Você está na página 1de 23

A opção correta, no momento certo!

ESCOLA PROFISSIONAL
MONSENHOR JOÃO MAURÍCIO DE AMARAL FERREIRA
Curso de Técnico de Produção Agropecuária – 2.ºano

A Cultura do Milho
UFCD 7586- Culturas Arvenses para Consumo Humano e Industrial

Formador – Luís Vieira


Formanda- Maria Lima nº1389
Data – 27 de junho de 2022

Índice

Rua 1.º Barão das Laranjeiras, N. 12 9650-418 Povoação E-Mail epp@eppovoacao.pt Telefone 296 550 020 Fax 296 550 025 www.eppovoacao.pt
A opção correta, no momento certo!

UFCD 7586- Culturas Arvenses para Consumo Humano e Industrial....................................................................0


Índice........................................................................................................................................................................ 1
Introdução................................................................................................................................................................3
Desenvolvimento......................................................................................................................................................4
2.1- O Milho..........................................................................................................................................................4
2.1.1- Caraterísticas morfológicas do milho......................................................................................................5
2.2- Preparação do Solo / Mobilização do Solo....................................................................................................6
2.2.1 – Preparação da Cama da Sementeira.....................................................................................................7
2.3- Fertilização....................................................................................................................................................8
2.3.1- Macronutrientes principais........................................................................................................................9
2.3.1.1 – Azoto..................................................................................................................................................9
2.3.1.2 - Fósforo..............................................................................................................................................10
2.3.1.3 – Potássio............................................................................................................................................11
2.4- Sementeira e Localização da Cultura...........................................................................................................12
2.5- Regas e Necessidades Hidrícas....................................................................................................................15
2.6- Colheita da Cultura......................................................................................................................................16
2.7- Conservação / Silagem de Milho.................................................................................................................17
2.8 – Proteção Fitossanitária..............................................................................................................................18
Conclusão...............................................................................................................................................................20
Netgrafia.................................................................................................................................................................21

Índice de ilustrações

1
A opção correta, no momento certo!

Figura 1- Campo de Milho........................................................................................................................................4


Figura 2- Espiga de Milho.........................................................................................................................................5
Figura 3- Morfologia da planta do milho..................................................................................................................6
Figura 4- Mobilização de Solo...................................................................................................................................7
Figura 5- Preparação do Solo....................................................................................................................................7
Figura 6- Esquema de Fertilização na Preparação da Cama de Sementeira.............................................................8
Figura 7- Estimativa de uma Adubação de Fundo....................................................................................................9
Figura 8-Fertilizante utilizado durante o momento da sementeira........................................................................11
Figura 9- Fertilização na sementeira.......................................................................................................................12
Figura 10- Sementeira de Milho.............................................................................................................................13
Figura 11- Novo conceito de sementeira- Twin Rows.............................................................................................14
Figura 12- Sementes Milho.....................................................................................................................................15
Figura 13- Sementeira Direta..................................................................................................................................15
Figura 14-Necessidades de água por região...........................................................................................................16
Figura 15- Colheita do Milho..................................................................................................................................17
Figura 16- Silagem de Alta qualidade.....................................................................................................................18
Figura 17-Fatores Importantes na Silagem de Milho..............................................................................................18
Figura 18- Proteção Fitossanitária..........................................................................................................................19
Figura 19-Método mais simples para calcular a produtividade..............................................................................20
Figura 20- Método baseado na regra do cálculo Corn Yield Calculator..................................................................20
Figura 21- Método de Emater.................................................................................................................................20
Figura 22- Preparação do terreno...........................................................................................................................21

2
A opção correta, no momento certo!

Introduçã o

No nosso contexto agrícola, o milho é a cultura arvense mais importante, é ainda de forma destacada a
cultura envolvida em mais explorações agrícola, com uma estimativa de mais de 75.000 unidades de
produção abrangendo cerca de 150.000 hectares de área cultivada de Norte a Sul. Não há dúvida de que
é atualmente a cultura arvense mais "nacional".
Quer se trate da produção de silagem ou da produção de grão, a cultura do milho é um dos casos que
demonstra o potencial produtivo da agricultura em Portugal, dando um importante contributo para o
dinamismo da economia nacional .

Nos Açores, esta cultura arvense destaca-se também como a cultura mais envolvida na produção
agrícola, com uma área arável estimada em 4.580,8 hectares .
A cultura do milho aparece na região açoriana diretamente ligada às explorações leiteiras, onde utilizam
as parcelas de terra com melhor aptidão para o seu cultivo. Esta cultura encontra-se perfeitamente
adaptada às condições climáticas dos Açores, desenvolvendo o seu ciclo ao longo dos meses de março a
agosto .

O conhecimento das características desta cultura permite ao agricultor aplicar as melhores soluções e
atuar no momento ideal, principalmente nas seguintes áreas: escolha da melhor variedade; o momento da
adubação; alcance de ataque às infestantes ; épocas de colheita e operações e as datas de execução dos
vários trabalhos culturais

Figura 1- Campo de Milho

3
A opção correta, no momento certo!

Desenvolvimento

2.1- O Milho

O milho (Zea mays L.) é uma espécie que pertence à família Gramineae/Poaceae, que há mais de 8000
anos e que é cultivada em muitas partes do Mundo (Portugal , Estados Unidos da América, República
Popular da China, Índia, Brasil, França, Indonésia, África do Sul, etc.). Os seus vários genótipos
representam a sua grande capacidade de adaptação o que permite o cultivo desde o Equador até ás
terras temperadas , de zonas baixas a zonas com altitudes superiores a 3600 metros, assim, esta
cultura adapta-se bastante bem em climas tropicais, sub-tropicais e temperados.Esta planta tem como
principal objetivo a alimentação humana e animal, devido ao seu elevado teor nutricional , contendo
praticamente todos os aminoácidos conhecidos, com exceção da lisina e do triptofano.

O milho é uma cultura associada à produção de silagem (onde é de excelente qualidade) , quer à
produção de grão, sendo considerada atualmente como uma cultura com enorme potencial produtivo
da agricultura portuguesa , tendo um contibuto de extrema importância para a vitalidade das
economias regionais e nacional.

A introdução de novas variedades melhor adaptadas às nossas condições edafoclimáticas, bem como
práticas culturais mais adequadas (adubações, tratamentos fitossanitários, etc.) têm conduzido a um
aumento significativo da produtividade da cultura no nosso país, estando os indicadores de
produtividade entre os melhores a nível mundial.

Figura 2- Espiga de Milho

4
A opção correta, no momento certo!

2.1.1- Caraterísticas morfoló gicas do milho

A semente do milho é constituída por 3 partes: o pericarpo, o endosperma e o embrião.Sendo


classificada botanicamente como cariopse.

A semente do milho germina em 5 ou 6 dias quando as condições de humidade e temperatura são


favoráveis , para isto acontecer a temperatura do solo deve ser superior a 10ºC, sendo a ótima de
15ºC. Durante o desenvolvimento vegetativo e floração, a faixa de temperatura ótima é de 24 a 30 ºC,
temperaturas acima de 40 ºC são prejudiciais às culturas.

O milho tem um sistema radicular bem desenvolvido , com uma raiz fasciculada e pode atingir de 30 a
40 toneladas por hectare. O milho pode atingir cerca de 2 metros de altura, e o seu tamanho pode
variar de acordo com o próprio híbrido, condições climáticas, suprimento adequado de água para a
planta, bem como caraterísticas do solo e a sua fertilidade, disponibilidade de nutrientes, etc.

As plantas do milho são de folha estreita, com um comprimento muito superior à largura. .As folhas
são dispostas alternadamente e inseridas nos nós. O milho é uma planta monóica, o que significa que
possui órgãos masculinos e femininos em diferentes inflorescências na mesma planta.

Figura 3- Morfologia da planta do milho

5
A opção correta, no momento certo!

2.2- Preparaçã o do Solo / Mobilizaçã o do Solo

Apesar do milho adaptar-se em diversos solos, este responde melhor em ambientes mediterrânicos,
onde existem solos profundos, bem estruturados que permitem a circulação do ar e da água bem e
que tenham uma alta capacidade utilizável de água ( boa capacidade de retenção de água ) e
disponibilidade de nutrientes.Esta cultura prefere solos de textura mediana, e tolera pH da faixa de 5
a 8, contudo , solos com pH a tender para abaixo de 5 podem apresentar teores de alumínio e ferro
sendo por isso tóxicos para as plantas.Nunca se deve trabalhar muito um solo demasiado húmido,
pois torna-se propício a fenómenos de compactação (formação de calo de lavoura) ,deve-se ainda dar
preferência à utilização de alfaias de dentes e diminuir ao máximo o número de passagens de trator
recorrendo , por isso a operações combinadas, que também terão influência na retenção de humidade
na cama da semente.

Figura 4- Mobilização de Solo

Figura 5- Preparação do Solo


6
A opção correta, no momento certo!

2.2.1 – Preparaçã o da Cama da Sementeira

É aconselhável uma profundidade de sementeira regular entre os 3 e 5 cm. Em solos mais quentes e
em sementeiras mais precoces deve-se semear de forma mais superficial , enquanto, que em zonas
mais húmidas e em sementeiras tardias deve-se semear mais profundo.

Para uma correta sementeira , é necessária a utilização de um semeador de precisão bem regulado à
densidade de sementeira e ao calibre da semente

A velocidade de sementeira deverá ser igual ou superior a 4-5Km/h de modo a obter uma distribuição
homogénea na linha e em profundidade.

Figura 6- Esquema de Fertilização na Preparação da Cama de Sementeira

7
A opção correta, no momento certo!

8
A opção correta, no momento certo!

2.3- Fertilizaçã o

Assim como em todas as outras culturas, os nutrientes absorvidos em maior quantidade na cultura do
milho são os chamados macronutrientes, o azoto (N),o fósforo (P2O5) e o potássio (K2O) .Na cultura
do milho são indispensáveis também o cálcio, magnésio e enxofre ( macronutrientes secundários) bem
como os vários micronutrientes ( cobre, boro e zinco).

A fertilização racional pressupõe:

 Um conhecimento do teor de nutrientes do solo (análise de solo);


 Um conhecimento das caraterísticas física-quimicas do solo;
 As necessidades de nutrientes da respetiva cultura ;
 A forma como os fertilizantes comportam-se quando aplicados no solo
 O conhecimento das épocas e técnicas mais adequadas à sua aplicação, de forma a maximizar a
eficácia e eficiência no aproveitamento dos nutrientes pelas culturas.

Figura 7- Estimativa de uma Adubação de Fundo

9
A opção correta, no momento certo!

2.3.1- Macronutrientes principais


2.3.1.1 – Azoto

O azoto é um macronutriente fundamental para se obter a produção potencial da cultura do milho pois
aumenta substancialmente o teor de proteína do grão (cerca de 70 a 77 %) para além de melhorar a
digestibilidade do milho forrageiro.

O azoto é um nutriente muito solúvel e por isso muito móvel no solo, perdendose facilmente por
lavagem ao longo do perfil do solo e saindo para fora da ação das raízes, tornando desse modo, a sua
gestão algo difícil de fazer. Em culturas de sequeiro, a quantidade de azoto perdida por lavagem é
função da precipitação, enquanto em culturas de regadio como por exemplo o milho, é principalmente
consequência da quantidade de água utilizada nas regas das culturas.

Ao longo do ciclo vegetativo do milho, tanto a quantidade como o ritmo de absorção do azoto
variam .Até ao estádio de desenvolvimento de 8-10 folhas, a necessidade de azoto no milho é menor ,
correspondendo aproximadamente a 10% ou até menos, da totalidade do azoto absorvido. Nesta fase,
as raízes ainda não estão bem desenvolvidas portanto não conseguem extrair de forma significante o
azoto do solo. A partir da fase de 10 folhas e até ao escurecimento total dos estigmas, a absorção
processa-se a um ritmo muito intenso e a quantidade de azoto absorvido pela cultura corresponde a
cerca de 60 a 70% do total absorvido. Na fase de enchimento do grão, a absorção de azoto volta a ser
relativamente baixa, sendo absorvido nesta fase, aproximadamente 20 a 30% do total absorvido .

Milho grão :

•22 kg de azoto por 1000 kg de grão (14% de humidade) para produtividades inferiores a 10 000 kg /ha

•21 kg de azoto por 1000 kg de grão (14,5% de humidade) para produtividades entre 10 e 12 000 kg
/ha

•20 kg de azoto por 1.000 kg de grão (14,5% de humidade), para produtividades superiores a 12.000 kg
/ha .

Milho forrageiro (silagem) :

•13 kg de azoto por 1.000 Kg de matéria seca, para produtividades inferiores a 18.000 kg de matéria
seca por hectare;

•12 kg de azoto por 1.000 Kg de matéria seca, para produtividades superiores a 18.000 kg de matéria
seca por hectare.

10
A opção correta, no momento certo!

2.3.1.2 - Fó sforo

O fósforo é um macronutriente principal que tem como objetivos :

 impulsionar o desenvolvimento radicular


 promover a resistência do caule (compensa os excessos de azoto),
 contribuir de forma ativa para a floração, fecundação, formação e maturação do grão
(aproximadamente 77 a 86 % do fósforo é “usado” no grão)
 melhorar a digestibilidade do milho forragem

Ao contrário do azoto , o fosforo (P2O5) é um nutriente um tanto insolúvel que é difícil de ser lixiviado
e pode ser facilmente removido do solo, ficando indisponível para as plantas .

Do fósforo disponível para a planta , esta só consegue absorver , em média, 20%, ficando os restantes
80% indisponíveis pelos motivos anteriormente mencionados .

Desta forma , todo o fósforo de que a cultura necessita é aplicado através da adubação de fundo ou à
sementeira .Uma possibilidade de exceção a essa regra são as adubações de cobertura feitas nas
pastagens , geralmente no final do verão .

Figura 8-Fertilizante utilizado durante o momento da sementeira

11
A opção correta, no momento certo!

2.3.1.3 – Potá ssio

O potássio é um macronutriente principal que contribui para aumentar a taxa fotossintética do milho
de forma a melhorar o seu crescimento para possíveis densidades elevadas e assim aumentar a
resistência das plantas à seca. Contribui de igual modo para o aumento de hidratos de carbono
fermentáveis, o que é de extrema importância para o milho forrageiro, pois melhora a qualidade da
silagem.

A seguir ao azoto, o potássio é o nutriente absorvido em maior quantidade pela cultura do milho, com
aproximadamente 26 a 43%, a ser exportado para o grão.

O potássio é absorvido pelas plantas na forma do ião K tendo por isso facilidade em ligar-se às argilas,
fazendo com que fique indisponível para as plantas. Considera-se portanto que apenas 40% de todo o
potássio é absorvido por esta cultura . É um nutriente, tal como o fósforo, aplicado normalmente em
adubação de fundo ou à sementeira, podendo também ser aplicado em cobertura das pastagens.

Figura 9- Fertilização na sementeira

12
A opção correta, no momento certo!

2.4- Sementeira e Localizaçã o da Cultura


No momento da sementeira existem 5 regras básicas que devem ser cumpridas de forma a ter-se a
melhor produtividade possível :

1. selecionar a densidade ideal :


a. em função da :
i. variedade
ii. se se destina a grão ou a forragem
iii. o potencial do solo
iv. a data da sementeira
Entre a densidade da sementeira e o número final de plantas na colheita , considera-se uma
perda média de 5 a 8% dos pés (sementes não germinadas ). Esta percentagem é maior para as
sementeiras precoces e de acordo com condições específicas do terreno .
2. calcular a profundidade de sementeira ;
a. em relação à humidade das diversas camadas do solo:
i. em relação à preparação do solo
b. uma profundidade homogénea contribui para um crescimento homogéneo da cultura
i. profundidade = 4 cm ( ideal)
ii. profundidade > 6 cm ( perigo – germinação mais lenta e irregular) e
profundidade < 3 cm ( perigo – grão demasiado superficial com risco de ser
colhido por aves ; condições mais secas podem o impedir de germinar)
3. escolher o momento mais idóneo ;
a. uma sementeira precoce – temperatura do solo > 10ºC
4. afinar corretamente o semeador;
5. afinar a velocidade correta:
a. deve-se calcular a velocidade em função da preparação do solo e do tipo de semeadura
i. velocidade ideal : 4-5 km/h
ii. a semeadora deve colocar cerca de 9 a 10 grãos por segundo

13
Figura 10- Sementeira de Milho
A opção correta, no momento certo!

2.4.1 - Localizaçã o da Cultura

O milho desenvolve-se de forma mais consistente em condições de temperaturas moderadas e precisa


bastante água. As temperaturas durante o ciclo devem situar-se entre 8-10ºC (mínimo) e 30-32ºC
(máximo). Os melhores resultados são obtidos em solos profundos, de textura média, ricos em matéria
orgânica, bem drenados, mas suficientemente retentores de água que aquecem rapidamente na
primavera.

2.4.2 Sementeira

A utilização de variedades de milho inscritas no Catálogo Nacional de Variedades (CNV) é obrigatório.

Deve-se ter em atenção os seguintes aspetos na escolha da variedade:

a) Utilização – produção de grão ou de silagem;

b) Classe FAO (classe de precocidade: número de dias entre a sementeira e a colheita);

c) Produção/regularidade: dentro de uma classe FAO o número de variedades disponíveis é


muito grande.

d) Vigor inicial das plantas;

e) Resistência à acama: a acama traduz-se sempre na perda de produção;

f) Resistência a pragas e doenças;

O uso de mais do que uma variedade é recomendado, de modo a evitar grandes quebras na produção,
caso algum imprevisto ocorra. É ainda aconselhável que não se utilize uma variedade nova em grandes
áreas sem antes conhecer o seu comportamente nas condições do local . Deverá fazer-se a sementeira,
com uma densidade que permita garantir pelo menos 70.000 a 80.000 plantas por hectare. A
sementeira deverá ser realizada com um semeador em linhas , convencional e monogrão caso o modo
de mobilização for o tradicional ou de mobilização reduzida. Assim , poderá efetuar-se a sementeira e a
adubação de fundo ao mesmo tempo .

14
Figura 11- Novo conceito de sementeira- Twin Rows
A opção correta, no momento certo!

2.4.3 – Sementeira Direta

A sementeira direta pode ser definida como uma prática agrícola que busca equilibrar produtividade e
sustentabilidade . Nada mais é do que um sistema de mobilização usado na agricultura de conservação.

Uma sementeira direta implica a instalação de uma determinada cultura sobre os remanescentes
adormecidos de uma cultura anterior sem qualquer tipo de mobilização primária ou preparação do
cama da semente . Nesse sistema de mobilização, o controlo pré- sementeira é feito por herbicidas ,
com a sementeira direta sendo realizada com um semeador especial que pode semear diretamente em
solo não mobilizado .É o próprio semeador que movimenta uma porção rochosa do solo , deixando
apenas uma pequena depressão aparecer ao longo da linha .

Figura 12- Sementes Milho

Figura 13- Sementeira Direta

15
A opção correta, no momento certo!

2.5- Regas e Necessidades Hidrícas

O milho absrove a água para complementar a sua necessidade em nutrientes que são transportados
através da água, para controlar a temperatura através da transpiração .

Quando a disponibilidade hídrica é baixa, devido à pouca disponibilidade de água no solo ou devido à
elevada transpiração a planta começa a desenvolver mecanismos fisiológicos que lhe permitem
reduzir a perda de água, como por exemplo, encerrando os estoma fazendo com que desse modo se
reduza a incidência dos raios solares.

Com o fecho dos estomas a planta deixa de realizar transpiração, mas também deixa de haver entrada
de CO2 nas células, fazendo com que a fotossíntese não se realize , ou seja a quantidade de matéria
seca será afetada.

O milho é uma cultura que é semeada nos meses de março a maio , ou seja, primavera-verão e que
nas condições climáticas de Portugal, só expressa o seu potencial produtivo em condições de regadio.

O milho é uma planta que necessita de grandes quantidades de água, mas que no entanto é muito
eficiente na utilização dessa água.

A necessidade de água de rega na cultura do milho depende de vários fatores tais como :

 Da capacidade de retenção do solo para a água;


 Da duração do ciclo do genótipo ;
 Da utilização dada à cultura (milho grão ou milho forragem);
 Da data de sementeira;
 Da evapotranspiração ;
 Da precipitação ocorrida durante o ciclo da cultura.

Figura 14-Necessidades de água por região


16
A opção correta, no momento certo!

2.6- Colheita da Cultura

O milho para silagem é colhido quando a planta ainda está verde e o grão imaturo, ou seja, quando o
grão encontra-se no estado de grão leitoso.

Para as datas de sementeira entre março e abril as variedades utilizadas, a colheita do milho para
ensilar efetua-se entre agosto e setembro. Para o efeito, utiliza-se uma ensiladora que corta as plantas
junto ao solo obrigando-as a passar por uma manga onde sofrem vários cortes e enviadas para um
reboque que acompanha a ensiladora. O milho é posteriormente transportada para o silo onde será
conservado sob a forma de silagem.

Quando o objetivo for a produção de grão , as épocas e o método de colheita são completamente
diferentes relativamente ao milho forrageiro. Neste contexto , a colheita é realizada quando o grão
está maduro. A colheita do milho grão, nas condições climáticas, realiza-se geralmente desde meados
de setembro até outubro, dependendo da variedade e da data de sementeira. A colheita é efetuada
por uma ceifeira-debulhadora. Esta máquina recolhe temporariamente o grão num depósito
denominado de teigão.

Figura 15- Colheita do Milho

17
A opção correta, no momento certo!

2.7- Conservaçã o / Silagem de Milho

A silagem é um método de conservação forrageira que tem por base uma fermentação do ácido
láctico sob condições anaeróbias. Na prática, isto é feito consolidando, compactando e selando os silos
para evitar a reentrada de ar, permitindo que as bactérias lácticas fermentem os carbohidratos solúveis
na cultura em ácido lático e em menor concentração o ácido acético .Devido à produção desses ácidos,
o pH do material da silagem é reduzido e os microrganismos que reduzem o valor nutricional da
silagem são inibidos.

Figura 16- Silagem de Alta qualidade

18 Figura 17-Fatores Importantes na Silagem de Milho


A opção correta, no momento certo!

2.8 – Proteçã o Fitossanitá ria

Na cultura do milho, a luta contra as doenças passa, na maior parte dos casos, pela resistência
genética, acompanhada de medidas de prevenção (destruição dos resíduos da cultura).

Em Portugal não apontam grandes prejuízos ao nível dos problemas fitossanitários causados por
doenças.Contudo,há que destacar, pela sua maior disseminação, o carvão da inflorescências, a
helmintosporiose e as fusarioses.

Práticas aconselhadas :

 Deve-se utilizar variedades mais resistentes e tratamentos de semente em variedades mais


suscetíveis;
 Em caso de ataque deve-se tratar apenas quando os limites de infestação são atingidos;
 Triturar os resíduos da colheita e proceder ao seu enterramento com uma lavoura;

Figura 18- Proteção Fitossanitária

19
A opção correta, no momento certo!

2.9 - Como estimar a produtividade do milho

Existem diversos métodos, que apesar de serem diferentes e alguns terem mais exatidão do que
outros, eles convergem para o mesmo ponto: os componentes de rendimento da lavoura. Além disso,
todas as estimativas realizadas em uma lavoura ou talhão são baseadas nas amostras representativas
dos locais da avaliação e na produção prevista para este local.

Método 1 :

Figura 19-Método mais simples para calcular a produtividade

Método 2 :

Figura 20- Método baseado na regra do cálculo Corn Yield Calculator

Método 3 :

Figura 21- Método de Emater


20
A opção correta, no momento certo!

Conclusã o

A cultura do milho aparece na região açoriana diretamente ligada às explorações leiteiras, onde
utilizam as parcelas de terra com melhor aptidão para o seu cultivo. Esta cultura encontra-se
perfeitamente adaptada às condições climáticas dos Açores, desenvolvendo o seu ciclo ao longo dos
meses de março a agosto .O milho é uma cultura associada à produção de silagem (onde é de
excelente qualidade) , quer à produção de grão, sendo considerada atualmente como uma cultura
com enorme potencial produtivo da agricultura portuguesa , tendo um contibuto de extrema
importância para a vitalidade das economias regionais e nacional.Apesar do milho adaptar-se em
diversos solos, este responde melhor em ambientes mediterrânicos, onde existem solos profundos,
bem estruturados que permitem a circulação do ar e da água bem e que tenham uma alta capacidade
utilizável de água ( boa capacidade de retenção de água ) e disponibilidade de nutrientesAssim como
em todas as outras culturas, os nutrientes absorvidos em maior quantidade na cultura do milho são os
chamados macronutrientes, o azoto (N),o fósforo (P2O5) e o potássio (K2O).O milho absrove a água
para complementar a sua necessidade em nutrientes que são transportados através da água, para
controlar a temperatura através da transpiração .O milho para silagem é colhido quando a planta ainda
está verde e o grão imaturo, ou seja, quando o grão encontra-se no estado de grão leitoso.

Figura 22- Preparação do terreno

21
A opção correta, no momento certo!

Netgrafia

file:///C:/Users/limah/Downloads/Sebenta-milho.pdf

https://www.anpromis.pt/o-milho.html

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/27037/1/Plantio.pdf

http://www.aasm-cua.com.pt/aDefInfTec.asp?ID=8

https://vozdocampo.pt/2021/04/21/%E2%9D%9D-o-milho-e-uma-das-culturas-mais-importantes-em-portugal-
%E2%9D%9E/

https://agriculturaemar.com/area-de-cultivo-de-milho-cresce-mais-de-50-nos-acores/

http://www.agraer.ms.gov.br/wp-content/uploads/2015/05/Manual_de_recomenda%C3%A7%C3%B5es_t
%C3%A9cnicas_cultura_do_milho.pdf

https://agronomiaconcursos.com.br/wp-content/uploads/2018/12/AULA-0-5.pdf

https://www.drapc.gov.pt/base/documentos/manual_boas_praticas_milho.pdf

22

Você também pode gostar