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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Centro de Engenharias
Bacharelado em Engenharia Agrícola

Trabalho de Conclusão de Curso II

Secagem de Semente de Aveia com Desumidificação Química

Andrigo Farias Xavier

Pelotas, 2023
Andrigo Farias Xavier

Secagem de semente de aveia com desumidificação química

Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade


Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro
Agrícola.

Orientador: Gizele Ingrid Gadotti


Co-orientador: Ruan Bernardy

Pelotas, 2023
Andrigo Farias Xavier

Secagem de semente de aveia com desumidificação química

Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Engenharia Agrícola da Universidade


Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro
Agrícola.

Data da defesa:
Banca Examinadora:

______________________________________________________
Orientadora: Prof. Dra. Gizele Ingrid Gadotti
Universidade Federal de Pelotas

______________________________________________________
Prof. Dr. Francisco Amaral Villela
Universidade Federal de Pelotas

______________________________________________________
Eng. Agric. Me. Ruan Bernardy
Universidade Federal de Pelotas

______________________________________________________
Eng. Agric. Dr. Saulo Garré
SENAI Inovação
Agradecimentos

Agradeço a gratuidade e qualidade do ensino superior público, assim como


todas as oportunidades de crescimento profissional e pessoal que a Universidade
Federal de Pelotas oferece, contribuindo muito para minha formação.
Agradeço à minha esposa, Paula, pelos anos de convivência, paciência e
parceria. Por me apoiar sempre e estar ao meu lado nos momentos difíceis e nos
momentos bons, sendo para mim um exemplo de resiliência, perseverança e mulher.
Aos meus pais pelo suporte, mesmo estando longe, certamente eu não teria
iniciado esta jornada se não fosse pelo apoio deles.
À minha filha que nasceu no início desta jornada e sempre foi o motivo de eu
seguir em frente.
Por fim e não menos importante, a todo corpo docente do curso de
Engenharia Agrícola que durante esta jornada esteve a compartilhar suas
experiências profissionais e pessoais, enaltecendo a importância da qualidade
técnica e ética durante a formação do profissional, em especial à minha orientadora
Gizele e Co-orientador Ruan, que de forma extremamente eficiente, didática e
pacienciosa, contribuíram para realização desse projeto agregando conhecimento à
minha formação.
Meus sinceros agradecimentos.
Sumário
1 Introdução ................................................................................................................ 8
2.1 A Aveia ................................................................................................................ 10
2.1.1 Produção de aveia no mundo ........................................................................... 11
2.1.2 Produção de aveia no Brasil............................................................................ 15
2.2 Secagem e armazenamento de sementes .......................................................... 18
2..2.1 Metodos de secagem ...................................................................................... 18
2.2.2 Armazenamento e secagem de grãos em pequenas propriedades ................ 22
2.3 Fenomeno da adsorção ..................................................................................... 24
2.3.1 Aplicações Da Adsorção Física ........................................................................ 25
2.3.2 Sílica-Gel .......................................................................................................... 25
3 Material e métodos ................................................................................................ 26
3.1 Umidade da massa de sementes com 17% ........................................................ 32
3.2 Taxa de secagem (velocidade de secagem). ...................................................... 33
4 Resultado e discussões.......................................................................................... 34
4.1 Amostra com 17% de umidade ........................................................................... 35
4.2 Comparando resultados ...................................................................................... 37
5 Conclusão .............................................................................................................. 40
Lista de Figuras

Figura 1 Métodos de Secagem ........................................................................ 19

Figura 2 Secador estacionário de leito fixo........................................................ 20

Figura 3 Secador estacionário de fundo falso perfurado ................................... 20

Figura 4 Secador intermitente ............................................................................ 21

Figura 5 Secador de fluxo contínuo ................................................................... 21

Figura 6 Fluxograma de recebimento e secagem convencional de grãos ........ 22

Figura 7 Silo aero secador de alvenaria ....................................................... 23

Figura 8 Silo aero secador de chapa metálica .................................................. 23

Figura 9 Gerbox com sementes de aveia e silica .............................................. 27

Figura 10 Sílica gel utilizada ................................................................................ 27

Figura 11 Massa de sementes a ser utilizada no experimento ............................ 28

Figura 12 Pesagem das amostras na balança de precisão ................................. 29

Figura 13 Amostras no dissecador para envio á estufa .................................. 29

Figura 14 Estufa utilizada para secagem e determinação da umidade das


sementes ............................................................................................. 30

Figura 15 Pesagem da sílica................................................................................ 31


Figura 16 Pesagem das sementes ...................................................................... 31

Figura 17 Caixa gerbox aberta pós o experimento .............................................. 32

Figura 18 Recipiente plástico e papel germtest dobrado ao meio ....................... 33

Figura 19 Grão disposto no papel germtest para incorporar umidade ................. 33

Figura 20 Perda de água x tempo de secagem, na amostra com 15% de umidade


inicial .................................................................................................... 37

Figura 21 Perda de água x tempo de secagem, na amostra com 17% de umidade


inicial .................................................................................................... 37

Figura 22 Peso da semente x tempo de secagem na amostra com 15% de


umidade inicial ..................................................................................... 38

Figura 23 Peso da semente x tempo de secagem na amostra com 17% de


umidade inicial ..................................................................................... 38
Lista de Tabelas

Tabela 1 Área, produção, rendimento, consumo, exportação, importação e


estoque final de aveia no mundo, 1960 a 2017 ................................... 12

Tabela 2 Países consumidores de aveia 2014 a 2017 ....................................... 13

Tabela 3 Países exportadores de aveia 2014 a 2017 ......................................... 14

Tabela 4 Principais produtores de aveia 2016 a 2021 ........................................ 14

Tabela 5 Formas de processamento e principais usos da aveia na alimentação


humana ................................................................................................ 15

Tabela 6 Relação dos dez municípios que apresentaram maior área colhida (há),
produção (t) e rendimento (Kg/ha). ..................................................... 16

Tabela 7 Área colhida (mil há), quantidade produzida (mil t) e rendimento


(Kg/ há) de aveia por estado, períodos 1976/79, 1990/99 e
2000/12 ................................................................................................ 17

Tabela 8 Evolução da área (mil há), rendimento (Kg/há) e produção (mil t), de
aveia no Brasil, período de 1976 a 2011 ................................................ 17

Tabela 9 Comparação entre o processo de quimiosorção e fisiosorção .............. 24

Tabela 10 Dados da determinação da umidade ...................................................... 34

Tabela 11 Resultados obtidos após experimento realizado com a semente referente


a umidade de 15% ................................................................................. 34

Tabela 12 Dados da determinação da umidade ...................................................... 35


Tabela 13 Resultados obtidos após experimento com a semente referente a
umidade de 17%

Tabela 14 Taxa de secagem das sementes com 15% de umidade inicial .............. 39

Tabela 15 Taxa de secagem das sementes com 17% de umidade inicial .............. 39
Resumo

XAVIER,Andrigo Farias. Secagem de semente de aveia com desumidificação


química. 2022. 23 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharelado em Engenharia
Agrícola, Centro de Engenharias, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2022.

Devido ao déficit de armazenamento no Brasil, é fundamental a criação de


alternativas que potencializem o processo de secagem e armazenamento. Sendo
assim, o objetivo deste trabalho visa avaliar a efetividade da sílica-gel para
desumidificar o fluxo de ar usado na secagem de sementes de aveia. O experimento
foi realizado no Laboratório Agrotecnologia da Universidade Federal de Pelotas,
situado no prédio 33 do Campus do Capão do Leão - RS. Foram utilizadas sementes
de aveia como adsorvato e sílica-gel como adsorvente. Foi montado as unidades
experimentais com 15 gramas de grãos de aveia em duas umidades distintas (15 e
17%) e três proporções de sílica (0; 6; 12 e 18g) resultando em um ensaio 2 x 4 com
quatro repetições. A semente e a sílica-gel foram acondicionadas em caixas gerbox
adaptadas com uma tela de alumínio, em temperatura ambiente. Realizou-se coletas
de amostras a cada 6h, até completar 24h, totalizando 4 coletas. Foi observado que
a sílica-gel obteve efetividade em absorver a umidade do ar que esteve em contato
com as sementes das amostras, promovendo por conseqüência a perda de água
(secagem) das sementes.
Abstract

XAVIER, Andrigo Farias. Oat seed drying with chemical dehumidification.


2022. 23 f. Completion of course work - Bachelor of Agricultural Engineering,
Engineering Center, Federal University of Pelotas, Pelotas, 2022.

Due to the storage deficit in Brazil, it is essential to create alternatives that


enhance the drying and storage process. Therefore, the objective of this work
is to evaluate the effectiveness of silica gel to dehumidify the air flow used in
the drying of oat seeds. The experiment was carried out at the Agrotechnology
Laboratory of the Federal University of Pelotas, located in building 33 of the
Capão do Leão Campus - RS. Oat seeds were used as adsorbate and silica
gel as adsorbent. Experimental units were set up with 15 grams of oat grains
at two different moisture levels (15 and 17%) and three proportions of silica (0;
6; 12 and 18g) resulting in a 2 x 4 test with four replications. The seed and
silica gel were placed in gerbox boxes fitted with an aluminum screen, at room
temperature. Samples were collected every 6 hours, until completing 24 hours,
totaling 4 collections. It was observed that the silica gel was effective in
absorbing the humidity of the air that was in contact with the seeds of the
samples, consequently promoting the loss of water (drying) of the seeds.
8

1 Introdução

Segundo a Embrapa (2021), em uma síntese do período que compreende os


anos 2000 a 2020, o Brasil se encontra na quarta posição como maior produtor de
grãos do mundo, correspondendo a 7,8% da produção mundial, ficando atrás
apenas da China, Estados Unidos e Índia. Tal fenômeno deve-se ao amplo e
heterogêneo espaço territorial brasileiro, que amplia as possibilidades de cultivo ao
abranger tipos de solos e clima diversificado. Além disso, o desenvolvimento
tecnológico possibilitou a implementação de novos métodos de trabalho com amplo
investimento no campo.
Contudo, esse aumento significativo da produção agrícola ao longo dos anos
acentuou o problema histórico de armazenagem de grãos no Brasil, em relação à
capacidade e qualidade de armazenamento.
A qualidade das sementes, em especial a fisiológica, pode ser afetada pela
ação de diversos fatores. Entre estes, as pragas de armazenamento podem ser
responsáveis pela deterioração física do lote de sementes armazenadas
Insetos-praga, fungos e microtoxinas, somados a ataques de roedores, são
problemas que têm imposto perdas consideráveis ao produtor de grãos, em torno de
15%, e estão relacionadas ao armazenamento inadequado da produção.
Segundo o Instituto de Economia Agrícola (JUNIOR; NOGUEIRA, 2003), há
cada vez maior quantidade de maquinários agrícolas de grande porte, além de um
aumento na produtividade de grãos. Os períodos de colheita estão coincidindo cada
vez mais em uma determinada época do ano, ocorrendo um rápido crescimento por
infraestrutura de armazenagem, devendo assim ter um eficiente sistema logístico
para escoamento das safras.
Segundo Melo e Oliveira (2006), a armazenagem de grãos não agrega valor
ao produto, podendo em alguns casos aumentar significativamente os custos da
mesma, porém, se for utilizada de forma adequada, pode contribuir para uma
importante vantagem competitiva.
Nesse contexto, a perda de grãos no transporte impacta diretamente no custo
final do produto. Isso resulta em aumento nos custos de produção, podendo ser
9

reduzido através de ajustes na fase de colheita e transporte (GUSTAVSSON et al.,


2011).
Contudo, as perdas não estão somente nessas duas fases, mas também no
momento da secagem do material. Os danos devido ao retardamento da secagem
fazem com que esta etapa do processo de beneficiamento seja considerada um
ponto crítico de uma Unidade de Beneficiamento de Sementes UBS (MELO, 1987).
A obtenção de sementes de alta qualidade está diretamente relacionada com
o tempo para iniciar, duração e forma, com que ocorre a secagem (PUZZI, 2000). A
análise dos pontos críticos de “estrangulamento de fluxo” de uma UBS aponta,
invariavelmente, para o processo de secagem. A escolha do método de secagem e
do secador é de grande importância (GUIMARÃES et al., 2009).
As diferenças na temperatura e umidade encontradas durante o processo de
secagem provocam alterações físicas nas sementes, como contração, expansão,
densidade e porosidade (SOUZA et al., 2015). De acordo com Villela (1991), esse
processo pode elevar o percentual de sementes quebradas, além de causar fissuras
superficiais ou internamente, levando à quebra nas operações posteriores.
Sementes úmidas são mais suscetíveis a danos térmicos, portanto, quanto
maior a umidade da semente menor a temperatura de secagem na qual deve ser
conduzido o processo (HARRINGTON, 1972). A temperatura de secagem deve
também ser ajustada de acordo com a umidade relativa do ar (FRANÇA NETO et.
al., 1994).
A utilização de ar desumidificado por adsorventes pode ser uma opção
interessante ao mecanismo de secagem, pois as condições fornecidas ao produto
desempenham um papel importante na cinética de secagem e o uso apropriado
dessas condições reduz significativamente o tempo para realização desse processo,
assegurando maior qualidade final do produto (MADHIYANON et al., 2007). O
adsorvato mais usado é a sílica-gel devido a sua alta capacidade de remoção do
vapor de água presente no ar, pois possui estrutura microporosa com grande área
superficial (SUN; BESANT, 2005).
Sendo assim, o objetivo deste trabalho visa avaliar a efetividade da sílica-gel
para desumidificar o fluxo de ar usado na secagem de sementes de aveia,
contribuindo consideravelmente na diminuição do tempo de exposição das sementes
a esse processo e as perdas por deterioração, possibilitando uma maior qualidade
da semente.
10

2 Revisão Bibliográfica

2.1 A aveia

A aveia (Avena spp.) pertencem à família Poaceae (antiga família das


gramíneas), subfamília Poaceae, tribo Aveneae e gênero Avena. Teve origem na
Ásia menor, onde foi inicialmente cultivada em regiões frias, mas com o passar dos
anos a planta foi condicionada pelo homem para demais climas e tipos de solos.
As principais espécies cultivadas são a aveia branca (Avena sativa) e a aveia
amarela (Avena byzantina), ambas apresentam folhas largas e colmos grossos,
enquanto a aveia preta (Avena strigosa) possui folhas estreitas e colmos finos
(BRASIL, 2012).
Sua constituição é rica em cálcio, ferro, proteínas, além de vitaminas e
carboidratos.
As beta - glicanas, uma das frações da fibra alimentar presente na aveia, são
de grande importância para a saúde humana e têm gerado grande interesse em
razão das respostas fisiológicas que produz (PACHECO; SGARBIERI, 2001).
Atualmente, a aveia é vista como elemento benéfico à alimentação saudável devido
ao alto poder nutritivo da sua fibra solúvel, que está relacionada à um bom
funcionamento intestinal, à redução dos níveis de colesterol total e LDL (colesterol
ruim) e sua manutenção de níveis adequados. Além disso, vem ocupando espaço na
alimentação animal, como pastagem de inverno, feno e silagem.
11

2.1.1 Produção de Aveia no Mundo

Pelos dados apresentados pelo United States Department of Agriculture


(USDA, 2020), a aveia apresenta-se em sétimo lugar na produção mundial de
cereais com 9,34 mil ha em área plantada, 22,44 mil toneladas produzidas na safra
de 2019/2020, e com rendimento de 2,40 Kg ha-¹ no mesmo período, representando
2% do total de grãos produzidos.
A partir da Tabela 1, é possível visualizar dados da cadeia produtiva da aveia
e o panorama de importações e exportações.
12

Tabela 1 - Área, produção, rendimento, consumo, exportação, importação e estoque final de aveia no mundo, 1960 a 2017.
Part.
Área Rendiment Consumo Consumo Parcela Parcela Estoque
Produção Consumo
Período Colhida o Animal Total Exportação Exportada Importações Importada Final
(mil ton.) Animal
(mil ha) (kg/ha) (mil t.) (mil ton.) (%) (%) (mil ton.)
(%)
1960/61 41704 55933 1.34 48435 86,6 5464 1193 2,1 1197 2,1 8472
1970/71 30572 51640 1.69 44348 85,9 51366 1830 3,5 1955 3,8 12845
1980/81 2497 41461 1.66 34770 83,9 42507 949 2,3 706 1,7 5229
1990/91 19908 39326 1.98 31159 79,2 38415 1568 4,0 1391 3,5 6147
2000/01 12663 25825 2.04 19037 73,7 25454 2353 9,1 2130 8,2 3902
2001/02 13143 26967 2.05 19984 74,1 26903 1990 7,4 2035 7,5 4011
2002/03 12369 25327 2.05 19257 76,0 28.99 2025 8,0 1977 7,8 3391
2003/04 12057 26050 2.16 19255 73,9 25877 2113 8,1 1864 7,2 3315
2004/05 11566 25279 2.19 18465 73,0 25042 1910 7,6 1902 7,5 3544
2005/06 11261 23402 2.08 17225 73,6 2375 1931 8,3 1.899 8,1 3164
2006/07 11645 22461 1.93 16373 72,9 22851 2127 9,5 2207 9,8 2854
2007/08 11868 25144 2.12 18057 71,8 24335 2840 11,3 2542 10,1 3365
2008/09 11199 25332 2.26 17686 69,8 23935 2299 9,1 2280 9,0 4751
2009/10 10081 22970 2.28 16966 73,9 23288 2082 9,1 1990 8,7 4401
2010/11 9.077 19340 2.13 14254 73,7 20502 1899 9,8 1825 9,4 3195
2011/12 9.512 21944 2.31 15197 69,3 21602 2.216 10,1 2064 9,4 3355
2012/13 9465 20769 2.19 15353 73,9 21.575 2068 10,0 2008 9,7 2489
2013/14 967 23206 2.40 16110 69,7 22.483 2344 10,1 2155 9,3 3023
2014/15 9525 22135 2.32 15830 71,5 22.253 2349 10,6 2400 10,8 2956
2015/16 9497 22063 2.32 15003 68,0 21733 2123 9,6 2017 9,1 318
2016/17 9590 24034 2.51 17121 71,2 23931 2395 10,0 2237 9,3 3125
Fonte: USDA (United States Department of Agriculture), (2019).
13

Segundo Mori, Fontaneli e Santos (2012), a produção e consumo da aveia


não é recente, pois uma das primeiras referências sobre consumo de aveia pela
humanidade situa-se nas tribos germânicas no século I. No entanto, na Irlanda e
Escócia, a aveia encontrou maior aceitação,sendo usada em uma variedade de
mingaus. Os autores afirmam que embora a aveia estivesse extensivamente
estabelecida na Europa ocidental no final do século XVII, para a produção de grãos
e de forragens, um novo sistema de agricultura pautado na aveia,como componente
de rotação de culturas e utilização na alimentação de cavalos, desenvolvido na
Europa do Norte, entre os anos 1000 e 1500, estabeleceu uma relação entre aveia e
nutrição animal, influenciando decisivamente sua expansão no período em que o
animal (cavalo) serviu como principal meio de tração. Conforme a Tabela 2, os
maiores consumidores são Europa, Estados Unidos e Rússia.

Tabela 2 – Países consumidores de aveia 2014 a 2017.


2014/ 2015 2015/ 2016 2016/ 2017
Países (%) (%) (%)
União Européia 34,8 33,0 34,3
Rússia 23,4 19,9 20,7
Estados
13,2 15,1 13,2
Unidos
Canadá 5,3 5,8 7,0
Austrália 4,5 5,7 4,1
Bielorússia 2,3 2,2 1,8
Ucrânia 2,7 2,2 2,2
China 1,9 2,3 2,6
Chile 2,7 2,6 2,6
Brasil 1,6 3,4 2,9
Total 100,0 100,0 100,0
Fonte: Adaptado de USDA, 2019.

Esse fato histórico é importante porque, mesmo que a aveia seja considerada
um cereal de múltiplos propósitos e, simultaneamente, corresponda bem a muitas
finalidades que for empregada, a aplicação na alimentação humana ainda é restrita
e ocorre, basicamente, na forma de alimentos infantis e produtos matinais. Com isso,
sua utilização na alimentação animal é predominante no mundo e no Brasil, sendo
usado como consumo animal de grãos ou para formação de pastagens de inverno
para pastejo e/ou elaboração de feno e de silagem, além de cobertura de solo e
14

adubação verde, com o objetivo da implantação das culturas de verão em sucessão


(MORI; FONTANELI; SANTOS, 2012).
A Tabela 3 demonstra os maiores exportadores e o quanto representa em
porcentagem a quantidade exportada de cada país.
Tabela 3 – Países exportadores de aveia 2014 a 2017.
2014/ 2015 2015/ 2016 2016/ 2017
Países
(%) (%) (%)
Canadá 71,7 72,4 68,8
Austrália 11,2 9,8 13,8
União Européia 9,6 9,6 9,2
Chile 3,5 3,3 3,4
Estados Unidos 1,2 1,5 1,4
Outros 2,9 3,4 3,4
Total 100,0 100,0 100,0
Fonte: Adaptado de USDA, 2019.

Na tabela 4 estão descritos os maiores produtores de aveia do mundo,


destacando o Brasil como sexto maior produtor do mundo sendo que anteriormente
a 2016 estava varias posições abaixo no ranking.

Tabela 4 - Principais produtores de aveia de 2016/ 2021


Produção (mil ton.)
Países
2016/ 2017 2017/ 2018 2018/ 2019 2019/2020 2020/ 2021
União 8044 8058 7792 7811 8077
Européia
Rússia 4750 5448 4715 4420 4000
Canadá 3231 3733 3436 4157 4400
Austrália 2266 1227 1135 860 1600
Estados 980 720 815 771 942
Unidos
Brasil 828 634 795 879 910
Total 24390 23655 22243 22439 23541
*Outros países não demonstrados nesta tabela fazem parte do somatório total.
Fonte: COELHO, 2020.
15

Existe diversos procedimentos de processamento da aveia de forma que seja


empregada em varias formas na alimentação humana, na tabela 4 é exemplificado
algumas delas.
Tabela 5 - Formas de processamento e principais usos da aveia na alimentação humana.
Forma de processamento Principais usos
Produção de granola, cereais em barra e
Flocos grandes fabricação de pâes

Produção de mingaus e sopas,


Flocos médios e flocos finos
acompanhando iogurtes e frutas
(instantãneos)
Mingaus, pães e bolachas, acompanhando
iogurte e frutas, principalmente para
indivíduos com hipercolesterolemia por ser
Farelo
principal fonte de fibra solúvel (beta-
glicanas)

Farinha Panificação, confeitaria e mingaus.


Fonte: FERREIRA; DE OLIVEIRA; ZIEGLER, 2020.

2.1.2 Produção de aveia no Brasil

Após problemas enfrentados no plantio da cultura da aveia na década de 80


no Sul do país, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a
Universidade de Passo Fundo (UPF) desenvolveram pesquisas de melhoramento
genético dessa cultura por meio de introdução de linhagens e populações
segregantes provenientes de Wisconsin, nos Estados Unidos (BARBOSA NETO et
al., 2000).
Após 1980, o cultivo de aveia apresentou aumento na área colhida no Brasil.
A produção brasileira de aveia-grão está concentrada nos estados do sul do país,
com registro de cultivo no Mato Grosso do Sul, a partir da safra 2009/2010. Até
meados da década de 1990, o Rio Grande do Sul era o maior produtor
(aproximadamente 65,0% da produção total do país). Ao longo da recente trajetória
da aveia no Brasil, Rio Grande do sul e Paraná alternam entre si o primeiro e o
segundo lugar como maiores produtores.
Segundo Ferreira; Villanova e Ziegler (2020), a produção de aveia branca
corresponde a aproximadamente 398 mil toneladas/ano, baseado em dados da
CONAB (2019).
16

Os gaúchos no período de 2007-2011, representaram cerca de 62,7% da área


colhida (61,6% da produção), com o estado do Paraná totalizando 34,4% da área de
cultivo (36,9% da produção). A produção de aveia está concentrada principalmente
no Sul do pais, conforme os dados descritos na Tabela 6.

Tabela 6 – Relação dos dez municípios que apresentaram maior área colhida (ha), produção (t) e
rendimento (kg/ha), safra 2010.
Área colhida Produção Rendimento

Município ha Município t Município kg/ha


1 Jóia - RS 8000 Castro - PR 26823 Ipiranga - PR 3618
Dezesseis de Novembro -
2 Castro - PR 7500 Tibagi - PR 19338 3600
RS
3 Tibagi - PR 5500 Jóia _RS 14400 São José do Ouro - RS 3600
4 Boa Vista do Cadeado - RS 5000 Muitos Capões - RS 12000 São Luis Gonzaga RS 3600
5 Muitos Capóes - RS 5000 Palmeira das Missões - RS 12000 Castro - PR 3576
6 Palmeira das Missões - RS 5000 Maráu - RS 10800 Ortigueira - PR 3550
7 Marilândia do Sul - PR 4080 Carambei - PR 10500 Tibagi - PR 3516
8 Ponta Porá - MS 4000 Boa Vista do Cadeado - RS 10854 Carambei - PR 3500
9 Ijúi - RS 4000 Ijuí - RS 10000 Imbaú - PR 3500
10 Maráu - RS 4000 Marilândia do Sul - PR 10000 Palmeira - PR 3500
Fonte: DE MORI; FONTANELI; SANTOS, 2012.

Na tabela 7 podemos observar dados de colheita dos três maiores produtores


de 1976 a 2012, onde é bem caracterizada a disputa entre RS e PR como maior
produtor do Brasil.
17

Tabela 7 – Área colhida (mil ha), quantidade produzida (mil t) e rendimento (kg/ha) de aveia por
estado, períodos 1976/79, 1980/89, 1990/99 e 2000/12
Área (mil há) Produção (mil ton.) Rendimento (kg.ha-1)

Safra PR SC RS PR SC RS PR SC RS

1976/79 5,4 10,9 42,1 9,6 8,4 38,2 1820 760 902
1980/89 22,6 28,6 76,1 31,2 24,8 77,5 1377 848 1001
1990/99 93,9 12,8 116,0 110,9 13,7 150,0 1270 1064 1311
2000/01 178,3 14,3 55,9 223,9 12,1 94,7 1256 845 1694
2001/02 183,0 18,5 55,0 183,0 16,4 85,3 1000 887 1550
2002/03 204,0 20,2 43,0 289,7 19,6 80,8 1420 970 1880
2003/04 230,0 20,2 49,0 299,0 19,6 92,4 1300 970 1885
2004/05 257,6 19,8 48,8 316,8 19,4 97,1 1230 980 1990
2005/06 285,9 19,4 51,5 394,5 19,0 103,0 1380 980 2000
2006/07 237,3 18,2 65,9 265,8 16,6 95,6 1120 910 1450
2007/08 40,1 - 66,0 95,0 - 126,8 2368 - 1920
2008/09 42,4 - 68,8 91,2 - 141,0 2150 - 2049
2009/10 45,4 - 77,0 85,0 - 154,5 1872 - 2006
2010/11 47,6 - 97,9 143,8 - 225,2 3020 - 2300
2011/12 48,1 - 97,9 112,7 - 233,3 2343 - 2383
Fonte: Adaptado de DE MORI; FONTANELI; SANTOS, 2012.

Na tabela 8 é possível perceber a evolução da cultura da aveia no Brasil ao


longo dos anos.

Tabela 8 - Evolução da área (mil ha), rendimento (kg/ha) e produção (mil t), de aveia no Brasil,
período de 1976 a 2011.
Safra Área (mil ha) Produção (mil ton.) Rendimento (kg.ha-1)
1976/79 58,4 56,1 957,7
1980/89 127,3 133,5 1034,7
1990/99 222,7 274,6 1022,4
2000/01 248,5 330,7 1330,8
2001/02 256,5 284,7 1110,0
2002/03 267,2 390,1 1460,0
2003/04 299,2 411,0 1374,0
2004/05 326,2 433,3 1328,0
2005/06 356,8 546,5 1448,0
2006/07 321,4 378,0 1176,0
2007/08 106,1 221,8 2090,0
2008/09 111,2 232,2 2088,0
2009/10 126,4 244,1 1931,0
2010/11 153,8 379,0 2464,0
2011/12 153,0 353,5 2310,0
Fonte: Adaptado de DE MORI; FONTANELI; SANTOS, 2012.

2.2 Secagem e armazenamento de sementes


18

A secagem é um processo de transferência simultânea de calor e massa, no


qual o calor é fornecido pelo ar de secagem e a água é removida do produto sob
forma de vapor. A finalidade é reduzir o grau de umidade inicial da semente após a
colheita, de modo a preservar os atributos físicos, fisiológicos e sanitários no
processamento e armazenamento (BROOKER et al., 1992; VILLELA, 1991).
Segundo Peske et. al. (2019), na própria planta a semente sofre o processo
de secagem natural cronologicamente, subentendido entre a maturidade fisiológica e
o momento de colheita.
As sementes colhidas no campo geralmente não apresentam um teor de água
para o armazenamento seguro, sendo que o elevado grau de umidade, no período
entre a colheita e a secagem,acelera a deterioração do produto devido à alta
atividade metabólica da semente.
De acordo com Luz et al. (2015):

Existem vários fatores que propiciam a deterioração dos grãos e sementes,


físicos e biológicos. Os principais são: teor de água nos grãos e sementes; a
temperatura; umidade relativa do ar; micro-organismos (fungos, bactérias e
ácaros); danos mecânicos (LUZ et al., 2015, p. 15).

Para a produção de sementes, é de extrema importância que o processo de


secagem e armazenamento não cause danos, mantendo sua qualidade fisiológica,
sem ocasionar perdas de valor econômico ao produto.

2.2.1 Métodos de Secagem

Os métodos de secagem são classificados quanto ao uso de equipamentos


(natural ou artificial), à periodicidade no fornecimento de calor (contínuo ou
intermitente) e à movimentação da massa de sementes (estacionário ou fluxo
contínuo) (CARVALHO, 1994).
19

Figura 1– Métodos de Secagem


Fonte: Adaptado de PORTELLA; EICHELBERGER, 2001.

A secagem natural é baseada nas ações do vento e do sol para a remoção da


umidade das sementes. Tal processo é limitado pelo clima, quando as condições de
umidade relativa do ar e temperatura não permitem, ou quando se trata de maiores
volumes de sementes. Apesar de apresentar baixo custo, é um método lento, e as
sementes não devem ser expostas em camadas superiores a 4-6cm, com
revolvimento periódico (MAIA, 1995). Apresenta desvantagens que decorrem do
intensivo uso de mão-de-obra, uma vez que as operações geram baixo rendimento e
o processo é totalmente dependente das condições climáticas disponíveis
(CARVALHO, 1994).
Na secagem artificial, a fonte de calor pode ser variável. O que caracteriza um
método como artificial é o fato de o processo ser executado com o auxílio de
alternativas mecânicas, elétricas ou eletrônicas e o ar, que atravessa a massa de
sementes, sendo forçado (CAVARIANI, 1996). Tem como vantagens, permitir o
controle da temperatura, do fluxo do ar de secagem e do tempo de exposição das
sementes ao ar aquecido, fatores fundamentais para garantir a eficiência do
processo.
Segundo Portella e Eichelberger (2001), no RS usam-se basicamente 3 tipos
de secadores no processo de secagem de grãos e sementes:

- Secadores estacionários ou de leito fixo: utilizam fluxo de ar cruzado,


permanecendo a massa de grãos ou sementes estática, mais usado em
sementes devido a não ter dano térmico.
20

Figura 2 – Secador estacionário de leito fixo


Fonte: FRAMA, 2018.

Figura 3 - Secador estacionário de fundo falso perfurado


Fonte: Adaptado de PORTELLA; EICHELBERGER, 2001.

- Secadores intermitentes: utilizam fluxo de ar cruzado com a massa de grãos


ou semente em movimento.
21

Figura 4 - Secador intermitente


Fonte: FÁBRICA DO PROJETO, 2018.

- Secadores contínuos: utilizam fluxo de ar misto, geralmente fluxo


contracorrente e concorrente, mais utilizados na indústria devido a maior
capacidade de secagem.

Figura 5 - Secador de fluxo contínuo.


Fonte: SMA METALÚRGICA LTDA, 2020.
22

Figura 6 – Fluxograma de recebimento e secagem convencional de grãos


Fonte: BRAGATTO; BARRELLA, 2001.

2.2.2 Armazenamento e Secagem de Grãos em Pequenas Propriedades

Nos últimos anos, o debate sobre o armazenamento de grãos em países


tropicais e em pequenas propriedades vem se intensificando. Os tipos de
armazenamento mais adequado a cada cultura, as tecnologias existentes, relações
de custo-benefício, disponibilidade de informações sobre a região e aceitação dos
produtores, são alguns pontos importantes nessa discussão (LOPES, 2004).
Grande parte dos produtores brasileiros usa a secagem com ar aquecido por
meio da queima de biomassa. Os produtores de arroz utilizam a própria casca do
processo para esse fim, outros fazem uso de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), e
uma parcela cada vez maior tem empregado ar natural sem aquecimento, sendo que
cada forma de secagem tem suas vantagens e desvantagens (DIONELLO, 2012).
A secagem com ar natural permite obter um produto com ótimas
características, constituindo um método economicamente barato (DIONELLO, 2012).
Segundo o autor, depois de instalado, o consumo é apenas de energia elétrica,
sendo considerado um método eficiente, apresentando alta aplicabilidade nas
fazendas devido ao menor investimento inicial, quando comparado aos sistemas que
utilizam altas temperaturas ou até mesmo em relação às estruturas metálicas.
23

O autor menciona ainda, que o custo de construção de um silo de concreto


armado pode apresentar uma redução de até 60% em relação a uma estrutura
metálica.

Figura 7 – Silo aero secador de alvenaria


Fonte: EPAGRI, 2019.

Figura 8 - Silo aero secador de chapa metálica


Fonte: VJ MAQUINAS E IMPLEMENTOS AGROPECUARIOS, 2023.
24

2.3 Fenômeno da Adsorção

A adsorção é um fenômeno de superfície onde um soluto é removido de uma


fase fluída e acumulado na superfície de uma fase sólida. O nome dado ao material
adsorvido é adsorvato, e o soluto é depositado sobre o material é denominado
adsorvente (RUTHVEN, 1984).
Segundo BRUNCH (1997), existem basicamente dois tipos de adsorção: a
adsorção física ou fisiosorção e a adsorção química ou quimiosorção. No entanto,
em certas ocasiões, os dois tipos podem ocorrer simultaneamente.
As diferenças entre fisiossorção e quimiossorção estão descritas na tabela 9.

Tabela 9 – Comparação entre o processo de quimiosorção e fisiosorção.


Fisiosorção Quimiosorção

Forcas de Van der Waals Forças comparáveis a ligações químicas

Calor de adsorção inferior a 20KJ/mol Calor de adsorção superior a 20 KJ/mol

A espécie adsorvida sofre uma


A espécie adsorvida conserva sua
transformação e origina-se uma espécie
natureza
diferente

A quantidade Adsorvida depende mais A quantidade adsorvida depende tanto do


do adsorvato do que o adsorvente adsorvato como do adsorvente

Especificidade baixa Especificidade elevada

Adsorção apreciável somente abaixo do Adsorção pode acontecer em temperaturas


ponto de ebulição do adsorvato elevadas
Energia de ativação baixa Energia de ativação elevada
Adsorção pode acontecer em
Adsorção somente em monocamadas
multicamadas
Fonte: ISRAELACHVILI, 1991; MASEL, 1996; BRUCH, 1997; DO, 1998.
25

2.3.1 Aplicações da Adsorção Física

São inúmeras aplicações envolvendo adsorção física. As mais comuns


envolvem separação de misturas, purificação de gases e líquidos e desumidificação
do ar.
O carvão ativado é um exemplo de substância adsorvente mais conhecido.
Em sua estrutura existem numerosos poros que intensificam a retenção de
substâncias e aumentam sua capacidade de adsorção, desta forma, o carvão
ativado é usado para remoção de substâncias orgânicas, óleos, cores e odores.
Pode ser utilizado também para o tratamento de água e fabricação de cosméticos e
remédios. Tendo em vista que, o assunto de desumidificação química do ar está em
processo inicial de exploração do seu potencial, encontra-se pouquíssimos textos
científicos que dissertem sobre o assunto.

2.3.2 Sílica-gel

Segundo Ruthven (1984), a sílica-gel é obtida por desidratação parcial de


polímeros do ácido salicílico, onde este polímero se aglomera sob a forma de
micropartícula aproximadamente esférica, de dimensão razoavelmente uniforme,
compreendida entre 2 a 20 mm.
A microporosidade obtida é essencialmente dependente das dimensões
originais das micropartículas. A forma esférica garante uma alta densidade aparente
e facilita a passagem do gás, sem a formação de volumes mortos. Sua forma sem
arestas e a superfície dura e lisa tornam-na resistente à abrasão. A forma esférica
também reduz a perda de carga em leitos, e se mantém na linearidade com o uso,
mesmo quando sujeito a sucessivas regenerações (SCHWANKE, 2003).
26

A sílica gel é uma alternativa para a secagem rápida de sementes, em bancos


de germoplasma. Ela retira a umidade por meio da adsorção física da água, que tem
suas moléculas retidas à superfície dos poros do dessecante (José et al., 2009).
Normalmente, a sílica gel tem capacidade de adsorção de água em no máximo, 30%
de seu próprio peso, mas pode ter sua capacidade de adsorção regenerada (José
et al., 2011)

3 Material e Métodos

Foi utilizado 15 gramas de sementes, em cada unidade experimental, com


duas umidades distintas (15 e 17%) e 3 proporções de sílica (6, 12 e18g), mais a
testemunha, totalizando 8 tratamentos em duplicata, resultando em 32 gerbox para
cada umidade. A proporção de sílica por semente foi de: 0,4; 0,8 e 1,2 g.g-1.
A semente e a sílica-gel foram acondicionadas em caixas gerbox, adaptadas
com uma tela de alumínio, em temperatura ambiente. Realizou-se coletas de
amostras a cada 6h, até completar 24h, totalizando 4 coletas. (Figura 9). A sílica-gel
utilizada (Figura 10) é da empresa NEON e fabricada no dia 07 de julho de 2020,
com esfera de 4 a 8 mm e cor azul.
27

Figura 9 – Gerbox com sementes de aveia e sílica


Fonte: Autor, 2022.

Figura 10 - Silica gel utilizada


Fonte: Autor, 2022
28

Inicialmente foi amostrado 480 gramas da semente, utilizando balança


eletrônica (Figura 11). Para calcular a umidade da amostra, foi utilizado a
metodologia da Regras de Análise de Sementes - RAS (BRASIL, 2009), pesado 3
gramas de aveia em triplicata em balança de precisão (Figura 12), levando para a
estufa à 105°C por 24 horas, conforme Figuras 13 e 14.

Figura 11 - Massa de sementes a ser utilizada no experimento


Fonte: Autor, 2023
29

Figura 12 – Pesagem das amostras na balança de precisão


Fonte: Autor, 2023

Figura 13 – Amostras no dissecador para envio à estufa


Fonte: Autor, 2023
30

Figura 14 – Estufa utilizada para secagem e determinação da umidade das


sementes
Fonte: Autor, 2023.

Para determinação da umidade, foi aplicada a equação 1, de acordo com a


RAS (BRASIL, 2009):
𝑃. 𝐼 − 𝑃. 𝐹 (1)
𝑈𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑔𝑟ã𝑜 = × 100
𝑃. 𝐹 − 𝑡𝑎𝑟𝑎

Onde:
P.I = Peso Inicial;
P.F = Peso Final;
Tara = Peso do Recipiente.

A partir das Figuras 15, 16 e 17, é detalhado a montagem do experimento,


com pesagem da sílica-gel e das sementes colocadas em cada gerbox. Para
controle do experimento, as caixas foram numeradas em ordem crescente de 1 a 32.
Após a pesagem de cada amostra durante as leituras, a mesma foi descartada, para
não haver influência no estudo.
31

Figura 15 – Pesagem da sílica


Fonte: Autor, 2023.

Figura 16 – Pesagem das sementes


Fonte: Autor, 2023.
32

Figura 17 - Caixa gerbox aberta pós o experimento


Fonte: Autor, 2023

3.1 Umidade da massa de sementes com 17%

Para a condução do trabalho com as sementes de 17% de umidade, foi


necessário realizar o umedecimento destas. Assim, essa etapa do estudo foi
preparada 30 dias após a realização a primeira parte da metodologia, considerando
que as sementes continuavam com 15% de umidade, a partir de uma nova
avaliação.
Foi calculado a quantidade de água a ser adicionada na massa de sementes
(480g) pela equação 2:
m.sementes∗(Uf−U.i) (2)
Massa de agua =
100−U.f
Onde:
U.i = umidade inicial (15%)
U.f= umidade final (17%)
m. sementes = massa de sementes (480g)
33

Para incorporar a umidade na aveia, foi usado uma bandeja plástica com uma
folha de papel germtest dobrado ao meio, colocada no fundo da bandeja (Figura
18).As sementes foram dispostas sobre o papel, de forma que todas estivessem em
contato com o mesmo, subdivido as sementes em 10 amostras, para uma
umidificação uniforme, conforme Figura 19.

Figura 18 - Recipiente plástico e papel germtest dobrado ao meio


Fonte: Autor , 2023

Figura 19 - Grão disposto no papel germtest para incorporar umidade.


Fonte: Autor, 2023.

3.2 Taxa de secagem (velocidade de secagem)

A taxa de secagem foi calculada pela seguinte fórmula:


𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 (𝑔)
𝑇. 𝑆 = (3)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜(ℎ)
34

4 Resultado e discussões

A partir da aplicação da equação 1, os dados de determinação de umidade


estão descritos na Tabela 10.
Tabela 10 – Dados da determinação de umidade.

Amostra P.i (g) P.f (g) Tara da cápsula (g) Umidade (%) M. umidade (%)
1 25,1084 24,6995 22,0876 15,65
2 25,0752 24,6674 22,0660 15,80 15,77
3 24,8378 24,4239 22,4239 15,86
P.i = peso inicial;
P.f = peso final;
M. umidade = média da umidade das amostras
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.

Conforme descrito no material e métodos, foi montado o experimento e os


dados aferidos estão apresentados na tabela 11
Tabela 11 - Resultados obtidos após experimento realizado com a semente referente a umidade de
15%.
Leitura (h) Nº Gerbox Silica-gel(g) P.I (g) P.F (g) P.I - P.F (g) Média (g)
1 0 15,0650 15,0164 0,0486
0,0603
2 0 15,0750 15,0030 0,0720
9 6 15,2137 14,7118 0,5019
0,4842
10 6 15,0620 14,5955 0,4665
18:00 17 12 15,1277 14,5803 0,5474
0,5614
18 12 15,0194 14,4939 0,5755
25 18 15,0072 14,4229 0,5843
0,5973
26 18 15,1378 14,5274 0,6104
3 0 15,0837 14,8867 0,1970
0,1166
4 0 15,1461 15,1098 0,0363
11 6 15,0360 14,5285 0,5075
0,4963
12 6 15,1414 14,6563 0,4851
00:00 19 12 15,0439 14,5178 0,5261
0,5842
20 12 15,1450 14,5026 0,6424
27 18 15,1265 14,4149 0,7116
0,7178
28 18 15,1044 14,3804 0,7240
5 0 15,0642 15,1359 0,0717
0,0667
6 0 15,0279 14,9661 0,0618
13 6 15,0782 14,5307 0,5475
0,5311
14 6 15,1287 14,6139 0,5148
6:00 21 12 15,0568 14,3912 0,6656
0,6907
22 12 15,0661 14,3503 0,7158
29 18 15,1630 14,4176 0,7454
0,7616
30 18 15,0953 14,3174 0,7779
7 0 15,1303 15,1167 0,0136
0,0381
8 0 15,0583 14,9956 0,0627
15 6 15,1927 14,7125 0,4752
0,4581
16 6 15,0305 15,5894 0,4411
12:00
23 12 15,0231 14,3284 0,6947
0,7200
24 12 15,0486 14,3032 0,7454
31 18 15,1432 14,2923 0,8509
0,8012
32 18 15,0964 14,3449 0,7515
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
35

Observando a Tabela 9, é possível identificar que houve perda de água da


semente pela absorção da sílica ao longo do tempo devido a capacidade
higroscópica que a semente possui que nada mais é do que perder ou receber água
do ambiente segundo Weber (2001)

4.1 Amostra com 17% de umidade

Como descrito no tópico de material e métodos, foi preciso elevar a umidade


da semente de 15 para 17%, usando a equação 2 para calcular a quantidade de
água a ser incorporada a amostra obtivemos o seguinte resultado
480 × (17 − 15)
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑢𝑎 =
100 − 17
𝑴𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒆 𝒂𝒈𝒖𝒂 = 𝟏𝟏, 𝟓𝟔𝟔 𝒈𝒓𝒂𝒎𝒂𝒔
O peso de água adicionado teve que ser ajustado, para considerar a
absorção do papel.
Aplicando a equação 1 obtivemos os seguintes dados descritos na tabela 11.

Tabela 12 – Dados da determinação da umidade


Amostra P.i (g) P.f (g) Tara da cápsula (g) Umidade (%) M. umidade (%)
1 29,2841 28,8430 26,2667 17,08
2 30,7533 30,3077 27,6712 16,90 16,86
3 30,1566 29,7288 27,1535 16,61
P.i = peso inicial;
P.f = peso final;
M. umidade = média da umidade das amostras
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.
36

Tabela 13 - Resultados obtidos após experimento realizado com a semente referente a umidade de
17%
Leitura (h) Nº Gerbox Silica-gel(g) P.I (g) P.F (g) P.I - P.F (g) Média (g)
1 0 15,0479 15,0079 0,0400
0,0235
2 0 15,0702 15,0332 0,0070
9 6 15,0105 14,3547 0,6558
0,6734
10 6 15,0845 14,3934 0,6911
18:00 17 12 15,0669 14,2661 0,8008
0,8158
18 12 15,0214 14,1906 0,8388
25 18 15,0221 14,1366 0,8855
0,8922
26 18 15,0005 14,1015 0,8990
3 0 15,0393 14,9903 0,0490
0,0336
4 0 15,0142 14,9960 0,0182
11 6 15,0662 14,2882 0,7780
0,7953
12 6 15,0854 14,2727 0,8127
00:00 19 12 15,0531 14,0430 1,0101
0,9832
20 12 15,0100 14,0537 0,9563
27 18 15,0342 13,9128 1,1214
1,2153
28 18 15,0253 13,7161 1,3092
5 0 15,0288 15,0090 0,0288
0,0342
6 0 15,0744 15,0347 0,0397
13 6 15,0382 14,2653 0,7729
0,7893
14 6 15,0517 14,2460 0,8057
6:00 21 12 15,0242 14,1813 0,8429
0,9300
22 12 15,0117 13,9946 1,0171
29 18 15,0731 13,9468 1,1263
1,1454
30 18 15,0588 13,8943 1,1645
7 0 15,0113 14,9610 0,0503
0,0570
8 0 15,0821 15,0183 0,0638
15 6 15,0390 14,1813 0,8577
0,8339
16 6 15,0114 14,2012 0,8102
12:00
23 12 15,0022 13,9881 1,0141
1,0270
24 12 15,0495 14,0096 1,0399
31 18 15,0919 13,8848 1,2071
1,2016
32 18 15,0035 13,8074 1,1961
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023
Observando a Tabela 13, é possível identificar que houve perda de água da
semente pela absorção da sílica ao longo do tempo, visto que inicialmente a perda
de água da amostra com a umidade inicial de 17% foi maior em relação a amostra
com umidade inicial de 15%, com o decréscimo do teor de água nas sementes, a
água liga-se mais fortemente às superfícies coloidais das macromoléculas, o que
torna mais difícil a secagem (Marcos Filho, 2005).
O sentido e a intensidade do fluxo de vapor de água, entre o produto e o ar,
são estabelecidos de acordo com a diferença dos valores de umidade relativa entre
o ar do microclima sobre as sementes, e do ar de secagem que circunvizinha a
semente. O sentido do fluxo de vapor ocorre do ponto com maior umidade relativa
para o de menor. Portanto, para que ocorra a secagem do produto é necessário que
a umidade relativa do ar de secagem seja menor que a umidade da semente
37

(SCHMIDT et al., 2018), esse parâmetro foi atendido no experimento conforme


transcrito nas tabelas 11 e 13.

4.2 Comparando resultados

Figura 20 - Perda de água X tempo de secagem, na amostra com 15% de umidade inicial
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023

Figura 21 - Perda de água x tempo de secagem, na amostra com 17% de umidade inicial
38

Fonte: Elaborado pelo autor, 2023

Figura 22 - Peso da semente x Tempo de secagem, na amostra com 15% de umidade inicial

Elaborado pelo autor, 2023.

Figura 23 - Peso da semente x Tempo de secagem na amostra com 17 de umidade inicial


Fonte: Elaborado pelo autor, 2023.

As figuras 20, 21, 22 e 23 indicam a perda de água e a variação de peso da


semente ao longo do experimento. Observa-se que nas primeiras seis horas do
experimento o peso da amostra diminui mais rápido em relação aos demais tempos
de secagem, tal comportamento já era esperado, devido a absorção da água da
periferia da semente pela sílica.
39

Conforme a equação 3 as taxas de secagem foram calculadas e


apresentadas nas tabelas 14 e 15.
Tabela 14 - Taxa de secagem das sementes com 15% de umidade inicial
Quantidade de sílica
(g)
Tempo (h) Perda de água (g) Taxa de secagem (g/h)
0 0,0603 0,01005
6 0,4842 0,0807
6
12 0,5614 0,09356
18 0,5973 0,09555
0 0,1166 0,00971
6 0,4963 0,04136
12
12 0,5842 0,04868
18 0,7178 0,05981
0 0,0667 0,00370
6 0,5311 0,02950
18
12 0,6907 0,03837
18 0,7616 0,04231
0 0,0381 0,00158
6 0,4581 0,01908
24
12 0,7200 0,03000
18 0,8012 0,03338
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023

Tabela 15 - Taxa de secagem das sementes com 17% de umidade inicial


Quantidade de sílica
Tempo (h) Perda de água (g) Taxa de secagem (g/h)
(g)
0 0,0235 0,00392
6 0,6734 0,11223
6
12 0,8158 0,13596
18 0,8922 0,14870
0 0,0336 0,00280
6 0,7953 0,06627
12
12 0,9832 0,08193
18 1,2153 0,10127
0 0,0342 0,00190
6 0,7893 0,04385
18
12 0,9300 0,05166
18 1,1454 0,06363
0 0,0570 0,00237
6 0,8339 0,03474
24
12 1,0270 0,04279
18 1,2016 0,05006
Fonte: Elaborado pelo autor, 2023

Ponderando sobre as taxas de secagem mostradas nas tabelas 14 e 15,


podemos notar que a taxa de secagem é maior na massa com umidade inicial de
17%, e em ambos os casos a taxa vai caindo ao longo do tempo, até toda água livre
seja removida, tendendo a estabilizar-se.
40

Conferindo as taxas (velocidades de secagem) percebe-se que nas primeiras


6h de secagem é onde se obteve os valores mais significativos.

5 Conclusão

Os dados obtidos apontaram a sílica como um desumidificador do ar de


secagem efetivo, obtendo resultados positivos no experimento de secagem. O uso
da sílica aumentou o potencial secante do ar, tornando-se uma alternativa viável a
ser empregada na secagem de sementes
Espera-se que esse trabalho seja apenas o inicio de um abrangente tópico
que vem se mostrando apto a ser introduzido aos métodos de secagem,
principalmente de sementes, onde o aquecimento do ar pode gerar danos térmicos
se for mal projetado.
41

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