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A CULTURA DO MILHO E SORGO

MERCADO DE MILHO NO BRASIL

O Brasil hoje possui cerca de:

• 36 milhões de hectares de SOJA


• 16 milhões de hectares de MILHO, onde:
- 10 milhões (2ª safra/safrinha), onde 5 são apenas no estado do MATO GROSSO
- 5 milhões (verão)
• 1,5 milhões de hectares de ALGODÃO

VENDA: O milho é comercializado em sacas de 60kg de grãos.


COMPRA: As sementes são comercializadas em sacos de 60.000 sementes

Média de produtividade esperada:

Milho Verão: 180 – 200sc/ha


Milho 2ª Safra: 120 – 160sc/ha
Soja: 60sc/ha
Soja + Milho 2ª Safra: 60 + 140 = 200sc/ha

MILHO VERÃO x MILHO 2ª SAFRA


(5 milhões/ha x 10 milhões/ha)

MILHO 2ª SAFRA/SAFRINHA:

Produtividade média esperada: 120-160 sc/ha

É preferível o uso de materiais precoces.

Nesse cenário o milho ocupará o lugar de cultura posterior á safra de soja, geralmente a soja é
colhida em dezembro/janeiro.
E a janela de semeadura do milho da segunda safra é de janeiro até o fim da 1ª quinzena de
fevereiro.

O cenário ideal é quando se semeia a soja antes, ou seja, final de setembro ou começo de
outubro (considerando-se a área do Triangulo Mineiro/MG), usando uma variedade de ciclo
curto para se adiantar a colheita e logo após, já iniciar a semeadura do milho.
Assim, evita-se que o milho enfrente a estiagem que poderá ocorrer em momentos críticos do
seu desenvolvimento, que seria na fase de enchimento de grãos. (Maio/Abril)

Os desafios da 2ª safra:

• Há seca no Brasil Central – entre Maio e Junho


• Há seca e geada (MS – PR – SP) devido á frente fria vinda da Argentina
• Dias menores do que no verão

Vantagem da 2ª safra:
• Nitrogênio disponível da decomposição da soja da safra anterior se houver a presença
de água (calcula-se 1kg de Nitrogênio no solo, para cada saco de soja colhido na safra
anterior)
• Maior disponibilidade de luz para fotossíntese – céu mais limpo/mais ensolarado

O milho 2ª Safra geralmente é cultivado em áreas de baixa altitude, que geralmente tem o dia
e a noite com temperaturas mais quentes, esse fator afeta o ciclo do milho, tornando-o mais
curto, tendo assim, menor tempo para a produção de fotoassimilados, quando comparado
com o Milho Verão.
As geadas, que podem ocorrer nos estados de MS, PR e SP, podem queimar as partes mais
baixas da planta, pois o ar frio tende a descer e o ar quente tende a subir, queimando as folhas
do baixeiro, prejudica-se a área foliar disponível para fotossíntese.

MILHO VERÃO:

Produtividade média esperada: 180-200sc/ha

O milho verão geralmente é semeado em terras altas, (Triangulo mineiro, BA, RS) onde o
ambiente é mais favorável para o seu desenvolvimento.
Apresentando temperaturas mais amenas durante a noite, o que influencia no ciclo, já que o
milho é uma planta termosensível, o seu ciclo com temperaturas amenas durante a noite irá
aumentar, dando á planta mais tempo de desenvolvimento, mais tempo para o acúmulo de
fotoassimilados, resultando em uma maior produtividade.

Nessa época também há uma maior disponibilidade hídrica, ou seja, a produtividade do Milho
Verão é mais alta que o Milho 2ª Safra.

Desafios do Milho verão:

• Maior custo com adubação

Vantagens do Milho verão:

• Menor stress hídrico


• Maior ciclo para acúmulo de fotoassimilados > Maior produtividade
Para se produzir 1 tonelada de grãos de milho, é necessário 20kg de Nitrogênio.

Suponhamos então, as seguintes produtividades:

MILHO VERÃO:

Produtividade esperada de: 200sc/ha


1 sc = 60kg de grãos
200sc x 60kg = 12000 kg/ha

1 tonelada = 1000 kg

12000kg/ha = 12 toneladas

Se precisamos de 20kg de Nitrogênio para obter 1 tonelada de grãos,


nesse caso, para obtermos 12 toneladas de grãos, precisamos de 240kg de Nitrogênio.

MILHO 2ª SAFRA:

Produtividade esperada de: 150sc/há


1 sc = 60kg de grãos
150sc x 60kg = 9000kg/há

1 tonelada = 1000 kg

9000kg/há = 9 toneladas

Se precisamos de 20kg de Nitrogênio por tonelada de grãos produzidos, nesse caso, para
obtermos a produtividade de 150sc/há, precisamos de 180kg de Nitrogênio.

PORÉM... Devemos levar em conta, que desses 180 kg de Nitrogênio, na 2ª safra, já temos
uma parte disponível da decomposição da cultura da soja da safra anterior.

Portanto, deve-se calcular em cima da produtividade da soja, se nesse caso, a produtividade da


soja da safra anterior foi de 80sc/ha, consideramos o seguinte:

Para cada sc de soja da safra anterior = 1kg de N.


Se a produtividade foi 80sc, temos no campo: 80kg de N.
Portanto, a adubação nitrogenada final será de: 180kg – 80kg(soja) = 100 kg de Nitrogênio.
ORIGEM, EVOLUÇÃO E BOTÂNICA
Família: Poaceae
Subfamília: Panicoideae
Tribo: Andropogoneae
Subtribo: Tripsacinae
Gênero: Tripsacum / Zea
Espécie: Zea Mays

Ancestrais do Milho: Teosinto e Tripsacum, são de origem Americana/América Central.

Gênero Zea:

Zea mays (2n : 20)


Zea mexicana (2n : 20) Ciclo Anual
Zea diploperennis (2n : 20)
Zea perennis (2n : 40) Ciclo Perene

Sub-espécies de Zea mays: (diferenciados pelo tipo de endosperma)

Zea mays:

• indurata: (duro) “FLINT” – Rico em AMILOSE (30% amilopectina e 70% amilose)


• indentada: (mole) grãos dentados – Rico em AMILOPECTINA (73% amilopectina e 27%
amilose)
• saccharata: (mole/doce) – rico em SACAROSE (Milho Doce)
• amilacea: (+mole) – 100% AMILOPECTINA (Milho para produção de Maisena)
• everta: (+duro) – riquíssimo em AMILOSE (Milho Pipoca)

AMILOSE x AMILOPECTINA

CADEIA LINEAR DE GLICOSE x CADEIA LINEAR COM RAMIFICAÇÕES

GRÃO DE MILHO

Amido 70%
Proteínas 10%
Lipídios 4,8%
Açúcares 2%
Cinzas 1,2%

O amido é basicamente o endosperma. A principal proteína é a zeina, que tem baixa


digestibilidade, as cinzas são macro e micronutrientes.
Zea mays indurata:

Possui o grão com maior porcentagem de AMILOSE, seu grão é bem mais duro, conhecido
como grão “Flint”. (30% amilopectina e 70% amilose).

A dureza do grão NÃO está diretamente relacionada à tolerância de grão ardido (ataque de
fungos nos grãos), mas há uma preferência no mercado por grãos duros/Flint por resistirem
melhor ao ataque de pragas de grãos armazenados, devido á sua condição física de ser mais
resistente que os demais.

Zea mays indentada:

Grão mais mole que o indurata, é um grão dentado, ou seja, há uma depressão em seu topo,
possuem uma quantidade maior de AMILOPECTINA, (73% amilopectina e 27% amilose).

Fisiologicamente os materiais com grãos mais “moles” são mais “baratos” para a produção da
planta, ele requer menos elementos para sua composição, portanto, costumam ser mais
produtivos que o indurata.

Zea mays saccharata:

Milho doce – possui o grão mole e doce.


Originalmente, o milho doce é resultado de uma mutação na região Andina.
No milho doce existe um gene seja ele Sugary ou Shrunken que é responsável pelo bloqueio da
conversão da sacarose em amido, ou seja, ele irá fazer com que a maior parte da sacarose
enviada para o endosperma, permaneça como sacarose. Cerca de apenas 20% será amido no
endosperma.

O milho doce possui algumas peculiaridades, suas lavouras são irrigadas, a colheita é feita com
cerca de 70% de umidade (R4) e o ponto de maturação é crucial, caso passe a janela de
colheita (7 á 10 dias) e o grão comece a perder umidade excessiva, os grãos murcham. Por isso,
é fácil distinguir uma semente de milho doce, ela é toda enrugada, pois a sacarose não
mantém o formato do grão sem a umidade.
O material ideal é um híbrido simples, com alta uniformidade de espiga, pericarpo macio,
sabor doce acentuado, espigas bem cilíndricas, sem chupeta. É uma cultura que se preza muito
pela altíssima sanidade das espigas, ou seja, sem praga e sem doenças de qualquer tipo, por
isso, o controle de pragas é indispensável.

Isso tudo se dá pelo fato de que a maioria das indústrias de processamento dos grãos para
conserva ou congelados possuem todo o seu sistema de despalha, debulha, limpeza, etc.. de
forma mecanizada, uma espiga com formato irregular que não esteja na medida adequada
para debulha pode ocasionar em perdas, o mesmo acontece caso haja um grão ardido ou
atacado por qualquer praga pode prejudicar o produto final e ocasionar em prejuízos.
A tecnologia Bt foi liberada para o milho doce no ano de 2016.
A colheita é feita colhendo-se as espigas, com palha e tudo, por isso é utilizada uma colhedeira
diferente da usada para colheita de grãos.

A comercialização é feita por tonelada de espiga (cerca de 400 reais/ton), o preco de custo da
condução do campo irrigado varia entre 40 mil/ha.

O milho doce é comercializado como: milho espiga, grãos congelados ou grãos em conserva.

A densidade utilizada nessa cultura é de 55 – 56 mil plantas/há.


A Euxesta eluta – díptera

É uma praga secundária, ela oviposita no estilo-estigma da


espiga e as larvinhas vão danificar os grãos e a polinização.
Sua principal forma de controle é feita com piretróides.

Tratamento de Sementes no Milho Doce:

O TS é extremamente necessário na cultura do milho doce, pelo fato da semente ter como seu
maior componente a SACAROSE, ela também é um super meio de cultura para fungos,
afetando no stand (n° de plantas presentes no momento da colheita) da cultura.

A semeadura do milho doce é feita á uma profundidade de 4 – 5cm.

Zea mays amilacea:

É um milho bastante mole, com 100% de AMILOPECTINA, destinado á produção de amido de


milho, a famosa “Maisena”.
É um material ceroso devido á presença do gene “waxy” (wx) e “amylose-extender” (ae).
É um material bastante suscetível é pragas de grãos armazenados.

Zea mays everta:

O milho pipoca, essa variedade é caracterizada pela sua grande quantidade de AMILOSE
(quase 100%) em seu endosperma e isso o torna um dos grãos mais duros.
Sua característica mais importante comercialmente é a CAPACIDADE DE EXPANSÃO (C.E) que é
a explosão do endosperma quando submetido á uma alta temperatura.
Outra característica importante é o pericarpo ser fino, para que seja mais agradável na hora de
comer.

Milhos especiais

Milho com alto valor biológico: QPM – Quantidade de proteína modificada


Ele possui um maior teor de LISINA e TRIPTOFANO, é uma variedade com maior qualidade
proteica e nutricional. Foi desenvolvido pela Embrapa.
Os genes responsáveis são: opaco-2 (o2) e floury-2 (flr)
Voltado para alimentação animal

Milho com alto teor de óleo


Voltado para a produção de óleo de milho
Um milho comum tem cerca de 4 – 4,8% de lipídios, já esse possui um maior embrião, onde
consegue portar até 8% de lipídios.

Minimilho:
Voltado para a produção de conserva (picles)
Aumenta-se a população de plantas e colhe-se antes da fertilização.
MORFOLOGIA DO MILHO
O milho é uma planta:

• Alógama (plantas que fazem, preferencialmente, polinização cruzada, são


caracterizadas pela heterozigose, apresentando heterose e endogamia.)
• Anemófila (apresentam determinadas características que facilitam a polinização pelo
vento)
• Monoica (apresenta órgãos sexuais dos dois sexos, indivíduos bissexuados ou
hermafroditas)
• Protândrica (hermafroditismo dicogâmico em que os órgãos sexuais masculinos
amadurecem antes dos femininos)
• Termosensível (temperatura influencia no ciclo e produtividade da planta)

Germinação: processo que inicia com a absorção de água, até a extrusão da radícula
através do tegumento da semente.
Emergência: quando a plântula ultrapassa o nível do solo.

A qualidade da semente é um fato de extrema importância, por exemplo na seguinte situação:


O 1° milho semeado no Brasil, é semeado no Rio Grande do Sul, onde poderá por ventura
passar por uma frente fria que irá influenciar no período para emergir a semente. Caso a
temperatura de fato caia, a semente levará cerca de 10 á 12 dias para emergir, enquanto um
período normal está na faixa de 5-7 dias, isso se dá pela temperatura ser um grande
influenciador nas reações de germinação dentro da semente.
Para que a semente resista e sobreviva por um longo período no solo, ela precisa de uma boa
qualidade fisiológica.

A temperatura basal: 10°C – É a temperatura em que a planta/semente não desenvolve, a


semente, após embebição e germinação, com a temperatura de 10°C, as reações que ocorrem
em seu interior são lentas possibilitando-a de sobreviver, porém não desenvolver, ficando
propensa ao ataque de fitopatógenos.

SEMENTE:

Botanicamente a semente do Milho é classificada como uma Cariopse, apresentando três


partes: Pericarpo, endosperma e embrião.

A semente de milho tem emergência HIPOGIAL, ou seja, dentro do solo. O ponto de


crescimento do milho só irá ultrapassar o nível do solo em V6.

A semeadura do milho é realizada á uma profundidade de 4-5cm e sua emergência ocorre em


cerca de 5 dias, regulada pela temperatura.

Pericarpo: é uma camada resistente e fina, formando a parte externa da semente.


Endosperma: é uma parte da semente de maior volume, envolvida pelo pericarpo. É
constituído por amido e outros carboidratos. É denominada como camada de aleurona o
fragmento mais externo do endosperma, que se encontra em contato com o pericarpo. A
mesma possui grande quantidade de proteínas e enzimas determinante no processo de
germinação.
O endosperma corresponde á 70% do peso total do grão e sua função é nutrir o embrião na
fase de germinação.
Componente principal : AMIDO.
O amido é utilizado em forma de ATP no processo de mitose que ocorre para o crescimento
das partes aéreas e radiculares. (1 glicose corresponde á 36-38 ATP)

A alfa-amilase é a enzima responsável pela quebra do amido na semente, ela é pré-existente


na camada de Aleurona.
Embrião: está localizado ao lado do endosperma, possui “inícios” dos órgãos da planta
desenvolvida, ou seja, é a própria planta em miniatura.
Na semente temos 5 folhas embrionárias, cada folha está ligada á um nó, ou seja, na semente
existem 5 nós compactados.
Tais nós, nunca verão a luz do sol, nunca emergirão, ou seja, nunca terão entrenós
desenvolvidos. Eles estarão sempre abaixo do nível do solo. Em V6 o ponto de crescimento da
planta sai do solo.
As 5 primeiras folhas do milho, são folhas embrionárias.

GERMINAÇÃO:

Fatores de alta importância para a germinação são: ÁGUA + TEMPERATURA + OXIGÊNIO

A água é essencial para que ocorra a embebição, onde a semente irá absorver uma quantidade
cerca de 2 – 2,5x o seu peso de água para embeber e começar o processo de germinação.

Quando a água embebe as células do embrião, as células do embrião são hidratadas e


começam a produzir o ÁCIDO GIBERELICO, que terá o papel de “carteiro”, saindo das células
do embrião, indo até a CAMADA DE ALEURONA, onde irá induzir a ALFA-AMILASE a fazer a
quebra do AMIDO em SACAROSE. Com a sacarose disponível, ela irá alimentar o eixo
embrionário por meio da respiração mitocondrial que precisa do OXIGÊNIO para acontecer.

Assim, podemos dizer que com a embebição das células do embrião, a raíz começa a se
desenvolver por mitose usando as reservas do endosperma.

É importante lembrar que todo o transporte de açúcares na planta é realizado em forma de


SACAROSE (dissacarídeos) SACAROSE = GLICOSE+FRUTOSE.
Após a embebição, que fez a ativação das ALFA-AMILASES através do ÁCIDO GIBERELICO, essa
ativação induz a síntese de novas ALFA-AMILASES. Que vão continuar quebrando o AMIDO em
SACAROSE.

O tratamento de sementes hoje vendido como: Stimulate, é composto de ácido giberélico.


Ou seja, ele vai aumentar a quebra de amido e a emergência acaba sendo mais uniforme.

As reservas de amido da semente se esgotam quando a planta atinge o estádio V2, ou seja, até
V2, a energia para as reações e divisões celulares são provenientes da semente, após V2, essa
fonte será proveniente da fotossíntese.
A temperatura que vai ditar a velocidade que a semente irá emergir, o normal é que leve cerca
de 5 dias. Temperaturas mais altas irão aumentar a velocidade das reações.
A temperatura basal é de 10°C e a temperatura máxima para desnaturação das proteínas e
consequentemente a morte da semente é de 42°C.

A profundidade de semeadura está relacionada á profundidade do sistema radicular (seminal)


que será formado com a planta ainda em desenvolvimento abaixo do nível do solo.
Quanto mais profundo a semente for semeada, mais profundo fica o sistema radicular seminal,

Ao emergir, os raios luminosos transformam etioplastos em cloroplastos.

SISTEMA RADICULAR:

O milho possui 3 tipos de sistema radicular:

• SISTEMA RADICULAR SEMINAL: proveniente do embrião da semente, até V3 ele será o


principal absorvente de água e nutrientes. Ele se desenvolve até V3, quando para de
crescer pelo esgotamento total das reservas da semente.
• SISTEMA RADICULAR DEFINITIVO OU FASCICULADO: quando a planta atinge o estádio
de V3, o sistema radicular seminal e definitivo estão do mesmo tamanho, após esse
período, o seminal não cresce tanto e o definitivo segue desenvolvendo por ser o
dreno principal dos fotoassimilados obtidos pela fotossíntese e será o sistema de
maior contribuição para absorção de água e nutrientes durante o ciclo da planta.
• SISTEMA RADICULAR DE SUPORTE OU ESPORÕES: É um sistema radicular externo,
acima do nível do solo, com a função de sustentação da planta devido á sua
arquitetura não ser tão funcional para a sustentação de uma espiga pesada, o esporão
surge quando a planta atende o estádio vegetativo V12. Eles podem ajudar na
absorção de água e nutrientes e podem apresentar arrocheamentos, que são fatores
genéticos normais.

Cuidados essenciais com a raíz:


- Impedimento físico: A compactação pode prejudicar a função e o desenvolvimento das raízes.
- Impedimento químico: O Alumínio no solo é extremamente prejudicial ao desenvolvimento
das raízes, ele é um elemento inibidor de divisão celular. Outro fato químico á ser analisado é
o efeito salino dos adubos, principalmente N e K²O, é preciso ter uma distância do adubo e da
planta/semente, para que o adubo não “queime”. O ideal é que haja cerca de 5cm de distante
entre o adubo e a semente/planta.
TOMBAMENTO/QUEBRAMENTO x ACAMAMENTO
Tombamento e quebramento são provenientes de danos no colmo, já o acamamento
é proveniente de danos na raíz.

• LEMBRETE: Os 5 nós da semente:


- Sempre abaixo do nível do solo
- Contém 5 folhas
- Origina o 2º sistema radicular: fasciculado ou definitivo.
- Responsável por originar perfilhos, mesmo o milho não
sendo uma planta perfilhadora.

COLMO:

Na fase vegetativa do milho, o colmo será a “poupança” da planta.

O comprimento do milho pode variar em função do híbrido, o fornecimento adequado de


água, boas condições climáticas, disponibilidade de nutrientes no solo, boas características do
solo e de sua fertilidade vão condicionar esse fator também.
A planta de milho só está completamente formada quando o caule apresenta
aproximadamente 15cm de altura, nesse momento ele possui todas as folhas, os primórdios
de inflorescência feminina (que posteriormente constituem a espiga, localizada na “axila” das
folhas) e a masculina (localizada no ápice do caule)

O milho possui colmo ereto, normalmente não ramificado/perfilhado, e apresenta nós e


entrenós, que são esponjosos e ricos em açúcar.

A função do colmo é sustentar as folhas e as partes florais, e também serve como órgão de
reserva de SACAROSE.

Até o estádio de desenvolvimento V6, ele é considerado um PSEUDOCAULE, pois se trata de


bainhas sobrepostas. E por ser um tecido mole, é bastante vulnerável é sugadores e
mastigadores. (Percevejo barriga verde)
No início do ciclo ele demora a crescer pois o dreno principal da planta é o sistema radicular, e
também por que a área foliar ainda é pequena e o maior crescimento da planta será quando
ela tiver uma maior área foliar para realizar mais fotossíntese.

O milho sofre muito com o encharcamento do solo, especialmente pelo seu desenvolvimento
ser hipogeal, o solo encharcado reduz a quantidade de O² disponível no solo, o que vai
interferir na respoiração.
Uma folha só é considerada completamente desenvolvida quando tem bainha visível.

Teste de emergência em campo:

Quando é encontrado em campo uma


desuniformidade de emergência das sementes,
vários fatores vem á tona, seria a qualidade da
semente?
Um bom teste para se realizar em campo e observar
a profundidade de plantio daquela semente é avaliar
o tamanho do MESOCÓTILO.
O mesocótilo será do tamanho da profundidade que
a semente foi semeada, isso pode ser uma carta na
manga para explicar uma desuniformidade da
emergência do material.

Pescoço de ganso:

O pescoço de ganso é um fenômeno causado por algum


fator que irá prejudicar a estrutura do caule/raíz e ainda
sim a planta sobreviverá e tentará se erguer novamente,
com isso, o caule vai ter uma curvatura na base, que pode
ser causada geralmente por “ventos fortes” que causam
acamamento, ou ataque de Diabrótica.
A calagem nesse caso é bastante importante, pois vai
fornecer á planta os elementos essenciais para a divisão celular e formação de membrana e
parede celular, que são indispensáveis para o desenvolvimento radicular (Ca e Mg)

Uso de 2,4-D:

O uso de 2,4-D se dá quando é preciso realizar uma dessecação em campo, ele controla muito
bem as folhas largas e possui um efeito residual de 15 a 20 dias.
Sua interação negativa com o milho pode acontecer no estádio de desenvolvimento V12, onde
pode-se observar um fenômeno observado nas raízes de suporte/esporões, quando os
mesmos, ao se desenvolverem, não penetram normalmente no solo e parecem estar com
“nojo do solo”, crescendo paralelamente á ele, não adentram no solo pela presença residual
do produto. Isso acontece porque quando o 2,4-D é aplicado em gramíneas ocorre uma reação
chamada ARIL HIDROXILAÇÃO, onde ele será quebrado por ação de enzimas do milho, porém,
o milho não tem enzimas suficiente para toda a quebra, e aí pode causar a anomalia na raíz
suporte.

O crescimento dos entrenós se dá de forma crescente até a espiga, e decrescente após a


espiga. Ou seja, da base do colmo, até a espiga, cada entrenó, de baixo até em cima terá o
tamanho maior que o anterior. Após o ponto da espiga, esse crescimento inverte, os entrenós
começam maiores e vão diminuindo, com exceção do ultimo que será de formação do pendão.

Ao notar-se algum encurtamento de entrenó, uma das causas pode ser um déficit hídrico ou
deficiência de Zinco – que é responsável pela síntese de Auxina, hormônio do alongamento
celular/crescimento.

Perfilhamento:
As possíveis causas para o perfilhamento ocorrer são:

• Ataque de pragas / ataque ao meristema da planta (Diabrotica speciosa – larva


alfinete)
• Condição ou pré-disposição genética (ex.: P30F53 híbrido da Pioneer)
• Amplitude térmica
• Alta fertilidade (geralmente após plantio de HF)

A qualidade do colmo está relacionada á quantidade de LIGNINA, CELULOSE e HEMICELULOSE.


Ambos estão atrelados ao bom manejo da cultura, a celulose e a hemicelulose compõem a
parede celular e são responsáveis por conferir alta relação C/N á planta , e a síntese de
LIGNINA é realizada pelo POTÁSSIO – K.

Na maturidade fisiológica a planta tem suas prioridades de direcionamento dos


fitoassimilados:
1º - Semente
2º - Colmo
3º - Raiz

Stay Green:

Stay green é a capacidade da planta de manter-se verde (turgor celular do colmo) após a
maturação fisiológica. O grão se encontra seco, mas a planta em si está com umidade e
estrutura firme para o momento da colheita. Esse fator é importante para ajudar na
uniformidade da colheita do material, ele possibilita que a planta fique por mais tempo em
campo, perdendo a umidade dos grãos de forma natural, até que chegue o momento ideal
para o produtor realizar a colheita.

Fatores que influenciam no Stay Green: Genética, Fungicidas e Nutrição.

Dry down:

Ao contrário do Stay Green, é uma denominação do inglês relacionada à taxa ou à velocidade


de secagem ou perda de água pelos grãos após a maturidade fisiológica. Dessa forma, uma
cultivar com maior dry down atingirá o ponto de colheita mais cedo.
Exaustão do colmo:

Ocorre quando a planta não tem a quantidade de fitoassimilidos necessários para o


enchimento dos grãos advindos das folhas, então sua estratégia passa a ser o consumo das
reservas do colmo. O colmo sem turgor fica isoporizado.

Plantas dominadas:

Plantas dominadas são plantinhas menos desenvolvidas e mais fracas no meio da lavoura,
correspondem á cerca de 3 – 5%.
Podem ocorrer devido á Interação competitiva: a planta se desenvolveu mais devagar que as
demais, teve a emergência atrasada e acaba ficando mais fina, pela competição de luz, etc..
nteração cooperativa:
Planta que foi atacada por percevejo, por exemplo, que acaba atingindo o tamanho das demais
mas o colmo fica mais fino. É um exemplo de planta dominada.

FOLHAS:

A fábrica de grãos da planta.

O milho possui entre 17 e 22 folhas no total, depende do híbrido, em uma média, podemos
considerar cerca de 20 folhas por planta.

As folhas do milho são estreitas, com o comprimento maior que a largura, elas estão inseridas
e dispostas alternamente nos nós.
A formação de cada folha é de uma bainha invaginante, pilosa de cor verde clara e limbo foliar
verde escuro, estreito e de forma lanceolada, possuindo serrilhados com uma nervura central.

A primeira folha do milho sempre será de


borda arredondada, lembrando que o
milho possui 5 folhas embrionárias que
irão originar as 5 primeiras folhas.
Elas serão os indicadores de estádio
fenológico do milho, a folha só será
considerada totalmente desenvolvida
quando apresentar bainha visível.

A folha do milho é composta por limbo,


aurícula (parte mais alta da bainha) ,
lígula (na parte de cima, entre o colmo e
limbo foliar) e bainha.

A lígula é a membrana localizada na parte superior da folha, inversamente à bainha, ela tem a
função de impedir a entrada de água ou impurezas entre a bainha e o colmo, evitando assim o
desenvolvimento de patógenos. Quanto mais desenvolvidas, as folhas serão mais eretas,
folhas mais eretas são preferíveis no melhoramento, pois otimizam a área de “coleta de luz”.
Quando as folhas são decumbentes, ou seja, menos eretas, as folhas de cima sombreiam as de
baixo, impossibilitando-as de realizar seu potencial máximo de fotossíntese.

O terço mediano e superior da planta possui as folhas que estão mais próximas á espiga, elas
são as de maior importância para o enchimento de grãos, pois o “transporte” dos
fotoassimilados delas para a espiga sai mais barato, então elas são as maiores, não únicas, mas
maiores responsáveis pelo enchimento de grãos.

No desenvolvimento do milho, estima-se 5 dias para cada transição de estádio até que ela
atinja V8.
Á partir de V8: 3 – 4 dias
Pré-pendão: 2 dias
E no estádio reprodutivo, (R1 – R6) considera-se a textura dos grãos como ponto de referencia
de desenvolvimento.
A maturidade dos grãos se dá quando os mesmos se desligam da planta mãe, apresentando
uma característica chamada de camada preta ("black layer") na região compreendida entre o
endosperma basal e a área vascular do pedicelo dos grãos, quando estes. Nessa fase, as células
basais condutoras do endosperma do grão se tornam desorganizadas e são esmagadas
tangencialmente, paralisando a translocação de metabólitos para os grãos. Ao se analisar o
grão pode-se observar uma linha escura na case, e sua umidade estará entre 35 e 40%.

ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR – IAF


Milho: 4 á 7. Média:6
IAF = área foliar/área do solo ocupada.

Milho: 5000 á 7000cm² de folha por planta.

Fenois e aldeídos: FITOALEXINAS

Responsáveis pela defesa/”imunidade” da planta. Para a sua formação, é necessário GLICOSE.


Portanto, uma planta com foco em defesa, resistência, tolerância, terá parte das suas reservas
energéticas destinadas é produção de Fitoalexinas, reservas que poderiam estar sendo
utilizadas para aumentar a produtividade.
Com isso, plantas com maiores resistências/tolerâncias, tendem á produzir menos.

O Milho é uma planta NÃO plástica, ou seja, no caso de uma planta faltante, ela não compensa
sua produção. Com isso devemos considerar que o STAND (número de plantas presentes no
momento da colheita) é de altíssima importância.

FLORES:

• Alógama (plantas que fazem, preferencialmente, polinização cruzada, são


caracterizadas pela heterozigose, apresentando heterose e endogamia.)
• Anemófila (apresentam determinadas características que facilitam a polinização pelo
vento)
• Monoica (apresenta órgãos sexuais dos dois sexos, indivíduos bissexuados ou
hermafroditas)
• Protândrica (hermafroditismo dicogâmico em que os órgãos sexuais masculinos
amadurecem antes dos femininos, a diferença é geralmente de 3 dias)

A panícula presente nas flores masculinas, pode ter de 50 á 60cm de comprimento, com
coloração variável. Cada flor é formada por três estames e a formação do pólen pode durar em
torno de 8 dias. Cada panícula produz aproximadamente 50 milhões de grãos de pólen. Após a
emissão do pensão, a parte aérea para de crescer e o sistema radicular é reduzido, ou seja,
isso ocorre aproximadamente 4 á 5 dias antes da espiga aparecer.
A inflorescência feminina – espiga – é formada por um eixo, que dispõe os alvéolos e ao longo
dele se desenvolve aos pares, as espiguetas. Cada espigueta é constituída por duas flores, uma
estéril e outra fértil. Cada flor tem um ovário e apenas um óvulo, é a partir do ovário que se
desenvolve o estilo-estigma.

O estilo-estigma é o “cabelo da espiga”, ele precisa de bastante água e nutrientes para que
não sofra dessecação e influencie na má granação da espiga.
A autofecundação do milho corresponde á 2%, por isso sua polinização é cruzada. A liberação
do pólen e a viabilidade dos estilo-estigmas tem uma diferença de cerca de 3 dias, justamente
para a maior chance de polinização cruzada.

Polinização: O pólen, quando cai no estilo-estigma da espiga, induz o crescimento do tubo


polínico, que leva de 24 – 36h para fecundar. O crescimento se dá por MITOSE e a fecundação
começa da base da espiga até o topo, para viabilizar a fecundação de toda a espiga de forma
uniforme. A taxa de fecundação varia entre : 5 – 10%.

Desafios da polinização:

A lagarta do cartucho é uma das pragas que pode dificultar a polinização, ela se alimenta do
estilo-estigma, prejudicando a granação.

O aumento da temperatura também é um fator que pode prejudicar a polinização, devido á


desnaturação das proteínas e dificulta o desenvolvimento do tubo polínico.

A aplicação de fungicidas em estádio V8, pré-pendão e R2 pode afetar na viabilidade no pólen


(triazóis, e estrubilurinas)

O CALCIO – Cl e o BORO – B, são de extrema importância na polinização, são responsáveis pela


formação de parede celular.

Fasciação: Quando a polinização é ruim, a planta se sente “ameaçada” á não perpetuar a


espécie, uma das estratégias que ela usa como defesa é induzir a formação de mais de uma
nova espiga no nó da principal. Esse caso é mais comum em beirada de talhões, onde o pólen
pode ter desvios e acabar não polinizando muito bem.

Excesso de cabelo na espiga: O cabelo da espiga só para de crescer quando ele é polinizado, o
excesso do crescimento pode ser estimulado quando há muita chuva, pois o pólen está sendo
“lavado” e a maneira da planta de aumentar suas chances de contato com o pólen, é
crescendo o cabelo da espiga.

Silkballing: É o enovelamento dos cabelos da espiga. Isso acontece for fatores genéticos ou
bióticos (frio, estresse ou dias nublados) o orifício de fechamento das palhas da espiga diminui
o diâmetro e os estilo-estigmas não conseguem sair, a ponta de fechamento da palhada da
espiga precisa ser relativamente flexível e aberta para a saída dos cabelos, mas nem tanto para
evitar a entrada de fitopatógenos e/ou água que possam danificar os grãos, caso essa
extremidade seja muito pequena ou comprimida, os cabelos crescem, mas não conseguem se
expor, gerando um enovelado na ponta.

Split: é o termo utilizado para quando a semeadura das plantas machos são realizadas antes
da semeadura das plantas fêmeas, no campo de produção de sementes. O objetivo de realizar
o split é visando a coincidência da maturação das plantas macho e fêmea, para que a
fecundação ocorra com maior assertividade. Isso se dá pelo fato de o milho ser uma planta
protândrica.
Tessel Seeds: Presença de sementes formadas no pendão de um perfilho, isso acontece devido
á um desbalanço hormonal. Mas pode ocorrer em plantas não perfilhadas também.

Um pendão (órgão masculino do milho) pode produzir até 20 milhões de pólen, a seca, o calor,
e o frio, são fatores que podem inviabilizar o pólen.

Áreas de co-existência:

Quando existe em uma mesma área dois materiais diferentes: um com tecnologia transgênica
e outra sem. É necessário tomar medidas para que um material não fertilize o outro, para isso
temos as seguintes opções:

- Isolamento espacial: distancia de 300m de uma lavoura para a outra.


- Isolamento temporal: semeadura dos materiais em épocas diferentes, para que o estádio
reprodutivo de uma não coincida com da outra.

FASCIAÇÃO – PROLIFICIDADE - MULTIESPIGAMENTO

Fasciação: emissão de espigas laterais tardias no mesmo nó da espiga principal.

Prolificidade: formação de uma segunda espiga, no nó abaixo do da espiga principal.

Multiespigamento: formação de espigas em diversos nós.

A planta tem 1 espiga principal, á cada nó existe uma espiga que são espigas dormentes.

A quantidade de grãos em uma espiga pode variar dentro da própria variedade e entre
variedades, essa quantidade está relacionada com a quantidade de grãos polinizados e
desenvolvidos, da quantidade de fotoassimilados advindos da fotossíntese que estejam
disponíveis para o enchimento de grãos.
Espera-se que espigas normais apresentem de 500 – 1000 grãos de milho.
O número de fileiras de grãos é sempre PAR.

PMS/PMG - O peso me mil sementes ou peso de mil grãos varia de 370 – 400g.

A vida do milho é dividida em dois estádios: Vegetativo e Reprodutivo, e devemos sempre


lembrar que durante esse ciclo, a adubação faz um papel de condicionador de produtividade, o
proveniente da produtividade é a luz.
FENOLOGIA DO MILHO
ESTÁDIOS FENOLÓGICOS

O ciclo de vida do milho é dividida entre estádios VEGETATIVOS e estádios REPRODUTIVOS.


V = Vegetativo e R= Reprodutivo
De V1 até V18 considera-se o numero de folhas completamente desenvolvidas.
De R1 até R6 considera-se o grau de maturidade dos grãos.

VE Emergência
V1 1ª folha completamente desenvolvida
V2 2ª folha completamente desenvolvida
V3 3ª folha completamente desenvolvida
... x folha completamente desenvolvida
V18 18ª folha completamente desenvolvida
VT Pendoamento
R1 Florescimento
R2 Grãos Bolha D’água
R3 Grãos Leitosos
R4 Grãos Pastosos
R5 Grãos Farináceos
R6 Maturidade Fisiológica

ESTÁDIO VEGETATIVO
Período de maior absorção de Potássio – K.

VE: Emergência

V1:

• Primeira folha completamente desenvolvida, com bainha visível.


• A primeira folha tem a borda arredondada.

V2:

• Duas folhas completamente desenvolvidas.


• A reserva energética da semente se esgota, a planta começa a usar o processo de
fotossíntese como principal forma de obtenção de energia.

V3:

• O sistema radicular seminal se encontra do mesmo tamanho que o sistema radicular


definitivo. O definitivo começa a fazer a função principal de absorção.
• É um dos períodos de grande necessidade de Nitrogênio.
• A planta começa a definir seu potencial teórico produtivo (V3-V6) – espigas e pendão
• Diferenciação do número total de folhas
• Gema apical abaixo do solo – não aguenta inundação
• Controle de plantas infestantes

V6:

• Diferenciação de células meristemáticas (folhas, espigas e pendão diferenciados)


• Meristema apical rompe o nível do solo, tolerando melhor o encharcamento
• De V3 até agora se definiu o Potencial teórico produtivo
• Maior chance de ocorrer o perfilhamento devido à facilidade de ocorrer o
desarranjamento no meristema apical devido ao ataque de pragas.
• Folhas diferenciadas, assim como o pendão e as espigas

V8:

• Momento da última entrada de maquinário (1ª de fungicida)


• Definição do número de fileiras – sempre par – (+-22)
• Após V8 o crescimento acelera devido á alta atividade fotossintética
• Estádio que melhor tolera o excesso de água
• Normal a queda de até 2 folhas
• Adubação de cobertura V4 – V8. (até aqui já foram realizadas quase todos os tratos
culturais.)

V9:

• Área foliar bastante densa (maior área foliar) , alta taxa fotossintética e rápido
crescimento
• Adubação de cobertura já passa a se tornar um risco devido ao eixo do trator causar
rachaduras no colmo, ocasionando queda de plantas.

V12:

• Os óvulos começam a se diferenciar da base até o topo


• Desenvolvimento do sistema radicular de suporte – esporões.

V15:

• É a segunda fase crítica quanto à disponibilidade de água (2 semanas antes do


florescimento)
• É possível observar uma pequena parte da espiga já apontando, nota-se se o

V18:

• O milho está quase pendoando - Pré-pendoamento (“milho na bucha”)


• Liberação da última folha * depende
• Estádio mais recomendado para aplicação de fungicidas – para manter a área foliar
intacta por mais tempo (20 a 25 dias), já que as doenças começam a se tornar mais
agressivas uma vez que as plantas deslocam sua produção de fotossintatos para o
enchimento de grãos, não tendo energia suficiente para se defenderem dos patógenos
adequadamente.

Quando a planta libera sua ultima folha, os óvulos foram todos diferenciados e os estilo-
estigmas são liberados.

VT: Emissão do pendão


ESTÁDIO REPRODUTIVO

O dreno principal agora passa a ser a espiga, cessa o crescimento foliar e radicular. Período de
maior demanda de luz e água. Fundamental ter uma grande área foliar.
O déficit hídrico prolonga a protandria.
O polinização dura cerca de 8 – 15 dias.

R1: Florescimento, Polinização e Fertilização. (começa 3-4 dias após o pendão começar a
produzir o grão de pólen)

• Sistema radicular não cresce mais


• Estilo-estigma na espiga
• O maior dreno de fotoassimilados é a espiga
• Finalização da absorção de Potássio (K)

R2: Grão Bolha D’água

• Fase bem curta


• Grão “cristal”
• Embrião em miniatura com (radícula, coleóptilo e 1 folha embrionária)
• 85% de umidade

R3: Grão Leitoso

• Acúmulo de amido
• Divisões celulares no endosperma estão completas, a partir de agora é só recebimento
de amido
• 80% de umidade
• Quanto maior a fotossíntese, maior o PMS
• Grande absorção de N e P e translocação de nutrientes para o enchimento de grãos

R4: Grão Pastoso

• É o ponto em que se colhe o MILHO DOCE e o verde


• Umidade em 70%
• Acúmulo de amido continua
• Embrião diferenciado
• Definição do PMG/PMS
• Muito dependente de fotossíntese

R5: Grão Farináceo

• 4ª e 5ª folhas embrionárias formadas no embrião


• Acúmulo de amido continua
• 55% de umidade
• Ponto de milho SILAGEM
• Formação da concavidade do dente em milhos dentados (indentada)

*O endurecimento do endosperma se dá de cima para baixo, a linha do leite “milk line” mostra
essa diferenciação.

R5.1: 10% das sementes/grãos preenchido com endosperma solidificado


R5.2: 11 – 25% de endosperma solidificado

R5.3: 26 – 50% de endosperma solidificado * silagem

R5.4: 51 – 75% de endosperma solidificado

R5.5: 76 – 100% de endosperma solidificado

R6: Maturidade Fisiológica

• Máximo de matéria seca


• A semente já se desligou da “mãe”
• Formação da camada negra
• É o auge da germinação e do vigor da semente
• Umidade de 35 – 40%

Pode deixar o grão secar em campo?


- A respiração da planta continua mesmo após a maturação dos grãos, ou seja, ela irá utilizar a
reserva energética presente no grão, com isso as perdas podem ser de 10 – 15sc.

Cálculo de correção da umidade do grão:

O grão é comercializado á uma umidade de 13%.


Quando se colhe o grão, geralmente essa não é a umidade final, por isso, pare se ter uma
estimativa mais exata da produtividade á condições de venda (13% de umidade) realiza-se o
cálculo:

Suponhamos que a colheita foi de 14000kg/há, ou 14 toneladas por hectare, á 35% de


umidade, e queremos calcular para 13% de umidade:

100 – Umidade de colheita = 65 = 0,74


100 – Umidade de venda 87

14000 kg/há x 0,74 = 10454 kg/ha

Se 1 saca de milho = 60kg,


10454/60 = 174sc/ha
ECOFISIOLOGIA DO MILHO

Temperatura, luz, água e ventos


O Milho é uma planta C4, cultivada entre 58°N e 40°S de latitude – influencia no fotoperíodo e
temperatura
Altitudes de cultivo: desde abaixo do nível do mar, até 2500m de altitude – influência da
temperatura. ( a cada 100m de altitude crescente, ocorre um abaixamento da temperatura em
1°C)

TEMPERATURA:

A temperatura influencia na germinação e na emergência.


T min: 10°C = temperature basal, onde o milho sobrevive mas não desenvolve.
T max: 42°C = temperatura de desnaturação das proteínas.
T ideal: 25°C – 33°C

FASE VEGETATIVA

Na fase vegetativa a temperatura influencia no ciclo do milho, pois ele é uma planta
termosensível, ou seja, ele acumula calor. Seu ciclo evolui á medida que há acúmulo de
“graus/dia”, e ele só floresce quando atinge uma quantidade determinada de calo, que
começa a ser contabilizada após sua emergência.

Ex.:
T = 21,1°C (florescimento com 70 dias)
T = 22,1°C (florescimento com 67 dias)

Como calcular o (GD) = graus dia

GD = Temperatura máxima + Temperatura mínima - Temperatura basal


2

Soma térmica (ST) ou Unidades calóricas (UC) = ∑GD

Unidades térmicas de desenvolvimento:

Híbrido super precoce: 791 – 830°C


Híbrido hiper precoce: < 790°C
Híbrido precoce: 831 – 890°C
Híbrido normal: >891°C

Situação A:

Unidades calóricas: 900


T max: 30°C
T min: 15°C

GD = 30+15 – 10 = 12,5°c
2

900 / 12,5 = 72 dias

O florescimento será em 72 dias.


Situação B:

UC: 900°C
T max: 30°C
T min: 20°C

900/15 = 60 dias para o florecimento

Local Radiação Soma Rendimento


Total Térmica
A 440 15 5 500
B 550 11,5 9 000
C 542 9,6 10 600
D 729 11,2 13 450
Ex.: A e B:

Quanto MENOR a SOMA TÉRMICA, MAIOR o CICLO.


Assim, leva-se mais tempo para acumular açúcares, maior a produtividade.

Ex.: C e D:

A RADIAÇÃO TOTAL impera sobre a soma térmica.

FASE REPRODUTIVA

A polinização e a fertilização são muito prejudicadas por temperaturas altas. > 32°C.

Temperaturas noturnas:

A fase vegetativa fica mais curta e a taxa de respiração em noites quentes é maior, assim,
plantas em altitudes menores, onde as noites são mais quentes, utilizam parte da energia
acumulada durante o dia, tendo o gasto energético maior, consequentemente diminuindo sua
produtividade em relação á locais de maior altitude com noites de temperaturas mais amenas.

Afetam na produtividade da cultura, pois: Fotossíntese líquida = Fotossíntese bruta –


Respiração.

Quanto maior a Temperatura noturna, maior a tx de respiração, menor a produtividade.

Temperatura Produção
noturna
16,6 10 200
18,3 10 500
29,4 6 300

LUZ:

Estádio vegetativo: a fotossíntese potencializa o crescimento da planta


Estádio reprodutivo: os fotoassimilados são destinados para o enchimento de grãos.
Quanto maior a qualidade da luz, maior a produção
A vantagem da 2ª safra é que a qualidade da luz no enchimento de grãos é maior que no Verão
e ainda há a herança de nitrogênio da safra de soja anterior.

Plantas de dias curtos (PDC): milho importado de locais de latitudes superiores á 33°C passa á
ser fotossensível.

Minho no Brasil, é Fotoneutro.

Obs.: O sorgo Forrageiro é fotossensível


* Na fase de enchimento de grãos, os dias nublados interferem no processo, fazendo com que
os grãos fiquem mais leves.
*Em V8 aproximadamente, o milho já está desenvolvido o bastante para fechar a entrelinha.
Espaçamentos reduzidos apresentam um aumento da produção de 5 á 8% á mais que em
lavouras com espaçamento maior, isso se deve pelo fato de que o sombreamento da linha
ajuda no controle de plantas infestantes e a adubação é mais proveitosa, já que tendo menos
adubo por metro linear ele será menos lixiviado. Mas, espaçamentos reduzidos também gera
um microclima mais favorável ao desenvolvimento de patógenos.
* Regiões de baixa altitude propiciam noites e dias mais quentes.

O milho produzido em altas LATITUDES (EUA, Argentina) produz até 4x mais que os produzidos
em baixa LATITUDE, devido á influencia direta da luz. Locais de maior latitude, possuem mais
horas de luz.

Espaçamentos:

50 cm
< competição intraespecífica
> distribuição de luz
> controle de plantas infestantes
> malha de adubação (sulco de semeadura)

90 cm
> lixiviação dos adubos (devido ao menor contato com a argila) e > concentração.

ÁGUA:

O milho fecha ciclo com 600 mm de água, com o ciclo médio de 120 dias, a necessidade diária
é media de 5mm.
Até o estádio V8, sua necessidade é menor que 3mm/dia.
Na fase de enchimento de grãos ela passa a ser 5 – 7mm/dia
A média a ser considerada é de 4 – 5mm/dia

Para a boa ação de produtos sistêmicos, é necessário a presença de água.

• Déficit hídrico:
- antes do embonecamento: 20 a 30% de perda
- no embonecamento: 40 a 50% de perda

Curtos períodos de deficiência hídrica no início do desenvolvimento, aumenta o


desenvolvimento radicular.
Para que haja a abertura do estômato, é necessário a presença de: ÁGUA, POTÁSSIO E CLORO.

Portanto podemos considerar, quanto:


< TEMPERATURA
> CICLO
> TAXA FOTOSSINTÉTICA
> PRODUTIVIDADE

Fotossíntese líquida:

Fotossíntese – Respiração:
> temperatura noturna
> taxa de respiração
> gasto energético
< produtividade
FOTOSSÍNTESE
C6H12O6 + 6O2 -> 6CO2 + 6H2O
A produtividade do milho está diretamente relacionada á fotossíntese.
As folhas da planta são consideradas a fábrica de glicose, e os nutrientes, macros e micros, são
as “engrenagens”.

O manejo de controle de doenças, insetos, nematoides, plantas infestantes, apenas irão evitar
perdas, e não aumentar a produtividade.

A produção do milho consiste em: CONSTRUIR AMIDO.

Quando comparado à soja, que é construção de proteína e lipídeos, a produção do milho é


considerada fisiologicamente “barata”.
Para a construção do amido é necessário (GLICOSE+GLICOSE).

A Fotossíntese é divida em duas fases:

1ª: FOTOQUÍMICA : Acontece na membrana do tilacóide, usa apenas água, quebra a molécula
de água usando a luz, e forma ATP e NADP reduzido.
2ª: BIOQUÍMICA : Acontece no estroma (matriz gelatinosa), utiliza o ATP e o NAD reduzido
para produzir a GLICOSE.

A Fotossíntese em si é o processo no qual a energia luminosa é convertida em energia química


na forma de açúcares.

Em um processo alimentado por energia luminosa, as moléculas de GLICOSE (açúcares) são


construídos a partir de: ÁGUA e DIOXIDO DE CARBONO, fazendo a liberação de OXIGÊNIO
como subproduto.

ETAPA FOTOQUÍMICA
ETAPA FOTOQUÍMICA

Região primária da fotossíntese: MESÓFILO – camada intermediária do tecido foliar.

A porta de entrada para o dióxido de carbono, são os ESTOMATOS.

Em cada célula do MESÓFILO, temos uma série de CLOROPLASTOS.

Dentro dos CLOROPLASTOS, temos os TILACÓIDES.

Os TILACÓIDES possuem clorofila em suas membranas, e são responsáveis por absorverem a


luz. E o local onde se encontram chama-se ESTROMA.

2 H2O → 4 H+ + 4 e- + O2
4 H+ forma o ATP
4 e- forma o NADP reduzido

A MANGANO PROTEÍNA (Mn em sua composição) oxida duas moléculas de água, liberando (4
H+ + 4 e- + O2 ), um par de elétrons juntamente com a luz irão excitar o Fotossistema II (P680).

Com o Fotossistema II (P680) excitado, a QUINONA A atrai os elétrons devido á maior


afinidade, assim como a QUINONA B faz seguidamente.
Após a QUINONA B, os elétrons passam pela proteína PLASTOCIANINA, de coloração azul
(composta de Cu).
A PLASTOCIANINA + LUZ irão excitar o Fotossistema I (P700), após essa excitação, os elétrons
passarão pela FERRIDOXINA (composta de Fe e S), onde irão reduzir o NADP+ em NADPH.

• Comprimento de onda maior que 680 não excita a clorofila. ↓ comprimento de onda ↑
energia.
• Carotenóides faz o efeito antena, dissipa a energia para energizar a clorofila.

Na quebra da água os prótons ficam no lúmen e cria um gradiente eletroquímico de membrana


na membrana do tilacóide tem a F0 e F1 ATP sintase. O ATP é formado pela extrusão dos prótons
do lúmen para o estroma.

A etapa fotoquímica consiste basicamente na transformação da energia luminosa em energia


química (ATP e NADPH).

ETAPA FOTOQUÍMICA

Transformar a energia eletromagnética (luz do sol) em duas moléculas - energia química (ATP E
NADPH)

1) Fotólise da água: quebra da molécula de água, utilizando a energia luminosa


2) Fotofosforilação: formação de ATP e NADPH (fotofosforilação acíclica e cíclica)

1) FOTÓLISE DA ÁGUA

Dentro da célula da planta, existem os CLOROPLASTOS, dentro do CLOROPLASTO, existem os


tilacóides cheios de clorofila, essas reações acontecem na membrana do TILACÓIDE.
Primeiramente, a MANGANO PROTEÍNA (uma proteína com MANGANÊS (Mn) em sua
composição) irá realizar a quebra da molécula de água H2O.

A quebra da molécula de água libera:

• Oxigênio (esse oxigênio será liberado e é o O2 disponível na atmosfera)


• 4 eletrons (que serão atraídos para o Fotossistema II P680 – comprimento de onda que
ela consegue absorver da energia luminosa)
• 4 prótons de Hidrogênio (que posteriormente serão usados para energizar a
membrana do tilacóide e também para a formação de ATP e NADPH)

Após essa quebra, um par de elétrons é atraído pelo Fotossistema II.


Essa atração se dá primeiramente por que a energia luminosa chega nas clorofilas e os fótons
são absorvidos por ela, assim que ela absorve os fótons, a clorofila fica extremamente
energizada. Quando um átomo está extremamente energizado, a tendência dos elétrons é se
afastar do núcleo do átomo em questão.

Com essa energização da clorofila, os elétrons se afastam da clorofila P680...

Pensando que, se a noite chega e o estimulo luminoso é cessado, os elétrons voltariam para a
clorofila... mas não! Quando esses elétrons vao perdendo energia, eles não voltam para para a
clorofila de origem, eles vao ser direcionados para outra clorofila > P700 (Fotossistema I), esse
caminho que os elétrons percorrem da P680 até a P700 é guiado por alguns fitocromos
(QUINONA A , QUINONA B e PLASTOCIANINA) – moléculas “carregadoras” de elétrons.

A Plastocianina é uma proteína de coloração azul, e contém COBRE (Cu) em sua composição.

Nesse caminho, o eletron vai perdendo energia e liberando-a no caminho, essa energia
liberada será utilizada para fazer o bombeamento de prótons de HIDROGÊNIO, para dentro do
tilacóide. A energia proveniente da movimentação desses prótons de HIDROGÊNIO, será
utilizada para a formação o ATP. A formação do ATP se dá pela junção do ADP (molécula com
dois fosfatos + 1 íon fosfato) = fosforilação da molécula de ADP com a energia da liberação dos
íons de H da energia solar para a formação de ATP.

Assim que os elétrons chegam no fotossistema II, o processo se repete, a energia luminosa vai
energizar as clorofilas, que vão perder os elétrons, e esses elétrons vao passar por uma
proteína chama FERRODOXINA (composta de FERRO (Fe) e ENXOFRE (S)) que vai transferir os
elétrons para o NADP, juntando-a com prótons de H e transformando-a em NADPH. (o H
utilizado aqui veio lá da quebra da molécula de água.)

Sempre quando a clorofila perde seus elétrons, ela fica instável, atraindo novos elétrons, as
clorofilas da P680 são repostas com os elétrons da quebra da molécula de água, e as do P700
são abastecidas com os elétrons vindos da P680.

• Se o elétron volta para a mesma clorofila de origem – chama-se de fotofosforilação


cíclica, que resulta na produção apenas de ATP. Na acíclica além do ATP se produz
também o NADPH.
ETAPA BIOQUÍMICA – Ciclo de Calvin

Ocorre dentro do cloroplasto, dentro do estroma, espaço interno do cloroplasto – BAINHA DO


FEIXE VASCULAR.

O CO2 será utilizado para a formação de açúcares.

O processo se inicia quando:

• Quando a ribulose-1,5-bifosfato RuBP (possui 5 carbonos), se une com o CO2 vindo da


atmosfera (1 carbono) , resultando em uma molécula de 6 carbonos (altamente
instável) . quem faz essa junção é a enzima RUBISCO. (une o CO2 com a ribulose)
• Essa molécula de 6 carbonos, unida pela RUBISCO, ela vai partir-se ao meio, formando
moléculas de 3 carbonos, que serão chamadas de: 3-fosfoglicerato (PGA) (Fixação)
• A PGA de 3 carbonos utilizará do ATP e do NADPH (produzidos na etapa fotoquímica),
se transformando em outra molécula de 3 carbonos, chamada de: gliceraldeído 3-
fosfato (PGAL) (Redução)
• Essa molécula (PGAL) é super importante, a cada 6 moléculas de PGAL produzidas, 1
delas será usada para a produção de açúcares (SACAROSE/AMIDO), as cinco demais
continuam no ciclo de Calvin vão se recombinar com a utilização de ATP e voltam a se
transformar na RIBULOSE-1,5-BIFOSFATO, que vai se unir á CO2 e repetir todo o
processo. (Regeneração)

Uma glicose é formada após dois ciclos de Calvin, a molécula de açúcar será usada na
respiração celular, nas mitocôndrias, pra a produção de ATP.

ATP>CARBOIDRATO>RESPIRAÇÃO CELULAR>CICLO DE KREBS>PRODUZ MAIS ATP.


ESQUEMA GERAL DA FOTOSSÍNTESE

No caso da fotorrespiração, sem querer ocorre a captura do O2 no lugar do CO2, um fator


que pode levar á isso é a alta temperatura, estimulando o fechamento dos estômatos, assim,
o elemento de maior concentração acaba sendo o O2.

RESPIRAÇÃO:

Glicolise: Ocorre no CITOSOL / Plastídios – é uma reação anaeróbica.


1 molecula de SACAROSE é quebrada em: 4 moléculas de açúcares de 3 carbonos, essas trioses
são oxidadas e re-arranjadas para produzir 4 moléculas de Piruvato.

O Piruvato é transportado para a matriz mitocondrial, onde será realizado o ciclo de Krebs.

Ciclo de Krebs: Ocorre na MATRIZ MITOCONDRIAL


O Piruvato, ou ácido pirúvico na Matriz mitocondrial, reagem com a COENZIMA A, formando
ACETIL COENZIMA A.
Acetil-CoA oxida e reage com o ÁCIDO OXALACÉTICO. Formando assim, ÁCIDO CÍTRICO.
O ÁCIDO CÍTRICO desencadeia 8 reações sequenciais que formam NADH , FADH2 e 1GTP=ATP

Fosforilação oxidativa: Ocorre na Crista Mitocondrial


Nas cristas estão dispostas proteínas chamadas CITOCROMOS.
formando a cadeia transportadora de elétrons, ocorrendo a reoxidação do NADH e do FADH2
para produção de ATP.
MELHORAMENTO DE MILHO – HÍBRIDOS
Linhagens: plantas pequenas e raquíticas – homozigose total.
uma linhagem pura deve ser totalmente homozigota, seja dominante ou recessiva.

Híbrido: planta que advém de uma fecundação cruzada apresentando heterozigose.

HÍBRIDO SIMPLES: resultado do cruzamento entre duas linhagens puras.

• Maior potencial produtivo


• Voltado para produção de alta tecnologia
• Têm maior custo de sementes
• Maior uniformidade
• Mais específico para um tipo de ambiente

HÍBRIDO TRIPLO: obtido a partir do cruzamento entre uma linha pura e um híbrido simples.

• Voltado para produção de média/alta tecnologia


• Produtividade intermediária
• Homogeneidade intermediária
• Custo da semente intermediário
• Custo de produção intermediário

HÍBRIDO DUPLO: resultado do cruzamento entre dois híbridos simples

• Voltado para produção de média tecnologia


• Bom custo x benefício (produtividade pela heterose x custo baixo de produção)
• Maior heterogeneidade = maior estabilidade de comportamento

Custo, produtividade, uso da heterose, homogeneidade, tecnologia

Variedades HD HT HS
Variabilidade, estabilidade produtiva

Heterose: fenômeno no qual progênies de cruzamentos entre duas linhagens endogâmicas são
superiores aos pais, excedendo ambos no desempenho ou vigor.

Base genética da Heterose:

• Teoria da dominância:
Vale pouco para o milho, já que essa teoria considera a hipótese:
AA = 10
aa = 4
Aa = 10
• Teoria da Sobredominância:
O híbrido produz a soma dos parentais ou mais que essa soma, é a teoria mais aceita
para o milho.
AA = 10
aa = 4
Aa = 15
• Teoria da ausência da dominância:
Não é aceita para o milho, considera que a produção da progênie não é influenciada
pela dominância
AA = 10
aa = 4
Aa = 7

Como obter uma linhagem?

O difícil não é obter uma linhagem, já que para isso é necessário apenas realizar sucessivas
autofecundações. O que é realmente desafiador, é produzir uma linhagem totalmente
homozigota recessiva e outra dominante.

As linhagens devem ser contrastantes, (não podem ser parentes) para obter o máximo de loci
com diferentes dominâncias.

Passos para obtenção da linhagem:

• Primeiramente é preciso proteger as espiguetas, para que não haja de forma alguma a
fecundação por algum pólen que não seja o desejado. Para isso, cobre-se as espiguetas
por volta do estádio V12-V18 com um saquinho.
• Quando as espigas já estiverem bem desenvolvidas, com bastante estilo-estigmas, é
preciso dar atenção ao pendão, pois ele já deve estar em fase de polinização.
• Inicia-se então o processo de coleta do pólen do pendão, primeiramente se coloca um
saco de papel no pendão e grampeia-se a base para que ele fique firme. Espera-se o
período de 24h para que qualquer pólen de outra planta perca sua viabilidade, após
esse período, deve-se agitar bem o saco com o pendão dentro, para que o máximo de
pólen se desgrude do pendão e seja coletado no saco de papel.
• Deve-se retirar o saco de papel com bastante cuidado, com a boca do saco bem
fechada para evitar a perda do pólen.
• Esse saco de pólen, é então usado no lugar do saco de proteção da espiga, fazendo
com que apenas aqueles pólens dentro do saco estejam em contato com os estilo-
estigmas da espiga. O saco é deixado lá até o final do ciclo, ele vai garantir que outro
pólen não fecunda aquela espiga e serve também como marcação da planta que
sofreu autofecundação.

A autofecundação leva á depressão endogâmica, ou seja, a perda das qualidades produtivas.

São necessárias de 7 á 8 autofecundações para se chegar em uma linhagem considerada pura,


grande parte das linhagens morrem devido á presença de genes deletérios causados pela
depressão endogâmica.

A produção de linhagens é extensa, são produzidas inúmeras linhagens para no final se obter
cerca de 3 a 6 linhagens finais para testes.
Cada linhagem será testada, sendo cruzada com um Testador de um grupo heterótico oposto.
O testador é uma linhagem já conhecida e comprovadamente boa.
Ex.: se a linhagem é “G.H.Y” ela será cruzada com um Testador “G.H.X”

O híbrido é formado pelo cruzamento de linhagens diferentes, pertencentes a grupos


heteróticos distintos, já que G.H indica o grau de parentesco das linhagens.

Após encontrado o cruzamento ideal entre as linhagens, o hibrido resultante será destinado
para a fase de Pré-Básica.

• Pesquisa: procura pelo cruzamento ideal até chegar no híbrido desejado.


• Pré-Básica: produz as sementes das linhagens
• Básica: multiplica as sementes das linhagens
• Produção: produção final das sementes hibridas que serão comercializadas
• Comercial: marketing e venda do híbrido produzido
• Pesquisa: responsável pela semente genética , é responsabilidade do melhorista; busca
a escolha dos melhores híbridos; pouco volume produzido, buscando aumento. Segue
para a pré-básica
• Pré-Básica: Multiplica as linhagens em campos de lotes isolados, esses campos podem
ser isolados espacialmente ou temporalmente. No caso de isolamento temporal, as
linhagens podem ser cultivadas nas mesmas áreas ou em áreas próximas
variedades/cultivares, contando que a época de polinização e fertilização não
coincidam.
• Básica: Multiplica as linhagens em maior escala, e em diversos campos de produção
visando encontrar o melhor método de produção para cada material. E realiza-se a
conferencia dos dados obtidos na produção das básicas, chamado de Estudo de
hibridação.
• Produção: Utiliza os dados detalhados fornecidos pela unidade básica, para semear as
linhagens em larga escala visando a produção do híbrido de forma otimizada. Esse
produto já será enviado para a comercialização, por isso deve atender à demanda da
linha comercial
• Comercial: Responsável pela venda e pela assistência técnica ao produtor.

Campo de produção de sementes:

O pendão da fêmea é arrancado quando estiver coberto por duas folhas, ou seja, a fêmea deve
ser despendoada.
Esse processo deve ser conferido o máximo possível para que se tenha certeza que não há
nenhum pendão restante.

Desafios encontrados nas épocas de despendoamento e receptividade:

O pólen pode ficar pronto antes das espigas estarem receptivas, para isso usa-se a técnica de
split, caso o campo já esteja desenvolvido, deve-se arrancar as palhas das espigas.
Espigas receptivas e os pólens ainda não estão prontos para liberação, deve-se forçar a
maturação do pólen, tirando as folhas que envolvem o pendão, assim o sol vai secar o pólen
mais rápido.

Características desejáveis em uma linhagem FÊMEA:

• Alto potencial produtivo (+-4.000kg/ha)


• Boa qualidade fisiológica da semente
• Estabilidade a épocas de locais de cultivo
• Resistência/tolerância á doenças e pragas
• Resistência á acamamento
• Fácil de despendoar
• Stay green e bom empalhamento
• Uniforme na liberação dos estigmas e maturação
• Fácil beneficiar e classificar
• Apta para colheita mecanizada, pouca debulha, boa altura de espipgas, fácil
espigamento

Características desejáveis em uma linhagem MACHO:

• Boa altura em relação á fêmea pra que facilite a polinização


• Produção de grande volume de pólen viável e que tenha boa disseminação
• Bom período de liberação de pólen
• Não libere pólen no cartucho
• Uniformidade no florescimento
• Estabilidade a épocas e locais de cultivo
• Split estável, ou seja, o mesmo split em diferentes locais
• Resistência/tolerância às principais pragas/doenças

Híbridos simples modificados – HSm:

Neste caso, é utilizado como progenitor feminino um híbrido entre duas progênies afins da
mesma linhagem e, como progenitor masculino, uma outra linhagem.

Híbridos triplos modificados – HTm:

O híbrido triplo pode também ser obtido sob forma de híbrido modificado, em que a terceira
linhagem é substituída por um híbrido formado por duas progênies afins de uma mesma
linhagem.
CALAGEM

A alta exigência nutricional do milho é a principal razão pela qual áreas recém-abertas na
região do cerrado são cultivados por alguns anos com soja para, posteriormente, introduzir-se
o milho. Esse cultivo inicial com soja contribui para a melhoria química do perfil do solo.

O ALUMÍNIO (Al+++) é um forte INIBIDOR DE DIVISÃO CELULAR, e fica fortemente adsorvido


no solo.

Por isso, o equilíbrio entre CALCIO (Ca) e MAGNÉSIO (Mn) e o POTÁSSIO (K) é importantíssimo
para a produção. Porque aumentando o teor de Calcio e Magnésio com a calagem, aumenta as
hidroxilas que fazem o papel essencial de disponibilizar Alumínio na solução do solo para ser
precipitado e aumenta a saturação de bases.

Para que o Cálcio possa reagir no solo, é preciso a presença de ÁGUA.

Ca, Mg e Br: São responsáveis pelo CRESCIMENTO CELULAR, são CONSTITUINTES DA


MEMBRANA E PAREDE CELULAR, portanto, são fundamentais para a DIVISÃO CELULAR.

A profundidade que se deve considerar ao fazer uma recomendação de calagem é de 0-20cm.


0-20 cm no solo = 2000m³ de solo = 2 000 000L

O PH do solo se dá pela concentração de íons H+ na solução do solo.


O PH ideal = 5,5 – 6.

Provenientes de Acidez:

• Sulfato de Amônio e Nitrato de Amônio


O NH4 irá liberar 4H+ que vão se ligar à hidroxila do alumínio e forma água.
• H proveniente da decomposição da palhada
A palhada presente no campo (CnH2On) se decompõe liberando H no solo.
• O Alumínio presente no solo
Uma vez que o Alumínio entra em contato com a água, ele libera íons H+ que ficam na
argila e vão pala a solução do solo sendo chamados de = Acidez Trocável.
t = CTC efetiva (Soma de bases + Acidez trocável)

T = CTC total

v = Saturação de bases (Ca, Mg, K)

ACIDEZ ATIVA: hidrogênio (H+) presente na solução do solo.

ACIDEZ TROCÁVEL: (Al 3+) Alumínio na solução do solo

ACIDEZ POTENCIAL (não trocável) : presente na MO, potencial de acidez, quantas cargas
negativas o solo terá em PH=7.

Em PH=7 todas as hidroxilas presentes no solo estão livres (máximo)

ELEMENTO 50% 70%


CTC CTC
CA++ 40% 50%
MG++ 9% 15%
K+ 3% 5%
TOTAL 52% 70%

A acidez trocável (Alumínio na solução do solo) compete com as bases para se ligar aos
colóides do solo. Usa-se KCl para mensurar a quantidade de Al no solo.

Corrigindo o solo com : CaCO3 + MgCo3 CALCÁRIO

CaCO3 + MgCo3 = Ca + Mg + CO3 (carbonato)

Reage com Água


(H2O)

H2O+CO2

HCO3
reage com H+

OH-
a hidroxila é liberada e se liga
ao Al fazendo ele precipitar
Critérios para a escolha de calcário:

• Teor de Ca e Mg
• Poder neutralizante (VN)
• Eficiência relativa (ER)

PRNT = VN x ER

Ex.:
PRNT = 70%
NC = 3t/ha

3 / 0,7 = 4,28 ton/ha

Método de Saturação de Bases:

V2 = Saturação de bases desejada *SB boa: > 50, 60, 70..


V1 = Saturação de bases atual
T = CTC total

NC = ( V2 – V1 ) x T
100 T(cmolc/dm³)

NC = ( 70 – 30 ) x 10 NC = 4 ton/ha
100
GESSAGEM

Gesso agrícola: CaSO4 2H2O

O gesso é um condicionador de solo, ou seja, ele não é corretivo, ele não corrige ou aumenta o
PH do solo.
Ele é úmido, e para se fazer a aplicação de gesso e o calcário juntos, é necessário fazer uma pré
mistura.

O gesso vai dissociar em Ca²+ e SO4-², onde o último vai descer no perfil do solo e se ligar ao Al
em subsuperfície.

• Primeiramente, o gesso se dissocia em 0-20cm, depois se junta novamente caso não


tenha a necessidade de bases nessa camada, mas pode se juntar com outras bases
além do Ca e transporta-las para a subsuperfície.
Por isso é necessário ter cautela em sua recomendação, para não empobrecer a
superfície do solo.

A análise para gessagem baseia-se na camada (20-40cm)

Al > 0,5 cmol/dm³


m > 30%
Ca < 0,4 cmol/dm³

ARGILA NG
0 – 15 0 – 0,4
15 – 35 0,4 – 0,8
35 – 60 0,8 – 1,2
60 – 100 1,2 – 1,6
NUTRIÇÃO MINERAL DO MILHO

Critérios da essencialidade:

1° Sem um elemento a planta NÃO completa o ciclo

2° O elemento é insubstituível

3° O elemento tem que estar ligado ao metabolismo da planta

MACRO:
C, H e O – formam a matéria seca
N, P, K, Ca, Mg, S

MICRO:
Fe, Zn, Mn, Cu, B, Mo e Cl

Elementos benéficos: podem ser substituídos, ex.: Cobalto – ajuda na fixação simbiótica
Elemento tóxico: Alumínio – inibe a divisão celular

Quando chove muito, o solo fica encharcado, falta assim, oxigênio no solo (anaerobiose) com
isso, a planta não realiza respiração, fazendo com que nenhum nutriente seja absorvido,
causando deficiência nutricional.

O milho não tolera água em excesso em suas raízes, principalmente até o estádio V6, pois seu
ponto de crescimento ainda se encontra abaixo do nível do solo.

NUTRIENTE EXIGÊNCIA EXPORTAÇÃO


MACRO E MICRO TON DE GRÃOS PARA O GRÃO (%)
PRODUZIDOS
N 20 kg 75%
MACRONUTRIENTES

K20 23 kg 20 – 30%
P2O5 10 kg 80 – 90%
Ca 4 kg 10 – 15%
Mg 4,4 kg 50%
S 3 kg 60%

Fe 210 g 5%
MICRONUTRIENTES

Zn 40 g 57%
Mn 34 g 14%
B 17 g 18%
Cu 11 g 12%
Mo 5g 63%

O elemento entra em contato com a raiz e pode ser absorvido pelos seguintes modos:

• Interceptação radicular (não é maior que 2%)


• Fluxo de massa: 20% do Potássio (K), ao absorver água, a planta absorve também o
nutriente.
• Difusão: 80% do Potássio (K) e principalmente o Fósforo (P), é o mais delicado, vai da
região mais concentrada para a menos concentrada.
Em uma situação de déficit hídrico, a primeira deficiência visível é dos elementos que chegam
na raiz por meio de difusão. Solos compactados também dificultam a difusão.
Fluxo de massa é o último á parar.

• Dentro da célula, o PH varia de 7 á 7,5 e fora, essa variação é de: 5 – 5,5. A membrana
celular é formada por uma dupla camada lipo-proteica. A diferença de PH entre os
meios permite que a membrana tenha permeabilidade seletiva.

Como o elemento é absorvido pelas células radiculares:

1) Transporte ativo (grande maioria)


2) Transporte passivo

Sistema antiporte: pelo potencial eletroquímico da membrana, entra um elemento positivo e


sai outro elemento positivo
ex.: entra Ca²+ e sai 2H+

Sistema simporte: entra um elemento negativo e com isso também entra um elemento
positivo junto.
ex.: entra H2PO4 e entra também H+.

*Uma membrana mal formada não consegue manter a diferença de PH.

A proteína intrínseca, que está na membrana celular, faz a passagem dos nutrientes com gasto
de ATP.

Transporte radial: ao entrar na planta, o elemento tem maneiras de chegar no xilema

Apoplasto: transporte entre as células, gasta energia apenas para passar pela estria de
caspary.

Simplasto: transporte feito célula á célula pelo plasmodesmo. Gasta energia durante todo o
processo.

Transporte axial: é o transporte do elemento desde a raiz até as folhas, via xilema. Pode
ocorrer por:
- transpiração
- pressão radicular

O xilema é um canal morto, com isso sua parede é mais rígida, permitindo que haja pressão
negativa em seu interior (sem se deformar) e assim é possível “sugar” os nutrientes.

*Estômato fechado: não puxa água, nem nutrientes e nem fixa CO².
MACRONUTRIENTES
NITROGÊNIO
N

Teor foliar: 2,75 á 3,25%

Absorção: NO³- (nitrato), NH4 (amônio).


A maior absorção da planta durante o seu ciclo é do NITRATO (NO³-)
O nitrito lixivia muito.

Exigência: 20kg/tonelada de grãos produzidos.

Teor no solo: muito móvel no solo, é difícil estimar um valor.

Função: Forma as proteínas, o grão de milho é composto de 10% de proteína, forma o NAD, a
Q2, e os componentes do DNA e do RNA.

O nitrogênio está associado ao crescimento vegetativo das plantas, participa da fotossíntese,


aumenta a porcentagem total de proteínas, a porcentagem de óleo e também de peso da
espiga.

Fontes:

• CO(NH2)2 – Ureia – 45% de N – volatiliza muito, se não chover e o solo estiver muito
seco, a ureia volatiliza cerca de 70% após uma semana da aplicação.
É preciso da ação da Erease para quebrar a ureia e formar o NH³ (ureia que volatiliza)
• (NH4)2SO4 – 18 á 20% de N, 24% de S – forma NH4+ que não volatiliza, não perde
mais que 5% de volatilização. É muito perdido por lixiviação.
• NH4 NO3 – 32% de N – na forma de nitrato de amônia. Não perde mais que 5% por
volatilização, queima muito. É muito perdido por lixiviação.
• KNO³ - 13% de N
• MAP – 9% de N e 48% de P2O5 Adubos de semeadura
• DAP – 16% de N e 45% de P2O5

O porquê da exigência de nitrogênio:

• 10.000kg de grãos produzios x 1,4% de N da proteína = 140kg/N


• 10.000kg de palha x 1,1% de N da palha = 110kg de N.

1% de matéria orgânica fornece em média 20kg de N durante o ciclo (+- 60kg de N)


Temos que para cada 1kg de soja produzida, deixa-se no solo, em média, de 1kg de N.

Se o milho precisa de 20kg de N para cada tonelada de grãos produzidos (produção dos grãos
ricos em carboidratos), a soja precisa de 4x mais (produção de grãos ricos em lipídeos), ou seja,
a soja demanda 80kg de N, que são fornecidos também pelos Brasiorizobium, seus nódulos são
de coloração rósea no interior e são facilmente destacados da raiz.

No milho, se utiliza o Azospirillum brasiliense, que é de vida livre, não forma nódulos,
consome exsudatos da rizosfera, inoculante das gramíneas, não tem alta fixação de N (+- 20kg
de N por ciclo.)
O Azospirillum leva à síntese de auxinas (aumentando o enraizamento do milho, e fixa N).

Como fazer a inoculação do Azospirillum:

• Tratamento de sementes (TS): adiciona-se 100ml do produto por sc de semente.


• Pulverização: 2 a 3 doses (200 a 300 ml) adicionados na mistura de tanque, é
recomendado fazer no final do dia e caso tenha chuva leve.
Não se deve aplicar juntamente com glifosato.
• Sulco de Semeadura: (melhor opção) 2 a 3 doses no máximo.

Sanson (Nicossulfuron) é um herbicida seletivo, inibidor de ALS, que impede a formação de


valina, isoleucina, e leucina na planta. Ao fazer a pulverização de Sanson e organofosforados
no milho, não se deve fazer adubação nitrogenada em um período de aproximadamente 7
dias.
Isso se deve ao fato de que a seletividade do produto em relação ao milho é devido á baixa
absorção que o milho tem do produto, com a adubação nitrogenada, o milho aumenta o seu
metabolismo, absorvendo uma quantidade maior que o normal do produto devido á suas
paredes estarem muito tenras, perdendo a seletividade.

Deficiência de N:

Pode-se observar a clorose em “V” invertido nas folhas do baixeiro, devido á sua alta
mobilidade na planta.

A planta tem dificuldade de fazer fotossíntese, tem um desenvolvimento de parte aérea e


raízes prejudicada, pode ocorrer a morte prematura e incidência de espigas pequenas.

NITROGÊNIO NA PLANTA:

A planta absorve o NITROGÊNIO a partir do AMÔNIO(NH4+) que passa à AMÔNIA (NH3) e


posteriormente NH2 que se torna aminoácido.
Então, NITRATO (NO3) deve ser convertido em amônio.
O NH4 vai formar aminoácido e depois proteína.
A deficiência de N ás vezes pode ser causada ou induzida pela falta de S e Mo, o N só irá
construir proteína se tiver Fe, Mo, e S. Sem tais elementos o Nitrogênio não é assimilado.
FÓSFORO
P

Teor foliar: 0,25 á 0,35%

Absorção: H2PO4 (simporte)

Exigência: 10kg de P2O5/tonelada

ARGILA TEOR IDEAL


(MG/DM³)
>60% 8 a 12
36 – 60% 12 a 20
16 – 35% 20 a 30
< 15% 30 a 45

Os solos brasileiros são em sua maioria, solos intemperizados. Tais solos possuem baixas
cargas negativas e muitas cargas positivas.
O fósforo tem dois tipos de ligações:

• Ligação eletrostática: o fósforo fica adsorvido, considerado fósforo lábil.


• Ligação covalente: fixação, considerado fósforo não lábil, indisponível.

A correção de fósforo no solo é realizada gradualmente e no sulco de semeadura, evitando ao


máximo o contato do adubo com a argila.

Teor no solo: varia muito em função da argila, pois o extrator em solos argilosos “tem pouco
tempo para visitar todas as argilas”, assim, estima-se apenas parte do fósforo total, então, o
valor encontrado será menor. Já em solos mais arenosos, o extrator tem mais facilidade para
“visitar” mais argilas, portanto pode-se estimar um valor mais preciso.

O fósforo desce 1mm por ano, não tem efeito salino, mas o PH é baixo devido sua extração
(fósforo natural + ácido sulfúrico)

Se houver uma boa adubação foliar e mesmo assim a planta apresentar sintomas de
deficiência, pode-se esperar que seja algum problema no sistema radicular, ou um déficit
hídrico. Pois, o fósforo chega na raiz por difusão, a mesma é muito prejudicada pela falta de
água, pois o fósforo ficará mais próximo das argilas e não conseguirá se movimentar até a raiz.
O mesmo acontece em solos muito compactados.
Função:

• É o elemento mais exportado no solo, compõe a moeda energética da planta ATP.


• Compõe a membrana plasmática (fosfolipídeos)
• Aumenta o teor de proteína nos grãos
• Atua na fotossíntese e na respiração

Fontes de fósforo:

• Fosfato natural
• Super simples (+12% de S)
• Super triplo
• MAP
• DAP

Deficiência:

Arroxeamento devido á produção de antocianinas.


O arroxeamento pode aparecer pelos seguintes motivos:
1) excesso de açúcar que vai reduzir em forma de antocianinas
2) Devido á molicutes.

Em plantas novas, a deficiência é devido ao pequeno sistema radicular, que dificulta a chegada
do nutriente pela difusão.

A planta com deficiência de Fósforo geralmente alonga as raízes principais em busca do


nutriente, sua coloração fica mais escura e pode ocorrer o acumulo da antocianina nas folhas
do beixeiro.

Interação P x Zn

Solos com alto teor de P podem impedir a absorção de Zn. O zinco vai formar Zn(H2PO4)2 –
que é um tipo de fosfato natural – por ter muito fósforo no interior da planta.
POTÁSSIO
K
3 a 5% da CTC total.

Teor foliar: 1,75 a 2,25%

Absorção: K+ (antiporte)

Exigência: 23kg de K2O por tonelada de grãos produzidos

É o elemento mais demandado pela cultura do milho.

V% 50 CTC 70 CTC
Ca 40 50
Mg 9 15
K 3 5
52 70

• Muito baixo: < 15 mg/dm³


• Baixo: 16 – 40 mg/dm³
• Médio: 41 – 70 mg/dm³
• Bom: 70 – 120 mg/dm³
• Muito bom: > 120 mg/dm³

Boa CTC (T) = 10 cmolc/dm³


Exigência de K = 120 mg/dm³ / 391 = 0,3069 cmolc/dm³

Funções:

• Abertura e fechamento dos estômatos, (Cl também).


• Ativação enzimática, inclusive a RUBISCO.
• Redistribuição de fotoassimilados
• Síntese de lignina
• Tolerância á geadas (por aumentar o ponto de fusão da água – Mn também pois
aumenta a síntese de ácidos graxos)
• Tolerância á doenças (presente na formação de Fenóis e Aldeídos)

Responsável pelo uso eficiente da água, aumenta a resistência da planta ao acamamento e a


tolerância da planta à pragas e doenças.

Deficiência:

Parece uma queimadura ou secamento/bronzeamento da ponta e margens das folhas


inferiores, manchas marrons no interior do colmo e espigas com extremidades sem grãos.

Apresenta clorose nas folhas velhas (baixeiro) e prejudica o enchimento de grãos, causa
“chupeta” o que também pode ser um efeito de dias nublados.

O potássio é muito importante na regulação osmótica das células, portanto a planta sente
mais o déficit hídrico. Suas raízes tem menor desenvolvimento e as folhas do baixeiro que
apresentam os principais sintomas.
CÁLCIO
Ca

40 á 45% da CTC total (T).

Teor foliar: 0,25 a 0,40%

Absorção: Ca²+ (antiporte)

Exigência: 4 kg por tonelada de grãos produzidos

Teor no solo: muito bom > 4 cmolc/dm³

Funções:

• Estabilização da parede celular e membrana celular (formando o pectato de cálcio)


• Divisão celular
• Crescimento radicular
• Ativação da α-amilase
• Crescimento do tubo polínico

Ca, Mg e B: essenciais para a formação de parede celular. O Ca e o B aplicados via foliar,


precisam acertar todas as folhas, pois são elementos imóveis na planta.

O cálcio é essencial para o crescimento e aprofundamento das raízes, vital para a germinação
do grão de pólen e faz parte da parede celular dos tecidos vegetais.

Fontes de Ca:

Calcário e gesso.

Deficiência: muito raro, o cartucho fica branco, a folha fica melada devido ao extravasamento
do líquido intracelular. Já que a parede e membrana celular estarão prejudicadas.

Aspecto gelatinoso nas pontas de folhas mais novas, grudando umas nas outras e medida que
a planta cresce, as pontas podem estar presas. Em folhas superiores aparecem,
sucessivamente, amarelecimento, secamento, necrose e dilaceração das margens e clorose
internerval (faixas largas) e morte da região de crescimento., problemas na fecundação.

A planta com deficiência de cálcio não desenvolve bem, pode ficar de porte pequeno, por não
ter capacidade de construir paredes celulares, suas raízes alongam mais que o normal para
buscar o elemento no solo.
MAGNÉSIO
Mg

9 á 15% da CTC total (T)

Teor foliar: 0,25 a 0,40%

Absorção: Mg²+

Exigência: 4,4 kg por tonelada de grãos produzidos.

Funções:

• Átomo central da clorofila


• Estabilização da parece celular
• Ativadora de algumas enzimas
• Ativa a RNA polimerase
• Síntese proteica

O magnésio é essencial para a fotossíntese, é componente da clorofila, pigmento verde,


participante ativo do processo fotossintético e auxilia na absorção de fósforo.

Fontes: Calcário e MgSO4

Deficiência: Clorose internerval das folhas velhas. (móvel) Desenvolvimento radicular


prejudicado e baixo índice de fotossíntese. O crescimento é reduzido.
ENXOFRE
S

Teor foliar: 0,10 a 0,20%

Absorção: SO4²- (simporte)

Exigência: 3 kg por tonelada de grãos produzidos

Teor no solo: > 15mg/dm³

Função:

• Faz parte da estrutura dos aminoácidos


• Estrutura terciária das proteínas
• Composto da Ferridoxina

O enxofre participa na composição das proteínas, auxilia na síntese de enzimas e vitaminas, e


participa na formação de grãos.

Fontes:

(NH4)2SO4, 24% de S

Super simples: 12% de S

Gesso: 15 – 18% de S

Deficiência: amarelecimento = igual ao Nitrogênio, só que do terço médio para o terço


superior da planta (menos móvel que o N), ela não consegue fazer fotossíntese e seu
desenvolvimento radicular é precário, sua formação de proteína é prejudicada. Redução do
valor nutritivo dos grãos.
MICRONUTRIENTES
FERRO
Fe

Teor foliar: 20 – 250 mg/dm³

Absorção: F²+ (antiporte e por difusão)

Exigência: 200g por tonelada de grãos produzidos

Teor no solo: 30 – 45 mg/dm³

Função:

• Fluxo de elétrons (aceptor final de elétrons – Ferrodoxina)


• Fitocromos
• Carotenoides
• Catalase
• Peroxidase
• Hemeproteína
• Ferro-enxofre (nódulos de biofixação de N, contém lequeproteína que dá coloração
vermelha)
• Constituinte de enzima (redutase do nitrito, nitrato, nitrogenase e redutase do Sulfito)
• Ativação enzimática

Deficiência: folhas novas esbranquiçadas, clorose internerval em toda extensão da lâmina


foliar, permanecendo verdes apenas as nervuras (reticulado finas de nervuras)
ZINCO
Zn

Teor foliar: 20 – 70 mg/dm³

Absorção: Zn²+ (antiporte e por difusão)

Exigência: 40g por tonelada de grãos produzidos

Teor no solo: 1,6 – 2,2 mg/dm³

Função:

• Estabilização da membrana plasmática


• Constituinte dos ribossomos
• Síntese de auxina
• Componente metálico de algumas proteínas
• Ativa o DNA e RNA polimerase
• Síntese proteica
• Produção de fitoalexinas

O zinco participa no crescimento das plantas, é ativador de inúmeras enzimas e participa na


formação de grãos.

Fontes: ZnSO4, óxidos e cloretos.

Deficiência: internódios curtos, clorose larga que não respeita as nervuras, como o zinco é
promotor do triptofano que produz a auxina, importante para o desenvolvimento de novos
brotos, folhas e raízes. No campo as folhas mostram listas nas nervuras e nanismo. Folhas com
coloração esbranquiçada próximas à região do “cartucho”.
MANGANÊS
Mn

Teor foliar: 20 – 150 mg/dm³

Absorção: Mn²+ (antiporte e por difusão)

Exigência: 30g por tonelada de grãos produzidos

Teor no solo: 9 – 12 mg/dm³

Função:

• Mangano-proteína – responsável pela oxidação da água no processo fotoquímico da


fotossíntese
• Ativação da RNA polimerase
• Constituinte dos ribossomos
• Síntese de Ácidos graxos
• Formação das Fitoalexinas

Atua no sistema enzimático, tem ação relevante na fotossíntese, acelera a germinação e


favorece a maturação das plantas.

Fontes: sulfatos, óxidos e cloretos.

Deficiência: clorose internerval em folhas novas, colmos finos e menor crescimento das
plantas.
BORO
B

Teor foliar: 4 – 20 mg/dm³

Absorção: H3BO3 – difusão facilitada, fluxo de massa

Exigência: 20g por tonelada de grãos produzidos

Teor no solo: 0,6 – 0,9 mg/dm³

Função:

• Estabilidade da parede celular


• Formação da parede celular
• Crescimento da raiz
• Diferenciação dos vasos do xilema
• Formação do tubo polínico

O boro é essencial para o metabolismo, importante para a germinação, atua no processo de


divisão celular e auxilia no transporte de carboidratos e na formação de grãos.

Fontes: ulexita, ácido bórico, borax

Deficiência: faixas alongadas aquosas ou transparente, que depois ficam brancas ou secas nas
folhas novas, o ponto de crescimento morre, a polinização é prejudicada, quando as espigas
desenvolvem podem mostrar faixas marrons de cortiça na base dos grãos. Baixo
desenvolvimento radicular e o cartucho não consegue abrir. Folhas avermelhadas no final do
ciclo, e espigas pequenas com falhas na granação.
COBRE
Cu

Teor foliar: 6 – 20 mg/dm³

Absorção: Cu++ (antiporte)

Exigência: 10g por tonelada de grãos produzidos

Teor no solo: 1,3 – 1,8 mg/dm³

Função:

• Plastocianina (proteína de coloração azul, usada como carreadora de elétrons na


etapa fotoquímica da fotossíntese)
• Lignificação das paredes celulares e vasos do floema (estrutura de colmo)
• Função das superoxidodesmutase (SOD)
• Catalase
• Formação do grão de pólen

Fontes: sulfatos e óxidos

Deficiência: amarelecimento de folhas novas logo quando começam a se desenrolar, pontas


curvas, com necrose, as folhas são amarelas e mostram faixas semelhantes às provocadas pela
carência de Ferro, as margens são necrosadas e o colmo fica macio e se dobra.
MOLIBIDÊNIO
Mo

Teor foliar: 0,2 mg/dm³

Absorção: MoO4 (simporte , fluxo de massa)

Exigência: 5g por tonelada de grãos produzidos

Função:

• Fixação biológica do Azospirillum


• Nitrogenase

Deficiência: Pequenas manchas brancas nas nervuras maiores, encurvamento do limbo ao


longo da nervura principal.

*Se a planta apresentar sintomas de deficiência de Nitrogênio, existe a possibilidade de que


não seja de fato carência desse nutriente, e sim de Molibidênio, Enxofre ou Ferro. (ferro é
pouco comum na nossa região porque os solos do cerrado são ricos em Ferro.)
Mas esse fato se dá por esses nutrientes participarem da reação de redutase do Nitrato NO3
(O ferro e o Molibidênio) e da redutase de Nitrito NO2 (Ferro e Enxofre), para se obter a forma
absorvível pelas plantas NH4 amônio.
1. Colmos saudáveis têm
tamanho normal.
2. O potássio está faltando
quando a parte seccionada mostra
uma cor marrom escura nos
nódulos. O corte de uma seção do
colmo abaixo da espiga mostra a
medula branca, sadia.
3. A deficiência de fósforo causa
colmos delgados e quebradiços,
muitas vezes sem espigas. Note a
coloração púrpura das folhas
inferiores.
4. Perfilhos podem se formar
quando o milho recebe muito
nitrogênio no início do
crescimento. O corte de uma
seção do colmo também mostra
danos causados pela broca.
5. Os sintomas de doença
encontrados nos colmos incluem
tecidos vasculares escuros no
corte de uma seção superior e
medula mais escura no corte
inferior. A podridão do colmo
inicia-se no seu interior, causando
sua ruptura e morte prematura, e
enrugamento das espigas, com
grãos palhentos e com baixo peso.
NUTRIÇÃO MINERAL DO MILHO

Nutriente Teor Teor folha Exigência Absorção Função Obs.


solo por Ton.
N - 2,75 a 3,25 20 kg NO-3 ou Proteínas, DNA V3 a V6 precisa de 50
NH+4 kg
P Argila 0,25 a 0,35 10 Kg H2PO4- ATP, Membrana, DNA e RNA Interação PxZn
Altamente
dependente de H2O
K 3-5 1,75 a 2,25 22 Kg K+ Abertura estomática, Ativação Rota de produção de
da CTC rubisco, sint. lignina fenóis e aldeidos
Ca 40-45 0,25 a 0,40 4 Kg Ca++ Pectato de cálcio na parede e
da CTC membrana, polinização e ativação
alfa amilase
Mg 9-15 0,25 a 0,40 4,4 Kg Mg++ Clorofila, ativação da RNA Uso de MgSO4 para
da CTC polimerase, estabilização parede e corrigir proporção de
membrana Mg da CTC
S > 15 0,1 a 0,2 3 Kg SO4-- Sulfolipídeos, metionina e cisteina, Redutase do nitrito -
ppm componente da ferrodoxina def. induzida de N
Fe 30-45 20-250 ppm 200 g Fe++ Ferrodoxina, sint. clorofila e Catalases e
ppm fitocromos, leghemoglobina peroxidases
(desintoxicação)
Zn 1,6- 20-70 ppm 40 g Zn++ Estab. Membrana, ribossomos, Deficiência internódio
2,2 atv. PEP carboxilase e RNA curto, interação PxZn
ppm polimera.
Mn 9-12 20-150 ppm 30 g Mn++ Mangano proteinas
ppm
Bo 0,6- 4-20 ppm 20 g H3BO30 Fomação e estab. parede, cresc. -Def. sabuco flácido
0,9 radicular, fertilização -Não redistribui
ppm floema.
Cu 1,3- 6-20 ppm 10 g Cu++ Plastocianina, formação grão de -Prod. Fenóis e
1,8 pólen, desintoxição por água aldeídos
ppm oxigenada -Muito complexado
por MO.
Mo - 0,2 ppm 5g MOO4-- Metabolismo de N
DOENÇAS NA CULTURA DO MILHO
Triazol: Inibidor da síntese de ergosterol, interrompendo o crescimento.
Estrobilurina: Inibidor da respiração mitocondrial, atuando na C.T.E.

DOENÇAS FOLIARES

ANTRACNOSE FOLIAR – Colletotrichum graminicola

Nas folhas, as lesões são escuras, de tamanhos variáveis, de forma ovalada e elíptica, podendo
apresentar bordas irregulares.

As lesões podem coalescer, causando a seca prematura dos baixeiros. Na nervura central, as
lesões são elípticas e alongadas, de coloração escura.

Altas temperaturas e dias nublados favorecem o seu desenvolvimento. Essa doença se


desenvolve melhor nos tecidos mais velhos da planta, embora possa infectar plântulas, nos
estádios iniciais de desenvolvimento.

A água na superfície das folhas favorece a germinação dos esporos do fungo agente causal da
Antracnose. Esse fungo é transmitido por sementes, sobrevive nos restos culturais do milho, e
sua disseminação ocorre principalmente pela ação do vento e da chuva.

A ausência de rotação de culturas causa o acúmulo de inóculo desse patógeno no solo, e em


consequência, uma incidência da doença em alta severidade. A antracnose acontece também
no colmo das plantas, apresentando um sintoma de pintinhas pretas e tende a quebrar pelo
seu esgotamento = tombamento.

MANCHA DE DIPLODIA – Stenocarpella macrospora

Existem dois tipos de Stenocarpella, a macrospora e a maydis.


A Stenocarpella macrospora ataca raíz, folha e espiga.
A Stenocarpella maydis ataca SOMENTE espiga.

Quando o fungo atinge a espiga, ela causa uma das doenças enquadradas como causadoras do
grão ardido. O grão fica avariado, pois o fungo se alimenta da reserva energética do grão, ou
seja, o endosperma, deixando o grão leve. Os grãos apresentam mucilagem cotonosa e
picnídios pretos. O fungo entra na espiga por aberturas naturais, abertura da palha, ou algum
furo feito por insetos, ou então, ele pode se alocar na base da espiga, onde há bastante
umidade.

Já os sintomas foliares são identificados com manchas que não respeitam as nervuras, são
necróticas, grandes, muito parecidas com as lesões de Exserohilum turcicum, porém, a grande
diferença das duas é que: quando colocado contra o sol, é bem mais fácil identificar um ponto
de infecção na lesão, um pequeno círculo que não acontece no caso do E. turcicum. As lesões
podem ser pequenas, circundadas ou não por halo vermelho, mas sempre com o ponto de
infecção.

A Stenocarpella produz micotoxinas, que são substâncias tóxicas e cancerígenas, ou seja, o


grão com certa quantidade de micotoxina não pode ser utilizado para alimentação animal.
a micotoxina produzida por ela é o Diplodiol.

A aplicação de TEBUCONAZOL+ESTROBILURINA reduz a incidência de Stenocarpella na espiga,


por mais que o fungicida transloque somente por XILEMA, há a cura indireta, pelo controle dos
fungos presentes nas folhas.

As aplicações podem ser feitas:

Triazol + Estrobilurina
Com:
- Carbendazim ou
- Tiofanato metílico
- Benzimidazol

O mercado só aceita até 5% de grãos ardidos em um lote, na prática, os produtores fazem o


“BLEND”, pois á medida que a porcentagem de grãos ardidos é maior, o desconto em cima do
pagamento pelos grãos é diretamente proporcional. Portanto, para evitar grandes perdas, o
produtor mistura um lote de alta porcentagem de grãos ardidos, com um de baixa
porcentagem, equilibrando assim a porcentagem final, tendo um menor desconto do
pagamento.

MANCHA DE TURCICUM – Exserohilum turcicum

A mancha de turcicum é a principal doença da 2ª safra, é um patógeno que tem preferencia à


plantas com baixa nutrição, com baixo teor de açúcar nas folhas. Como na segunda safra
temos, dias curtos e noites longas, menor adubação e mais chuva, acaba sendo um ótimo
ambiente para o seu desenvolvimento.

Não apresenta halo amarelo, e nem ponto de infecção. Suas lesões são elípticas, necróticas, e
de coloração palha á escura, com bordas bem definidas, largas e alongadas. As lesões podem
chegar á tamanhos bem extensos, até cerca de 15cm.

Geralmente ela começa antes de V8, e seu controle pode ser feito com o uso de Triazol +
Estrobilurinas.

Em campo, um bom método de identificação das lesões de turcicum é que quando ela já está
desenvolvida, seu centro rasga e se desfaz com muita facilidade, basta manusear a folha e a
lesão se romperá.

CERCOSPORIOSE – Cercospora-zeae-maydis

As lesões são cloróticas ou necróticas, de coloração palha ou cinza, sempre limitadas pelas
nervuras secundárias das folhas, suas extremidades são tipicamente retangulares. Em geral
aparecem próximas ao florescimento, nas folhas do baixeiro, em condições favoráveis,
alcançam as folhas superiores em cerca de uma semana.

O seu desenvolvimento é favorecido por dias nublados, com alta umidade. É um fungo
necrotrófico, sobrevive em restos culturais, e dissemina-se pelo vento.

A Cercospora produz um composto fotodinâmico chamado Cercosporina, ela atua fornecendo


elétrons para o O2, queimando a folha com esse processo.

É controlada com aplicação de Triazol + Estrobilurina, porém, a Cercospora zeina, que também
pode ocorrer, e o modo de identificação é que esse método de controle não funciona pra ela,
e sim, o uso de Carboxamidas que vão ajudar no controle dela.
As lesões de Cercospora podem ser confundidas com as lesões de Bipolaris. A diferenciação
das duas é pela coloração do halo, que na Cercospora é um halo amarelado, e no Bipolaris é
um halo castanho. Ambas são limitadas pelas nervuras, porém, as extremidades da Cercospora
são mais retas e retangulares, as do Bipolaris são arredondadas e sem forma e se olhar contra
luz, há um ponto de infecção na lesão.

MANCHA DE BIPOLARIS – Bipolaris maydis ou Helmintosporium maydis

As lesões são de coloração palha, retangulares, limitadas pelas nervuras, com bordas
levemente avermelhadas/castanho e irregulares, não são lisas e retas como da Cercosporiose.
Sua temperatura ideal é de 20-32°C, e com presença de orvalho. Seu agente causal é
disseminado por vento e chuva, e sobrevive em restos culturais.

É uma doença mais comum de segunda safra, pelo mesmo motivo do Exserohilum turcium, ela
tem preferência para plantas com baixo teor de açúcar nas folhas/plantas estressadas, em
ambiente com pouca adubação e muita chuva favorece seu desenvolvimento.

COMPLEXO MANCHA BRANCA –

Phaeospharia maydis

Phyllosticta sp.
Phoma sorghina

Sporomiella sp.

Pantoea ananatis

A doença ocorre principalmente no período reprodutivo, ela pode ser muito confundida com
manchas de Gramoxone (Diquat/ Paraquat) que caem sobre as folhas e criam manchas
brancas bem semelhantes à doença.

O grupo de agentes etiológico dessa doença é formado por uma bactéria e diversos fungos.

Sintomas:

Mancha marrom esverdeada e úmida, com aparência de anasarca, iniciada pela bactéria que
provem a porta de entrada onde os fungos irão começar a se desenvolver.

É uma doença muito recorrente em regiões de altitudes, com temperaturas noturnas por volta
de 14-15ºC. Favorecido por muitas chuvas/ orvalho, e frentes frias.

O grande impacto na produtividade é pelo fato da mancha branca prejudicar muito a área
foliar, diminuindo a área fotossintética e consequentemente afetando no peso de grãos.

Controle:

Usa-se Triazol + Estrubilurina combinado com o Ditiucarbamato – bacteriostático.

Quando se realiza a aplicação de Mancozeb, é necessário que haja o periodo de 4h sem chuva,
para o bom efeito do produto.

Também utiliza-se da combinação de Triazol + Estrubilurina + Clorotalonil

O óxido de cobre também tem boa eficácia mas não é muito recomendado para o milho pois
pode causar fitotoxidade.

Carboxamida também tem efeito conta mancha branca.

A aplicação costuma ser feita em VT e R2.

FERRUGEM COMUM – Puccinia sorghi

Sintomas:

A doença tem ampla distribuição, as pústulas são formadas em ambas as superfícies da folha,
são alongadas, na forma de bastonetes, e se rompem facilmente.

Quando os esporos são liberados, ficam lesões com uma fenda no centro.

Os uredosporos são os esporos da ferrugem.

Está presente na região central do país e em regiões de maiores altitudes

Ela possui grande número de raças fisiológicas e é de fácil controle.


Controle:

Triazol + Estrubilurina

Ela tem hospedeiro alternativo, o trevo Oxales, portanto o seu controle também é
fundamental.

FERRUGEM POLISSORA – Puccinia polysora

A doença está distribuída por toda região cento-oeste, noroeste de MG, São Paulo e Paraná. É
a ferrugem mais agressiva, sua multiplicação é muito rápida e cobre quase toda a folha.

Sintomas:

Pústulas arredondadas de coloração marrom clara distribuídas na face superior das folhas e
com menor abundância na face interior da folha.

Temperaturas baixas na faixa de 16 a 23 °C e a alta umidade relativa de 100% favorecem o


desenvolvimento da doença.

Controle:

Plantio de cultivares resistentes.

e o uso da combinação de triazol com estrobilurina.

FERRUGEM TROPICAL – Pysopella zeae

Recorrente em regiões de baixas altitudes com noites quentes.

condições favoráveis semelhantes à da ferrugem polissora.

Sintomas:

Pústulas brancas ou amareladas, em pequenos grupos de 0,3 há 1,0 milímetros de


comprimento na superfície superior da folha, paralelamente às nervuras.

Os uredósporos São o inóculo primário e secundário, sendo transportados pelo vento ou em


material infectado. A doença é favorecida por condições de alta temperatura de 22 a 34 °C,
alta umidade relativa e baixa altitude.

Controle:

Triazol + Estrubilurina

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