo com preço de venda
pré-estabelecido.
44
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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FREIRE, H. V. L. Módulo de: Custos. Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta
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49
Receita Bruta
Valor
Valor Vida Valor Conservação
Item final Depreciação Juros
inicial útil Total R$ Manutenção
10%
Instalação para
5.000,00 0,00 50 406,25 100,00 256,25 50,00
revolvimento do composto
Máquina para
7.000,00 700,00 10 1.094,63 630,00 394,63 70,00
revolvimento do composto
Equipamento Câmara de
16.800,00 1.680,00 10 2.627,10 1.512,00 947,10 168,00
pasteurização
Máquina de lavagem de
12.000,00 1.200,00 10 1.876,50 1.080,00 676,50 120,00
cogumelo
Outros
Lavagem 90 1 10 900,00
Desidratação 90 1 10 900,00
Classificação 90 1 10 900,00
Operações mecanizadas na produção de
Hora/máquina Quantidade R$/hora Total R$
composto
Bob Cat 20 1 43,62 872,40